Esquistossomose trato intestinal, principalmente da veia
mesentérica inferior;
- agente etiológico: Schistosoma mansoni
 classe Trematoda;
 é um platelminto;
 parasita pluricelular;
 outras espécies: Schistosoma
haematobium (vive no complexo
vesical e é eliminado na urina) e
Schistosoma japonicum (se
assemelham ao mansoni);
- formas adultas:
 macho: tem cerca de 1cm, cor
esbranquiçada, é mais largo e
dividido em 2 porções:
o anterior – ventosa oral e
ventral  serve para
captação de alimento;
o posterior: canal ginecóforo
 ventosa onde a fêmea
se introduz;
 fêmea: tem cerca de 1,5cm, é mais
escura e também tem corpo
dividido em 2 porções:
o anterior: ventosa oral e
ventral;
o posterior: glândulas vitelí-
nicas e ceco (cloaca);
- o macho fica por fora e apresenta uma
fenda que irá incorporar a fêmea no
momento da cópula  dependência física;
 os que ficam sem parceiros
acabam morrendo, por conta dessa
dependência;
- os adultos habitam nas vênulas do plexo
hemorroidário superior e veias ao redor do
 têm essa preferência, porque é
mais fácil de chegar no intestino,
que é seu objetivo;
 vivem cerca de 3 a 5 anos,
podendo chegar até 25 anos;
- a fêmea deposita seus ovos nos vasos e
esses ovos são levados para a luz intestinal;
 a força com que os novos ovos são
depositados, “empurra” os ovos
que já foram depositados para a
luz intestinal  eles são
depositados em fileira, por isso vai
empurrando;
 são eliminados nas fezes;
 os ovos apresentam uma espícula
voltado para trás;
 forma o miracídio no seu interior:
cilindro ciliado que corresponde ao
embrião  eclode do ovo na água
e consegue se movimentar;
 demoram cerca de 1 semana para
se tornarem maduros e 20 dias
para chegar no intestino;
 ficam viáveis por 3 a 4 semanas;
 os ovos desencadeiam uma
resposta inflamatória que gera a
formação de granuloma;
- vetor: caramujos de água doce do gênero
 tem atração miraccional  atrai o
miracídio  no interior do caramujo os
miracídios perdem seus cílios e formam
vesículas, que são os esporocistos;
- esporocistos: formas vesiculares que se
originam por brotamento dos ovos;
  os maiores são primários, dentro
deles se formam os secundários,
que são menores e, dentro dos
secundários, formam-se as
cercarias;
- forma infectante: cercaria  tem 2
ventosas, 1 corpo e 1 cauda;
 a partir dos estímulos de luz e
calor, saem do organismo do
caramujo e ficam na água;
 vive de 8 a 12h;
 na água, é atraída pela
temperatura do corpo humano 
se movimenta e encosta na pele do
humano  secreta enzimas
(hialuronidases) que formam poros
na pele  penetra na pele e deixa
sua cauda do lado de fora  o
corpo, sem a cauda, se alonga e
passa a ser chamado de
esquistossômulo (dentro do
hospedeiro);
- esquistossômulo: corpo alongado da
cercaria sem cauda no interior do
hospedeiro  forma intermediária entre a
cercaria e adulta;
- espécies de caramujo que se infectam
com o S. mansoni  funcionam como
hospedeiros intermediários:
 Biomphalaria glabrata;
 Biomphalaria tenagophila;
 Biomphalaria straminia;
- epidemiologia: regiões com condições
precárias de higiene;
 no Brasil, predomina no nordeste e
norte;
FISIOPATOLOGIA
a) CERCARIAS
- aparece quando o indivíduo é
hipersensível às enzimas;
- dermatite cercariana por conta da
resposta inflamatória dérmica e
subdérmica no local da penetração 
vermelhidão, erupção papular, eritema,
edema e prurido;
 surge após 12h de penetração e
