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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA

Projeto de Investigação de Mestrado


Condições de segurança e higiene em ginásios
Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos

DISCENTE: ARTUR JORGE DA SILVA SANTOS

ORIENTADORA: PROFESSORA DOUTORA MARINA ALMEIDA SILVA

Mestrado em Segurança e Higiene do Trabalho

(esta versão inclui as críticas e sugestões feitas pelo júri)

Lisboa, 2020
INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA

Projeto de Investigação de Mestrado


Condições de segurança e higiene em ginásios
Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos

DISCENTE: ARTUR JORGE DA SILVA SANTOS

ORIENTADORA: PROFESSORA DOUTORA MARINA ALMEIDA SILVA

Mestrado em Segurança e Higiene do Trabalho

(esta versão inclui as críticas e sugestões feitas pelo júri)

Lisboa, 2020
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

“Prevenir é Agir”
(desconhecido)

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Dedicado aos meus Pais

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Agradecimentos

À minha orientadora de projeto de investigação professora doutora Marina Almeida Silva,


por aceitar a orientação deste trabalho, pela disponibilidade, apoio, incentivo e sua
insistência em não esquecer que apesar de todos os constrangimentos atuais, existia este
projeto para seguir em frente.
O meu muito obrigado.

À minha diretora de curso de mestrado professora doutora Carla Viegas, que sempre
apoiou até ao término desta “maratona”, pelos seus conselhos, sugestões e paciência. O
meu muito obrigado por ter estado sempre presente e nunca falhou em qualquer das
frentes.

Ao meu orientador de estágio de mestrado professor doutor Luís Fortunato, pela


orientação inicial que auxiliou na rampa de lançamento no tema do trabalho para o projeto
de investigação, o meu muito obrigado.

Agradeço aos meus colegas de turma, pela constante boa disposição, conselhos,
sugestões, partilha de conhecimentos, risadas dentro e fora das aulas, na camaradagem,
na cumplicidade. Jamais serão esquecidos.

Ao restante corpo de docentes que integrou o plano curricular deste mestrado, agradeço
os vossos ensinamentos e exemplos profissionais e pessoais que passaram para me
tornar melhor e bem-sucedido no futuro, o meu muito obrigado.

Um agradecimento especial aos meus queridos Pais o apoio incondicional mostrado de


todas as formas a partir do momento em que decidi iniciar este mestrado. Para mim serão
sempre os meus heróis. Agradeço muito os bons princípios que me transmitiram, a
educação, a inspiração e os ensinamentos pelos quais me oriento até aos dias de hoje.

Por último agradeço a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a
realização deste percurso académico.

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Resumo

O presente projeto de investigação aborda o tema “Condições de Segurança e Higiene em


Ginásios - Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos” e a sua
aplicação no contexto dos Técnicos Superiores de Segurança e Higiene do Trabalho
(TSSHT).

A preferência deste tema relaciona-se com o facto de não existir em Portugal uma
ferramenta direcionada à avaliação dos riscos laborais no setor dos ginásios, ao dispor dos
TSSHT que queiram cumprir a sua função, particularmente e/ou através da contratação de
outrem.

Até ao momento os trabalhadores dos ginásios estão menos informados e desprotegidos


dos riscos de eventuais acidentes de trabalho a que estão expostos, diariamente, que
podem ocorrer, desde a “chegada” da indústria do fitness ao território nacional pela década
de oitenta.

Com a atual proposta de ferramenta focada na saúde e bem-estar dos trabalhadores dos
ginásios, as entidades empregadoras ficam mais sensibilizadas para analisar as
circunstâncias e condições de trabalho a que os seus trabalhadores ou colaboradores
estão expostos. Esta ferramenta tem o intuito de alertar, informar e referenciar os riscos
nos diversos contextos no setor dos ginásios, de modo a eliminar ou minimizá-los através
dos princípios da promoção da segurança e saúde no trabalho.
Assim, é necessária a aplicação da ferramenta de avaliação de riscos nos ginásios
portugueses pelo bem de todos.

Este projeto de investigação foi elaborado e apoiado através por uma revisão bibliográfica
entre obras literárias técnicas, artigos técnico-científicos, diplomas legais, normas
portuguesas e europeias.

Palavras-chave: Proposta, segurança, higiene, trabalho, ferramenta de avaliação de


riscos, ginásio, lista de verificação.

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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Abstract

This research project addresses the topic "Safety and Hygiene Conditions in Gymnasiums -
Risk Assessment Tool Preparation Proposal" and its application in the context of the
Occupational Safety and Hygiene Technicians (Técnicos Superiores de Segurança e
Higiene do Trabalho - TSSHT).

The preference of this topic is related to the fact that in Portugal there is not a tool aimed at
the assessment of labour risks in the gymnasium sector, available to TSSHT who want to
fulfil their function, on a privade basis and/or through the hiring of others.

Up to now, gym workers are less informed and unprotected of the risks of possible
occupational accidents to which they are exposed on a daily basis, which may occur since
the "arrival" of the fitness industry in the national territory in the eighties.

With the current proposal for a tool focused on the health and well-being of gym workers,
employers become more aware of the circumstances and working conditions to which their
workers or employees are exposed. This tool aims to alert, inform, and reference the risks
in the different contexts in the gymnasium sector, to eliminate or minimize them through the
principles of promoting safety and health at work.

Therefore, it is necessary to apply the risk assessment tool in Portuguese gyms for the
good of all.

This research project was elaborated and supported by a bibliographic review among
technical literary works, technical-scientific articles, legal diplomas, Portuguese and
European standards.

Keywords: Proposal, safety, hygiene, work, risk assessment tool, gym, checklist.

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Índice geral
Agradecimentos ...................................................................................................... iii

Resumo ................................................................................................................... iv

Abstract .................................................................................................................... v

Lista de Abreviaturas/Siglas .................................................................................... ix

Definições Operacionais ........................................................................................... x

Introdução ................................................................................................................ 1

CAPÍTULO 1. Problemática da Investigação ........................................................ 3

1. Problemática da Investigação ............................................................................... 4

1.1 Enquadramento do tema e sua pertinência ................................................. 5

1.2 Objetivos do Projeto de Investigação .......................................................... 9

CAPÍTULO 2. Metodologia ................................................................................. 11

2. Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos em Ginásios ... 12

2.1 Fundamento teórico das questões que compõem a ferramenta .................... 13

CAPÍTULO 3. Ferramenta de Avaliação de Riscos ............................................. 14

3. Ferramenta de Avaliação de Riscos - Fundamento técnico e científico .............. 15

3.1 Utilização de Máquinas e Equipamentos ...................................................... 15

3.2 Quedas ao Mesmo Nível............................................................................... 19

3.3 Eletricidade (riscos elétricos) ........................................................................ 21

3.4 Agentes Físicos ............................................................................................ 22

3.4.1 Ruído ..................................................................................................... 22

3.4.2 Ambiente Térmico .................................................................................. 24

3.4.3 Iluminação.............................................................................................. 24

3.4.4 Radiações .............................................................................................. 25

3.4.5 Qualidade do Ar Interior ......................................................................... 26

3.5 Substâncias Químicas .................................................................................. 29

3.6 Agentes Biológicos ....................................................................................... 31

3.7 Incêndio e Explosão...................................................................................... 33

3.8 Condições dos Postos de Trabalho .............................................................. 35

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3.9 Condições Ambientais do Trabalho .............................................................. 37

3.10 Fatores Psicossociais e Organizativos ........................................................ 40

3.11 Conflitos no Ambiente de Trabalho ............................................................. 43

3.12 Formação Específica dos Trabalhadores .................................................... 45

3.13 Prevenção e Combate a Epidemias e Pandemias ...................................... 49

4. Conclusão .......................................................................................................... 53

5. Considerações Finais ......................................................................................... 55

6. Referências Bibliográficas .................................................................................. 56

6.1 Artigos/Revistas Científicas .......................................................................... 59

6.2 Documentos Regulamentares ....................................................................... 60

6.3 Normas Portuguesas e Europeias ................................................................ 63

6.4 Portais e documentos (consultados) ............................................................. 64

6.5 Diário da República - coronavírus SARS-CoV-2 (consultados) ..................... 66

6.6 Outras plataformas digitais (consultadas) ..................................................... 66

APÊNDICE ............................................................................................................. 69

Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos em ginásios ........... 69

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Índice de Tabelas
Tabela 1 - Número de Acidentes de Trabalho nos Ginásios (2013-2017) Fonte:
GEP/MTSSS (2020)............................................................................................................. 6
Tabela 2 - Exemplo de calendarização de "Plano de Manutenção dos Equipamentos". .... 16
Tabela 3 - Exemplo de ficha detalhada de manutenção por cada equipamento................. 17
Tabela 4 - Diferenças entre Educação e Formação (Fonte: Cunha, M. 2012). ................... 48
Tabela 5 - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos em ginásios. .... 76

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Lista de Abreviaturas/Siglas

AESST - Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho


APA - Agência Portuguesa do Ambiente
APSEI - Associação Portuguesa de Segurança
ARSLVT - Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
CEN - Comité Europeu de Normalização
CENELEC - Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica
CUF - Companhia de União Fabril
DGS - Direção Geral de Saúde
DSP - Departamento de Saúde Pública
EPI - Equipamento de Proteção Individual
ESTeSL - Escola Superior de Tecnologia e Saúde Lisboa
GEP - Gabinete de Estratégia e Planeamento
IENT - Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações
IGAS - Inspeção Geral das Atividades de Saúde
INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica
IPQ - Instituto Português da Qualidade
ISO - International Organization for Standardization (Organização Internacional de
Normalização)
LMELT - Lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho
MTSSS - Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
OiRA - Online Interactive Risk Assessment
OIT - Organização Internacional do Trabalho
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONN - Organismos Nacionais de Normalização
PEFARG - Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos em Ginásios
PVS - Programa de Vigilância Sanitária
QAI - Qualidade do Ar Interior
RTIEBT - Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão
SNS - Serviço Nacional de Saúde
SST - Segurança e Saúde no Trabalho
TSSHT - Técnicos Superiores de Segurança e Higiene do Trabalho
UE - União Europeia
USP - Unidades de Saúde Pública

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Definições Operacionais

Instalações Desportivas - Segundo o Artigo n.º2, do Decreto-Lei n.º 141/2009 de 16 de


Junho, “entende-se por instalação desportiva o espaço edificado ou conjunto de espaços
resultantes de construção fixa e permanente, organizados para a prática de atividades
desportivas, que incluem as áreas de prática e as áreas anexas para os serviços de apoio
e instalações complementares”.

Ginásio - Salas de desporto abertas ao público dotadas de equipamento para o treino da


força, sobretudo, para a prática do culturismo, da musculação, ou atividades afins, bem
como as destinadas ao desenvolvimento, manutenção e ou recuperação da condição
física, nomeadamente, para a prática da ginástica, manutenção, aeróbica, ou atividades
idênticas. São locais onde se promove a saúde, bem-estar físico e psicológico e qualidade
de vida, bem como outros serviços (ROCHA, R. et al. 2007).

Health Club (Clube de Saúde) – Salas de desporto, com dimensões superiores ao


Ginásio, abertas ao público, dotadas de equipamento para treino de força, especialmente,
para a prática do culturismo, da musculação ou atividades afins, bem como destinadas ao
desenvolvimento, manutenção ou recuperação da condição física, designadamente, para a
prática da ginástica, aeróbica ou outras semelhantes. São locais onde se promove a
saúde, bem-estar físico e psicológico e qualidade de vida, bem como outros serviços
(ROCHA, R. et al. 2007).

Local de Trabalho - O Decreto-Lei n.º 347/93, de 1 de outubro, define local de trabalho


como todo o local destinado a implantação de postos de trabalho, situado quer em
edifícios, quer em outros locais da empresa ou de estabelecimento a que o trabalhador
tenha acesso no exercício das suas funções.

Lista de Verificação (avaliação) - O termo lista de verificação ou checklist define-se,


como a verificação metódica de todas as etapas de um procedimento para que este se
desenvolva com o máximo de segurança (Santos, J. 2011).

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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Fitness (Estar em boa forma física) - Capacidade para realizar atividade física a um nível
moderado a elevado, sem causar fadiga imprópria, e a faculdade de manter essa
capacidade ao longo da vida (ROCHA, R. et al. 2007).

Atividade Física – É qualquer movimento realizado pela musculatura esquelética do corpo


(os principais músculos), que resulte no gasto energético acima dos valores de repouso1
(Direção Geral de Saúde, 2020).

Prevenção - Ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de


disposições ou medidas que devem ser tomadas no licenciamento e em todas as fases de
atividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço (Rodrigues, C. 2006).

Trabalhador - Pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar serviço a um


empregador, incluindo a Administração Pública, os institutos públicos e demais pessoas
coletivas de direito público, bem como o estagiário e o aprendiz e os que estejam na
dependência económica do empregador em razão dos meios de trabalho e do resultado da
sua atividade, embora não titulares de uma relação jurídica de emprego, público ou privado
(Rodrigues, C. 2006).

Componentes materiais do trabalho - Os locais de trabalho, o ambiente de trabalho, as


ferramentas, as máquinas e materiais, as substâncias e agentes químicos, físicos e
biológicos, os processos de trabalho e a organização do trabalho (Rodrigues, C. 2006).

1
A Organização Mundial de Saúde identificou a inatividade física como o quarto principal fator de risco para a mortalidade
em todo o mundo.

xi
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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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Introdução
O presente projeto de investigação enquadra-se no trabalho final de curso do Mestrado em
Segurança e Higiene do Trabalho, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa,
ministrada pelo Instituto Politécnico de Lisboa, subordinado ao tema - “Condições de
Segurança e Higiene em Ginásios: Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação
de Riscos”, e a sua aplicação no serviço dos Técnicos Superiores de Segurança e Higiene
do Trabalho.

Esta ferramenta é focada nas condições de trabalho dos trabalhadores do setor dos
ginásios e surge na sequência da seguinte questão:

“Que ferramenta utilizar no serviço dos TSSHT em Portugal, no setor dos ginásios?”.

A preocupação com as condições de trabalho e com a saúde dos trabalhadores foi


esporádica ao longo da História.

Em Portugal, o estado da situação da Segurança e Higiene do Trabalho não é a mais


desejável, apesar do muito trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por parte das
instituições oficiais. Esta realidade é explicada segundo o Conselho Europeu, no Relatório
do Comité Europeu dos Direitos Sociais do Conselho da Europa de 2019, e atribui a uma
diminuição de inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), de 359 em
2012, para 307 em 2015, que se refletem no número das empresas inspecionadas (de
15.446, para 3.949, no mesmo período). Tal facto refere que Portugal é um dos países da
União Europeia com mais acidentes no trabalho, abrangendo os fatais e não fatais. Os
inspetores envolvidos em ações de inspeção e fiscalização são cada vez menos, e as leis
não são cumpridas em conformidade.

Longínquos vão os tempos em que a segurança e a higiene do trabalho eram vistos como
algo exagerado, ou contraproducente aos avanços ou desenvolvimentos laborais.

Apesar do conhecimento generalizado sobre as vantagens na saúde física e mental pelas


boas práticas laborais, que previnem o bem-estar mais precioso nas entidades que são os
seus recursos humanos, aliando a formação com a informação aos trabalhadores (Rocha,
R. & Neves, M. 2019), ainda “hoje” se denotam falhas no campo da não preocupação
relativamente aos trabalhadores que se lesionam fisicamente ou adquirem doenças que se
manifestam a longo prazo, por falta de condições de trabalho, como é referido pelo

1
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Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas


Públicas Concessionárias e Afins, em publicação de 12 de novembro de 2018.

Nos últimos anos, tem havido alteração desta situação. Existe cada vez mais a crença de
que a melhor solução para este problema, reside na sensibilização para um
comportamento da prevenção laboral, tornando a adesão à segurança e higiene do
trabalho num tema atual, onde o conceito “segurança do trabalho” se tem feito sentir ao
nível da elaboração, implementação e avaliação de planos que visam a proteção da saúde
dos trabalhadores (Neal, A., & Griffin, M. A. 2004).

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CAPÍTULO 1.
Problemática da
Investigação

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1. Problemática da Investigação

“A literatura existente em Portugal parece evidenciar muitas lacunas, no que respeita às


instalações para a prática de atividade física, nomeadamente na segurança e higiene dos
trabalhadores no setor dos ginásios”. (ROCHA, R. et al. 2007).

Atualmente há um aumento elevado da sociedade na procura do bem-estar físico e


psicológico, através da atividade física na rua ou em espaços fechados como os ginásios,
ou health clubs. Em Portugal é observável a olho nu esse crescimento, e verificado em
dados estatísticos segundo a AGAP/Portugal Ativo (Associação Portuguesa de Fitness),
refere que em 2016 a abertura de novos ginásios aumentou 14%, relativamente ao
ano de 2015. A mesma fonte menciona que “o ano de 2019 foi caraterizado pela
abertura de mais 10% dos Clubes face a 2018, e os cerca de 1100 Clubes terão sido
frequentados por 688.210 praticantes, maioritariamente mulheres (57%), um número
superior a 2018 em 16%. Este aumento de 16% de praticantes é justificado pelas Cadeias
(= angariações + reinscrições - cancelamentos), o tipo de Clubes [por exemplo: Fitness Hut
com 25 ginásios, Holmes Place com 19, Solinca com 16, e o Vivafit com 25 Franchising]
que mais contribuíram para o crescimento do número de praticantes”.

Segundo Constantino (2002), o crescimento de infraestruturas desportivas deveu-se,


sobretudo, às iniciativas e incentivos dos municípios a nível nacional que procuraram
dotar as respetivas comunidades de espaços para a prática desportiva.

Todavia o aumento deriva do fácil acesso à informação digital, televisiva, de jornais,


revistas e promoções outdoor em cada esquina, para a prática desportiva saudável. E
ainda da sensibilização médica à prática de atividade física por motivos de saúde.
É um facto, que na legislação portuguesa não existem diplomas legais especificamente
direcionados aos ginásios, ou salas de desporto que contribuam para um alicerçado
fundamento de apoio às condições de segurança e higiene dos trabalhadores nestas
áreas, e neste meio o Estado português falha.

A Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos em Ginásios (PEFARG)


é apoiada, na Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, que define o “Regime jurídico da
promoção da segurança e saúde no trabalho”, existente em Portugal, que se tenta adequar
a estes espaços de prática de atividade física. O suporte documental também se apoia em

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Diretivas da União Europeia, normas europeias, Diretiva-Quadro relativa à Segurança e


Saúde no Trabalho (Diretiva 89/391/CEE) (SST)2.

Há ainda o constrangimento de existirem poucas referências bibliográficas, no que


concerne aos trabalhadores da área do desporto (nos ginásios) para fundamento do
instrumento que se pretende desenvolver neste projeto de investigação.

1.1 Enquadramento do tema e sua pertinência

A presente proposta de ferramenta de trabalho é demonstrada neste projeto de


investigação, de modo a ir ao encontro das necessidades ocupacionais nos espaços
desportivos fechados, como é o caso dos ginásios em Portugal. É urgente sensibilizar os
empresários e dirigentes das instituições públicas e privadas que detêm espaços
desportivos nas infraestruturas da sua responsabilidade, para os riscos dos trabalhadores.

