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1.Introdução.................................................................................................................................2
1.1 HISTÓRICO DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS....................................2
1.1.1 Desenvolvimento dos meios de transporte..................................................................2
JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................5
1.2 MOTIVAÇÃO.......................................................................................................................5
1.3 OBJETIVOS..........................................................................................................................6
1.3.1 Objectivo geral....................................................................................................................6
1.3.2 Objectivos específicos..........................................................................................................6
1.4 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS............................................................................................7
1.4.1 Máquinas de elevação e transporte............................................................................7
1.5 PRINCIPAIS TIPOS DE GUINDASTES.....................................................................................9
1.5.1 Guindastes hidráulicos para veículos..........................................................................9
1.5.2 Guindastes de transferência......................................................................................10
1.5.3 Guindastes/ LANÇAS GIRATÓRIAS.............................................................................12
1.5.4 Guindastes fixos ou gruas..........................................................................................13
1.5.5 Guindastes auto propelidos.......................................................................................14
1.5.6 Guindastes móveis “Reach Stackers”........................................................................16
1.6 COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM GUINDASTE HIDRÁULICO.........................................18
2-DIMENSIONAMENTO DAS LANÇAS.........................................................................................21
2.1 DESCRIÇÃO INICIAL DO SISTEMA......................................................................................21
2.2 OBJETIVO..........................................................................................................................22
2.3 CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DO EQUIPAMENTO........................................................23
2.4 CLASSIFICAÇÃO EM GRUPOS DA ESTRUTURA DOS EQUIPAMENTOS E SEUS
ELEMENTOS............................................................................................................................25
2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS EM GRUPOS...............................................................25
2.6 PARÂMETROS E ANÁLISES INICIAIS..................................................................................26
2.7 DIMENSIONAMENTO DA LANÇA SECUNDÁRIA.................................................................27
2.8 DIMENSIONAMENTO DA LANÇA PRINCIPAL.....................................................................31
1
1.Introdução
Para satisfazer esta necessidade, foi concebido um projeto de uma grua que possa
movimentar cargas de várias dimensões, formas e pesos.
O projeto visa desenvolver um guindaste com capacidade para suportar cargas pesadas e
de grande porte, proporcionando segurança e eficiência na movimentação de carga em
áreas como o setor de petróleo e portuário. A análise estrutural e simulação
computacional são aspectos fundamentais para garantir a integridade e segurança do
equipamento, bem como a sua eficiência operacional. Este trabalho é importante para o
desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendam às demandas do mercado
angolano e contribuam para o desenvolvimento econômico e social do país.
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Problema de Investigação
Realizar uma análise estrutural e simulação computacional de um guindaste com lança
retrátil para elevação de cargas de até 8 toneladas: estudo de casos na indústria
angolana.
1.3 OBJETIVOS
Projetar e analisar um guindaste com lança retrátil capaz de levantar cargas de até 8
toneladas, utilizando conhecimentos de mecânica dos materiais (e as demais cadeiras do
plano curricular de engenharia mecânica), elementos de máquinas e simulação
computacional.
Hipótese de Investigação
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atender a uma parte considerável da demanda nacional, proporcionando uma
solução viável, segura, eficiente.
Justificação de investigação
a) Delimitação:
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Focar na análise da viabilidade técnica do projeto do guindaste com lança
retrátil, considerando os desafios e limitações enfrentados pela indústria
nacional, como a falta de acesso a informações técnicas e econômicas, a
necessidade de simplicidade e facilidade de manutenção e montagem, e a
demanda por equipamentos capazes de atender as necessidades do mercado
nacional.
b) Limitação:
Metodologia de Investigação
Na primeira etapa, será realizada uma revisão bibliográfica sobre os conceitos básicos e
a classificação dos principais tipos de guindaste disponíveis no mercado nacional. Esta
revisão será baseada em informações disponíveis publicamente, tais como normas
técnicas e literatura especializada.
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Na segunda etapa, será realizada a análise de projeto e dimensionamento do guindaste
com lança retrátil. Esta análise será realizada com base nas informações obtidas na
revisão bibliográfica e em dados de simulação computacional disponíveis publicamente.
Serão analisados aspectos como dimensionamento das lanças principal e secundária,
cilindros, motores e outros componentes relevantes.
Estrutura do Trabalho
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8
CAPÍTULO 1-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em toda a sua existência sobre a face da terra, o homem teve que se movimentar
de um lado para o outro. Nessas andanças, para a sua sobrevivência, utilizava em épocas
remotas simples e unicamente suas forças físicas.
Assim, corria atrás da sua presa e, uma vez abatida, tinha que arrastá-la até sua
toca para poder degustá-la.
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Séculos mais tarde, o guindaste assumiu papel fundamental na movimentação de
cargas. Segundo o livro Cranes – Design, Practice and Maintenance, J. VERSCHOOF
(2002), o primeiro e mais arcaico guindaste foi criado pelos gregos e sua estrutura era
extremamente simples, bem diferente das gruas gigantescas que vemos hoje em dia nas
grandes cidades. Seu nome é Trispastos (Figura 1.1) e tinha a capacidade de içar até 150
quilogramas.
Com a chegada dos tempos modernos, a invenção da máquina a vapor, utilização dos
motores, máquinas e da eletricidade possibilitaram ao homem a movimentação de
materiais em grandes volumes, para longas distâncias.
A maioria dos guindastes eram feitos de madeira (Figura 1.2). Após a revolução
industrial, a grande maioria dos guindastes passou a ser construída com ferro fundido ou
aço devido às melhores propriedades mecânicas desses materiais. Durante os séculos
XVIII e XIX, foram elaborados os primeiros guindastes movidos a motores à vapor,
revolucionando o meio e aumentando consideravelmente a potência desses aparelhos.
10
Figura 1.2 - Guindaste de Roda Dentada
11
1.3 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
12
por exemplo, os guindastes que elevam a carga, orientam-na, mantêm-na suspensa e
parada, se preciso transportam-na para seu destino. Várias instalações de transporte,
como transportadores, truques e teleféricos, movem-se executando diversas operações
idênticas de trabalho, essas operações e as cargas uniformes que elas transportam
permitem ás instalações de transporte serem muito automatizadas, não apenas para
deslocar, mas também, para operar cargas e descargas.
