Você está na página 1de 13

Aula 01

Começar perguntando do que os alunos se lembram sobre o gênero fábula.


Explorar das respostas, pedindo que sistematizam:
assuntos
personagens
estrutura
finalidade comunicativa
linguagem

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.
Fábula extraída de: Príncipe Cinco-Armas e outras fábulas budistas.

Retomar com os alunos, após a leitura da fábula, se eles identificam nela os


pontos levantados sobre o gênero.

Explorar com os alunos o poder do conhecimento.

Aulas 02 e 03

A força estética e moral dos aforismos e dos provérbios: paradigmas e reflexão

Começar perguntando aos alunos o que eles se lembram dos conceitos de


aforismo e provérbio
Conceituá-los junto com os alunos, distinguindo a força popular a força filosófica
Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.
de cada um

Aforismos

Provérbios

A partir da leitura de alguns trechos do dicionário de ideias feitas, a seguir, discutir


com os alunos o senso comum na construção dos provérbios e de alguma forma
das máximas/aforismos também.

Colchão – quanto mais duro mais saudável.


Comunhão – A primeira comunhão: O mais belo dia da vida
Cristianismo – franqueou os escravos.
Erudição – desprezá-la como a marca de um espírito estreito.
Exército – Bastião da sociedade.
Filosofia – Achincalhá-la sempre
Hidra – da anarquia, do socialismo, e assim de seguida para todos os sistemas que
assustam. Tratar de a vencer.
Ideal – Completamente inútil.
Ideólogos – Todos os jornalistas o são.
Ilegível – Uma receita médica deve sê-lo. Toda a assinatura idem. Indica que se está
carregado de correspondência.
Imperialistas – Todos pessoas sérias, educadas, pacatas, distintas.
Ímpio – Bradar contra.
Lar – Referir-se-lhe sempre com respeito.
Liberdade – Ó Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome! Dispomos de todas
as necessárias. Liberdade não é licença (frase de conservador).
Libertinagem – Só se vê nas grandes cidades.

(Definições extraídas de "Dicionário de ideias feitas" de Gustave Flaubert)

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


A partir da leitura de "Aforismo, um gênero pretensioso", refletir com os alunos
sobre o espaço atual para a criação de sensos comuns ou abreviações de
pensamentos.

Aforismo, o gênero pretensioso

“O corpo da verdade tem um pinta em lugar invisível”