De acordo com Miguel (2014), a segurança é um conceito fundamentalmente ligado ao ser


humano, individual ou socialmente ambicionada. A evolução histórica da segurança como
sinónimo de Prevenção de Acidentes evoluiu de forma crescente, englobando números
cada vez maiores nos fatores e atividades, desde as primeiras ações de recuperação de
lesões, até a um conceito mais abrangente onde se procurou a prevenção das eventuais
circunstâncias geradoras de consequências indesejadas no trabalhador.

Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), 2020, o recente surgimento repentino, a nível
mundial, da pandemia do novo Corona Vírus, designado por Covid-193, surge numa
dinâmica epidemiológica onde há ainda muitas dúvidas médicas e científicas quanto às
características deste vírus, na forma de adequar a melhor prevenção, ou uma vacina
infalível que torne o ser humano imune ao vírus (NAIK, K. et al., 2019).

As ações preventivas neste contexto são urgentes e de necessidade rápida e eficiente.

Os espaços de treinos são construídos para oferecer o bem-estar global aos seus
utilizadores. No entanto, é primordial que tais instalações não só proporcionem conforto

2
“A diretiva-Quadro europeia relativa à saúde e segurança no trabalho (Diretiva 89/391/CEE), adotada em 1989, marcou
uma importante etapa na melhoria da saúde e segurança no trabalho. Garante preceitos mínimos de saúde e segurança em
toda a Europa, embora os Estados-Membros tenham a opção de manter ou estabelecer medidas mais exigentes” (AESST,
2020).

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aos clientes, mas também equilibrem e salvaguardem os trabalhadores na segurança e


higiene dos mesmos espaços, nos quais exercem a sua atividade profissional diariamente.
De acordo com a Academias e Ginásios de Portugal, com dados de 2018 em território
nacional existem aproximadamente 1.100 ginásios, que empregam 6.224 trabalhadores.
Os trabalhadores do setor dos ginásios caraterizam-se por instrutores (equipa técnica e do
exercício), e pelo staff (administração, receção, BackOffice, comerciais, manutenção e
limpeza).

Segundo dados estatísticos do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), do Ministério


do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), compreendidos entre os anos
civis de 2013 a 2017 (5 anos), houve relevantes acidentes de trabalho a registar. Esta
informação sobre acidentes de trabalho baseou-se em fontes das participações dos
acidentes de trabalho cedidas pelas empresas às Companhias de Seguros, sendo a
consequência mortal avaliada não apenas no local de trabalho, como acontece com a
ACT, mas no decorrer de um ano após o acidente e na consequência deste. O facto
implica que os dados de um determinado ano sejam apenas “fechados” no início do ano
seguinte, havendo depois todo o trabalho de apuramento da informação.

Na tabela 1 é exposto o número de acidentes por cada ano civil, entre 2013 e 2017:

Acidentes de Trabalho ocorridos na atividade económica


"9313 - Atividades de ginásio (fitness)"

Ano Civil 2013 2014 2015 2016 2017 Somatório Média anual Média mensal
Total 112 89 81 129 77 488 97,6 8,13
Tabela 1 - Número de Acidentes de Trabalho nos Ginásios (2013-2017) Fonte: GEP/MTSSS (2020).

Conforme demonstra a tabela 1, no espaço temporal de 5 anos com circunstâncias


acidentais nos ginásios denota-se relevância nos números apresentados de acidentes de
trabalho, que se aproximam dos 500.

As questões relacionadas com a saúde e a segurança do trabalho, especificamente nos


ginásios, foram a base para o desenvolvimento deste projeto de investigação avançarem,
nomeadamente, com a existência dos seguintes problemas:

1) As instalações de atividade física poderão não estar a cumprir as regras de segurança e


higiene do trabalho na sua totalidade;
2) As principais diretrizes da promoção de segurança e higiene em ginásios podem não
estar bem estruturadas;

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3) De acordo com o GEP, do MTSSS, há significativos acidentes de trabalho no setor dos


ginásios;
4) A inexistência a nível nacional de uma ferramenta de trabalho, de verificação de riscos
laborais nos ginásios em Portugal, disponível na Autoridade para as Condições de
Trabalho (ACT), e a ausência na Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
(AESST), ao serviço dos TSSHT, outras entidades, e ou pessoas singulares com interesse
nesta especificidade.

Desta forma, a necessidade de existir uma ferramenta de trabalho para avaliação de riscos
no setor de ginásios em Portugal, é imprescindível.

Segundo Miguel (2014), as avaliações das condições de trabalho são sem dúvida
pertinentes ao desenvolvimento das condições ocupacionais em qualquer área laboral.

Segundo Santos e Correia (2011), a indústria do fitness nasceu em Portugal na década de


oitenta e diversificou-se ao longo de quase 40 anos. Neste contexto, e de acordo com os
desafios e mudanças que se colocam ao seu desenvolvimento, considera-se relevante a
compreensão desta indústria. Urge identificar e analisar as mudanças estratégicas vividas
ao longo da sua história.

Segundo Marivoet (2001), tanto na sua dimensão em termos de quantidade de oferta de


locais de práticas para a atividade física, como na procura por variados motivos, tais como,
pela condição física e saúde, o aspeto corporal, o gosto pelo desporto, o lazer, e o
convívio, foram determinantes no apelo à prática do exercício físico.

Segundo Brito (2014), a modalidade de praticar atividade física em recintos fechados ou


delimitados em zonas de exterior, agora muito em voga o caso dos ginásios, por
concentrarem diversas áreas de exercício em modo singular ou coletivo, merecem atenção
e cuidados a ter para o bem-estar de todos os seus frequentadores, e particularmente dos
trabalhadores. Conforme, existem condições de treino para os clientes dos ginásios, terão
de existir indubitavelmente, vários conjuntos de princípios preventivos que se destinem a
assegurar os objetivos laborais de condições seguras de trabalho dos mesmos espaços.
Listam-se conceitos a ter em consideração para registo e anotação:
 Segurança e saúde do trabalho;
 Prevenção de riscos profissionais;
 Organização da prevenção;
 Prevenção de doenças profissionais;

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 Prevenção de acidentes de trabalho;


 Prevenção a atos e ou condições inseguras;
 Plano de evacuação em caso de emergência ou catástrofe natural.

É desejável a harmonia entre as condições de treino para quem frequenta os ginásios, e as


áreas ocupacionais seguras para os trabalhadores que orientam e prescrevem planos de
exercício físico mais adequados a cada cliente.

A conceção da ferramenta de avaliação de riscos laborais e suas conformidades, com


planeamento e organização na aplicação específica para práticas de campo dos TSSHT,
no setor dos ginásios, é urgente. A existência deste instrumento de trabalho, será benéfico
para avaliar a qualidade das condições de trabalho das mulheres e homens que todos dias
se dedicam à saúde e bem-estar de quem os procura.

Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (AESST), 2020,


através da plataforma Online Interactive Risk Assessment (OiRA) está disponível uma
ferramenta em formato digital produzida pela Letónia, sendo um país recente na União
Europeia (2004). É o único Estado Membro detentor de uma ferramenta como lista de
verificação das condições de segurança e higiene dos trabalhadores dos ginásios a nível
europeu, atualmente. A ferramenta disponível de origem letã é um modelo da cultura desse
país que contêm diferenças educacionais, hábitos e costumes distintos dos da população
portuguesa.

Segundo Marivoet (2001), a prática desportiva em Portugal identifica-se como um hábito


cultural, decorrente da aquisição de valores que prestigiam a cultura física, (…) e de igual
modo está diretamente proporcional ao nível de escolaridade, de responsabilidade e de
qualificação dos grupos sociais. Relacionado com a escolaridade, o grupo social constitui
igualmente uma variável sociocultural que estrutura a prática desportiva. Então, as
pessoas que estão inseridas em famílias onde as profissões requerem maiores níveis de
qualificação e responsabilidade são, as que apresentam níveis de participação desportiva,
abrangência de modalidades, fidelidade e organização da prática desportiva mais elevada.

A atual proposta basear-se-á nos diplomas legais portugueses e normas europeias,


sensibilizando as entidades empregadoras para a segurança e higiene do trabalho dos
trabalhadores no setor dos ginásios.
A proposta de construção de ferramenta de lista de avaliação de conformidades em
segurança e higiene dos ginásios é direcionada para o registo de pontos fracos, e sua

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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correção para o bom funcionamento da organização e utilização de áreas ocupacionais. A


ferramenta de verificação de causas orientará posteriormente TSSHT, empresários,
diretores técnicos e desportivos dos espaços de treinos físicos, para eventuais elaborações
de regulamentos internos de utilização de equipamentos e procedimentos seguros destes
espaços.
O presente projeto de investigação é de caráter de proposta e pretende contribuir para a
criação exequível de uma ferramenta de trabalho que não existe em Portugal. A ferramenta
será disponibilizada para criar melhores condições de trabalho aos TSSHT, defendendo os
interesses na saúde ocupacional dos trabalhadores no setor dos ginásios.

1.2 Objetivos do Projeto de Investigação

Este projeto visa aumentar a capacidade de trabalho, competência, organização e resposta


dos TSSHT, em contextos ocupacionais de campo. A ferramenta orienta e estrutura as
conformidades, por assuntos nos fatores de segurança e higiene praticados nos ginásios,
com a construção de um instrumento modelo prático para análise e registo de eventuais
riscos ou atos/condições inseguras nos postos de trabalho dos trabalhadores.
Objetivos específicos:
a) Identificar carências de segurança e higiene em ginásios;
b) Identificar as melhores práticas existentes;
c) Desenvolver uma ferramenta de avaliação de riscos;
d) Em parceria com os docentes da ESTeSL, disponibilizar a ferramenta de trabalho à ACT
e submeter à AESST - OiRA.

Tendo em consideração que não existe em território português uma ferramenta certificada
que auxilie os TSSHT na especificidade dos locais de trabalho como os ginásios, é
necessária a sua construção em prol do bem-estar físico e psicológico dos seus
trabalhadores.

Esta ferramenta irá prevenir eventuais acidentes ou incidentes de trabalho, selecionando,


referenciando e avaliando o nível de perigosidade que cada situação e circunstância
provocarão, evitando, com sinalização, substituição, e/ou com a reorganização
restruturando o espaço ocupacional.

Este modelo de ferramenta propõe uma utilização em forma de orientação estruturada para
assinalar as não conformidades nos ginásios como locais ocupacionais. Os TSSHT terão o

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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trabalho organizado por especificidades de riscos nas suas tarefas laborais. Este formato
de ferramenta irá permitir uma leitura simples e clara da informação disponível e
localizada, específicas de cada ginásio, permitindo o não esquecimento de classificações
que podem mudar a qualidade de vida dos trabalhadores no seu local de trabalho.

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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CAPÍTULO 2. Metodologia

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2. Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos


em Ginásios

Com base na ferramenta disponível na OiRA, e no Guías para la Acción Preventiva –


Evaluación de Riesgos, do Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo de
Madrid (2003), é produzida uma estrutura de lista de verificação de conformidades
semelhante, mas adequada à realidade encontrada nos ginásios portugueses. A
ferramenta de trabalho é denominada por “Proposta de Elaboração de Ferramenta de
Avaliação dos Riscos do Trabalho em Ginásios” (PEFARG).

A OiRA é uma plataforma digital criada pela AESST, e que fornece ferramentas setoriais
disponíveis para utilização em micro e pequenas empresas na execução da avaliação de
riscos, que coopera na apreciação documentada e adequada às suas necessidades, em
cada área laboral distinta.

Na AESST, a acessibilidade às ferramentas é gratuita e estas podem ser facilmente


acedidas, através da hiperligação que se pretende. Cada hiperligação está acompanhada
de uma breve descrição da ferramenta e do nome do parceiro OiRA que a desenvolveu. É
possível pesquisar ferramentas por país, língua e setor.

A ferramenta desenvolvida neste projeto de investigação é destinada à aplicação prática


no setor dos ginásios. Os locais de trabalho em ginásios podem ser caracterizados por
vários fatores de risco, do trabalho em diversas pessoas, incluindo as de limitações
motoras, e por longas horas de trabalho, tensão na voz, tarefas fisicamente exigentes,
como movimentação de cargas pesadas, entre outras funções. A ferramenta começa com
a identificação de perigos a ter em atenção. Posteriormente permite que os TSSHT
mencionem as ações preventivas mais adequadas para eliminar ou reduzir os riscos
ocupacionais.

A ferramenta incluiu conselhos sobre redução do stress e fadiga, ergonomia, segurança


física dos funcionários, trabalho com clientes e promoção da saúde no local de trabalho. As
ferramentas e as soluções propostas permitem que os trabalhadores evitem acidentes de
trabalho e reduzam a carga física exercida na área laboral. Refere as vantagens que os
trabalhadores devem praticar como principais inícios de proteção contra incêndio, entre
outras prevenções. O uso da ferramenta pode contribuir para manter os trabalhadores
saudáveis, motivados e com boa capacidade de trabalho (AESST, 2020).

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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2.1 Fundamento teórico das questões que compõem a ferramenta

A ferramenta é construída para auxiliar a prática na área laboral dos TSSHT. O seu
fundamento é baseado nos diplomas legais, obras literárias técnicas e artigos científicos
reconhecidos nacional e internacionalmente, que se relacionam com os locais de trabalho
no geral, e com o setor dos ginásios, e espaços de treinos em áreas cobertas, privados ou
públicos.

Esta ferramenta permite a consolidação do trabalho dos TSSHT em defesa e segurança


dos trabalhadores eventualmente menos protegidos, menos informados, e menos
sensibilizados para os riscos a que estão expostos. Também no caso dos dirigentes,
empresários proprietários de ginásios, que adquirem informações de prevenção para
melhorar as condições de trabalho proporcionadas aos seus trabalhadores.

A proposta de ferramenta de avaliação e verificação constata causas e ajuda a elaborar


regulamentos internos de utilização dos espaços, manuais operacionais, à reorganização
ou reposicionamentos de máquinas e equipamentos nos ginásios, delimitações de acessos
desimpedidos dentro das áreas laborais, para prevenção de atos inseguros por falta de
informação, ou formação dos trabalhadores.

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CAPÍTULO 3. Ferramenta
de Avaliação de Riscos

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3. Ferramenta de Avaliação de Riscos - Fundamento técnico e


científico

A construção desta ferramenta visa sensibilizar os empresários privados, e dirigentes das


instituições públicas e privadas que detêm espaços desportivos nas infraestruturas de sua
responsabilidade, para os riscos dos seus trabalhadores, em particular no setor dos
ginásios. Estes espaços desportivos são feitos para oferecer o bem-estar global aos seus
utilizadores, com a devida qualidade do serviço prestado que engloba múltiplos meios,
como os recursos humanos, no que concerne à qualificação, formação, competência, e
desempenho, e às instalações com certificação, no contexto da segurança, higiene,
acessibilidade e espaços de apoio, entre outros recursos que apontam para a garantia da
segurança e higiene dos trabalhadores.

A prevenção dos riscos ocupacionais é uma especificidade que tem o objetivo de fornecer
diretrizes para a avaliação de riscos, na maioria dos locais de trabalho (Miguel, 2014).

A elaboração desta ferramenta direcionada e focada nos TSSHT vai de encontro à


inexistência a nível nacional no setor dos ginásios que localize, registe, quantifique e
qualifique os perigos no local de trabalho. A ferramenta capacitará os profissionais da
segurança e higiene com a competência apropriada a esta área ocupacional, das
condições laborais nos ginásios.

3.1 Utilização de Máquinas e Equipamentos

Segundo Brito (2014), é inevitável abordar o local de treinos físicos como o “ginásio”, sem
associar a utilização de equipamentos nas suas mais variadas formas e características
particulares no exercício dos diversos grupos musculares, para os quais são vocacionados.

O manuseamento seguro dos equipamentos de treino fora do contexto de utilizador final


“trabalhador e/ou cliente”, deverá ser único e exclusivamente manipulado por um técnico
especializado e certificado (Decreto-Lei n.º 50/2005 de 25 de Fevereiro do Ministério das
Atividades Económicas e do Trabalho, 2005). Para garantir a segurança de utilização dos
equipamentos é determinante seguir as instruções dos fabricantes nos aspetos de
montagem, fixação e manutenção para o seu funcionamento correto.

De acordo com Brito (2014), a participação de todos os trabalhadores é fundamental a uma


cultura de segurança e higiene, no entanto, é necessário a existência de regulamentos de

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manutenção e limpeza, e de rotinas de verificação. O plano de manutenção dos diferentes


equipamentos deve estar definido e registado.

Segundo Brito, J. (2014) em cada situação de manutenção deve existir uma lista de
verificações a efetuar.

Na tabela 2, exemplifica-se um modelo de plano de manutenção de equipamentos (Brito, J.


2014).
Plano de Manutenção dos Equipamentos (Ano 2020)
Equipamento Equipamento Equipamento Equipamento Equipamento Equipamento
(A) (B) (C) (D) (E) (F)
Janeiro  __/__/___  __/__/___  __/__/___  __/__/___  __/__/___  __/__/___
Fevereiro __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Março __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___

Verificações Mensais
Abril __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Maio __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Junho __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Julho __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Agosto __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Setembro __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Outubro __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Novembro __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___
Dezembro __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___ __/__/___

Anotações:____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
(Em anexo folha detalhada de manutenção por equipamento*)
Tabela 2 - Exemplo de calendarização de "Plano de Manutenção dos Equipamentos".

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A tabela 3 demonstra um exemplo individual para cada equipamento ou máquina, focado


nas suas características particulares, com o registo do seu historial de funcionamento a
cada manutenção e intervenção.

Equipamento (__)
Data ___/___/____
Localização física: ___________________________

Reparação: Substituição: Observações:


Sim  ______________________
Cabo 
Não  ______________________
Sim  ______________________
Calibração Correia 
Não  ______________________
Sim  ______________________
Corrente 
Não  ______________________
Sim  Sim  ______________________
Visor digital ______________________
Não  Não 
Sim  Sim  ______________________
Motherboard ______________________
Não  Não 
Óleo Sim  Local: ______________________
Lubrificante Não 
Sim  Colocação:
Pilhas novas? Marca:
Não  ____/_____/_______
Aperto de Sim 
Local:
parafusos Não 
Problema Sim 
Local:
elétrico Não 
Problema Sim 
mecânico Não 
Comandos de Obs:
Sim 
paragem de
Não 
emergência
Alteração de De: Para:
localização
Anotações gerais:_____________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Empresa prestadora do serviço: Técnico especializado certificado:

___________________________ ____________________________

Tabela 3 - Exemplo de ficha detalhada de manutenção por cada equipamento.

Segundo Tharret e Peterson (2006), a aquisição de máquinas e equipamentos, desportivos


de suporte às atividades físicas é indispensável para a utilização dos trabalhadores dos
ginásios. Fazendo parte do leque de ferramentas no setor que compõem o
apetrechamento destes locais de trabalho. As salas de exercício são espaços de

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vanguarda dos ginásios equipadas com máquinas maiores e com outros equipamentos de
porte menor.

