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CANOAS, 2019
KARINA VARGAS DA SILVA
CANOAS, 2019
3
RESUMO
Este trabalho visa abordar aspectos sobre responsabilização civil por danos
causados pela indústria tabagista aos fumantes na pessoa do consumidor e
possuidor de direitos fundamentais que são violados por meio do comércio e do
consumo do cigarro, o que acarreta diversos malefícios substanciais.Assim, no fim
do ano de 2018 revela-se o primeiro caso de procedência parcial no Brasil,
condenando uma indústria tabagista ao pagamento de indenização por danos aos
fumantes e evidenciando a probabilidade da mudança de visão jurisprudencial a
respeito do assunto.
ABSTRACT
This paper aims to address aspects of civil liability for damages caused by the
tobacco industry to smokers in the person of the consumer and possessing
fundamental rights that are violated through trade and consumption of cigarettes,
which leads to several substantial harms. Thus, at the end of 2018, the first case of
partial origin in Brazil was found, condemning a tobacco industry to pay damages for
smokers and showing the likelihood of a change in the jurisprudential view on the
subject.
Keywords: Tobacco industry. Civil responsability. Damage. Cigarette. Health. Free will
1
Acadêmica do curso de graduação de Direito da Universidade La Salle – Unilasalle, matriculada na
disciplina de Trabalho de Conclusão. E-mail: kvargassilva@hotmail.com, sob a orientação da professora
Dra. Maria Cláudia Cachapuz. E-mail: maria.cachapuz@unilasalle.edu.br. Data da entrega: 08/07/2019.
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Sumário
1. INTRODUÇÃO
PARTE I: DOGMÁTICA DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
1. OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E A NORMATIVIDADE DA
SAÚDE.......................................................................................................................................................06
1.1. A ORIGEM DO CIGARRO, SUBSTANCIAS COMPONENTES E ALGUNS MALEFÍCIOS
CAUSADOS................................................................................................................................................08
1.2. O LIVRE ARBÍTRIO DOS FUMANTES E A RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INDÚSTRIAS
TABAGISTAS.............................................................................................................................................10
2. REQUISITOS PARA A RESPONSABILIDADE CIVIL EM DEMANDAS DE
SAÚDE.......................................................................................................................................................11
2.1. ANÁLISE DOS ARTIGOS 186, 187, E 927 DO CÓDIGO CIVIL
BRASILEIRO..............................................................................................................................................13
2.2. A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E A TEORIA DO RISCO................................................14
2.3. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E RESPONSABILIDADE CIVIL: A RELAÇÃO DE
CONSUMO ENTRE FUMANTES E PRODUTORES DE
CIGARRO..................................................................................................................................................15
1. INTRODUÇÃO
SALAZAR, Andrea Lazzarini; GROU, Karina Bozola. Ações indenizatórias contra indústria do tabaco:
6
Portanto, por muitos anos o tribunal brasileiro vinha negando provimento das ações
movidas em face da indústria tabagista arguindo a falta de pressupostos para ensejar
danos morais e materiais.6
Apesar de haver diversas decisões em primeiro grau condenando empresas
fumígenas, os tribunais brasileiros, vinham reformulando tais decisões, até que em
2018 iniciou-se grande mudança no histórico das ações da responsabilidade civil
contra os fabricantes de cigarro no Brasil em virtude da procedência da apelação Cívil
que condenou a empresa Souza Cruz a indenizar família de fumante falecido por causa
do consumo do cigarro.7
Nesta perspectiva, muito se tem a discutir e demonstrar a respeito do assunto,
posto que a questão da responsabilidade civil das empresas tabagistas no Brasil é
ainda um tema bastante polêmico e controverso, tanto na doutrina quanto na
jurisprudência. Todavia, há tendências futuras na visão jurisprudencial ensejando
provimentos nas demandas de responsabilização da indústria do tabaco.
Cabe salientar que a responsabilidade civil da indústria tabagista é um
mecanismo importante de implementação de um direito fundamental à saúde do
consumidor, pois prevê a reparação de danos à integridade física e moral das pessoas
quanto consumidoras do tal produto.
Assim, foi realizada pesquisa com base na bibliografia de diversos autores,
artigos, sites, revistas jurídicas, leis, princípios jurídicos e jurisprudência que estão
relacionados com a temática em questão.
