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MARKETING PESSOAL E

PROFISSIONAL
Workshops EmCarreira
Módulo 2

Marketing Pessoal e Profissional


O Marketing Pessoal e Profissional consiste em, intencionalmente, investires na
construção da tua “marca”, e assim projectar uma imagem pessoal e profissional que te
seja favorável.

Na abordagem ao mercado de trabalho, a forma como comunicas é essencial para a


percepção da tua Marca Pessoal/Profissional (personal branding). Entende-se como
Marca Pessoal a forma como és percebido por terceiros. A construção desta percepção
poderá ter por base o modo como te apresentas, como comunicas, as tuas atitudes e
comportamentos.

Estudos na área têm demonstrado que profissionais com um percurso académico e


competências semelhantes ganham valores díspares, apenas pela marca.

Muitas pessoas associam ao marketing profissional uma ideia negativa (“Eu não quero
ter de me estar a vender”). A realidade é que estamos sempre a deixar a nossa
impressão, a nossa marca pessoal e profissional. Mesmo quando não comunicamos,
estamos a comunicar.

Deste modo, torna-se essencial reflectires sobre a importância da marca pessoal, com
vista a delineares, de forma consciente, uma estratégia de marketing pessoal e
profissional, que te seja favorável, ou seja, que te potencie a integração no mercado de
trabalho e o teu posicionamento enquanto Psicólogo Júnior.

Sugestão: Torna a tua marca pessoal e profissional mais forte

A tua marca pessoal torna-se mais forte quanto maior for:

• O teu auto-conhecimento
• O teu conhecimento acerca do mercado de trabalho
• A personalização do teu perfil e adaptação ao alvo/destinatário (por exemplo:
não basta responder a anúncios e abordar entidades enquanto psicólogo ou
porque procuras o teu Ano profissional Júnior, identifica as vagas e aborda

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entidades que estejam relacionadas com as tuas características, com as tuas


áreas de interesse, demonstra o teu diferencial enquanto psicólogo júnior e o
que ganharão com a tua integração).

É essencial que a marca pessoal seja bem definida, clara e consistente

Alguns exemplos…
Nome profissional – é importante que nas várias ferramentas de comunicação que
utilizas (cv, portefólio, linkedin, assinatura de e-mail, cédula profissional, etc.) possa
constar sempre o mesmo nome, deste modo é importante reflectir qual será o nome
profissional a utilizar.

Fotografia profissional - Consistência na fotografia profissional utilizada (na assinatura


de e-mail, nas redes sociais, no CV, no portefólio...). Explora também o contexto em que
a fotografia é tirada, por exemplo, uma fotografia nas férias no Hawai – poderás
considerar que em termos de imagem estás muito bem, no entanto, poderá não estar
enquadrada no contexto de foto profissional. A fotografia para o CV deve ser mais
“aberta”, com mais espaço em cima e de lado e com perspectiva de postura dos ombros.

Formatações e Estilo de escrita - Utilização de cores e outras formatações consistentes


como imagem de marca (Currículo / Portefólio / assinatura e-Mail / Facebook / Cartão
de Visita, projectos…). Para além das formatações e estilo de escrita é essencial que no
contacto que possas estabelecer com as entidades empregadoras por e-mail e mesmo
nas ferramentas de empregabilidade, não se encontrem erros ortográficos,
desformatações, falta de pontuação. Poderá passar uma imagem pouco cuidada, de
pouco investimento e/ou de falta de atenção.

Postura e aparência – Manter uma postura coerente e uma aparência cuidada.

Para Reflectires

Para que possas construir uma marca pessoal e profissional mais forte, partilhamos
algumas questões para reflexão:

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• Como te vês? Como queres ser visto?


• Quais os teus pontos fortes? Em que é que és bom?
• Em que tipo de contextos te sentes mais à-vontade?
• Como queres ser lembrado?
• O que esperas do teu futuro profissional?
• Que valores são importantes para ti?
• Como te diferencias?
• Como te queres posicionar (segmento)?
• Qual a tua proposta de valor?

Ferramentas de Marketing pessoal e profissional


Como fazer um bom CV? Deve ser em formato Europass ou não? Entrego
presencialmente ou envio por e-mail? Como será um modelo de carta de apresentação
perfeito? Vou posicionar-me das redes? Mas o que devo dizer/escrever?

