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Módulo VI

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INVESTIGAÇÕES CIVIS E CRIMINAIS
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Índice

MÓDULO VI

I.Identificando a Mentira Através de Gestos e Expressões


Faciais.
II.Anomalias Mentais
III.O detetive profissional em Juízo
IV.Relações Públicas e Propaganda
V.Como Escrever um Relatório
VI.Equipamentos

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MÓDULO VI.

I. Identificando a mentira através da leitura facial e corporal

Existem diversos estudos e testes para identificar se uma pessoa está


mentindo. O mais famoso deles é o polígrafo. Embora muitos acreditem que o
aparelho identifique a mentira e a dissimulação, na realidade ele apenas determina
mudanças no funcionamento do sistema nervoso autônomo. Este funcionamento é
mensurado através de eletrodos que verificam a respiração, o batimento cardíaco, a
tensão muscular, a corrente galvânica da pele, a temperatura, etc.

Estas mudanças podem ocorrer não só quando uma pessoa está mentindo,
mas também quando interrogada, sentindo-se ameaçada ou emitindo qualquer
outra forte emoção no momento do interrogatório. Por este motivo praticamente
nenhuma corte jurídica no mundo admite o polígrafo como forma de prova. Ele é
usado por forças policiais para guiar suas investigações visando obter provas
concretas.

Outro equipamento moderno é um programa desenvolvido pelo exército


israelense chamado de “Thruster”. Este programa analisa a tensão das cordas
vocais em gravações. É preciso ter uma gravação onde a pessoa converse
normalmente sobre um assunto que não lhe traga estresse, para estabelecer-se uma
comparação da voz da mesma pessoa durante análise do estresse. De posse dessa
gravação, é iniciado o interrogatório. Nas respostas cuja elevação no estresse da voz
é detectada, apresenta-se um indício de que o interrogado está mentindo. Outros
fatores como sentimentos de atração pelo interrogador e nervosismo por estar
sendo interrogado, também influenciam nas alterações em estresse de cordas
vocais. Por esse motivo o “Thruster”, como o polígrafo, não é aceito por cortes do
judiciário e serve apenas como uma ferramenta investigativa para policiais e
detetives particulares mundo afora.

A vantagem do “Thruster” é que permite ao detetive gravar o áudio de um


interrogatório e colocar a gravação, posteriormente, em um computador para que a
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análise possa ser feita. É mais fácil realizar essa gravação - inclusive sem que o
interrogado saiba - do que com um polígrafo, que é um equipamento caro, e a pessoa
interrogada pode simplesmente se negar a ser submetida a esse teste. Ao se negar,
ela tem todo o amparo jurídico a seu favor.

O método de maior aceitação e eficácia na detecção da dissimulação é a


análise dos movimentos do corpo (gestos e posturas) do investigado, de sua face
(expressão facial e olhar) e da paralinguagem. Durante uma conversa ou
interrogatório é possível detectar 70% do que está sendo comunicado através da
linguagem corporal de uma pessoa. As palavras, muitas vezes, são descartadas ou
ao menos secundárias à análise corporal.

Os gestos e expressões são universais, instintivos ao ser humano. É


necessário treinamento intensivo somado a uma forte medicação de relaxantes
musculares para que uma pessoa tente ocultar certas expressões faciais - que
duram frações de segundo, revelando a emoção do interrogado ao responder uma
pergunta. Através da análise dessa emoção e dos demais gestos demonstrados por
alguém é possível detectarmos a mentira.

MOVIMENTOS CORPORAIS

Emblemas

Os emblemas são gestos que a pessoa utiliza para substituir uma palavra ou
expressão. Estes podem variar de acordo com a cultura de cada país. Um exemplo
de um emblema no Brasil seria um polegar erguido com os demais dedos fechados
representando o símbolo de que está tudo bem.

Ilustradores

Estes são vinculados à fala. Eles ilustram, demonstram, enfatizam o conteúdo


que está sendo transmitido durante uma conversa. Um exemplo seria uma pessoa
demonstrar com suas mãos o tamanho de algo como um peixe que pescou.
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Manipuladores

Manipuladores são movimentos corporais que resultam no autocontato com o


corpo. Coçar o pescoço ou orelha, cobrir a boca, coçar o braço, etc. Eles geralmente
indicam um hábito que a pessoa faz que reflita seu estado de ansiedade ou tensão.
Se o interrogado fizer algumas dessas ações que mencionamos acima enquanto
responder a uma pergunta, a probabilidade de ele estar mentindo ou nervoso por
causa da pergunta que lhe foi feita é grande.

Posturas

A mudança da postura durante um interrogatório pode ser um indicador


chave para identificar fortes emoções que o interrogado esteja sentindo. Se ele eleva
ligeiramente um ombro enquanto responde, ele provavelmente não está dizendo a
verdade. Se durante o interrogatório ele apresentar um postura curvada estará
demonstrando tristeza, e caso essa postura se torne tensa ele estará demonstrando
raiva. Ao analisar a pergunta feita pelo investigador que levou o interrogado a
determinada postura é possível concluir a verdadeira emoção dele e deduzir, desse
ponto, a verdade sobre o ocorrido.

Paralinguagens

A paralinguagem estuda os sinais não verbais efetuados durante a fala. São


eles volume da fala, articulação precisa de palavras, ritmo e velocidade do discurso,
sons intrusos durante a fala, pausas, etc. Uma análise destes fatores pode revelar
momentos de tensão e emoção que a pessoa tem quando responde ao interrogador.

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Quadro demonstrativo dos músculos faciais. Visão Lateral

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

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Visão Frontal dos Músculos da Face do Ser Humano

O estudo dos músculos faciais é pertinente a um detetive que deseja se


especializar nas técnicas de detecção da mentira.

Segue baixo um quadro demonstrativo de diversas emoções e os respectivos


músculos que mostram movimento quando a pessoa sente essa emoção.

Emoção Contração Muscular


Músculo levantador do lábio superior
e da asa do nariz (parcialmente
Felicidade seccionado) apresenta ligeira
inclinação diagonal.
+
Músculo levantador do lábio superior

Parte transversa do músculo nasal


+
Parte alar do músculo nasal
Raiva/Desprezo
+
Músculo prócero
+
Músculo corrugador do supercílio
+
Mão fechada firmemente

Falta de confiança no que a Elevação ligeira de um dos ombros


pessoa está dizendo

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Músculo orbicular da boca


+
Músculo depressor do lábio inferior
+
Músculo depressor do ângulo da
Vergonha boca
+
Parte orbital do músculo orbicular
dos olhos fecha-se

Músculo zigomático maior


+
Músculo zigomático menor
Dor +
Parte orbital do músculo orbicular
dos olhos fecha-se
+
Músculo orbicular da boca é aberto,
expondo os dentes.

Sorriso Falso Músculo risório é puxado levemente,


sem que haja movimento do músculo
orbicular da boca.
Medo Rigidez muscular no pescoço
+
Leve abertura da parte orbital do
músculo orbicular

Durante um interrogatório, o suspeito que demonstrar uma das emoções


acima pelo tempo superior a um segundo, estará fingindo a emoção e, portanto,
mentindo.

O tom da voz é reduzido durante a frase quando a pessoa não tem confiança
no que está dizendo.

O tempo de resposta entre o momento em que o interrogador termina sua


pergunta e o interrogado inicia sua resposta é um fator importante. Resposta muito
rápida, geralmente até 0,5 segundos, significa que a pessoa está mentindo; a
história foi criada antes de a pessoa ser interrogada e as respostas foram
previamente estudadas. O indivíduo que estiver dizendo a verdade precisará de
mais tempo para acessar sua memória e responder corretamente. Geralmente leva
pouco mais de um segundo para responder.

Outro indício da mentira são histórias contadas onde o sujeito nunca se


corrige ao citar nomes, fatos, distâncias, etc. Ele terá certeza absoluta dos números

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que inventou previamente ou no momento da resposta. Quando a pessoa está


acessando sua memória de fatos reais, ela pode confundir alguns dos itens
mencionados e em seguida se corrigir.

O que diferencia a análise corporal e facial dos demais métodos estudados de


detecção da mentira é que ela não só identifica momentos de estresse na resposta,
como também a emoção específica que o interrogado tem quando responde a uma
pergunta. Obviamente a análise é uma ciência com abertura para erro, já que sobre
ela recai a análise humana. O detetive deve analisar os gestos identificados de forma
global (considerando todos os fatores que mencionamos), nunca se baseando em,
apenas, uma expressão para identificar a mentira. Ele deve também levar em
consideração os hábitos da pessoa e os problemas médicos que ela possa ter
pertinentes a avaliação. Por exemplo, se uma pessoa tiver uma paralisia parcial do
corpo, esta condição deve ser levada em consideração na análise.

Os cientistas, peritos deste campo, conseguem obter uma excelente taxa,


superior a 70% de sucesso, na identificação da mentira. É uma técnica muito usada
em segurança de aeroportos, onde existem programas de computadores de leitura
facial que observam a filmagem de pessoas andando no aeroporto e detectam
expressões emocionais de raiva e tensão - que geralmente estão presentes em
terroristas e pessoas prestes a cometer crimes. A mesma tecnologia é usada em
locais que possuem um alto índice de risco para assaltos tanto nos Estados Unidos
como na Europa.

É importante lembrarmos que todas estas técnicas são ciências onde o ser
humano está interpretando dados, por isso, há uma margem concreta para erro.
Estas técnicas não resultarão em provas; evidenciarão apenas indícios, que o
detetive usará para auxiliá-lo no percurso a ser tomado durante a investigação.

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Auxiliares da Investigação

O detector de mentiras é utilizado em muitas investigações, às vezes com


resultados satisfatórios. Esse instrumento, que registra as reações emotivas do
indivíduo, é usado não só para ajudar a determinar um culpado, como para excluir
algum suspeito, por ventura inocente.

Os tipos de detectores mais comuns são: o polígrafo, que registra as pulsações,


pressão e respiração, e o psicogalvanômetro (também conhecido como patômetro),
que consigna a reação sudorípara, devassando-lhe os pensamentos secretos, quando
ele é submetido a interrogatório.

Se o teste do detector de mentiras não é admitido como prova na justiça,


serve frequentemente como ajuda valiosa para o detetive, nos casos em que a
desconfiança for um fator importante.

