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1.

Instituições do Estado
1.1.Órgãos Centrais do Estado: Ministérios
São designados Ministérios, aos órgãos de representação do Estado fixados ao nível Central sob
gestão ou direcção de um Ministro nomeado pelo presidente da República. Estes por sua vez
actuam em diferentes áreas: Administração Estatal, Educação, Defesa Nacional, Cultura, Saúde,
Acção Ambiental, Interior, Justiça, dos Combatentes, transporte e comunicações, Obras Públicas
e habitação, Trabalho, Mulher e Acção Social, Planificação e Desenvolvimento, Finanças, entre
outros.
1.1.1. Ministro
Designa-se Ministro a figura que representa um dos Órgãos institucionais do Governo Central - o
Ministério. Este é gestor principal no órgão incumbido, automaticamente é também membro do
conselho de Ministros, esse órgão central é chefiado pelo Primeiro-Ministro sob delegação do
Presidente da República.
Conforme a Lei, 8/2003 e Decreto, 11/2005,p: 5, artigo 7, “As relações entre os Órgãos Centrais
e os Órgãos locais do Estado se desenvolvem com observância dos princípios de unidade,
hierarquia e coordenação institucional”.
1.2.Órgãos Locais do Estado
São órgãos do estado representantes do Governo Central ao nível local, e esses são: governo
provincial, governo distrital, governo do posto administrativo, localidades e os conselhos
municipais.
Conforme a Lei, 8/2003 e Decreto, 11/2005,p: 4, artigo 2, ponto 1, “Os órgãos locais do Estado
tem a função de representação do Estado ao nível local para a administração do desenvolvimento
do respectivo território e contribuem para a unidade e integração nacionais”.
1.2.1. No Âmbito Territorial
Na divisão administrativa do país encontra-se Província, Distrito, Posto Administrativo e
Localidade, onde a província é a maior unidade territorial da organização, o distrito é a unidade
principal da organização política, o posto administrativo é a unidade territorial imediatamente
inferior ao distrito e a localidade é a unidade territorial base da organização da administração local
do Estado.
1.3. Direcções Provinciais
São órgãos institucionais dirigidos pelos directores provinciais e estes fazem parte do Governo
provincial, representam os Ministérios ao nível Local de Estado. Esta instituição é gerida por um
Director Provincial nomeado pelo Ministro sob a coordenação e consentimento do Governador da
Província. Tal como os Ministérios, as Direcções Provinciais também actuam para diferentes áreas
no seio da Província, a sua estrutura orgânica depende da iniciativa do conselho de Ministros.
Segundo a Lei, 8/2003 e Decreto, 11/2005,p: 5, artigo 8, “Compete ao conselho de Ministro definir
a estrutura orgânica dos governos Provincial e distrital, tendo em consideração as necessidades,
potencialidades e capacidades de desenvolvimento da Província ou do Distrito”.
1.3.1. Directores Provinciais
Designam-se a todas figuras que representam a liderança na gestão das Direcções Provinciais.
Também podem ser considerados representantes dos Ministros ao nível das Províncias. Estes por
sua vez desempenham as suas actividades tendo em conta as especificidades que norteiam o
funcionamento peculiar de cada instituição ou Direcção. São membros do Governo Provincial e
participam mutuamente nas sessões do Governo Provincial, sob a dupla subordinação.
O Decreto, 11/2005,p: 49, artigo 31, ponto 1,2, consagra o seguinte: “As direcções provinciais são
órgãos do aparelho de Estado para a direcção e coordenação respectivo sector, ramo ou área de
actividades. As direcções provinciais garantem, sob direcção dos despectivos Directores”.
1.4.Órgãos do Distrito
São órgãos da administração pública do distrito, o Administrador Distrital e o Governo Distrital.
O Administrador dirige o governo distrital e responde individualmente pelas actividades
administrativas do distrito perante o governo provincial. Ele é nomeado pelo ministro que
superintende na função pública e na administração local do Estado. Ouvido ou por proposta do
Governador Provincial.
1.4.1. Governos Distritais
São órgãos locais de representação governamentais ao mais alto nível no Distrito. Também, pode-
se considerar representantes do Governo provincial e Central ao Nível do Distrito. Dirigido por
Administradores Distritais (Chefe máximo do Distrito) e conta com Secretários Permanentes
Distritais e Directores dos Serviços Distritais.