Esses são aspectos característicos dos principais grupos de máquinas de elevação
e transporte, contudo, esses aspectos não são claramente definidos, o que o torna
extremamente difícil sua classificação, além do facto de esta classificação pode basear-
se em várias características, como por exemplo, Projectos, finalidades, tipos de
movimentos, etc (RUDENKO, 1776).
13
A Figura apresenta um exemplo de classificação de máquinas de levantamento.
Características e tipos:
14
Normalmente possuem capacidade de carga na ordem de 2 a 10 toneladas, com raio de
giro de 180º a 360º. Pode ser montados em diversos pontos do chassi.
FIGURA
Uso e aplicações: Para carga e descarga do veículo onde estiverem acoplados. Agilizam
o processo de transferência de, principalmente em locais onde não haja outro
equipamento, de cargas volumosas e variáveis (Postes, máquinas, cargas unitizadas (ou
montadas), blocos de tijolo).
Vantagens:
Versatilidade
Aumento de velocidade de carga e descarga
Operação simples
Limitações:
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A lança pode ser formada por um tubo, viga em I ou treliça, e ser rígida
telescópica ou articulada, com acionamento hidráulico. A fixação do guindaste pode
assumir diversas formas: em paredes, torres sobre trilhos(portos), acoplados em
camiões, etc.
Podem ser tanto fixos quanto permitir fácil transferências de local de trabalho. O
mecanismo de sujeição da carga oferece diversas possibilidades: pode vir preso na ponta
da lança, em cabos presos a porta da lança ou a um trole que se movimenta ao longo da
lança. Estes mecanismos podem ser ganchos, grabs,caçambas, pinças, eletroíman, etc.
Uso e aplicações: Onde quer que se deseje transferir cargas pesadas e de difícil
manuseio em curtas distâncias. São aplicáveis em depósitos de minérios ou sucata para
carga e descarga de camiões e vagões ou cargas de transporte contínuos; em terminais
marítimos para carregar e descarregar navios (normalmente com capacidade de até 50
toneladas);em linhas de montagens para transferir materiais pesados e de difícil
manuseio(motores, por exemplo); em construção civil para realizar transferência de
cargas entre pontos de estocagem ou preparação até os pisos de construção. Os tipos
móveis de menor capacidade, podem, por exemplo, ser acoplados em camiões, para
carregamento e descarregamento de cargas unitizadas ou de materiais diversos.
Vantagens:
Limitações:
16
Figura 1.7 Guindastes/ LANÇAS GIRATÓRIAS
Características e tipos
De coluna ou parede, em geral a lança é formada por uma viga contínua na qual se
acopla trole e talha, podendo ter giro da lança motorizada e, em geral, o equipamento de
elevação e trole motorizado. Sua fixação pode ser tanto em colunas próprias quanto na
estrutura do edifício (paredes,vigas colunas de concreto, etc).
Uso e aplicações:
Vantagens:
Limitações:
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1.4.4 Guindastes fixos ou gruas
São constituídos de uma torre, ou membro equivalente, onde é acoplado o braço para
uso do guincho da carga.
Características e tipos
Usos e aplicações
18
Na transferência de minérios, sucata, material de construção, conteineres,
paletes, sacaria ou equipamentos pesados. Os tipos portuários e de pátio
delocam-se sobre trilhos.
Vantagens:
Limitações
Características e tipos:
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Guindastes de transporte; que elevam e transportam carga até a sua capacidade
nominal.
Usos e aplicações
Vantagens
Limitações
20
Figura 1.10 Guindastes móveis “Reach Stackers”
Características e tipos
Raio de ação limitados possuindo pneus sem câmara, uso externo em pátios
nivelados e compactados, semelhante a empilhaderas de grande porte, podendo com a
retirada do spreader, ser transformado em guindaste para serviços múltiplos no
segmento de movimentação de cargas.
Usos e aplicações:
21
São utilizados basicamente para movimentar, transportar, empilhar e
desempilhar conteineres de 20 a 40 pés de comprimento e 9,5 pés de altura, pesando até
45t (conteiner+carga). Operando estacionado e sem patolas, pode, de um mesmo ponto,
atingir 3 pilahas (fileiras) de conteineres com 5,5,4 unidades de altura respetivamente.
Vantagens
Limitações
22
23
Sendo o caso de estudo um guindaste sobre pedestal, com acionamento hidráulico, vale
destacar os componentes principais de guindaste hidráulico.
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1. Conjunto tanque hidráulico
2. Filtro de Retorno
3. Motobomba
4. Coluna giratória
5. Cilindro hidráulico de elevação
6. Cilindro hidráulico de extensão II
7. Cilindro hidráulico de extensão I
8. Braço posterior
9. Lança I
10. Lança II
11. Lança III
12. Lança IV
13. Comando Hidráulico
14. Botão de acionamento (motor)
15. Gancho
16. Patolamento
17. Motor Hidráulico
18. Conjunto base
25
1.7 APLICAÇÃ DA NORMA ABNT8400 NO DMNSMNT ESTRUTURAL
26
1.7.1.2 Estados de carga
O estado de carga determina a frequência com que o guindaste levanta sua carga
máxima e valores perto de 50% dela. Para a determinação do estado de carga, foi
suposto que o guindaste levante com bastante frequência cargas próximas de 40% da
sua carga útil máxima e, algumas vezes, cargas próximas a sua carga máxima. Essa
informação, de acordo com a Tabela 2.2 - Estados de carga, faz com que o
equipamento se enquadre no estado de carga 2 (médio), com fração mínima da carga
máxima sendo P = ⅔.
A partir das classificações obtidas nos subcapítulos 2.3.1 e 2.3.2, as estruturas podem
ser classificadas em grupos, como disposto na Tabela 2.3 - Classificação da
estrutura dos equipamentos em grupos.
