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O.·.M.·.S.·.

– Ordem Martinista – Entrevista com Sâr Cœur


Por Samuel Robinson – 4 de junho de 2017 (versão orginal: http://pansophers.com/martinist-intereview/).

Sam Robinson entrevista Sâr Cœur de la Croix, Grão-Mestre e membro


fundador da Ordre Martinistes Souverains (O.·.M.·.S.·.)

Saudações amigos e leitores habituais. Em minhas Resenhas Rosacruzes, vimos a relação entre os
Martinistas e os Rosacruzes e descobrimos que a Ordem Martinista é ROSACRUCIANA, embora
não “anuncie” o nome Rosacruz. Sua resenha pontuou muito alto quanto aos quesitos de incorporar
vários princípios tradicionais estabelecidos nos manifestos, como o silêncio, o misticismo Cristão e
a Via Cardíaca. Mas isso não é tudo, deve ser dito; ela carrega uma verdadeira presença do Espírito
Santo. Nem todas as Ordens Martinistas são iguais, e me deparei com a O.·.M.·.S.·., uma reunião de
adoráveis místicos que realmente incorporam o espírito Martinista não apenas em sua gentileza,
pois sinto também que algo especial esteja acontecendo dentro desta Ordem e é seguro dizer que
esse ramo em particular está sendo guiado.

Tive que conseguir uma entrevista com seu fundador e ajudar a compartilhar sua história:

Samuel Robinson: O que você pode nos dizer sobre como e por que a O.·.M.·.S.·. foi fundada?
Cœur: Há alguns anos nos desiludimos com uma ordem Martinista com a qual estávamos
trabalhando. Sentimos que, após uma mudança de gestão, ela se desviou dos princípios e nos
afastamos para abordar o Martinismo de forma independente e por conta própria. Nosso primeiro
encontro foi em Austin, Texas, EUA, e reuniu seis SS.·.II·.· de várias ordens Martinistas. Primeiro
expusemos os princípios gerais que procuramos manifestar e usar como nossos guias, depois
começamos a investigar mais profundamente a tradição Martinista. É desse grupo original que o
Grande Conselho da O.·.M.·.S.·. (Grand Conseil des Supérieurs Inconnus, ou G.·.C.·.S.·.I·.·) foi
eventualmente formado.

Ao escolhermos uma visão de grande angular, reunimos todos os materiais Martinistas a que cada
um de nós teve acesso. Fomos abençoados por nossos iniciadores que nos forneceram grande
riqueza de materiais, materiais aos quais nunca tínhamos sido expostos em nossas ordens anteriores.
Vimos rapidamente quão vasta e rica era a tradição martinista e também como ela estava
despedaçada e fragmentada em certos grupos. Começamos a fazer uma investigação completa em
todas as histórias, lições e documentos teóricos, bem como a trabalhar e a praticar todos os rituais
que encontramos. Com o tempo, separamos o joio do trigo, descartando novos acréscimos de várias
ordens que talvez estivessem no espírito do Martinismo, mas desviados de seus símbolos originais.

Quando começamos a fazer nosso primeiro esboço


da O.·.M.·.S.·., peneiramos dezenas de iniciações
Martinistas e começamos a analisar e cruzar cada
uma delas para comparar e contrastar elementos
como cores, insígnias, configurações de salas,
batidas, juramentos, mitologias etc.
Começamos pequenos, trabalhando com nossos
Irmãos mais próximos, enquanto experimentávamos fórmulas e currículos iniciáticos, mas
rapidamente começamos a atrair um público mais amplo.

À medida que nosso projeto ganhava fôlego, fomos abençoados por termos vários Iniciadores
Livres, Bispos e outros líderes organizacionais vindo a nós e fornecendo mais linhagens e materiais
adicionais para pesquisa. Nossos arquivos agora abrangem mais de cem iniciações históricas
reunidas a partir de dezenas de Ordens e muitos manuscritos inéditos do século XVIII, que temos
traduzido lentamente para o inglês. Alguns dos quais nós mesmos descobrimos e não estão
prontamente disponíveis em outras Ordens Martinistas. Poder-se-ia dizer que nossa formação foi
abençoada ao seguir esse caminho.

