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A Revolução Industrial e o

Sistema Econômico Capitalista


Hobsbawm Eric J. (2003)- A Era das Revoluções
Europa- 1789-1848
Rezende Cyro (2007) – História Econômica Geral
Beaud Michael(1989) – História do Capitalismo
Franco Jr, Hilário e Chacon, Pan (1990) – História Econômica
Geral
Landes, David S. (2005) – Prometeu Desacorrentado
Saes, Flávio e Saes, Alexandre(2013) – História Econômica Geral
Jacqueline Corá
Revolução Industrial: Final do Século XVIII (1780-
1840) – na Inglaterra
“..pela 1ª vez na história foram retirados os grilhões do poder produtivo
das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da
multiplicação rápida, constante , e até o presente ilimitada, de homens,
mercadorias e serviços”.

“partida para o crescimento auto-sustentado”.

“em 1780, todos os índices estatísticos deram uma guinada radical


brusca, repentina e quase vertical para a partida”.

“..transformação, rápida, fundamental e qualitativa..”

“..a Revolução Industrial não foi um episódio com princípio e fim. Sua
essência que é a mudança revolucionária se tornou norma desde
então.”
Jacqueline Corá
Não há consenso...
No século XX diversos estudos questionam o
caráter revolucionário da RI
Por um lado..indicadores quantitativos
inconclusivos;
Por outro, “ A RI foi um processo econômico e
social que adiciona mais do que a soma de suas
partes mensuráveis. O período viu a
especialização setorial de regiões e o
crescimento de economias regionais integradas.”
(Berg & Hudson, 1992)
Jacqueline Corá
No Século XVIII uma série de invenções
transformou a indústria de algodão da Inglaterra
e deu origem a um novo modo de produção –
sistema fabril.
A inovações da época estão agrupadas sob três
princípios:
A substituição da habilidade e do esforço humano
pelas máquinas (rápidas, precisas e incansáveis);
A substituição das fontes de energia naturais (animais,
água) pela máquina que converte calor em trabalho –
acesso suprimento ilimitado de energia;
Uso de matérias-primas novas e abundantes: minerais
–ferro, carvão.
Jacqueline Corá
Inovações = ganhos de produtividade =
elevação da renda per capita
autosustentato;
Economia e saber crescem = Produção de
um fluxo contínuo de investimentos e
inovações tecnológicas.
“As mudanças tecnológicas que
denotamos como “Revolução Industrial”
implicaram um rompimento mais drástico
do que qualquer outro fato desde a
invenção da roda.”Jacqueline
Landes, p. 44
Corá
Revolução Industrial na Inglaterra
• 1760 – importou 2,5 milhões de libras de
algodão cru para a indústria de tecidos zona
rural de Lancashire;
• 1787 – importou 22 milhões de libras; só perdia
para a lã; fibras são lavadas, cardadas e
enroladas em máquinas (algumas movidas a
mão, outras a água)
• 1830 – importou 366 milhões de libras –
manufatura do algodão a mais importante no
Reino Unido; sistemas fabris;
• Preço do fio caiu para 1/20 do preço anterior –
produtos de algodão ingleses eram vendidos no
mundo inteiro;
• Eram mais valiosas do que as exportações de lã;
• Produção do algodão era o símbolo da grandeza
industrial da Inglaterra.
Jacqueline Corá
Por que mudar?
A mudança tecnológica nunca é automática –
significa a substituição de métodos
estabelecidos – implica prejuízo ao capital
investido. Portanto, para mudar deve
apresentar:
Uma oportunidade de aperfeiçoamento pela
inadequação das técnicas usadas; ou pelo aumento
dos custos de fatores;
Uma superioridade dos novos métodos que cubra os
custos da mudança.

Jacqueline Corá
Empresa Trabalhador

Produção fabril implica mudança


mudança na rotina de trabalho
dos custos variáveis (mp e mo)
– mudança estilo de vida
para custos fixos (estrutura).

