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Curso Técnico de Enfermagem

Disciplina:
Fundamentos de enfermagem

Professor(a): Ísis Gonzaga

Banho no Leito – Aula 03


Introdução

As práticas de higiene em nossa sociedade são influenciadas pelos diversos


padrões socioculturais e familiares que sofremos no decorrer de nossas vidas.
Através de vários estudos, é comprovado cientificamente que os movimentos e
a fricção que são exercidos durante o banho podem estimular as terminações
nervosas periféricas e a circulação sanguínea, por isso muitas vezes a
sensação de conforto e relaxado é relacionada ao banho.
O Banho no Leito simplesmente se define pela a higienização da pele, técnica
que consegue trazer a redução de riscos de infecção e condiciona o paciente a
uma sensação de relaxamento;

O Banho no Leito aparece no patamar dos cuidados como muitos outros


procedimentos adotados pelos cuidados da enfermagem, contudo, requer que
exista um prévio planejamento, organização de pessoal e materiais (sempre
considerando as especificidades do paciente).
Os hábitos que caracterizam o banho (frequência, horário e temperatura da
água), podem ser definidos como cada pessoa deseja, porém, a sua
finalidade, independente dessas variáveis, é a de higienizar e limpar a pele. O
banho se caracteriza como o instante em que são retiradas todas as células
mortas, sujidades e microrganismos que estejam aderidos à pele.
Os místicos banhos públicos que eram direcionados para o esporte, para a
terapia e consequentemente para a higienização pessoal, foram ganhando
adeptos lentamente e somente anos após e com certa observação, os médicos
tomaram consciência dos benefícios da água e começaram a banhar seus
pacientes a força.
De acordo com estudos ocidentais, durante a época da Idade Média,
algumas pessoas deixaram de realizar os luxuosos rituais de limpeza
existentes na época até então, simplesmente não cultivando mais o hábito
da higiene pessoal, abdicando do costume do banho diário.

O homem medieval passou a reter o hábito de efetuar um banho ao ano


aproximadamente, com o passar das décadas e com a chegada e
exemplos das tribos indígenas foi que a vertente começou a mudar.
Na história, quem primeiro deixou evidente o hábito da higienização individual
foram os egípcios, talvez devido ao clima, mas é consenso que somente após
o Iluminismo o banho e a higienização corporal como um todo, se tornou na
simbologia de saúde e de purificação da alma e do corpo.
Após essa época (Idade Média), o ato de se banhar e se limpar
passaram a ter importância e se transformou em uma necessidade
humana básica muito importante, não importa se as pessoas estão
saudáveis ou doentes, contudo, existe uma piora no quadro de saúde
quando as pessoas estão enfermas, onde há uma possibilidade
aumentada de risco de infecções.

Claramente, o estresse, a mudança de rotina, a depressão, a carência do


indivíduo e os tratamentos contribuem para os problemas decorrentes de
higiene, talvez até aumentando o acúmulo de secreções. Levando em
consideração que o indivíduo doente esteja no âmbito hospitalar, esse
quadro pode ser mais propício às infecções, porque o ambiente onde ele
está contém presença de bactérias patogênicas.
O indivíduo confinado ao leito, provavelmente não pode praticar
exercícios físicos, portanto a sua única forma de estimular a circulação
é na hora do banho. A realização do banho no leito se for praticado por
técnicos de enfermagem, deverá sempre ser supervisionada, orientada
e avaliada pelo enfermeiro responsável.

O banho considerado uma arte por muitos, basicamente consiste na


fricção cutânea que estimula a circulação do corpo (tornando um
substituto do exercício, porém bem menos efetivo), auxilia na
manutenção da saúde corporal e mental do indivíduo e proporciona
sensação de conforto e limpeza ao paciente.
O Banho no Leito é umas das técnicas de procedimento que mais oferece ao
profissional proximidade e intimidade junto ao paciente, aumentando as
chances de conhecer melhor o paciente, agregando uma percepção maior do
estado emocional do indivíduo, assim bem como se torna possível observar de
perto o estado da pele e áreas que podem estar sofrendo algum tipo de
pressão e/ou descamação.
TIPOS DE BANHO

Imersão - banho na banheira;

Aspersão - banho de chuveiro;

Ablução (Parcial no leito) - colocar pequenas porções de água sobre o


corpo/ banhar regiões que provocam desconforto quando ficam sem banho;

Banho no leito (Completo no leito) - administrado em clientes totalmente


dependentes;

Banho seco - compressas de algodão umedecidas com solução de limpeza


sem enxaguar.
MATERIAL
Equipamentos e materiais necessários

 Carro de banho contendo: um kit banho (bacia, jarro e compressas);


 Álcool 70%;
 Sabão em barra individual e/ou sabonete líquido;
 Toalha de banho;
 Material para higiene oral (vide POP específico);
 Material para higiene íntima (vide o POP especifico);
 Pente (do paciente);
 Desodorante e hidratante (do paciente);
 Comadre e periquito, se necessário;
 Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
 Kit de Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01
fralda( S/N), jontex ( S/N), oleado e 1 fronha);
 Hamper;
 Biombos;
 Gaze IV;
 Micropore;
 Compressa não estéril (no mínimo 7).
Equipamentos de proteção individual obrigatórios:

 Luvas de procedimento;

 Capote;

 Gorro;

 Óculos de proteção;

 Máscara (tipo de acordo com a precaução respiratória)


Descrição da atividade

 Realizar a leitura da prescrição médica e de enfermagem;

 Reunir os materiais necessários para o banho (certificar-se antes, se


algum dos materiais já estão disponíveis na mesa de cabeceira do
paciente).