Tabela 1.3- Classificação em grupos da estrutura dos equipamentos e seus elementos
27
Com os dados obtidos anteriormente, com classe de utilização C e estado de carga 2,
a estrutura do equipamento deverá ser classificada no grupo 5.
Da mesma maneira que foi feita a classificação para a estrutura do guindaste, deve-se
fazer a classificação de alguns mecanismos que compõem o equipamento. Eles devem
ser classificados em grupos de acordo com a classe de funcionamento e o estado de
solicitação.
28
Para a classificação do mecanismo de acordo com a classe de funcionamento, deve-se
considerar a estimativa do seu tempo médio de funcionamento diário. Neste caso, será
igual ao tempo de funcionamento definido para a classificação da estrutura: 9h por dia.
De acordo com a Tabela 6.1 - Classe de funcionamento do mecanismo a seguir, nota-se
que o mecanismo é classificado dentro do grupo V4.
Considerando que o mecanismo será submetido durante tempos parecidos à cargas perto
da máxima e à cargas mais reduzidas, de acordo com a Tabela 6.2 - Estado de
solicitação do mecanismo, pode-se classificá-lo como parte do grupo 2, com P = 1/3.
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1.7.2.3 Classificação dos mecanismos em grupos
A partir da classificação dos mecanismos em função da classe de funcionamento e
estado de solicitação, pode-se obter a classificação de acordo com o grupo do
mecanismo, como visto na Tabela 6.3 - Grupos dos mecanismos, que será de importante
utilização nos cálculos mais à frente.
30
CAPÍTULO 2-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL
31
32
33
Nessa parte do projeto, serão feitos os cálculos de dimensionamento das lanças
primária e secundária. Será feita uma análise estática do conjunto de lanças e, a
partir dos resultados encontrados, serão calculadas as solicitações que devem atender
aos critérios de falha estabelecidos pela norma ABNT NBR 8400 (1984).
Também foi realizada uma análise por simulação computacional de esforços nas
lanças, no intuito de verificar as tensões sobre as mesmas. A análise encontra-se no
apêndice .
2.2 OBJETIVO
Como mencionado no capítulo anterior, o guindaste proposto tem o
objetivo de carregar cargas de diferentes dimensões, formas e pesos. Para isso, deve-se
ter um peso como parâmetro para a carga máxima a ser içada. Utilizado tanto em
navios como em trens e caminhões, o contêiner, equipamento comumente
utilizado para transporte de carga, foi escolhido como carga a ser utilizada como
parâmetro de peso para o cálculo desse projeto.
Como é esperado que o guindaste possa atuar em diferentes locais, sejam eles
espaços confinados ou mais amplos, é necessário que ele tenha um alcance razoável
para atender áreas que estejam um pouco afastadas da sua base.
Além disso, por ser utilizado em ambientes corrosivos sujeitos à ação do vento e
maresia, deve-se levar em conta esses efeitos na hora dos cálculos de vida útil e da
escolha dos materiais utilizados, definindo uma proteção extra contra a corrosão dos
elementos que compõem o equipamento.
Como o guindaste proposto é um equipamento móvel, considera-se sua
frequência de utilização como sendo de 12h por dia, um ciclo de 10 minutos, o que
equivale a 6 ciclos por hora (considerando o içamento de cargas medianas ou baixas),
cinco vezes na semana, sendo que o ano contém aproximadamente 52 semanas, e
esperando uma vida útil de aproximadamente 25 anos. Com esses dados, obtém-se um
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número de 4,68 x 10^5 ciclos de levantamento e, a partir desta informação, segundo a
Tabela 2.1 – Classes de utilização, o equipamento enquadra-se na classe C - utilização
regular em serviço intensivo.
O guindaste foi projetado com duas lanças. Uma lança principal, acoplada com
10 metros de comprimento e diretamente acoplada ao suporte giratório e uma lança
secundária, com 7 metros de comprimento, acoplada à lança principal. Juntas, as lanças
chegam a um comprimento total de 14 metros, já que 1 metro da lança secundária
necessariamente deve ficar dentro da principal quando a lança alcança seu comprimento
máximo, e um comprimento mínimo de 11 metros, já que 1 metro da lança secundária
deve ficar fora da principal ao ser retraída ao máximo.
Para a movimentação das lanças, inicialmente, serão utilizados dois cilindros.
Um primário, em contato com a lança principal a 7 metros após o suporte e que permite
o movimento de inclinação da lança para erguer as cargas. O cilindro secundário
viabiliza a união entre as lanças e promove o deslocamento da lança secundária,
variando o comprimento total 11 metros, quando está completamente encolhida, para 14
metros quando está esticada ao máximo.
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catálogos das principais fabricantes, faz parte do grupo de aços de alta resistência para
fins estruturais.
Com a tensão de escoamento em mãos, é necessário encontrar a tensão
admissível do material, visto que será fundamental para o decorrer dos cálculos deste
capítulo. Para isso, devese definir o fator de segurança que será utilizado no projeto
estrutural do guindaste. De acordo com a norma ABNT NBR 8400 (1984), há três casos
de solicitações:
Para o cálculo estrutural das lanças, definiu-se que será considerado o equipamento em
serviço normal com vento limite de serviço. Segundo a Tabela 2.5 - Tensões
Admissíveis à Tração Simples, a tensão admissível será obtida através da divisão da
tensão de escoamento pelo fator de segurança de 1,33.
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Assim, obtém-se a tensão admissível do material σadm a partir da tensão de escoamento
σe, conforme Eq. (2.2) abaixo.
σe 345
σ adm = → σ adm = → σ adm =259,398 Mpa (2.2)
1 , 33 1 , 33
Para definir o perfil da lança principal, deve-se fazer uma análise estática
considerando a carga máxima içada pelo guindaste e o peso da lança secundária. Como
a operação do guindaste, por questões de segurança e objetivos iniciais do projeto,
limita-se a angulação das lanças entre 30° e 70°, realiza-se esta análise com a lança
numa angulação de 30° com a lança secundária totalmente estendida, pois é onde há o
momento fletor crítico do projeto.
