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Introdução 4

Sessão 1: A lógica por trás dessa preparação 5


Como o medo e a ansiedade afetam o parto 5
Proposta do curso: 5
Sobre a dor do parto 5
Preparando a mente para um parto positivo: 5
Afirmações Positivas 6
Relatos de partos positivos 7
Taciana, Gustavo e Davi. 7
Diovana, Roberto e Vicenzo. 8
Relato Carina Primavesi 9
O nascimento da Marina 11
O nascimento da Sofia 12
Relato de parto: Gabriela, Luã e Ícaro. 12

Sessão 2: Ferramentas de relaxamento para o parto 15


Criando um ambiente que favorece a fisiologia do parto 15
Áudios de relaxamento e meditação 15
Respiração durante o trabalho de parto 16
Effleurage superficial 16
Âncoras de relaxamento 17
Relaxamento com carícias 18
Relaxamento “Boneca de pano” 20
Praticando os exercícios de relaxamento durante a gravidez 21
Posições para um parto mais confortável 21

Sessão 3: Estágios e fases do trabalho de parto 23


Sobre a data prevista do parto 23
Início do parto e primeiros sinais: 23
Estágios do trabalho de parto 23
Primeiro estágio (dilatação) 24
Fase Inicial 24
Dicas para a fase inicial do parto: 24
Rompimento da bolsa amniótica 25
Fase ativa 25
Dicas para o acompanhante durante a fase ativa 26

Sessão 4: Estágios e Fases do trabalho de parto- continuação 27


Primeiro estágio (continuação) 27

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Fase de transição 27
Dicas para o acompanhante durante a fase de transição: 27
Segundo estágio 28
Fase passiva 28
Fase expulsiva 28
Posições para o segundo estágio 29
Check list antes do parto 29
Lista de preferências para o parto- Exemplo 30

Notas Finais 32

Alguns artigos interessantes 33

O que levar para a maternidade 34

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Introdução
A mente em equilíbrio é fundamental para um parto mais confortável, tranquilo e relaxado.

Durante o curso iremos trabalhar o entendimento acerca da fisiologia do nascimento,


desmistificando medos e crenças adquiridos ao longo da vida. Além disso, discutiremos
técnicas de relaxamento, respiração, visualização e meditação que ajudarão a mulher a passar
pela experiência de parto de forma mais tranquila, confortável e positiva.

Tudo para proporcionar um relaxamento físico e mental para que vocês tenham condições de
alcançar um parto com mais leveza e tranquilidade

“O Hypnobirthing ensina a mulher a trabalhar junto com o seu


corpo, que é naturalmente programado para dar a luz. Ele ajuda
a eliminar os medos e a negatividade com os quais ela foi
programada desde cedo e os substitui por calma e confiança.”
Retirado do livro ​“The Hypnobirthing Book”

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Sessão 1: A lógica por trás dessa preparação
Tópicos dessa sessão:

● Anatomia e funcionamento do útero durante o parto


● Como os outros mamíferos dão à luz os seus filhotes
● Neocortex X Cerebro primitivo
● Como o medo afeta o trabalho de parto
● Preparando a mente para uma experiência positiva

Como o medo e a ansiedade afetam o parto


● Ativação do sistema de fuga-ou-luta
● Hormônios do stress atrapalham a liberação de ocitocina
● Sangue é drenado do útero comprometendo seu funcionamento
● A tensão atrapalha o trabalho dos diferentes grupos musculares do útero
● Tudo isso pode também comprometer as funções cardíacas e respiratórias do bebê

Proposta do curso:
● Reformulação das crenças sobre parto e nascimento: importante para que a mulher se
sinta positiva, confiante e segura durante o processo.
● Como direcionar a mente/foco para favorecer o nascimento do bebê
● Desenvolver ferramentas de relaxamento mental e físico para serem usadas durante o
parto

Sobre a dor do parto


● Diferença entre dor e sofrimento
● Algumas circunstâncias agravam as sensações de dor
● Disponibilidade de ferramentas para alívio do desconforto
● A dor do parto sinaliza um processo saudável

Preparando a mente para um parto positivo:


● Nutrir a mente com histórias positivas
● Ler afirmações positivas diariamente
● Ouvir os áudios de meditação
● Direcionar o foco para o que você deseja alcançar (e não para o que deseja evitar)
● Adotar uma linguagem positiva quando se referir ao parto

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Afirmações Positivas

Use o espaço abaixo para escrever (ou colar) as suas afirmações preferidas. Separe depois
essa página para usá-la durante o parto.

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Relatos de partos positivos

Taciana, Gustavo e Davi.


Parto normal induzido, Brasil (São Paulo- Ribeirão Preto)

Desde o início da gravidez eu sempre dizia que gostaria muito de ter um parto normal mas o
Gustavo, meu marido, achava uma loucura e dizia que ele até apoiaria minha decisão, mas que
infelizmente eu não podia contar com ele durante o parto, pois ele provavelmente “passaria
muito mal” e não conseguiria me ajudar. O tempo foi passando e ele foi se inteirando cada vez
mais do assunto, fizemos o curso juntos e agora, após finalizado todo o processo, posso dizer
com orgulho que ele foi sem dúvida a peça mais fundamental durante todo o meu trabalho de
parto.
Devido ao fato de o nosso bebê estar com problemas de restrição de crescimento, tivemos o
parto induzido com 38 semanas. Eu estava com bastante medo da indução, pois tinha ouvido
que a chance de êxito era menor. Eu já tinha começado a perder o tampão quando fomos para
o hospital e já estava com dois centímetros de dilatação quando iniciamos o processo para
induzir o parto, acho que já estava mesmo chegando a hora. Recebi o primeiro comprimido de
misoprostol às 8 da manhã e o segundo às 12 horas, quando dormi um pouco para descansar.
Acordei às 14 horas e a primeira onda dolorida veio por volta das 15 horas. Fui checada nesse
momento e já estava com 5 cm de dilatação! Davi nasceu apenas duas horas e 15 minutos
depois disso! Foi muito, muito rápido e intenso.
Durante o processo meus instintos me levaram a procurar um ambiente escuro e silencioso, era
só assim que eu ficava bem. Quando as contrações ficaram muito intensas eu corri pro
banheiro, fechei a porta, apaguei as luzes e quando o Gustavo vinha conversar comigo eu
pedia pra ele fechar a porta e conversar comigo com a porta fechada porque a claridade me
atrapalhava. Outra coisa que me ajudou muito foi a água quente. Comecei ficar nervosa porque
via o Gustavo no celular tentando falar com as pessoas, foi então que chegou uma enfermeira
e me colocou embaixo do chuveiro com a bola, e foi só então que eu comecei a conseguir
relaxar, fazendo a respiração alta e as visualizações. Pedi pro Gustavo parar de falar comigo e
fechar a porta de novo. Comecei a me conectar com a experiência e com meu corpo, falava pra
mim mesma, “relaxa os ombros, relaxa o rosto, tente se entregar e se soltar”, porque olha,
realmente, na hora da dor, o corpo fica mesmo muito tenso.
Outra coisa na qual o Gu me ajudou muito: silenciar o ambiente. Ele sem dúvida foi um ótimo
“protetor da entrada da caverna”. O médico era todo brincalhão e não parava de falar, parecia
que queria me distrair mas minha vontade era ficar em silêncio. O Gu percebeu isso, apagou as
luzes do quarto, respirava e pedia pra eu lembrar de acompanhá-lo, com isso todo mundo foi
ficando quietinho...
Tb me senti muito segura e confiante pra negar tudo o que eu não queria.
Sugestões do tipo, “sobe na maca pra eu te examinar de novo”, e eu dizia” “mas precisa
mesmo, não pode ser aqui mesmo, comigo nessa posição, por favor?”

