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Períodos

Paleolítico,
Curso de Arquitetura e Urbanismo Mesolítico e
Neolítico/
Pré-história

ARQUITETURA E URBANISMO PRÉ-INDUSTRIAL


Arquitetura e Cidade: origem e evolução histórica. Períodos e assentamentos
pré-históricos. Monumentos megalíticos. Templos e casas comuns.

Profª Rosamônica da Fonseca Lamounier

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Os primórdios da arquitetura e das cidades | pré-história


Fazio, Moffett e Wodehouse
Pré-História se desenvolve:

~ 35.000 a.C. a 3.000 a.C. ao leste do Mediterrâneo


~ 3.500 a.C. Sumérios desenvolvem a escrita no Mapa Continente Europeu, Norte da África e Oriente Médio.
oriente Médio/ Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Fonte: GoogleMaps, 2021.
Eufrates (hoje Irã e Iraque)
~ 2.000 a.C. em partes da Europa Ocidental
~ 2.900-1.400 a.C. – Construção de Stonehenge
~ 3.000 a.C. – devido ao contato com a
Mesopotâmia, surge civilizações às margens do
Rio Nilo, o Egito.

As 2 regiões, Mesopotâmia e Egito, são


Consideradas os berços da
história e da arquitetura ocidentais. Mapa Centro da Europa, Leste da Europa e Oriente Médio.
Fonte: Fazio et Al., 2021.

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Os primitivos centros de civilização Os primórdios da arquitetura e das cidades | pré-história
Fazio, Moffett e Wodehouse
1º) Arqueólogos e historiadores interpretam evidências fragmentadas dos povos por meio de
cerâmicas e utensílios domésticos encontrados em locais espalhados por toda a Europa, Ásia e
África.

2º) O uso do carbono 14 radioativo, da termoluminescência e da análise dendrocronológica


(estudo dos anéis de crescimento das árvores) têm ajudado na datação dos artefatos

Vênus de Laussel, Escultura produzida no Cerâmica escandinava.


Figura de um touro. Gruta de Pech-Merle, França. período Paleolítico. Museu de Estocolmo, Suécia.
Museu de Saint-Germain-em-Laye, França.

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Os primórdios da arquitetura e das cidades | pré-história Assentamentos pré-históricos (leste europeu)


Fazio, Moffett e Wodehouse Fazio, Moffett e Wodehouse

Formas anônimas ou arquétipas (primeiro modelo de algo), mas distintas que


ajudam a compreender as respostas humanas a:

§ Ambientes particulares

§ Materiais de construção locais específicos


Perspectiva artística da sala do altar, Çatal
Hüyük, Turquia, cerca de 6.500-5.700 a.C.
§ Sistemas estruturais elementares, mas expressivos em termos de lógica Fonte: Fazio et Al.

Perspectiva artística das edificações, Çatal


§ Condições sociais primitivas, porém sutis Hüyük, Anatólia, cerca de 6.500-5.700 a.C.
Fonte: Fazio et Al.

Edificações tocam umas à outras, separadas por


pátios fechados, sem ruas. Moradias, oficinas,
santuários, todas acessadas pelas coberturas.

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Assentamentos pré-históricos (oeste europeu)
Fazio, Moffett e Wodehouse

Newgrange, Condado de Meath, Irlanda,


cerca de 3.100 a.C.
Entrada do Monumento para
galeria funerária e túmulo megalítico
(câmera mortuária) + Vista aérea.

Grandes rochas decoradas cercam


o perímetro da colina (D=90m e H=11m)

Fonte: wikipedia.org
Casa típica de Catal Huyuk.
Fonte: Fazio et Al. *descrição p.31.

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Plantas e Cortes, túmulo e galeria funerária de Newgrange, Condado


de Meath, Irlanda, cerca de 3.000 a.C.
Câmara cruciforme acessada por longa passagem de pedras

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A Irlanda é rica em
Origens da arquitetura?
túmulos megalíticos (mais
de 500 sítios megalíticos): Menir, Caverna e/ou Cabana?
José Ramón Alonso Pereira
§ Manifestação de Símbolos físicos das arte, do abrigo e da racionalidade construtiva
reverência aos § Cabana: foco efetivo do desenvolvimento da atividade arquitetônica
ancestrais § Menir e Caverna: arquiteturas primárias ou iniciais da humanidade
§ Meio de demarcar
territórios