Sistema doméstico de produção:


custos eram variáveis - época de Completa separação dos meios
depressão interrompia de produção
facilmente a produção;

Fábrica – estrutura com custos Ritmo definido pela fábrica e sob


fixos – trabalhador assalariado – vigilância dos supervisores
situação que os empresários Fábrica – prisão,
achavam difícil aceitar. relógio - carcereiro

Jacqueline Corá
“Somente os mais significativos incentivos
poderiam ter persuadido os empresários a
empreender e aceitar essas mudanças: e
somente grandes progressos poderiam ter
superado a tenaz resistência dos
trabalhadores à mecanização.”
Landes, p. 45

Jacqueline Corá
Por que primeiro na Inglaterra?
Produção abundante de lã bruta – fibras longas para tecidos
mais leves;
Adaptava o produto superior as necessidades da demanda:
Produzia tecidos mais baratos e menos resistentes, mas
bons para alguns mercados- população “não nobre” que
imitava os hábitos desta;
Liberdade de inovação papel dos bancos e do crédito
Indústria rural livre das restrições das guildas ou
regulamentação do Estado;
Processo generalizado de urbanização – reflexo da
comercialização e industrialização avançada

Jacqueline Corá
Revolução Industrial: Mercado externo x interno
• Revolução Industrial leva a um aumento da produção que só
mercado interno não seria capaz de absorver sozinho (K. Berril)
• Avanço tecnológico requer tamanho mínimo de mercado
• mercado de um país só não suficiente
• Questão: exportações oscilaram no final do XVIII
 Dimensão e estabilidade do mercado interno (mais confiável)
são fundamentais para a acumulação de capital (David
Eversley); mas
 Variabilidade das exportações é estimulo à mudança
 Ondas de investimento e mudanças técnicas associados à
ondas de expansão das exportações
 Surtos de demanda (externos) criam problemas em
certas operações – aumento do poder do produtor
Incentivo à transformação tecnológica
Alterações nas condições de oferta
 Pressões de demanda existiram em outros lugares e tempos
sem provocar a Revolução Industrial.
 Talvez maior na GB, especialmente em alguns setores
 É importante observar como na Inglaterra ocorreu:

A invenção dos mecanismos


poupadores de mão de obra

A adoção destes mecanismos e sua


difusão pela indústria
Avanço das comunicações e aumento populacional e
desenvolvimento de novas cidades, renda média elevada e
crescente (país do pão branco) = Geração de um mercado interno
para consumir manufaturas;
Trabalhador inglês comia melhor e gastava menos com comida =
sobrar mais para outras coisas (sapatos de couro /tamancos
holandeses);
Salários 2 x maior que na França – produção em massa.
Iniciativa comercial não cerceada pela burocracia e por autoridades
(diferente da França);
Inexistência de barreiras alfandegárias internas criou um mercado
harmônico (na França – dividida em 3 partes havia barreiras);
Recursos públicos e privados p/ampliar sistema fluvial + novas
estradas e pontes ligavam os principais centros industriais – muitos
investimentos entre 1750-60;