No final, firmamos a meta de utilizar todas as correntes do Martinismo através de pesquisa,


atualizando e corrigindo vários rituais e práticas de acordo com documentos originais, e agora os
fornecemos à Tradição para preservar e revitalizar a própria Tradição.

SR: De que forma a O.·.M.·.S.·. é diferente de outras O.M.?


Cœur: A O.·.M.·.S.·. tem uma abordagem única à tradição, que equilibra o sistema histórico em sua
totalidade e apresenta ensino e experiência completas de cada ramo na Ordem Externa.

SR: Normalmente, no que a maioria das ordens Martinistas focam?


Cœur: Bem, primeiro vamos começar com um pouco sobre a história do Martinismo moderno e
histórico. Em geral, as ordens Martinistas mais modernas se concentram puramente na Via
Cardíaca, ou Voie Cardiaque, sob a premissa de que eles estão estudando o sistema original de
iluminação fundado por Louis Claude de Saint-Martin, dito Filósofo Desconhecido, embora essa
Via tenha sido verdadeiramente fundada na virada do século XX por Papus.
Esse é, no entanto, apenas um ramo do Martinismo histórico, com os Élus Coëns e o C.B.C.S.
muitas vezes ficando em segundo plano nas ordens modernas. Algumas ordens modernas perpetuam
versões dos Élus Coëns e/ou do C.B.C.S. em suas Ordens Internas; no entanto, nossa abordagem
tem sido casar e unir as correntes em uma Ordem Externa completa de aprendizagem e experiência
prática.

SR: Você pode nos contar mais sobre as práticas de Pasqually, o fundador da primeira escola
Martinista ou Martinezista?
Coeur: Cada uma dessas três Ordens ou manifestações do Martinismo teve sua própria abordagem
distinta. A primeira manifestação é geralmente chamada de Élus Coëns. O nome original é um
bocado grande: l'Ordre des Chevaliers Maçons Élus Coëns de l'Universe (Ordem dos Cavaleiros
Maçons Élus Coëns do Universo, ou, simplesmente, Élus Coëns), de Jacques de Livron Joachim de
la Tour de la Casa Martinez de Pasqually (ou, simplesmente, Martinez de Pasqually). O pai de
Pasqually possuía uma carta patente do príncipe jacobino Charles Edward Stuart, que lhe dava a
autoridade para fazer Maçons e fundar Lojas, um direito que foi transferido para Martinez.

Então, externamente, era uma “ordem maçônica”, mas trazia consigo os ensinamentos da
regeneração.

Martinez nunca nominou qualquer professor específico, mas há rumores de que ele tenha sido
iniciado em uma tradição de mistérios de 300 anos e que sua família estava envolvida na Inquisição
Espanhola e possuía certos documentos banidos.

Ele fundou os E.C. por volta de 1767, e a Ordem concentrou-se na origem primitiva do homem
baseada nos mitos Cabalísticos, a queda do homem de seu primeiro estado e a recuperação de sua
dignidade original, direitos e poderes espirituais através da purificação de orações, invocações,
evocações, exorcismos e reconciliação. Isso era feito através de uma série de círculos místicos.

Com relação aos graus, primeiro o Mestre Maçom começaria a estudar a abordagem única de
Pasqually ao mito Maçônico. Nos graus preparatórios da Ordem (o Pórtico), o estudante revivia os
três primeiros graus maçônicos, ampliados com experiências iniciáticas viscerais que ilustravam a
abordagem única de Pasqually ao mito Cabalístico. O mito de Pasqually, tal como exposto na
Reintegração de Seres, seu primeiro e único livro, não está divorciado da Cabala tradicional de
Isaac Luria (o Ari) e do Zohar. No entanto, as chaves de iniciação fornecidas na Ordem são
necessárias para entender completamente o seu texto, o que significa Cabala operativa.
Os estudantes E.C. se empenhavam em intensas operações místicas e teúrgicas destinadas a,
primeiro, purificar e depurar a esfera e a alma do candidato, a enxugar as impurezas geradas na
Queda do Primeiro Homem, seguidas de invocações para se unirem a seu Bon Compagnon (Bom
Companheiro, ou SAG) e muitas séries de conjurações, evocações e exorcismos habituais dos
Espíritos Caídos, a fim de purificar e proteger a si mesmos e à humanidade para se prepararem para
a Reintegração Universal.

