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Capítulo V
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Capítulo 5. Suporte Básico de Vida Pediátrico
Manual de Socorrismo
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1. OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
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O Suporte Básico de Vida em recém-nascidos nas primeiras horas de vida tem algumas
particularidades que devem ser do conhecimento de todos os que podem estar envolvidos no seu
cuidado, desde o momento do parto. Este campo particular do SBV pediátrico deve, portanto, ser
do conhecimento dos profissionais de saúde.
Após as primeiras horas de vida as diferenças de procedimentos devem ser baseadas no
tamanho da criança, mais do que na idade.
A diferença entre uma criança de 10 meses e de 18 meses é pequena. É possível que uma
criança de 20 meses ou mesmo 2 anos tenho um tamanho mais apropriado à aplicação das
manobras de SBV recomendadas para o bebé. A partir da adolescência, que corresponde ao final
da infância, devem ser utilizados os algoritmos do adulto. Ao contrário do que acontece no
algoritmo de SBV do Adulto, em que a sequência das ações (30 compressões para 2 insuflações ou
30:2) é comum a todos os reanimadores - profissionais de saúde ou não - a sequência das ações no
SBV Pediátrico difere de acordo com o número de reanimadores e com a formação/preparação
base destes.
A forma mais simples, para o utilizador comum e que aprendeu SBV, será adaptar o
algoritmo de SBV do adulto à vítima em idade pediátrica, pois é preferível que faça algum SBV do
que nenhum.
A sequência de procedimentos, após a avaliação inicial, segue as etapas ‘ABC’, com as iniciais a
resultarem dos termos ingleses Airway, Breathing e Circulation:
A – Via Aérea
B – Ventilação
C – Circulação
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Como em qualquer outra situação, deve começar por avaliar as condições de segurança
antes de abordar a criança.
Como referido anteriormente, o conceito de SBV implica que seja praticado sem recurso a
qualquer equipamento específico. A utilização de algum equipamento para permeabilizar a via
aérea (exemplo: tubo orofaríngeo) ou de máscara facial para insuflação com ar expirado (exemplo:
máscara de bolso) implica a designação de ‘SBV com adjuvantes de via aérea’.
O reanimador deve posicionar-se junto da vítima para que, se for necessário, possa fazer
insuflações e compressões sem ter que fazer grandes deslocações.
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Fig. 5.1. Avaliação da resposta no bebé. Fig. 5.2. Avaliação da resposta na criança.
Se a criança responder, se mexer ou cumprir instruções que lhe são dadas, como abrir os
olhos ou apertar a mão, deixá-la na posição em que está, ou na que ela pretender adotar e ir pedir
ajuda se necessário, reavaliando-a frequentemente.
Se a criança não responder, e se estiver sozinho, peça ajuda gritando em voz alta “Preciso
de ajuda tenho aqui uma criança desmaiada!”. Não abandone a vítima e prossiga a avaliação.
Se estiver alguém consigo, informe o reanimador 2 e prossiga a avaliação.
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Fig. 5.3. Abertura da via aérea no bebé. Fig 5.4. Abertura da via aérea na criança
Após ter efetuado a permeabilização da via aérea, passe à avaliação da existência de Ventilação
(respiração) – B.
Para verificar se ventila normalmente (Fig 5.7 e Fig. 5.8) deve manter a permeabilidade da
via aérea, aproximar a sua face da face da criança olhando para o tórax e:
VER - se existem movimentos torácicos;
OUVIR - se existem ruídos de saída de ar pela boca ou nariz da vítima;
SENTIR - na sua face se há saída de ar pela boca ou nariz da vítima;
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Cada insuflação de ar deve ser lenta e feita durante 1 segundo com um volume de ar apenas
suficiente para causar uma expansão torácica visível e após cada insuflação
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Na criança (do 1º ano de vida até aos sinais de puberdade) utilizar a técnica de ventilação
boca-a-boca ou boca máscara, tal como descrito para o adulto (Fig. 5.7).
No bebé a técnica alternativa é a ventilação boca-a-boca e nariz (Fig. 5.8).
Embora as máscaras de bolso com válvula unidirecional sejam de tamanho único é,
igualmente, possível efetuar ventilação boca-máscara na criança ou mesmo no bebé. Nestes casos
a adaptação da máscara à face da criança é feita em posição invertida, em relação ao
anteriormente descrito, isto é, colocando o vértice da máscara virado para o queixo.
Se tiver dificuldade em conseguir ventilações eficazes pode existir obstrução da via aérea.
Se for o caso:
Abrir a boca da vítima e procurar objetos visíveis; se existirem remova-os;
Reposicione a cabeça de forma a permeabilizar adequadamente a via aérea;
Tentar ventilar de novo, fazendo até 5 tentativas;
Se apesar de tudo não conseguir, continue avaliação.
A pesquisa de corpos estranhos na cavidade oral através da exploração digital ‘às cegas’ não
deve ser feita.
A introdução do dedo (pinça ou sonda de aspiração), apenas deve ser feita para remover
um corpo estranho visível, sempre com o máximo cuidado para não empurrar o objeto.
Após efetuar as 5 insuflações passe à realização das compressões torácicas (Fig. 5.8 e Fig.
5.9).
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Não deve ser apenas a idade da criança a determinar a técnica a aplicar. Nas crianças
maiores poderá ser necessário usar o mesmo método do adulto (ou seja sobrepor a mão à que se
encontra um dedo acima do apêndice xifoide, entrelaçar os dedos e levantá-los de forma a não
exercer pressão sobre o hemitórax oposto e mantendo os braços esticados e se fletir os cotovelos,
pressionar verticalmente sobre o esterno) sendo nesse caso usada também a mesma relação
compressões ventilações 30:2.