Jacqueline Corá
Primazia da Inglaterra
Vastos capitais, principal centro financeiro do mundo;
Grande oferta de MO – menos de 6 milhões de habitantes
em 1700 e + de 9 milhões cem anos depois;
Grande oferta de MP (lã, ferro, carvão e algodão);
Mercado interno – Rev. Agrícola – elevou padrão de vida do
campesinato;
Mercado externo – expansão através das guerras (Sucessão
c/ a Espanha – recebe o estreito de Gibraltar, territórios na
América do Norte; Guerra dos 7 anos c/ França – amplia p/
Canadá, Flórida, América Central e Índia);
Sociedade liberal – rompe com o absolutismo monárquico
em 1689 (Revolução Gloriosa) – ascensão da burguesia ao
poder Jacqueline Corá
Sólida tradição marítima – não desviou energia para
formação de exército e para expansão territorial;
Principais mercados fora da Europa (avessa a
importação)
África –tecidos finos e leves cores vivas; ferragens baratas;
Nova Inglaterra (EUA): tecidos mais pesados e ferragens mais
resistentes;
Entre todos – não estavam interessados em artigos de luxo –
necessidade de baratear custos – mais escala e menos
diferenciação;
Necessidade de novos métodos de produção: uso do carvão no
lugar da madeira.
Decisões empresariais rápidas, racionais com base no ganho
econômico (não em hábitos e prestígio)
Buscar maior produtividade com a mesma mão de obra- máquinas
para substituir a falta de MO Jacqueline Corá
Fatores que levaram a R.I:
Dominação e exploração das colônias;
Aumento do comércio mundial;
Crescimento do fornecimento de produtos
básicos;
Crescimento dos mercados consumidores;
Cercamento dos campos (enclousures);
Primeira modernização agrícola que fornece MO –
(proletariado) e Matérias-primas;
Avanço do espírito científico e técnico aplicado à
produção – invenções;
Capitais disponíveis (comércio e da agricultura)
permitem a construção deCorá
Jacqueline fábricas.
Sistema Econômico Capitalista
Pré-condições a existência do capitalismo
Propriedade privada - Concentração dos meios de
produção- burguesia;
Trabalho assalariado – proletariado pg.139
Assegura a reprodução do capital dentro da esfera
produtiva;
Mais-valia – extração do excedente econômico –
desvincula o valor recebido do valor criado pelo
trabalho;
Dupla extração de excedente econômico: do trabalho
– salário e do consumo;
Inovações técnicas asseguram a produtividade e
ganho econômico pela mais valia.
Jacqueline Corá
Fatores que permitiram a R.I
1 -Acumulação primitiva de capital:
Concentração de grande massa de recursos nas
mãos de pequeno número de pessoas;
Formação de exército de indivíduos despossuídos de
bens e obrigados a vender sua força de trabalho;
Origem do capital que financia a R.I
Comercial -investimentos dos lucros
Agrícola – investimento dos lucros
Bancário – crédito p/ financiar as máquinas; reunir
capital e distribui-lo;
Industrial – autofinanciamento do processo

Jacqueline Corá
Fatores que permitiram a R.I
2 – Expansão demográfica:
Aumento da natalidade
Queda na mortalidade – avanços científicos
Aumento da produção
Inglaterra – 1700= 5,8 milhões; 1900= 38 milhões;
França – 1700= 19,2 milhões; 1900 = 38,9 milhões;
EUA – 1700= 2,5 milhões; 1900= 76 milhões;
Alemanha – 1700 = 12,6 milhões; 1900= 56,3.

Jacqueline Corá
Fatores que permitiram a R.I
3 – Revolução Agrícola
Inovações nas técnicas agrárias;
Terras passam a ser cercadas e privadas;
Pequenos proprietários passam a ser rendeiros de
grandes;
Aumento da produtividade: após 1700 o rendimento
foi 10x maior; pecuária – peso médio carneiro passou
de 17,5 kg para 36,8kg; boi de 161 para 368kg;
produção de leite de 765 lt/ano (1750) para 1500
lt/ano (1800)
R.A liberou MO, MP, melhorou alimentação das
pessoas, expansão demográfica, acumulação de
capital, mercado interno estável
Jacqueline Corá
Fatores que permitiram a R.I
4 – Transformações sociais e ideológicas
Individualismo e liberalismo – pensamento central na
mentalidade social;
Revolução de ideias – valorização do homem –
admitindo-se a propriedade privada;
Inovações tecnológicas feitas por técnicos –
valorização da capacidade humana;
Mudanças na estrutura social e política – Estado
Absolutista para o Estado Liberal;
Possibilidade e ascensão social e participação política
Surgimento da Escola Clássica –defensora do
liberalismo econômico – contrária ao mercantilismo.
Jacqueline Corá
Até onde o crescimento verificado com a RI é de
fato fruto de boas políticas do laissez faire ?
Visão clássica
Desde XVIII - - sucesso do laissez faire britânico (RI):
comprova superioridade das políticas de livre mercado
• Com estas políticas GB passou a França intervencionista
GB – arquiteto da nova ordem econômica mundial
Nova ordem é liberal
– Outros países seguiram exemplo da GB
– Além de exemplo da GB; teóricos liberais ajudam a difundir
vantagens do laissez faire
Ordem liberal
• Políticas internas de laissez faire
• Não restrição a fluxos (nacionais e internacionais) de capital,
mercadorias e pessoas
• Estabilidade econômica nacional e internacional
– Dada por Padrão Ouro e princípio do orçamento equilibrado
Até onde este crescimento é de fato fruto de boas
políticas do laissez faire ?
Como países enriqueceram de fato ?