Uma das principais vantagens de usar um perfil circular para a lança secundária é que a
seção transversal circular tem uma distribuição uniforme de tensões em relação a uma
seção quadrada, que é mais susceptível a concentração de tensões em suas arestas. Isso
pode resultar em maior fadiga e redução da vida útil do equipamento.
37
Figura 2.1-Diagrama de corpo livre
38
Fonte: Autor/Ftool
Fonte: Autor/Ftool
Fonte:Autor/Ftool
39
Depois de obtido o valor do momento máximo Mmax= 271,924 kNm, conforme
Figura 2.5, é possível encontrar o módulo de resistência à flexão mínimo Wx min(Eq.
(2.3)) que será fundamental para a definição do perfil da lança principal.
Escolhe-se o catálogo de tubos estruturais da Vallourec para a obtenção dos perfis das
lanças utilizadas nesse projeto. De acordo com o catálogo, a barra de seção
circular de diamentro externo de mm com parede de 273 mm e parede com 25 mm
de espessura seria suficiente para suportar a carga, pois o seu Wx = 1108 cm3, que é
maior do que o Wx min encontrado.
Entretanto, considerando que o peso da barra, a ação do vento e outras solicitações
devem ser consideradas no cálculo do critério de falha, escolhe-se a barra de seção
circular com 40 mm de espessura, pois deve-se ter uma folga maior entre o valor
informado para o Wxe o Wx min. De acordo com o catálogo, Wx = 1500 cm3 para
esta barra de seção circular. Tabela 2.6 -
40
folga necessária entre as lanças principal e secundária que acople o mecanismo de
deslizamento.
Fonte:Autor/Ftool
41
Figura 2.7 diagrama da força cortante na lança principal
Fonte:Autor/Ftool
Fonte:Autor/Ftool
Depois de obtido o valor do momento máximo Mmax= 529,8 kNm, conforme Figura
2.8, é possível encontrar o módulo de resistência à flexão mínimo Wx min(Eq. (2.3))
que será fundamental para a definição do perfil da lança principal.
42
Escolhe-se o catálogo de tubos estruturais da Vallourec para a obtenção dos
perfis das lanças utilizadas nesse projeto. De acordo com o catálogo, a barra de
seção quadrada com dimensões externas de mm com parede de 400 mm x 400
mm e parede com 12,5 mm de espessura seria suficiente para suportar a carga, pois
o seu Wx = 2390 cm3, que é maior do que o Wx min encontrado.
m= ( 191kg
m )
∗( 10 m) → m=1.910 kg , equivalente a um peso de
43
191 kg 9 , 81 m
Lança principal q= × =1873 ,71 N →q lprinc=1,873 kN /m (2.5)
m s
2
230 kg 9 , 81m
Lança secundária q= × =2256 , 3 N → q lsec=2 , 26 kN /m (2.6)
m s
2
Figura 2.9- viga equivalente considerando o peso das barras totalmente extendida
Fonte:Autor/Ftool
Figura 2.10- Força cortante considerando o peso das barras, totalmente extendida
Fonte:Autor/Ftool
Figura 2.11- Momento Fletor considerando o peso das barras, totalmente extendida
44
Fonte:Autor/Ftool
De acordo com o diagrama acima, vê-se que o máxim momento devido o peso das
barras totalmente extendida é de 44,5 kNm.
Figura 2.12- viga equivalente considerando o peso das barras, Guinndaste retraído
Fonte:Autor/Ftool
Figura 2.13- Força cortante considerando o peso das barras, Guindaste retraído
Fonte:Autor/Ftool
45
Figura 2.14- Momento Fletor considerando o peso das barras, Guindaste retraído
Fonte:Autor/Ftool
De acordo com o diagrama acima, vê-se que o máxim momento devido o peso das
barras retraídas é de 20 kNm.
46
Tabela 2.8 - Valores do coeficiente dinâmico ψ
Como foi utilizada uma viga de caixa fechada tanto para a lança principal quanto
para a lança secundária e, sendo o valor da divisão do comprimento l e altura h da viga
igual a l/h = 8000/400 = 20 para a principal e l/h = 5000/270 = 18,52 para a
47
secundária,considera-se o valor do coeficiente aerodinâmico C, a partir da Tabela 2.10 -
Valores de coeficiente aerodinâmico, como sendo 1,6 para ambas as lanças.
Segundo a norma ABNT NBR 8400 (1984), “A deve ser interpretada como
sendo a superfície exposta ao vento pela viga, isto é, a superfície da projeção dos
elementos constituintes da viga em um plano perpendicular à direção do vento”. Com
esta definição em mente e, considerando que a velocidade do vento deve ser prevista na
direção mais desfavorável, foram realizados dois cálculos de área: um para o vento
incidindo lateralmente (perpendicular ao eixo da lança na sua posição horizontal) e
outro com o vento incidindo frontalmente (paralelamente ao eixo da lança na sua
posição horizontal).
2
Alat pr =10 × 0 , 4=4 m (2.8)
48
2
Alat sec =4 × 0,273=1,092 m
(2.9)
Neste caso, como há 1 metro da lança secundária dentro da lança principal, essa
área deve ser desconsiderada no cálculo da área da lança secundária exposta ao vento,
como feito na equação acima.