Segundo Franco, e Santos, (1999), a sala onde decorrem as atividades de manutenção


física devem reunir um determinado número de características, de modo que as dinâmicas
se desenrolem nas melhores condições possíveis, nomeadamente as dimensões dos
espaços, a ventilação, a acústica, os espelhos e o pavimento.

Os equipamentos desportivos só devem ser adquiridos os que cumpram os requisitos de


segurança e higiene da União Europeia, de marcação CE.

Segundo a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a marcação CE de


conformidade foi criada para garantir às autoridades nacionais e aos consumidores que os
produtos respeitam os requisitos essenciais em matéria de segurança e proteção da
saúde. Uma vez que nos produtos, a marcação CE constitui uma declaração da pessoa
singular ou coletiva de que o produto está conforme com todas as disposições aplicáveis e
que foi objeto dos processos de avaliação de conformidade adequados. E cabe aos
organismos designados por Organismos Notificados proceder à avaliação da conformidade
dos produtos.

As normas harmonizadas são desenvolvidas por organismos europeus de normalização


reconhecidos, como são exemplos: o Comité Europeu de Normalização (CEN), o Comité
Europeu de Normalização Eletrotécnica (CENELEC) e o Instituto Europeu de
Normalização das Telecomunicações (ETSI). Tais organismos permitem que os produtos
sejam fabricados seguindo normas harmonizadas que garantam a conformidade com as
regras da União Europeia (UE) correspondentes, é a isto que se chama estar em
conformidade.

Segundo a Your Europe (2020), a nível nacional, o processo de normalização é gerido


pelos organismos nacionais de normalização (ONN), que adotam e publicam normas no
seu país. Os organismos nacionais de normalização têm a função de transpor as normas
europeias para o sistema nacional e revogam as normas nacionais incompatíveis.

Segundo o Regulamento (CE) n.º 596/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho de 18


de Junho de 2009, e a Diretiva 2009/127/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 21
de Outubro de 2009, as máquinas e os equipamentos têm que estar em conformidade com
as normas da Comunidade Europeia.

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Segundo Brito (2014), os dispositivos de segurança e proteção das máquinas devem ser
robustos e fixos, concebidos de forma há possível manutenção e sua conservação sem
gerar riscos adicionais. A sua localização nos espaços não pode ocasionar riscos
complementares, ou ficarem em áreas de acessos de pessoas. Devem permitir ao
trabalhador a visualização quando são utilizados.

Todos os equipamentos devem estar corretamente fixos ou estáveis no pavimento (Brito, J.


2014).

As zonas em que existam possíveis movimentos de equipamentos que possam


eventualmente sobressair da sua área exclusiva, devem estar devidamente sinalizadas e
identificadas.

Segundo Brito (2014), os equipamentos devem ser alvo de manutenções periódicas no


sentido de se verificar o seu funcionamento seguro, e de inspeções adicionais sempre que
seja detetada alguma anomalia por movimento ou por ruido, ou por falta de utilização
prolongada, bem como e acompanhados de instruções em português.

Segundo a Lei n.º 79/2019, de 02 de setembro, do Artigo 13º, n. º2, alínea b) – Regime
Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (versão atualizada), refere o
seguinte:
“(…)
2 - Toda a pessoa singular ou coletiva que importe, venda, alugue, ceda a qualquer título
ou coloque em exposição máquinas, aparelhos, ferramentas ou instalações para utilização
profissional deve:
(…)
b) Tomar as medidas necessárias para que às máquinas, aos aparelhos, às ferramentas
ou às instalações para utilização profissional sejam anexadas instruções, em português,
quanto à montagem, à utilização, à conservação e à reparação das mesmas, em que se
especifique, em particular, como devem proceder os trabalhadores incumbidos dessas
tarefas, de forma a prevenir riscos para a sua segurança e a sua saúde e de outras
pessoas”.

3.2 Quedas ao Mesmo Nível

Segundo a ACT (2020), as quedas ao mesmo nível são um risco presente em todos os
contextos laborais. Locais onde existem circulação de pessoas, ou movimento de
máquinas, haverá sempre a suscetibilidade de eventuais quedas, por descuido, por falta de

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sinalização de perigos, por falta de iluminação natural ou artificial, por pavimento irregular
ou escorregadio, ou se os trabalhadores usam calçado inadequado no seu exercício de
funções.

De acordo com a ACT (2020), baseado em dados do Eurostat de 2013, 19% dos acidentes
de trabalho graves que ocorreram em Portugal em 2013 tiveram na sua origem um
tropeção ou um escorregão. Em 2013, 5% dos acidentes de trabalho tiveram origem em
circunstâncias de tropeçar e escorregar.

Segundo a ACT (2020), os acidentes com quedas ao mesmo nível ocorreram na


construção civil, e equivaleram a 36% das ocorrências. De acordo com a ACT (2014), os
acidentes que aconteceram em indústrias transformadoras tiveram na casa dos 19%, e
10% no comércio de produtos ou serviços. Estes acidentes apresentam elevados custos
humanos e económicos. Uma simples queda, um tropeção ou um escorregão pode ser
fatal. Segundo a ACT (2020), é importante que sejam levadas a cabo intervenções
inspetivas aos locais de trabalho, promovendo a implementação da cultura de avaliação de
risco que contemplem a normalização de situações irregulares detetadas e a diminuição da
sinistralidade laboral relacionada com as quedas ao mesmo nível.

Nos ginásios, o estado de conservação do pavimento pode e deve ser inspecionado


semanalmente. As placas de receção dos pesos constituídas por borracha vulcanizada
devem estar unidas e em boas condições, sem rasgos ou desgastadas. As plataformas de
suporte dos pesos livres (alteres) para arrumação dos mesmos devem estar em bom
estado de conservação, sem lascas, sem buracos, sem parafusos ou rebites salientes
(Brito, 2014).

A prevenção de acidentes por tropeções poderá ser essencialmente, nos próprios


equipamentos de exercícios, ou por alteres que se encontrem em utilização provisória por
outros clientes no pavimento, fora do suporte de arrumação, ou mesmo desarrumados.

Outro ponto que não deve ser descurado é, o facto dos trabalhadores dos ginásios se
equiparem com calçado desportivo antiderrapante adequado ao seu exercício de funções
(Rocha, et al. 2007).

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3.3 Eletricidade (riscos elétricos)

Os espaços dos ginásios são apetrechados normalmente com equipamentos que só


funcionam com corrente elétrica, principalmente as máquinas para exercícios
cardiovasculares. Em contexto das infraestruturas elétricas, são os quadros elétricos que
suportam o funcionamento desses equipamentos, e é imperativo o estado de
funcionamento com a potência adequada, como a conservação dos cabos de corrente que
ligam as máquinas às tomadas elétricas.

O risco de contacto com a corrente elétrica define-se como a probabilidade de circulação


de corrente elétrica através do corpo humano.

Segundo Miguel (2014), a segurança elétrica poderá ser definida como um processo com a
finalidade de minimizar ou eliminar o risco de incidente elétrico ou uma lesão provocada
pelas energias elétrica e eletromagnética.

Segundo a Associação Portuguesa de Segurança (APSEI)4, a utilização da eletricidade


obriga a vários cuidados, e se os procedimentos de segurança são descurados os atos
podem causar não só danos patrimoniais, como ser fatais ou provocar lesões irreversíveis.

De acordo com a APSEI (2020), a maioria dos acidentes elétricos está relacionada com a
falta de informação, ou negligência, de quem trabalha e utiliza recursos elétricos. As
Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão (RTIEBT), estabelecidas
pela Portaria n.º 949-A/2006 de 11 de setembro, definem as normas pelas quais a
exploração das instalações elétricas e sua utilização de energia devem ser reguladas.

Os riscos elétricos resultam do contacto entre pessoas com a corrente elétrica, que podem
acontecer de forma direta, ou indireta, com consequências que resultam em queimaduras
graves ou mesmo em morte.

Contacto Direto: Acontece quando um indivíduo entra em contacto com uma parte ativa de
um circuito que está sob tensão, com a mão ou com algum tipo de ferramenta.
Contacto Indireto: Acontece quando um indivíduo entra em contacto com áreas metálicas
de máquinas por descuido que estão sob tensão. Ocorre, por exemplo, quando se toca na
cobertura metálica de uma máquina elétrica que por deficiência no isolamento está sob
tensão elétrica. Este tipo de contacto decorre de falhas no isolamento dos equipamentos

4
Associação Portuguesa de Segurança - https://www.apsei.org.pt/apsei/ambito-organizacao/

21
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elétricos, geralmente causados pelo envelhecimento ou detioração (APSEI, 2020; Miguel,


A. 2014).

Em legislação de Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão, há o


seguinte:
“Portaria n.º 949-A/2006, de 11 de setembro - Estabelece que as Regras Técnicas das
Instalações Elétricas de Baixa Tensão são aprovadas por portaria do ministro que tutela a
área da economia, sob proposta do diretor-geral de Geologia e Energia”.

3.4 Agentes Físicos

Segundo Rocha e Neves (2019), consideram-se Agentes Físicos todas as formas de


energia presentes dentro da atividade de trabalho e que possam colocar o trabalhador
exposto em forma de risco. Como são exemplo, o ruído, as vibrações, o ambiente térmico,
iluminação, a radiação, e a qualidade do ar interior.

No ambiente de trabalho no setor dos ginásios, destacam-se, o ruído, o ambiente térmico,


a iluminação, e radiação, e a qualidade do ar interior.

3.4.1 Ruído
Quando se pensa em espaços como os ginásios, há uma ligação próxima aos ambientes
de entretenimento aliados à promoção da saúde. No entanto, no ambiente de trabalho do
ginásio é frequente a presença de níveis sonoros que podem provocar lesões auditivas nos
trabalhadores.

Segundo Seco et al. (2019), o ruído é um dos agentes físicos mais comuns encontrado no
ambiente de trabalho dos ginásios, tendo um potencial enorme para provocar alterações
na saúde e bem-estar dos trabalhadores. Proteger-nos do ruído é muito importante por
mais que o ruído ainda pareça um detalhe de luxo na proteção ao meio ambiente
ocupacional e da saúde. Em Portugal os índices de ruído são elevadíssimos.

Segundo Miguel (2014), o ruído constitui uma causa de incómodo para o trabalho, um
obstáculo às comunicações verbais e sonoras, ao provocar fadiga geral, e em último caso,
traumas auditivos. Qualquer fonte sonora emite uma determinada potência acústica,
característica e de valor fixo, relacionada com a saída da mesma. As vibrações sonoras
originadas pela fonte têm, valores variáveis, dependentes de fatores externos, tais como a
distância e orientação do recetor, variações de temperatura, localização, entre outros. (…)

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O decibel (dB) é, por definição, o logaritmo da razão entre o valor medido e um valor de
referência padronizado e correspondente, à mais pequena variação da pressão sonora que
um ouvido humano normal pode distinguir nas condições normais de audição. De acordo
com a norma portuguesa NP 1730:1996.

De acordo com Rocha e Neves (2019), o som é um distúrbio de moléculas de um


determinado meio elástico que se propaga com a compressão e rarefação simultânea das
ondas. (…) Quando o som possui uma combinação não harmoniosa, é incómodo ou
indesejável, podendo-se definir este som como ruído. O ruído é considerado uma
sensação sonora indesejável, podendo ser considerado como um som presente no
ambiente que afeta a produtividade, conforto, bem-estar e saúde. A mistura dos sons em
frequências distintas é uma das principais características do ruído e os fatores que podem
fazer com que o som se torne um ruído desagradável, nomeadamente, o tempo de
exposição, o nível de exposição, a frequência, os tipos de ruído, a distância da fonte
geradora do ruído e a suscetibilidade individual de cada trabalhador.

Segundo Rocha e Neves (2019), o ruído existente no local de trabalho pode provocar
situações que afetam a segurança auditiva dos trabalhadores, como por exemplo, os
ventiladores, ou equipamentos que produzem sons musicais sem limitadores decibéis
máximos para o conforto auditivo.

Segundo Barreira e Carvalho (2007), as exposições a determinados níveis de ruído por


tempo indefinido podem causar para além do fator de incómodo, podem provocar
dificuldades na execução do exercício físico tornando-se por vezes um risco para a saúde
podendo resultar em redução da sensibilidade de audição. Outro aspeto negativo será o
efeito do ruído nos sistemas extra auditivos: aceleração da pulsação, aumento da pressão
sanguínea, estreitamento dos vasos sanguíneos, sobrecarga no coração, tensões
musculares, alterações no sistema nervoso central e no aparelho vestibular levando a
alterações de comportamento (nervosismo, fadiga mental, dores de cabeça, enxaquecas,
insónias, depressões nervosas ansiedade, entre outros). Os riscos acústicos nos ginásios
constituem relevante preocupação neste tipo de espaços onde devido às fontes sonoras
dos sistemas de som (aparelhagens) se instalam níveis elevados de ruído ocupacionais.

Segundo Felícia e Nazaré (2019), a perda auditiva devido à exposição ao ruído no local de
trabalho é um problema de saúde pública. Estudos indicam que mais da metade dos
trabalhadores do setor dos ginásios apresentam sintomas de perda auditiva que interferem
na qualidade de vida. A exposição ao som elevado de músicas nos ginásios durante a

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atividade ocupacional por longos períodos, pode desenvolver perdas auditivas graves que
se manifestam a médio e longo prazo por doenças ocupacionais. Tal fato prende-se por
não usarem o EPI adequado quando se encontram no exercício de funções. E por
determinados ginásios não apresentem isolamento acústico apropriado na estrutura do
espaço/edifício.

A Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro,


adotou prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos
trabalhadores aos riscos devidos ao ruído. Desta forma a diretiva foi transposta para o
Decreto-Lei n.º182/2006, de 6 de janeiro.

3.4.2 Ambiente Térmico


Segundo Brito (2014), no setor do ginásio a temperatura do local de trabalho deverá estar
confortável para os trabalhadores.

De acordo com Miguel (2014), o conforto interliga grandezas físicas, como a temperatura
do ar, a humidade do ar, a velocidade do ar, e o calor radiante.

Segundo Brito (2014), o ginásio é um local de atividade laboral que tem de respeitar uma
temperatura confortável a quem faz atividade física intensa. A sua temperatura deve ser
compreendida entre os 20ºC e os 22ºC, e a humidade inferior a 60% (Brito, 2014).

Segundo Rocha et al. (2007), é referido que a temperatura ambiente nas zonas de
exercício sejam 15ºC a 21ºC no inverno, entre 18ºC a 26ºC na estação de verão, a
temperatura ambiente nas zonas de apoio: mínima 18ºC / máxima 26ºC. Segundo a
American College of Sports Medicine (1997), recomenda a temperatura entre os 16ºC e os
21ºC.

Nos ginásios dependendo do tipo de instalação (áreas) e construção do edifício os fatores


ambientais a controlar são diversos. No entanto, o sistema de ar condicionado controlável
é feito através do sistema AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado), a
temperatura e a humidade existentes fazem parte do conforto térmico.

3.4.3 Iluminação
Cerca de 80% dos estímulos sensoriais são de natureza ótica. Os olhos desempenham,
um papel essencial no controlo dos movimentos e atividades laborais dos trabalhadores.

24
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Por a falta de iluminação natural ou artificial nos espaços ou passagens de pessoas nos
locais de trabalho podem existir incidentes ou acidentes durante a atividade laboral.

Segundo Miguel (2014), uma iluminação adequada é imprescindível para a obtenção de


um bom ambiente de trabalho. A sua falta resulta em consequências graves, tais como,
menor produtividade e aumento do número de acidentes.

Segundo Rocha et al. (2007), no setor dos ginásios, as áreas destinadas à atividade física,
as estruturas de iluminação artificial devem garantir as melhores condições de visibilidade
e segurança dos trabalhadores.

3.4.4 Radiações
Segundo Miguel (2014), o Homem está exposto a radiações desde a sua existência. A
principal radiação é visível e proveniente do Sol, acompanhados de radiação invisível, os
raios ultravioletas e os infravermelhos.
Segundo a Companhia de União Fabril (CUF) (2020), as radiações são ondas
eletromagnéticas, como são exemplo as ondas de raio X.

De acordo com Rocha e Neves (2019), a radiação é entendida como sendo o processo de
transmissão de energia através do espaço. (...) A transmissão de energia pode fazer-se
através de partículas, e não é necessária a presença de matéria para a sua propagação,
que se designa por radiação corpuscular (feixe de partículas). A energia também pode ser
transmitida por ondas, como por exemplo a radiação mecânica e a eletromagnética. O
exemplo de radiação mecânica são as ondas sonoras. A radiação eletromagnética contém
em simultâneo uma componente elétrica e magnética.

Segundo Rocha e Neves (2019), dentro das radiações não-ionizantes encontram-se as


radiações eletromagnéticas, nomeadamente, ultravioleta, a luz visível, a radiação
infravermelha, as micro-ondas (radiações de frequência muito baixa), e as ondas de rádio.
Neste grupo de radiações, salientam-se também os raios laser.
As diferentes fontes emissoras de radiações não ionizantes são a ultravioleta e
infravermelha, no entanto a principal é a radiação solar, podem ser considerados também
os equipamentos de iluminação como as lâmpadas incandescentes, fluorescentes, e os
raios laser.

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Segundo Rocha e Neves (2019), os impactos negativos na saúde provocadas por


radiações ultravioleta e raio laser destacam-se consequências cancerígenas e
queimaduras na pele, e a inflamação dos tecidos do globo ocular.

Em Portugal existem diversos diplomas legais, que regulamentam a utilização de radiações


não ionizantes e de minimizar o impacto negativo a quem está exposto, nomeadamente:
“Decreto-Lei n.º 11/2018, de 15 de fevereiro - Estabelece as restrições básicas ou níveis
de referência referentes à exposição humana a campos eletromagnéticos derivados de
linhas, instalações e demais equipamentos de alta e muito alta tensão”.

“Lei n.º 30/2010, de 02 de setembro - Estabelece a proteção contra a exposição aos


campos elétricos e magnéticos derivados de linhas, de instalações e de equipamentos
elétricos”.

“Portaria n.º 1421/2004, de 23 de novembro - Adota as restrições básicas e fixa os níveis


de referência relativos à exposição da população a campos eletromagnéticos”.

“Diretiva 2004/40/CE - Relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria


de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (campos
eletromagnéticos)”.

“Lei n.º 25/2010, de 30 de agosto - Estabelece as prescrições mínimas para proteção dos
trabalhadores contra os riscos para a saúde e a segurança devidos à exposição, durante o
trabalho, a radiações óticas de fontes artificiais, transpondo a Diretiva n.º 2006/25/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril”.

3.4.5 Qualidade do Ar Interior


Segundo a Portaria n. º353-A/2013, de 04 de dezembro, no anexo – Regulamento de
desempenho energético dos edifícios de comércio e serviços (RECS), os Requisitos de
ventilação e qualidade do Ar Interior (QAI):

“1. Ventilação

Para assegurar os valores de caudal mínimo de ar novo previstos no RECS, os edifícios de


comércio e serviços devem ser dotados de soluções para ventilação por meios naturais,
meios mecânicos ou uma combinação de ambos, as quais devem respeitar o disposto nas
secções seguintes.