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Ou então “Fica em tal posição que é melhor”, eu respondia “desculpa, mas pra mim não está
funcionando, deixa eu continuar assim que alivia”. Realmente a posição inclinada pra frente
alivia muuuuito, muito mesmo, tudo desandava quando deitava ou inclinava para trás..). A
massagem de toque suave também foi essencial pra mim, acho que foi a minha ferramenta
favorita.
O médico me oferecia anestesia o tempo todo depois que percebeu a dilatação total, e eu
negava, dizendo que estava suportando. Com toda boa vontade ele insistia, dizendo que a
anestesia tornaria o processo mais fácil, eu então comecei a balançar. Quando aceitei ele
enviou uma mensagem para o anestesista que chegou em dois minutos... Foi então que
perguntei: “quanto tempo demora pra fazer efeito?” Ele respondeu, “uns 10 minutos”. Daí eu
disse, “então esquece, não vai dar tempo”... Nessa hora o médico se assustou, olhou lá
embaixo e falou: “esquece mesmo, já está coroado!” Se o processo todo não tivesse engatado
tão rápido eu acredito que teria recebido anestesia sem necessidade. Agora penso que o
desconforto é maior de ter que mudar de posição pra receber uma injeção, por exemplo... Mas
enfim, saber que existia essa possibilidade caso eu precisasse também me deixou mais segura
para enfrentar o parto... Acho que existe os dois lados da moeda.
Durante o expulsivo infelizmente não consegui fazer a respiração baixa nem as visualizações.
As pessoas ao meu redor ficaram me pedindo pra fazer muita força e eu dizia que não, que
tinha medo, e eles insistiam que tinha chegado a hora e que era pra fazer força junto com a
onda. Foi uma batalha e eu estava muito nervosa. O que me acalmou foram uns grunhidos que
eu comecei a fazer, não sei de onde tirei isso mas me aliviava muito. Enfim, creio que se o
expulsivo tivesse sido na banheira, por exemplo, sozinha, sem as pessoas me falando o que eu
tinha que fazer, eu talvez tivesse conseguido relaxar mais e teria sido menos desconfortável...
Mas foi tão rápido, tão rápido que não deu nem para pensar muito.
E foi assim que o Davizinho chegou, um amor sem fim!!! No final não deu tempo da doula
chegar, ela teve que voltar no meio do caminho!
Quando fui ao oratório agradecer me escorriam lágrimas de felicidade de pensar como tudo foi
tão perfeito…

Diovana, Roberto e Vicenzo.


Parto normal no hospital, Holanda (Noord Brabant- Veldhoven)

Vicenzo completou 3 meses. Três meses foi o tempo que precisei para poder falar sobre o
momento do seu nascimento e do meu renascimento como mãe. Se diz que: uma mãe nasce
quando nasce um bebê, mas eu posso dizer que renasci (se é que é possível). Nossa família
preparou-se para receber o Vicenzo desde o dia em que soubemos que ele estava aqui dentro
de mim. Para a nossa filha mostramos vídeos de partos e explicamos como os bebês nascem e
demos a ela a escolha de estar presente durante todo o processo de nascimento. Com 24
semanas de gestação começamos nosso curso de Hypnobirthing (hipnoparto) ministrado pela
nossa querida amiga Angela.. Aaa Angela o que você fez conosco - toda a meditação, todo o
treinamento, todos os nossos encontros nos levaram ao momento dessa foto. O hipnoparto fez

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com que minha alma pudesse parir sem medo e com uma força que eu mesma desconhecia,
fez com que palavra dor fosse trocada por onda para me aproximar do encontro perfeito para o
renascimento dessa mãe. Fez com que eu conhecesse um marido que chorou, que ficou com
medo, mas que acima de tudo me apoiou e foi forte o bastante para me deixar chegar a
plenitude que foi poder fazer meu próprio parto, sim o Vicenzo chegou ao meus braços pelas
minhas próprias mãos, guiado pelo meu corpo, na água e na presença de uma parteira,
enfermeira e amiga, todas enviadas por Deus. O Hipnoparto fez com que mostrássemos a
nossa filha de 5 anos que parto é o nascimento de uma mulher e sua força inestimável, que
nós mulheres estamos programadas a isso e que devemos e podemos ter o poder completo
sobre ele. ​Caterina me viu chorar, me viu gritar, me viu sorrir entre uma onda e outra. Ela sabia
que aquele caminho era necessário para conhecer o irmão que tanto desejou e ela queria estar
presente para ver o quanto nós mulheres somos perfeitas e fortes. Não existem palavras para
descrever o momento em que pude sentir meu bebê descendo pelo meu corpo e chegando a
esse mundo.... Obrigada Angela por me apresentar o poder, a beleza e a serenidade do parto.

Relato Carina Primavesi


Parto normal domiciliar, Holanda (Amsterdam)

(...) Em vez de um ginecologista, um grupo de parteiras faziam as minhas consultas mensais.