Imagem aérea de Newgrange,


Condado de Meath, Irlanda,

Fonte: GoogleEarth, 2021. Menir Caverna Cabana primitiva


Fonte: https://maqueteseletronicas-arquitetura.blogspot.com Fonte: Vitruvius

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Menir, Caverna e Cabana Monumentos Megalíticos


José Ramón Alonso Pereira (do grego mega = grande; lithos = pedra)
MENIR

§ monumento mais primitivo, mais simples e há mais tempo em utilização ou § MENHIR


elaboração
§ DÓLMEN
§ Arquitetura como símbolo, signo, significação, não habitável, mas com capacidade
comunicativa intrínseca § LICHAVEN

§ Qualquer monolítico cravado no chão § CROMLECH

§ Desenvolvimento máximo = monólito pré-histórico

§ Monumento megalítico. Ex. dólmen ou estruturas trilíticas Menhir na região de Carnac, França. Cerca do 3º milênio a.C.

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MENHIR DÓLMEN (do bretão: dol = mesa; men = pedra)
(do celta men = pedra; hir = comprida) Formado de várias pedras erguidas (esteios), fincadas no solo, com uma
grande laje horizontal apoiada sobre elas.
São pedras erguidas verticalmente e fincadas no solo, toscas ou
parcialmente trabalhadas, isoladas ou agrupadas em múltiplos
alinhamentos.
Monumentos comemorativos/ finalidade religiosa/outros

O Dólmen foi uma das primeiras expressões


arquitetônicas e, possivelmente, teve função
religiosa/ túmulos. Este exemplar se localiza no
sul da Itália.
Menhires na Ilha de Páscoa Menhires no interior da França.

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LICHAVEN (do bretão) CROMLECH (do bretão: crom = curva; lech = lugar)
Conjunto de duas pedras erguidas (esteios) e de uma terceira deitada sobre Nome dado a alinhamentos circulares de menhires. Às vezes em torno de uma pedra
elas. central ou de um dólmen.

Stonehenge, região de Salisbury, Inglaterra. Stonehenge, região de Salisbury a oeste de Londres. Cerca de 2750 – 1500 a.C.

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§ Uma das mais famosas
construções megalíticas

§ 3 fases de construções
distintas de 2.900 a.C. a 1.400
a.C.

§ Projeto sofisticado e de escala


gigantesca que parece ir além
da capacidade dos povos pré-
históricos.

§ Explicações passadas variadas


(obra de gigantes; mágicos;
imigrantes do Mar Egeu e até
de extraterrestres)

§ Observatório para determinar


solstícios e prever eclipses
Stonehenge lunares e solares; relação
(Planície de Salisbury, Grã-Bretanha) simbólico com o firmamento –
Monólito pré-histórico auge da capacidade de
construção e de observação
Fonte: history.com científica

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O TRANSPORTE DAS PEDRAS


BOLTSHAUSER sugere que o transporte poderia ter sido feito por tração animal ou
§ As pedras (doloritas), com peso humana, sobre roletes ou trenó.
variando entre 5 e 35 toneladas, Acredita-se também que estas pedras poderiam ser transportadas durante o inverno,
não existem na região. quando o gelo facilitaria o deslizamento.

§ Acredita-se que tenham sido


trazidas do País de Gales,
transportadas por mais de 300km
de distância até o terreno e pela
água e arrastadas por terra na
última etapa da jornada. BOLTSHAUSER, João. História da Arquitetura. Vol. 1. Belo Horizonte: EAU/UFMG, 1969. P. 23.

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O uso de aterros também pode ter ajudado
na ereção das pedras maiores, que
deslizariam por uma rampa até o furo da
fundação.

Quanto aos Dólmens, o aterro também


pode ter ajudado na colocação da pedra
horizontal.

Coluna de Trajano, Foro de Roma Torre Eiffel, Paris Obelisco Praça 7, Belo Horizonte
Ano 113 Ano 1889 Ano: 1922
Alt.: 30m Alt.: 324m Alt.: 13,57m
Fonte: pt.wikipedia.org Fonte: pt.wikipedia.org Fonte: em.com.br

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Menir, Caverna e Cabana


José Ramón Alonso Pereira
CAVERNA
§ Arquitetura como abrigo, necessidade de abrigar, se habitar, se se proteger de um
mundo agressivo

§ Em si não é arquitetura, mas pode transcender a sua condição geológica natural e


ter a função de uma habitação

§ Pinturas como sinais de caverna habitada pelo homem pré-histórico


THOLOI DROMOS
§ Dá lugar às primeiras manifestações arquitetônicas de caráter permanente: Caverna artificial em Micenas, Grécia
Continental (TESOURO DE ATREU). Plantas e
sepulcros; cavernas totêmicas (que cultuava símbolos ancestrais – objeto, animais, Cortes, túmulo e galeria funerária.
plantas etc., algo longínquo, sobrenatural e divino) e funerárias (casa dos mortos) H=13,4m; D=14,6m.