O E.C. é especialmente relevante para a história da iniciação, pois foi uma das primeiras ordens a
realmente unir o Misticismo Cristão, a Cabala, o Gnosticismo, a Magia Cerimonial e a Teurgia em
um sistema unificado e coeso. Mas não é mágico em termos de magia mundana. O trabalho é pura
magia divina e é bastante Rosacruciano em muitas de suas operações. É a magia da regeneração.

SR: Como Willermoz modificou esses ensinamentos e qual foi sua abordagem após a morte de
Pasqually?
Cœur: Jean Baptiste Willermoz assumiu a Estrita Observância (la Stricte Observance Templière),
do Barão Karl Gotthelf von Hundt, e reformulou os graus naquilo que se tornou o R.E.R., o Rito
Escocês Retificado, ou Rite Écossais Rectifié. Essa ordem se tornou o pináculo oficial da Maçonaria
Francesa em 1778; fornecia a iniciação nos tradicionais três graus da Maçonaria Azul (Aprendiz,
Companheiro e Mestre Maçom). Dentro desses graus, Willermoz passou a tecer elementos do mito
Cabalístico de Pasqually, elementos esses que seriam totalmente revelados nos mais altos graus da
Ordem. O R.E.R. foi encimado com o 4º grau, o de Mestre Escocês de Santo André (Maçonaria
Verde), que continuou o mito maçônico tradicional com ensinamentos esotéricos e Cabalísticos.

O C.B.C.S. foi a ordem interna “secreta” (Maçonaria Branca) do R.E.R. que manteve a conexão
direta professada pela Estrita Observância Templária com os Cavaleiros Templários; ensinava a
Cavalaria Cavalheiresca e o Misticismo Cristão através de uma fidalguia espiritual em conexão com
os Cavaleiros Templários.

O sétimo e o oitavo graus compreendiam uma ordem secreta ainda mais interna, que revelava o
objetivo de Willermoz de perpetuar os ensinamentos dos Élus Coëns de Pasqually e sua
Reintegração de Seres.

Willermoz, assim, ajudou a Tradição Martinista codificando e guardando a teoria de Pasqually


dentro da corrente maçônica, concentrando-se no Misticismo Cristão, nas virtudes dos Cavaleiros,
no mito Templário e, finalmente, na Cabala do Martinezismo.
SR: Por último, a maioria das ordens Martinistas se concentra em Saint-Martin e expressa
que ele trabalhou uma abordagem mais simples e direta para a iniciação interior. O que você
pode nos dizer sobre esse ramo?
Cœur: Dizia-se que Louis Claude de Saint-Martin deixou
para trás a Via Operativa dos E.C. a fim de se concentrar em
uma via de iluminação mais direta e interior. Embora seja
evidente em seus escritos e orações que ele praticou e
ensinou a contemplação interior, a mediação e a oração, há
também evidências de que ele continuou trabalhando a Via
Operativa ao longo de sua vida. Seu último livro, Le
Ministère de l'Homme-Esprit, resume muito bem o mito de
Pasqually, ao passo que fornece elementos adicionais inspirados em seu estudo da Teosofia de Jacob
Boehme.

Dizia-se que Saint-Martin trabalhava individualmente com os estudantes e que talvez propiciasse
um pequeno grupo de buscadores, chamado àquele tempo de Société des Intimes ou da Sociedade
dos Íntimos/Amigos ou Iniciados, respectivamente. No entanto, também possuímos diários
operativos, coleções de Sigilos, nomes Angelicais e Demoníacos etc. da caligrafia de Saint-Martin.