2
A front pr =0 , 4 −( 0 , 4− ( 2× 0,016 ) ) =0,0246 m
2 2
(2.10)
π
A front sec =
4
{ 2
} 2
0,273 −[ [ 0,273−( 2× 0 , 04 ) ] ] =0,0293 m (2.11)
2
O esforço em decorrência da ação do vento sobre uma viga pode ser obtido
através da Eq. abaixo:
F W =C × A × Pa (2.12)
F W princ =1 ,6 × 4 × 250=1600 N → F W =1 , 6 kN
49
M Wsec =FWsec ×b sin 30 (2.14)
Já para ação do vento sobre a carga suspensa, segundo a norma ABNT NBR
8400 (1984), pode-se considerar o valor do coeficiente aerodinâmico C igual a 1 e,
como serão utilizadas cargas de diferentes geometrias e tamanhos, considera-se que a
área de superfície exposta ao vento para cargas inferiores a 250 kN seja:
50
2.11 VERIFICAÇÃO DO CRITÉRIO DE FALHA PARA A LANÇA PRINCIPAL
Sendo que o momento gerado pelo peso da carga será o produto entre o peso da
carga e a distancia da extremidade, com a lança extendida, até o segundo apoio referente
ao cilindro de elevação, que para o nosso caso é 7 metros.Sendo que a análise está
sendo efetuada a 30 graus, a projeção dessa distancia no eixo horizontal fica 7*cos 30,
que é de d=6,062.
ML 475,745 kNm
S L= → S L= 3
→ S L =160,184 Mpa (2.18)
WX 2970 cm
A solicitação devida ao peso das barras SG, é calculada através da razão entre o
momento gerado pelo peso das barras e o módulo de resistência à flexão, segundo Eq.:
MG 44 , 5 kNm
SG = → SG = 3
→ S G=14 ,98 Mpa (2.19)
WX 2970 cm
M x ×(S G +ψ × S L )+ S w ≤ σ adm
51
1 ,12 ×(14 , 98+1 , 15 ×160,184)+ 4,125≤ 259,398
227 , 22 ≤259,398
Logo, como o valor 227 , 22 MPa é inferior ao valor da tensão de escoamento do
material, equivalente a 259 MPa, o projeto satisfaz o critério de falha.
Analisando a lança estendida e as forças envolvidas, percebe-se que o ponto crítico será
no final da lança principal, ou seja, a 1 metro de distância do início da lança secundária,
onde o omento fletor é máximo.
O momento devido à carga içada pode ser encontrado a partir da Eq.(2.21) abaixo:
52
Por último, a força do vento sobre a carga içada F Wcarga também é a mesma do
item anterior, porém, o momento será diferente, visto que a distância entre o ponto a ser
analisado e a carga é menor.
ML 271,863 kNm
S L= → S L= 3
→ S L =181,242 Mpa
WX 1500 cm
MG 15,632kNm
SG = → SG = 3
→ S G=10 , 42 Mpa
WX 1500 cm
M W sec + M W carga
SW =
WX
M x ×(S G +ψ × S L )+ S w ≤ σ adm
53
Assim como foi feito com a lança estendida para uma carga de 8 toneladas, deve ser
verificado se a barra retraída atende ao critério de falha ao erguer uma carga de 16
toneladas.
Todos os parâmetros estabelecidos pela norma para a lança estendida são os mesmos
para a lança retraída, bem como os cálculos das solicitações também são realizados da
mesma forma.
F W =C × A × Pa
54
ML 543,725 kNm
S L= → S L= 3
→ S L=183,072 Mpa
WX 2970 cm
MG 20 kNm
SG = → SG = 3
→ SG =6,734 Mpa
WX 2970 cm
M x ×(S G +ψ × S L )+ S w ≤ σ adm
55
análise dos cálculos, rotaciona-se a lança para a posição vertical, ou seja, uma rotação
de 20°, e um novo eixo é criado, no qual as forças analisadas serão projetadas. Assim,
obtém-se:
3 3 3
F Cprinc=( 8× 9 , 81× 10 +18,718 ×10 +11,270 × 10 )cos (20)
F Cprinc=101,926 kN
Para que não ocorra a flambagem, a força de compressão deve ser menor ou
igual ao esforço crítico de flambagem. Assim, deve-se calcular o mesmo para verificar
se as lanças irão flambar. Sendo E o módulo de elasticidade do material, I o momento
de inércia da seção transversal, Lf o comprimento livre de flambagem e k o coeficiente
de flambagem, cujos valores são iguais a 205 GPa, 59340 cm4, 12 m e 2,
respectivamente, obtém-se, segundo Euler, o peso crítico de flambagem através da Eq a
seguir.
2 2 9 −4
π × E × I π × 205× 10 ×5,934 ×10
PCri princ = 2
=
( K × Lf ) ( 2× 14 )2
(2.25)
→ P Cri princ=1531, 39 kN
De acordo com a norma ABNT NBR 8400 (1984), deve-se considerar um fator
de segurança igual ao adotado em relação ao limite de escoamento para obter a peso
limite de flambagem, ou seja, deve-se considerar um fator de segurança de 1,33 sobre o
valor do peso crítico.
P cr princ 1531 , 39
Padm princ = = → P adm princ =1151 , 42 kN (2.26)
1 ,33 1 , 33
56
Pode-se concluir, então, que a lança principal não irá flambar sob estas condições.
2 2 9 −4
π × E× I π × 205 ×10 ×2,046 × 10
PCri sec = 2
= → PCri sec=4139,608 kN
( K × Lf ) ( 2 ×5 )2
Portanto, conclui-se que a lança secundária não irá flambar sob estas condições.
O mesmo processo deve ser aplicado a esta etapa, sendo que será considerado o peso da
carga içada de 18 toneladas. Assim, obtém-se:
3 3 3
F Cprinc=(18 × 9 , 81× 10 +18,718 ×10 +11,270 × 10 )cos (20)
F Cprinc=194,110kN
Para o cálculo do esforço crítico, a mudança ocorre no valor de Lf, que possui o valor
de 8 m com a lança retraída. Assim, substituindo os valores na Equações, tem-se o peso
crítico e o peso admissível de flambagem abaixo:
2 2 9 −4
π × E × I π × 205× 10 ×5,934 ×10
PCri princ = 2
=
( K × Lf ) (2 ×11 )2
57
→ P Cri princ=2480 ,594 kN
Pode-se concluir, então, que a lança principal não irá flambar sob estas condições.
Portanto, conclui-se que a lança secundária não irá flambar sob estas condições.
58
principal, responsável pela movimentação das lanças em diferentes angulações relativas
ao solo, e outro, secundário, pela movimentação de extensão ou retração da lança
secundária.