Elas apenas verificavam se estava tudo bem tocando a minha barriga com as mãos,
verificavam o batimento cardíaco do bebê e a minha pressão; Eu tive 3 ecografias durante toda
a gravidez e apenas 1 exame de sangue. As parteiras eram sempre tão gentis e calorosas
comigo, que comecei a me sentir segura, embora nunca tenha ido ao hospital (nem após o
nascimento). À procura de um curso pré-natal, encontrei o maravilhoso curso "Hypnobirthing".
Ele ensina um novo vocabulário para descrever o trabalho de parto e o nascimento, rompendo
com a tradicional associação de parto com a dor. Sua teoria sustenta que, quando uma mulher
sente medo durante o parto, seu corpo libera hormônios que desencadeiam a resposta de "lutar
ou fugir" do corpo. Isso faz com que os músculos se tensionem, aumentando a duração e
intensidade da dor. Ao treinar a mente subconsciente através da meditação, respirações,
afirmações e visualizações, ela ensina como ter um nascimento seguro e suave . Pode
acontecer em casa, em um centro de maternidade ou no hospital, onde você se sentir mais
segura.
Pratiquei quase todos os dias, nos últimos 2 meses da minha gravidez, pelo menos uma das
suas técnicas. Eu tentei o meu melhor para mudar a experiência que tive no meu primeiro
parto. Dessa vez, eu não treinei apenas o corpo (yoga pré-natal, exercícios específicos) mas
também a minha mente (e isso foi, na minha opinião, o fator mais importante para ter um parto
mais suave).
Quando eu estava com 40 semanas, fiz o meu check-up com a parteira e ela só me perguntou
se eu estava sentindo o bebê se movendo como sempre (não menos que o normal), como eu
estava me sentindo e se eu tinha alguma dúvida. Ela tocou minha barriga para verificar se a
posição do bebê estava boa, checou os batimentos cardíacos do bebê e mediu minha pressão.

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Sem qualquer ecografia ou monitoramento fetal eletrônico, ela me disse para controlar os
movimentos do bebê e confiar no meu corpo, que ele saberia o momento certo para dar à luz,
voltar para casa e relaxar enquanto eu ainda tinha tempo (!).
Após 1 semana, sem sinais de que meu bebê queria sair, fiz o check-up de 41 semanas. A
parteira fez os mesmos procedimentos que da última vez, e também sugeriu que poderíamos
fazer um descolamento de membranas dentro de alguns dias caso eu não entrasse em
trabalho de parto de forma espontânea. Com 41 semanas + 3 dias, ainda nenhum sinal. Um
monte de amigos e parentes estavam me perguntando como eu poderia ter chegado jà a tantos
dias depois das 40 semanas sem mais nenhum check-up extra; que o bebê poderia estar
sofrendo na minha barriga; o bebê cresceria mais do que o meu corpo poderia suportar; minha
placenta estaria jà velha para alimentar meu bebê, etc…
Nesse dia liguei para minha instrutora de Hypnobirthing para perguntar o que eu poderia fazer
para estimular minha filha a sair. Ela respondeu me perguntando: "Você está se sentindo bem?
Seu bebê está crescendo bem? Respondi positivamente para as duas perguntas. Então, se
você não tem nenhuma razão médica para apressar as coisas, você pode pedir a sua parteira
alternativas além do descolamento de membranas e discutir com ela o que mais pode ser feito.
Além disso, praticar por mais tempo algumas das ferramentas de relaxamento irá ajudá-la a
alcançar um estado mais relaxado e tranquilo, o melhor para preparar o terreno para um início
natural de nascimento”. Após esta ligação, decidi esperar mais um dia e aumentar o tempo de
meditação (!!).
No dia seguinte, 41 + 4, fiquei muito ansiosa, confesso. Consegui marcar 1 hora de reflexologia
para ajudar a desbloquear qualquer emoção, a melhor decisão para aquele dia! Voltei para
casa cheia de energia e me sentindo muito relaxada, e com mais paciência e confiança para
esperar meu bebê. 41 + 5, comecei a ter algumas contrações leves.
Meu marido ficou em casa, pois pensamos que o dia tinha chegado. Mas as contrações
duraram o dia todo, sem qualquer progresso.
Liguei para a parteira para contar a ela, e ela me disse que isso poderia também não significar
nada já que as contrações não aumentavam de intensidade. Ela concordou em vir a minha
casa na manhã seguinte para fazer um check-up e o descolamento de membranas. Naquela
noite, meditei muito e tentei relaxar, visualizando meu parto na água, muito calmo, com um
pouco de música relaxante e velas. Perto das 3h da manhã eu acordei com contrações mais
fortes. Eu ainda não estava muito convencida, já que elas poderiam não progredir como no dia
anterior. De qualquer forma, eles eram suportáveis, então eu fui para a sala fazer alguns
exercícios na minha bola de pilates e respirações. Meu marido acordou comigo, e eu disse a
ele para voltar a dormir, já que poderia ainda levar muito tempo. Eu contei as primeiras
contrações e elas ainda estavam irregulares. Por volta das 3:30 da manhã, eles se tornaram
mais frequentes e mais fortes, então decidi esperar pelo menos 30 minutos para verificar se
elas eram realmente regulares. Meu marido estava preocupado e veio ver de novo se eu
estava bem. Eu disse a ele novamente para voltar a dormir, pois achei que era apenas o
começo do processo, ainda não muito doloroso. Depois de 15 minutos elas começaram a ficar
um pouco dolorosas, e meu marido veio de novo e queria ligar para a parteira. Eu teria
esperado mais desde que essas contrações foram semelhantes ao comecinho do meu primeiro

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parto, onde você ainda precisa ficar em casa. Depois da insistência dele (felizmente!!), nós
chamamos a parteira às 3:51 am, e ela chegou em aproximadamente 25 min.
Quando ela chegou, ela me checou e disse: "você já está longe demais, ficaremos em casa!".
Eu disse "o que ???" Eu não podia acreditar nisso! Ela disse novamente "você está quase
completamente dilatada, não temos tempo de ir à casa de parto". Eu, meu marido e minha mãe
(que estava aqui para o parto) ficamos bastante chocados! Era meu plano inicial dar à luz em
casa, mas para ser honesta, eu não tinha me preparado para isso, foi uma surpresa muito
inesperada! É claro que, no meu subconsciente, fiquei feliz por poder realizar meu "sonho
original". Como eu confiava em mim e no meu corpo, as contrações continuavam ainda mais
fortes, mas não mais dolorosas (se eu sentisse medo de estar em casa, o trabalho de parto
poderia ter sido bloqueado, diminuído ou muito doloroso). Durante todo o tempo eu estava
praticando as técnicas de relaxamento que aprendi. Pegamos nosso "krampakket", uma caixa
que o seguro de saùde envia quando você está grávida na Holanda, com luvas, proteção para
o colchão, etc. A parteira pediu algumas coisas ao meu marido: toalhas, roupas, coisas para o
bebê (que estavam todas na minha "bolsa de hospital") e outras que eu não conseguia prestar
atenção.
Eu pedi ao meu marido para encher a banheira com água. Após 25 min que a parteira estava
em casa, a minha bolsa se rompeu e, de repente, comecei a sentir uma pressão muito forte do
bebê! A parteira disse-me para ir a banheira (que estava quase cheia).
Depois de algumas respirações e 3 contrações, em cerca de 5 minutos meu bebê nasceu! Às
4:51 da manhã. Com uma explosão de emoções em minha mente, eu só podia chorar de
felicidade segurando meu bebê em meus braços e pensando o quão incrível a natureza è! Meu
corpo pode fazer isso! Sozinho, sem qualquer intervenção médica, qualquer anestesia, só eu,
minha mente e o meu bebê! E a melhor coisa: eu pude apagar toda a experiência passada
cheia de dor, e ter um parto lindo, suave e uma dor totalmente suportável (sim, isso è
possível!!!) em casa!

