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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENAC

Aluno: Luis Fellipe Nascimento do Espírito Santo


Docente: Pollyana
Curso: Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos

No início da história da humanidade, o homem produzia aquilo que lhe era necessário
para subsistência, ele decidia o que produzir e quando produzir de maneira a satisfazer
as suas necessidades físicas e biológicas, ou seja, o homem não existe em função do
trabalho, mas sim que se utiliza dele para se manter vivo. Os ofícios passavam de pai
para filho, o homem era extremamente ligado à terra e não havia mobilidade nos
estratos sociais de cada indivíduo, ou seja, um camponês exerceria a sua função até a
morte. No entanto, com o passar do tempo, desde a antiguidade clássica, atpe a
modernidade, as relações de trabalho foram se alterando, o que, consequentemente,
alterou também as relações sociais vigentes.

O Calvinismo, decorrente da reforma protestante, classifica o trabalho através de uma


perspectiva cristã de que Deus predestinaria o ser humano que é salvo ou condenado
através da sua disciplina, ou seja, aquele que sente prazer em trabalhar, que se esforça,
sendo definida uma nova ética no trabalho, o qual confere a libertação humana. A partir
daí podem-se tirar frases como “Deus ajuda quem cedo madruga”, trazendo uma
romantização do esforço no labor. Isso pode ser associado ao capitalismo moderno ao
diferenciar aquele que vaga, o vagabundo, daquele que é trabalhador, evidenciando a
concepção dos “cidadãos de bem”, aquele que é honesto e ama trabalhar. Dessa
maneira, pode ser observado no modernismo uma fuga daquilo que até então era
defendido pela sociedade, que via o trabalho como uma atividade punitiva.

Ademais, a modernidade trouxe também práticas abusivas de trabalho que visavam


apenas o lucro dos grandes capitalistas, donos dos meios de produção. O sociólogo Karl
Marx traz à discussão o poder alienante que a burguesia possui, o poder de exploração
sobre o proletariado, o qual era obrigado a vender sua mão de obra para que pudesse
garantir seu sustento, o que transforma a força de trabalho em uma mercadoria,
perdendo o aspecto de subsistência vigente até então. Isso aliena o homem à sua
essência que é o trabalho e ocasiona a perda dos meios de produção, que passam a ser
dominados pelos já citados capitalistas.

Assim, surgem práticas abusivas no trabalho que podem ser observadas com o
Taylorismo, que defendia a ideia de que o trabalhador precisa ser incentivado e ter o
tempo controlado, o que conduz ao pensamento de que “tempo é dinheiro” e de que o
tempo deve ser extremamente produtivo, ou seja, o tempo livre não é útil ao
capitalismo, o que mecaniza o trabalho do proletariado e tira-lhes a capacidade de
pensar e agir intelectualmente. Isso é evidenciado no filme “Tempos modernos”, que
descreve a desumanização do homem e do seu uso apenas como um meio de adquirir
riquezas.

Apesar de menos recorrente, esse tipo de pensamento reverbera hodiernamente, já que é


vista uma busca incansável pela “hiperprodutividade” decorrente da globalização, visto
que a conectividade encurtou distâncias e alongou a jornada de trabalhos, pois o que
antes era restrito ao escritório, agora demanda parte do tempo livre na própria casa das
pessoas, pois há uma crescente competitividade no mercado devido à exigência de uma
mão de obra cada vez mais especializada. Dessa forma, pode ser observada uma
crescente segregação, pois aqueles que possuem maior tempo livre para dedicar-se a
obtenção de conhecimento possuem mais chances de subir hierarquicamente em
comparação com aqueles que são dependentes do trabalho para sobreviver.

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