Se existisse uma resposta única a todas estas questões, estaríamos todos a abordar o
mercado de trabalho da mesma forma, com o mesmo CV, com a mesma carta de
apresentação, a escrever o mesmo nas redes sociais.

As tuas ferramentas têm impacto, mediante o grau com que contam a tua história, isto
é, o teu percurso, as tuas características, que evidenciam os teus aspectos
diferenciadores e quando as utilizas para te posicionares no mercado de trabalho em
contextos/iniciativas/ofertas que irão valorizar o teu perfil conforme o apresentas.

Poderão subdividir-se em ferramentas de:

Conteúdo – Curriculum, portefólio, e-portefólio e pitching.

São ferramentas como o próprio nome indica ricas em conteúdo, destacando


informação relevante ao nível da formação, experiência profissional, competências,
interesses, etc. do candidato.

Embalagem – cartão de visita, branding, imagem (aparência/percebida).

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Estão relacionadas e contribuem para fundamentar a percepção de terceiros, de uma


forma mais superficial.

Visibilidade – candidatura, redes sociais, networking.

Passa pelos contactos estabelecidos, manutenção de relações e comunicação que se


possa realizar de forma estratégica, com vista a que seja percebido os objectivos de
carreira, competências e áreas de interesse.

Currículo Vitae (CV)

O CV deve ser sempre adaptado ao destinatário, isso significa que um único formato de
CV é insuficiente para abordar o mercado de trabalho.

Poderás organizar/adaptar o teu CV de forma mais adequada no que diz respeito a:

I- Esquema/Imagem
II- Sequência de separadores
III- Organização de conteúdos
IV- Selecção dos elementos

I – Esquema/Imagem:

Será importante que em termos de esquema/imagem possas ter dois formatos


diferentes de CV. Um deles em modelo Currículo Europeu (“Europass”) e um outro, num
modelo que iremos chamar de Currículo Criativo.

Não é consensual qual o melhor formato de CV. Muito embora se refira, por vezes, que
o modelo Europass já se encontra desactualizado, ainda se verifica em termos de
publicação de anúncios solicitarem que o CV seja enviado neste modelo.

Como referimos, o mais importante é que o CV se adeque ao destinatário. Deste modo,


é importante ter em consideração que o Currículo Europeu apresenta algumas
vantagens, nomeadamente a sua estrutura especifica, tornando este modelo familiar, o
que permite uma fácil análise e procura de informação de forma mais imediata. Por
outro lado, é um CV considerado “formal”.

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O Currículo criativo, como o próprio nome indica, não tem uma estrutura pré-definida,
como tal é mais versátil e personalizável. Poderá recorrer a aspectos mais gráficos que
facilitarão uma leitura mais rápida da informação, ou ser concebido com recurso a
ferramentas multimédia (ex: prezi, video). Quando se fala em Currículo criativo, fala-se
também em “one page profile”, currículo de uma página, por norma são currículos
reduzidos, com a informação mais condensada de forma estratégica e com um layout
definido pelo próprio.

Será importante independentemente do modelo do cv que o mesmo tenha uma


fotografia profissional. O contacto de e-mail disponível deve também ter um
enquadramento profissional, por exemplo estar relacionado com o nome profissional. É
muito comum que os participantes tenham e-mails criados na fase de adolescência,
relacionados com os seus interesses ou com referência a alcunhas, pelo que devem
evitar a utilização deste tipo de e-mail, visto que não beneficia a imagem profissional
que pretendem criar.

Devem, igualmente, ser criteriosos na partilha de dados pessoais, nomeadamente em


termos de morada poderão colocar somente a zona de residência, evitando por motivos
de protecção e confidencialidade a partilha da morada completa. Não devem ser
disponibilizadas no CV outras informações como número de cartão de cidadão, número
de identificação fiscal, entre outros.

II - Sequência de separadores:
A sequência de separadores dos Currículos em modelo Europass é predefinida, no
entanto, um currículo criativo poderá ter a sequência de separadores que se considere
mais favorável ou lógica.

Assim, poderão surgir em primeiro lugar os separadores mais relevantes, poderá


também ser alterada a sequência e serem criados subseparadores, agrupando por
exemplo, por funções, formações, por área ou competência.