SR: Qual foi o papel da Papus na criação da moderna ordem Martinista?


Coeur: Papus (Dr. Gerard Éncausse) foi o primeiro a codificar essa tradição em um sistema de
iniciação de estilo Maçônico de três graus. Embora Papus tenha se inspirado nos escritos de Saint-
Martin, há poucas evidências de que Saint-Martin tenha trabalhado dessa maneira, apesar da grande
quantidade de mitos perpetuados sobre o Filósofo Desconhecido. Para essas ordens, os 1º e 2º graus
formam uma preparação para o 3º grau de S.·.I·.· (Supérieur Inconnu), que encapsula o núcleo da
teosofia de Saint-Martin. Essa primeira manifestação da Ordem Martinista como a conhecemos hoje
tende a se concentrar em uma abordagem mais teórica, com a maioria das ordens fornecendo apenas
meditações simples, ou até mesmo dando novas operações que incluem práticas como o RPM da
Golden Dawn. Nossa abordagem à Voie Cardiaque é o de nos despojarmos disso em favor da
essência histórica e das práticas do Martinismo e as utilizar como base.

SR: Como a O.·.M.·.S.·. dispõe sobre isso em contraste a outras ordens Martinistas?
Cœur: Através dos três primeiros graus da O.·.M.·.S.·., o candidato obtém o conhecimento
completo e bem equilibrado de toda a tradição Martinista por meio de estudos teóricos e operações
práticas que formam o currículo da O.·.M.·.S.·.. Isso é visto pelos nomes dos três primeiros graus,
I° Associado Élu, II° Iniciado Chevalier e III° Supérieur Inconnu, que refletem, respectivamente, a
evolução da tradição através de Élus Coëns, de Pasqually, do C.B.C.S., de Willermoz, e da Via
Cardíaca Martinista, inspirada por Louis Claude de Saint-Martin, o Filósofo Desconhecido. Tudo
isso ainda se opera no sistema de 3 graus de Papus, mas agora utilizando a totalidade da tradição
Martinista. Por todos esses graus, o candidato experimenta uma abordagem inovadora do mito
martinista tradicional que une os três graus em um todo coeso. De muitas maneiras você está
andando nos mesmos passos de L.C.S.M., seguindo seu caminho para a realização ao ver o que ele
viu, fazer o que ele fez, assim como também se beneficiando de Willermoz.

SR: Por que você formulou a estrutura de aprendizagem dessa maneira?


Coeur: Nós procuramos assegurar que nossos Adeptos e Mestres de Templo sejam completamente
versados em todos os ramos históricos do Martinismo, em lugar de apenas na Via Cardíaca, comum
à maioria das ordens Martinistas. Isso é realizado através de seu extenso treinamento na Ordem
Externa, cujas iniciações e currículos são extraídos dos últimos 250 anos da tradição Martinista,
formada pelo Grand Conseil des Supérieurs Inconnus (G.·.C.·.S.·.I·.·) da O.·.M.·.S.·. e por nossos
arquivos, que abrangem dezenas de ordens Martinistas e manuscritos originais do séc. XVIII.

A Iª Iniciação, a de Associado Élu, leva o Candidato à tradicional Via


Cardíaca Martinista, acrescida dos graus preliminares dos Élus Coëns, de
Martinez de Pasqually, que é a primeira e original manifestação do
Martinismo ou Martinezismo. O currículo de 1º grau é único em sua
apresentação abrangente da história e do simbolismo Martinista, e o
Associado Élu realiza meditações e contemplações Martinistas tradicionais
sobre a Regalia, bem como extensas operações preliminares e práticas dos Élus Coëns.

Isso significa que você começa a aprender a história tradicional e a teoria da Via Cardíaca, mas
também começa a realizar trabalhos místicos e mágicos para libertar a personalidade da ilusão,
purificar sua alma e esfera e aprender a invocar Espíritos Divinos a fim de começar a reforçar a
ligação original da humanidade com o Eterno.

