A Arte como representação: Um Apólogo Machado de Assis

LIRA, Érika dos Santos (Puc Goiás) *

Resumo:

O objetivo deste artigo é apresentar a arte como representação, por meio da obra
um apólogo, de Machado de Assis (1960). O estudo terá a abordagem crítica mimética
com ênfase nos teóricos como: Aristóteles sobre a verossimilhança e Adorno como a
respeito da literatura e sociedade. O método da crítica será sociológico.

Palavras-chave: Crítica literária. Sociologia. Machado de Assis. Representação e

Mimese.

Introdução

A arte como representação surgiu na antiguidade clássica com os filósofos

Platão, via Sócrates e Horácio. As noções de representação eram dadas pela mimese,
arte como imitação. Para Platão a noção de representação da arte está pautada no belo,
na noção de perfeição, no mundo das ideias, separadas do mundo da sensibilidade que é
o mundo concreto em que vivemos. Assim, as coisas se tornam parcialmente belas
participando dessa ideia sublime de beleza independente da intervenção e julgamento
humano. Platão critica ainda que, as obras de arte que se limita a copiar a natureza, elas
mantêm os humanos longe da verdadeira beleza que existe no mundo das ideias. Esses
temas influenciaram muito nas obras de artes ocidentais. Horácio repensa os princípios
da tradição grega os conceitos de imitação, credibilidade e unidade.

Já Aristóteles tem um pensamento oposto sobre a arte, para ele, a arte é criação
humana. O belo não pode ser separado do homem e está dentro de nós. A arte pode
imitar a natureza, mas também lidar com coisas impossíveis e irracionais. Além disso,
pode ser usada de forma prática, para compensar o que está naturalmente faltando, é a
proporção e a medida certa para Aristóteles que garante a beleza da obra.

A obra um apólogo de Machado de Assis que conta a história de uma agulha e

uma linha que disputam para saber quem é a melhor, mostrando a individualidade de
ambas, pois nenhuma admite precisar da outra. Essa história mostra uma comparação
com a realidade, o individualismo do ser humano e a competitividade acima de tudo.
Iremos analisar o conto por meio da verossimilhança e da literatura e sociedade,
observando o contexto histórico e o foco narrativo.
 A verossimilhança em um apólogo

A verossimilhança vem do sentido de provável, da ideia de verdade e possuiu

uma lógica.