O nascimento da Marina
Relato de parto hospitalar, Amstelveen

Com 39 semanas+5 dias comecei a sentir as primeiras ondas às 5h da manhã, ainda bem
espaçadas. Durante o dia recebi uma amiga em casa, fizemos um bolo de cenoura juntas e
conversamos bastante.. As ondas vinham espaçadas, com intervalos ainda irregulares, e eu dizia
pra minha amiga que estava tudo bem e que ainda poderia demorar um pouco. No final da tarde as
ondas começaram a ficar mais fortes, minha amiga foi embora e por volta das 17h40 Victor
começou a monitorar as ondas que já estavam mais frequentes e bem desconfortáveis. Às 20h30,
as ondas estavam finalmente bem ritmadas (fazia mais de uma hora que vinham a cada 3 ou 4
minutos) e, seguindo o protocolo holandês, ligamos para a parteira (enfermeira obstetra). A parteira
chegou em casa às 21h e checou que eu estava com 6 cm de dilatação. Ela sugeriu que fossemos
para o hospital onde eles poderiam preparar uma banheira pra me ajudar a relaxar. Chegamos ao
hospital às 21h45 e eu entrei na banheira às 22h15. Pouco tempo depois comecei a perceber que
algo mudou no meu corpo: eram as ondas do expulsivo que haviam chegado e eu estava com

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vontade de fazer força! Apenas 26 minutos depois a Marina nasceu, às 23h34 com Apgar 10 😍 Foi
o parto dos meus sonhos, na água, sem nenhuma intervenção (sem anestesia, sem episiotomia,
sem ponto!!!). Todo esse processo não teria sido possível sem a ajuda incrível do meu doulo, meu
marido, que passou meses treinando respiração e meditação comigo, que me fez massagem e me
animou durante todo o parto, que me deu forças mesmo quando eu achava que não ia conseguir,
que me dizia que eu só precisava vencer mais uma onda e que a Marina ia ter muito orgulho de
mim ❤ Obrigada, meu amor, pela parceria antes, durante e depois do parto. A Marina também vai
ter muito orgulho de vc! E, obrigada Angela, meu parto dos sonhos não seria possível sem o seu
curso. Eu confiei em mim e no meu corpo, confiei que eu podia e consegui! ​E obrigada à minha
parteira, Lieke (Femme-Amsterdam) que me guiou incrivelmente durante meu expulsivo. Meu parto
foi a experiência mais difícil e mais linda da minha vida ❤

O nascimento da Sofia
Relato de parto hospitalar, Amsterdam.

Tudo começou no dia 15, minha bolsa estourou por volta do meio dia. Tomei um banho,
coloquei um absorvente e fui passear, precisava ainda resolver algumas coisinhas antes da
chegada do baby :-) Por volta das 17h, as primeiras ondas começaram a chegar, ainda sem
muito ritmo. Ligamos para a parteira, ela veio me checar e disse que eu estava com 1 de
dilatação. Foi mais ou menos por volta das 20h que as ondas começaram a ficar muito mais
intensas e regulares, com intervalo de apenas 2 minutos entre elas. Meu Deus, como estava
intenso... eu me desconectei do meu corpo, senão acho que não ia... estava muito rápido, e
sem muito tempo pra descansar. Ainda estávamos em casa e quando a parteira me checou
novamente disse que eu estava com 3cm... Pedi para ir para o hospital pensando em tomar
alguma coisa para me ajudar. Chegamos no hospital (OLGV Oost em Amsterdam) por volta de
meia noite e meia e eu resolvi ir para o chuveiro (em casa fiquei o tempo todo debaixo do
chuveiro com a bola de pilates). Quando fui checada novamente, algum tempo depois, já
estava com 8cm de dilatação! À 01:30 comecei a sentir vontade de fazer força e em 37 minutos
minha filha nasceu! Foi na cadeira de parto, foi incrível pois pude vê-la chegando ao poucos!!
Até hoje não acredito que consegui... foi muito intenso e eu estava em outro planeta,
descabelada, fazia barulhos que pareciam não sair de mim, mas as a sensação de ter
conseguido, de ter sido tão forte me emocionam todo momento que relembro. Não tenho
dúvidas que foi o melhor e mais incrível momento da minha vida! Todos os dias sou grata por
todo e trabalho e dedicação que fiz durante a gestação :-)

Relato de parto: Gabriela, Luã e Ícaro.


Nascimento através de cesariana, Utrecht, Holanda

Desde que começamos, eu e Luã partilhamos da vontade de uma família grande. Quando nos
mudamos pra Holanda sabíamos que iniciaríamos a jornada de construir essa família aqui e no