A IIº Iniciação, a de Iniciado Chevalier, continua a mitologia Martinista


tradicional, mas ampliada pelo cavalheirismo da cavalaria espiritual do
sistema C.B.C.S de Willermoz. Um profundo estudo é feito dos mitos
templários, e o estudante estuda as virtudes tradicionais dos cavaleiros
– Temperança, Prudência, Justiça e Vontade –, não apenas de maneira
teórica, mas por meio de orações e operações místicas. O Iniciado Chevalier continua suas
operações E.C. práticas e realiza um extenso trabalho místico e mágico, cujo conhecimento é
reservado para aquele grau.

A IIIº Iniciação, a de Supérieur Inconnu, é a consumação do mito


Martinista e é a câmara na qual o Mistério Uno da Verdade – que
dissolve e une todos os mistérios do céu e da terra – é revelado.
Essa gnose experiencial por vezes foi chamada de a Pedra Filosofal
ou de o Real Segredo. É o conhecimento e a realização deste Real
Segredo, que confirma a verdadeira qualidade de Adepto. Neste
ponto, um ciclo da Obra é completado e muitos escolhem pausar ou
terminar seu trabalho iniciático – uma resposta natural à consecução do Adepto.

Para aqueles que desejam continuar, a Ordem Interna lhes é aberta e operações preliminares
incluem uma abordagem Rosacruz exclusiva para a Operação de Abramelin, bem como outras
operações de R+C que permanecem não reveladas até aquele grau.

Todos SS.·.II·.· ou SS.·.II·.·II.·. adotados são reiniciados através dos graus acima para que possam
chegar ao pleno conhecimento que exigimos de cada um dos nossos SS.·.II·.· e Mestres de Templo.
Até agora, todos os SS.·.II·.· adotados têm estado felizes e estimulados a retrabalhar os graus
devido a seu extenso currículo. Como sinal de boa-fé, nós também lhes conferimos sua primeira
iniciação no Collège des Supérieurs Inconnus (C.·.S.·.I·.·), a Ordem Interna da O.·.M.·.S.·.. Esta
primeira iniciação é uma consagração e ordenação em nossa corrente e linhagem Rosacruz.

Uma vez que os Candidatos tenham passado pela Iniciação de S.·.I·.· da O.·.M.·.S.·., a eles é dado
ingresso como membro pleno do C.·.S.·.I·.· e podem receber todas as iniciações tradicionais dos
Élus Coëns e do C.B.C.S., se quiserem aprofundar sua compreensão da história e da prática desses
sistemas.

SR: Então, você poderia dizer que os três graus Martinistas da O.·.M·.S.·. são uma forma
concentrada de tudo o que é o Martinismo; mais tarde, você ingressa nos Élus Coëns ou no
C.B.C.S para expandir esse conhecimento se um desses o cativa profundamente.
Cœur: Exatamente. Uma pessoa que tenha sido treinada e iniciada por toda a nossa Ordem Exterior
está agora plenamente familiarizada com todos os aspectos do
Martinismo/Martinezismo/Willermozismo históricos. Se quiserem estudar esses ramos ainda em
maior detalhe, o sistema tradicional completo, revitalizado por nossas reconstruções de nossos
Arquivos, incluindo os materiais fonte de Ambelain e outros manuscritos originais do séc. XVIII,
isso está aberto para estudo e experiência completas.

SR: Como as consagrações gnósticas funcionam com a corrente da O.M.?


Cœur: O G.·.C.·.S.·.I·.· da O.·.M.·.S.·. carrega todas as principais
linhagens apostólicas, tanto católicas, ortodoxas e gnósticas. Por linhagens
apostólicas refiro-me à tradicional Sucessão Apostólica, que concede
autoridade para trabalhar os Sacramentos Cristãos, Ordenar nas Ordens
Menores e Maiores e perpetuar o Apostolado Cristão.

Nem todas as Ordens Martinistas as operam e sua implicação espiritual para os Cristãos esotéricos é
profunda! Você está realmente ganhando consagrações que foram passadas de Cristo para seus
Apóstolos e elas, tradicionalmente, dentro do contexto Cristão, capacitam você a operar essa
corrente espiritual.