 Travar rodas da cama;

 Ajustar a altura da cama até a altura do quadril do responsável pelo


banho;Lavar as mãos conforme técnica estabelecida pela instituição;
 Paramentar-se;
 Avaliar o paciente;
 Explicar o procedimento a ser realizado;
 Interromper a corrente de ar;
 Posicionar os biombos, delimitando a unidade e resguardando a
privacidade do paciente;
 Aproximar o carrinho com todo o material reunido e o hamper do
leito;
 Dobrar a roupa de cama e colocar na ordem em que for ser
usada;
 Abaixar as grades do leito;
 Posicionar o leito (abaixar cabeceira e pés);
 Colocar o paciente em decúbito dorsal;
 Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde
permanecer;
 Retirar o travesseiro e colocar na cadeira;
Retirar cobertor e colocar no hamper;

 Realizar a higiene oral (vide POP específico);

 Realizar higiene do couro cabeludo e cabelos (vide POP


específico);

 Colocar água na bacia em temperatura previamente testada


(trocá-la sempre que necessário);

 Higienizar os olhos com movimentos delicados, do canto interno


do olho para o externo, com auxílio de uma compressa umedecida,
alternando as diferentes partes da compressa;
 Higienizar com movimentos delicados o rosto, orelha e a região
anterior do pescoço, usando água e sabão, enxaguando logo após.
Colocar o sabão líquido diretamente na luva que for ser utilizada para
Ensaboar;

 Desprezar a água utilizada na bacia;

 Enxaguar a bacia;

 Remover a camisola ou pijama, mantendo o tórax protegido com


lençol virol. Quando um membro apresenta lesão ou o cliente recebe
infusão venosa, remover a camisola começando pelo braço que não
apresenta problemas;
Higienizar e enxugar o membro superior, do punho à região axilar com
movimentos longos firmes e delicados;

 Posicionar a bacia sob as mãos do paciente, lavá-las enxaguá-las e depois


enxugar as mãos;
 Trocar a água S/N;
 Repetir o procedimento no membro próximo ao executor, na mesma
sequência;
 Higienizar e enxugar o tórax e abdome, sentido crânio caudal (não deixando
o paciente exposto), usando o lençol virol dobrando-o em pregas;
 Higienizar e enxugar os membros inferiores do tornozelo até a raiz da coxa,
do lado oposto ao que se está trabalhando, depois o mais próximo;Lavar os pés
dentro da bacia;
 Trocar a água da bacia e as luvas;
 Posicionar a comadre no paciente;
 Realizar higiene íntima do paciente (ver POP específico);
 Trocar, a água da bacia e as luvas, retirando a comadre;
Enxugar a região lavada, observando as condições da pele do cliente e
comunicando o enfermeiro se houver presença de lesão ou dermatite
associada à umidade;

 Mudar a posição do paciente para o decúbito lateral, com o dorso voltado


para o profissional executor;

 Higienizar e enxugar o dorso, nádegas e coxa;

 Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida e já


usada para o meio do leito, enxugando o colchão;

 Trocar de luvas para não contaminar a roupa limpa;


 Proceder à arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;

 Retornar o paciente para o decúbito dorsal; Vesti-lo;

 Pentear os cabelos do paciente;

 Trocar fronha;

 Utilizar travesseiros para colocar o paciente no decúbito mais


adequado;

 Rever posição de drenos e cateteres;

 Levantar a grade do leito;


Observar o nível de consciência do paciente;

 Recompor a unidade;

 Retirar os EPIs e lavar as mãos conforme a técnica estabelecida pela


Instituição;

 Registrar no prontuário o procedimento realizado e as anormalidades


detectadas, caso haja (dor, áreas hiperemiadas na pele, dispneia e etc);

 Realizar a checagem nos impressos (data, hora, procedimento, assinatura


e carimbo.
Observações sobre o banho:

 Realizar a leitura das prescrições;

 Realizar as mensurações das drenagens;

 Verificar pressão do cuff em pacientes traqueostomizados ou intubados;

 Verificar o posicionamento do paciente que se encontra com dieta por


sonda e interromper a infusão antes de abaixar a cabeceira (verificar antes
o resíduo gástrico);trocar a fixação da mesma.
 Durante a realização do Banho no Leito, observar as condições da
pele, massageando as regiões: dorsal, panturrilhas e planta dos pés
estimulando a circulação.

 Não utilizar cotonetes para a higienização do canal auditivo; retirar o


excesso de cerume com gaze úmida ou toalha de banho;

 Hidratar a pele do paciente conforme prescrição, após o banho;

 Caso o paciente tenha curativo, chamar o enfermeiro para avaliação;

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