Fonte: Fazio
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Referência Contemporânea
Cidade da Cultura em Santiago de Compostela, 2001-2011, de Peter Eisenman
Fonte: Archidaily.

Caverna artificial em Micenas, Grécia


Continental (TESOURO DE ATREU). Plantas e
Cortes, túmulo e galeria funerária.

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Primeira diferenciação entre cobertura e fechamento, que permitir definir e articular


Menir, Caverna e Cabana | José Ramón Alonso racionalmente duas famílias construtivas: uma vertical e outra horizontal – suporte
Pereira e cobertura.
CABANA
§ Início do Neolítico, clima glacial se atenua, homem sai da caverna, Materiais mais usados: barro, pedra e madeira.
direciona suas atividades ao exterior, novos métodos de subsistência,
novos modos de vida, novos modos de morar. Descobrimento Barro: cozido (tijolo) ou seco ao sol (adobe). Técnica: alvenaria. Terra apisoada: taipa
progressivo de formas e materiais para confecção de objetos utilitários de pilão.
– aumento da produção de alimentos – cultivo da terra Pedra: técnica é a cantaria. Arte de cortá-la: estereotomia. Alvenaria com pedras
grandes: alvenaria ciclópica (sem argamassa).
§ Planta circular, telhado de palha sustentado por vigas de madeira – Madeira: técnica é a carpintaria.
atuais palhoças

§ Estaca, corda e tecido (tecidos sobre as cordas estendidas ~


construções chinesas ~ barracas de campismo contemporâneas.

§ A cabana é a edificação. A caverna é a história da edificação Croqui Oscar Niemeyer


[José Ramón]

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PRÉ-HISTÓRIA ZIGURATES
LESTE EUROPEU/ CABANA (templos/colunas artificiais sagradas, criados pelos sumérios e comuns para os
babilônios e assírios. 2 a 7 bases retangulares, quadradas ou ovais )
Dentre as cabanas mais antigas estão aquelas em sítios arqueológicos no
§ Templo urbano, elevado sobre uma colina artificial escalonada.
planalto central da Rússia (atual Ucrânia) por volta de 14.000 a.C.. A maior
§ Construído com tijolos secos ao sol (adobe) e solidificados com betume, feixes de
casa foi construída de ossadas de mamutes e toras de pinheiro com
junco ou corda e revestidos por tijolos cozidos.
revestimentos de peles de animais e uma fogueira central. FAZIO et Al.
§ Base retangular, muros inclinados para dentro numa série de plataformas
sucessivas (terraços) até um templo alto no topo
OESTE EUROPEU/ CONSTRUÇÕES MEGALÍTICAS

As mais significativas conquistas na arquitetura pré-histórica foram as


construções megalíticas, compostas por grandes pedras ou matações
(megálito = pedra grande).

⟹ observatórios astronômicos
⟹ túmulos comunitários para as classes privilegiadas Zigurate de Ur.
Fonte: Fazio et Al.

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Zigurate de Ur, Mesopotâmia (Iraque), aprox. 2.100 a.C. Cidade de Ur, Mesopotâmia (Iraque), cerca de 2.100 a.C.

§ Escadaria central dá acesso ao templo – para aproximar o templo dos deuses (são 3
escadarias que convergem numa torre de entrada na altura da 1ª plataforma).
Lanços mais curtos levam ao 2º e 3º terraço, os quais apenas os sacerdotes tinham
acesso.
§ Base 60x40m. Altura ~21m

Cidade de Ur.
Fonte: Fazio et Al.

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Reconstituição do Zigurate de Ur
Cerca de 2300 a.C.

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PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DA AULA

FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. A história da


arquitetura mundial. 3 Ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.

PEREIRA, José Ramón Alonso. Introdução à História da Arquitetura - das Origens


ao Século XXI. Porto Alegre: Bookman, 2009.

BOLTSHAUSER, João. História da Arquitetura. Belo Horizonte: EAUFMG, 1969.


[volumes I-VI]

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