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Schistosoma Espécies do Schistosoma de importância

epidemiológica

Parasitos de vasos sanguíneos:


• Schistosoma mansoni
à Veias mesentéricas
(único encontrado nas Américas)

Ovos ovais, esporão lateral, liberados nas fezes

• Schistosoma haematobium
à Plexo venoso do trato geniturinário
Esquistossomose vesical ou hematúria.
Comumente encontrado na África.
Filo Platelmintos (achatados dorsoventralmente)
Ovos elipsoides, esporão terminal, liberados na
Classe Trematoda à Corpo não segmentado e
urina
presença de ventosas

Gênero Schistosoma à Schistosoma mansoni • Schistosoma japonicum


à Sistema porta
Theodor Maximilian Bilharz – 1852 identificou em Comumente encontrado na China, Japão,
necropsia, em veias mesentéricas, os vermes que Filipinas e Sudeste asiático.
ficaram conhecidos como “esquistossomos”.
Ovos subesféricos, rudimento espinho lateral,
Daí a denominação de “bilharziose” ou “bilharzíase” liberados nas fezes.
como sinoníma para esquistossomose.
Schistosoma Mansoni
Weinland 1858
à Gênero “Schisto” = fenda, “soma” = corpo. Morfologia (ciclo evolutivo):
1915 – Leiper (Egito) 1. Ovo
1916 – Lutz (Brasil) 2. Miracídio
à Descrição do ciclo biológico 3. Esporocisto
4. Cercária
Schistosoma mansoni 5. Esquistossômulo
à Esquistossomose mansônica 6. Verme adulto (Macho e fêmea)
“Xistose” Macho (1 cm)
“Barriga-d’água” Corpo dividido em 2 porções:
“Mal-do-caramujo”
• Anterior à Ventosa oral e Ventosa ventral

• Posterior à Canal ginecóforo (alberga a


fêmea)

• Aparelho genital masculino


Fêmea (1,5 cm) 6. Formação da cercária (500-4 mil/dia) e
liberação para o meio aquático
• Ventosa oral e Ventosa ventral
• Aparelho genital feminino 7. Penetração em peles ou mucosas à Ação
mecânica e enzimática
Miracídio
Caramujos Biomphalaria
• Tegumento recoberto por cílios
• Glândula de penetração central Encontrados em água doce, com pouca correnteza ou
• Possuem numerosas células germinativas água parada.
• O terebratorium (apila apical) possui funções
sensoriais e penetração • Biomphalaria amazônica
• Biomphalaria peregrina
• Biomphalaria tenagophila
Biologia • Biomphalaria straminea
• Biomphalaria glabrata *Brasil
Hábitat: Vivem no sistema porta hepático
Humano (Hospedeiro definitivo)
Chegada do Esquistossoma (Fígado – veia porta)
8. Migração dos esquistossômulos pela corrente
Biomassa e maturação sexual – adultos 25 dias
sanguínea e linfática
Acasalamento à Migração à Veia mesentérica
Coração à Pulmão à Fígado
inferior, Plexo hemorroidário
Sistema porta hepático
Deposição de ovos
Fase pré postural: 10 – 30 dias
Se tornam maduros entre 6-10 dias, em média.
9. Transformação em machos e fêmeas adultas
Ciclo Biológico (Heteroxeno) Acasalamento - 25 dias após a penetração

Molusco (Hospedeiro intermediário): 10. Migração: Veia mesentérica inferior e vasos


sanguíneos plexo hemorroidário
1. Liberação dos ovos nas fezes.
2. Eclosão do ovo e liberação do miracídio na Permanecem acasalados a vida toda
água alimentando-se de sangue venoso

Fatores estimulantes Deposição de ovos (400 por dia)

Alta temperatura, luz intensa (fototropia 11. Passagem dos ovos: parede dos vasos à
positiva) e oxigenação. mucosa intestinal à Luz intestinal

3. Atração dos miracídios pelos moluscos à Prováveis fatores:


miraxones.
• Reação inflamatória
4. Penetração do miracídio no molusco 10 a 15 min • Pressão dos ovos que são postos atrás
• Enzimas citolíticas produzidas pelo
Partes moles: base das antenas e pseudopé miracídio, lesando os tecidos
• Adelgaçamento da parede do vaso
Ação enzimática e movimentação do parasito. provocado pela distensão do mesmo e
a presença do casal na sua luz.
5. Alojamento no tecido subcutâneo • Perfuração do endotélio vascular
Diferenciação à esporocisto
“Saco” de células germinativas 12. Ovos nas fezes.
Ovos

• Baixo n° ovos na luz intestinal à lesões


mínimas

• Alto n° ovos na luz intestinal à Hemorragias,


edemas, fenômenos degenerativos, ulcerações
superficiais.