A função desse pistão é estender e retrair a lança secundária. Para que isso ocorra, é
necessário definir, primeiramente, seu curso e a força que ele deve exercer. A partir dos
dados obtidos nos itens anteriores, tem-se que a lança estende-se até o comprimento de
14 metros e retrai-se até o comprimento de 11 metros. Assim, obtém-se o curso desse
pistão:
Para cálculo da força máxima a ser exercida pelo pistão, é adicionado o peso máximo da
carga a ser erguida ao peso da lança secundária.
Tem-se que a massa por unidade de comprimento da lança secundária é 128 kg/m.
Como a lança possui um comprimento de 5 metros, pode-se obter o seu peso total:
A carga máxima que o guindaste consegue suportar é a obtida com a lança secundária
retraída e na angulação de 70°, cujo valor considerado será de 18 toneladas:
Adicionando o peso máximo da carga a ser erguida com o peso da lança secundária,
tem-se a Eq.():
F pist sec =Plan ç a sec + P max=11,282+ 176 ,58 → F pist sec =187,862 kN
Depois de definido o curso do pistão e a força máxima a ser exercida pelo pistão, foi
escolhido o tipo de pistão CDH1 MS2, já que este pode ser fixado tanto na lança
primária como na secundária, de forma que a movimentação atenda aos requisitos do
projeto. O pistão CDH1 MS2 é representado na Figura a seguir:
59
Observando a Tabela 3.1 - Curso Admissível MS2, retirada do catálogo Hydraulic
Cylinders Mill Type (2017) da Bosch Rexroth, é possível definir os diâmetros do
êmbolo e da haste do êmbolo a partir do curso definido previamente, de 3 metros. Nota-
se que somente a partir do êmbolo com diâmetro de 100 mm é possível alcançar o curso
previamente estabelecido.
Com uma força de Fpist sec = 187,862kN e área do êmbolo de Ae = 122,72 cm2 ,
pode-se definir a pressão do sistema a partir da Eq.(3.5):
Como no catálogo só há pressões de 100 e 160 bar, define-se que a pressão do sistema
será de 160 bar.
60
Assim, através da Tabela - Peso do Cilindro observa-se que, como o modelo MS2 tem
uma massa de 92 kg e um adicional de 9,2 kg a cada 100 mm de extensão e o pistão tem
um curso de 3000 mm, obtém-se a massa total do pistão secundário através da Eq.():
3000
m pis sec =92+9 , 2× =368 Kg
100
→ P=3 , 61 kN .
Para a obtenção da força que o pistão deve exercer, primeiramente deve-se calcular a
força perpendicular às lanças no local de conexão do pistão principal com a lança
principal. Pode-se obter essa força através do somatório de momento na ponta da lança
próxima a base, considerando os pesos das lanças principal e secundária, pistão
secundário e carga de içamento já obtidos anteriormente, que são Plança princ=18,718
kN, Plança sec=11,270 kN, Ppistão sec=3,61kN , Pcarga=78,48kN e Pmax =176,58 kN.
61
8 F R =5 Plança princ + 8 ,5 Plança sec +11 P carga max
FR 266 , 47
F pist princ = = → F pist princ =1534 ,54 kN
cos 80 cos 80
Dentre as opções de pistão presente no catálogo Hydraulic Cylinders Mill Type, 2017
da Bosch Rexroth, o mesmo utilizado para escolher o pistão secundário, duas opções
foram possíveis, o CDH1 MP3 e o CDH1 MP5. A presença de rótula na base do pistão
CDH1 MP5 fez com que optássemos pela escolha do mesmo, já que essa permite a
rotação do pistão durante o movimento da lança. O pistão CDH1 MP5 é representado na
Figura a seguir:
Assim, através da Tabela - Peso do Cilindro observa-se que, como o modelo MS2 tem
uma massa de 556 kg e um adicional de 27,1 kg a cada 100 mm de extensão e o pistão
tem um curso de 6000 mm, obtém-se a massa total do pistão secundário através da Eq.
():
6000
m pis sec =556+27 , 1× =2182 Kg
100
→ P=21 , 4 kN .
62
MOTORIZAÇÃ O DO SISTEMA DE GIRO
Para dar mais mobilidade ao projeto e torná-lo ainda mais versátil, é necessária a
elaboração de um sistema que permita a rotação da base da lança, garantindo mais
amplitude.
Foi pensado um sistema capaz de girar 360° a uma velocidade de 0,5 m/s. Para isso,
serão dimensionados um motor a fim de fornecer o torque necessário a um sistema de
giro para movimentação do sistema. Além disso, deve haver a análise da velocidade e
aceleração angulares proporcionadas pelo motor e comparar com o esperado
inicialmente para o projeto.
63
DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DOS ELEMENTOS DE FIXAÇÃO
Elementos de fixação são algumas das partes mais importantes do projeto, já que, caso
sejam mal dimensionadas, podem causar enormes problemas para a estrutura do projeto
como um todo. Segundo Elementos de Máquinas de Shigley, BUDYNAS e NISBETT
(2011), “um dos objetivos-chave do desenho para manufatura é reduzir o número de
fixadores. Contudo, sempre haverá necessidade de fixadores para facilitar a
desmontagem por quaisquer propósitos”.
No projeto proposto, foram escolhidos pinos e olhais como fixadores dos pistões
hidráulicos e da lança. Os elementos foram escolhidos de acordo com as aplicações dos
mecanismos a serem fixados, seja para disponibilizar capacidade de giro ou para
facilitar um possível desmonte em caso de manutenção.
O pistão secundário será fixado nas lanças primária e secundária através de pinos. Na
lança primária, o pistão será fixado a 8 metros da base, enquanto que na secundária, em
sua extremidade oposta à base.
TABELA
64
Depois de selecionado o olhal, deve-se calcular o fixador que fixará o cilindro
secundário ao suporte localizado no fim da lança secundária. Como indicado na Tabela
X - Dimensões dos Olhais com Rótula CGA, o diâmetro do fixador deverá ser de 60
mm.