“É um expediente muito comum e


inteligente de quem chegou ao topo
chutar a escada pela qual subiu a fim
de impedir os outros de fazerem o
mesmo . Não é outro o segredo da
doutrina cosmopolita de Adam Smith
e das tendências cosmopolitas de seu
contemporâneo William Pitty” (1848)
Friederich List
(1789 – 1846) Pai do argumento da industria nascente
“Qualquer nação que, valendo-se de taxas
protecionistas e restrições à navegação , tiver levado a
sua capacidade industrial e a sua navegação a um grau
de desenvolvimento que impeça as outras de
concorrerem livremente com ela não pode fazer coisa
com ela mais sabia, do que chutar a escada pela qual
ascendeu à grandeza, pregar os benefícios do livre
comércio e declarar em tom penitente, que até
recentemente vinha trilhando o caminho errado, mas
acaba de descobrir a grande verdade”
Inglaterra e a Revolução Industrial (de
novo...)
Tese de vários autores (Ha-Joon Chang)
GB adota políticas liberais depois de ter feito
diferença tecnológica
• História inglesa marcada por políticas de fomento à
manufatura (indústria têxtil) que depois são
esquecidas
– Em 1820 tarifas inglesas de importação atingem grande
numero de produtos, são altas e com grande desvio
padrão
– Efetivamente depois do fim das Corn Laws e dos acordos
de 1860 pouco produtos tributados, alíquotas zeradas
– Ressurgem no fim do XIX
As intervenções britânicas antes do XIX (1)
Século XVIII
legislação de 1721: exemplo de política tributária que
favorece setor produtivo nacional (mercantilista)
• Rebaixa tarifas de importação de matérias primas e
congêneres
– e/ou introduz reembolso aduaneiro para tarifas de importação
sobre matérias primas utilizados em bens exportados
• Forte elevação de impostos sobre importação de manufaturas
(selecionadas)
• Redução das tarifas de exportação de manufaturas
(especialmente se demanda elástica)
– e/ou introdução/ampliação de subsídios à exportação
Fim do XVIII (durante Revolução Industrial) – sistema
é ampliado
As intervenções britânicas antes do XIX (2)
Tudor: Desenvolvimento da indústria de produtos de lã
• Gradualista (secular) política de dificultar as exportações de lã bruta e
mesmo de manufaturas inacabadas
• “Importação” de mão de obra especializada
Controle fino produção de lã, desenvolvimento das manufaturas e
troca das exportações de produto básico por produto com Valor
adicionado
• Ampliação dos mercados
– Controle marítimos – acordos de navegação e Colônias
• Quebra de concorrentes:1700
– proibição de colônias exportarem manufaturas de lã – destrói manufaturas
irlandesas
– Proibição de se importar tecidos de algodão da Índia – impede avanço
– Quando produção têxtil inglesa entra em cena (inicio do XIX)
produção indu não enfrenta – (Índia vai importar 40% das
exportações inglesas de tecidos de algodão)
Reduções tarifárias importantes só aparecem em
meados do XIX
Vantagens já estabelecidas e produtores manufatureiros confiantes:
pressão por livre mercado
Primeira de 1833, mais forte com a abolição das corn laws (havia subido em
1815) e outros produtos manufaturados em 1846;
1860: nova rodada de redução
Fim da Corn law de 46: vitória da doutrina do laissez faire
• questões doutrinarias não pouco importante
• reduções afetam custo de produção inglesa (Matérias primas e wage goods)
• Alguns: “Imperialismo do livre comércio”: conter industrialização dos outros com
livre comércio, financiar aquisição de bens
– Ampliar vantagens nos outros países de produção de agrícolas e matérias
primas e desestimula avanço em manufaturas
– Estabelecer sistema de troca GB: países conseguem recursos com
vendas de matérias primas e alimentos para importar manufaturas
(ferrovias) britânicas – divisão internacional do trabalho
– Encarece alimentos e matérias primas para fornecedores – problemas de
vantagem relativa de produção de bens manufaturados
– Possibilita exportações de capitais ((pressão da city londrina)
“A Grã-Bretanha possuía as condições adequadas, onde mais de um
século se passará desde que o primeiro rei tinha sido formalmente
julgado e executado pelo povo e que o lucro privado e
desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos
objetivos da política governamental.”
Já havia resolvido o problema da questão agrária – proprietários com
“espírito comercial” monopolizavam a terra – empregando
arrendatários – atividades agrícolas dirigidas para o mercado;
Agricultura com capacidade para alimentar uma população em rápido
crescimento, gerar excedente de mão-de-obra para as cidades e
indústrias; fornecer mecanismo para a acumulação de capital para ser
usado pela indústria; excedente para exportações;
As manufaturas já estavam disseminadas pelo interior não feudal;
Capital social: frota mercante; portos; melhoria de estradas e vias
navegáveis;
“A política estava engatada ao lucro; o dinheiro não só falava como
governava” derrubou as ultimas resistências rurais entre 1785 e 1846.

