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Textos para Aula 10/12

Saúde Mental / Vícios - Fonte .: Estado de Minas

O Brasil já conta com 22 milhões dos chamados nativos digitais, nascidos e criados a partir da
década 1980, na era dos games e da internet. Contrariando prognósticos de que a tecnologia apenas
ajudaria a multiplicar informações e o círculo de amizades, muitas crianças e adolescentes nunca
estiveram tão desconectados do mundo. Parecem hipnotizados por seus aparelhos móveis, perdendo a
vontade de estudar, de brincar ao ar livre e até de conversar entre si e com os familiares, sem
intermediação das telas. Segundo estudiosos, muitos jovens já apresentam sintomas de vício em
eletrônicos, como a queda no rendimento escolar, a insônia e o nervosismo sem causa aparente.

Dependência

Calcula-se que a cada cinco crianças e adolescentes, um sofre de um transtorno que necessita
de tratamento especializado por se tornar antissocial, sofrer de insônia e apresentar queda no
rendimento escolar. Por mês, quatro novos casos de compulsão por games batem à porta do consultório
do psiquiatra José Belisário Filho, em Belo Horizonte. “É preciso entrar com medicação em alguns casos.
Mas, felizmente, em outros é só uma questão de reorganizar o sono e melhorar a atividade física”, diz o
médico.

J.P., de 14 anos, passou por quatro psicólogos e chegou a ser expulso de seis colégios de BH até
receber o diagnóstico. “Sou prova de que existe o vício. Não conseguia me controlar, discutia muito e
deixava de fazer tarefas para mexer no computador”, reconhece o garoto, que se sente aliviado com o
monitoramento familiar. Há um ano e meio, ele foi medicado contra ansiedade e, com ajuda da mãe,
reduziu a frequência de acesso aos eletrônicos.

Mãe e filho sofreram para chegar a uma combinação de horários para o uso de tecnologia. No
início do processo, ela teve de instalar um programa de controle no computador, além de senhas no
celular. “Hoje, já posso deixar a senha com meu filho”, conta a fisioterapeuta A., aliviada.
Distúrbios (Ansiedade, Estresse, Raiva)

Segundo ela, os jovens dão sinais da dependência da tecnologia. “Se a criança começa a ficar
isolada ou apática, tem queda no rendimento escolar ou muda repentinamente de humor, é melhor ligar
o botão de alerta”, diz a pediatra, que recomenda equilibrar as horas de computador com as de esporte
e lazer ao ar livre.

E., 13 anos
“Já estava tendo pesadelos”
“Sou viciado em games e acho que é ruim, porque eu já estava tendo pesadelos com os jogos.
Eu ficava gritando à noite como se tivesse que passar de uma fase. Nunca zerei um jogo, mas, em vez de
estudar, ficava a tarde inteira brincando de Fifa ou conversando com os colegas no Facebook e no
WhatsApp. Até que minhas notas ficaram péssimas, e minha mãe me proibiu de mexer no computador.
Nos primeiros dias (da proibição), fiquei meio louco, sem saber o que fazer. Foram as piores horas da
minha vida. Ficava com a mão vazia, no ar, como se estivesse jogando no manete. Agora, já estou me
acostumando."
Cond. Físico - Fontes Portal Educação e Correio Braziliense

Sedentarismo

Os computadores, celulares, notebooks e tablets são febres entre adolescentes e jovens e até
mesmo crianças. É raro encontrar um adolescente ou uma criança brincando na rua, soltando pipa ou
praticando alguma modalidade esportiva. Muitos nem conhecem algumas dessas brincadeiras e com
isso podemos prevê outro problema futuro que seria a ausência de socialização física, já que muitas
vezes se tem 500 amigos virtuais e nenhum real, ou seja, eles preferem ficar interagindo na rede e não
conseguem ter uma interação com um grupo pessoalmente, diálogos, recreação etc.