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

1.1. Ventilação natural

1 - A ventilação com recurso às ações naturais do vento e da diferença de temperatura


baseia-se em soluções que permitam o escoamento natural do ar nos espaços interiores
do edifício, através de aberturas permanentes ou controláveis, com área adequada para o
efeito, sendo que o caudal de ar novo efetivo nos espaços está dependente dos efeitos
naturais e da atuação dos ocupantes nas folhas móveis dos vãos.

2 - Para que um espaço possa, para efeitos do presente regulamento, ser considerado
como adequadamente ventilado com recurso a meios naturais, devem ser verificadas as
condições previstas para o efeito no método base ou nos métodos simplificado ou
condicional, descritos de seguida.

3 - Independentemente do método de verificação, deve ser assegurado que os sistemas de


ventilação natural são dotados de meios destinados a limitar renovação excessiva de ar,
devida, designadamente, à ação do vento intenso, devendo ainda ser assegurada a
distribuição adequada das aberturas no espaço para promover a renovação do ar interior e
evitar zonas de estagnação”.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) (2015), a avaliação da qualidade do ar


pode passar pela medição dos parâmetros:
 Temperatura do ar;
 Temperatura média de radiação das superfícies;
 Humidade relativa do ar;
 Pressão atmosférica;
 Velocidade do ar (à saída dos difusores de ar e/ou ao nível dos ocupantes).

Os parâmetros referidos são importantes na interpretação de consequências, na avaliação


do conforto térmico, como por exemplo devido a bloqueios, estagnação no interior do
sistema de ventilação.

Segundo Fernandes et al. (2017), a QAI analisada em habitações, escritórios, escolas,


creches, lares de idosos, hospitais ou outros edifícios públicos ou privados é um fator
essencial e determinante para o conforto e o bem-estar dos utilizadores desses espaços.

“Um ambiente limpo é essencial para a saúde humana e bem-estar, no entanto, as


interações no binómio ambiente/saúde são complexas e difíceis de avaliar. Os efeitos do

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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ambiente mais conhecido são os impactes relacionados com a poluição ambiental,


radioatividade e a falta de condições sanitárias” (Ramos, 2013).

No setor dos ginásios, há a possibilidade da QAI se degradar por estes espaços interiores
funcionarem com renovação do ar estimulada com sistemas mecânicos, podendo ficar
comprometidos o bom ambiente respirável para a prática da atividade física. Tal facto
encaixa-se na qualidade do ar, que se define como um requisito básico ao bem-estar dos
trabalhadores.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) (2020), a prevenção dos “maus


ambientes” de QAI deve ser alcançada através da utilização de regras de boas práticas
relativas à ventilação e à higienização dos espaços fechados, bem como a correta
implementação dos planos de manutenção dos edifícios, são exemplos: as alterações aos
hábitos dos utilizadores, substituição ou remoção de alguns materiais utilizados na
decoração ou de produtos utilizados na limpeza, e adequada renovação do ar dos espaços
interiores.

A qualidade do ar interior é uma preocupação no setor dos ginásios, principalmente onde o


consumo de oxigénio é mais elevado, derivado à prática de atividade física intensa que se
pratica nestes espaços.

Segundo Spinelli (2017), a ventilação natural é uma das estratégias naturais mais comuns
para renovação do ar, contribuindo para a qualidade do ar em ambientes interiores. A
renovação do ar tem por objetivo a remoção do “ar viciado”, criado por partículas de
matérias produzidas por atividades humanas e/ou por máquinas e equipamentos que
apetrecham os espaços, é uma ação aconselhada a todos os locais ocupacionais,
assegurando a prevenção da saúde dos trabalhadores.

Segundo Osinski, (1997), a qualidade do ar de num espaço de prática desportiva interior


pode ser determinada tendo em conta vários parâmetros, que incluem a temperatura, a
humidade, o ruído, a luz e os níveis de odor e contaminação química.

Segundo Soares (2004), nos espaços desportivos cobertos é necessário assegurar o


conforto dos utilizadores e trabalhadores (…). Os fatores que mais influenciam o bem-estar
dos trabalhadores são a temperatura, a humidade e a taxa de renovação do ar.

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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De acordo com a mesma autora, os balneários, de apoio aos trabalhadores, deverão ter
condições ambientais de conforto ajustadas. Os valores recomendados são entre os 22ºC
e os 24ºC, por forma a criar condições de aclimatação entre as temperaturas dos espaços
desportivos, e as outras áreas adjacentes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2020), considera que muitos dos poluentes
químicos e biológicos podem ser encontrados em materiais comuns dentro de ambientes,
como móveis, tintas e materiais de construção. Neste contexto, a ventilação dos locais de
trabalho é fundamental para proporcionar condições aceitáveis de ar no ambiente interno.

Segundo Williams (2020), o ar é composto por gases, como o nitrogénio e oxigénio, e


vapor de água.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (2009), nos ambientes climatizados, há
fatores que interferem na qualidade do ar interior. Desta forma, é fundamental uma análise
de fungos e bactérias periódica devido aos ambientes fechados, estes microrganismos
interferem na qualidade do ar respirável.

A presença de bactérias e fungos no ar implicam a realização de manutenção periódica


dos sistemas de ar condicionado entre outros, para o processo de renovação do ar.

Em consideração final, de acordo com Abreu (2011), a qualidade do ar interior é elementar,


no entanto depende dos materiais que constituam a construção dos edifícios, para que a
qualidade do ar interior sediado nos locais de trabalho seja aceitável.

3.5 Substâncias Químicas

Rocha e Neves (2019) as substâncias são elementos químicos e seus compostos, no seu
estado natural ou obtidos por qualquer processo de fabrico, incluindo aditivos necessários
para preservar a sua estabilidade.
Ainda segundo os mesmos autores, os riscos associados aos produtos químicos
perigosos, influenciam a segurança ou a saúde dos trabalhadores.

Em todos os locais laborais há manuseio de produtos químicos, sejam na manutenção das


máquinas com lubrificantes ou na limpeza e desinfeção dos ginásios. O método de
utilização obedece a determinadas normas de segurança e higiene, com os respetivos
equipamentos de proteção individual. Em diversas circunstâncias, há exposições a

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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substâncias nocivas, tais como, poeira, vapores, névoas, aerossóis e fumos que se
formam nos processos de trabalho.

Rocha e Neves (2019), a química é uma especialidade das ciências exatas na qual
demonstra importância no contexto de caracterização qualitativa e quantitativa das
substâncias tóxicas utilizadas nos locais de atividades laborais, que se encaixam no campo
da saúde ocupacional.

De acordo com Rocha e Neves (2019), muitas substâncias químicas provocam efeitos
adversos para a saúde do trabalhador, que vão desde uma simples irritação, até a doenças
ocupacionais. Isto é, dependendo diretamente do tempo de exposição, da frequência de
uso, da toxidade da substância manuseada e da suscetibilidade de cada trabalhador.

No tópico das substâncias químicas, apresentam-se as principais diretivas no seu âmbito,


disponíveis na ACT:
“Diretiva (UE) 2019/1831, de 24 de outubro de 2019, que estabelece uma quinta lista de
valores-limite de exposição profissional indicativos nos termos da Diretiva 98/24/CE e que
altera a Diretiva 2000/39/CE”.

“Diretiva (UE) 2017/164, de 31 de janeiro, que estabelece uma quarta lista de valores-limite
de exposição profissional indicativos nos termos da Diretiva 98/24/CE do Conselho e que
altera as Diretivas 91/322/CEE, 2000/39/CE e 2009/161/CE”.

“Diretiva 2014/27/EU de 26 de fevereiro, que altera as Diretivas 92/58/CEE, 92/85/CEE,


94/33/CE e 98/24/CE do Conselho e a Diretiva 2004/37/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho, a fim de as adaptar ao Regulamento (CE) n.º 1272/2008 relativo à classificação,
rotulagem e embalagem de substâncias e misturas”.

“Diretiva 2009/161/UE, de 17 de dezembro, que estabelece uma terceira lista de valores-


limite de exposição profissional indicativos para a aplicação da Diretiva 98/24/CE do
Conselho e que altera a Diretiva 2000/39/CE”.

“Diretiva 2006/15/CE, de 07 de fevereiro, que estabelece uma segunda lista de valores


limite de exposição profissional indicativos para execução da Diretiva 98/24/CE do
Conselho e que altera as Diretivas 91/322/CEE e 2000/39/CE”.

“Diretiva 2000/39/CE, de 08 de junho, relativa ao estabelecimento de uma primeira lista de


valores limite de exposição profissional indicativos para execução da Diretiva 98/24/CE do

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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Conselho relativa à proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos


ligados à exposição a agentes químicos no trabalho”.

“Diretiva 98/24/CE, de 07 de abril, relativa à proteção da segurança e da saúde dos


trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes químicos no trabalho”.

“Diretiva 91/322/CEE, de 29 de maio, relativa ao estabelecimento de valores limite com


carácter indicativo por meio da aplicação da Diretiva 80/1107/CEE do Conselho relativa à
proteção dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos durante o trabalho”.

Em legislação para as substâncias químicas, há os seguintes diplomas:


“O Decreto-Lei n.º 220/2012, de 10 de outubro - Refere e estabelece as disposições
necessárias à aplicação na ordem jurídica nacional do Regulamento (CE) n.º 1272/2008,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro, relativo à classificação,
rotulagem e embalagem de substâncias e misturas (Regulamento CLP), que altera e
revoga as Diretivas n.ºs 67/548/CEE, do Conselho, de 27 de junho, e 1999/45/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de maio, e altera o Regulamento (CE) n.º
1907/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro”.

“O Decreto-Lei n.º 82/95, de 22 de Abril - Transpõe para a ordem jurídica interna um


conjunto de diretivas comunitárias que alteram e adaptam ao progresso técnico a Diretiva
n.º 67/548/CEE, do Conselho, de 27 de Julho, relativa à aproximação das disposições
legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes à classificação, embalagem e
rotulagem de substâncias perigosas, e a Diretiva n.º 91/155/ CEE, da Comissão, de 5 de
Março, relativa às fichas de dados de segurança de substâncias e preparações perigosas”.

3.6 Agentes Biológicos

“A maior parte das infeções fúngicas que ocorrem no Homem são adquiridas
essencialmente através do ambiente a que esta exposto. Estas infeções podem ser
classificadas de acordo com os tecidos infetados e também através das caraterísticas
específicas do grupo dos organismos que causam a doença” (Viegas, C. 2010).

É inevitável o risco de agentes biológicos presentes nos ginásios, entre os espaços de


treino e os balneários adjacentes. As humidades em tetos, pisos e paredes, são quase
constantes nestes espaços laborais, a que os trabalhadores estão expostos diariamente

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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sem se darem conta. Em diversas situações há que verificar se os equipamentos de


arrefecimento/aquecimento do ar (sistemas de ar condicionado ou AVAC) têm a limpeza e
a manutenção feita conforme recomendam as autoridades competentes.

Segundo Sousa, et al. (2001), os agentes biológicos são microrganismos capazes de


causar qualquer tipo de infeção, alergia ou toxidade no corpo humano. Da sua frequência
nos locais de trabalho podem surgir situações de risco para os trabalhadores suscetíveis
de provocar infeções, alergias ou intoxicações.
O mesmo autor refere que, os fungos precisam de uma fonte de nutrientes, tal como
humidade e a temperatura adequada para se instalarem e se reproduzirem. A melhor
estratégia para evitar estes ambientes favoráveis aos fungos são o controlo da humidade e
a renovação do ar.

Neste contexto, qualquer entrada de água ou humidade, que provoque o aumento visível
de fungos, a falta de critérios rigorosos na limpeza dos espaços, a débil ventilação e os
inadequados sistemas de filtração, são as condições ideais para a baixa qualidade do ar
interior. Estas características têm implicações diversas na saúde dos trabalhadores dos
ginásios.

De acordo com Miguel (2014), “os valores-limite de exposição dizem respeito às


concentrações no ar das várias matérias e representam condições para as quais se admite
quase todos os trabalhadores poderem estar expostos, dia após dia, sem efeitos adversos
para a saúde”. No entanto, no âmbito das diferenças de cada trabalhador, é normal que
existam minorias que reajam com desconforto a determinadas matérias a concentrações
iguais ou inferiores aos valores admissíveis.

Segundo Miguel (2014), a existência da norma portuguesa NP 1796: 2014 sobre valores-
limite de exposição baseia-se nas linhas de orientação da American Conference of
Governmental Industrial Hygienists, e destina-se a todos os locais de trabalho onde se
verifique a libertação de substâncias nocivas resultantes dos processos de trabalho.

Segundo Rocha e Neves (2019), a principal diferença entre os agentes biológicos e as


demais substâncias perigosas é a respetiva capacidade de reprodução. Em condições
favoráveis, uma diminuta quantidade de um microrganismo pode desenvolver-se
consideravelmente em pouco tempo.

De acordo com Viegas, (2020), “O reconhecimento à exposição a micotoxinas em


ambientes de trabalho não é comum acontecer e, consequentemente permanece como

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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fator de risco ocupacional não identificado. Na última década, trabalhos desenvolvidos em


diferentes formas ocupacionais, usando distintas abordagens de amostragem ocupacional
à exposição a micotoxinas que ocorrem nos mais variados contextos ocupacionais são de
extrema importância e devem ser vistos como uma preocupação ocupacional que precisa
ser explorada”.

Em legislação e diretiva para os agentes biológicos, há o seguinte:


O “Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de abril - Transpõe para a ordem jurídica interna as
Diretivas 90/679/CEE, 93/88/CEE do Conselho e 95/30/CE, da Comissão, relativas à
proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos resultantes da
exposição a agentes biológicos durante o trabalho”.

A “Diretiva Europeia 2000/54/CE, de 18 de setembro - Relativa à proteção dos


trabalhadores contra riscos ligados à exposição a agentes biológicos durante o trabalho”.

3.7 Incêndio e Explosão

Em todos os locais de trabalho existem riscos de incêndio ou explosão (Miguel, 2014), e os


ginásios não são exceção. É de verificar se as normas de segurança são cumpridas, da
não sobrecarga elétrica dentro do espaço do ginásio. O estado de conservação dos
equipamentos do ginásio. Quais os extintores colocados e distâncias recomendadas, bem
como o prazo de validade dos mesmos. Verificação da existência de planos de emergência
de evacuação.

Segundo Guerra (2003), quando há circunstâncias acidentais com focos de incêndio, o


primeiro equipamento de intervenção de combate que os trabalhadores têm ao seu
alcance é o extintor. A utilização do extintor pode ser feita por qualquer trabalhador que
detete o foco de incêndio. Com efeito, a quantidade do agente extintor, assim como o
tempo de utilização, são limitados.

De acordo com Guerra (2003), o agente extintor deve estar bem localizado, visível e em
boas condições de funcionamento; conter o adequado agente extintor para a intervenção
do incêndio adequado.

De acordo com Manteigas (2019), e Miguel (2014) existem as seguintes classes de fogo:
“Classe de fogos A - Fogos de materiais sólidos, geralmente de natureza orgânica, em que
a combustão se faz normalmente com a formação de brasas (ex.: papel, madeira, tecido
velho);

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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Classe de fogos B - Fogos de líquidos ou de sólidos liquidificáveis (ex.: álcoois, acetonas,


vernizes, gasolinas, pomadas, ceras);
Classe de fogos C - Fogos de gases (ex.: propano, butano, acetileno, metano, etano);
Classe de fogos D - Fogos em metais (ex.: metais alcalinos);
Classe de fogos E - Fogos que têm origem em instalações elétricas ou nas suas
proximidades”.

Segundo Guerra (2003), é aconselhado a utilização de extintores de pó químico ABC


(polivalente), no entanto, deve-se ter o cuidado na sua utilização, por provocar perda de
visibilidade em locais fechados devido à nuvem de pó criada. Sendo também
desaconselhado o seu uso em equipamentos sensíveis ao pó, como por exemplo os
computadores.

É indiscutível que a existência de um plano de emergência pode e deve existir em qualquer


local de trabalho, e é recomendável que nos ginásios também existam.

Os planos de emergência são importantes para controlar e orientar os trabalhadores em


caso de circunstâncias urgentes em caso de incêndio, ou outros desastres naturais.

Segundo Rebelo (2004), um plano de emergência deve incluir:


 Saídas de emergência;
 Pontos de encontro e contagem de funcionários;
 Notificação de serviços de emergência;
 Utilização de extintores adequados à matéria em combustão;
 Intervenção nos primeiros socorros.

Segundo Miguel (2014), em contexto de evacuação o plano geral de emergência em


qualquer local de trabalho apresenta duas componentes distintas:

Uma componente técnica, que antecipe a deteção-alarme-sinalização de acesso às vias de


evacuação (saídas) – vias suficientes, racionais e estanques a fumos e chamas;

Uma componente humana, que otimize a utilização da componente técnica [recursos


humanos com formação adequada].

Em legislação e diretiva para os riscos de incêndio e explosão, há o seguinte:

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“Decreto-Lei n. º220/2008, de 12 de novembro - Estabelece o regime jurídico de segurança


contra incêndios em edifícios (RJ-SCIE). Alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.
º224/2015, de 09 de outubro”.

“Portaria n.º 1532/2008, de 29 de dezembro - Aprova o regime jurídico de segurança


contra incêndios em edifícios (RJ-SCIE)”.

“Despacho n.º 2074/2009, de 15 de janeiro - Estabelece os critérios técnicos para


determinação da densidade de carga de incêndio modificada”.

3.8 Condições dos Postos de Trabalho

Os ginásios são espaços onde os seus trabalhadores fazem esforços físicos para ajudar os
clientes a praticarem a atividade física acompanhada, ou na arrumação do próprio local de
trabalho. Na manipulação de cargas pesadas ou equipamentos de um local para outro.
Nos ginásios há frequentes movimentos repentinos acompanhado de cargas a cada
exercício, que originam lesões graves.

Nos locais de trabalho é importante boa iluminação natural ou artificial em função da


exigência laboral.

Lesões músculo-esqueléticas ligadas ao trabalho (LMELT)


Segundo Serranheira (2008), as LMELT são lesões ou doenças dos músculos, nervos,
tendões, ligamentos, articulações, cartilagens e/ou discos intervertebrais. A instalação é
insidiosa.

O fator profissional de risco é um elemento da situação de trabalho, suscetível de provocar


um efeito adverso no homem (European Comission, 1996).

Segundo Uva e Graça (2004) o risco profissional é a probabilidade de ocorrência de um


efeito adverso.

O processo de diagnóstico do risco pode ser dividido em duas partes: diagnóstico de


situações de risco observado como processo global de estimativa da grandeza do risco e
de decisão sobre a sua aceitabilidade (IPQ, 2001) e onde se incluem a identificação dos
fatores de risco e a avaliação do risco.

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Segundo Occhipinti (1999) a postura é o conjunto de gestos ou movimentos articulares


utilizados (ombro, cotovelo, punho, mão) para efetuar a sequência de ações técnicas que
caracterizam a tarefa.