8
PINTO, Alexandre Guimarães Gavião. Direitos Fundamentais Legítimas Prerrogativas de Liberdade,
Igualdade e Dignidade. Disponível
em:<http://www.emerj.tjrj.ju.br/revistaemerj_online/edicoes/revista46/Revista46_126.pdf>>. Acesso em
15 mai 2019.
9
Tratamento do tabagismo. Disponível em:< https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-
tabagismo/tratamento>. Acesso em 16 mai. 2019.
8
inviolabilidade do direito à vida, bem como do direito à liberdade, tratando-se, portanto,
de direitos fundamentais assim como o direito à saúde.
Neste contexto, segundo explicita Edmar Oliveira da Silva, o direito à vida deve
trazer consigo a ideia de uma vida digna, devendo o Estado prestar o aparato
necessário para essa garantia, sendo que o direito à saúde é consequência lógica do
direito à vida digna.10
Cabe, portanto, colocar que há um conflito evidenciado na sociedade
envolvendo os direitos fundamentais em face do tabagismo. Não obstante, deve ser
salientado que a própria Constituição Federal, no artigo 5º, inciso XXXII, estabelece a
defesa do consumidor no rol de direitos e garantias fundamentais e entre os princípios
gerais da Ordem Econômica, no artigo 170 da Constituição Federal de 1988.
Neste sentido, cabe ressaltar que a defesa do consumidor é direito fundamental.
Portanto, há de ser abordado sobre grandes prejuízos, no tocante aos direitos
fundamentais como o direito à saúde, à vida, à dignidade, e o princípio de defesa do
consumidor, sendo que a licitude da venda de cigarros traz à tona imenso conflito, já
que há violabilidade dos direitos fundamentais, como será visto a seguir, considerando
que há uma relação de consumo estabelecida, segundo o que é explícito nos artigos 1º
ao 4º do Código de Defesa do Consumidor, na qual as empresas tabagistas, os
comércios que vendem o cigarro, e os fumantes ativos constituem vínculo de
consumo.11
17
SAMPAIO, Marília de Ávila e Silva. Tabagismo, livre arbítrio e dignidade da pessoa humana:
Parâmetros científicos e dogmáticos para (re)pensar a jurisprudência brasileira sobre o tema. Revista de
informação Legislativa. Disponível em:<
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496563/000940653.pdf?sequence=1>. Acesso em:
15 mai.2019.
18
Apelação Cível Nº 70059502898, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eugênio
Facchini Neto, Julgado em 18/12/2018.
11
demandas agora “cai por terra”, através da colocação plausível na decisão supracitada.
22
Apelação Cível Nº 70069470458, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Laura
Louzada Jaccottet, Julgado em 28/09/2016.
23
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Obrigações e responsabilidade civil. -18-São Paulo: Atlas, 2018,
p.437.
13
condutas desta natureza.24
Neste seguimento, Nader ainda afirma que “a Constituição, pelo art. 5º, inciso X,
foi categórica ao reconhecer o direito à indenização por danos morais”, o que
demonstra que, referente à saúde, se esta é lesada, irá ensejar a indenização por
danos extrapatrimoniais à parte prejudicada.
2.1. ANÁLISE DOS ARTIGOS 186, 187, E 927 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
NADER, Paulo. Curso de direito civil, volume 7: responsabilidade civil. – 6. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense, 2016, p. 120-122.
25
Tartuce, Flávio. Direito Civil.13.ed.rev.,atual.e ampl.- Rio de Janeiro:Forense,2018,p.363
26
GONÇALVES,Carlos Roberto.Direito Civil brasileiro, volume 4:responsabilidade civil.5.ed-São
Paulo:Saraiva,2010,p53
27
VENOSA;Sílvio de Salvo. Direito Civil: obrigações e responsabilidade civil.-18.ed-São
Paulo:Atlas,2018,p.445
28
FACCHINI NETO, Eugênio. Da responsabilidade civil no novo código. Revista do Tribunal Superior do
14
Não obstante, Flávio Tartuce entende que a “consequência do ato ilícito é a
obrigação de indenizar, de reparar o dano, nos termos da parte final do art. 927 do
CC”, sendo que ele se filia à corrente doutrinária pela qual ato ilícito constitui um fato
jurídico:
32
PEREIRA, Caio Mário da Silva; TEPEDINO, Gustavo.Responsabilidade Civil. – 12. ed. rev., atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2018, p.318 – 319.
33
VENOSA; Sílvio de Salvo. Op.cit.,p.445
34
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 4 : responsabilidade civil. – 12. ed. – São
Paulo : Saraiva, 2017,p.48.