Aliviar a pressão de forma a permitir ao tórax retomar a sua forma e voltar a comprimir
de forma a conseguir uma frequência de pelo menos 100/minuto
Fazer 30 compressões seguidas de 2 insuflações e assim sucessivamente (30:2)
Para evitar perdas de tempo desnecessárias os dedos devem permanecer sobre o tórax,
sem exercer pressão enquanto se fazem as insuflações;
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Caso estejam presentes dois reanimadores um inicia o SBV enquanto o outro vai pedir
ajuda, logo que detetada a PCR.
Caso esteja presente apenas um reanimador devem ser mantidas as manobras de SBV
durante 1 minuto (3 ciclos 30:2 se for o caso) altura em que, se ainda estiver sozinho, deverá ir
pedir ajuda ligando 112.
No caso dos latentes, ou sempre que a criança seja suficientemente pequena para ser
transportada ao colo, deve levá-la consigo para manter as manobras de SBV durante esse período
de tempo.
Após o pedido de ajuda apenas deverá reavaliar o bebé ou a criança se, quando a deixou
para pedir ajuda, ela apresentava sinais que entretanto pudessem ter-se deteriorado (como a
existência de respiração normal). Caso contrário deve reiniciar de imediato as compressões
torácicas.
A única exceção a realizar 1 minuto de SBV antes de pedir ajuda é o caso duma criança que
colapsa subitamente perante o reanimador, e este se encontra sozinho com a vítima. Neste caso a
causa provável da paragem cardíaca é uma arritmia e a criança pode necessitar de desfibrilhação.
Após o pedido de ajuda deve regressar para junto da criança e continuar as manobras de
SBV de forma ininterrupta, até que:
Chegue ajuda diferenciada;
A criança recupere sinais de vida: comece a acordar, inicie movimentos, abra os olhos e
respire normalmente:
Fique exausto e incapaz de continuar o SBV.
NOTA
Nas situações de PCR só deve interromper as manobras de SBV, para reavaliação da
criança, caso esta apresente algum sinal de vida: respiração normal, tosse, presença de
movimentos ou abertura dos olhos Nesse caso o reanimador deve confirmar a presença de
respiração normal, efetuando o VOS.
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Estimule
AVALIE Chame em voz alta “Está Bem?”
Ligue
(Se necessário)
NÃO RESPONDE
GRITE POR AJUDA
5 Insuflações
Continuar até:
A vítima recuperar:
- Respiração normal;
- Movimento;
- Abertura dos olhos.
- Tosse
30:2 30:2 Chegada de ajuda;
Exaustão.
5.2. Classificação
A obstrução da via aérea pode ser grave ou ligeira.
Se a obstrução é ligeira, provavelmente por ser parcial, a criança tosse, consegue falar ou
chorar, faz algum ruído a respirar e pode estar agitada. Neste caso, desde que a criança consiga
tossir, não deve interferir, encorajando-a apenas a continuar a tossir.
Quando a obstrução é total o quadro é de obstrução grave, a criança não consegue tossir, falar
ou chorar e não se ouve qualquer ruído respiratório. Pode inicialmente manter-se reativa ou ficar
inconsciente.
Na obstrução total da via aérea é necessário atuar rapidamente, caso contrário, em poucos
minutos a paragem cardiorrespiratória será inevitável.
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Sinais de obstrução da via aérea por Corpo Estranho Ligeira e Grave em Pediatria
As compressões abdominais estão contra - indicadas nos bebés com menos de 1 ano pelo
perigo de causarem lesões nos órgãos intra-abdominais.
CONSCIENTE:
1. Segure o bebé em decúbito ventral, com a cabeça mais baixa que o resto do corpo,
suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax no antebraço e / ou na coxa
(neste último caso deverá estar sentado);
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CONSCIENTE
Se a criança consegue respirar e tossir deve apenas encorajá-la a tossir.
Se a tosse for ineficaz ou a criança desenvolver dificuldade respiratória marcada é
necessário atuar rapidamente. Grite imediatamente por ajuda e avalie o estado de
consciência da criança.
Aplique pancadas interescapulares, até um total de 5, se necessário (Fig. 5.15);
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INCONSCIENTE
Após confirmar que a criança está inconsciente e ainda estiver sozinho, deve ativar o
sistema de emergência médica ligando 112, ou, se possível, envie alguém para pedir ajuda;
Não abandone a vítima neste momento;
Coloque o bebé ou a criança sobre uma superfície plana e dura;
Verifique a existência de algum corpo estranho na boca e se for visível remova-o;
Não tente efetuar a manobra digital para retirar o corpo estranho, se este não estiver
visível, nem repita este procedimento continuamente;
Tente efetuar 5 insuflações, verificando a eficácia de cada insuflação: se a insuflação não
promove a expansão torácica, reposicione a cabeça antes de nova tentativa;
Inicie SBV;
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No bebé ou na criança, sempre que parecer que a obstrução foi resolvida, deve ser
permeabilizada a via aérea, como anteriormente referido, e reavaliada a respiração (VOS).
Se continuar sem respirar normalmente fazer novamente 5 insuflações e reiniciar o algoritmo
de SBV.
Se a criança recuperar consciência e a sua respiração se tornar eficaz, deverá ser colocada na
posição de recuperação, vigiando e reavaliando continuamente o nível de consciência e a
respiração até à chegada da ajuda diferenciada.
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Consciente?
Sinais de Obstrução da Via Aérea?
Iniciar SBV
Pesquise a cavidade
oral antes de insuflar
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