A educação e formação pode ser subdividida em formação académica, profissional,


formação ao longo da vida.

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Às competências pessoais podem ser retiradas e/ou adicionadas categorias de


competências de acordo com o objectivo.

III - Organização de conteúdos:


A organização do CV por conteúdos pressupõe que se tem em consideração a
informação que será mais importante para a entidade para onde se está a candidatar e
a imagem que pretende passar.

Deste modo, o CV poderá apresentar uma organização de conteúdos de forma


cronológica, do mais recente para o mais antigo. Esta forma de organização, é mais
adequada a um perfil profissional com carreira consistente, com progressão profissional,
sem interrupções e dedicada a uma área profissional específica.

Uma outra forma de organização do CV, será desconsiderar a ordem cronológica e ter
como critério a relevância dos conteúdos, ordenando as experiências profissionais e
formativas por ordem de relevância para o cargo a que se candidata. Este tipo de
organização poderá ser mais adequado a um perfil profissional com alguma experiência
profissional em diferentes áreas (com diferentes funções) e com uma formação
diversificada.

E por último, a organização poderá ter por base os conteúdos. Neste caso os
separadores são competências que englobam experiências que as fundamentam
(formativas, profissionais, estágios, competências pessoais, etc.). Este tipo de
organização é mais adequado a um perfil profissional com pouca ou nenhuma
experiência profissional e onde podem fazer sobressair outras formas de aquisição de
“experiência”, como é o caso de projectos, actividades extracurriculares, investigação,
estágios, trabalhos, disciplinas, acções de formação, hobbies, etc.

IV – Selecção dos elementos:

Uma das questões mais frequentes quando estamos a criar um CV é “o que devo ou não
colocar”, não existem respostas universais a esta questão, mas é fundamental que
possamos reflectir sobre a mesma.

Deste modo, é importante eliminar informação redundante ou que não acrescente


valor, face ao objectivo do CV. Devem contemplar informação que justifique as

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competências/imagem a transmitir e a informação a comtemplar deve ser equilibrada


no que toca às experiências, formação, competências mais significativas.

O nível de detalhe da descrição quer da experiência, quer da formação, ou outros


elementos deve ser maior se considerares que é um elemento essencial para a função a
que te candidatas.

É importante que possas criar um “currículo-mãe”, onde constam todas as experiências


e formações, de forma detalhada, que podem ou não ser relevantes para o cargo, de
modo a que com maior facilidade possas identificar e extrair a informação que
consideras que poderá ser mais importante, em função do destinatário.

Poderás também disponibilizar no teu CV o link para o teu Linkedin ou e-portefólio, o


que permite que o recrutador possa ter acesso a informação mais detalhada se assim
considerares necessário.

Carta de Apresentação ou motivação


Tal como acontece com os CVs, as cartas de apresentação não apresentam um modelo
único que deva ser utilizado na resposta a anúncios ou em candidaturas espontâneas.
As mesmas devem ser sempre personalizadas ao destinatário, pelo que ao elaborares a
tua carta deves garantir que a mesma responde a três questões:

1) Porquê aquela entidade;


2) Porquê eu;
3) O que vão ganhar comigo.
Para responderes a estas questões, terás de te conhecer muito bem, conhecer bem a
entidade ou o melhor que te for possível através de pesquisas (por exemplo) e terás de
evidenciar os benefícios da tua integração enquanto psicólogo júnior.

Terás a oportunidade de contar uma história, a tua história, evidenciando as


competências que consideras mais alinhadas com o perfil esperado e justificando em
que contextos as desenvolveste.

Em suma, ao ler uma carta de apresentação, a mesma deve dar as seguintes respostas
acerca do candidato: Quem é? Onde está? Onde quer chegar?

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É comum que as cartas de apresentação de candidatos a Ano Profissional Júnior


evidenciem somente a fase em que se encontram, salientando o início do Ano
Profissional Júnior como o principal objectivo de carreira. No entanto, como já
referimos, o Ano Profissional Júnior corresponde ao primeiro ano de prática profissional,
efectivamente é um ano importante para o psicólogo júnior, porque marca a sua entrada
no mercado de trabalho na área em que investiu durante vários anos ao nível
académico, no entanto, qualquer entidade integra um novo recurso humano, se o
mesmo constituir uma mais-valia para a implementação da sua missão.