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tempo certo tudo aconteceu. A Holanda tem um índice baixo de nascimentos por cesárea. O
processo do pré-natal é bem diferente do que vemos no Brasil, assim como o trabalho de parto,
e por estar aqui e por me identificar com muitas características deste processo, eu e Luã fomos
nos preparando para o nascimento do Ícaro. Procuramos o apoio e as informações que
condiziam com o nosso modo de levar a vida, com o queríamos para os primeiros momentos
de vida do nosso pequeno. Encontramos no ​Hypnobirthing a força, concentração e
entendimento sobre o processo de gerar e parir. Nos concentramos e entendemos que tudo
que eu sentiria era parte do caminho para ter o Ícaro em nossos braços, assim como
compreendemos a capacidade do meu corpo e do nosso filho para orquestrar este momento.
Estávamos calmos, felizes e confiantes com as nossas escolhas.
Apesar da construção desse caminho, nossa ideia sempre foi que o Ícaro viesse ao mundo de
forma respeitosa e saudável e que este respeito se estendesse a mim, a medida que os
profissionais que nos acompanhavam entendessem as minhas necessidades e desejos. Parto
natural, com ou sem anestesia,na banheira ou na cama, cesárea ou não, queríamos ser
acolhidos, entendidos, queríamos nos sentir parte e protagonistas da finalização dessa jornada
que foi gerar uma vida.
Com 40 semanas e 4 dias de gestação, durante a madrugada e toda a manhã, senti ondas
irregulares e intensas, mas que não evoluíram. Entrei realmente em trabalho de parto no dia
seguinte. ondas regulares, de 5 em 5 minutos se iniciaram por volta das 7h da manhã, mas
desde às 3h estávamos sentindo que era chegada a nossa hora. Eu e o Luã estávamos
focados, utilizando todas as técnicas que aprendemos e treinamos durante a gestação.
Estávamos em casa, no aconchego do nosso lar, com tudo que nos lembrava a intensidade
dos últimos meses, a vontade de conhecer nosso filho e nos sentindo prontos.
Hypnobirthing,​ yoga e amor foram nossas ferramentas. Após a visita da midwife [no Brasil,
enfermeira obstetra ou parteira] e com quase 5cm de dilatação nos encaminhamos para a
maternidade. Perto das 10h da manhã já estávamos sendo assistidos pela equipe de lá e
acompanhados por duas midwives que fizeram parte do meu pré-natal. No quarto, com luz
baixa e a possibilidade de usar o espaço a nosso favor. Sem fios ou imposições, com banhos
quentes, massagem, músicas, aromas e muito carinho do Luã, éramos nós dois sentindo o que
precisávamos fazer para ajudar o Ícaro a nascer. Às 12h, 8cm de dilatação. E o início das
nossas decisões.
Quase 4hs depois, meu corpo começou a dar sinais. Continuava com 8cm de dilatação e sinais
de cansaço, e ainda a constatação de que o Ícaro tinha virado e estava posterior. Uma posição
possível e sem riscos para o parto natural mas não tão favorável.
Em conjunto decidimos por romper a bolsa, na tentativa de auxiliar os últimos cm de dilatação.
Mais algumas horas depois e a mesma dilatação, cansaço aumentando e ondas mais intensas
começaram a sugar minha energia. Mais uma decisão a ser tomada, decidimos por induzir o
parto com ocitocina sintética para facilitar o final da dilatação, e neste momento meu corpo que
já pedia descanso e menos movimento, também pediu por alívio da dor, por isso solicitei
anestesia. Algumas horas depois cheguei a dilatação total, 10cm, mas as ondas começaram a
diminuir de intensidade. Ícaro começou a nos dizer que esse talvez não fosse o meio pelo qual
ele deveria chegar. A cada contração seus batimentos cardíacos diminuiam e logo voltavam ao
padrão. Fui aconselhada, incentivada e ajudada na mudança de posições na tentativa de

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favorecer o nascimento e cessar com a diminuição dos batimentos cardíacos, mas após
algumas horas tentando não obtivemos resultados.
Todas essas horas não foram tentativas vans, sem medidas ou arriscando a vida do meu
pequeno e a minha. Foram decisões consentidas, discutidas e seguras. Até o momento que o
meu corpo nos mostraram o caminho a seguir.
Com 10cm de dilatação e quase às 22h do mesmo dia a cabeça do Ícaro continuava muito alta
e ele não tinha mudado de posição. Utilizar o vácuo foi uma opção, mas que não nos pareceu
muito boa e logo descartada pelos próprios profissionais, por acharem que com segurança o
Ícaro precisaria nascer em no máximo uma hora em meia, mas que talvez fosse um pouco
arriscado esperar. A cesárea nos chegou assim, como um alívio de que em pouco tempo
nossos olhares se cruzariam, saudáveis e bem. Às 22h56 Ícaro estava nos nossos braços,
saudável, com o olhar mais encantador que eu já vi. Na sala de operações encontrei mais
olhares acolhedores de todos que nos acompanharam, a enfermeira que já tinha trocado de
plantão, a midwife que não precisava mais estar ali, pois meus cuidados já estavam nas mãos
da equipe médica, mas que optou ficar. Médicos, anestesista, todos acolhedores e nos
parabenizando pela nossa jornada de força, coragem e amor. Mas o olhar mais acolhedor era
do Luã, meu companheiro de todas as horas, minha fonte de calma e sem o qual nada seria
possível.
Não me arrependo de nenhuma decisão, mas ainda reflito sobre elas. Dar a luz foi a
experiência mais maravilhosa que já vivi. E como uma parteira me disse depois, vivenciei em
um nascimento duas experiências de parto! Escrevo pra compartilhar, pra eternizar esses
momentos, para não esquecer a experiência transformadora de gerar, pra me lembrar do que
fui capaz!

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Sessão 2: Ferramentas de relaxamento para o
parto
Tópicos dessa sessão:

● Criando um ambiente que favorece a fisiologia do parto


● Áudios de relaxamento e meditação
● Respiração durante o trabalho de parto
● Massagem relaxante: ​Effleurage
● Âncoras de relaxamento
● Posições para um parto mais confortável

Criando um ambiente que favorece a fisiologia do parto


● Ambiente calmo e tranquilo (barulhos e conversas estimulam o neocórtex)
● Luzes baixas
● Privacidade, sensação de segurança
● Papel do acompanhante: proteger o “espaço” da mulher

Em resumo: Pouco barulho, pouca luz, pouca gente

Áudios de relaxamento e meditação

Durante o curso você receberá três áudios:


● Gerando vida
● Lugar Seguro
● Afirmações positivas

-Encontre um momento tranquilo do seu dia (em torno de 15 minutos) para ouvir um dos
áudios.
-Ouça com fones de ouvido ou auto-falantes, o que for mais confortável e conveniente para
você.
-Dedique 100% do tempo reservado para ouvir o áudio, não se envolvendo com nenhuma outra
atividade durante a sessão.

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Respiração durante o trabalho de parto

A respiração consciente promove relaxamento, conforto, bem estar. Ela será sua principal
aliada em todos os momentos do parto.
Lembre-se da regra: a expiração (soltar o ar) deve ser mais longa que a inspiração. Minha
sugestão é que você inspire em 4 segundos e solte em 8 segundos, controlando a saída do ar
como se estivesse soprando uma vela. Ao mesmo tempo que você solta o ar, você vai
relaxando o seu corpo, principalmente os ombros. Essa técnica de respiração deve ser usada
durante cada onda da fase ativa do parto. Quando passar a onda volte ao seu padrão normal
de respiração.

Effleurage​ superficial

Com as duas mãos, inicie na base da espinha, deslizando as pontas dos dedos muito
suavemente em direção ao pescoço. Quando alcançar os ombros, deslize os dedos pela lateral
até a base da espinha novamente. Faça esse movimento circular de forma lenta e repetitiva.
A estimulação suave das terminações nervosas da pele relaxa o sistema nervoso e proporciona
um efeito sedativo e calmante.