Carlos Drummond de Andrade

A dificuldade de conceituar o gênero aforismo talvez tenha a ver com sua enorme
pretensão de conceituar as coisas, afinal, quem é que poderia desejar definir amplos e
complexos conceitos através de pequenas sentenças ou parágrafos? A resposta é
bastante simples: quase todo mundo. Escritores, filósofos, médicos, economistas,
religiosos e atualmente uma enorme quantidade de piadistas, publicitários, twitteiros e
microcontistas.
Segundo o Houaiss, aforismo é a “máxima ou sentença que, em poucas palavras,
explicita regra ou princípio de alcance moral; apotegma, ditado”. De acordo com esta
definição, o aforismo discorre sobre regras ou princípios de alcance moral, ou seja, sobre
concepções de mundo e objeto muitas vezes cristalizados pelo uso e pela reprodução
irrefletida de discursos. Por exemplo, ao pensarmos no conceito de vingança, é provável
que a primeira coisa que nos venha à mente seja: “A vingança é um prato que se come
frio”. Esta conceituação popular é um ponto de vista que toma por base o discurso
religioso, a máxima bíblica que diz que: “se qualquer te bater na face direita, ofereça-lha
também a outra”, que, por sua vez, dialoga[1] com outra lei, o famoso código de Hamurab:
“Olho por olho, dente por dente”(lembre-se que isto é um aforismo para nós hoje, mas
naquela época era uma lei), escrito na região da Mesopotâmia por volta de 1700 a.c..
O que se conclui a partir deste exemplo é que um aforismo dialoga sumariamente com
outros aforismos e que, em face de uma visão absoluta de alguma coisa, nos propõe outra.
Esta outra visão, assim como Carlos Drummond de Andrade propõe no título de seu livro
de aforismos, é, de certa forma “O Avesso das Coisas”[2]. Segundo ele, em seu prefácio:
“São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das coisas,
admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre perceptível mas às vezes curioso
ou surpreendente”.
Voltando ao nosso exemplo anterior, vejamos o aforismo que Drummond escreve sob o
título Vingança: “Há indivíduos que só perdoam as ofensas depois de se vingarem delas”.
Ao contrário dos aforismos vistos anteriormente, esta sentença não carrega a afirmação
categórica de uma verdade universal. A construção “Há indivíduos” pressupõe também
que não há indivíduos, ou seja, se existem indivíduos que agem desta forma (só perdoam
as ofensas depois de se vingarem delas), existem indivíduos que agem de outra forma e,
portanto, existe mais de uma possibilidade de atitude diante da mesma questão/sentimento
(vingança). Esta desconstrução do conceito de aforismo está na própria sentença criada
por Drummond, ele incorpora a uma forma pré-concebida como verdade a ideia de ponto
de vista. Já em seu conciso (e preciso) prefácio, ele expõe seus aforismos como “uma”
forma de interpretação da realidade, e não como “a” forma de interpretação da realidade:
“Assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o
Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.
que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do
meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a
sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver”.
O segundo tipo de aforismo, segundo o Houaiss é o: “texto curto e sucinto, fundamento
de um estilo fragmentário e assistemático na escrita filosófica, ger. Relacionado a uma
reflexão de natureza prática ou moral.”. Os aforismos filosóficos, recorrentes em autores
como Nietzsche e Schopenhauer, são pautados na reflexão, e não na simples reprodução
de um sentimento comum representado como verdade absoluta (como acontece com os
ditados, por exemplo). Filósofos negativos da realidade procuram desconstruir esses
afirmativos categóricos sobre o ser humano, processo que raramente é acompanhado pela
construção de uma nova verdade.
O gênero aforismo está e sempre esteve ligado à construção e desconstrução de
verdades aparentemente imutáveis referentes ao ser humano. Hoje está muito presente
nas redes virtuais, pessoas com muitos seguidores no Twitter provavelmente são bons
“aforistas”, pessoas que escrevem frases sintéticas de uma realidade comum com um alto
poder de representar e elaborar aquilo que muitos desejam escrever.
Um último aspecto interessante do gênero é sua intersecção com a literatura, primeiro
porque muitos autores literários o escrevem, e segundo porque muitos aforismos possuem
de fato uma estrutura narrativa. No famoso aforismo de Kafka, por exemplo: “Uma gaiola
saiu à procura de um pássaro”, podemos visualizar uma cena com dois personagens, o
pássaro e a gaiola. Os sentidos se invertem violenta e perceptivelmente, ao invés da
imagem tradicional de um pássaro buscando a liberdade fugindo da gaiola, temos o
oposto, a prisão em busca do prisioneiro. Para além de todos os aprofundamentos
possíveis no aforismo, é dado que temos em uma pequena frase com oito palavras uma
reinterpretação da ideia moderna de liberdade. O que acontece aqui é uma imagem que
segue uma lógica narrativa e dialoga com uma ideia prévia de liberdade, a forma usada
pelo autor para questionar uma verdade é a criação de um aforismo/microconto.
Talvez possamos encerrar este texto nada aforístico, e, portanto, pouco conclusivo, com
um aforismo de Drummond cujo título é “Aforismo”, diz o seguinte:
“O aforismo constitui uma das maiores pretensões da inteligência, a de reger a vida”
https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigo
s/artigo/889/aforismo-o-genero-pretensioso

Proposta de produção textual

Imagine a seguinte situação: seu professor de geografia criou um mural na sala de aula
cujo tema é o aumento da desigualdade social no Brasil. Todos vocês foram convidados a
fazer textos ficcionais ou não sobre o tema. Você, ao ler a charge abaixo, inspirou-se nela
para pensar em um ditado popular, em um aforismo contemporâneo sobre o tema. Após
traçar esse aforismo, resolveu fazer uma fábula cuja narrativa culmine no ensinamento
traçado por você.

Limite de linhas: 35

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.
_________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


Perfeito! Bom! Mediano. Insatisfatório. Não fez (0)

Sobre o gênero: estrutura da fábula (10)


Avalia-se nesse critério se o aluno redigiu estruturalmente uma fábula: A) há situação inicial; B) há conflito; C) há tentativa de solução; D)
há situação final; E) há moral (ensinamento); F) há animais/seres fantásticos.

Respeitou integralmente Desrespeitou uma das Desrespeitou duas das Desrespeitou três das
Desrespeitou
as características do tipo características. (7,5) características. (5) características. (2,5)
todas. (0,0)
de texto pedido. (10)

Sobre o gênero: qualidade narrativa (30)

Construção das personagens (15)

Há uma construção densa, Há uma construção Há uma construção Há uma construção Há uma
inventiva e coerente das coerente das personagens, coerente na maior parte das pouco coerente das construção
personagens, dando-lhes dando-lhes alguma vezes das personagens, personagens, incoerente das
densidade psicológica e densidade psicológica e dando-lhes pouca dando-lhes uma rasa personagens.
estereotipação (para cada estereotipação (para cada densidade psicológica e densidade psicológica e (0,0)
personagem que deve ser personagem que deve ser estereotipação (para cada estereotipação (para
isso). Usa animais falantes. isso). Usa animais falantes. personagem que deve ser cada personagem que
(15) (11,25) isso). (7,5) deve ser isso). (3,75)