16
38
TARTUCE, Flávio. Direito civil. Op. cit. p. 335.
39
DELFINO, Lúcio. Responsabilidade civil da indústria do tabaco. Disponível em:<
http://www.luciodelfino.com.br/enviados/2016420144331.pdf>. Acesso em 11 jun.2019.
40
LOBO, Paulo. Boa-fé entre o princípio jurídico e o dever geral de conduta obrigacional.
Disponível em< http://genjuridico.com.br/2018/02/26/boa-fe-do-administrado-e-do-administrador-como-
fator-limitativo-da-discricionariedade-administrativa/>. Acesso em 21 jun. 2019.
41
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. Op. Cit. p. 516
18
inadequada a respeito da sua nocividade ou periculosidade.42
Neste seguimento, se entende que não haveria a responsabilização das
indústrias do tabaco pelo risco inerente em si mesmo, mas sim pelo defeito de
informação apresentado entre os anos 1927 e 1954 através das propagandas daquela
época, fazendo parte de uma exposição organizada pela Biblioteca Pública de Nova
York. Os anúncios, que circulavam em revistas como Life e Saturday Evening Post,
eram coloridos e criativos. A exposição ainda recorria a celebridades que emprestaram
rosto e pulmões à indústria tabagista. O ator Ronald Reagan, o esportista Joe
DiMaggio e até Papai Noel apareceram de cigarro em mãos.43
45
Apelação Cível Nº 70042003939, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Leonel Pires
Ohlweiler, Julgado em 26/08/2015. Disponível em < https://www.tjrs.jus.br/site/jurisprudencia/>. Acesso
em 25 jun.2019.
49
Apelação Cível Nº 70047613757, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Leonel Pires
Ohlweiler, Julgado em 26/08/2015. Disponível em < https://www.tjrs.jus.br/site/jurisprudencia/>. Acesso
em 27 jun.2019.
22
consumidor de cigarros a assumir os riscos do tabagismo, mas sim as empresas
fabricantes que, ao colocarem um produto altamente danoso no mercado, deveriam
assumir o risco de responder pelos danos causados.
Destarte, em defesa ao terceiro argumento a ser refutado, ou seja, a alegada
inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, o Des. Eugênio fundamenta não
serem normais os riscos do consumo do cigarro em decorrência de sua natureza e
fruição, afinal, quem fuma não tem como pretensão desfrutar, no futuro, de doenças ao
adquirir um maço de cigarros, depreciar sua saúde ou de buscar sua morte prematura.
Assim, o relator alegou ser possível sustentar a incidência do Código de Defesa do
Consumidor em razão da omissão de informação adequada e clara sobre as
características, composição e riscos (vício de informação); em razão da publicidade
insidiosa e hipócrita, adotada por décadas, vinculando o cigarro a situações como
sucesso profissional, beleza, prazer, requinte, etc; e em razão da introdução no cigarro
de substância aditiva (nicotina), que compele o usuário ao vício.
E ainda, quanto ao fato atual de haver no próprio maço de cigarros advertência
sobre os malefícios associados tabagismo, coube a Facchini lembrar que quem cumpre
os deveres de informar o consumidor é o Estado, através de normas. Não há, portanto,
como considerar que a indústria do fumo cumpre o dever de informar de modo
suficiente e adequado. E ele fundamenta, ainda, que mesmo que fosse descartada a
aplicação do Código de Defesa do Consumidor e se aplicasse apenas a legislação civil,
não se poderia olvidar a responsabilidade objetiva, constatada através do art. 931 do
Código Civil.
Já no que concerne a contribuição causal da vítima, o relator constatou que, de
fato, houve uma decisão da vítima de começar a fumar e de permanecer fumando até
receber o diagnóstico de que havia contraído doença tabaco-relacionada. Portanto, não
é razoável imputar-se a integralidade do prejuízo à demandada, devendo ser
reconhecida uma contribuição causal de 25% à própria vítima.
Por fim, a saída do impasse se realizou através da aplicação da teoria da Market
Share Liability, ou responsabilidade por cota de mercado, imputando-se à demandada
a responsabilidade pela média da quota de mercado que detinha, no Estado do Rio
Grande do Sul, durante o período em que o marido da autora fumou (1964 a 1998),
sendo a sentença de 1º grau reformada, julgando-se parcialmente procedente a ação.