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Âncoras de relaxamento
Durante a gravidez, ao ouvir os áudios de relaxamento você estará condicionando seu corpo a
associá-los com sentimentos de relaxamento, paz e tranquilidade. Dessa forma eles
funcionarão como​ âncoras​ de relaxamento durante o parto.
Além dos áudios também recomendo que você pratique e desenvolva outras âncoras de
relaxamento para usar durante o parto:

● Relaxar os ombros e rosto


● Soltar o braço (texto: “boneca de pano”)
● Carícias nas mãos (texto: “relaxamento com carícias”)
● Cor
● Aroma de lavanda

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Relaxamento com carícias

Calma e tranquilamente feche os seus olhos… Permita que a sua respiração se torne mais
lenta e suave…. Agora traga a atenção para os seus pés... Sinta como se toda a tensão e
stress estivessem saindo pelos seus pés em direção ao chão… Toda tensão passa a ser
substituída por uma onda de relaxamento e serenidade…Sinta como essa onda de
relaxamento preenche o seu corpo com muito conforto e tranquilidade... Solte os seus ombros,
relaxe o seu rosto... e deixe que a sua respiração seja calma e suave...

Enquanto falo, começarei a acariciar a sua mão lenta e suavemente... (​COMEÇE A FAZER
CARÍCIAS NA MÃO E ANTEBRAÇO DELA, FALANDO CALMA E LENTAMENTE​)

Apenas permita-se sentir essa agradável sensação….. o toque suave e relaxante…

Sinta como se sua mão estivesse envolvida por uma suave luva de seda ou veludo…. Suave e
confortável.

Tudo o que você sente na mão é conforto e suavidade…talvez uma ligeira sensação de
formigamento…e a sua mão fica cada vez mais relaxada e macia….Enquanto eu continuo a
acariciar, você se sente cada vez mais relaxada porque você sabe que sua mão está
totalmente segura e confortável………….

E agora, essa sensação agradável de conforto e suavidade começa gradualmente a se


espalhar e preencher todo o seu corpo… Todos os músculos do seu corpo vão se soltando e
relaxando…

Apenas aproveite esta sensação de conforto e bem-estar enquanto aprecia o poder do instinto
materno que te guiará durante o parto. A sua confiança cresce no fato que seu corpo é
saudável e capaz dar a luz de maneira eficiente e tranquila. Você sabe que o parto é uma
experiência normal, segura e saudável, para você e para o bebê, então você se sente confiante
e tranquila... Você entende que a mente e o corpo trabalham juntos e em harmonia e por isso
você se prepara mentalmente para a sua experiência. Você sabe que, independente do local
que esteja durante o parto, você sempre poderá simplesmente fechar os olhos e relaxar o seu
corpo de forma profunda e suave.

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Assim, você aguarda com tranquilidade pelo dia em que irá segurar o nosso bebê pela primeira
vez nos braços, naquele que será um dos dias mais importantes nas nossas vidas.

(faça uma pausa e quando considerar que passou tempo suficiente, pare de acariciar)

Este foi um momento muito especial, quando, diante do conhecimento sobre o nascimento do
nosso bebê se sente tão relaxada e feliz. Dentro de instantes vamos finalizar esse exercício e
você trará consigo essa sensação de calma e confiança, de forma relaxada e energizada.
Sabendo disso, da próxima vez que praticarmos esse texto, você relaxará ainda mais, a sua
confiança ainda mais forte… Agora, no seu próprio tempo, abra os olhos... sentindo-se
totalmente desperta e energizada.

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Relaxamento “Boneca de pano”

Feche os olhos e deixe que a respiração seja natural e confortável… Traga a sua atenção para
os seus olhos e sinta suas pálpebras ficarem macias e relaxadas... Relaxe a sua testa...,
maxilar..., ombros... Todo o seu corpo se suavizando e se soltando. Todos os seus órgãos e
células funcionam saudavelmente com calma e tranquilidade… Lembre-se de que não há nada
mais que você precise fazer nesse momento além de relaxar e se soltar… Sua mente se
preenchendo de confiança e segurança.

Agora, irei suavemente levantar um pouco o seu braço (​levantar suavemente o braço dela)​ .
Deixe-me tirar todo o peso do seu braço e perceba o quão pesado o seu braço está... Você
consegue soltar todo o peso do seu braço… seu braço está totalmente solto e relaxado… Em
alguns instantes eu vou soltar o seu braço. (​soltar o braço dela).

Agora mais uma vez... repare como o seu braço sobe facilmente quando eu o levanto ​(levantar
suavemente o braço dela​). Repare como está pesado e relaxado, totalmente solto, assim como
todo o seu corpo também está totalmente solto e relaxado...(​soltar o braço​).

Enquanto descansa, relaxada e tranquila, repare que uma cor entra na sua mente
gradualmente…Uma cor que representa toda a calma e relaxamento que você sente
agora…uma cor que você pode trazer à mente a qualquer momento, para te levar de volta à
esse estado maravilhoso de relaxamento que experimenta agora….Essa cor te preenche e te
envolve totalmente, de forma calma, suave e serena. Sinta-se preenchida e envolvida por essa
cor. E toda vez que trouxer esta cor à mente você se sentirá mais calma, mais relaxada e mais
confiante em relação ao parto do nosso bebê.

Aproveite esta sensação confortável de relaxamento profundo no seu corpo e na sua mente.
Esse estado de tranquilidade está aqui para você, para o seu corpo, e para o nosso bebê,
quando juntos compartilharmos a experiência transformadora que é o parto.

Permita que este sentimento intuitivo de confiança e calma permaneça com você enquanto
gradualmente começa a perceber o meio a sua volta, no seu próprio ritmo… E quando estiver
pronta basta abrir os olhos.

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Praticando os exercícios de relaxamento durante a gravidez
● Áudios de relaxamento e meditação​: de 4 a 7 vezes por semana
● Respiração:​ praticar de uma a duas vez por dia, 2 ciclos de 4 respirações cada (ao

acordar e ao se deitar para dormir, por exemplo)

● Leitura dos textos de relaxamento pelo acompanhante:​ 2 vezes por semana

● Effleurage:​ ​ de 2 a 3 vezes por semana

● Dica 1: coloque aroma de lavanda quando ouvir os áudios de relaxamento e meditação

● Dica 2: coloque aroma de lavanda e o áudio de fundo “nascer suave” quando for

praticar a leitura dos textos e o toque suave nas costas

Posições para um parto mais confortável

21
22
Sessão 3: Estágios e fases do trabalho de parto
Tópicos dessa sessão:
● O que desencadeia o início do trabalho de parto
● O que acontece no corpo da mulher durante cada estágio do trabalho de parto
● Primeiro estágio: fase inicial e fase ativa
● Ferramentas para alívio do desconforto durante o parto

Sobre a data prevista do parto


● Não há embasamento científico para definição de 40 semanas baseada na data da
última menstruação
● É na verdade uma estimativa da​ idade gestacional​ do feto e não da data de nascimento
● Apenas 4% dos bebês nascem no dia previsto.
● 85% de todos os bebês nascem APÓS 40 semanas
● Estudos indicam que a duração normal média de uma gestação é na verdade 40+5
(nulíparas) e 40+3 (multíparas)
● Período previsto ao invés de data prevista