Construção das partes da narrativa (15)

Situação inicial, conflito, Situação inicial, conflito, Situação inicial, conflito, Situação inicial, conflito, 3 ou todos deles
tentativa de solução e tentativa de solução e tentativa de solução e tentativa de solução e foram
situação final foram situação final foram situação final foram situação final foram trabalhados de
trabalhados todos de trabalhados de maneira trabalhados de maneira trabalhados, com muitos maneira
maneira densa, coerente e densa e coerente, com coerente, com alguns deslizes OU apresenta incoerente (0,0)
inventiva. (15) eventual deslize. (11,25) deslizes OU apresenta incoerência pontual em
incoerência pontual em um dois deles(3,75)
deles (7,5)

Desenvolvimento do assunto (30)

A narrativa contempla bem A narrativa contempla a A narrativa contempla de A narrativa contempla de Não contempla a
a temática da temática da desigualdade, maneira mediana a maneira muito superficial temática E/OU
desigualdade, é coerente e é coerente e culmina de temática da desigualdade a temática da não tem moral ou
culmina de maneira lógica maneira lógica na moral E/OU culmina na moral de desigualdade E culmina é incoerente.
na moral proposta.(15) proposta, com eventual maneira pouco produtiva, na moral de maneira
deslize. (11,25) com alguns deslizes no pouco produtiva, com
geral. (7,5) muitos deslizes no geral.
(3,75)

Aspectos formais: coesão e linguagem (30)

Textos em que se Textos em que se Textos em que se Textos em que se


Textos em que
articulam bem as partes. articulam as partes com articulam as partes de articulam as partes de
não se articulam
(15) poucas inadequações. forma mediana. (7,5) forma insuficiente. (3,75)
as partes.
(11,25)

Demonstra excelente Demonstra bom domínio Demonstra mediano Demonstra insuficiente Demonstra
domínio da modalidade da modalidade escrita domínio da modalidade domínio da modalidade precário domínio
escrita formal da língua formal da língua escrita formal da língua escrita formal da língua da modalidade
portuguesa. (15) portuguesa. (11,25) portuguesa. (7,5) portuguesa. (3,75) escrita formal da
língua
portuguesa

Tarefa: ler https://revistaeducacao.com.br/2019/04/28/a-era-das-certezas/

Aula 04 e 05
Devolutiva dos textos da aula anterior

A partir da leitura de "O que são aforismos e como sobreviveram em nossa era de
Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.
cinismo", retomar com os alunos o texto da aula anterior e propor reflexões:

O que você compreendeu da leitura de "A era das certezas"?


De que tipo de sociedade ela trata?
Qual tipo de relação você pode estabelecer entre os dois textos?

O que são aforismos e como sobreviveram em nossa era de cinismo


6 janeiro 2022

CRÉDITO,
GETTY IMAGES
Legenda da foto,
"Um aforismo é um romance em uma linha" - Leonid Sukhorukov, escritor ucraniano
Você provavelmente já disse e com certeza já ouviu ou leu: aforismos são textos curtos
que parecem resumir a verdade, como joias de sabedoria perfeita. São concisos,
profundos e didáticos.
Foi Hipócrates, 400 anos antes de Cristo, que usou essa palavra que herdamos do grego e
significava "definição". Chamado por muitos de "o pai da medicina", ele usava os aforismos
para resumir as regras estabelecidas para a prática médica.
Para Hipócrates, por exemplo, "a vida é curta e a arte é longa. A oportunidade é fugaz, a
experiência é enganosa e o julgamento é difícil."
Atualmente, os aforismos são menos práticos. A palavra agora indica um lampejo de
sabedoria geral, brevemente resumido com estilo. Alguns exemplos são "o que não me
mata me fortalece", de Friedrich Nietzsche, e "a dúvida é um dos nomes da inteligência",
de Jorge Luis Borges.
Adágios, provérbios, epigramas e máximas fazem parte dessa mesma família levemente
autoritária, da mesma forma que os slogans e jingles. Mas, neste clima cínico de 2022,
quando ninguém parece ter o monopólio da verdade e as vozes dos especialistas só
despertam dúvida e discórdia, será que essas pílulas de certeza perderam a validade?

Curiosamente, parece que não. Cada vez são publicados mais livros de aforismos e essa
forma de escrita floresce nas redes sociais. Será porque os aforismos são uma forma
literária muito mais humilde e complexa do que parecem?