1.4.2. Serviços Distritais
São órgãos institucionais que representam as Direcções provinciais ao nível dos Distritos. Esta
instituição é gerida por um Director dos serviços Distritais, proposto pelo Director provincial e
nomeado pelo Governador da Província sob a coordenação e consentimento do Administrador do
Distrito. Tal como as Direcções provinciais, as Direcções dos Serviços Distritais também actuam
para diferentes áreas ao nível do Distrito.
1.5.Conselhos Municipais
Os conselhos municipais são órgãos do poder local que actuam ao nível dos Municípios dirigidos
por um Presidente eleito democraticamente por um sufrágio universal. O presidente eleito
democraticamente ao nível dos Municípios goza de três formas de poderes fundamentais,
nomeadamente Legislativo, Executivo e Judicial.
1.6. Posto Administrativo
O órgão do Posto Administrativo é o Chefe do posto Administrativo. Assim ele é o dirigente
superior da Administração local do Estado no respectivo território.
O chefe do posto Administrativo é nomeado pelo Ministro que superintende na função pública e
na administração local do Estado, ouvido ou por proposta do Governador Provincial.
Segundo Decreto 11/2005, p 69, artigo 56, ponto 2,3 descreve: “Os órgãos locais do Estado têm
como função a representação do Estado a nível local para a administração e o desenvolvimento
do respectivo território e contribuem para a integração e unidade nacionais [sic. Nacional]. O
Chefe do posto administrativo é o representante da administração central do Estado no respectivo
território. O chefe do Posto Administrativo subordina-se ao Administrador Distrital”.
1.7.Localidades
Em Moçambique chamam-se localidades as subdivisões representativas dos órgãos
governamentais ao mais baixo nível dentro dos postos administrativos. Esta circunscrição é
geralmente dirigida por funcionário assalariado, assumindo o cargo de Chefe da Localidade ou
mesmo pelo Secretario. Ainda obedecendo o mesmo fio de pensamento, e de acordo com (a lei no
8/2003), a localidade particularmente no contexto Moçambicano pode – se abordar nos seguintes
moldes:
“ Subdivisões dos Postos Administrativos, a nível rural, e constituem o nível mais baixo de
representação do Estado. (…) Estas subdivisões administrativas são dirigidas por um Secretário
nomeado pelo Administrador do distrito…”
Órgão da Localidade é o Chefe da Localidade, ele é o representante da autoridade central da
administração do Estado na respectiva Localidade, e subordina-se ao Chefe do Posto
Administrativo. Ele é nomeado pelo Governador Provincial, ouvido ou por proposta do
Administrador Distrital.
Segundo a Lei, 8/2003 e Decreto, 11/2005, p: 34, artigo 12, ponto 2, “A localidade compreende
povoações, aldeias, e outros aglomerados populacionais situados no seu Território.
4.16. Lideres Comunitários
São representantes do órgão do poder local (tradicional) que se encontram numa comunidade.
Estes têm o poder hereditário que se transmite de geração para geração. O seu poder é fortificado
por meio da tradição mágica-religiosa e espiritual. No entanto, com base nas ideias de
BOAVENTURA (WIKIPÉDIA in Projecto de Lei Nº 2182/98).
“O líder comunitário é o cidadão qualificado para representar a coletividade de seu bairro. É a
autoridade legítima e legal que emerge dentro do local onde reside e desenvolve o trabalho social
e político, solidário e consciente que se traduz nas melhorias que obtém para sua comunidade”.
No contexto Moçambicano, os líderes ou autoridades tradicionais são acreditados pelo Estado e
estabelecem uma profunda influência no processo de governação local. Portanto, conforme a
constituição da República de Moçambique (CRM), artigo 118, pt. 1 E 2, p. 44):
“O Estado reconhece e valoriza a autoridade tradicional legitimada pelas populações e segundo
o direito consuetudinário. O Estado define o relacionamento da autoridade tradicional com as de
mais instituições e enquadra a sua participação na vida económica, social e cultural do país, nos
termos da lei.”

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