Um computador, um celular, um modem de wifi, quando necessita ser atualizado,
fazer um potenciado de programação, melhorar sua capacidade de velocidade ou armazenamento, qualquer humano comum simplesmente aperta algumas teclas, dá ok e isso se processa internamente no equipamento e totalmente invisível aos nossos olhos. Nós como indivíduos e espécie também precisamos de atualizações, porém na biologia humana o processo é mais complexo, porque a máquina orgânica biológica de programação humana porta consciência, e ali há uma enorme diferença entra essas duas partes. São complementares para a convivência, porém a humana é capaz de muito mais. Só que, para chegar a essa instancia de alta capacidade da tecnologia orgânica necessitamos tempo e espaço livre em nossa neuro estrutura. Necessita desprogramar, desaprender e soltar ideias enlatadas e conceitos cristalizados, através de um processo de reconhecer a obsolescência dessas estruturas de poder de forma autorreferente. Mesmo que seja incômodo, porque cedo ou tarde essa obsolescência vai nos saltar aos olhos e talvez com mais trauma, pois a biologia não se engana. É um processo da natureza e equilíbrio do planeta em sua ascensão, e sua forma de fazê-lo pode gerar algum conflito biológico de vinculo interno ou externo. Ao não reconhecermos isso em nós mesmos, em nosso íntimo, reciclando nossos conceitos, nos tornamos vulneráveis a manifestações biológicas (enfermidades e sintomatologias) como forma de avisos e alertas. Nosso próprio predador ancestral sim ou sim ficará despido em seu sentido se não é assumido, goste nos isso ou não, nos depredamos a nós mesmos inconscientemente por programação ou por poder legal. Chegamos a uma instância de grande atualização necessária para que siga a existência desta espécie nesse planeta com um novo sentido que ainda não conhecemos, mas que está se abrindo lentamente desde o ano de 2020, toda essa movida nos faz sentir incômodos, mas é necessária. Tudo isso já estamos vivendo, cada um pode percebê-lo em seus próprios vínculos e relações sociais, investidas de governo promovendo exigências de comportamento das pessoas comuns como se fossemos propriedade desse. Práticas médicas claramente avessas a vida, visando criar uma legião de consumidores dependentes da indústria farmacêutica, tudo isso por termos aceito uma argumentação de que precisamos ser cuidados por alguma estrutura. Tudo isso são programações que aceitamos sem dar-nos conta que nos privam da plena liberdade. Chegou o momento de assumirmos nosso estado de adultos maduros conscientes de si mesmo e autorreferentes. Cada um dos seres que nos precederam na escala da vida, desde os insetos até os mamíferos está programado para reconhecer somente um fragmento do universo que habita. Seu sistema nervoso não possui a complexidade suficiente para processar a deprimente quantidade de informações que o rodeia, está desenhado para simplificá-la. Cada um deles ignoram a existência de outras dimensões, que por sua vez são evidentes para seres mais complexos como nós humanos. O ser humano, no entanto, contém em si todas as estruturas que nos precederam na evolução e ao mesmo tempo possui capacidades ainda não conhecidas e exploradas para sua automanutenção. Não desenvolvemos nosso inteiro potencial porque simplificamos a nossa existência, reduzindo-a ao tamanho de nossas construções e estruturas edificadas a partir do medo. Qualquer ser humano que ao menos tenha minimamente vislumbrado a profundidade de nossa relação com tudo que a realidade proporciona, consegue aceitar que somos o organismo mais sensível do planeta terra, que nos sustenta. Por isso podemos registrar e processar uma enorme quantidade de informações inacessíveis para os outros seres. Porém não nos damos conta que aquilo que percebemos também nos deprime e nos assusta. E que por isso nos fechamos em nossa pequena bolha ideológica, filosófica ou mística para nos proteger. Construímos um muro de crenças, criando um universo fechado e o habitamos ingenuamente como se fora disso a vida não nos funcionasse. Cada tribo humana, cada civilização, cada família e cada indivíduo continua replicando essa forma de perceber a vida. Negando tudo aquilo que não compreendemos, amparados em crenças, argumentos e fantasias que temos como verdades absolutas e ideias geniais, esperando que nos transcorra aquilo que chamamos destino. Ninguém pode ser obrigado a ser diferente disso, mas, se assim seguimos vivendo estamos condenados a que os acontecimentos nos revelem brutalmente as limitações de nossas construções, a ilusão de nossos desejos. A complexidade da vida nos impõe cada vez mais que destruamos nossos ninhos de crenças e nos obriga a desapegar-nos do aprendido e rearmamos novamente com novos conhecimentos para seguir como espécie, e contribuir com a expansão do universo expressado. Como civilização evoluímos a tal nível que estamos nos autodestruindo. E deixamos para trás nosso conhecimento como espécie, substituído por toda sorte de artificialismos criados por nosso conhecimento civilizatório. Todo esse contexto aparentemente caótico em que vivemos atualmente nos cobra um novo olhar, desde uma nova perspectiva, percebendo nos parte do universo que nos contém e sujeitos as leis que o regem. Participar do fluxo dos acontecimentos sem rejeitar aquilo que o ambiente nos proporciona e sim aceitar os conflitos e adversidades como didática da realidade (a realidade nos educa), isso é existir com outra lógica.