O pó fluorescente é utilizado na investigação quando for necessário saber se o


suspeito teve contato com objetos e coisas. Esse pó é preparado e vendido por firmas
comerciais especializadas. Não é prontamente visto a olho nu. A pessoa que toca ou
maneja em algo que foi empoado fica com resíduos em suas mãos e nas roupas,
deixando marcas nos objetos. O pó que aí se deposita, transfere-se para outros
objetos com os quais o indivíduo lidar (maçanetas de portas, rodas de leme,
instrumentos etc.) e só pode ser visto com o uso de luz ultravioleta, também
chamada de “luz negra”.

A lâmpada ultravioleta portátil é, obrigatoriamente, usada pelo investigador


que lida com o pó fluorescente. Citemos um exemplo: fomos contratados para
identificar certo ladrão que vinha roubando dinheiro da gaveta do proprietário de
uma indústria. A empresa tinha várias seções, cada qual com 40 empregados.
Utilizamos o pó em algumas cédulas de cem reais e as deixamos no mesmo lugar.
Mais tarde, voltamos ao estabelecimento com a lâmpada ultravioleta e notamos que
as maçanetas das portas que davam para determinada sala continham resíduos do
pó. Os empregados dos outros setores estavam excluídos de qualquer suspeita.

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Na seção onde estava o gatuno, aplicamos a luz e notamos que a mão de um


dos empregados estava brilhando, este foi logo preso, e mais tarde teria confessado
o delito.

O avião e o helicóptero exercem um papel importante nos casos em que a


vigilância no ar se torna necessária. Nestes casos, o detetive alugará um piloto
experiente e um aeroplano. Munir-se-á de binóculos potentes para observar os
detalhes à distância. Mas convém não esquecer que o avião e o helicóptero - se não
forem utilizados com inteligência e cuidado numa diligência - podem gerar suspeitas
no investigador, principalmente porque para justificar uma “campana” tão
dispendiosa, o cliente só poderá ser algum “rei” do entorpecente, do contrabando ou
de qualquer outra contravenção.

As microcâmeras são muito usadas pelos mais hábeis investigadores,


principalmente para descobrir ladrões de lojas. Há situações em que é necessário
manter vigilância bem de perto, sem ser descoberto. Nestes casos, as microcâmeras
podem ser usadas com muito sucesso. Apresentamos um caso nosso como exemplo,
para ilustração: o dono de certa joalheria nos contratou para fazer investigações em
seu estabelecimento e tentar descobrir o responsável pelo desaparecimento
frequente de valiosas jóias, fato que o proprietário atribuía a ladrões de lojas. A
firma estava localizada num edifício comercial, por isso teria sido impossível à
nossa agência capturar o ladrão mantendo uma vigilância ostensiva. Destarte, nos
colocamos, discretamente, numa sala contígua à joalheria, ligada por uma porta
comum. Quando não havia nenhum empregado trabalhando, instalamos uma
microcâmera lá. Após várias semanas de trabalho, constatamos ser um dos
empregados da joalheria quem estava roubando a casa, e não um gatuno de fora.

Os gravadores são também importantes para os que se dedicam à


investigação. Devem ser digitais, com alta capacidade de armazenamento e duração
de bateria, sendo que esses aparelhos existem no mercado de variadas marcas e
tamanhos. Quando houver necessidade de ampliar os sons gravados ou captados,
podem-se usar software de equalização de áudio.

O gravador de bolso deve ser usado para reunir provas importantes como
declarações, ameaças, confissões de crimes etc. Narremos um exemplo: um homem

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foi vítima de chantagem, por uma mulher que o acompanhara em certa viagem de
negócios a outro estado. De volta, a mulher exigiu vultosa quantia para que ela não
inventasse a história de que ambos haviam tido relações amorosas durante a
viagem; história essa que, provavelmente, destruiria o lar e o casamento do
imprevidente homem de negócios. Este, porém, nos contratou e, com um gravador,
aguardou instruções para se aproximar da mulher. Na ocasião oportuna, o aparelho
foi acionado - onde foram gravadas novas ameaças e tentativa de extorsão; a
gravação destruiu a farsa e ainda envolveu a chantagista num processo criminal.

II. Anomalias Mentais

Todo bom detetive deve possuir conhecimentos gerais acerca de


enfermidades mentais e anomalias constitucionais da mente. No curso de suas
investigações, ele se defrontará frequentemente com pessoas cujas ações e motivos
poderão parecer-lhe enigmáticos se não dispuser de algumas noções de psiquiatria.
Deverá ele, na verdade, estar familiarizado com as enfermidades mentais mais
comuns e com as anomalias, a fim de ser capaz de fazer um diagnóstico preliminar
para seu próprio uso. Este fato foi também reconhecido por várias instituições
policiais e médico-legais nas quais a matéria é ministrada não apenas em seu
aspecto teórico – preleções didáticas, etc. – como também na prática fornecendo aos
estudantes a oportunidade de fazer observações em manicômios e enfermarias de
psicopatas

Torna-se, naturalmente, necessário que possua conhecimentos dos indícios e


sintomas tendentes a comprovar as enfermidades mentais. É de particular
interesse de o interrogador estar familiarizado com a caracterização individual das
pessoas neuróticas, epilépticas ou histéricas, já que essas condições muitas vezes
afetam tanto os suspeitos quanto as testemunhas.

A pessoa que não é demente no verdadeiro sentido da palavra, mas que, no


entanto, mostra grande diferença em suas reações emocionais e seu caráter, quando
é comparada com uma pessoa normal, pode ser classificada como psicopata. A
inteligência de tal pessoa é geralmente bastante satisfatória e por vezes altamente
desenvolvida. Contudo, ela exerce muito pouco controle sobre suas ações, as quais,
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ao contrário, são em geral influenciadas por reações emocionais compulsórias ou,


mais raramente, por enfermidades mentais anteriormente adquiridas, nas quais as
alucinações têm importante papel. Entre essas pessoas encontram-se muitos
criminosos.

Integrando esse grupo, vamos encontrar as perversões sexuais e a chamada


insanidade moral; esta última representa um grupo de pessoas anormais entre as
quais, segundo os estudiosos de psiquiatria, geralmente estão muitos criminosos.
Dos anormais psíquicos fazem parte aqueles que sofrem de oligofrenia, os
mentirosos ou mitômanos, escroques patológicos, além de pessoas extremamente
emotivas (explosivas). Por motivo de ordem prática, é costume considerar-se esses
anormais em um mesmo grupo.

Uma noção geral dessas enfermidades e anomalias será de enorme utilidade


para o interrogador. Trataremos aqui apenas, e muito resumidamente, das
perversões sexuais, epilepsia e histeria, sendo as duas últimas, por sua frequência e
extremo perigo que representam para o interrogador.

As perversões sexuais desempenham um papel importante, direta ou


indiretamente, tanto no planejamento como na execução de muitos crimes. O termo
perversão tem causado grande confusão em referência às perversões sexuais. Ele é
usado mais frequentemente para descrever o homossexualismo, mas também é
empregado para descrever o sadismo, fetichismo, travestismo, etc. Devemos
estabelecer, antes de mais nada, que todas as pressões sexuais são relacionadas
tanto com o sexualismo normal (heterossexualismo) como com o homossexualismo.
É um ponto discutível se o homossexualismo pode ser intrinsecamente classificado
como uma perversão.

O sexo é estabelecido pela ligação de certos genes logo após a fertilização do


óvulo, mas em algumas pessoas desafortunadas, os traços característicos do sexo
oposto são mais ou menos predominantes. Em outras palavras, pode resultar numa
anomalia, uma conformação física com um sexo, combinada com a capacidade
mental do sexo oposto. Muitos especialistas acreditam que todo ser humano possui
até certo ponto elementos de ambos os sexos. Quando as características sexuais de
um indivíduo contêm cerca da mesma proporção de componentes masculinos e

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femininos, resulta a bissexualidade. Dependendo da influência da educação, idade,


ambiente, estado mental, etc., esse indivíduo poderá ser atraído por um ou outro
sexo.

A este grupo pertencem as pessoas que, ao atingirem a meia-idade (muito


frequentemente depois de um casamento feliz e vários filhos) começam a mostrar
indícios de homossexualismo. Formas mais suave de homossexualismo em seres
humanos normais são controladas pelo meio e hábitos sexuais. Quando a tendência
homossexual é mais marcante em um indivíduo isso terá uma influência decisiva na
vida desde o início da adolescência. As principais perversões sexuais que poderão
desenvolver-se com base no heterossexualismo ou homossexualismo são as
seguintes:

Sadismo

Esta forma de perversão deve seu nome ao soldado e escritor francês


conhecido como Marques de Sade (1740-1814), que foi o primeiro a descrevê-la em
livro. Sadismo é a forma de perversão, na qual o prazer ou satisfação sexual é
atingido por meio de maus tratos e tortura do parceiro. Entre os sádicos encontram-
se não apenas assassinos sexuais, mas também os responsáveis por inúmeros atos
cruéis praticados na história da humanidade. O sadismo, como as demais
perversões sexuais, percorre toda a escala que vai da criança, baseada no desejo, ao
assassínio. O assassino sexual pode ser dividido em dois tipos:

!A pessoa que só consegue satisfação sexual torturando, matando ou mutilando a

vítima, sem manter com ela relações sexuais;

!A pessoa que comete o assassinato em consequência do ato sexual. O primeiro


caso poderia ser também chamado de sadismo transferido, e como tal representa o
sadismo em sua forma mais pura. Muitos casos dessa natureza constam da história
criminal.

Masoquismo

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O masoquismo deve sua denominação ao escritor austríaco Leopol Von


Sachen Masoch (1835-1895) sendo a forma sexual pela qual o prazer sexual e
muitas vezes a satisfação sexual, são conseguidos quando a pessoa é chicoteada ou
maltratada de outra maneira. É fácil imaginar-se como as relações entre uma
pessoa sádica e uma masoquista – que poderiam parecer a solução ideal – pode
degenerar em crime, sendo conhecidos inúmeros casos nesse sentido. Em geral,
contudo, dificilmente a lei preocupa-se com o masoquismo. Em muitos centros
importantes, as casas de tolerância, falsos institutos de massagens e prostitutas
criaram vários métodos para explorar as estranhas inclinações dos masoquistas.
Esses métodos são exibidos nos museus policiais do mundo inteiro.