Fases evolutivas

1. Necrótica: Zona de necrose ao redor do ovo


2. Produtiva: reparação da zona necrosada
3. Cura: formação de nódulo endurecido (fibrose)
Patogenia – Sinais e Sintomas
Intestino grosso e/ou Fígado
Depende do local parasitado, espécie, idade, estado
nutricional imunidade e carga parasitária adquirida. Sinais e Sintomas
• Carga parasitaria à sintomatologia • Esquistossomose aguda
Estimada pelo n° de ovos por grama de fezes
• Fase pré postural: período migração dos
• Imunidade à resposta inflamatória esquistossômulos: pele para o sistema porta

Cercária Assintomático ou sintomas (mal-estar, tosse,


dores musculares, desconforto abdominal)
Dermatite cercariana
Hemograma: alto eosinófilos e sorologia para Igs e IgE. • Fase Aguda (fase toxêmica): principalmente
pela presença das larvas (subs.tóxicas)
• 1° sinal clínico
• Vermelhidão Aparece em torno de 50 – 120 dias (Febre de
• Coceira Katayama: Febre, cefaleia, anorexia, dor
• Inchaço e Dor abdominal, diarreia e vômitos), hepatomegalia
discreta, alterações das funções hepáticas.
Vermes adultos
• Esquistossomose Crônica: granulomas ao redor
• Vermes mortos à Lesões no sistema porta ovos (6 meses após a infecção)
do fígado
Intestino: Diarreia muco-sanguinolenta, dor
• Vermes vivos à Consumo de 2,5 mg de Fe abdominal e tenesmo.
por dia
Fígado: Hepatomegalia dolorosa e fibrose
Reação inflamatória em tecidos: tecido cicatricial (fibroblastos à fibras colágenas à granuloma)

Reação inflamatória granulomatosa Granulomas hepáticos

• Hipertensão portal
• Varizes à circulação colateral à Varizes
esofágicas
• Ascite (barriga d’água)
• Esplenomegalia
Diagnóstico Prevenção
• Parasitológico • Combate aos caramujos transmissores

Técnica de Hoffman à Identificação dos ovos • Utilização de cercaricidas à impede a


Kato-Katz à visualização e contagem dos penetração das cercarias na pele
ovos por grama de fezes (áreas endêmicas).
• Evitar entrar em contato com água de rios e
• Biópsia ou raspagem da mucosa retal lagos desconhecidos

• Ultrassonografia: • Saneamento básico adequado.

Alterações hepáticas à fibrose Tratamento


• Sorológico: ELISA
Tratamento através do Oxamniquina e Praziquantel.
Detecção de anticorpos IgM (ELISA – IgM)
• Eliminação de parasitas machos e fêmeas.
Contra uma fração do extrato total de vermes
de Schistosoma mansoni • Inibição da deposição dos ovos.

Detecção de anticorpos IgG (IF – indireta)

Detecção de antígenos específicos do verme


adulto.

Epidemiologia
• Encontrados lesões típicas em múmias egípcias
(> 3.000 anos de idade)

• O S. mansoni foi importado para o Brasil através


de escravos africanos

Locais de maior prevalência:


Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, Paraíba e Pernambuco.

Expansão da Doença:

- Condições precárias de saneamento básico

- Nível socioeconômico

Transmissão
Penetração de cercárias através da pele e/ou mucosas
Maior quantidade e atividade: 10 – 16 hs

• Caramujos/ Moluscos contaminados


• Rios e lagos contendo caramujos/ moluscos
• Saneamento básico inadequado

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