Assim, ao contares a tua história deves referir a fase de transição de carreira em que te
encontras e os teus objectivos profissionais, fazer referência de forma fundamentada às
tuas qualidades técnicas e profissionais e revelar conhecimento sobre a entidade.

Lembra-te: para que surja uma oportunidade para integrares uma entidade, a entidade
tem de perceber claramente qual será a vantagem de contratar um psicólogo júnior,
pois nenhuma entidade irá integrar um psicólogo júnior apenas porque este necessita
de realizar o seu estágio.

e-Portefólio
A utilização do portefólio enquanto ferramenta de comunicação, tem a sua origem nas
actividades profissionais associadas às artes, grafismo e imagem.

Com a evolução digital, os e-portefólios atualmente são utilizados em várias áreas,


inclusive na Psicologia, tendo como funcionalidade retratar e evidenciar o percurso de
desenvolvimento profissional.

Perante um CV, o e-portefólio pode ser encarado como um prolongamento, uma


complexificação, uma evolução, um complemento e poderá assumir vários formatos,
por exemplo, ser criado num formato tipo blog, permitindo a interacção, utilização de
hiperligações e vídeos.

Em Psicologia, os portefólios e e-portefólios são frequentemente utilizados nos


procedimentos de selecção e recrutamento nas escolas. A sua mera existência é
demonstrativa de competências digitais, pro-actividade, modernização, criatividade.

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O e-portefólio poderá ser considerado uma “arma secreta”, visto que para além da sua
funcionalidade, o link de acesso poderá vir junto à assinatura de e-mail, pelo que
sempre que enviares um e-mail estarás a enviar uma poderosa ferramenta de
autopromoção, para os mais diversos destinatários.

Pitch
Pitch é um termo que vem de “elevator pitch” (numa tradução livre: “apresentação no
elevador”), pois constitui uma breve apresentação ensaiada, mas feita de forma natural,
que hipoteticamente pudesse ser feita durante uma viagem de elevador.

Imagina que entras no elevador com o teu potencial empregador e tens aí a


oportunidade, durante a brevíssima viagem de elevador, de te apresentares, deixares
uma boa primeira impressão e deixares informação do que pretendes.

O pitch pode ser oral ou escrito. O pitch oral consiste em verbalizar oralmente a sua
mensagem. Geralmente utiliza-se o pitch oral em entrevistas de emprego, em
apresentações sociais, em reuniões. Dependendo do contexto poderá ou não ter o
suporte de uma apresentação PowerPoint (ou outra).

O pitch escrito utiliza-se sob a forma de texto, habitualmente numa carta de


apresentação, no corpo do e-mail em que estamos a fazer uma candidatura, noutra
comunicação escrita de apresentação (tal como na mensagem de apresentação no
LinkedIn).

Apesar de ser importante que o pitch seja fluido, soe natural e até algo espontâneo, a
realidade é que deve ser uma ferramenta bastante bem pensada e preparada. Ainda
que possa ter elementos de personalização que irá adaptar a cada situação, a base a
partir da qual parte é comum.

O seu pitch será diferente também consoante a função a que se destina: pode ser de
autopromoção (ou seja, para te apresentares, para falares de ti), ou de promoção de
um projecto (se a tua comunicação está centrada num projecto teu).

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A sua dimensão depende do tempo que tens, em cada ocasião, para te apresentares.
Podes preparar um pitch para 1, 3 ou 5 minutos (se considerarmos um pitch oral), com
cinco ou apenas um “diapositivo” (no caso de apresentações orais com o suporte de
PowerPoint), com apenas um parágrafo ou em meia página (se for por escrito).

Num pitch de autopromoção poderás ter a duração de 5 minutos, a título de exemplo,


o tempo pode ser organizado da seguinte forma:

• 1 minuto e meio para te identificares brevemente e depois referires a tua


experiência profissional mais relevante. Seleciona bem o que se adequa à
situação específica em que estás – não te esqueça que personalizar é
fundamental.
• 1 minuto e meio para te referires à tua formação profissional mais relevante.
• 1 minuto para fazer alusão a aspectos sociais ou pessoais, que deem a conhecer
a pessoa que és e alguns traços de personalidade que possam ser valorizados
• 1 minuto para concluir, dando conta de alguns interesses, competências ou
aspectos que te diferenciam

Entrevista
A entrevista de emprego é um passo importante na procura de emprego, pois é
resultado dos nossos esforços e é a oportunidade para mostrarmos o que temos para
contribuir para a vaga de emprego em questão.