Fetichismo

Este é o nome coletivo para muitas perversões sexuais que tem um ponto em
comum: o desejo sexual está fixado anormalmente sobre uma parte do corpo (como
os pés, por exemplo) ou sobre um objeto. Naturalmente, não constitui perversão o
fato de um rapaz conservar com carinho o lenço ou uma mecha de cabelo da
namorada. Todavia, torna-se perversão se ele for incapaz de pensar no ato sexual a
não ser em relação aos lenços, peças íntimas ou mechas de cabelo. Existem formas
de fetichismo que podem resultar em atos criminais (por exemplo, nos casos de
roubos, conforme citamos abaixo), mas o fetichismo é de grande interesse para os
detetives em virtude do significativo papel que represente na personalidade de um
indivíduo. Damos a seguir algumas das várias formas de fetichismo:

!Fetichismo de roupas

É geralmente uma concentração em roupas de baixo, meias, etc., que são


compradas - o que é mais comum –, furtadas das lojas ou dos varais de roupa.

!Fetichismo de sapatos

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É uma forma de perversão que encontra expressão em comprar e rodear-se


de sapatos femininos, de preferência com saltos bem altos. O fetichista de sapatos
em geral rouba os sapatos seguindo uma mulher escada acima, arrebatando-lhe um
dos sapatos e com ele fugindo às pressas.

!Desejo de destruir vestimentas

Esta forma de fetichismo consiste de elementos de sadismo e, às vezes, de


masoquismo; exprime-se de maneiras diversas. São bem conhecidos os casos em
que no meio de uma multidão uma pessoa corta casacos de pele ou atira tinta em
vestidos de mulheres, satisfazendo dessa maneira seus apetites sexuais. Também
são conhecidos casos em que fetichistas desse tipo cercam-se de vestimentas
femininas e passam a destruí-las ou sujá-las.

!Desejo por determinadas partes do corpo

A fixação do interesse sexual em certas partes do corpo não é absolutamente um


acontecimento raro, e na maioria das vezes não é considerada perversão. No
entanto, há casos em que entra o exagero e, mesmo que não originem atos
criminosos, constituem um importante elemento da personalidade do indivíduo.

!Travestismo

Refere-se esta perversão às pessoas que sentem um desejo irresistível de usar


vestimentas do sexo oposto. Devemos admitir que com esse gosto existe uma forte
tendência homossexual em tal personalidade, embora nem sempre seja evidente. Na
maioria das grandes cidades grande número de pessoas desse tipo, principalmente
homens que gostam de se vestir de mulher, são velhos conhecidos da polícia. Em
alguns casos, os travestidos fingem-se de prostituas para cometer roubos.

!Necrofilia
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É a forma de perversão pela qual o desejo sexual concentra-se em cadáveres. Não


são poucos os casos relativos a essa estranha aberração. A necrofilia pode
classificar-se como sadismo, nos casos em que os corpos são objeto não apenas de
relações sexuais, mas também de mutilações.

!Bestialidade

Tecnicamente este termo significa relações sexuais com animais. Em muitos


países, a bestialidade tem constituído crime há muitos séculos, sendo severamente
punida pela lei. Contudo, tem sido constatado que os culpados, em geral, são só
camponeses imbecis, ou outras pessoas que lidam com animais. De acordo com os
atuais pontos de vista, tais pessoas devem ser levadas para um sanatório e não para
a prisão - o mesmo aplicando-se a muitos outros casos de perversão sexual. A
bestialidade é de fácil comprovação numa investigação técnica, incluindo-se o
exame da braguilha, onde podem estar localizados manchas de excremento do
animal e possivelmente alguns pelos genitais do culpado, misturados a pelos ou
penas do animal.

!Epilepsia

A epilepsia não se caracteriza meramente por ataques convulsivos; muitos


epilépticos são mentirosos inveterados que simulam com facilidade e irritam-se
mesmo por fatos insignificantes. Os epilépticos constituem testemunhas indignas de
confiança. Além de serem, com frequência, mentirosos costumeiros, mostram
muitas vezes, sinais de memória deficiente quando, então, será quase certo
fornecerem um falso testemunho. Além disso, são facilmente sugestionáveis, em
especial após um ataque. São também sujeitos a alucinações visuais e auditivas,
bem como a estados de consciência parcialmente anuviada, o que torna suas
observações falíveis. Isso vem reforçar a necessidade de as testemunhas serem
examinadas por um psiquiatra, principalmente quando se trata de casos
importantes.

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!Histeria

Não existe outra neurose que cause ao interrogador tantas e tão grandes
dificuldades como a histeria. A enfermidade é mais difundida do que se imagina, e
não é facilmente reconhecível em sua forma mais benigna. Mesmo nas suas fases
mais adiantadas torna-se difícil reconhecer, em virtude da multiplicidade de
sintomas que apresenta. A ela podem ser atribuídos todos os tipos de engano, atos
mal interpretados e injustiças aparentes.

A histeria é encontrada tanto nas mulheres como nos homens, podendo ser
caracterizada por paralisia, explosões emocionais ou ataques convulsivos. As
convulsões histéricas diferem das epilépticas no ponto em que a perda de
consciência não é tão profunda e, geralmente, não apresenta os verdadeiros
elementos de uma convulsão.

As pessoas histéricas possuem habitualmente características que as tornam


altamente perigosas como acusadores e testemunhas. Mostram frequentemente
falta de senso moral, são egocêntricas ao extremo, falsas e maliciosas. Possuem
ainda uma habilidade incomum para simular a ânsia de intrigas.

As mulheres histéricas algumas vezes acusam homens, que mal conhecem, de


ataques pessoais de natureza sexual. Os médicos jovens são aconselhados a não
ficar a sós com mulheres histéricas. Conselho idêntico poderá ser dado aos
interrogadores, sendo sempre preferível estar presente ao interrogatório uma
terceira pessoa, além de estar gravando a sessão com áudio e vídeo.

Sendo a histeria uma enfermidade difícil de ser reconhecida, damos aqui


alguns indícios que devem ser guardados: a pessoa enferma julga-se desdenhada,
imagina-se um mártir, mostra transformações bruscas de humor, possui
sensibilidade exagerada e é excessivamente suscetível a influências externas. Se
esses sintomas não forem muito acentuados, o interrogador pode tentar descobrir,
por meio de perguntas hábeis, se a pessoa em exame sofre de fortes dores de cabeça,
de uma sensação de sufocamento, dores de estômago, ou crises de riso
incontroláveis. Caso tais sintomas existam, torna-se necessário obter o conselho de
um médico, pois, como já dissemos, se uma pessoa atacada de histeria for solicitada
como testemunha, seu depoimento será pouco digno de crédito.
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As falsas acusações feitas por pessoas histéricas podem resultar da sua


deficiência de percepção bem como de sua sugestionabilidade.

Sugestão

Sugestão é um termo que abrange influências mentais, benéficas ou maléficas,


que exercem certo grau de pressão sobre nossos pensamentos e ações. A influência
sugestiva está em oposição direta a qualquer influência resultante do raciocínio. A
fim de compreendermos os fenômenos da sugestão, devemos ter em mente que os
seres humanos possuem uma tendência natural para acreditar ou, mesmo – para
sermos mais exatos – adotar como verdadeiro tudo aquilo que não provoque idéias
ou emoções incompatíveis; geralmente tudo é considerado verdadeiro e real, desde
que não haja motivos para dúvidas.

A sugestão pode suscitar emoções e sentimentos, pode impelir a ações e


causar modificações mentais e físicas do indivíduo, mesmo em campos que não
estão sob o controle da vontade humana.

As pessoas nervosas e histéricas são particularmente suscetíveis à sugestão,


sendo facilmente influenciadas para o mal. E as pessoas de caráter fraco não
dispõem de estímulos éticos para impedir que as sugestões exerçam todo o seu
poder. Outros tipos de influência semelhantes à sugestão são o hábito e o exemplo.
As pessoas fazem o que estão habituadas a fazer, sem prestar qualquer atenção
especial a isso; e frequentemente o indivíduo, sem sentir, se limita a fazer o que
outras pessoas estão fazendo. No que concerne a exemplo, a sugestão coletiva
parece desempenhar certo papel.

Sugestão Coletiva

Embora as sugestões esporádicas tenham comumente apenas parte


insignificante na vida das pessoas normais, mesmo as mais inteligentes em geral
não escapam à influência da sugestão coletiva. Os seres humanos influenciam-se
uns aos outros por meio de sugestão mútua quando se encontram reunidos em
grandes multidões. A força do pensamento individual é então enfraquecida. Em seu
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Módulo VI

lugar, formou-se o que se poderia denominar uma vontade coletiva da massa, o que
não representa a soma da riqueza mental dos membros do grupo, mas sim um novo
e independente fenômeno. Essa vontade da massa coloca-se num plano bem inferior
ao poder mental de cada pessoa. Isso explica os atos selvagens, a falta de reflexão, e
a própria incredulidade que caracteriza a massa.

Hipnotismo

Os estados hipnóticos são causados por sugestão e a pessoa que se acha sob
influência do hipnotismo é altamente suscetível às ordens do hipnotizador. Em
casos de profundos transes hipnóticos, somente aquilo que o hipnotizador permite,
pode ser observado e pensado pela pessoa sob sua influência, a qual segue e obedece
a quase todas as suas ordens. Além disso, o paciente poderá conservar as
impressões da influência hipnótica mesmo depois de ter acordado (influência pós-
hipnótica). Assim sendo, é fácil compreender-se ser possível fazer uso do
hipnotismo para fins criminosos. Embora sejam comuns notícias sensacionalistas a
propósito de influências hipnóticas, na verdade são muito raros os casos dessa
natureza. A maioria dos que aparece nos jornais, são casos de hipnotismo simulado,
nos quais os culpados procuram fugir às consequências dos seus atos, alegando ter
estado sob influência hipnótica. As pessoas dementes também muitas vezes
apresentam essa mesma explicação.

Os crimes em que o hipnotismo desempenha um papel podem ser divididos


em duas categorias: 1- Os casos em que são feitas tentativas de utilizar uma pessoa
para atos criminosos, enquanto ela se encontra sob influência hipnótica; 2- Os
crimes nos quais o culpado aproveitou-se do fato de uma pessoa achar-se em estado
de coma hipnótico para cometer um crime contra ela.