Uma epidemia de sedentarismo coloca mais de 25% da população mundial — 1,4 bilhão de
pessoas — no grupo de alto risco das doenças que mais matam e debilitam: enfermidades
cardiovasculares, diabetes 2, demências e alguns tipos de câncer. Em um estudo que estima o nível de
atividade física global, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) constataram que não
houve progressos nesse sentido entre 2001 e 2016. No Brasil, 47% da população não faz atividade
suficiente — 53,3% das mulheres e 40,4% dos homens admitem que se mexem menos do que
deveriam.

Além de figurar nos primeiros lugares do ranking do sedentarismo, o Brasil compõe o grupo dos
países que registraram aumento de 5% nessa tendência desde 2001. No ano passado, um levantamento
nacional trouxe dados ainda mais preocupantes — por questões metodológicas, o estudo da OMS
acabou revelando um percentual mais baixo de pessoas com nível de atividade insuficiente. A Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que 60% dos brasileiros com mais de 15 anos são
sedentários. Ao mesmo tempo, outro levantamento da OMS divulgado em 2017 mostrou que, por ano,
300 mil pessoas morrem no Brasil por doenças associadas à inatividade física.
Crimes - Fonte .: G1

Pedofilia (Crianças enganadas em Redes Sociais)

No Brasil, oito em cada dez crianças e adolescentes têm acesso à internet. Mas aplicativos que
hoje são onipresentes na vida da maioria dos jovens também podem expor seus usuários a uma
atividade criminosa.
“Nós tivemos casos que chamaram muita atenção pela quantidade gigantesca de arquivos
compartilhados. Nós estamos falando de vídeos de crianças sendo abusadas, mas também nós
identificamos tutoriais de como abusar de crianças e dificultar qualquer rastro para que os pais não
percebam”, relata Rodrigo Sanfurgo, delegado da Polícia Federal.
Assaltos (Trabalhadores enganados em Redes Sociais) - Fonte : Clicrbs.com e Jornal Opção

O crime: Quatro rapazes embarcaram em Cachoeirinha com destino ao bairro Guajuviras, em


Canoas, em julho de 2018. No caminho, ainda conversaram com a motorista, em tom amigável. No
limite entre as duas cidades, anunciaram o assalto.
O que sentou atrás de mim segurou meu pescoço e o que estava do lado tirou a faca - conta a
condutora.
Ao sair do carro, a motorista conseguiu puxar uma bolsa no qual estavam R$ 300. Os assaltantes
levaram o veículo, que foi encontrado no dia seguinte, sem o rádio. Após o assalto, ficou mais rigorosa
ao aceitar corridas. Cancela chamadas de mulher para passageiros homens, evita dirigir para mais de
duas pessoas e não aceita corridas de locais de risco. Também dá preferência para pagamento em
cartão de crédito.
Até levo a pessoa em área de risco, mas lá dentro não pego ninguém, conta.

Em setembro de 2017, a jornalista Fabiane Fagundes viveu uma experiência da qual não se esquece.
Preparando-se para uma viagem a Porangatu, pediu um carro por aplicativo para se deslocar de casa,
no Setor Faiçalville, ao trabalho, no Setor Sul, em Goiânia. Embarcou no banco de trás por volta das
7h30 para um trajeto de 10 quilômetros, mas percebeu que havia algo de errado no caminho e tentou
ver a rota traçada pelo GPS. “Quando me desloquei para olhar o GPS no celular dele, percebi que ele
dirigia com apenas uma mão, porque estava se masturbando”, relata.
Várias coisas passaram pela cabeça de Fabiane, que não soube como reagir. Solicitou que o motorista
parasse, mas não foi atendida. Aproveitando-se de que o veículo estava em baixa velocidade para fazer
uma curva, conseguiu descer e procurou abrigo em uma padaria, de onde ligou para o irmão. O
motorista havia estacionado logo à frente e só acelerou quando o irmão de Fabiane o interpelou.
A jornalista denunciou o motorista por assédio sexual na sede do aplicativo em Goiânia. Fabiane não
teve tempo de registrar a ocorrência em uma delegacia, foi cumprir o compromisso em Porangatu e, na
volta, sofreu um acidente de avião e teve de ser hospitalizada. Duas semanas depois, recebeu uma
intimação: o assediador a havia denunciado por calúnia.
Na delegacia, resolveu registrar queixa por assédio. Durante audiência de conciliação, o motorista
exigiu ser indenizado, o que Fabiane recusou. Porém, nem sua denúncia nem a dele teve prosseguimento
até hoje. Mas a jornalista mudou seus hábitos. Depois de algum tempo sem usar o serviço, voltou a
recorrer aos aplicativos, mas com mais cuidado: “Não ando à noite sozinha, porque tenho medo. Hoje
tenho mais malícia, olho quantas viagens a pessoa já fez, as recomendações em relação a ela. Uso
muito, vale a pena, é mais econômico, mas acredito que os aplicativos deveriam ser mais criteriosos ao
aceitar quem vai prestar o serviço”, diz.
Ódio Cibernético - Fontes .: Canal Tech e BBC