Início do parto e primeiros sinais:


No final da gestação o bebê envia “sinais” de maturidade (tamanho, acúmulo de gordura,
maturidade do pulmão) que são capturados pelo corpo da mãe e convertidos em sinais
hormonais que darão início ao processo de parto;
A mulher começa então a perceber/ sentir um ou mais dos seguintes sinais:
● Cólicas irregulares na base da barriga e/ou costas
● Liberação do tampão mucoso
● Rompimento da bolsa amniótica

Estágios do trabalho de parto


1) Primeiro estágio:​ dilatação.
● Fase Inicial:​ amadurecimento do colo do útero e início da dilatação. Nessa fase
o intervalo entre as ondas é irregular e maior que 5 minutos​. Essa fase pode
durar até alguns dias.
● Fase ativa: ​O processo de dilatação continua de forma mais rápida e regular. ​As
ondas são muito intensas e vêm a intervalos de 5 minutos ou menos.​ A duração
dessa fase pode variar muito entre as mulheres mas geralmente não dura mais
que 12 horas.

23
● Transição: ​Durante a dilatação dos últimos centímetros a mulher passa pela
fase mais difícil de todo o parto. Nessa fase cada onda podem durar até 1
minuto e meio com intervalo de 2 minutos. É comum que o estresse físico muito
alto dessa fase esteja associado a uma descarga de adrenalina. A duração
dessa fase pode variar entre as mulheres, mas em geral não ultrapassa 30
minutos.

2) Segundo estágio: ​passagem do bebê pelo canal do parto.


● Fase passiva: ​Período de “descanso” após a dilatação total
● Fase expulsiva: ​A mulher começa a sentir vontade de fazer força

Primeiro estágio (dilatação)

Fase Inicial
● Primeiras ondas são geralmente sentidas como um desconforto (cólica) na base da
barriga e/ou costas
● Pode ocorrer liberação do tampão mucoso
● Nessa fase as ondas são curtas e espaçadas (intervalo maior que 5 minutos)
● Pode haver períodos com ondas intercalados com períodos de inatividade
● A duração dessa fase varia muito entre as mulheres e pode ser de até alguns dias.

Dicas para a fase inicial do parto:

À noite:​ descansar o máximo possível.


● Áudios e exercícios de relaxamento
● Compressa quente
● TENS
Durante o dia: ​Se alimentar muito bem e tentar se distrair, continuando com as atividades
normais enquanto for confortável para ela.
● Fazer uma caminhada leve
● Preparar um bolo
● Cuidar dos últimos preparativos antes da chegada do bebê
● Tomar um banho quente
● Ler um livro
● Assistir a algo leve juntos
● Textos ou áudios de meditação guiada
● Massagem/sessão de reflexologia

24
Rompimento da bolsa amniótica

● Em 10-20% dos casos a bolsa se rompe antes do início das ondas


● Nesse caso pode demorar até 24hs para as primeiras ondas surgirem
● Durante o dia: ​Continuar com a rotina normal, se envolver com atividades agradáveis e
se manter tranquila: tudo isso irá favorecer o início da produção de ocitocina e
consequentemente o início das ondas.
● Durante a noite: ​tomar um banho e descansar.

Fase ativa
● ondas ficam mais intensas e com ​intervalo regular
● Cada onda dura em torno de ​1 minuto
● Intervalo entre as ondas é de ​5 minutos ou menos
● A duração dessa fase pode variar mas geralmente não ultrapassa 12 horas

● Durante cada onda:


1. Respire
2. Relaxe o rosto e os ombros
3. Mantenha o foco
a. Contagem
b. Afirmações positivas
c. Visualize o que está acontecendo no seu corpo
d. Imagine uma onda no oceano
e. Observe o progresso da onda

● Durante cada intervalo: ​descanse e use a percepção corpórea que você exercitou
durante a gravidez para relaxar.

Lembre-se de se manter positiva!

○ Receba e abrace cada onda como o trabalho do seu corpo para dar à luz o seu
bebê- ​Aceitação e entrega
○ Concentre-se no momento presente: “Nesse momento eu estou conseguindo”,
“Uma onda de cada vez…”
○ Sobre não saber a sua dilatação
○ Lembre-se: Cada bebê nasce uma única vez.

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Dicas para o acompanhante durante a fase ativa

● Comunique os profissionais responsáveis pela assistência


● Regra 5-1-1:​ ondas a cada 5 minutos, com 1 minuto de duração cada, por
pelo menos 1 hora
● Crie um ambiente favorável:
○ Fechar cortinas, luzes baixas
○ Aromaterapia
○ Áudios de relaxamento/ músicas
● Ajude-a durante as ondas:
○ Incentive a respiração/ ajude com a contagem
○ Lembre-a de relaxar o rosto e os ombros
○ Aplique as técnicas para alívio da dor:
■ Compressas quente
■ Tens
■ Acupressão (bolas de tênis)
■ Contra-pressão no quadril
■ Água quente (chuveiro, banheira)
● Ajude-a a assumir posições favoráveis e confortáveis
● Ofereça água e snacks
● Leve ao banheiro de vez em quando
● Deixe a lista de afirmações positivas acessível

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Sessão 4: Estágios e Fases do trabalho de parto-
continuação
Tópicos dessa sessão:

● Fase de transição
● Segundo estágio do parto: fase de descanso e fase expulsiva
● Como fazer decisões informadas durante o parto
● Como elaborar uma lista de preferências para o parto

Primeiro estágio (continuação)

Fase de transição
● Essa fase ocorre durante a finalização do processo de dilatação
● É caracterizada por ondas muito intensas e longas, com intervalo de 2 minutos ou
menos.
● Nessa fase o estresse físico intenso geralmente causa uma descarga de adrenalina
● É a fase mais curta de todo o processo de parto, dura alguns minutos ou até meia hora.
● Conhecida como “hora da covardia”

Dicas para o acompanhante durante a fase de transição:

● Permaneça bem próximo à ela, falando diretamente no ouvido dela


● Reconheça os sentimentos dela: ​“Eu sei que é muito intenso e muito difícil mas eu estou
aqui e vou fazer tudo que posso para te ajudar e nós vamos passar por isso juntos”
● Ajude-a a respirar
● Ajude-a a trazer o foco para o momento presente: ​“Vamos juntos passar por mais essa
onda”, “Está tudo tudo bem”
● Lembre-a de que você está ao lado dela, que ela está indo muito bem e que o
nascimento do bebê está próximo ​“Eu e o bebê estamos muito orgulhosos de você”
“Você está fazendo um trabalho maravilhoso e daqui a pouco estaremos com o bebê
nos braços”
● Ofereça a lista ou o áudio de afirmações positivas

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Segundo estágio

Fase passiva
● Dilatação está completa mas a mãe ainda não sente vontade de fazer força
● ondas ficam mais espaçadas e menos intensas
● Descanso, “break”, antes da próxima fase
● Pode durar alguns minutos ou até 2 horas
● Fazer força durante essa fase provavelmente vai te deixar mais cansada, então
aproveite para descansar se possível

Fase expulsiva
● Nessa fase a mãe finalmente começa a sentir uma vontade incontrolável de fazer força
● O topo do útero começa a empurrar o bebê pelo canal do parto
● Muitas vezes, as ondas dessa fase, continuam com o mesmo intervalo da fase de
descanso (4 a 6 minutos)
● A cada onda a cabeça do bebê vai “abrindo” o canal do parto.