Jacqueline Corá
Maior parte da Europa apresenta uma expansão econômica durante o
século XVIII que impulsiona as economias a vencer a barreira entre
que separa a economia pré-industrial da industrial;
Com as bases da industrialização lançadas eram necessários duas
coisas:
Uma indústria que oferecesse recompensas aos industriais para que ele
pudesse expandir sua produção rapidamente (lucro maior que o
comércio);
Um mercado mundial monopolizado por uma única nação produtora.
Com a industrialização iniciada na Grã-Bretanha facilitou o processo
para outros países pelos benefícios da rápida expansão econômica.
O sucesso britânico provou o que se podia conseguir com ele: os
outros países passaram a imitar e importar conhecimentos, técnicas e
capital;

Jacqueline Corá
Revolução Industrial Inglesa caracterizou-se por
um tripé:
Indústria têxtil – produção totalmente mecanizada
– voltada ao mercado externo (1830 = 50,8% das
exportações inglesas)
Siderurgia- emprego generalizado do ferro –
Ferrovias- construção civil – utensílios domésticos –
implementos agrícolas (1806 produção de 250
toneladas; 1850 = 2milhões de toneladas)
Mineração de carvão – combustível para a
máquina a vapor – uso extremo de mão-de-obra
infantil e da mulher (1830 = 16 milhões de
toneladas; 1850 = 50 milhões de toneladas)