Enquanto na “vida real”, vivida fora da tela do computador ou do smartphone, as pessoas se


seguram para não expressar opiniões preconceituosas e agressivas, com medo das consequências, esses
comportamentos são liberados na vida virtual. Orkut acredita que “as mídias sociais deixaram o
bullying mais fácil, porque é mais simples intimidar alguém e não ter consequências”. Além disso, “as
pessoas podem criar perfis falsos ou se tornarem anônimas” para atacar umas às outras sem medo de
represálias

“Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dar a ele uma dimensão pública, receber
aplausos pelos seus amigos e seguidores, e se sentir de alguma coisa validado. Ou seja, as redes sociais
produzem uma espécie de validação do seu ódio que era muito mais difícil antes de elas existirem e se
tornarem tão importantes na vida das pessoas.”
Amanda Todd tinha apenas 12 anos quando o seu pesadelo começou. Amanda entrou em uma sala de
bate papo, e após diversos elogios, foi induzida a mostrar seus seios na webcam.
Um ano depois, uma pessoa que estava no chat entrou em contato com Amanda pelo Facebook e disse
que se ela não “fizesse um show para ele”, ele iria mostrar os prints (da tela do bate-papo) para amigos
e familiares de Amanda.
Essa pessoa ainda chegou a persegui-la. Ele sabia de tudo: onde ela morava, onde passava as férias,
quem eram seus amigos…
As fotos foram enviadas para todos e, então, Amanda começou a adoecer: ela sofria com ansiedade,
depressão e pânico. E assim, passou a usar drogas e álcool.
Um ano se passou e o “bully” de Amanda voltou ! Ele criou uma página no Facebook onde a foto do perfil
eram os seios da Amanda Toddy.
No vídeo em que fez para contar sua história, Amanda disse que “chorava a noite toda, perdeu todos os
seus amigos e o respeito deles“. Ela sofria com os xingamentos, os julgamentos e sofria ainda mais por
não poder tirar aquelas fotos da internet.
Com tanta tristeza e se sentindo pressionada, Amanda passou a se automutilar.
Ela mudou de escola e ficava sozinha, todos os dias. Até que, depois de um mês, ela conheceu um garoto
mais velho. Ele disse que estava gostando dela, mesmo tendo uma namorada.
Ela foi iludida e acabou se envolvendo com o menino.
A namorada, junto com outras 15 meninas foram tirar “satisfação” com Amanda e a humilharam em
frente a escola. Além disso, ela também sofreu agressões físicas desse grupo de colegas.
Amanda voltou para casa e tentou se matar tomando alvejante. Depois de ser internada e voltar para
casa ela passou a receber mensagens de ódio como “Ela merece!” e “Espero que ela morra!”.
Amanda se mudou para a casa da mãe. Seis meses se passaram e pessoas ainda enviavam fotos de
alvejantes e produtos de limpeza para Amanda.
Amanda ainda teve overdose por ingerir remédios anti-depressivos . Amanda não resistiu a pressão e se
enforcou.

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