Segundo Vieira e Kumar (2004), a postura é definida como o alinhamento biomecânico; a


orientação espacial das várias zonas corporais; a posição relativa dos vários segmentos
anatómicos e a atitude corporal assumida durante a atividade de trabalho.

Segundo os autores Sluiter Rest e Frings-Dresen (2001), no que respeita à postura


adotada pelo trabalhador durante a execução da atividade de trabalho, é defendido que a
postura é um fator de risco de LMELT quando ultrapassa, pelo menos, metade da
amplitude de movimento da articulação envolvida na atividade (amplitude articular) e
quando se verifica durante um período considerável do dia de trabalho, habitualmente por
mais de 2 horas num período diário de trabalho de 8 horas.

Segundo refere Occhipinti (1999), as presenças de ações regularmente efetuadas com


idênticas solicitações anatomofisiológicas levam à repetibilidade dos movimentos, que por
sua vez se instalam no corpo humano “silenciosamente”.

No caso da aplicação de força como fator de risco profissional, a intensidade da sua


aplicação, com o tempo de duração em que é aplicada e respetivos períodos de
recuperação, particularmente em ações de trabalho predominantemente estático.
Segundo Bukle e Devereux (1999), considera-se força elevada, ao nível do membro
superior, a manipulação de pesos ou cargas de mais de 4 Kg.

Segundo a DGS (2020), o aparecimento da lesão é a existência de um desequilíbrio entre


as solicitações do trabalho e as capacidades do indivíduo, quando não se respeitam os
intervalos de recuperação do nosso corpo.

Segundo Rebelo (2004), o objetivo da Ergonomia é procurar otimizar de forma integrada a


promoção da segurança, a saúde e o bem-estar do trabalhador, assim como a eficácia do
sistema em que está envolvido. A Ergonomia de produção está direcionada para o estudo
e adaptação das condições de trabalho às necessidades, caraterísticas e limitações dos
trabalhadores, em termos organizacionais, físicos e ambientais. Geralmente está
associada à correção de causas que ocorrem em circunstâncias laborais existentes

Segundo Miguel (2014), a elevação e o transporte manual de cargas/pesos sujeitam o


corpo humano a um elevado desgaste físico. O transporte manual envolve todo o corpo e a
sua ereção só pode ser mantida através da tensão de vários grupos musculares. O

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transporte manual é um trabalho exaustivo fisicamente, mesmo que a carga a movimentar


não seja pesada ou volumosa, sobretudo quando há necessidade de elevação e transporte
para outro local, ou locais desnivelados.

3.9 Condições Ambientais do Trabalho

Nos ginásios é propício existirem temperaturas a rondar os 19ºC, para manter um


ambiente fresco e respirável para os clientes que praticam atividade. Em alguns ginásios
não é feita a renovação do ar adequadamente, o que provoca alterações da temperatura e
percentagem de humidade no ar e, eventualmente o surgimento de fungos ou bactérias.
Conforme mencionado na Portaria n.º987/93, de 6 de outubro, os locais de trabalho devem
dispor de luz natural adequada tanto quanto possível, e complementar com luz artificial que
garanta idênticas condições de segurança e saúde aos trabalhadores.

Segundo Mestre (2017), existiram propostas através de um projeto de diploma relativo à


construção, instalação e funcionamento de ginásios, submetido ao Conselho Nacional do
Desporto5. A título de curiosidade se transcreve um excerto do projeto:

“Artigo 6º
Requisitos mínimos das instalações
Sem prejuízo do disposto no Decreto-Lei n.º 259/2007, de 17 de julho, e das restantes
disposições legais e regulamentares gerais que sejam aplicáveis no âmbito da construção
e exploração deste tipo de estabelecimentos de serviços e das suas instalações
complementares, constituem requisitos específicos para o licenciamento dos ginásios
mencionados no presente diploma, os seguintes:
a) Requisitos das áreas de atividade física ou desportiva:
a1) área mínima: 5 m² / praticante (recomendado: 8 m² / praticante);
a2) pé direito mínimo: 2,70 m (recomendado: superior a 3, 50 m);
a3) ventilação natural através de vãos de abertura controlável e com secção total
correspondente a cerca de 12% da área referida na alínea a1) ou ventilação mecânica
que garanta um caudal de ar correspondente, no mínimo, a 20 m3/hora por utente,
com a velocidade do ar inferior a 2.0m/s e um nível de ruído não superior a 20 dB;
a4) Temperatura ambiente (temperatura de bolbo seco):

5
“O documento “Ginásios - Diploma relativo à construção, instalação e funcionamento” foi apresentado pelo Governo no
1ºPlenário do Conselho Nacional do Desporto, no dia 17/12/2007. O documento apreciado nas secções do Conselho a
11/03/2008 (Relator Conselheiro António Cabral Faria) e a 24/03/2008 (Relator Conselheiro Miguel Videira), aprovado no 4º
Plenário do Conselho, a 21/10/2008, com base nos pareceres das duas secções. Não chegou, contudo, a letra de diploma
legal” (Alexandre Miguel Mestre, 2017).

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

- 16ºC a 21ºC (Inverno)


- 18ºC a 25ºC (Verão) - Humidade relativa do ar: 55 a 75 %.
b) Requisitos para as instalações de apoio dos praticantes:
b1) Dimensionamento das áreas dos vestiários: 1 m² / praticante, com o mínimo de 2
blocos de 7 m² cada, excluindo as áreas para cacifos ou depósitos de roupas;
Vestiários equipados de cabides fixos ou cacifos individuais com fechadura, e
assentos individuais ou bancos corridos, à razão de 0,50 m de comprimento de banco
por utente;
b2) Dimensionamento das áreas dos balneários e sanitários:
-1 posto de duche por 5 praticantes, com o mínimo de 2 postos em cada unidade de
balneário;
- Lavatórios: 1 unidade por 10 praticantes, com o mínimo de 2 unidades por balneário;
- Sanitários: 1 cabine sanitária por 10 praticantes, com o mínimo de 2 unidades por
cada bloco de serviços;
b3) Requisitos gerais das instalações de apoio:
- Temperatura do ar ambiente: 18ºC (mínimo) a 26ºC (máximo), com 60 a 80% de
humidade relativa;
- Ventilação natural ou mecânica: 5 litros por segundo, por utente;
- Postos de chuveiro, em espaços coletivos ou cabinas individuais, com o mínimo 0,80
m x 0,80 m, sem prejuízo dos requisitos exigidos quando os mesmos se destinam a
pessoas deficientes motores;
- Postos de duche servidos por redes de água fria e quente, dimensionados para
fornecer um mínimo de 40 litros de água por utilizador à temperatura de 40º C;
- Paredes e divisórias livres de arestas vivas ou apetrechos salientes, com
revestimento dos lambris - até pelo menos 2 m de altura – em materiais impermeáveis,
resistentes ao desenvolvimento de microrganismos patogénicos e à ação dos
desinfetantes e detergentes correntes;
- Pavimentos planos e regulares, constituídos por materiais impermeáveis, com
revestimento antiderrapante e resistente ao desgaste e às ações dos desinfetantes
comuns, e com disposições de drenagem que evitem a formação de zonas
encharcadas e facilitem a evacuação das águas de lavagens;
- Interdição do uso de estrados de madeira e de revestimentos porosos como tapetes
ou alcatifas;
- Proteção de aparelhos e acessórios que constituam fator de risco para a segurança,
nomeadamente tomadas e cabos elétricos, torneiras, tubagens de águas quentes e
aparelhos de aquecimento;

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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c) Requisitos para os vestiários e balneários para os monitores e professores além dos


requisitos gerais definidos em b), deverão ser satisfeitos os seguintes:
c1) mínimo de uma área de vestiário, com 4 a 6 m2, com área anexa para balneário
integrando uma cabina de duche com área de secagem adjacente ou incorporada;
c2) uma cabina de instalação sanitária, composta por sanita e lavatório;
d) Instalações de primeiros-socorros:
Os ginásios abrangidos pelo presente diploma, devem dispor de um local destinado à
prestação de primeiros-socorros aos praticantes e monitores, localizado de forma a
permitir fácil comunicação, quer com as áreas de atividade física ou desportiva, quer
com os percursos de acesso ao exterior, respondendo aos seguintes requisitos, no
mínimo:
d1) área não inferior a 9 m2, equipada com:
- Uma marquesa de 2 m x 0,80 m;
- Uma secretária e duas cadeiras;
- Uma pia de despejo sanitário;
- Uma maca;
- Um armário de artigos de primeiros-socorros;
- Um conjunto de material de reanimação homologado;
- Portas de passagem com vão útil superior a 1,10 m e acesso a corredores de
comunicação com 1,40 m no mínimo;
d2) Temperatura do ar ambiente: 18ºC (mínimo) a 26ºC (máximo), com 55 a 75% de
humidade relativa;
- Ventilação natural ou mecânica: 5 litros por segundo, por utente”.

Segundo Miguel (2014), as melhores condições de trabalho, na qualidade de vida dos


trabalhadores nos mais variados setores laborais, o ambiente térmico desempenha um
papel fundamental. O ambiente térmico é o da homeotermia (manutenção da temperatura
interna do corpo) que garante o funcionamento estável das principais funções do
organismo do trabalhador em particular do sistema nervoso central. A homeotermia é
garantida quando o fluxo de calor produzido pelo corpo é igual ao fluxo de calor cedido ao
ambiente. Em circunstâncias normais no ser humano, a temperatura do corpo mantém-se
aproximadamente constante (37ºC), devido ao equilíbrio entre a produção de calor, através
do metabolismo, e a perda de calor para o meio ambiente.

No contexto da higiene ocupacional segundo Rocha e Neves (2019), há a higiene


operacional, que se ocupa do espaço físico dos locais de trabalho, e aborda a minimização
e/ou eliminação dos riscos ambientais presentes no ambiente de trabalho. Neste contexto,

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

há medidas que se implementam para chegar a objetivos específicos, tais como,


substituição de matérias ou processos perigosos, diminuição do tempo à exposição,
utilização qual o Equipamento de Proteção Individual (EPI) mais indicado de acordo com o
risco, e exames médicos periódicos.

Segundo Rocha e Neves (2019), a segurança do trabalho tem por objetivo a prevenção e
eliminação de condições inseguras no ambiente ocupacional, realizando intervenções
diretas nas atividades dos trabalhadores, quando estes estão em condições consideradas
perigosas.

De acordo com Silva (2018), no contexto da qualidade do ar, o controlo adequado contribui
para a garantia da saúde e conforto dos utilizadores dos ginásios, e particularmente dos
trabalhadores. A atmosfera dos ginásios é suscetível de acumular microrganismos,
principalmente nas zonas de treinos físicos, vestiários e balneários, atendendo à
especificidade de cada um.

Durante a atividade devem ser avaliados determinados fatores, tais como a temperatura
ambiente e a humidade relativa do ar. Segundo Rocha e Neves (2019), a humidade
relativa do ar correlaciona-se, em percentagem, entre a quantidade real de vapor de água
que o ar contém e a quantidade que o ar poderia conter se estivesse saturado, à mesma
temperatura, e tais valores devem cumprir a legislação em vigor.

Segundo Miguel (2014), a iluminação ideal é a que é proporcionada pela luz natural. No
entanto, nem sempre há a possibilidade por motivos de ordem diversificada, e a única
opção é o complemento com a luz artificial. Há critérios a ter em consideração no uso de
luz artificial, nomeadamente, a sua adequação ao tipo de atividade prevista, a limitação de
encadeamento, a distribuição adequada das lâmpadas, a harmonização da cor da luz com
as cores predominantes do local, e formas arquitetónicas de cada um dos espaços ou
áreas de trabalho.

3.10 Fatores Psicossociais e Organizativos

Nos ginásios é imprescindível existirem a organização, a distribuição e a gestão de horas


de trabalho dos trabalhadores, de modo a não haver excesso de horas praticadas, ou que
as mesmas não sejam contabilizadas, como horas de trabalho extra. É importante que os
trabalhadores tenham horas e autonomia adequada para organizar as suas funções. A
pausa para o almoço é fundamental não deve ser inferior a 1 hora. A existência de um bom

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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ambiente de trabalho e relações interpessoais entre colegas e empregadores é de


relevante interesse para toda a classe trabalhadora, e normalmente reflete-se no
atendimento aos clientes e rendimento do trabalho.

Segundo Robbins (2006), as melhorias de uma entidade empregadora passam na


estrutura organizativa, na distribuição e pelo planeamento e gestão das horas de trabalho
dos recursos humanos.

Segundo Rocha, et al. (2007), a organização do trabalho engloba os recursos humanos da


organização desportiva e a forma como as suas tarefas são distribuídas e organizadas. No
setor dos ginásios, existem a gestão técnica e o controlo operacional dos serviços de
desporto facultados pela organização.
Os serviços promovidos pelos trabalhadores do setor dos ginásios são condicionados
pelas funções ao nível da carga física e formação especializada, deste modo é
fundamental definir as funções e competências.

Segundo Rocha, et al. (2007), a gestão dos recursos humanos é influenciada pelo
desempenho da organização que depende do contributo das pessoas que os compõem, e
a forma como estão organizados, são estimulados, e capacitados, e como são mantidos
num ambiente de trabalho organizacional apropriado.

O envolvimento de um ginásio com o meio envolvente exige o conhecimento dos recursos


humanos envolvidos e da estrutura social e dos objetivos da organização. Desta forma,
aparece a necessária avaliação dos potenciais fatores psicossociais que exercem
influências sobre as relações interpessoais no ambiente de trabalho dos trabalhadores.

O ginásio como espaço de trabalho deve ser uma organização munida de vários recursos
humanos com direitos de igualdade, mas ao mesmo tempo, distintos, isto é, com os seus
valores, motivações, atitudes, interesses e objetivos pessoais, com determinadas
habilidades, capacidades, conhecimentos e competências, necessárias para a realização
dos objetivos organizacionais. Todavia, cada pessoa que trabalhe num ginásio é
potenciada na contribuição que melhore se adapte às suas competências e saberes.

Segundo Moreira (2010), a atual sociedade serve-se de uma panóplia de organizações de


todos os tipos e dimensões que têm por objetivo facilitar a vida das pessoas nos mais
diversos aspetos. Em todas as organizações existe uma atuação diferenciada, que se
prende com a sua cultura e que transmite uma imagem distinta para o público em geral.

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Para que sejam atingidas as metas consideradas desejáveis na qualidade na prestação do


serviço, a competência dos trabalhadores de um ginásio é um dos elementos essenciais.

Segundo Cunha (2012), a gestão do desempenho é um tema central das organizações.


Esclarece que é «um processo contínuo de identificação, medição e desenvolvimento dos
indivíduos e equipas, e de alinhamento do respetivo desempenho com os objetivos
estratégicos da organização».

De acordo com Aguinis (2009), o sucesso estratégico da organização depende da


capacidade competitiva que possuí a todos os níveis.

O tempo dedicado à atividade laboral no ginásio pelos trabalhadores nas mais diversas
funções profissionais afeta a qualidade do serviço prestado aos clientes quando há
excesso de horas de trabalho, sem a compensação de descanso adequado. Qualquer
organização que preste serviços desportivos terá como principais preocupações o
compromisso do desenvolvimento da própria organização.

O desenvolvimento da qualidade de um serviço relaciona-se com a não exploração horária


aos trabalhadores, e ou a devida compensação remuneratória justa. Os recursos humanos
de uma determinada empresa ou instituição são a força motora física e mental de trabalho
para o sucesso e sobrevivência da mesma.

Quando os trabalhadores sentem confiança no empregador e percebem que os resultados


da empresa foram positivos e justos para todos, é criada confiança, satisfação e bom
ambiente de trabalho.

Segundo Robbins (2005), o efeito da satisfação com o trabalho sobre o desempenho dos
trabalhadores reflete-se na produtividade, na ausência de absentismo e a rotatividade das
funções. O trabalho pode ser o principal fator determinante do comportamento
organizacional. Os trabalhadores mais satisfeitos são mais propensos a defender a
entidade patronal, a ajudar os colegas e a ultrapassar expectativas em relação ao seu
trabalho. O trabalhador satisfeito pode estar disposto a ir além das suas atribuições
regulares para influenciar com as suas experiências positivas.

Segundo Correia (2000), a qualidade organizativa de uma entidade empregadora passou a


ser considerada um luxo, com o custo do controlo de qualidade como um fator estratégico

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de desenvolvimento das organizações cujo objetivo é a fidelização do cliente, a conquista


de novos clientes e de bens materiais, e imateriais como a notoriedade.

Segundo Ramalho e Costa (2017), as alterações sociais e organizacionais trazem


transformações suscetíveis de gerar nos locais de trabalho, dinâmicas de aspeto
psicossocial que se tornam preocupantes. Os “riscos psicossociais” resultam de um
conjunto de condições e de fatores internos da organização do trabalho que devem ser
identificados.

Segundo a DGS (2013), os fatores de risco profissional de carácter psicossocial são os


que derivam de características sociais, como por exemplo, relacionamento interpessoal,
conflito no trabalho ou na família, nos psicológicos do trabalhador derivam as atitudes, os
valores, e a personalidade, para além de aspetos do trabalho, como as caraterísticas
físicas do ambiente, a organização do trabalho e a função do trabalhador na empresa.
Estes fatores provocam situações de stress, violência no trabalho, assédio moral e sexual,
entre outros.

3.11 Conflitos no Ambiente de Trabalho

Nos ginásios e como em qualquer posto de trabalho é obrigatória formação ou informação


atempada aos trabalhadores das suas funções e tarefas laborais para melhor organização
e coordenação de horários, sejam ou não por turnos.

Segundo Estanqueiro (2007) e Moreira (2010), a formação interpessoal dos trabalhadores


é fundamental para a melhor interação com o público, com os próprios colegas de trabalho,
com o empregador, ou com o eventual coordenador-chefe.

É inevitável dar a conhecer aos trabalhadores o tipo e conteúdo dos contratos de trabalho
que os abrange e se são satisfatórios para a classe trabalhadora. É um dos principais
pontos de motivação e satisfação que influenciam o ambiente de trabalho em qualquer
área ou especificidade profissional.

Conforme é referido por Rocha, et al. (2007), o relacionamento interpessoal entre


organizações e pessoas nem sempre é o mais desejável, existindo o conflito e a
divergência que se reflete imediatamente no principal propósito para o qual a organização
ou instituição existe, criando potenciais incumprimentos dos objetivos propostos. A falta de

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entendimento pode tornar os trabalhadores frustrados e desinteressados em relação às


suas funções, comprometendo a qualidade do desempenho.

Segundo Robbins (2008), o que falha nas organizações em relação às pessoas é a


comunicação inadequada ou falta dela. Sendo que a maioria das pessoas passa o tempo a
relacionar-se com outras independentemente do modo, seja ele presencial, ou por outras
vias de comunicação, trocando ideias, sentimentos, experiências profissionais ou pessoais
e outros pontos de vista. A sua eficácia depende muito da habilidade que cada pessoa tem
em se expressar.