Se o culpado do primeiro caso aproveitasse o estado hipnótico da outra


pessoa, ele teria de utilizar o chamado pós-hipnótico, para ordenar ao hipnotizado
que alveje determinada pessoa na primeira vez que a encontrasse. Como é natural,

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Módulo VI

aqui prevalece a mesma regra mencionada acima, de que não é fácil obrigar uma
pessoa a sentir profunda repulsa por outra. A despeito da força da sugestão,
encontramos na maioria das pessoas de elevado princípios morais, vários fatores de
impedimento, originários da personalidade ética do indivíduo, que se opõem e até
evitam a sugestão transformada em ação. Poucos crimes dessa natureza são
conhecidos.

Crimes da outra categoria são também muito raros. Contudo, são eles
particularmente perigosos, já que a vítima pode ser forçada a esquecer o que
ocorreu. Tem-se conhecimento de um incidente no qual dois rapazes hipnotizaram
uma jovem, violentaram-na e por meio de sugestão fizeram-na esquecer-se do que
sucedera. Também são conhecidos casos em que uma pessoa foi roubada e depois,
compelida por sugestão a esquecer a sua própria personalidade e sua existência
anterior.

Se houver suspeitas de que uma pessoa foi submetida a hipnotismo ou


sugestão, torna-se necessário obter o conselho de um psiquiatra. Com relação às
maneiras como pode ser aplicado o hipnotismo, é importante para o interrogador
saber que elas são várias, como, por exemplo, fazendo o paciente fixar o olhar
durante algum tempo num cristal ou nos olhos do hipnotizador, ou massageando a
testa da vítima. A influência hipnótica conseguida com um simples olhar ou uma
ordem breve não pode, com poucas exceções, ser facilmente obtida, salvo em
pessoas que tenham estado em várias ocasiões anteriores sob influência do mesmo
hipnotizador.

O sono e os sonhos

Os ataques criminosos algumas vezes são cometidos enquanto o culpado se


acha em estado de sonolência. Foi observado que tal ataque é feito por pessoas
jovens, que antes de adormecer foram submetidas a uma intensa fadiga física ou
mental. Muitas vezes o ataque é dirigido contra a primeira pessoa que encontram,
como, por exemplo, um companheiro de quarto. Durante esses ataques o culpado dá
mostras de uma tremenda força, geralmente muito acima da capacidade física
normal.
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Do ponto de vista da psiquiatria, esse estado é considerado como uma


transição anormal entre o adormecer e o acordar. Ele é caracterizado por um
despertar mais lento das faculdades intelectuais que das faculdades de movimento.
Naturalmente, é mais pronunciado quando ocorre após um sono profundo. Segundo
observações de Pick, Michelson e outros, o sono humano é mais profundo depois da
primeira hora; torna-se mais leve até no mínimo na sexta e sétima hora, para voltar
a ser profundo à medida que se aproxima a manhã. É bem natural que a sonolência
exerça certa influência na capacidade de percepção das pessoas, que devem encarar
as observações feitas por quem acaba de acordar de um sono profundo, com certo
grau de cautela. Os sonhos podem ser de tal intensidade que passam a ser tomados
por acontecimentos reais. É sabido que os epiléticos estão sujeitos a sonhos dessa
natureza.

A moderna ciência da psicanálise procura interpretar os sonhos. No entanto,


é muito duvidoso que a análise dos sonhos de uma pessoa possa constituir valor
prático para a criminologia, visto que os sonhos só podem ser revelados de forma
muito incoerente. Poderá também acontecer de eles serem acrescidos de parte da
imaginação do narrador, não existindo, nesse caso, qualquer possibilidade de
constatação da verdade.

Ouvir alguém falar durante o sono já é coisa completamente diversa. Algumas


pessoas têm o hábito de revelar o que desejavam manter em segredo, perdendo o
controle de suas ações enquanto estão adormecidas. Em geral, essas informações
são incoerentes e difíceis de entender. A história da criminologia mostra,
entretanto, que algumas pessoas já revelaram importantes segredos dessa maneira.

Registro dos Sons

O detetive que consegue declarações orais de uma testemunha, de um


suspeito ou de um réu, vê-se muitas vezes em situação crítica no tribunal por não
possuir o registro de tais informações. Há poucos anos foi aperfeiçoado um aparelho
compacto, eficiente e econômico, que permite ao investigador apresentar no
tribunal uma transcrição gravada das declarações.

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Os antigos e volumosos aparelhos com os quais eram as vozes gravadas em


discos foram substituídos por gravadores digitais; aparelhos modernos e pequenos
que possibilitam a gravação de centenas de horas.

Manejado por uma pessoa inexperiente, a qualidade do tom não será


suficiente para identificação da voz do indivíduo, dependendo isso, apenas, de um
pouco de prática. O microfone deverá ser embutido, possivelmente com vídeo
acoplado. É possível utilizar uma caneta, gravata, mala, etc. com mecanismos de
áudio e vídeo embutidos. Tais aparelhos são também de grande utilidade para o
registro de conversas entre eventuais co-réus, quando se julgam a sós numa ante-
sala, num escritório de detetive, em celas adjacentes, etc.

III. O detetive profissional em juízo

O detetive, ao se apresentar em juízo, deve estar com a mais esmerada


aparência. As roupas deverão ser claras e limpas, cabelos cortados e penteados,
unhas aparadas e asseadas e sapatos engraxados. Deverá estar bem barbeado e ter
dentes limpos.

No tribunal, há dois lados em litígio: o acusado e o queixoso em casos civis; ou


o Estado e o réu em casos criminais. Por exemplo: um homem acusado do crime de
roubo é um réu que está sendo processado pelo Estado. Num caso civil, quando um
indivíduo processa uma corporação, esta é a acusada, ou querelada, e aquele o
querelante.

O investigador na Corte precisará estar em completa posse de todos os fatos.


Deve ter todas as notas originais e, antes da audiência, lê-las cuidadosamente para
refrescar a memória.

Quando chamado ao banco das testemunhas, deverá ficar ereto, sentar


confortavelmente e relaxar-se, com suas mãos no colo. Em hipótese alguma deverá
mascar chicletes, palito, ou ter qualquer objeto estranho na boca. O tribunal é lugar
da mais alta dignidade e o investigador deverá fazer tudo ao seu alcance para não
ferir essa nobreza.
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O detetive, que é uma boa testemunha, deve relatar os fatos de maneira

clara e objetiva. Deve falar alto o bastante para ser ouvido por todos no plenário.
Usar linguagem formal, e não coloquial, gírias ou expressões técnicas avançadas. O
juiz será chamado de excelência, e o promotor de senhor. Em casos criminais o
depoente se referirá à pessoa em julgamento chamando-o de acusado.

O investigador deve fazer uma pausa antes de responder a qualquer


indagação, a fim de considerar a resposta, dando-a com mais firmeza se for pedida a
repetição. De forma alguma responder acenando com a cabeça. Ser franco e sincero
nas respostas. Jamais testemunhar algo que desconheça, respondendo
simplesmente: “Não sei”. Nunca oferecer voluntariamente qualquer informação, a
não ser que a julgue importantíssima no interesse da sociedade. Nunca pronunciar o
tempo exato ou medidas de distância, a menos que tenha marcado esses dados num
relógio ou medido a distância depois.

O detetive deverá manter a mesma atitude, emoção e comportamento diante


do advogado, promotor ou juiz, não se tornando, em ocasião alguma, beligerante
com qualquer um deles. A finalidade do interrogatório é, presumivelmente, apurar a
verdade. Todavia, muitos promotores costumam recorrer ao meio de turvar o
debate, geralmente conhecidos como “levantar uma cortina de fumaça” em torno da
verdade. Não é raro, inclusive, atingirem a integridade, o caráter e a honra do
investigador. Alguns deles esforçam-se por mostrar que o depoimento do detetive é
falso; que a testemunha se enganou, ou que esta possivelmente não poderia ter visto
ou ouvido aquilo que afirmou. Quanto a isso, o depoente nada tem a temer.

Ele sabe que está falando com razão de um fato sobre o qual fez uma
proveitosa e acurada investigação e, portanto, pode continuar depondo
criteriosamente repelindo a objeção do seu lugar de testemunha. Se, durante o
julgamento, o promotor se referir ao detetive com alguma inverdade, este último
poderá corrigi-lo educadamente. Se lhe perguntarem se comentou o caso com
alguém antes de depor, ele responderá: sim, porque comumente ele é abordado para
dar impressões sobre o caso. Se num julgamento criminal lhe perguntarem: “O
senhor acha que o réu deve ser condenado?”, o investigador deve responder: “Estou
aqui somente para apresentar os fatos resultantes de minhas diligências”. Se o

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detetive perceber que será necessário exibir seus apontamentos pessoais para
depor criteriosamente, deve tirá-los do bolso onde todos possam vê-los e pedir
permissão ao promotor para citá-los. O juiz consentirá se tais assentamentos
oferecerem interesse.

Quaisquer provas materiais levadas pelo detetive serão apresentadas ao


magistrado, que as passará às mãos do promotor e advogado, antes de juntar ao
processo.

IV. Relações públicas e propaganda

Relações Públicas têm importância ponderável no sucesso da investigação


criminal. A arte de anunciar é valiosa para o êxito na investigação particular de
negócios. O detetive criminal, como o investigador particular, tem de ser hábil,
saber fazer amigos, a fim de poder contar com fontes de informações fidedignas.
Deve saber acorrer a essas fontes quando precisar de informação e colaboração.

Apesar dos progressos conquistados no campo das investigações científicas,


grande parte dos crimes e problemas é resolvida com o auxílio de informações
confidenciais. Um investigador será tão digno de crédito, no entanto, quão melhores
forem as indicações que ajuda a obter. Deve, assim, ter centenas de pessoas que o
conhecem o bastante para dar-lhe pessoalmente, ou por telefone, as informações de
que às vezes necessita.

O investigador típico, nas cidades ou comunidades onde vive, é conhecido de


pessoas que exercem posições-chaves. Um bom agente policial pára todos os dias
numa determinada esquina para lustrar os sapatos. Depois que o faz algumas vezes,
conversando com o engraxate, constrói uma fonte de informações constante que vai
dizer o que acontece ali pelos arredores. Sua amizade com aquele homem simples
garante a cobertura da esquina e o protege, porque o amigo, numa conversa
amistosa, o coloca a par de ocorrências diárias. A mesma coisa se dá em relação aos
garçons, camareiras, proprietários de bares, empregadas de hotéis, ascensoristas,
etc.