persiste até 5 dias após a infecção;
- pode gerar infecções secundárias por
contta das lesões na pele;
b) ESQUISTOSSÔMULO e ADULTOS –
AGUDA
- esquistossômulo: pode gerar pneumonia
durante sua passagem pelo pulmão através
da circulação – Síndrome de Loeffer;
- vermes adultos: febre de Katayama na
fase aguda e obstrução de pequenos vasos;
 associada diarréia, febre, celaféia,
sudorese, astenia, anorexia e
emagrecimento
 podem causar a glomerulopatia
esquistossomótica – deposição de
complexos Ac-Ag (antígeno-
anticorpo) liberados no tegumento
c) disseminação e instalação dos OVOS
eliminados pelas fêmeas – CRÔNICA
- é a resposta mais grave e amis
característica  o problema são aquelas
que saem dos vasos mesentéricos e se
instalam nos outros tecidos;
- principais locais: fígado e pulmão;
- formação dos granulomas ao redor dos
ovos  os miracídios acabam morrendo e
liberam antígenos (agentes tóxicos) que
geram migração de células para o local 
chegam macrófagos, neutrófilos, eosinó-
filos, estiócitos  se depositam ao redor
dos ovos;
 tem células epitelioides, linfócitos
e células gigantes;
 fica “encapsulado” pelos
hepatócitos;
- os granulomas diminuem a luz do vaso 
hipertensão portal  o sangue usa vasos
de menor calibre para circular  diminui a
resistência da parede desses vasos 
varizes, principalmente nas veias
esofágicas  as varizes podem se romper,
gerando hematêmese;
MECANISMO DE ESCAPE
- resistência à morte pelo sistema
complemento;
- camuflagem da superfície dos adultos –
eles incorporam os antígenos do
hospedeiro;
FORMA CRÔNICA
- Tipo I / Intestinal: deposição de ovos na
mucosa intestinal  diarreias, que podem
ser muco-sanguinolentas, com dor ou
desconforto abdominal – pode ser
assintomática;
- Tipo II / Hepatointestinal: pode continuar
com a diarreria, dor no quadrante superior,
hepatomegalia, podendo-se notar à
palpação, nodulações correspondentes às
áreas de fibrose decorrentes da
granulomatose periportal ou fibrose de
Symmers, nas fases mais avançadas dessa
forma clínica;
- Tipo III / Hepatoesplênica Compensada:
por conta da hipertensão portal, ocorre a
circulação colateral  varizes esofágicas,
fibrose hepática (diminui a produção de
albumina);
 hepato-esplenomegalia;
 transtornos na circulação portal
pela hipertensão portal provocan-
do congestão passiva do baço;
 comprometimento do estado geral
do paciente;
- Tipo IV / Hepatoesplênica Descompensa-
da: ruptura das varizes esofágicas com
hematêmese, ascite (a produção de
albumina está muito baixa), por fígado
volumoso ou já contraído por fibrose
perivascular, circulação colateral, anemia
acentuada;
 quadros cardíacos e pulmonares;
 fígado e baço muito aumentados;
 anorexia, desnutrição;
 mais grave, irreversível, responsá-
vel pelos óbitos;
DIAGNÓSTICO
- parasitológico: sedimentação espontânea
e método de Kato-Katz (quali e
quantitativo – detecta o nº de ovos por
grama de fezes);

 Kato-Katz é o padrão-ouro;

- imunológico: ELISA (IgM na aguda e IgG

na crônica);

- complementares: biópsia e imagens;

 detecta hipertensão portal, hepa-

tomegalia, esplenomegalia;

PROFILAXIA
- controle do caramujo através da
introdução de peixes que se alimentam do
caramujo ou administração de moluscidas;

 saneamento;
 tratamento;

TRATAMENTO
- Albendazol, Praziquantel (menos efeitos
adversos) e Oxaminiquini;

 só matam os vermes adultos, mas

não diminuem a resposta inflama-
tória;