Segundo Moreira (2010), cada trabalhador é diferente dos demais na forma de entender,
pensar, sentir e agir, no entanto, num modo geral todos têm aspirações de reconhecimento
da própria personalidade. Neste contexto de diferenças individuais, um bom
relacionamento interpessoal leva a que exista aceitação, compreensão e cooperação por
parte de cada trabalhador, sabendo lidar com as diferenças para que a convivência num
ambiente coletivo seja saudável e livre de conflitos.

Em qualquer organização há colegas de trabalho e hierarquias, e quanto melhor cada


trabalhador conhecer o meio ocupacional, mais dispõe de elementos que lhe permitam
adotar as atitudes mais corretas para um bom relacionamento interpessoal.

Segundo Brito (2014), um dos modos de evitar conflitos entre trabalhadores, ou clientes na
área ocupacional do ginásio é haver um regulamento interno de utilização elaborado pelo
proprietário ou gerência, para conhecimento dos trabalhadores contendo normas e regras
a cumprir por todos. No caso dos clientes, estes também terão acesso ao mesmo em local
visível na entrada das instalações, bem como nas áreas de atividade desportiva e
instalações de apoio, tais como nos balneários, conforme refere o artigo 12º, n. º1, do
Decreto-Lei n. º385/99, de 28 de setembro.

Segundo Mestre (2017), é fundamental que um ginásio disponha de um “Manual de


Operações” conforme refere artigo o 21º, n. º1, da Lei n. º39/2012, de 28 de agosto, o
seguinte,

“1 - As instalações desportivas onde decorram atividades abrangidas pela presente lei


devem dispor de um manual de operações das atividades desportivas elaborado pelo DT
(Diretor Técnico), contendo os procedimentos e protocolos, bem como a utilização de
equipamentos, observadas pelos profissionais e pelos utentes, o qual é assinado pelo DT e
pelo proprietário ou entidade que o explore se for diferente daquele.

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“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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2 - O manual a que se refere o número anterior deve estar afixado em local visível nos
locais de prática e na receção”.

Segundo Mestre (2017), a existência de um Regulamento Interno (RI) para prevenção de


acidentes e lesões no interior do ginásio, é uma mais-valia em defesa dos clientes e dos
trabalhadores, demonstrando a máxima diligência empregue para evitar o acontecimento
de danos. Segundo o mesmo autor, deverá existir no mesmo RI, com determinadas
normas, como por exemplo, “aceitar as indicações e recomendações dadas pelos
trabalhadores do ginásio”, outra que imponha ao cliente o dever de “obedecer às
instruções dos trabalhadores em relação aos equipamentos, ao cumprimento de normas
de segurança e higiene do ginásio” salvaguardam principalmente os danos causados dos
próprios, como dos trabalhadores do ginásio que eventualmente estão por perto.

No mundo laboral há sempre motivações e desmotivações por diversas causas. Estas


podem ser por motivos de igualdade salarial, contratos de trabalho, condições de trabalho,
qualidade das infraestruturas, o ambiente de trabalho entre colegas, chefias, ou até mesmo
com clientes do próprio ginásio. Todos estes vetores influenciam as motivações humanas
numa determinada organização.

3.12 Formação Específica dos Trabalhadores

Segundo Buckley (1998), a formação é um investimento planeado e constante para o


desenvolvimento dos conhecimentos, aptidões e atitudes de que o indivíduo necessita para
desempenhar uma tarefa de forma eficaz.

A formação planeada sistematicamente resulta em benefícios para a organização e


também para os formandos que estiverem envolvidos. A importância da formação reside
na contribuição para que a organização atinja os seus objetivos.

A educação ou cultura da prevenção em segurança e higiene do trabalho é importante no


início da orientação de um novo trabalhador, ou de alguém que foi transferido para um
novo posto de trabalho.

Conforme refere Buckley (1998), os acidentes de trabalho ocorrem em diversas


circunstâncias, independentemente de se tratar de trabalhadores inexperientes (mais
novos nas funções), ou com trabalhadores experientes (ditos com mais antiguidade) que
por vezes adotam posturas ou comportamentos de atos inseguros devido ao excesso de

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confiança em determinados procedimentos preventivos que são descorados. A experiência


ganha-se com o tempo, mas a educação em segurança e higiene do trabalho adquire-se
com sensibilização, formação e treino específico adequado a cada posto de trabalho.

Segundo Buckley (1998), há fatores chave que devem ser incluídos na formação.
O treino de segurança e higiene, nomeadamente, nos primeiros-socorros/procedimentos
de emergência. As responsabilidades legais na segurança e higiene. A informação de
acidentes, incidentes, danos e condições/atos inseguros. O uso ou utilização do eventual
EPI. Os comportamentos face a atividades laborais de risco para a saúde. A
fundamentação das regras de segurança, quando descritas em regulamento de
procedimentos preventivos na organização.

É um facto que quando há um novo funcionário a entrar numa determinada organização,


que este só absorva uma parte da informação que recebe nos primeiros dias. A existência
de um manual de orientação das informações gerais é uma boa estratégia de receção.
Posteriormente a informação deve ser intensificada e aprofundada.

Segundo Cabrera (2006), a formação pode ser definida como um conjunto de experiências
de aprendizagem planeadas por uma organização, com o objetivo de incutir uma mudança
nas capacidades, conhecimentos, atitudes e comportamentos dos trabalhadores.

Segundo Buckley (1998), os novos conhecimentos, competências e atitudes são


aprendidos e aplicados em contexto laboral para melhorar o desempenho da empresa.

No setor dos ginásios segundo Brito (2014), a indústria do fitness passa ao longo dos anos
por diversas transformações no que concerne à gestão dos trabalhadores e dos serviços.
Essas transformações são caracterizadas como uma evolução natural que os sistemas e
processos das organizações sofreram ao longo dos anos devido ao avanço tecnológico e
digital ocorrido nas últimas décadas. Os avanços tecnológicos podem ser facilmente
copiados, tornando as organizações e seus produtos semelhantes entre si aos olhos do
consumidor, e quem faz a diferença nos resultados da organização são os trabalhadores.

Um dos principais fatores dos serviços do fitness é o atendimento, a comunicação, a


interação, a cumplicidade que se vai desenvolver com o cliente.

Segundo Buckley (1998), a formação deve ser um processo que visa treinar, e munir o
trabalhador de conhecimentos orientados para o presente, para que de forma eficaz seja
bem-sucedido. É através da formação que o trabalhador fica apto a apreender novos

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conhecimentos, competências, a desenvolver atitudes e comportamentos necessários às


suas funções ou para circunstâncias inesperadas.

Em qualquer organização é indiscutível que a maioria dos trabalhadores deveria ser


detentora de formação em primeiros-socorros/suporte básico de vida, e no setor dos
ginásios é fundamental, derivado ao contacto com o público em geral, dos próprios colegas
de trabalho para eventuais intervenções inesperadas de emergência por acidentes que
provoquem lesões músculo-esqueléticas imediatas, ou mesmo por paragens Cardio
respiratórias pela relação à atividade física intensa.

Segundo o INEM (2003) a formação específica é um ponto de partida para um exercício


consciente de uma atividade profissional. A formação em primeiros-socorros/suporte
básico de vida é o conhecimento indicado para preservar a vida ou minimizar
consequências nefastas para o ser humano, quer se trate ou não de uma situação de
emergência.
Segundo Alkmim (2006), o trabalhador que se encontre mais próximo da pessoa
acidentada, ou afetada por doença súbita, é considerado o primeiro socorro que deverá
estar habilitado com a formação em primeiros socorros. Alguns dos aspetos básicos da
pessoa no primeiro socorro, deve ter as seguintes capacidades adquiridas em formação:
 Espírito de liderança;
 Ter bom senso, compreensão e paciência;
 Observar, planear e executar;
 Promover e improvisar com segurança;
 Ter iniciativa e atitude.
O trabalhador do setor do ginásio terá que ser alguém com capacidades e competências
não só nas áreas ou especificidades profissionais, como também características Soft-
Skills6, que são «os atributos pessoais de cada indivíduo, assim como os traços da
personalidade, capacidades sociais e de comunicação necessárias para o sucesso no
trabalho. Estas competências pessoais caraterizam a forma como um indivíduo interage no
relacionamento com os colegas dentro e fora do ambiente de trabalho. (…)
Pessoas que possuem estas competências, além de poderem utilizá-las em qualquer tipo
de profissão e emprego, ainda são consideradas essenciais para a eficiência de uma
empresa, principalmente aquelas voltadas para o público. Afinal, são necessárias várias
destas capacidades para saber ouvir um cliente, identificar um problema e garantir a
resolução do mesmo. Tudo isto de maneira educada e gentil».

6
São os atributos pessoais de cada indivíduo, assim como os traços da personalidade, capacidades sociais e de
comunicação necessárias para o sucesso no trabalho. Fonte: Https://www.e-konomista.pt/soft-skills (29 Jul, 2019).

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Segundo Brito (2014) e Rocha, et al. (2007), a pertinência de existir um plano de


evacuação de emergência pode salvar vidas se os trabalhadores tiverem formação ou
preparação adequada. O eventual acontecimento de poder salvar alguém é um sentimento
que terá de estar incutido na formação e informação do trabalhador. A cultura da
prevenção pela utilização de equipamentos de proteção individual terá de ser uma ação
para enfrentar com naturalidade e hábito.

Segundo Cunha (2012), há múltiplas formas de aprendizagem, nomeadamente com o


treino, formação, educação e o desenvolvimento surgem relacionados, uma vez que
reportam os meios, técnicas, métodos e processos destinados a fomentar e estimular o
saber fazer.

A formação diz respeito ao alcance de competências relacionadas com o trabalho.


Estas competências distinguem-se da educação, que visam somente o trabalhador, sem
ligação a um contexto específico que não o de integração na sociedade.

A formação centra-se na organização ou na função/carreira profissional, salientando-se as


vantagens para a função através do trabalhador.

Na Tabela 5, segundo Cunha (2012), distinguem-se as diferenças entre Educação e


Formação:

Tempo Conteúdos Destinatários


 Abstratos;
 Ritmo lento, adaptado à  De aplicação genérica;
 Desenvolvimento
Educação velocidade de maturação  Orientados para o
individual.
do indivíduo. desenvolvimento global
do indivíduo.
 Concretos;
 De aplicação específica;  Desenvolvimento
 Ritmo rápido,
Formação  Orientados para o organizacional
condicionado pelo tempo
desenvolvimento de através dos
para realizar a formação.
competências indivíduos.
específicas.
Tabela 4 - Diferenças entre Educação e Formação (Fonte: Cunha, M. 2012).

De acordo com Cunha (2012), as diferenças entre formação e educação são conceitos
aparentados, pois ambos se relacionam com o enriquecimento individual do ponto de vista
intelectual e emocional.
O termo treino é tradicionalmente usado para designar a instrução de trabalhadores não
qualificados, enquanto formação e desenvolvimento são atividades dirigidas a
trabalhadores qualificados e quadros superiores e diretivos.

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Segundo o mesmo autor, nas atuais sociedades da aprendizagem e do conhecimento, a


formação é uma necessidade e uma condição de capacidade competitiva, tanto para os
trabalhadores como para as organizações. Trabalhadores sem formação perdem a
empregabilidade, e sem investimento na formação dos recursos humanos de uma
organização, esta perde capacidade de lidar com as mudanças.

Segundo Robbins (2006), os trabalhadores competentes não permanecem aptos para


sempre. As competências desatualizam-se e tornam-se obsoletas se não houver
investimento na formação ao longo da carreira profissional.

3.13 Prevenção e Combate a Epidemias e Pandemias

Neste ponto da ferramenta de verificação de riscos, existe pertinência da sua inclusão,


pelo atual contexto que se tem vivido nos últimos meses, devido à pandemia provocada
pelo vírus de COVID-19.

Segundo Silva (2018), houve uma crescente utilização de piscinas recreativas, saunas e
jacúzis (empreendimentos turísticos, condomínios, ginásios privados, health clubs entre
outros), por indivíduos de todas as idades, desde bebés a idosos, devido à importância
generalizada do fator de bem-estar físico e como fomentadora da saúde.

Conforme Silva (2018), agregados a estes locais encontram-se fatores de risco que podem
ter impactos na saúde dos trabalhadores bem como nos clientes. Os principais riscos
biológicos associados a estes espaços decorrem não só dos próprios utilizadores, mas
também por a água poder estar contaminada na origem. Numa outra vertente, a utilização
de quantidades excessivas de produtos químicos para a desinfeção e tratamento de
águas, podem contribuir numa perspetiva química, a riscos para a saúde.

Em termos de legislação mais relevante, destaca-se nas piscinas integradas em


empreendimentos turísticos – Portaria n.º 358/2009, de 6 de abril, que estabelece os
requisitos dos equipamentos de uso comum dos empreendimentos turísticos e
regulamenta o Decreto-Lei n. º39/2008, de 7 de março.

Além destes diplomas, há outros documentos de referência de âmbito técnico,


nomeadamente:
- Circular Normativa n. º14/DA de 21 de agosto de 2009 da Direção-Geral da Saúde,
relativa ao programa de vigilância sanitária em piscinas.

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- Circular Normativa n. º31/DA de 20 de agosto de 2009 da Direção-Geral da Saúde,


relativa à segurança, higiene e saúde no trabalho em piscinas.
- Diretiva CNQ 23/93, do Instituto Português da Qualidade (Conselho Nacional da
Qualidade), relativa à qualidade das piscinas de uso público.
- Jacúzis e banheiras de hidromassagens – Manual de boas práticas para controlo dos
riscos, do Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa
e Vale do Tejo (ARSLVT) de 2011.

Segundo Silva (2018), a ARSLVT, através do Departamento de Saúde Pública (DSP), em


colaboração com as Unidades de Saúde Pública (USP), tem desenvolvido o Programa de
Vigilância Sanitária (PVS), que pretende efetuar a gestão dos fatores de risco e contribuir
para a proteção da saúde da população.

Neste âmbito existem três vertentes, como a tecnológica, analítica e epidemiológica.

A vertente analítica aborda a qualidade da água dos tanques através da realização de


análises aos diversos parâmetros de qualidade. As análises são realizadas pelos serviços
de saúde no âmbito da vigilância sanitária e pelas entidades exploradoras dentro da sua
competência.

Segundo a DGS (2017), é recomendável a leitura dos temas: Doença dos


Legionários/Prevenção e Controlo da Legionella.

A vertente tecnológica visa a identificação, análise e controlo de pontos críticos dos


sistemas e das instalações. Procura conhecer os aspetos construtivos e de exploração,
tais como:
 Circuitos hidráulicos e equipamentos de tratamentos de águas;
 Organização de espaços;
 Revestimentos;
 Produtos químicos utilizados no tratamento da água e na higienização da piscina;
 Segurança e saúde dos trabalhadores;
 Procedimentos para a prevenção do desenvolvimento da bactéria Legionella.

Na inspeção são verificados fatores de risco para a saúde com origem no ambiente de
trabalho. Com a verificação dos seguintes aspetos:
 Água destinada ao consumo humano;
 Águas quentes sanitárias;
 Qualidade do ar interior e exterior;

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

 Segurança e saúde no trabalho;


 Condições higiene-sanitárias;
 Acessibilidades.

A vertente epidemiológica tem por finalidade atuar na prevenção da defesa da saúde


através da recolha, tratamento, análise e interpretação de dados, com vista à avaliação de
situações de risco, e à tomada das medidas necessárias para a sua minimização.

Segundo Silva (2018), a avaliação da qualidade da água é feita pontualmente em


laboratório e pelo serviço de engenharia sanitária, com critérios próprios. Os critérios de
avaliação laboratorial têm uma apreciação microbiológica da qualidade da água, e são
determinantes na gestão do risco para saúde ligado à utilização das piscinas, saunas e
jacúzis.

É essencial que os trabalhadores tenham ao seu dispor equipamentos de proteção


individual para a prevenção de contágio de vírus em caso de eventuais epidemias ou
pandemias. A utilização do EPI é provável que perdurará ainda num futuro próximo,
enquanto não existir um tratamento mais eficaz, e uma vacina eficiente e credível, no atual
contexto pandémico.
Segundo a DGS (2020), na atual situação, os trabalhadores devem praticar todos os
procedimentos preventivos de segurança e proteção recomendados pelas autoridades de
saúde dentro do seu espaço de trabalho. O cumprimento das regras em vigor deve passar
pela utilização de máscaras, de gel desinfetante, limpeza dos espaços e cumprimento do
distanciamento social, entre trabalhadores e clientes frequentadores. Os procedimentos
preventivos de desinfeção e utilização do EPI devem ser afixados em locais visíveis na
receção das instalações e em outros locais de afluência de trabalhadores e clientes.

Segundo a DGS (2020), há um documento publicado a 3 de julho que orienta sobre os


espaços de prática de exercício físico e desporto. A orientação refere que deve ser
assegurada a implementação de um plano de contingência próprio para a Covid-19 que
garanta o fornecimento de EPI necessários aos trabalhadores. E que se descreve:

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) (2020), recomenda:


«Devem estar afixadas, de forma acessível a todos, as regras de etiqueta respiratória, da
lavagem correta das mãos e normas de funcionamento das instalações. Relativamente à
organização do espaço, devem ser cumpridas as medidas de distanciamento físico,

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

nomeadamente o distanciamento de pelo menos dois metros entre pessoas em contexto


de não realização de exercício físico (receção, espaços de circulação, etc.), e pelo menos
três metros durante a prática de exercício físico e desporto.

O uso de máscaras é obrigatório para funcionários, exceto durante as aulas que impliquem
a realização de exercício físico. Já os utilizadores e atletas devem usar à entrada e saída
das instalações, sendo dispensado o uso durante a realização de exercício físico e
desporto.
Já nos espaços e equipamentos para prática de exercício físico e de massagens, além da
desinfeção das mãos à entrada e à saída do espaço, a marcação de lugares (por exemplo
no chão) para garantir o distanciamento, os acessos devem ser controlados para evitar
aglomerados, recomendando-se que marcação de vagas seja feita por meios digitais.

Quanto às aulas de grupo deve ser reduzido o número de participantes de forma a garantir
o distanciamento físico de pelo menos 3 metros entre praticantes, tendo em conta a
disposição e movimentos das pessoas ao longo das sessões.
Recomenda-se a não retoma de sessões de grupo dedicadas a grávidas, idosos, ou
pessoas com doenças crónicas, pelo risco acrescido que estas populações parecem
apresentar.

No caso das piscinas, entre outros procedimentos, deve ser realizada a limpeza e
desinfeção, substituindo a água e procedendo-se à cloragem (ou outro tipo de desinfeção
química). Todos os responsáveis técnicos das piscinas devem manter registos atualizados
dos resultados e testes de qualidade da água. Desta forma, devem ser reforçados os
mecanismos de desinfeção do circuito de água das piscinas.

Os utilizadores devem higienizar as mãos na entrada do cais da piscina e é recomendado


o uso de óculos de natação dentro da mesma e área circundante, de modo a evitar tocar
com as mãos nos olhos».

O facto de os trabalhadores dos ginásios estarem em estreito contacto com os diversos


clientes, é certamente importante que saibam reagir em situações de prevenção
pandémica.