Tem-se que a tensão cisalhante τpino pode ser calculada através da seguinte fórmula,
onde Qpino é a força cortante, dpino o diâmetro do pino e σpino a tensão à
tração/compressão do pino:
Q pino 187,862 kN
τ pino= 2
= → τ pino=66,4423 MPa
d 0 , 06 2
π pino
π
4 4
Deve-se escolher o material que deverá ser usado para a fabricação do pino, que deverá
ter uma tensão cisalhante admissível maior do que a tensão cisalhante calculada sobre o
pino. A tensão cisalhante admissível τadm pino pode ser obtida através da tensão
admissível à tração/compressão σadm pino, que por sua vez, é obtida através da tensão
limite de escoamento do material do pino σe dividido pelo fator de segurança de 1,33,
de acordo com a norma NBR 8400:
σe
σ adm pino =
1 , 33
σ adm pino
τ adm pino =
√2
65
combinação de tenacidade, ductilidade e resistência mecânica, optou-se por escolher
esse material para a fabricação dos pinos. Assim, de acordo com as Eq.(4.3) e Eq.(4.4),
obtém-se os seguintes valores de tensão cisalhante admissível, considerando a tensão
limite de escoamento do material sendo 470 MPa:
470
σ adm pino = → τ adm pino =353,383 MPa
1 , 33
353,383
τ adm pino = → σ adm pino=249,879 MPa
√2
Com o aço já escolhido, pode-se agora obter o comprimento mínimo Lmin pino que o
pino deve ter:
2Q pino 2 ×187,862
Lmin pino = =
σ adm pino π d pino 353,383 × π ×0 ,06
Lmin pino =5 , 64 mm
A fixação do pistão secundário na lança primária será realizada através de pinos que
serão inseridos nos furos presentes nos pés do pistão secundário e furos que serão
realizados na lança primária. O desenho técnico do pistão secundário encontra-se a
seguir:
66
Figura
A partir da Tabela 4.2 - Dimensões para furos do pistão MS2, observa-se que a
dimensão US é de 313 mm, o que seria suficiente para que a fixação do pistão
secundário seja realizada da forma proposta, pois é menor do que a largura da lança
principal, que é de 400 mm.
O valor do diâmetro do pino que será utilizado para essa fixação é de 26 mm. Como
serão utilizados quatro pinos, considera-se que a força será dividida igualitariamente
entre eles. Portanto, de acordo com a Eq.(4.1) e a Eq.(4.2), a tensão cisalhante sobre um
pino será:
187,862
Q pino 4
τ pino= 2
= 2
→ τ pino=88,459 MPa
d pino 0,026
π π
4 4
Pode-se agora obter o comprimento mínimo que o pino deve ter, substituindo os valores
encontrados na Eq.(4.6):
187,862
2×
2Q pino 4
Lmin pino = =
σ adm pino π d pino 353,383 × π ×0,026
Lmin pino =3 , 25 mm
67
DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DOS PINOS UTILIZADOS PARA
FIXAÇÃO DO PISTÃO PRINCIPAL
O pistão principal será fixado à lança principal e ao suporte das lanças. Para isso, como
meio de fixar o cilindro à lança principal sem limitar o movimento rotacional da lança,
escolheu-se por utilizar um olhal com rótula na extremidade do cilindro. Observando
novamente o catálogo da Bosch Rexroth, o olhal que mais se adequa às dimensões
estabelecidas pelo cilindro CDH1 MP5 com diâmetro do êmbolo de 280 mm é o tipo
CGA120, como pode ser visto na Tabela 4.1 - Dimensões dos Olhais com Rótula CGA.
Do mesmo modo que foi calculado o pino para o pistão secundário, faz-se o mesmo
para os pinos do pistão principal, substituindo os valores nas Eq.(4.1) e Eq.(4.2):
O material escolhido foi o aço SAE 4340, o mesmo selecionado para a fixação do
cilindro secundário na lança secundária. Comparando a tensão cisalhante admissível
com a tensão cisalhante atuando sobre o pino, comprova-se que o aço SAE 4340 está
apto para ser utilizado no projeto do pino, de acordo com a Eq.(4.5):
2Q pino 2 ×1534 , 54
Lmin pino = =
σ adm pino π d pino 353,383 × π ×0 ,12
68
DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DO PINO UTILIZADO PARA FIXAÇÃO DA LANÇA
PRINCIPAL AO SUPORTE DA ESTRUTURA
Para o cálculo do pino de fixação do conjunto das lanças ao suporte da estrutura, será
considerada a força de compressão no momento mais crítico da estrutura, ou seja, com a
lança angulada a 70° em relação ao solo. A mesma força foi utilizada para o cálculo de
verificação de flambagem, de acordo com a Eq.(2.28), que consiste no somatório das
forças decorrentes do peso das lanças principal e secundária e peso da carga máxima
suportada pelo guindaste.
FC princ =101,926 kN
Assim como nos cálculos realizados para o dimensionamento dos pinos de fixação dos
cilindros hidráulicos, decidiu-se por escolher o aço SAE 4340 como material de
fabricação. Calcula-se o diâmetro do pino a partir da tensão cisalhante admissível do
material escolhido:τ pino
d min pino=
√ 4 Q pino
√
τ adm pino × π
=
4 × 101,926 ×103
6
249,879 ×10 × π
→ d min pino =22,789 mm
2Q pino 2 ×101,926
Lmin pino = = → L min pino=8 , 06 mm
σ adm pino π d pino 353,383 × π ×0,02278
Neste projeto, o comprimento do pino deve ser pelo menos igual à largura da lança
principal, ou seja, deve ser igual a 400 mm, o que é maior que o comprimento mínimo
encontrado.
69
70
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
Nesta seção serão apresentados os estudos realizados a partir de uma simulação de
esforços nas lanças do projeto a partir do software SolidWorks Simulation.
Primeiramente foi aplicada uma força igual à carga máxima definida para o projeto,
58860 N, na extremidade da lança secundária. O resultado mostrou que a maior tensão
presente na estrutura é bem menor que a tensão de escoamento do material utilizado
(Figura A.1 e Figura A.2), logo, essa barra não falhará.