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Um detetive nunca deve permitir que alguém que representa uma boa fonte
de informação se sinta como um delator. Deve fazê-lo sentir que é um simples
interlocutor, passando informações e ajudando um amigo.

Quando começar a cultivar uma amizade, nem sempre é necessário


identificar-se como investigador. O seu sexto sentido indicará o melhor modo de
desenvolver o contato com quem deseja usar como fonte de informações. Algumas
pessoas são ansiosas para fazer amizade com um detetive. Outras podem se
surpreender quando ficam sabendo que o interlocutor é um detetive, antes de
familiarizar-se com ele. Depois de tornados devidamente íntimos, indivíduos que
pensavam ser o detetive um “tira”, ou “odioso policial”, continuam amigos, quando o
detetive se identifica.

O detetive frequentemente será chamado a relatar alguma de suas


experiências. Nestes casos, deve omitir informações confidenciais sobre publicações
ou pessoas, mas pode e deve dizer algo de seus casos interessantes, evitando
imprimir-lhes um tom de vanglória.

Muitos dos investigadores em evidência são convidados a comparecer


perante assembléias, conferências, clubes, almoços, jantares, etc. Algumas histórias
preparadas com cuidado e contadas pelo detetive em trinta minutos fascinam
qualquer auditório. Isto não somente serve para estabelecer boas relações entre as
pessoas presentes e o investigador, como ajuda a desenvolver seus conhecimentos e
ampliar suas fontes de informações. Para o agente criminal, como um elemento da
polícia, essas relações podem operar milagres, ganhando cooperação e assistência
para a elucidação de crimes.

Os investigadores são constantemente chamados pelos meios de comunicação


como o rádio ou a televisão para contar pessoalmente uma história verdadeira ou
fazer parte de programas. Jornais e revistas frequentemente procuram histórias de
detetives e reportagens sobre crimes. Um investigador deve aproveitar essas
oportunidades para travar conhecimento com repórteres e pessoas que lidam
nestes campos de informações (jornais, revistas, rádio e televisão). Muitos casos ou
problemas foram resolvidos pela cooperação com a imprensa.

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Para o detetive particular, um dos mais satisfatórios e eficazes meios de


propaganda é a lista classificada de telefones; outros métodos são anúncios em sites
de pesquisa, como por exemplo, Google e Yahoo. A primeira forma de anúncio coloca
o nome do investigador e o número de seu telefone dentro da área da clientela. Esse
anúncio remete o potencial cliente que nele clicar, ao website do detetive particular.
Esse deve ser criado por uma agência especializada. Para indicações de agências,
favor entrar em contato via email com o IBJ.

Atualmente o meio de publicidade em que o escritório de Investigação


Bechara Jalkh mais investe é pelo Google. Para cadastrar uma conta e começar a
anunciar na internet basta ter uma conta de email e um cartão de crédito. Dessa
maneira você cria rapidamente anúncios e divulga seus dados para qualquer
município, estado e/ou país de interesse. Existem agências especializadas que
também cuidam desse processo para o detetive caso seja necessário.

Depois de vários anos de bons serviços, o detetive verá que novos clientes o
chamarão por indicação de antigos. Alguns detetives mandam prospectos, outros
anúncios diretamente para companhias de seguros e outros prósperos clientes em
perspectiva.

V. Como escrever um relatório a seu cliente

O primeiro parâmetro a ser analisado antes de preencher um relatório, é o Art. 2


da lei N˚3.099 de 24 de fevereiro de 1957. A lei diz que as informações serão
sempre prestadas por escrito em papel que contenha impressos nome do
estabelecimento, da sociedade e, por extenso, de um gerente ou diretor, pelo menos.
Esse caso se aplica a empresas devidamente registradas na Junta Comercial e
exercendo a atividade de investigação. Recomendamos, no entanto, que essa forma
de relatório seja adotada por todos os alunos deste instituto, pois a mesma traz
seriedade e credibilidade ao profissional.

Um detetive competente deve produzir relatórios claros e objetivos, escritos em


português gramaticamente correto. Um relatório bem produzido dará respeito e
prestígio ao investigador junto a seus clientes. Durante uma investigação os

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detetives que fazem campanas ou serviços de inteligência devem manter anotações


detalhadas dos fatos observados, além de conter comentários e idéias que tiveram
ao longo da investigação. As fotos tiradas pelo detetive quando forem para o seu
computador devem ser identificadas pelo dia, hora e detalhes do conteúdo de cada
uma.

O relatório deve ter uma capa de introdução com dia e data da criação do mesmo,
endereçada ao cliente e com um breve resumo do conteúdo do relatório. Em sua
primeira página, deve relatar o objetivo da investigação. O texto deve conter
detalhes sobre cada pessoa mencionada na investigação com o CPF e a relação com
o cliente. A próxima seção do relatório será sobre a investigação realizada. Neste
momento, o detetive deve, de maneira objetiva e concisa, citar os fatos apurados por
ele junto com as provas obtidas. As fotos serão inclusas nesta etapa. Neste
momento, o detetive não entrará em detalhes sobre a análise das informações. A
próxima fase do relatório disporá sobre as conclusões. Na conclusão o detetive irá
argumentar a relevância de cada aspecto de sua investigação e concluir o que esta
revelou.

O detetive deve ser objetivo em todos os momentos e nunca colocar, em seus


relatórios, sua opinião sobre o caso. O relatório deve ter uma descrição e análise
profissional dos fatos apurados. Caso o detetive esteja escrevendo um relatório para
a empresa de investigação onde trabalha, o conteúdo do texto deve ter apenas fatos
claros, objetivos, e cada um deles contendo data e hora quando foram colhidos ou
observados. No fim do relatório o investigador poderá incluir um breve resumo que
possua uma análise dos fatos.

Os relatos podem ser feitos em ordem cronológica – fatos relatados na ordem


exata em que foram descobertos – ou em forma de narrativa dos eventos. Com a
narrativa, a ordem cronológica pode ser dispensada, sendo apenas necessário o
relatório seguir uma ordem lógica contendo começo, meio e fim. Em hipótese
alguma deve o relatório conter gírias, palavrões ou expressões locais de
comunicação. O detetive deve produzir um documento de fácil entendimento para
pessoas de qualquer estado ou país que falem a língua portuguesa.

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Módulo VI

Antes de entregar um relatório ou qualquer papel impresso com o nome da


empresa de investigação, o detetive chefe deve analisá-lo minuciosamente para
verificar se não há erros nos nomes de pessoas, empresas, testemunhas, telefones,
lugares, etc. Outras informações como CPF e CNPJ dos investigados são vitais e
devem ser sempre checados.

VI. Equipamentos

A evolução tecnológica dos equipamentos de espionagem e contraespionagem


são constantes. Em questão de meses o equipamento adquirido pode se tornar
completamente obsoleto diante de um novo lançamento. Para evitar prejuízos,
muitos detetives preferem esperar um caso que demande equipamento de ponta
para comprá-lo e colocar o valor dele embutido no preço do serviço. Agindo dessa
forma, o detetive leva vantagem, pois só gasta dinheiro com a garantia do serviço.
Outro benefício disso é que o profissional poderá comprar o que há de mais moderno
no mercado em termos de equipamentos. Em contrapartida, há o risco de o
equipamento demorar a chegar principalmente se for importado. E, com isso,
perder o cliente.

Recomendamos os seguintes equipamentos:

Câmeras Digitais Fotográficas

Geralmente são mais em conta que filmadoras digitais e, às vezes, podem ser
o único meio de prova sobre o investigado, que o detetive tem para apresentar ao
cliente. A câmera deve ser pequena, de cor escura com uma capacidade de zoom dez
vezes (ou superior) e que contenha no mínimo dez megapixels. O megapixel é
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Módulo VI

importante porque muitas vezes será preciso fotografar outro objeto, mas que na
foto contenha seu investigado no plano de fundo. Quanto maior for o número de
megapixels da câmera melhor será a ampliação com nitidez do investigado ao
fundo.

Costumamos trabalhar com máquinas das marcas Canon e Nikon porque são
compatíveis com cartões de memória e programas de edição de foto, além da bateria
dessas máquinas serem duráveis. As câmeras da marca Sony também são
recomendadas apenas para usuários com mais experiência, pois os recursos de
edição e fotografia são mais avançados; geralmente essas câmeras são mais caras e
possuem cartão de memória e acessórios próprios compatíveis somente com
câmeras da própria Sony.

Máquinas fotográficas são os equipamentos mais utilizados na profissão de


detetive. São discretas, possuem alto nível de zoom e podem facilmente ser usadas
por todos os detetives que estão engajados em uma investigação. Recomendamos
para um detetive iniciante uma resolução de 12 megapixels ou superior. Máquinas
SLR possuem a capacidade de acoplarem diferentes lentes que aumentam
exponencialmente a capacidade de zoom da máquina fotográfica sem perder a
nitidez. Atualmente uma das melhores câmeras disponíveis no mercado americano
e que podem ser importadas é a Canon SLR EOS 7d de 18 Megapixels. Além de ser
uma excelente máquina fotográfica, possui a função de uma filmadora de alta
definição (FULL HD)

Filmadoras Digitais

Filmadoras digitais são excelentes alternativas para detetives experientes.


Elas filmam em alta resolução e permitem, no percurso de uma filmagem, a captura
de fotos simultâneas à gravação. A câmera ideal possui visão noturna (ou
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Módulo VI

capacidade semelhante sem emissão de luz ou flash), grava vídeo em cinco


megapixels e tira fotos em dez megapixels. O detetive que pretender filmar seus
casos deve sempre andar com no mínimo duas baterias reservas carregadas, além
de uma máquina digital fotográfica caso a câmera principal falhe. Recomendamos
ao usuário que vai iniciar nessa atividade câmeras Canon, e aos mais experientes
devem usar câmeras Sony.

Filmadoras podem ser utilizadas em qualquer caso desde infidelidade


conjugal até trabalhos de campo em grandes casos empresariais.