Ideias cristalizadas

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


Os aforismos são tão curtos e enfáticos que parecem indiscutíveis, como uma porção de
sabedoria destilada. São a última palavra sobre algum assunto, polido e perfeito - o ápice
da comunicação.
Neste sentido, poderia parecer que os aforismos têm um tom arrogante. Mas muitos foram
criados com base na vulnerabilidade, na dor ou em alguma perda - e até mesmo na
enfermidade.
Diversos autores escreveram essencialmente seus aforismos no seu leito de hospital,
como o matemático, escritor e filósofo Blaise Pascal, que disse: "o coração tem razões que
a própria razão desconhece".
O escritor Franz Kafka criou aforismos enquanto tentava recuperar-se da tuberculose. Ele
se proibiu de dedicar-se a um trabalho mais longo e intenso, mas teve energia suficiente
para escrever aforismos como "a partir de certo ponto, não há retorno. Esse é o ponto que
deve ser alcançado."
Por isso, o aforismo tem sido uma forma de cristalizar ideias quando os pensadores
sentiam que sua saúde começava a falhar ou quando receavam não ter mais tempo ou
energia suficiente.
Dor divertida
Para outros escritores, o aforismo oferece um pouco de cor - um pequeno toque de um
talentoso poder para vozes que, de outra forma, estariam à margem da sociedade, como
as vozes das mulheres e dos homossexuais.
"A única coisa capaz de consolar alguém por ser pobre é a extravagância. A única coisa
capaz de consolar alguém por ser rico é a economia." Este é um exemplo dos muitos
aforismos brilhantes escritos pelo poeta, escritor e dramaturgo Oscar Wilde, que pertencia
à comunidade gay quando ela ainda era condenada - uma comunidade que foi associada
por muito tempo ao talento com os aforismos.
A lista é grande e inclui luminares como o ator, dramaturgo e compositor Noël Coward ("a
melhor parte de convidar alguém para ficar em casa é quando a pessoa vai embora") e a
romancista Gertrude Stein ("é preciso muito tempo para ser um gênio, você tem que ficar
sentado por muito tempo sem fazer nada").

CRÉDITO,
Legenda da foto,
"Uns causam felicidade por onde vão, outros sempre que vão", Oscar Wilde

Para o escritor Quentin Crisp, o motivo da atração dos escritores da comunidade LGBTQ+
por essa forma de expressão é a sua sobriedade.
"A maioria das pessoas é profundamente indiferente à dor e ao sofrimento dos demais",
segundo ele. "A única justificativa para introduzir esses temas em uma conversa é com fins
de entretenimento. Você deve deixar claro desde o princípio que a sua história é oferecida

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.


para diversão das pessoas e não para empatia. E, mesmo assim, a sua história deve ser
condensada em uma única anedota ou epigrama."
Segundo o poeta norte-americano W. H. Auden, "um sofrimento ou debilidade que não
pode ser expresso por um aforismo não deve sequer ser mencionado".
Em poucas palavras
Os aforismos permitem expressar sentimentos dolorosos com segurança, sem que você
seja ignorado ou que digam para você parar de reclamar. Eles serviram para pessoas com
experiências, opiniões ou conhecimentos que historicamente não foram reconhecidos ou
aprovados totalmente pela sociedade em geral.
E isso hoje em dia é ainda mais certo. As redes sociais como o Twitter amplificaram as
vozes dos marginalizados, pessoas trans, jovens, trabalhadoras sexuais, pessoas com
autismo e doentes crônicos.
As pessoas que se sentem oprimidas podem hoje contra-atacar sem interrupções. Mas
aqueles que o fazem com o talento e a elegância do aforismo conseguem ver suas
palavras ressoarem dramaticamente no silêncio criado por essa surpreendente forma de
expressão.
E, para encerrar, nada melhor que um aforismo: "Tudo já foi dito uma vez. Mas, como
ninguém escuta, é preciso dizer de novo" (André Gide, escritor francês).
https://www.bbc.com/portuguese/geral-59884923

Proposta de produção

Imagine a seguinte situação: haverá um concurso literário em sua escola. Os textos


ganhadores comporão um livro a ser publicado e enviado à comunidade escolar. Na
semana anterior ao lançamento do concurso, nas aulas de literatura, você encontrou o
bonito aforismo de André Gide: "Tudo já foi dito uma vez. Mas, como ninguém escuta, é
preciso dizer de novo". Por causa disso, resolveu escrever uma fábula cuja narrativa
culmine no aforismo de Gide.

Limite de linhas: 35

Área exclusiva para reprografia, por favor não altere.

Você também pode gostar