71
Conforme a Figura A.2 demonstra, a maior tensão está nos vértices da seção reta da
estrutura, esse valor pode ser bem superestimado pelo software, já que, em arestas, a
área da malha tende a zero, então a tensão aparece bem aumentada em relação à
realidade do projeto.
Para estudo individual da lança principal, a fim de facilitar as contas, foi aplicada uma
força em sua extremidade com o mesmo valor aplicado na secundária (58860 N). Foram
considerados os apoios na base e no local de suporte para acoplamento do cilindro
principal. Conforme a Figura A.3 e Figura A.4, o resultado mostrou que a maior tensão
presente na estrutura é menor que a tensão de escoamento do material utilizado, com
isso, a barra não deve falhar.
72
73
A maior tensão ocorre na Figura A.3, justamente onde está localizado o suporte para
acoplamento do pistão. Novamente, este é um local de conexão, onde existem arestas,
que costumam ter a tensão bem aumentada pelo software, porque a área do triângulo de
malha tende a zero. Os valores de tensão neste local, apesar de ainda serem menores que
a tensão de escoamento do material, estão bem acima da realidade para o projeto.
Uma preocupação para a análise realizada para a lança primária é a utilização da força
de 58860 N na extremidade da estrutura, a 9 metros do suporte das lanças. Essa
aplicação não condiz com o projeto, já que as duas lanças juntas, com a lança
secundária totalmente estendida, possuem 12 metros de comprimento. A partir disso, foi
realizada mais uma simulação, desta vez com uma lança de 12 metros, com seção reta
idêntica à da lança primária (quadrada com 400 mm de lado e 16 mm de espessura).
Ademais, para essa simulação (Figura A.5), não colocamos a lança apoiada nas
aberturas circulares onde passa o pino de fixação da lança ao suporte giratório, fazendo
com que as tensões sejam ainda maiores na estrutura. Essa simulação deve maximizar o
quanto as tensões atingem o sistema como um todo.
74
A tensão máxima ocorre na área fixada (Figura A.6), em particular nos vértices da
seção, lugares particulares onde a área dos triângulos de malha tende a ser mínima.
Mesmo assim, a tensão indicada pela simulação mostrou-se menor que a tensão de
escoamento do material da lança, portanto o sistema não falha.
75
REVESTIMENTO EXTERNO
Para a escolha do revestimento, tem-se como base a norma N-2 Rev.L Revestimento
Anticorrosivo de Equipamento Industrial da Petrobras. Leva-se em conta a condição de
trabalho de um equipamento localizado em orla marítima ou píer, com temperatura de
operação de até 80°C.
De acordo com a norma, deve ser utilizada a tinta de zinco etil-silicato como tinta de
fundo (também chamada de tinta primária ou primer), esta tinta fornece proteção
catódica ao sistema em que é pintada, atuando como anodo de sacrifício, além de alta
resistência à abrasão. Atende à norma da Petrobras N-1661 e é aplicada por meio de
pistola convencional (com agitação mecânica) ou pistola sem ar (com agitação
mecânica).
As tintas epóxi-óxido de ferro e epóxi poliamida de alta espessura devem ser utilizadas
como tintas intermediárias. A epóxi-óxido de ferro fornece alta resistência na proteção
de aços, atende à norma Petrobras N-1202, devendo ser aplicada por meio de rolo,
pistola convencional ou pistola sem ar. Já a epóxi poliamida de alta espessura possui
ótima resistência à abrasão e resistência química e ao impacto. Atende à norma
Petrobras N-2628 e deve, também, ser aplicada por meio de rolo, pistola convencional
ou pistola sem ar.
A última mão de tinta a ser aplicada, como tinta de acabamento, é a tinta de poliuretano
acrílico. Essa tinta promove excelente resistência a respingos e derrames de ácidos,
álcalis, solventes, sais e produtos químicos. Atende à norma da Petrobras N-2677 e pode
ser aplicada por meio de pistola convencional ou sem ar.
76
equipamento. A maioria das recomendações propostas estão também presentes na NR
18 - Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção e NR 12 -
Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos.
MANUTENÇÃO
Para a extensão da vida útil e para o bom uso do equipamento, é essencial que o
operador ou a empresa responsável pelo equipamento realizem, periodicamente,
77
algumas atividades de manutenção, segundo as práticas listadas abaixo e de acordo com
o manual de cada elemento disponibilizado pelos fabricantes.
IMAGEM DE LUBRIFICAÇÃO
TABELA DE CUSTOS
78
Existem algumas formas de se obter um valor menor para o projeto, como negociações
com outros fornecedores e adaptações no projeto ou no escopo original. Vale ressaltar
que o custo da mão de obra, mobilização e montagem do guindaste não foram
considerados neste projeto, já que não estavam no escopo deste trabalho. Como um
guindaste com características semelhantes pode ser encontrado no mercado na faixa de
duzentos a quatrocentos mil reais, dependendo do fabricante e do tipo de guindaste,
considera-se o valor do projeto como dentro do esperado, visto que ainda necessitaria a
inclusão do sistema de giro e de um veículo, que não estavam no escopo deste projeto.
79
CONCLUSÃO
O objetivo inicial do projeto era a criação de uma máquina versátil para o transporte de
cargas diversas em diferentes locais de trabalho. A crescente demanda para exportação
de commodities no país aumenta a necessidade do desenvolvimento desse tipo de
equipamento, seja para auxiliar no escoamento ou na produção das mercadorias em si.
Outro fator que deve ser considerado é o custo do equipamento. Apesar de, nas
comparações, o custo total estar abaixo do preço de mercado de alguns guindastes,
deve-se atentar que ainda faltam alguns elementos e mecanismos que não fizeram parte
deste projeto e contemplam os guindastes disponíveis no mercado.
81
ANEXOS
82
83
Tabela 2.1- - Peso do Cilindro
84
Tabela 4.2 - Dimensões para furos do pistão MS2
85