Jacqueline Corá
Indústria algodoeira ligada à escravidão e ao
comércio colonial (Índia e EUA):
Algodão da Índia vendido para indústrias inglesas; tecido de
algodão inglês vendido para os plantadores na Índia;
Algodão dos EUA vendido para indústria inglesa; a partir de 1790
A exportação de tecidos(monopólio)para as colônias gera lucros
excepcionais; as exportações de tecidos de algodão representavam
50% do total, se o algodão florescia, a economia florescia;
Em 1820, após as guerras napoleônicas, a Europa passa a importar
os produtos ingleses;
Indústria britânica estabeleceu um monopólio por meio das
guerras, revoluções e pelo domínio imperial;
A América-latina torneou-se dependente dos produtos ingleses
durante as guerras napoleônicas e após a separação de Portugal e
Espanha;
A Índia, histórica exportadora de produtos de algodão foi
sistematicamente desindustrializada e passou a ser mercado desses
produtos ingleses;
Jacqueline Corá
A indústria têxtil(algodão) forneceu excelente lucratividade capaz de
motivar novos empresários a aderirem a ela, incentivando o
desenvolvimento de invenções e inovações nesta área que se
pagavam com rapidez;
A produção de tecidos de algodão foi a primeira indústria a se
revolucionar. Até 1830 foi a única indústria britânica em que
predominava a fábrica – de início a fiação e após 1815 a tecelagem.
Em 1833 essa indústria empregava 1,5 milhão de pessoas – embora
outros setores necessários como alimentos, cerâmicas, bebidas e
produtos domésticos, nenhum deles teve essa representatividade e
seu poder de transformação era muito menor – ex,. Cervejaria;
Antes de 1840, outros tipos de indústria e outras manufaturas tiveram
crescimento desprezível;
A expansão da indústria era financiada pela através dos lucros
correntes e da inflação que produzia lucros fantásticos;

Jacqueline Corá
Entre 1830 e 1840 – problemas de crescimento da
indústria algodoeira e a 1ª crise do capitalismo – não só
britânica;
Crise social: miséria e descontentamento –
trabalhadores pobres, pequena burguesia; exploração
da mão-de-obra, ricos acumulavam os lucros que
financiavam a industrialização; conflito com o
proletariado;
O pequeno comerciante, industrial, tinha dificuldades
em conseguir crédito fácil para financiar investimentos;
Entre 1815-1848 inúmeras revoltas eclodiram
Inglaterra, França e EUA;
Capitalismo puro: questões sociais só eram
preocupantes se viessem a ameaçar a ordem social;

Jacqueline Corá
Ferrovias: desenvolvem-se a partir da necessidade de
transportar o carvão – largamente utilizado na Europa –
principal fonte de energia – a custos reduzidos e em
grande quantidade. Surge na Inglaterra e logo atinge a
maioria dos países do mundo ocidental;
Ferrovias ligam os países; ampliam a capacidade de
transportar produtos; permitem a comunicação;
Ferrovias consumiam carvão, ferro, aço, maquinaria
pesada, mão-de-obra, investimentos de capital – serviu
para propiciar a demanda maciça por bens de capital
revolucionando essas industrias. As ferrovias, na sua
maioria foram construídas com capital britânico –
“coqueluche das ferrovias”, embora os lucros modestos
desse empreendimento foram uma alternativa para
empregar o capital abundante.
Jacqueline Corá
As primeiras duas gerações da revolução
industrial as classes ricas acumularam mais
dinheiro do que podiam gastar ou investir;
As classes médias economizavam e
continuavam a acumular embora a fome ao seu
redor. Necessitavam encontrar investimentos
lucrativos ( o capital disponível era cerca de 60
milhões de libras em 1840 – a indústria
algodoeira equivalia a 47 milhões em 1845);
Passaram a emprestar capital para o resto do
mundo, muitos não pagaram (sul-americanos e
norte-americanos) e o lucro foi inferior ao
esperado;
Jacqueline Corá
O papel do Estado na Industrialização
Adoção de medidas protecionistas;
Privilégios e os monopólios da política mercantilista;
Dá sustentação política e militar à expansão comercial e
colonial;
Reprime as revoltas operárias (pena de morte);
Proibe as coalizões operárias para aumentar salários e
qualquer outra melhoria do emprego;
Membros da aristocracia promovendo empresas
comerciais; mercadores tornando-se fabricantes;
fabricantes tornando-se banqueiros – detêm o
conjunto de negócios da Grã-Bretanha e direito de
voto – cujos interesses são defendidos.

Jacqueline Corá

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