Na nova atualidade pandémica é indispensável existirem nas instalações dos ginásios,


equipamentos e consumíveis em locais como passagens e acessos com dispensadores de
gel desinfetante.

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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4. Conclusão

A avaliação de riscos associada aos postos de trabalho no setor dos ginásios constitui a
base para uma gestão estruturada da segurança e da higiene nos ginásios que almejam
notoriedade. Essa notoriedade passa pela preocupação do bem-estar físico e psicológico
dos trabalhadores desta área específica.

Se a ferramenta de avaliação de riscos laborais nomeadamente, a ferramenta de avaliação


de riscos for corretamente aplicada poderá melhorar a segurança e a higiene no local de
trabalho, bem como o desempenho e os objetivos da organização.

Todos os intervenientes empregadores e trabalhadores beneficiam com sua aplicação no


local de trabalho.

A atitude preventiva deve manifestar-se e ser desenvolvida segundo princípios, diplomas e


normas.

Uma lista de verificação de causas irregulares que especifique uma determinada área será
focada na estrutura funcional da empresa, identificando objetivamente os meios e,
descreve para cada probabilidade de risco os métodos ou soluções técnicas a
implementar.

Essas soluções identificam um conjunto de verificações a executar, de modo a assegurar a


manutenção do sistema de funcionamento e/ou equipamento.

Tais procedimentos serão de aplicação prática e devem sempre que possível, apresentar
uma estrutura comum nomeadamente, qual o objetivo, o registo da origem das não
conformidades, a descrição do procedimento correto, a responsabilidade e os documentos
legais de referência.

No caso do TSSHT estes deterão um instrumento de trabalho para a execução das suas
funções com competência e conhecimento. Esta ferramenta de trabalho auxilia-os a
elaborar com organização e método as suas funções no setor dos ginásios.
A ferramenta identifica riscos, medidas de prevenção e indica os eventuais EPI a utilizar
quando necessários.

A implementação da ferramenta de avaliação de riscos fornece aos empregadores


referências legais e normativas numa perspetiva geral das eventuais consequências da

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Projeto de Investigação de Mestrado
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não preocupação com as condições de trabalho para com os seus subordinados


trabalhadores ou colaboradores.

A sociedade atual através do maior grupo de interesse na atividade laboral de uma


determinada empresa ou instituição é pressionada pela parte mais interessada.
Em termos de segurança e higiene do trabalho o grupo que mais pressiona é
essencialmente o grupo dos trabalhadores que passam boa parte do seu tempo nas
instalações da organização na qual trabalham, e como tal desejam um ambiente de
trabalho seguro e saudável.

Esta proposta de ferramenta visa alertar o que pode ser melhorado, evitando lesões,
percas de dias de trabalho e elucidar o que nas administrações ou gerências das
instituições e empresas, permanece negligenciado ou visto como algo excessivo.

Pela segurança e saúde dos trabalhadores, tudo o que por eles se puder fazer significa
respeito e consideração enquanto seres humanos.

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5. Considerações Finais

Numa visão geral das necessidades no âmbito da prevenção laboral e no caso do setor
dos ginásios, há muito a fazer para aperfeiçoar, implementar, e sensibilizar os
trabalhadores e os empregadores. Neste contexto, há sempre assuntos ou situações a
reter como aprendizagem, levando a ações proactivas e inovações em prol do bem-estar
nos locais de trabalho.

Este projeto de investigação de mestrado subordinado ao tema “Condições de Segurança


e Higiene em Ginásios - Proposta de Elaboração de Ferramenta de Avaliação de Riscos”,
foi desafiante e houve um sentimento de concretização e orgulho na sua finalização.

Segundo Sequeira (2020), os desafios enfrentam-se com o,


«BEM - Bom senso, Esforço e Metodologia».

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
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6. Referências Bibliográficas
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6.1 Artigos/Revistas Científicas

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Fall 2019, Vol. 34 Issue 3, p141-145. 5p. Canadian Journal of Infection Control
https://web.b.ebscohost.com

Neal, A., & Griffin, M. A. (2004). Safety climate and safety at work. In J. Barling & M. R.
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to Mycotoxins - Different Sampling Strategies Telling a Common Story Regarding
Occupational Studies Performed in Portugal (2012–2020). MDPI journals
https://www.mdpi.com/2072-6651/12/8/513

Seco, Sílvia; Loureiro, António; Ferreira, Ana, Almeida; Figueiredo, João Paulo (2019).
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http://ricot.com.pt/artigos/1/IJWC.18_Seco%20et%20al._p.131.144.pdf

Spinelli, Rodrigo; Schossler, Ismael da Silva; Santana; Eduardo Rodrigo Ramos (2015).
Avaliação de Qualidade do Ar Interior em relação às Características de Ventilação
das Edificações, Revista Destaques Acadêmicos, volume 7, n.º 4
https://www.researchgate.net/publication/312535379_AVALIACAO_DE_QUALIDAD
E_DO_AR_INTERIOR_EM_RELACAO_AS_CARACTERISTICAS_DE_VENTILACA
O_DAS_EDIFICACOES

Fernandes, Samuel; Igrejas, Getúlio; Feliciano, Manuel (2017). Monitorização e controlo de


qualidade do ar interior em gabinetes de edifícios escolares. Revista de Ciências
Agrárias, volume 40, n.ºspe. Lisboa
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-
018X2017000500038

Felícia, Dora; Nazaré, Cristina (2019). Audiological profile in fitness instructors. European
Journal of Public Health, Vol. 29, Supplement 1. Coimbra
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/33506/1/ckz035.002.pdf

Barreira, Carla Silva; Carvalho, António P Oliveira (2007). A realidade portuguesa do


conforto em instalações de fitness. O que mudar? Revista Motricidade 3 (2): 69-80.
Lisboa
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v3n2/v3n2a13.pdf

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Projeto de Investigação de Mestrado
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Catarina Fabíola C. Abreu; João Carlos G. Lanzinha; Miguel C.S. Nepomuceno (2011). O
Ambiente Interior e a Saúde dos Ocupantes de Edifícios de Habitação – Estudo de
Caso em Covilhã, Portugal. Conference: ICEUBI 2011 - INTERNATIONAL
CONFERENCE ON ENGINEERING UBI2011 - 28-30 Nov 2011 – University of
Beira Interior
https://www.researchgate.net/publication/269632658_O_Ambiente_Interior_e_a_Sa
ude_dos_Ocupantes_de_Edificios_de_Habitacao_-
_Estudo_de_Caso_em_Covilha_Portugal

6.2 Documentos Regulamentares

Lei n.º 25/2010, de 30 de Agosto


“Estabelece as prescrições mínimas para proteção dos trabalhadores contra os
riscos para a saúde e a segurança devidos à exposição, durante o trabalho, a
radiações óticas de fontes artificiais, transpondo a Diretiva n.º 2006/25/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/343915/details/maximized

Lei n.º 54/2017, de 14 de julho


“Regime jurídico do contrato de trabalho do praticante desportivo, do contrato de
formação desportiva e do contrato de representação ou intermediação (revoga a Lei
n.º 28/98, de 26 de junho)”
https://dre.pt/home/-/dre/107692694/details/maximized

Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto


“Aprova o regime da responsabilidade técnica pela direção e orientação das
atividades desportivas desenvolvidas nas instalações desportivas que prestam
serviços desportivos na área da manutenção da condição física (fitness),
designadamente aos ginásios, academias ou clubes de saúde (health-clubs), e
revoga o Decreto-Lei n.º 271/2009, de 1 de outubro”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/174777/details/maximized

Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro


Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro (art.º n.º41 e n.º52)
“Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho”
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1158&tabela=leis

Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho


“Estabelece o regime jurídico das instalações desportivas de uso público”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/494551/details/maximized

Decreto-Lei n.º 188/2009, de 12 de Agosto


“Estabelece as regras a que se encontra sujeita a prática de atos de desfibrilhação
automática externa por não médicos, bem como a instalação e utilização de
desfibrilhadores automáticos externos, em ambiente extra-hospitalar”.
https://dre.pt/pesquisa/-/search/493514/details/maximized

Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25 de Fevereiro


“Transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 27 de Junho, relativa às prescrições mínimas de segurança e de
saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho, e revoga
o Decreto-Lei n.º 82/99, de 16 de Março”

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http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1772&tabela=leis&nversao=&so
_miolo=

Decreto-Lei n.º 220/2012, de 10 de outubro


“Assegura a execução na ordem jurídica interna das obrigações decorrentes do
Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de
dezembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e
misturas, que altera e revoga as Diretivas n.ºs 67/548/CEE e 1999/45/CE e altera o
Regulamento (CE) n.º 1907/2006”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/175776/details/maximized

Decreto-Lei n.º 98/2010, de 11 de agosto


“Estabelece o regime a que obedecem a classificação, embalagem e rotulagem das
substâncias perigosas para a saúde humana ou para o ambiente, com vista à sua
colocação no mercado, transpõe parcialmente a Diretiva n.º 2008/112/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, e transpõe a Diretiva
n.º 2006/121/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Dezembro”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/343084/details/maximized

Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de abril


“Transpõe para a ordem jurídica interna as Diretivas do Conselho n.º 90/679/CEE,
de 26 de Novembro, e 93/88/CEE, de 12 de Outubro, e a Diretiva n.º 95/30/CE, da
Comissão, de 30 de Junho, relativas à proteção da segurança e saúde dos
trabalhadores contra os riscos resultantes da exposição a agentes biológicos
durante o trabalho”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/468635/details/maximized

Decreto-Lei n.º188/2009, de 12 de agosto


“Estabelece as regras a que se encontra sujeita a prática de atos de desfibrilhação
automática externa por não médicos, bem como a instalação e utilização de
desfibrilhadores automáticos externos, em ambiente extra-hospitalar”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/493514/details/maximized

Portaria n.º 367/2012, de 6 de novembro


“Especifica as profissões regulamentadas abrangidas no setor do desporto e
designa a respetiva autoridade competente para proceder ao reconhecimento das
qualificações profissionais, nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4 de março”
https://dre.pt/application/conteudo/191527

Portaria n.º 36/2014, de 14 de fevereiro


“Define os aspetos relativos às ações de formação contínua do diretor técnico e do
técnico de exercício físico”
https://dre.pt/application/conteudo/572448

Portaria n.º 256/2011, de 5 de julho


“Aprova a parte uniforme das condições gerais da apólice de seguro obrigatório de
acidentes de trabalho para trabalhadores por conta de outrem, bem como as
respetivas condições especiais uniformes”
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1381&tabela=leis&ficha=1&pagi
na=1

Portaria n.º 987/93, de 6 de Outubro


“Estabelece as prescrições mínimas de segurança e saúde nos locais de trabalho”.
https://dre.pt/pesquisa/-/search/644973/details/maximized

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Portaria n.º 949-A/2006, de 11 de setembro


“Aprova as Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão”.
https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/303262/details/normal?l=1

Despacho n.º 2725/2013, de 28 de janeiro


“Fixa o pagamento das taxas devidas, ao Instituto Português do Desporto e
Juventude, I.P., pelos atos relativos ao processo de emissão dos títulos
profissionais de diretor técnico e de técnico de exercício físico e vários atos
relacionados”.
https://dre.tretas.org/dre/307082/despacho-2725-2013-de-20-de-fevereiro
Despacho n.º 6344/2020 - Diário da República n.º 115/2020, Série II de 2020-06-16
“Determina que compete à ACT fiscalizar o cumprimento das regras específicas da
DGS, no que respeita à prevenção da transmissão da infeção por SARS-CoV-2,
designadamente nos locais de trabalho, incluindo áreas comuns e instalações de
apoio, bem como nas deslocações em viaturas de serviço, em particular, nas áreas
da construção civil e das cadeias de abastecimento, transporte e distribuição,
caracterizadas por grande rotatividade de trabalhadores e onde se tem verificado
maior incidência e surtos da doença COVID-19, especialmente nos concelhos de
Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra”.
https://dre.pt/home/-/dre/135711365/details/maximized

Lei n.º 79/2019, de 02 de setembro, do Artigo 13º, n.º2, alínea b)


“Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (versão
atualizada)”
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_busca_assunto_diploma.php?buscajur=m%E1quinas&artig
o_id=&pagina=1&ficha=1&nid=1158&tabela=leis&diplomas=&artigos=&so_miolo=

Diretiva Europeia 2000/54/CE, de 18 de setembro


(Proteção dos trabalhadores contra a exposição a agentes biológicos)
“Esta diretiva estabelece regras relativas à avaliação e limitação dos riscos, se não
for possível evitar a exposição da saúde e segurança dos trabalhadores a agentes
biológicos”.
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=LEGISSUM:em0039

Diretiva-Quadro relativa à Segurança e Saúde no Trabalho (Diretiva 89/391/CEE)


Relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e
da saúde dos trabalhadores no trabalho - «Diretiva-quadro»
https://osha.europa.eu/pt/legislation/directives/the-osh-framework-directive/the-osh-
framework-directive-introduction

Diretiva 2004/40/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de abril de 2004


Relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição
dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (campos
eletromagnéticos) (18.a diretiva especial na aceção do n.º1 do artigo 16.° da
Diretiva 89/391/CEE)
https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/fef7fb4a-2f27-4833-99ff-
84838b5b3832/language-pt

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho


“Os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho são das questões
que maiores desafios apresentam em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Têm um impacto significativo na saúde de pessoas, organizações e economias
nacionais”.
https://osha.europa.eu/pt/themes/psychosocial-risks-and-stress

62
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho


“A pandemia de COVID-19 é um dos maiores desafios que as sociedades e as
empresas alguma vez enfrentaram. Só será possível superar este desafio se
trabalharmos em conjunto para travar a propagação desta doença e
proporcionarmos um ambiente de trabalho seguro e saudável tanto para os
trabalhadores que trabalham em casa como para os que regressam aos seus locais
de trabalho habituais. A presente secção apresenta um conjunto de documentos de
orientação, material de sensibilização e outras ligações sobre o tema”.
https://osha.europa.eu/pt/themes/covid-19-resources-workplace

Presidência do Conselho de Ministros Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto -


Conselho Nacional do Desporto
“Ginásios - Diploma relativo à construção, instalação e funcionamento”.
http://www.cd.ubi.pt/artigos/Ginásios.pdf

Portaria n.º 949-A/2006 de 11 de setembro


“O Decreto-Lei n.º 226/2005, de 28 de Dezembro, estabeleceu que as Regras
Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa Tensão são aprovadas por portaria do
ministro que tutela a área da economia, sob proposta do diretor-geral de Geologia e
Energia.
As Regras Técnicas definem um conjunto de normas de instalação e de segurança
a observar nas instalações elétricas de utilização em baixa tensão”.
https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/303262/details/normal?l=1

Portaria n.º353-A/2013, de 04 de dezembro


“Estabelece os valores mínimos de caudal de ar novo por espaço, bem como os
limiares de proteção e as condições de referência para os poluentes do ar interior
dos edifícios de comércio e serviços novos, sujeitos a grande intervenção e
existentes e a respetiva metodologia de avaliação”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/331868/details/maximized

6.3 Normas Portuguesas e Europeias

 NP 4513
“Segurança contra Incêndio. Requisitos do serviço de comercialização e manutenção
de produtos, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio”;
 NP 4397
“Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho”;
 NP EN ISO 9001
“Sistemas de Gestão da Qualidade. Requisitos”;
 NP EN ISO 14001
“Sistemas de Gestão Ambiental. Requisitos e linhas de orientação para a sua
utilização”;
 NP EN ISSO 45001
“Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho”.
 OHSAS 18001
“Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional”.

63
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

6.4 Portais e documentos (consultados)

Agência Portuguesa do Ambiente


https://apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=1544&sub2ref=1548&sub3ref=1609

Autoridade para as Condições de Trabalho


“Porquê uma Campanha sobre Quedas ao Mesmo Nível?”
*https://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/Campanhas/Campanhasrealizadas/campanhaquedasaomesmonivel2014/Documents/
Documento%20orientador%20da%20campanha%20QMN.pdf
*https://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/Campanhas/Campanhasrealizadas/campanhaquedasaomesmonivel2014/Paginas/defa
ult.aspx

Alto Comissariado para as Migrações


https://www.acm.gov.pt/ru/-/protecao-e-seguranca-no-trabalho

Direção Geral de Saúde (Promoção da Atividade Física)


https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-promocao-da-atvidade-fisica/perguntas-e-
respostas.aspx

Direção Geral de Saúde (Doença dos Legionários)


https://www.dgs.pt/ms/15/pagina.aspx?ur=1&id=5518

Direção Geral de Saúde


(Informação Técnica: Gestão do Risco Biológico e a Notificação de acordo com O Decreto-
Lei n.º 84/97, de 16 de Abril)
https://www.dgs.pt/saude-ocupacional/referenciais-tecnicos-e-normativos/informacoes-
tecnicas/informacao-tecnica-n-62013-gestao-do-risco-biologico-e-a-notificacao-de-acordo-
com-o-decreto-lei-n-8497-de-16-de-abril-pdf.aspx

Direção Geral de Saúde


(Orientação - Instalações Desportivas)
“COVID-19: Atividade Física e Desporto Espaços de Prática de Exercício Físico e
Desporto, e Competições Desportivas de Modalidades Individuais sem Contacto”
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-
0302020-de-29052020-pdf.aspx

Direção Geral de Saúde


(Orientação - Atendimento ao Público)
“Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) Limpeza e desinfeção de superfícies em
estabelecimentos de atendimento ao público ou similares”
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-
0142020-de-21032020-pdf.aspx

Direção Geral de Saúde


(Orientação - Equipamentos de Proteção Individual)
“COVID-19: FASE DE MITIGAÇÃO Utilização de Equipamentos de Proteção Individual por
Pessoas Não-Profissionais de Saúde”

64
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-
0192020-de-03042020-pdf.aspx

Direção Geral de Saúde


(Orientação - Estabelecimentos de atendimento ao público na comunidade)
“Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) Medidas de prevenção da transmissão em
estabelecimentos de atendimento ao público”
https://covid19.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/03/i026012.pdf

Direção Geral de Saúde


(Orientação n.º 014/2020 de 21/03/2020)
“Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Limpeza e desinfeção de superfícies em
estabelecimentos de atendimento ao público ou similares”
https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/orientacao-n-
0142020-de-21032020-pdf.aspx

Direção Geral de Saúde


(Orientação n.º 010/2020 de 16/03/2020)
“Isolamento por SARS-COV-2 (COVID-19) – Distanciamento Social e Isolamento”
https://covid19.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/03/i026011.pdf

Direção Geral de Saúde


(Documento em pré-publicação - 2020)
“Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo coronavírus (COVID-19)”
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/plano-nacional-de-preparacao-e-resposta-
para-a-doenca-por-novo-coronavirus-covid-19-pdf.aspx
Autoridade para as Condições de Trabalho / Direção Geral de Saúde
(Documento de Referência – Atuação dos Industriais no âmbito do Sistema da Industria
Responsável – SIR)
https://www.dgs.pt/saude-ocupacional/documentos-so/documento_atuacao-dos-industriais-
no-ambito-do-sir-pdf.aspx

