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Aluízio Quintão
Out/Nov 2022
Sala de aula na Europa - 1918
Crianças durante a 1ª Guerra Mundial
De Julho de 1914 a Novembro de 1918
Uma criança é espancada - Uma contribuição ao estudo da origem das perversões
sexuais - 1919, Freud
Nota do Editor Inglês - Imago
A presente tradução inglesa é versão corrigida da publicada em 1924. Numa
carta a Ferenczi, datada de 24 de janeiro de 1919, Freud anunciava que estava
escrevendo um artigo sobre o masoquismo. O artigo foi concluído e recebeu o
presente título em meados de março de 1919, e foi publicado no verão do
mesmo ano. A maior parte do artigo consiste em um inquérito clínico muito
detalhado sobre um tipo particular de perversão. As descobertas de Freud
elucidaram particularmente o problema do masoquismo, e, como está implícito
no subtítulo, o artigo era também destinado a ampliar o nosso conhecimento
sobre as perversões de um modo geral. Desse ponto de vista, pode ser
considerado como um complemento ao primeiro dos Três Ensaios sobre a
Teoria da Sexualidade (1905d). Além do mais, no entanto, o artigo inclui uma
exposição, à qual Freud atribuiu considerável importância, dos motivos que
colocam em ação a repressão, com especial referência às duas teorias sobre o
tema, propostas respectivamente por Fliess e por Adler.
”As pessoas não são
francas em matéria sexual.
Não mostram livremente
sua sexualidade; usam, isto
sim, um espesso manto de
mentiras para escondê-la,
como se fizesse mau
tempo no mundo da
sexualidade.” (FREUD,
1909-1910).
✓ Pesquisa de Freud com vários pacientes em tratamento para histeria ou neurose obsessiva;
✓ Fantasia frequente: "Uma criança é espancada";
✓ Fantasia + sentimentos com alto grau de prazer associados e, por isso, era
reproduzida com frequência;
✓ Clímax da fantasia: satisfação masturbatória (genitais), inicialmente voluntária e,
depois, involuntária com características de obsessão;
✓ Tratamento analítico ➙ resistência ➙ essa fantasia ➙ culpa e vergonha;
✓ Freud estabelece que fantasias dessa natureza foram nutridas muito cedo, antes da
idade escolar;
✓ Tais fantasias despertavam ou se reforçavam, quando, na escola, o paciente via
outras crianças sendo espancadas pelo professor;
✓ A influência da escola era tão clara que os pacientes tendiam a relacionar,
exclusivamente, tais fantasias de espancamento à vida escolar;
✓ MAS não conseguiam manter essa posição ➙ as fantasias já existiam antes disso;
✓ Quando jovens mais crescidos, os livros construiriam, neles, fantasias e
sentimentos semelhantes de punição e disciplina contra as traquinagens e mau
comportamento da idade;
“As pulsões sexuais são
capazes de ludibriar a
intenção do recalque,
forçando sua
representação por
formações substitutivas
perturbadoras.”
- Freud 1919
Dessubjetivação
Sujeito reduzido ao extremo
Redução a 2 personagens
Lacan
A relação amorosa da menina Fantasia perversa (Aniquilar o desejo
- fantasia incestuosa que a criança
As com o pai está em jogo e ela do outro) Sadismo
apanha do pai e se precipita
fantasias fantasia ser a eleita (Aniquilar o desejo do sujeito)
rapidamente para a 3a fase
Masoquismo
Dissolução do sujeito
Lacan: Reorientação de Freud sobre a perversão - "O problema da constituição de toda perversão deve ser
abordado a partir do Édipo, seus avatares, da aventura, da revolução do Édipo.”
"A sexualidade
infantil sujeita ao
recalcamento é a
principal força
motriz da formação
de sintomas, sendo
a parte essencial do
seu conteúdo - o
complexo de Édipo
- o complexo
nuclear da neurose.”
- Freud 1919
Meshach
Genesis Tramaine, 2019
Fantasias de surras e devaneios - Anna Freud, 1922
Artigo escrito após várias discussões com Lou Andreas-Salomé - sobre os casos de fantasia de
surra pesquisados por Freud - apresentado à Sociedade Psicanalítica de Viena em maio de 1922.
✓ Fantasia de surra investida com alto grau de prazer e descarregada num ato de gratificação
autoerótica prazerosa;
✓ Em dois casos femininos de Freud tinha-se desenvolvido, sobre a fantasia masoquista de surra,
uma complexa superestrutura de devaneios de grande significação para a vida da paciente;
✓ Devaneio de uma jovem de 15 anos - construiu aos 5 ou 6 anos, uma fantasia de surra do tipo descrito
por Freud ➙ cada cena fantasiada era acompanhada por uma forte excitação sexual e terminava num ato
masturbatório. O sentimento de culpa que se ligou à fantasia é explicado por Freud ➙
✓ Freud afirma que a versão de fantasia de surra não é original ➙ é versão substituta, na
consciência, de uma fase inconsciente anterior;
✓ Porém não é essa a fase primária ➙ há uma fase mais precoce que pertence ao período de
maior atividade do complexo de Édipo, que ➙ por meio da regressão e do recalcamento foi
transformada na versão que aparece na segunda fase;
✓ Com o recalcamento dos anseios edipianos e a aurora do sentimento de culpa ➙ a punição é
voltada para a própria criança. Por outro lado, em consequência da regressão da organização
genital para a organização pré-genital sádico-anal, a situação de surra ainda poderia ser usada
como expressão de situação amorosa;
✓ A menina, então, se deparou com um livro de contos de um menino ➙ expandiu a história
como produto de sua fantasia espontânea e atribuiu a esse devaneio um lugar significativo nas
suas “histórias agradáveis” e suas cenas aprazíveis;
✓ A fantasia de surra representa o retorno do recalcado e as histórias agradáveis
representam a sublimação;
Lacan:
- É preciso não esquecer que a
paternidade para a psicanálise é
uma função simbólica e não
real;
- Duas categorias de sujeito:
sujeito do gozo (psicose), não
barrado pelo significante Nome-
do-Pai e sujeito do significante,
oriundo da limitação instaurada
por este (neurótica ou perversa);
- Nasio, Juan-David. "O prazer de ler Freud”. Revisão técnica, Marco Antonio
Coutinho Jorge]. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999