Rastreador GPS (Global Positioning System)

A tecnologia GPS está cada vez mais essencial na vida de um detetive. Ela
traz segurança nas investigações de todos os portes, além de ser uma maneira,
relativamente, econômica de oferecer um serviço de campana dependendo da
necessidade do cliente. Digamos que o detetive tenha que investigar uma pessoa
muito desconfiada e que acredita estar sendo seguida. Essas pessoas apresentam
risco à investigação ao serem seguidas.

Com o uso de um GPS é possível rastrear o veículo em tempo real com uma
distância segura da pessoa investigada. Em outros casos, quando o cliente desejar
apenas saber uma pequena informação sobre determinada pessoa – como, por
exemplo, onde ela trabalha, se ela frequenta local específico ou algum caso do
gênero - existem equipamentos GPS de gravação onde pode ser colocado em
qualquer local do veículo do investigado. Depois de alguns dias, o detetive irá fazer o
download de todos os dados desse GPS e ver as posições e horas de cada local por
onde o investigado andou. Geralmente, esses tipos de casos requerem solução
rápida e de baixo custo.

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GPS TEMPO REAL x GPS GRAVAÇÃO

Existem dois tipos de rastreadores GPS: os que transmitem dados em tempo


real e os que armazenam dados de localização, mas não os envia em tempo real. O
GPS com transmissão em tempo real tem uma autonomia média de 30 horas
contínuas de emissão de sinal. É possível de qualquer computador acessar esses
dados e ver a posição exata do veículo ou da pessoa investigada. Eles trazem,
porém, certa complicação em relação à recarga do aparelho.

Já tivemos trabalhos onde o acesso ao veículo do investigado era possível e,


nesses casos, fizemos uma instalação elétrica na fiação do carro que dava carga
contínua ao aparelho. Para isso, contratamos um técnico com muita experiência na
parte elétrica de carro. Existem duas outras maneiras práticas de se utilizar o GPS
tempo real: a primeira é usar baterias de 3,5 volts acopladas à entrada de energia
do aparelho; a segunda é fazer a carga elétrica do aparelho, enquanto o investigado
dorme, e devolvê-la ao carro algumas horas depois.

Em alguns casos o detetive não terá acesso ao veículo, mas será necessário
monitoramento com um GPS tempo real. Uma técnica que utilizamos para esses
casos é acoplar um imã de alta potência (comprado apenas em lojas especializadas)
ao GPS e colocá-lo embaixo do veículo do investigado de maneira que fique
imperceptível. Será necessário trocar o equipamento uma vez a cada 30 horas por
um com carga completa de energia.

Equipamentos GPS de gravação trazem a vantagem de serem ativados por


movimento e terem uma autonomia de vários dias com uma única carga de energia
de baterias. Eles gravam as posições exatas onde a pessoa circula e, geralmente,
informam hora, dia e velocidade que a pessoa estava em cada momento da
gravação.

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Caneta Espião

A caneta espião é um produto encontrado facilmente no mercado brasileiro.


Na teoria, elas são excelentes canetas que filmam, gravam, armazenam horas de
dados internamente, possuem entrada USB e, é claro, escrevem. Embora todas as
canetas disponíveis no mercado possuam essas funções, poucas são aquelas que têm
uma boa performance.

É muito comum, nestas microcâmeras, a má qualidade da imagem facilmente


distorcida quando em movimento. Recomendamos o uso delas com cautela, de
preferência tendo outro modo de gravação simultâneo caso a qualidade da gravação
da caneta fique abaixo do desejado. Essa caneta geralmente é usada em reuniões,
interrogatórios e em casos de infiltração. É preciso muito cuidado para não abafar o
som do microfone com o tecido da roupa que estiver usando (caso escolha usá-la na
roupa).

Detector de Escutas Ambientais

O primeiro equipamento da esquerda detecta a emissão de rádio frequências.


Ele apitará com ritmo acelerado na medida em que o detetive se aproximar do
equipamento que está emitindo o sinal de vídeo ou áudio para um receptor; este
poderá estar em um raio de no máximo dois quilômetros do local da investigação.

O segundo equipamento é usado para detectar imagens de vídeo transmitidas


do local investigado. Ele sintoniza rapidamente na frequência que a câmera está
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Módulo VI

transmitindo as imagens para o receptor que as grava. É possível identificar


rapidamente a câmera, pois o visor do equipamento demonstra o ângulo de
gravação e tudo que a câmera conseguir captar.

Já o terceiro equipamento é uma caneta que possui a mesma finalidade do


primeiro equipamento demonstrado. Ele detecta emissão de rádio frequência de
equipamentos de espionagem. A frequência detectada é indicada através de uma
pequena luz que pisca discretamente. O benefício desse aparelho é que ele permite
ao detetive efetuar, de maneira discreta, uma varredura de escutas ambientais. As
deficiências desse equipamento são o alcance reduzido para detectar sinais de
transmissão e pequena vida útil da bateria.

Obs. Tanto o primeiro aparelho quanto o terceiro interferem no


funcionamento de ligações celulares. Todos os equipamentos demonstrados até o
momento só funcionam na detecção de equipamentos de espionagem que emitem o
sinal para um receptor externo. Esse é o tipo de equipamento usado com maior
frequência. Veremos adiante outros equipamentos de espionagem mais simples que
NÃO são passíveis de detecção com esses equipamentos.

Detector de Escutas Ambientais Profissional

Anteriormente vimos equipamentos semiprofissionais de detecção de


grampos que funcionam na maior parte dos casos e, muitas vezes, em conjunto com
os equipamentos profissionais demonstrados acima. Um detector de escutas
ambientais profissional consiste em uma série de equipamentos que são vendidos
em maletas iguais à demonstrada na foto. Ele oferece muita segurança porque
detecta diversos tipos de escutas efetuadas. Pode ser usado em todos os ambientes,
desde o interior de um veículo até o escritório comercial de uma empresa.

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Módulo VI

Existem diversas variações de equipamentos que essas maletas oferecem.


Vamos enumerar e explicar as funções dos que são essenciais para um detetive que
quer se especializar na lucrativa área de varredura ambiental. É necessário sempre
que a maleta tenha um emissor de luz infravermelha. Existe um método de
transmissão de dados que é através de raios de luz ou laser. Com o infravermelho o
detetive pode detectar esses raios e, dependendo da amplitude e frequência deles,
será possível identificar se está sendo transmitido sinal de voz, dados, imagem, etc.

Outro equipamento fundamental ao profissional de investigação é o P-03 que


testa linhas telefônicas para verificar se nelas está ligado algum equipamento de
gravação ou transferência. Com esse equipamento é possível reduzir a voltagem
emitida pela linha e caso ocorra qualquer oscilação na mesma que não seja
condizente com a redução efetuada, é devido à presença de equipamentos que
monitoram a linha. Recomendamos sempre desconfiar de vendedores que aleguem
produtos com funções surreais ou capacidades acentuadas além das descritas no
manual. Em caso de dúvida será sempre possível recorrer ao instituto para que
possamos ajudá-lo.

Inversor de Olho Mágico

Este equipamento, quando colocado contra um olho mágico de uma porta pelo
lado de fora, permite que o detetive visualize exatamente o que é visto quando se
olha através do olho mágico pelo lado de dentro do local.

Detector de Metais

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Um detector de metal pode ser útil para um detetive de diversas maneiras.


Ele, por exemplo, permite ao profissional fazer uma busca em pessoas que usam
armas letais e não letais metálicas, além de verificar se há equipamentos de
gravação e câmeras no local investigado. Para verificar isso, recomenda-se que o
detetive aumente ao máximo a sensibilidade à detecção de metal e passe o aparelho
em cima dos quadros e paredes (que não contenham objetos metálicos). Ao fazer
isso - caso esses móveis tenham objetos de gravação ou transmissão que contenham
metais escondidos neles - o detector de metais irá identificá-los independente do
tipo de transmissão do equipamento.

Móveis e objetos com câmeras embutidas

Qualquer móvel que um cliente tenha em sua casa ou o detetive em seu


escritório está sujeito a grampos e câmeras escondidas. Ao iniciar uma varredura, o
detetive deve se lembrar de inspecionar todos os móveis do local, inclusive quadros
e paredes. Esses objetos são também um valioso aliado do profissional em casos de
suspeita de abuso infantil, familiar ou de idosos em uma residência. O detetive deve
comprar um móvel com este sistema já instalado ou, caso não seja possível inserir
um novo móvel no local, pedir ao cliente um móvel dele para fazer uma adaptação
com a ajuda de um técnico especializado (caso o detetive não saiba fazer essa
instalação). Dependendo do tamanho da casa ou da empresa do cliente, será
necessário colocar um móvel em cada ambiente. Recomendamos a utilização de
câmeras que só iniciem a gravação quando o movimento for detectado para otimizar
o espaço de armazenamento do aparelho.

Monóculo com Visão Noturna

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Módulo VI

Há monóculos com visão noturna que podem gravar e/ou fotografar o que for
visualizado. Este equipamento foi muito útil em nosso escritório em casos de
campana noturna onde foi necessário visualizar pessoas, placas de carros e locais
sem causar suspeita. O alcance destes equipamentos oscila entre 300 a 600 metros.

Geradores de Interferência

Uma medida preventiva que o detetive deve empregar para evitar grampos
em suas reuniões é a utilização de geradores de interferência. O detetive pode
aproveitar para oferecê-los também aos clientes para se protegerem em suas
reuniões de trabalho. Existem diversos tipos destes equipamentos, selecionamos
dois que atendem as mais variadas necessidades. O primeiro gerador de
interferência à esquerda é pequeno, portátil, mas seu único defeito é que a área
coberta por ele (45m²) é inferior a produtos similares de maior porte. É necessário
um equipamento deste a cada 45m² para cobertura.

O equipamento à direita é consideravelmente superior ao primeiro. Sua área


de cobertura atinge 90m² e a amplitude da frequência é muito superior. Ambos os
aparelhos funcionam da seguinte maneira: é emitido um sinal sonoro (o ser humano
consegue ouvir apenas um leve chiado), que interfere em microfones (inclusive de
celulares), transmissores de rádio frequência, gravadores digitais e microfones
direcionais. A pessoa que tentar escutar a conversa através de um desses aparelhos
ouvirá apenas um som alto de estática. Recomendamos ao detetive fechar as
cortinas ou persianas (que devem ser grossas) do local da reunião sigilosa porque
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Módulo VI

através de equipamentos que emitem laser para a janela é possível captar a


vibração das vozes no vidro.