Procuramos reunir a tradição Martinista com a igreja Gnóstica devido à sua história de crescimento
conjunto no renascimento gnóstico francês e porque eles naturalmente pertencem um ao outro.
Nossos Bispos e Sacerdotes conferem os mistérios das Ordens Menores através de nosso ramo
Gnóstico, Les Chevaliers du Verbe. A todos os membros está aberta a recepção dessas Ordenações.

Muito tem sido escrito sobre as tradicionais Ordens Sagradas de Clérigo, Porteiro, Leitor, Exorcista,
Acólito, Diácono, Sacerdote e Bispo (veja em Science of the Sacraments and the Liturgy of the
Liberal Catholic Rite, de Leadbeater). A O.·.M.·.S.·. as opera de uma forma que agem como um
processo iniciático e teúrgico que complementa e expande a mitologia e as práticas centrais da
O.·.M.·.S.·..

SR: Que tipo de resposta a O.·.M.·.S.·. tem recebido da comunidade esotérica em geral?
Cœur: Em geral, recebemos retorno extremamente positivo. SS.·.II·.· independentes, Iniciadores
Livres (S.·.I·.·I.·., S.·.I·.· I.·.L·.· etc) e Mestres de Templo nos contataram para que se tornassem
membros e têm estado felizes em “recomeçar” novamente em nosso 1º grau, de Associado Élu. A
O.·.M.·.S.·. não realiza ou permite “iniciações astrais”, nem meramente concede um papel de
reconhecimento/Adoção, mas exige que todos os membros recebam iniciação física do
G.·.C.·.S.·.I·.· ou de um representante nomeado. Tem sido incrível ter iniciantes experientes e
iniciantes inexperientes entrando em nossa rotina, especialmente quando os veteranos recebem a
massa de materiais que apresentamos em nosso currículo de primeiro grau.
Existem, é claro, indivíduos que não concordam com nossas abordagens e é seu direito sentirem-se
assim. Por uma razão ou outra, alguns indivíduos se sentirão ameaçados por nossa Ordem.
Procuramos manter relações amigáveis com todos os Martinistas de conduta e caráter corretos, mas
não desperdiçamos nosso tempo com aqueles que não oferecem o mesmo ou que tentam causar
conflitos e danos. A verdade sempre se revela a respeito das intenções e de rumores. Até agora,
ficamos felizes que, para cada observação negativa que recebemos, recebemos 10 vezes mais
retornos positivos.

SR: Que tipo de futuro você vê para o O.·.M.·.S.·.?


Cœur: A O.·.M.·.S.·. já está crescendo mais rapidamente do que
esperávamos para o nosso humilde projeto pessoal. Mas enquanto
houver Homens e Mulheres de Desejo que nos procurem por um
Caminho, esperamos poder fornecer um veículo para o seu
desenvolvimento. Nós sempre aspiramos à ideia de uma união
internacional de Martinistas que cruze a todos os limites de ordens,
estilos, linhagens, política etc. Essa parece ser uma tarefa bastante
hercúlea, mas é sempre algo que estamos contemplando. Seria incrível
ter um grupo que permitisse que os iniciadores, tanto de ordens estabelecidas quanto os que
trabalham independentemente como Iniciadores Livres, se reunissem e se unissem sob os princípios
básicos do Martinismo. Um lugar onde eles pudessem encontrar ensinamentos adicionais e, talvez,
ganhassem linhagens fortalecidas para os ajudar a progredir em sua própria abordagem ao
Martinismo, no espírito da camaradagem universal. Quer a O.·.M.·.S.·. venha a se tornar o veículo
apropriado para isso, quer seja um outro grupo existente, ou se um novo abrigadouro para tanto for
necessário, isso será deixado para que se revele no futuro para todos nós.

SR: Obrigado Irmão, nossa comunidade deseja muito sucesso à sua Ordem. As pessoas
interessadas podem entrar em contato com a O.·.M.·.S.·. aqui: http://www.martinism.net/

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