Preparar a Entrevista. Ainda que seja muito importante que tenhas uma postura
genuína e alguma descontracção, preparar estes momentos é fundamental. É a altura
para reveres os comportamentos e atitudes mais adequadas à circunstância e treinar a
resposta a algumas questões que são mais prováveis (e é aqui que também é importante
todo o autoconhecimento em que investiste anteriormente).

Algo para recuperar e ter “à mão” é o CV que utilizaste nesta candidatura, e o texto do
“anúncio” a que respondeste (se for esse o caso) – será o CV que o teu entrevistador
terá à frente e a partir do qual te colocará questões. Por outro lado, deves ter presente
qual a função para a qual estás a ser entrevistado, que competências são valorizadas.

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Tem consciência de que o entrevistado e o entrevistador têm uma “agenda” própria e


distinta: o entrevistado quererá “vender” a sua colaboração, demonstrar competência,
ser diferenciador, conhecer mais detalhes sobre este emprego, mostrar o seu potencial
e adequação e convencer; o entrevistador pretende aprofundar as informações que
consultou no CV, relacionar o perfil procurado ao do entrevistado, recolher informação
acerca das competências, aptidões, comportamentos, atitudes, traços de
personalidade, o potencial, etc.

É importante que tenhas pensada uma resposta para uma série de questões que muito
frequentemente são feitas em contexto de entrevista:

• “Fale-me sobre si. / O que pensa sobre si?”. É uma óptima ocasião para colocar
em prática um pitch de autopromoção de 3 ou 5 minutos. Evita o auto-elogio,
utiliza a opinião dos outros para fundamentar a tua e percorre os vários
contextos da tua vida (profissional, formativo, social e pessoal - com maior
ênfase nos dois primeiros).
• “Fale-me em pormenor desta experiência profissional/formação/actividade,
…”. Revê o teu CV e está preparado para responder a esta questão quando
dirigida a qualquer experiência. Dá exemplos de situações-acções e se tiveres um
portefólio online ou físico podes utilizá-lo como forma de exemplificar algo
relacionado com a experiência.
• “Porque está desempregado?” ou “Porque está há tanto tempo à procura de
trabalho?” (se for o caso). Em caso algum deves atribuir culpa a algo ou alguém
ou deves ter um discurso negativista. Não prolongues este tema mais do que
necessário para responder à questão assertivamente.
• “O que tem feito como procura de emprego?”. Não passes uma mensagem de
desespero nem que estás a fazer uma procura indiscriminada. Demonstra que a
procura é consciente, criteriosa, focada e assertiva.
• “Porque quer vir a trabalhar para esta empresa? / O que sabe acerca da
empresa?”. Demonstra conhecimento acerca da empresa, da sua realidade,
projectos, etc. Sê capaz de fazer uma relação clara entre o teu perfil e os

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valores/missão/objectivos da empresa. Passa a mensagem de que é


efectivamente naquela empresa/entidade que queres trabalhar e que não
queres “só” trabalhar.
• “Como ocupa os seus tempos livres?”. Quem não tem tempos livres pode ser
interpretado como uma pessoa que não sabe gerir o seu tempo ou que está
demasiado sobrecarregado. É importante utilizares actividades que realizas mas
que indiciam competências, aptidões ou interesses importantes para a função
ou identidade da empresa.
• “Quais os seus objectivos? (a 6 meses/1 ano/5 anos)”. Devem ser objectivos
realistas, devem estar em linha com a continuidade naquela organização,
manifestar vontade de evoluir e referir o que querem ou vão fazer para que
consigam merecer a confiança e o reconhecimento da organização para possíveis
“evoluções” profissionais.
• “Qual a remuneração que pretende/espera?”. Não fujas à resposta; na grande
maioria dos casos a tua resposta não deverá alterar a remuneração que já está
definida para o cargo em causa. Esta questão serve para aferir se o candidato
está enquadrado com a realidade. Valores muito baixos podem ser interpretados
como falta de competência ou inexperiência no ramo e valores muito elevados
interpretados como uma elevada probabilidade de frustração futura com a
remuneração a auferir. Procure investigar antecipadamente quanto “vale”
determinada função numa determinada região e num determinado tipo de
organização.
• “Quais as suas qualidades e quais as tuas vulnerabilidades (pontos fortes e
fracos ou a melhorar)?”. Uma resposta demasiado pronta passa a mensagem de
que a resposta a esta questão está ensaiada e que pode não ser fiel, por isso
pondera a forma como respondes. Não digas que não sabes qualidades ou
defeitos pois isso pode ser interpretado como falta de autoconhecimento, falsa
modéstia ou como uma tentativa de ocultar algo. Sempre que possível e desde
que seja real as qualidades devem estar directamente relacionadas com a função
a desempenhar e os defeitos não directamente relacionados. As qualidades
devem ser acompanhadas de um exemplo real onde estas se tenham
manifestado. Os defeitos devem estar acompanhados de uma justificação em