Programas e Equipamentos de para Monitorar Computadores

Existem diversos programas confiáveis que podem monitorar as pessoas que


usam computadores. Esses programas são muito versáteis e podem ser usados com
qualquer cliente, desde casos empresariais até casos conjugais. Eles registram todos
os documentos visualizados, acessados, teclas digitadas, sites visitados, fotos
baixadas, bate-papos e fotos da tela de cada utilização.

Parabólica Direcional

Microfones direcionais permitem ao detetive ouvir e gravar a uma distância


de até 150 metros (podendo variar de acordo com as condições climáticas) a
conversação de pessoas que estão na mira de investigação. Além de ouvir, o
equipamento possui um monóculo integrado que permite ao detetive ver com
precisão o investigado. O único atributo negativo deste equipamento é que ele não é
discreto; o detetive deve usá-lo no interior de um veículo ou em arbustos
dependendo do local em que estiver.

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Módulo VI

Óculos Espião

Em teoria estes óculos têm uma finalidade importante: permitem que o


detetive passe perto do investigado gravando-o em situações sem despertar
suspeita. Pedimos ao investigador interessado nessa compra, que tome muito
cuidado com o modelo que escolher. A maior parte deles disponível para venda não é
discreto o suficiente e a qualidade da imagem, especialmente quando em
movimento, é péssima. Se possível teste extensivamente antes de comprar. Nos
aparelhos mais modernos a duração de bateria e memória interna grava até cinco
horas consecutivas.

Equipamentos com Leitores Biométricos

Um equipamento muito utilizado pelos nossos agentes são cartões de


memória USB. Para eles terem acesso aos nossos arquivos é necessária além de
senha, a leitura da impressão digital. Dessa maneira, apenas impressões digitais
previamente autorizadas pelo detetive têm acesso aos documentos armazenados. O
nível de segurança é alto e o acesso aos dados é rápido e fácil.

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Módulo VI

Partindo do mesmo princípio do equipamento anterior, o equipamento da foto


acima restringe o acesso a um computador apenas para os usuários cadastrados ou
que possuam a senha MASTER, que é criada no momento da instalação do aparelho.
Este equipamento possui um elevado nível de segurança, mas é possível que um
perito em informática consiga acessar os dados do PC sem ter a senha MASTER ou
digital cadastrada. Alertamos dessa falha para usuários que pensem em usar
apenas este método de segurança.

O equipamento acima é uma boa forma de o detetive proteger o acesso ao seu


escritório e ao de seus clientes. É necessário inserir uma senha numérica além da
digital do funcionário para ter acesso à sala. Além desse mecanismo,
recomendamos a instalação de trancas nas portas de acesso e filmagem de vídeo
própria para analisar todos que entram, saem, passam pelo corredor ou áreas
próximas aos acessos do escritório.

Câmeras de Segurança

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Módulo VI

Conforme mencionamos anteriormente, o detetive profissional deve tomar


medidas de segurança extremas para proteger seu escritório, os dados de suas
investigações e os clientes. A filmagem de áreas externas do escritório é muito útil
na detecção de possíveis ameaças de segurança. Recomendamos a utilização
simultânea de duas câmeras: uma visível de alta resolução (imagem colorida,
resistente à chuva e com visão noturna através de LED’s infravermelho) e uma
microcâmera de difícil detecção, preferencialmente instalada dentro da porta, que
aparece em monitores espalhados ao longo do escritório.

Chaveiro Espião

O equipamento acima é aparentemente um chaveiro de carro comum, que


serve para trancá-lo e abri-lo. No entanto, ele possui microcâmera e microfone que
permitem a gravação de áudio e vídeo em reuniões e entrevistas.

Telefone com gravador embutido

É possível acoplar em qualquer telefone um gravador de voz. Desta maneira


todas as conversas que forem feitas usando aquele aparelho serão gravadas.

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Módulo VI

Aparelhos modernos gravam no mínimo 40 horas de conversas, podendo chegar a


200 horas sem a necessidade de trocar a unidade de memória dele.

Microcâmera Em Cabo De Fibra Óptica

O equipamento acima é um ótimo auxiliar do detetive. O cabo com


comprimento de um metro pode ser colocado em dutos de ventilação, locais de
difícil acesso, embaixo de portas ou atravessando salas através de dutos. No fim do
cabo está instalada microcâmera com capacidade de visão noturna e à prova
d’água. As imagens capturadas são transmitidas de volta para uma tela de três
polegadas.

Holofote de Luz Infravermelha

Este equipamento é um transmissor de luz infravermelha (invisível ao olho


humano) que transforma qualquer câmera de segurança em uma câmera com visão
noturna. O detetive deve apontar a luz infravermelha no campo visual da câmera -
mesmo que as luzes convencionais de segurança sejam quebradas ou desligadas por
invasores. A instalação do aparelho é extremamente simples: basta direcionar o
holofote e ligá-lo a uma corrente elétrica.

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Módulo VI

Caneta de tinta invisível e luz ultravioleta

Estas canetas não deixam marcas da escrita em papéis ou superfícies. São


invisíveis ao olho humano. Apenas, quando a luz ultravioleta é acionada,
aparecerão as marcações. Esta técnica é utilizada em casos onde o cliente deseja
marcar o dinheiro para verificar se funcionários ou terceiros estão roubando as
notas marcadas. Bancos também contratam detetives que usam essa técnica com o
mesmo objetivo.

Misturador de Voz

O equipamento acima é um misturador de voz que altera a voz da


pessoa quando acoplado ao seu aparelho telefônico. Geralmente estes
equipamentos dão a opção de escolher diversas vozes que vão desde
crianças até idosos. É útil quando o detetive precisa fazer uma ligação e
disfarçar sua voz.

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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

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Módulo VI

01 - Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 (cinco) alternativas
classificadas com as letras (A), (B), (C), (D), e (E); só uma responde adequadamente ao
quesito proposto. Você deve assinalar UMA RESPOSTA: a marcação em mais de uma
alternativa anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta.

02 – No CARTÃO RESPOSTA, a marcação das letras correspondentes às respostas


certas deve ser feita cobrindo a letra e preenchendo todo o espaço compreendido pelos
círculos, a caneta esferográfica de tinta na cor preta, de forma contínua e densa. A
LEITORA ÓTICA é sensível a marcas escuras; portanto, preencha os campos de
marcação completamente, sem deixar claros.

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Módulo VI

1)Qual das alternativas abaixo NÃO é necessário para fazer monitoração de um


campanado.

A)Máquinas fotográficas.

B)Filmadoras digitais com visão noturna.

C)Rastreador GPS.

D)Detector de escutas ambientais.

E)Rádio escuta amador.

2)A tecnologia GPS é cada vez mais essencial na vida de um detetive. Ela traz segurança
nas investigações de qualquer porte, além de ser uma maneira econômica de fazer
campana. Quando o detetive não tiver acesso ao carro do investigado, e sendo
necessário o monitoramento com GPS em tempo real, qual deve ser o procedimento do
investigador?

A)Desmontar a parte elétrica do carro para colocar o equipamento GPS.

B)Pegar o carro à noite do investigado e colocar o equipamento GPS.

C)Acoplar um imã de alta potência ao GPS, e colocá-lo embaixo do veículo do investigado


de maneira que fique imperceptível.

D)Ir a uma oficina mecânica e pedir ao mecânico para colocar o equipamento GPS.

E)Conversar com o campanado pedindo sua autorização para colocar o aparelho no carro
dele.

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Módulo VI

3)O detetive deve tomar medidas de segurança extremas para proteger seu escritório, os
dados de suas investigações e os seus clientes. Uma das medidas preventivas que o
detetive deve empregar para evitar grampos em suas reuniões é a utilização de (a):

A)Geradores de interferência.

B)Geradores de grampo.

C)Monitoração GPS.

D)Caneta espiã.

E)Microcâmeras.

4)Para detectar escutas em aparelhos que estão escondidos em locais de difícil acesso,
qual é o equipamento mais eficaz para ser usado nessa situação?

A)GPS em tempo real.

B)Holofote de luz vermelha.

C)Microcâmera em cabo de fibra óptica.

D)Chaveiro espião.

E)Equipamentos com leitores biométricos.

5)Sobre os equipamentos mais usados pelo detetive, assinale a afirmativa FALSA:

a)A caneta espião é um produto encontrado facilmente no mercado brasileiro. Na teoria,


elas são excelentes canetas que filmam, gravam, armazenam horas de dados

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Módulo VI

internamente, possuem entrada USB e escrevem. Mas essas microcâmeras possuem má


qualidade da imagem facilmente distorcida quando em movimento.

b)Filmadoras digitais são excelentes alternativas para detetives experientes. Elas filmam
em alta resolução, mas não permitem a captura de fotos simultâneas à gravação.
Filmadoras só podem ser utilizadas em casos de infidelidade conjugal.

c)Um detector de metais pode ser útil para o trabalho do detetive de diversas maneiras.
Ele, por exemplo, permite ao profissional fazer uma busca em pessoas que usam armas
letais e não letais metálicas escondidas no corpo, além de verificar se há equipamentos
de gravação e câmeras no local da investigação.

d)O monóculo com visão noturna pode gravar e/ou fotografar o que for visualizado. É um
equipamento útil em casos de campanas noturnas onde é necessário visualizar pessoas,
placas de carro e locais sem causar suspeitas.

e)A parabólica direcional permite ao detetive ouvir e gravar a uma distância de até 150
metros (podendo variar de acordo com as condições climáticas) a conversação de
pessoas que estão na mira de investigação.

6)Sobre a utilização de equipamentos com leitores biométricos, assinale a afirmativa


INCORRETA:

A)Para os detetives terem acesso aos arquivos de um escritório de investigação que


prima pela sua segurança, é necessário possuir cartão de memória com senha e leitura
de impressão digital.

B)Existem leitores biométricos que restringem o acesso a um computador apenas para os


usuários cadastrados ou que possuam a senha master. Este equipamento tem elevado
nível de segurança.

C)Maçanetas com leitores biométricos protegem o acesso de pessoas ao escritório do


detetive e ao de seus clientes, pois é necessário inserir uma senha numérica, além da
digital do funcionário para ter acesso à sala.

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Módulo VI

D)Um computador com proteção biométrica irá pedir ao seu usuário a leitura de sua retina
para dar ao mesmo acesso à máquina.

