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Hong Kong, situado na costa sul da China, hodiernamente conta com uma das áreas

mais densamente povoadas e abriga uma população de 7 milhões de pessoas. Além disso, por
ser uma das duas regiões administrativas especiais (RAE) da República Popular da China
(RPC), juntamente com Macau, tem uma grande autonomia na maioria de seus setores, com
exceção à defesa militar e às relações exteriores, que são esferas sob o comando do governo
chinês. (KIM, 1992)
Em consequência, esta autonomia de HK propiciou seu perceptível desenvolvimento
econômico ao longo das décadas. A partir do momento em que o Reino Unido devolveu o
controle de HK à China em 1997, a região mantém inúmeras instituições e políticas
pró-mercado. Por conseguinte, evidencia-se assim um sistema distinto, conhecido como "um
país, dois sistemas", o que permitiu que HK continuasse a operar com um alto grau de
autonomia no âmbito econômico, jurídico e de políticas internas. Ademais, sua posição
autônoma garantiu um ambiente de negócios altamente frutífero, pautado nas baixas taxas de
impostos, além de contar com um mercado financeiro sofisticado e métodos de
regulamentação eficazes. Perpassando o tempo, HK passou por diversas fases de crescimento,
desde de ser ponto de trânsito durante a Guerra do Ópio até a transição de colônia britânica a
uma região administrativa especial da China, o que favoreceu, por meio de um governo
liberal, sua ascensão como Tigre Asiático. (KIM, 1992)
Dentre as fases que o território passou para atingir seu auge atual está o de entreposto
comercial ao longo da Guerra do Ópio, no século XIX. Da qual foi um conflito que ocorreu
entre o Império Chinês, representado pela Dinastia Qing, e o Império Britânico, e se dividiu
em duas fases: a Primeira (1839-1842) e a Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) (SILVA,
2017; PEREIRA, 2015)
Nesse contexto, a datar de 1830, os ingleses obtiveram o monopólio das atividades
comerciais no porto de Cantão, em território chinês. Nessa conjuntura, a China era uma
grande exportadora de produtos almejados pelos europeus, como seda, chá e porcelana,
enquanto a Grã-Bretanha enfrentava um substancial déficit comercial em relação aos
chineses. A fim de compensar suas perdas econômicas, a Grã-Bretanha passou a negociar o
ópio indiano com o Império do Meio, o que levou a um crescimento de aproximadamente
nove vezes do volume de ópio vendido na China, revertendo a balança comercial favorecendo
a Grã- Bretanha. Quando o governo de Pequim decidiu proibir o tráfico de ópio, após a droga
ameaçar a estabilidade financeira e social do país, a coroa britânica respondeu com o uso de
sua força militar. Dessa maneira, após um conflito violento, foi elaborado o Tratado de
Nanquim, do qual a China ratificou, que consistia em: abrir cinco portos voltados ao
comércio de ópio provindo da Grã- Bretanha, suspender o sistema de Co-Hong (companhia
governamental chinesa), pagar uma alta indenização de guerra e entregar a ilha de HK ao
domínio inglês, que foi usada nos anos seguintes como base de tráfico para a China
continental (SILVA, 2017; PEREIRA, 2015 )
Perpassando o final do conflito e 100 anos de domínio britânico no território de HK,
foi elaborada a Declaração Conjunta Sino-Britânica, que ocorreu em um cenário de
vencimento do arrendamento dos Novos Territórios, que foram terras adquiridas em meio ao
ano de 1898. Havendo a devolução do território correspondente a Hong Kong para a
República Popular da China quando se passassem 99 anos, vencendo portanto em 1997. O
cenário era de vencimento do arrendamento, que havia sido negociado entre Reino Unido e o
Imperador chinês Guangxu durante o prazo de 99 anos, tendo início no ano de 1898. No
período em que houve essa assinatura a ilha já era cedida ao Reino Unido, em vista de que já
estava em vigor o Tratado de Nanquim no pós Primeira Guerra do Ópio (OLIVEIRA, 2020).
A assinatura do documento de devolução incidiu em Pequim, no ano de 1984, onde
os governos do Reino Unido, Irlanda do Norte e China firmaram a declaração. Com a troca
dos instrumentos que ratificavam a declaração em 27 de maio de 1985, houve a entrada da
RPC e do Reino Unido na Organização das Nações Unidas no ano de 1985. O governo
chinês tinha por objetivo continuar o exercício de sua soberania sobre HK, sendo de
responsabilidade do Reino Unido entregar HK à China. Ambas as partes concordaram em
definir HK com base no princípio de "um país, dois sistemas", visto que o sistema socialista
não seria implantado na área correspondente a HK (OLIVEIRA, 2020).

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