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como estes são contornáveis ou estão em fase de resolução. Evitar falsos


defeitos ou lugares comuns (perfeccionista, demasiado prestável, teimoso, etc.).
• “Gosta de trabalhar individualmente ou em grupo?”. Adapta a resposta ao que
a função exige, sem fugir à sua realidade. Dá exemplos e salienta o que gostas
mais e não o que não gostas/gostas menos.
• “Qual é a sua disponibilidade?”. Refere vários tipos de disponibilidades, tendo
em conta a realidade que te é apresentada (ex., disponibilidade para começar,
de tempo, rotatividade de horários, flexibilidade de horários, deslocação,
trabalho a partir de casa, fins de semana, “pós-laboral”, etc).
• “O que o atrai neste emprego?”. Mais uma vez tens oportunidade de
demonstrar conhecimento da empresa/entidade (que já tinhas e que adquiriste
na entrevista até então) e de relacionar o teu perfil com o perfil que procuram
para a função em questão.
• “Que mais-valias tem em relação aos outros entrevistados?”. Encontra o teu
ponto de diferenciação dos demais. Podem ser experiências profissionais ou
alguma formação específica que te dá determinada competência, podem ser
características pessoais que são importantes para a função, pode ter a ver com
questões geográficas ou de disponibilidade, ou mesmo a tua forte motivação.
• “Qual o seu estilo de trabalho?”. O mais importante é ligar as tuas reais
características de acção profissional (apenas profissional) às necessidades
implícitas na função a desempenhar ou organização.
• “Quer colocar alguma questão?”. Ao colocarmos questões estamos a
demonstrar interesse, valorização da oferta e proactividade. Podemos colocar
questões relacionadas com horários, dress code, local de trabalho, equipa,
chefias directas e indirectas, remuneração e regalias, etc.

Durante a entrevista, há uma série de comportamentos a evitar (e que são bastante


comuns – daí que a preparação seja fundamental para ter uma prestação exemplar):

• Esquecer de saudar
• Chegar demasiado cedo ou tarde
• Entrar ou sentar sem convite
• Não manter contacto visual

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• Fixar o olhar
• Postura muito diferente do entrevistador
• Ser muito diferente na aparência em comparação com os trabalhadores da
organização
• Não colocar questões ao entrevistador (em momento adequado)
• Identificar competências (auto-elogio) sem dar exemplos concretos
• Responder “à pressa”
• Divagar
• Não pedir para repetir uma questão que não se compreendeu e tentar adivinhar
• Apontar pontos fracos sem apresentar que este está resolvido ou em fase de
resolução
• Cortar a palavra ao entrevistador
• Inquietude
• “Brincar” com objectos
• Dizer mal de algo ou alguém
• Discurso negativista
• “Mendigar” trabalho
• Não conhecer bem a organização/cargo/realidade/região/…
• Não conhecer bem o seu CV
• Apresentação descuidada (roupa, mãos, unhas, barba, cabelo, …)

Recursos
Constrói o teu CV europass: https://europa.eu/europass/pt/create-europass-cv

Explora templates para CVs criativos: https://www.canva.com/pt_pt/

Recebe feedback da tua foto profissional: https://www.photofeeler.com/

Leitura recomendada, blog PsiCarreiras OPP “Use as suas próprias palavras”

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