23
3.A VIOLAÇÃO DA BOA FÉ E SUA INCIDÊNCIA NA RESPONSABILIZAÇÃO DAS
INDÚSTRIAS TABAGISTAS
No que diz respeito à publicidade abusiva, deve ser salientado que a indústria
do cigarro buscou incitar o hábito de fumar através de propagandas apelativas, repletas
de glamour, acarretando, assim, em diversos malefícios à saúde do ser humano. A
propaganda de cigarro sempre fora insinuante, ligada ao sucesso pessoal e a fatores
como status econômico.55
Neste sentido, foi sancionada no ano 2000 a lei Lei 10.167, alterando
dispositivos da Lei nº 9.294/96, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda
53
Tabagismo. Disponível em<https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/tabagismo>.
https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/tabagismo>. Acesso em 28 jun. 2019.
54
SERPEJANTE, Carolina. Descubra as substâncias do cigarro que são nocivas à saúde. Disponível
em< https://www.minhavida.com.br/saude/materias/13305-descubra-as-substancias-do-cigarro-que-sao-
nocivas-a-saude>. Acesso em 28 jun. 2019.
55
STEGLICH,Tassia Tabille. O cigarro e a propaganda. Disponível em<
https://www.webartigos.com/artigos/o-cigarro-e-a-propaganda/36993/>. Acesso em 29 jun.2019.
25
de produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos
agrícolas, sendo que de acordo com esta lei a propaganda do cigarro somente era
permitida na parte interna dos locais de venda do produto, por meios de pôsteres,
painéis e cartazes, restando proibidas as demais formas de divulgação.Já em
dezembro de 2014, passou a vigorar a nova regulamentação da Lei Antifumo no Brasil,
a qual passou a proibir a propaganda de cigarros até mesmo nos pontos de venda.56
Ademais, Flávio Tartuce conceitua que o conceito de publicidade abusiva pode
ser encontrado no art. 37, § 2.º, do Código de Defesa do Consumidor, cuja transcrição
merece realce, para os devidos aprofundamentos, a saber, que “é abusiva, dentre
outras, a publicidade que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança”; e ainda, diante do seu conteúdo,
muitas vezes agressivo, a publicidade abusiva pode gerar a responsabilidade civil das
pessoas envolvidas. Ademais, estipula o caput do art. 60 do Código de Defesa do
Consumidor que a imposição de contrapropaganda será cominada quando o
fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, sempre às
expensas do infrator.57
Isto posto, cabe citar a apelação cível sob nº 1022881-33.2016.8.26.0053, da
comarca de são paulo, tratando-se de ação ordinária movida por Philip Morris Brasil
Indústria e Comércio Ltda em face da Fundação e Proteção e Defesa do Consumidor
PROCON, objetivando a declaração de nulidade da multa que lhe foi imposta no Auto
de Infração nº 11523-D8. A juíza da 11ª vara da Fazenda Pública de SP manteve multa
aplicada pelo Procon-SP à Philip Morris por abusividade em propaganda do cigarro
Marlboro, sendo que a propaganda, veiculada entre 2012 e 2013, consistia em uma
foto de um adulto empurrando um sofá, com a frase "Talvez vou ser independente", em
que ao "talvez" sobrepunha-se um "X", resultando na frase "vou ser independente". 58
O Procon alegou que a autora infringiu o Código de Defesa do Consumidor por
veicular propaganda abusiva considerando que a campanha publicitária faria
associação entre o uso de cigarros e a ideia de independência, atraindo o máximo de
consumidores, especialmente jovens, sendo este um exemplo da publicidade abusiva
advinda da indústria tabagista e suas consequências devastadoras.
56
Lei Antifumo proíbe propagandas a partir de dezembro. Disponível em<
http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2014/06/lei-antifumo-proibe-propagandas-a-partir-de-dezembro>.
Acesso em 29 jun. 2019.
57
TARTUCE, Flávio. Manual de responsabilidade civil: volume único. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018, p.82-83.
58
TALVEZ VOCÊ SEJA O ALVO. ACT, 2014. Disponível
em<http://actbr.org.br/uploads/arquivo/902_be_marlboro.pdf>. Acesso em 29 jun.2019.
26
4. CONCLUSÃO
BESSA, Leonardo Roscoe; e MOURA, Walter José Faiad de. Manual de direito do
consumidor; coordenação de Juliana Pereira da Silva. -- 4. ed. Brasília : Escola
Nacional de Defesa do Consumidor, 2014.
FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 9. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
p.410/411.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil,
volume 3: responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009, p. 1-2.