Como fazer força durante a fase expulsiva


● Lembre-se que esse é um processo natural e fisiológico e que você saberá o que fazer
● Apenas ouça o seu corpo e faça o que ele pede
● Tente fazer força no seu próprio tempo e com o corpo relaxado (evite tensionar o rosto)
● Use visualizações para se manter calma e focada:
○ visualize o bebê passando pelo canal de parto
○ visualize uma rosa se abrindo

28
Como evitar lacerações graves no períneo
● Ouça o seu corpo e faça força no seu tempo
● Adote uma posição favorável
● Descanse e não faça força entre as ondas
● Evite fazer força quando sentir o círculo de fogo
● Evite situações que favorecem episiotomias desnecessárias: posição ginecológica/
presença de estudantes

Posições para o segundo estágio

Check list​ antes do parto


● Informações sobre quando ligar e números telefônicos
● Preparar a bolsa de maternidade
● Preparar uma playlist com os áudios de relaxamento e outras músicas positivas e
relaxantes
● Preparar uma lista de preferências para o parto (plano de parto)

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Lista de preferências para o parto- Exemplo

Nós gostaríamos de contar com o seu suporte para nos ajudar a criar um ​ambiente tranquilo​,
tanto fisicamente quanto mental e emocionalmente. Gostaríamos também que o nosso parto
ocorresse da forma mais espontânea possível.
Essa é uma lista com as nossas preferências. Nós entendemos que alguns tópicos talvez
precisem ser alterados dependendo do andamento do processo e das necessidades médicas
para a mãe e bebê.

● Início espontâneo e progresso natural/fisiológico do trabalho de parto;


● Tranquilidade e calma na sala, possivelmente com luz suave. Conversas e perguntas
podem ser dirigidas primeiramente ao acompanhante;
● Presença do meu acompanhante durante todo o processo;
● Privacidade para discutir procedimentos propostos;
● Suporte para me manter em movimento e assumir posições favoráveis;
● Uso de medidas alternativas para ajudar com o alívio do desconforto (respiração
controlada, bola de pilates, compressas quentes, massagem, tens, chuveiro, banheira);
● Ruptura espontânea da bolsa amniótica;
● Se necessário, descansar após a dilatação total antes do início da fase expulsiva;
● Suporte para assumir posições favoráveis durante a fase expulsiva;
● Fazer força de forma espontânea e com menos direcionamento possível;
● Acompanhante ou mãe receber o bebê durante o nascimento;
● Clampeamento e corte do cordão umbilical após cessar a pulsação;
● Iniciar a amamentação durante a primeira hora após o nascimento

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Notas Finais
Lembre-se de que essa jornada é uma parceria entre você, o seu companheiro e os
profissionais da saúde envolvidos.

Mantenha-se consciente e focada na forma como quer atingir a melhor experiência possível,
lembrando-se que a mente lidera e o corpo segue.

Aqui estão alguns pontos para se recordar:

● A criação de um ambiente confortável, calmo e relaxante tem papel chave para


gerar as condições de um parto que progride de forma natural e suave.
● Como mãe, seus instintos são poderosos e certos. Siga a sua intuição sobre onde
e como quer que o seu bebê nasça.
● O seu papel é focar-se no parto que deseja. O trabalho da parteira/médico é se
concentrar nas possíveis intercorrências, o famoso ‘E se?”. Lembre-se que você evita os
buracos na estrada focando-se na estrada e não nos buracos.
● Um companheiro que também conheça os princípios de um parto calmo e natural
e que está preparado para falar de forma clara, calma e corajosa pode fazer toda a
diferença para uma experiência positiva.
● Tenha a certeza de que os seus cuidadores irão apoiá-la na forma como deseja
que o seu parto ocorra.
● Lembre-se de sempre cultivar pensamentos positivos e saudáveis acerca do
processo de parto e nascimento.
● Pratique, pratique, pratique.
● Ser mãe/pai é uma posição de grande importância e responsabilidade. Vocês tem
o direito de serem tratados com o maior respeito nesta situação.
● Apesar das mães virem em busca de um parto calmo e suave para elas,
lembrem-se que isto também significa um parto calmo e suave para o bebê. Um bebê que
é recebido por uma mãe alerta, cheia de amor e confiança, começa a sua relação com o
mundo da melhor forma possível. O significado disto não deve ser subestimado.
● As escolhas que você faz agora têm um efeito profundo no desenvolvimento do
seu bebê. Escolha sabiamente.

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Desejo que você e seu bebê tenham um parto e nascimento maravilhosos!

​ ttps://adelaidebirth.wordpress.com/
Créditos: h

Alguns artigos interessantes


Safer birth in a Barn?​ Escrito por Beth Barbeau
Out of the laboratory and back to the darkened room.​ Escrito por Tricia Anderson

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O que levar para a maternidade
Para a mãe/acompanhante:
Este material de apoio
Lista de preferências para o parto
Top de ginástica
Roupas confortáveis
Máscara de descanso para os olhos
Roupão de banho
chinelos
meias
Roupas para voltar para casa
Soutiens de amamentação
Celular, carregador
áudios de hypnobirthing, playlist
Fones de ouvido
Snacks (bananas, barra de cereal, chocolate etc.)
Garrafa de água com canudo
Óleo de lavanda
Afirmações positivas impressas/ escritas
Bola de pilates
Bolas de tênis
Bolsa de água quente
Aparelho de TENS
Algum objeto que lembre o bebê

Para o bebê:
Primeira roupa (lembre-se de organizar algo especial, mas confortável)
1 gorrinho
1 par de meias ou sapatinhos
2 trocas de roupa extra (para o caso de precisar ficar um pouco mais tempo no hospital)
Cobertor
Casaquinho ou macacão de inverno e saquinho de inverno para os bebês nascidos no inverno
Assento para o carro

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