E)NENHUMA DAS ALTERNATIVAS ACIMA.

7) Existem equipamentos e programas disponíveis no mercado para identificar a mentira


através da leitura facial e corporal do interrogado. O polígrafo é um desses equipamentos,
e o “Thruster” um programa desenvolvido pelo exército israelense. Ambos, porém, não
são reconhecidos como prova em nenhuma corte jurídica do mundo. Qual é a função do
polígrafo e do “Thruster”, respectivamente?

A)O polígrafo identifica com precisão a mentira e a dissimulação; o “Thurster” analisa a


tensão das cordas vocais.

B)O funcionamento do polígrafo é mensurado através de eletrodos que verificam


mudanças no funcionamento do sistema nervoso autônomo. Já o “Thruster” não detecta
quando a pessoa eleva a voz durante o estresse.

C)O primeiro apenas determina mudanças no funcionamento do sistema nervoso


autônomo que, através de eletrodos, verifica a respiração, o batimento cardíaco, a tensão
muscular, a corrente galvânia da pele da pele, a temperatura, etc. O “Thruster” analisa se
a pessoa tem uma boa voz quando está estressada.

D)O polígrafo determina mudanças no funcionamento do sistema nervoso; o “Thruster”


analisa variações de estresse na voz do interrogado.

E)O polígrafo é um equipamento caro, e a pessoa interrogada pode se negar a ser


submetida a esse teste, tendo, inclusive, o amparo da lei a seu favor; já o “Thruster” só
analisa a tensão alta da voz.

8)O método de maior aceitação e eficácia na detecção da dissimulação é a análise dos


movimentos do corpo (gestos posturas) do investigado, de sua face (expressão facial e
olhar) e da paralinguagem. Durante uma conversa ou interrogatório é possível detectar

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Módulo VI

70% do que está sendo comunicado através da linguagem corporal de uma pessoa. O
movimento corporal, conhecido como paralinguagem significa:

A)São vinculados à fala. Ilustram, demonstram, enfatizam o conteúdo que está sendo
transmitido durante a conversa.

B)Estuda os sinais “não verbais” realizados durante a fala. São eles o volume da fala,
articulação precisa de palavras, ritmo e velocidade do discurso, sons intensos durante a
fala, pausas, etc.

C)São gestos que a pessoa utiliza para substituir uma palavra ou expressão, que podem
variar de acordo com a cultura de cada país.

D)São movimentos corporais que resultam no autocontato com o corpo como coçar o
pescoço, a orelha, cobrir a boca, coçar o braço, etc.

E)Se durante um interrogatório a pessoa elevar o ombro enquanto responde, ela


provavelmente não estará dizendo a verdade.

9)O que diferencia a análise corporal e facial de um interrogado dos demais métodos de
detecção de mentiras?

A)A linguagem corporal analisa a estrutura física do interrogado; músculos, esqueleto,


partes superior e inferior do corpo humano.

B)A linguagem corporal não só identifica momentos de estresse na resposta, como


também a emoção específica que o interrogado tem quando responde a uma pergunta.

C)Com a linguagem corporal, os peritos nesse campo conseguem obter uma excelente
taxa de 95% de acertos na identificação da mentira.

D)A linguagem corporal é 100% confiável porque se trata de uma ciência que é analisada
pelo ser humano.

E)A análise corporal é fácil de ser feita baseada apenas numa expressão do investigado,
geralmente aquela de maior estresse.
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Módulo VI

10) O tempo de resposta entre o momento em que o interrogador termina sua pergunta e
o interrogado inicia a resposta é um fator importante. Respostas mais rápidas, geralmente
começando dentro de 0,5 segundos, significa que a pessoa havia memorizado essa
resposta e não está acessando sua memória para responder ao interrogador e, portanto,
deve está mentindo. Além deste, que outro indício de mentira pode ser detectado pelo
investigador?

A)Quando o interrogado baixar a cabeça para não olhar fixamente no interrogador, pois
assim irá denunciar a mentira.

B)Quando o interrogado virar os olhos de um lado a outro e começar a gaguejar muito.

C)Quando o interrogado começar a contar histórias onde nunca se corrige ao citar nomes,
fatos e distâncias.

D)Quando o interrogado ficar mudo e suar frio, gaguejar ou começar a falar sem parar.

E)Quando o interrogado ao contar uma história confundir alguns itens mencionados e em


seguida se corrigir.

11) As câmeras de segurança servem para:

A)Gravação de áudio e vídeo em reuniões e entrevistas.

B)Gravar conversas. Elas têm alcance de até 200 horas.

C)Filmar áreas externas e internas do escritório. O ideal é ter duas câmeras: uma visível
de alta resolução e uma microcâmera digital instalada dentro da porta.

D)Detectar escutas em aparelhos que estão ocultos no local monitorado.

E)NENHUMA DAS ALTERNATIVAS ACIMA.

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Módulo VI

12) Sobre os auxiliares da investigação, pode-se destacar como recomendações


apropriadas:

I. O detector de mentiras registra as reações emotivas do indivíduo.

II. O pó fluorescente é usado na investigação para saber se o suspeito teve contato com
objetos e coisas.

III.As microcâmeras são usadas para descobrir contrabandos de entorpecentes.

IV.O gravador de bolso deve ser usado para reunir provas importantes como declarações,
ameaças e confissões de crimes.

V. Para uma campana no ar, o detetive deve saber pilotar helicóptero para observar, com
binóculos, detalhes à distância.

VI.O teste com o detector de mentiras é usado largamente e é admitido, pela Justiça,
como prova cabal e irrefutável.

VII.A lâmpada ultravioleta portátil é, obrigatoriamente, usada pelo detetive que usa pó
fluorescente em sua investigação.

Marque a alternativa adequada ao enunciado da questão:

a) I, II, IV, VII.

b) I, III, V, VII.

c) II, III, VI, VII.

d) II, IV, VI, VII.

e) III, V, VI, VII.

13) Na vida investigativa, o detetive encontrará pessoas com distúrbios psiquiátricos.Todo


o bom detetive tem que estar familiarizado com as características das enfermidades
mentais mais comuns e suas anomalias. Aponte qual das anomalias abaixo é a mais difícil
de ser reconhecida pelo investigador em função da multiplicidade de sintomas que
apresenta. A ela, inclusive, pode ser atribuída todos os tipos de engano, atos mal
interpretados e injustiças aparentes.
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Módulo VI

a)Bestialidade.

b)Travestismo

c)Fetichismo.

d)Histeria.

e)Sadismo.

14) Antes de começar qualquer trabalho de investigação, o profissional deverá fazer um


contrato de prestação de serviços que requer alguns esclarecimentos em sua elaboração,
EXCETO:

a)No contrato será descrito o tipo de trabalho contratado, período e honorários.

b)Na assinatura do contrato o cliente deverá fazer o pagamento de 50% do valor dos
honorários.

c)O adiantamento é para as despesas que o detetive terá ao longo da investigação.

d)O restante do pagamento será efetuado no final do serviço com a entrega do relatório.

e)Cópia do contrato de ambas as empresas.

15) Um relatório correto de uma empresa de investigação registrada na Junta Comercial


deve conter:

a)Texto-legenda.

b)Hipertexto.

c)Informações da empresa ou do profissional.

d)As informações serão prestadas por escrito em papel que contenha impresso o nome
do estabelecimento, da sociedade e de um gerente ou diretor.

e)Informações detalhadas da investigação apenas.

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Módulo VI

16) Sobre como escrever um relatório ao cliente, NÃO é correto afirmar que:

a)Produzir relatórios claros e objetivos, escritos em português gramaticalmente correto.

b)Relatórios mal escritos e com erros gramaticais refletirão negativamente na imagem da


empresa e do profissional.

c)Detetives que fazem campanas ou serviços de inteligência devem anotar os fatos


observados, comentários e idéias que constarão do relatório.

d)O relatório deve ter uma capa de introdução com dia e data e com um breve resumo de
seu conteúdo.

e)O relatório deve ser uma mensagem publicitária paga que se pareça com uma
reportagem ou matéria jornalística.

17) Na primeira página do relatório o detetive deve dizer qual é o objetivo da investigação.
O texto deve conter detalhes sobre cada pessoa mencionada na investigação com o CPF
e sua relação com o cliente ou com o investigado. Na parte sobre a investigação
propriamente dita o texto deve conter:

a)Palavras com significados concretos aos abstratos.

b)Links para proporcionar o aprofundamento no conteúdo.

c)Os fatos apurados pelo detetive juntamente com as provas obtidas. As fotos serão
inclusas nesta etapa.

d)Organizar as mensagens proporcionando um afunilamento do conteúdo para um ponto


específico.

e)Não colocar cor nos links a fim de que não tirem a atenção do cliente para a mensagem.

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Módulo VI

18) Na conclusão do relatório, o detetive irá:

a)Concentrar-se na situação.

b)Delatar o criminoso.

c)Argumentar a relevância de cada aspecto da investigação e concluir o que esta revelou.

d)Divulgar um texto dando sua opinião pessoal sobre a investigação.

e)Analisar o perfil do cliente.

19) Os fatos relatados pelo investigador no relatório seguem um padrão textual, EXCETO
em:

a)Os relatos podem ser feitos em ordem cronológica – fatos relatados na ordem exata em
que foram descobertos.

b)Os relatos podem ser em forma de narrativa – seguem uma ordem lógica contando
começo, meio e fim.

c)Os relatos não podem conter gírias, palavrões ou expressões locais de comunicação.

d)Os relatos devem ser de fácil entendimento para pessoas de qualquer estado ou país
que falem a Língua Portuguesa.

e)Os relatos não podem ser feitos em ordem cronológica.

20) Antes de entregar um relatório ou qualquer papel impresso com o nome da empresa
de investigação, o detetive chefe deve analisá-lo minuciosamente para verificar se não há
erros nos nomes de pessoas, empresas, testemunhas, telefones, lugares, etc. Outras
informações como CNPJ e CPF são vitais e devem ser checadas.

Esse cuidado é típico de:

a)Detetives sem formação específica.


b)Detetives formados por institutos que não sejam renomados no mercado.
c)Detetives que comentem delitos penais.
d)Detetives formados pelo IBJ – Investigações Civis e Criminais.
e) Nenhuma das respostas acima.
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Módulo VI

Não serão aceitas folhas de respostas com rasuras.

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