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“ O Édipo é um imenso despropósito: é

um desejo sexual próprio de um adulto,


vivido na cabecinha e no corpinho de
uma criança de quatro anos e cujo
objeto são os pais.”

(Nasio, 2007)
Que é, então, o Édipo?
“(...) é a experiência vivida por uma criança de
cerca de quatro anos que, absorvida por um
desejo sexual incontrolável, tem de aprender a
limitar seu impulso e ajustá-lo aos limites de
seu corpo imaturo, aos limites de sua
consciência nascente, aos limites de seu medo,
e finalmente, aos limites de uma Lei tácita que
lhe ordena que pare de tomar seus pais por
objetos sexuais.”
Importante

“ a experiência vivida do terremoto edipiano fica


registrada no inconsciente da criança e perdura até
o fim da vida como uma fantasia que definirá a
identidade sexual do sujeito, determinará diversos
traços de sua personalidade e fixará sua aptidão a
gerir os conflitos afetivos.”

(Nasio, 2007)
Reativação do Édipo

Na Puberdade: Na idade Adulta: No tratamento


analítico
Pudor excessivo, Neurose comum Neurose de
Intransigência, revolta e mórbida transferência

S Fantasias
RÉNUNCIA aos SUPEREU
E de pais enquanto
N
S objetos sexuais
Desejos
A 1)Falo
Ç Incestuos
Õ 2) Prazer E
os
E
S
3) Angústia IDENTIDA
INCORPORAÇÃ
(menino) DE
O dos pais como SEXUAL
4) Sofrimento objetos de
(menina) identificação
Complexo de Édipo
Masculino
 Fantasias Masculinas de Prazer:
*impossíveis

a)Possuir o corpo do Outro


b)Ser possuído pelo Outro
c)Gozo absoluto de suprimir o Outro
1º) Fantasia de possuir o Outro
“(...) manifesta-se por meio dos comportamentos
típicos dessa idade, como por exemplo, exibir-se
de maneira escandalosa, brincar “de papai e
mamãe”, “brincar de médico”, bancar o
palhaço... (...) gesto predominante é o de tocar o
corpo de um dos pais... (...) e de todos os roteiros
de possessão o que exprime mais fielmente o
desejo incestuoso de possuir o Outro é o desejo
de se apoderar da mãe e tê-la apenas para si”

(Nasio, 2007)
2º) Fantasia de ser possuído pelo Outro

“ Essa fantasia é uma fantasia de sedução sexual


em que o menino sedutor imagina-se seduzido
pela mãe, por um irmão mais velho ou até
mesmo, ainda que isso nos surpreenda, pelo
próprio pai”
3º) Fantasia do desejo de suprimir o Outro

Fantasia de destruir o Outro (pai) provoca tanto


prazer sexual quanto qualquer fantasia edipiana.

(...) o menininho aproveita-se da ausência do pai,


em viagem, para brincar de “chefe de família” e,
por exemplo, querer partilhar o grande leito
conjugal com a mãe.
“ Ao renunciar a mãe, dessexualiza
globalmente os dois pais e recalca desejos,
fantasias e angústias. Aliviado, pode agora
abrir-se a outros objetos desejavéis, mas dessa
vez legítimos e adaptados às suas
possibilidades reais.”
“ Quanto mais o menino for amado pela mãe,
mais se tornará um homem viril. E quanto
mais orgulhoso for de sua potência, mais se
preocupará em defendê-la, suscetível, quanto
à sua virilidade e ridiculamente sensível ao
menor “dodói”. Comparado à mulher, o
homem é visceralmente um covarde”.

(Nasio, 2007)
a)O ponto de narcisimo de um homem é o
CORPO

b)Implicações clínicas:
“ (...) o homem é uma criatura particularmente
medrosa diante da dor física, e preocupado em
garantir permanentemente sua virilidade e sua
potência”.
“Quem são as criaturas que, na vida de um
homem, podem fazer-lhe mal, tomar-lhe o poder,
ameaçar sua virilidade ou humilhá-lo senão o pai
admirado e temido ou a mulher, isto é, a mulher
que rivaliza com ele² Quem pode roubar-lhe a
potência senão o pai admirado ou a mulher rival?

Complexo de Édipo
Feminino
“ A menina, por sua vez, entra no Édipo ( isto
é, sexualiza seu pai) após ter atravessado a
fase pré-edipiana durante a qual sexualiza, e
depois rejeita sua mãe, e abandona o Édipo
quando deseja outro homem que não seu pai”

(Nasio, 2007)
“ Da mesma forma que o menino descobre
visualmente e angustiado, a ausência de pênis no
corpo feminino, a menina constata a diferença de
aspecto entre seu sexo o do menino. A reação da
menina é imediata; fica decepcionada por não ter
o mesmo apêndice que o menino (...)”
(Nasio, 2007)
“ Enquanto o menino vivia a angústia de ter a
perder, a menina vive a dor de ter perdido;
enquanto o menino teme uma castração, a
menina se ressente de uma privação.”

(Nasio, 2007)
“Para a menina, ao contrário, o objeto
narcísico por excelência não é uma parte de
seu corpo, é seu amor próprio, a imagem
cativante de si mesma. O falo, para a menina,
não é o pênis, mas a IMAGEM DE SI.”

(Nasio, 2007)
“ No caso do menino, o narcisismo do corpo
interrompe o Édipo; no caso da menina, o
narcisismo da imagem de si abre para o Édipo.”

(Nasio, 2007)
“ (...) que a menina quer ser, ela própria e por
inteiro, o Falo precioso. Em outros termos, quer
se tornar a favorita do pai. Em virtude do ‘não’,
primeira recusa paterna, a inveja ciumenta de ter
o Falo do pai dá lugar agora ao desejo incestuoso
de ser possuída por ele, ser o Falo do pai.”

(Nasio, 2007)
A resolução do Édipo feminino

“ Identificada com os traços masculinos do pai


depois de se ter identificado com os traços
femininos da mãe, a menina enfim abandona a
cena edipiana, abrindo-se agora para os futuro
parceiros de sua vida de mulher”.
(Nasio, 2007)
HOMOSSEXUALIDA
DE
“Os homens homossexuais apresentam
uma fixação forte especialmente na
mãe”.

(Freud, 1920)
“ O menino recalca seu amor por sua mãe, coloca-se
no seu lugar, identifica-se com ela e toma sua
própria pessoa como modelo, escolhendo novos
objetos de seu amor por similitude. Apoia-se
portanto no amor que sua mãe lhe tinha, para amar
meninos como ela o amava e que lhe evocarão sua
própria imagem, à medida que aparece no lugar da
mãe”

(Green, 1988)

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