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TEMPO DE DESAPRENDER E ATUALIZAR

Marino Fank

Um computador, um celular, um modem de wifi, quando necessita ser atualizado,


fazer um potenciado de programação, melhorar sua capacidade de velocidade
ou armazenamento, qualquer humano comum simplesmente aperta algumas
teclas, dá ok e isso se processa internamente no equipamento e totalmente
invisível aos nossos olhos.
Nós como indivíduos e espécie também precisamos de atualizações, porém na
biologia humana o processo é mais complexo, porque a máquina orgânica
biológica de programação humana porta consciência, e ali há uma enorme
diferença entra essas duas partes.
São complementares para a convivência, porém a humana é capaz de muito
mais. Só que, para chegar a essa instancia de alta capacidade da tecnologia
orgânica necessitamos tempo e espaço livre em nossa neuro estrutura.
Necessita desprogramar, desaprender e soltar ideias enlatadas e conceitos
cristalizados, através de um processo de reconhecer a obsolescência dessas
estruturas de poder de forma autorreferente. Mesmo que seja incômodo, porque
cedo ou tarde essa obsolescência vai nos saltar aos olhos e talvez com mais
trauma, pois a biologia não se engana. É um processo da natureza e equilíbrio
do planeta em sua ascensão, e sua forma de fazê-lo pode gerar algum conflito
biológico de vinculo interno ou externo.
Ao não reconhecermos isso em nós mesmos, em nosso íntimo, reciclando
nossos conceitos, nos tornamos vulneráveis a manifestações biológicas
(enfermidades e sintomatologias) como forma de avisos e alertas.
Nosso próprio predador ancestral sim ou sim ficará despido em seu sentido se
não é assumido, goste nos isso ou não, nos depredamos a nós mesmos
inconscientemente por programação ou por poder legal.
Chegamos a uma instância de grande atualização necessária para que siga a
existência desta espécie nesse planeta com um novo sentido que ainda não
conhecemos, mas que está se abrindo lentamente desde o ano de 2020, toda
essa movida nos faz sentir incômodos, mas é necessária.
Tudo isso já estamos vivendo, cada um pode percebê-lo em seus próprios
vínculos e relações sociais, investidas de governo promovendo exigências de
comportamento das pessoas comuns como se fossemos propriedade desse.
Práticas médicas claramente avessas a vida, visando criar uma legião de
consumidores dependentes da indústria farmacêutica, tudo isso por termos
aceito uma argumentação de que precisamos ser cuidados por alguma estrutura.
Tudo isso são programações que aceitamos sem dar-nos conta que nos privam
da plena liberdade. Chegou o momento de assumirmos nosso estado de adultos
maduros conscientes de si mesmo e autorreferentes.
Cada um dos seres que nos precederam na escala da vida, desde os insetos até
os mamíferos está programado para reconhecer somente um fragmento do
universo que habita. Seu sistema nervoso não possui a complexidade suficiente
para processar a deprimente quantidade de informações que o rodeia, está
desenhado para simplificá-la. Cada um deles ignoram a existência de outras
dimensões, que por sua vez são evidentes para seres mais complexos como nós
humanos.
O ser humano, no entanto, contém em si todas as estruturas que nos
precederam na evolução e ao mesmo tempo possui capacidades ainda não
conhecidas e exploradas para sua automanutenção. Não desenvolvemos nosso
inteiro potencial porque simplificamos a nossa existência, reduzindo-a ao
tamanho de nossas construções e estruturas edificadas a partir do medo.
Qualquer ser humano que ao menos tenha minimamente vislumbrado a
profundidade de nossa relação com tudo que a realidade proporciona, consegue
aceitar que somos o organismo mais sensível do planeta terra, que nos sustenta.
Por isso podemos registrar e processar uma enorme quantidade de informações
inacessíveis para os outros seres. Porém não nos damos conta que aquilo que
percebemos também nos deprime e nos assusta. E que por isso nos fechamos
em nossa pequena bolha ideológica, filosófica ou mística para nos proteger.
Construímos um muro de crenças, criando um universo fechado e o habitamos
ingenuamente como se fora disso a vida não nos funcionasse. Cada tribo
humana, cada civilização, cada família e cada indivíduo continua replicando essa
forma de perceber a vida. Negando tudo aquilo que não compreendemos,
amparados em crenças, argumentos e fantasias que temos como verdades
absolutas e ideias geniais, esperando que nos transcorra aquilo que chamamos
destino.
Ninguém pode ser obrigado a ser diferente disso, mas, se assim seguimos
vivendo estamos condenados a que os acontecimentos nos revelem brutalmente
as limitações de nossas construções, a ilusão de nossos desejos.
A complexidade da vida nos impõe cada vez mais que destruamos nossos
ninhos de crenças e nos obriga a desapegar-nos do aprendido e rearmamos
novamente com novos conhecimentos para seguir como espécie, e contribuir
com a expansão do universo expressado. Como civilização evoluímos a tal nível
que estamos nos autodestruindo. E deixamos para trás nosso conhecimento
como espécie, substituído por toda sorte de artificialismos criados por nosso
conhecimento civilizatório.
Todo esse contexto aparentemente caótico em que vivemos atualmente nos
cobra um novo olhar, desde uma nova perspectiva, percebendo nos parte do
universo que nos contém e sujeitos as leis que o regem.
Participar do fluxo dos acontecimentos sem rejeitar aquilo que o ambiente nos
proporciona e sim aceitar os conflitos e adversidades como didática da realidade
(a realidade nos educa), isso é existir com outra lógica.

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