Gabinete de Estratégia e Planeamento


Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
(Acidentes de trabalho – sínteses e publicações - O GEP organizou a informação
estatística que produz e divulga em grandes áreas/temas. Uma síntese/publicação pode
aparecer em mais de uma área/tema).
http://www.gep.mtsss.gov.pt/sinteses-/-
publicacoes?p_p_id=122_INSTANCE_WMk9CVxlNGmg&p_p_lifecycle=0&p_p_state=nor
mal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
1&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=3&p_r_p_564233524_categoryId=11368&p_r_p_56423
3524_resetCur=true

Ministério Público – Portugal


“O Comité Europeu dos Direitos Sociais e Portugal”
http://gddc.ministeriopublico.pt/perguntas-frequentes/o-comite-europeu-dos-direitos-
sociais-e-portugal
Associação Portuguesa de Segurança
“A APSEI, constituída em 2006, representa as empresas e profissionais de segurança
contra incêndio, segurança eletrónica, segurança no trabalho e segurança no transporte de
mercadorias perigosas”.
https://www.apsei.org.pt/apsei/ambito-organizacao/

65
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Agência Portuguesa do Ambiente / Direção Geral de Saúde


“Metodologia de avaliação da qualidade do ar interior em edifícios de comércio e serviços
no âmbito da Portaria 353-A/2013”
https://www.apambiente.pt/_zdata/DAR/Ar%20Interior/Metodologia_Avaliacao_Qualidade_
Ar_Interior_1.0.pdf

Agência Portuguesa do Ambiente


(Qualidade do Ar Interior)
https://apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=82&sub2ref=319

6.5 Diário da República - coronavírus SARS-CoV-2 (consultados)

Legislação compilada – COVID-19 – Declarações e Prorrogações de Situações de


Calamidade e de Alerta e Contingência
“Por área temática”
https://dre.pt/legislacao-covid-19-por-areas-tematicas

Decreto do Presidente da República n.º 14-A/2020, de 19 de março


“Declara o estado de emergência, com fundamento na verificação de uma situação de
calamidade pública”
https://dre.pt/pesquisa/-/search/130399862/details/maximized

6.6 Outras plataformas digitais (consultadas)

Escola Superior de Tecnologia e Saúde de Lisboa – Biblioteca


https://www.estesl.ipl.pt/estudantes-alumni/servicos-de-apoio/biblioteca

Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa


https://repositorio.ipl.pt

Universidade de Coimbra – Biblioteca Geral


https://www.uc.pt/fcdef/documentosbiblioteca/Bibliotecadigital/Normas

Instituto Nacional de Emergência Médica


https://www.inem.pt

Escola Nacional de Bombeiros


https://www.enb.pt

Instituto Português da Qualidade


http://www1.ipq.pt/PT/Pages/Homepage.aspx

Autoridade para as Condições de Trabalho (Fazer uma Queixa)


https://eportugal.gov.pt/servicos/fazer-uma-queixa-a-autoridade-para-as-condicoes-do-
trabalho-act-

Qualidade e Aparelho Digestivo I Jornal Português de Gastrenterologia


http://www.scielo.mec.pt/pdf/ge/v18n2/v18n2a10.pdf

66
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Infection Prevention and Control Canada


https://ipac-canada.org/canadian-journal-of-infection-control-3.php

Biblioteca do Conhecimento Online


https://www.b-on.pt

American Psychological Association


https://psycnet.apa.org/home

Science Direct (Elsevier)


https://www.sciencedirect.com

News Medical Life Science


https://www.news-medical.net/health/What-is-the-Nervous-System-(Portuguese).aspx

International Journal on Working Conditions


http://ricot.com.pt/PT/jornal.php?subop=0&search=undefined&language=PT

European Social Charter and European Convention on Human Rights


https://www.coe.int/en/web/european-social-charter

Info Wester
https://www.infowester.com/pagword2007.php

Hospital CUF (Companhia União Fabril)


https://www.cuf.pt/saude-a-z/raio-x

Sindicato Nacional do Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas


Públicas Concessionárias e Afins http://www.stal.pt/index.php/sectores/seguranca-e-saude-
no-trabalho/964-falta-de-condições-de-trabalho-na-braval.html (Publicado a 12 novembro
2018).

AGAP – Caraterização do Fitness em Portugal 2019


https://www.portugalactivo.pt/noticias/caraterizacao-do-fitness-em-portugal-2019

AGAP – Barómetro 2016


https://www.portugalactivo.pt/noticias/barometro-2016-relatorio-ja-disponivel

AGAP – Barómetro do Fitness em Portugal 2018 (Relatório Final)


https://www.portugalactivo.pt/sites/default/files/documentos_publicos/barometro_do_fitness
_em_portugal_2018.pdf

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho – Ferramentas OiRA (Letónia)


https://oiraproject.eu/pt/oira-tools?text=&field_country%5B25%5D=25&sort=date

União Europeia (Letónia)


https://europa.eu/european-union/about-eu/countries/member-countries/latvia_pt

O que é a OiRA?
https://oiraproject.eu/pt/what-oira

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica


https://www.asae.gov.pt/fiscalizacao-economica/informacoes-sobre-atividades-
economicas/marcacao-ce.aspx

67
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

A sua Europa – União Europeia


https://europa.eu/youreurope/business/product-requirements/standards/standards-in-
europe/index_pt.htm

Instituto Português da Qualidade


(Encontro: A nova norma NP ISO 1996 - Maria João Graça)
http://www1.ipq.pt/PT/Site/Eventos/Documents/2018/NovaNormaNPISO1996/2_ANormaliz
acaoemPortugal_MJGraca_IPQ.pdf

Ekonomista - Conteúdo que descomplica. Periodicidade: Diária. “Soft skills: quais são e
por que são tão valorizadas?” Https://www.e-konomista.pt/soft-skills (29 Jul, 2019)

Serviço Nacional de Saúde (Atividade Física e Saúde)


https://www.sns.gov.pt/noticias/2020/07/03/atividade-fisica-e-desporto/

NASA (National Aeronautics and Space Administration)


https://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/earthfact.html

68
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

APÊNDICE

Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos em


ginásios

69
Ferramenta de Avaliação das Condições de Trabalho em Ginásios
Informação geral
Empresa/Instituição:
Setor de Atividade:
Informação sobre o local de trabalho
Morada:
N.º Total de trabalhadores: N.º Mulheres ______ / N.º Homens ______
N.º total de trabalhadores: N.º Efetivos _____/ N.º a Termo Certo _____ / N.º Estagiários _____
Assinale os fatores que se verificam, ou se aplicam, ou não, no serviço ou local de trabalho:
1. Utilização de máquinas e equipamentos
Decreto de Lei n.º50/2005, de 25 de fevereiro:
https://dre.pt/application/dir/pdf1s/2005/02/040A00/17661773.pdf
Sim Não Não Aplicável Comentários
Existem movimentos livres ou repentinos em algumas ações, de objetos ou
1.1
elementos de aparelhos e equipamento de treino?
Em determinados movimentos de máquinas e/ou alteres é possível embater
1.2
nos trabalhadores?
Equipamentos para exercícios Cardiovasculares (Bicicletas, Elíticas,
1.3 Passadeiras, Remos, Step) estão balizados nos movimentos provocados
durante a sua utilização aos trabalhadores?
Durante os treinos com alteres livres, há risco de movimentos perigosos para
1.4
os trabalhadores?
Os equipamentos são adquiridos tendo em conta as normas de segurança
1.5
europeias?
Existem manuais de utilização dos equipamentos utilizados no ginásio,
1.6
fornecidos pelo fabricante?
O trabalhador consegue passar entre dispositivos sem bater quando são
1.7
utilizados?
Há instalações ou áreas para armazenamento de equipamentos e garantir que
1.8
é armazenado corretamente?
Existem marcas delimitadoras no chão, que indiquem zonas seguras de
1.9
passagem entre máquinas e equipamentos para os trabalhadores?
1.10 Há disponível algum manual de manutenção e limpeza dos equipamentos?
2. Quedas ao mesmo nível
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Portaria n.º256/2011 (Seguros de acidentes profissionais): https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip/2011/07/12700/0393103940.pdf


Autoridade para as Condições do Trabalho – Quedas ao mesmo nível: https://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/Campanhas/Campanhasrealizadas/campanhaquedasaomesmonivel2014/Documents/Documento%20orientador%20da%20campanha%20QMN. pdf
As passagens delimitadas para passagem de trabalhadores são totalmente
2.2
isentas de perigo?
2.3 Existe iluminação suficiente natural?
2.4 Existe iluminação suficiente artificial?
2.5 O pavimento é antiderrapante e regular?
2.6 Existem desníveis, ou degraus na sala de treino?
2.7 Os trabalhadores usam calçado adequado antiderrapante?
2.8 Existem pedaços de pavimento soltos?
É frequente encontrar espalhados/desarrumados fora do local próprio
2.9
utensílios de treino, dentro do ginásio?
Existem cabos de corrente elétrica demasiado tencionada, ou atravessados em
2.10
passagens de trabalhadores?

3. Eletricidade (Riscos elétricos)


Portaria n.º987/93, de 6 de outubro: Diário da República Eletrónico, Portaria n.º. 987/93
Portaria n.º949-A/2006 de 11 de setembro: https://dre.pt/application/conteudo/303262
Os equipamentos / máquinas de funcionamento elétrico estão em bom estado
3.1.
de utilização?
Existem fios descarnados ou mal isolados das máquinas que trabalham com
3.2
corrente elétrica, próximos dos trabalhadores?
3.3 O sistema elétrico está bem sinalizado e isolado?
3.4 O quadro elétrico tem a potência adequada aos equipamentos presentes?
Os trabalhadores têm indicações para não tentar fazer reparações elétricas por
3.5
sua iniciativa?
4. Agentes Físicos
Lei n.º25/2010, de 30 de agosto: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/2010/08/16800/0377003782.pdf
Ruído: Decreto-Lei n.º182/2006, de 6 de setembro: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/2006/09/17200/65846593.pdf
Os trabalhadores estão expostos frequentemente a níveis elevados de ruído?
4.1
(Ventiladores, AVAC, Equipamentos de som/música)

Existem equipamentos preventivos de redução de ruído no ginásio, no teto,


4.2
paredes que absorvem o ruído excesso?

71
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Existem limitadores de som máximo durante as sessões de treino coletivo ou


4.3
individuais próximas às fontes de musicais?
Ambiente Térmico: Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 de abril: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/672456/details/normal?q=Térmico
No setor do ginásio a temperatura do local de trabalho é confortável para os
4.4
trabalhadores?
Existe algum sistema de aquecimento/arrefecimento da temperatura do ar no
4.5
espaço ginásio? (Ex.: Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado / AVAC)

Iluminação: Portaria n.º 987/1993, de 6 de outubro: https://dre.pt/pesquisa/-/search/644973/details/maximized


4.6 Há iluminação natural a maioria do tempo laboral ao longo do dia?
Quando a iluminação natural já não se nota suficiente, há boa distribuição da
4.7
iluminação artificial?
Radiações: Lei n.º 25/2010, de 30 de agosto: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/2010/08/16800/0377003782.pdf
4.8 Equipamentos do ginásio irradiam raios ultravioleta (UV), ou laser?
Os equipamentos elétricos do ginásio emanam calor intenso ao fim de várias
4.9
horas ligados?
Qualidade do Ar Interior: Portaria n.º 353-A/2013, de 04 de dezembro: https://dre.pt/pesquisa/-/search/331868/details/maximized
4.10 Existe sistema de renovação do ar interior no ginásio?
O espaço do ginásio é adequadamente ventilado com recurso a meios
4.11
naturais?
Em alguma circunstância houve um trabalhador que teve dificuldade em
4.12
respirar derivado a determinados odores sentidos no ginásio?
4.13 As janelas utilizadas para arejamento natural do ginásio são de fácil abertura?

4. Substâncias químicas
Decreto-Lei n.º 220/2012, de 10 de outubro: https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip/2012/10/19600/0563105636.pdf
Decreto-Lei n.º 98/2010, de 11 de agosto: https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip/2010/08/15500/0335303398.pdf
É efetuado com segurança o manuseio de produtos químicos, conforme
5.1
instruções e fichas de dados de segurança?
São tomadas precauções para evitar exposição a substâncias nocivas (poeira,
5.2 vapores, névoas, aerossóis, fumos) que se formam nos processos do
trabalho?
É utilizado equipamento de proteção individual, para o manuseamento de
5.3
substâncias químicas?
5.4 A limpeza dos utensílios de trabalho é efetuada em lugares arejados?
6. Agentes biológicos:
Decreto-Lei n.º84/97, de 16 de abril: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/1997/04/089A00/17021709.pdf
Diretiva Europeia 2000/54/CE, de 18 de setembro: https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2000:262:0021:0045:PT:PDF

72
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

São tomadas precauções para evitar riscos biológicos? (ex.: humidade em


6.1
tetos, pisos, vestiários)
6.2 É feita limpeza e manutenção de instalações? (sistema de ar condicionado)
6.3 É feita a limpeza e manutenção de balneários?

7. Incêndio e explosão:
Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro:
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=1949A0036&nid=1949&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&nversao
7.1 São mantidas as precauções para evitar incêndio?
7.2 Há instalações e equipamentos elétricos defeituosos?
7.3 Há extintores de incêndios adequados?
7.4 Há plantas do espaço com indicações de saídas emergência e evacuação?
7.5 Há exaustores de fumos e gases instalados no ginásio?

8. Condições dos postos de trabalho:


Portaria n.º987/93, de 6 de outubro: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/1993/10/234B00/55965599.pdf
São tomadas precauções para evitar uma sobrecarga física prejudicial à
8.1
saúde? (manipulação de cargas como pesos/equipamentos)
É necessário adotar com frequência posturas inadequadas no trabalho
8.2
habitual? (dobradas, curvado, agachado, membros superiores levantados)

8.3 Existem com frequência movimentos repetitivos?


8.4 Os trabalhadores trabalham na posição de pé a maior parte do tempo laboral?
Os trabalhadores são informados das técnicas de posturas adequadas ao
8.5
manuseio de cargas ou pesos?
As áreas de arrumação de pesos livres estão localizadas em uma altura
8.6
confortável para evitar dobrar ou alongar exageradamente?
Há avisos auxiliares dos trabalhadores, para que os clientes arrumem os
8.7
equipamentos após utilização?
9. Condições ambientais do trabalho:
Portaria n.º987/93, de 6 de outubro: https://dre.pt/application/dir/pdf1s/1993/10/234B00/55965599.pdf
9.1 Há calor ou frio permanente nos postos de trabalho?
9.2 Há presença de humidade inadequada?
9.3 Há baixa renovação de ar?
9.4 Há riscos de eletricidade estática nos equipamentos?
9.5 A iluminação natural é suficiente para se trabalhar durante o dia?

73
Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

9.6 Há iluminação artificial é adequada depois do sol se pôr?

10. Fatores psicossociais e organizativos:


Recomendações - Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho: https://osha.europa.eu/pt/themes/psychosocial-risks-and-stress
São tomadas medidas para melhorar a organização, distribuição e
10.1
planeamento das horas de trabalho?
10.2 O trabalho extralaboral é contabilizado?
10.3 Há exigência de desempenho de trabalho incomum?
Os trabalhadores têm períodos de descanso e autonomia adequados para
10.4
organizar as suas funções?
10.5 Os trabalhadores fazem pausas para as refeições de pelo menos 1 hora?
10.6 A distribuição de tarefas é bem acatada por todos os trabalhadores?
10.7 Há planeamentos de trabalho, semanais e mensais?
Há limite do número máximo de praticantes nos horários mais procurados?
10.8
(ex.: entre as 18h e as 20h)
11. Conflitos no ambiente de trabalho:
Lei n.º 54/2017, de 14 de julho: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/107692694/details/maximized
Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto: https://dre.pt/application/conteudo/174777
11.1 Os trabalhadores estão esclarecidos das suas funções e tarefas laborais?
Existem conflitos ou tensões entre os trabalhadores por causa da
11.2
descoordenação de horários ou turnos?
11.3 Há espírito de interajuda nas equipas de trabalho?
11.4 Há boas relações entre trabalhadores?
11.5 Há conflitos com o coordenador-chefe?
11.6 Existem conflitos entre trabalhadores e clientes?
11.7 Há com regularidade excesso de praticantes nas instalações do ginásio?
11.8 Os trabalhadores têm formação interpessoal, para lidar com o público?
11.9 Os trabalhadores sentem-se motivados com os seus contratos de trabalho?
Há Manual de Operações das Atividades Desportivas, visível a todos os
11.10 trabalhadores e clientes do ginásio (afixados na receção e em locais de
práticas)?
11.11 Há Regulamento Interno como diligência de um ginásio para prevenir danos?
12. Formação específica dos trabalhadores:
Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro: https://dre.pt/pesquisa/-/search/490009/details/maximized
Decreto-Lei n.º188/2009, de 12 de agosto: https://dre.pt/pesquisa/-/search/493514/details/maximized

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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

Os trabalhadores conhecem os riscos do trabalho, quando alguém fica


12.1
exposto a perigos?
Os trabalhadores são informados de como agir em caso de situações de
12.2
emergência?
12.3 Existe um plano de emergência e evacuação?
Tem situações de perigo como resultado de comportamento incorreto dos
12.4
trabalhadores?
12.5 Os trabalhadores consideram natural tomar medidas de segurança?
12.6 Os trabalhadores têm formação para agir em situações perigosas?
Os trabalhadores são informados dos riscos para os quais eles podem ser
12.7
expostos?
12.8 Os trabalhadores têm formação em SBV (Suporte Básico de Vida)?
Os trabalhadores são sensíveis às preocupações da segurança e higiene do
12.9
trabalho? (ex.: utilização de EPI)
12.10 Existe DAE (Desfibrilhação Automática Externa) nas instalações?

13. Prevenção e combate a vírus - epidemias/pandemias:


Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro (Art.º n.º41 e n.º52): https://dre.pt/pesquisa/-/search/490009/details/maximized
Despacho n.º 6344/2020 - DR n.º 115/2020, Série II de 2020-06-16: https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/135711365/details/maximized (Covid19)
Os trabalhadores têm ao seu dispor EPI específicos para a prevenção de
13.1
contágio de vírus em caso de eventuais epidemias ou pandemias?
Os trabalhadores são informados de como agir em caso de situações de
13.2
emergência pandémica?
Existem em locais de acesso ou passagem com dispensadores de gel
13.3
desinfetante?
Existem termómetros infravermelhos para medição da temperatura sem
13.4
contacto?
Os trabalhadores estão instruídos para agir em segurança e prevenção em
13.5
caso de deteção de contágio da COVID-19?
Em caso de deteção de sintomas suspeitos em trabalhadores ou clientes,
13.6
existe alguma sala de isolamento apropriada?

ANOTAÇÕES:___________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Projeto de Investigação de Mestrado
“Condições de segurança e higiene em ginásios - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos”
Artur j. Silva Santos

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(TSSHT)

Em anexo: Relatório dos procedimentos adequados recomendados.

Tabela 5 - Proposta de elaboração de ferramenta de avaliação de riscos em ginásios.

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