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OIEE CALOURO!

Espero que as minhas anotações te ajude de alguma forma nessa reta final!

As minhas anotações de literatura são todas baseadas no melhor cursinho de

literatura que eu encontrei.

Recomendo muito que vocês conheçam o trabalho do professor @edir.literatura! Foi

ele o responsável por tornar o estudo da literatura tão leve e prazeroso

Um beijooo <3
Sagarana
Autor: Guimarães rosa

GUIMARÃES ROSA

• Considerado como maior ficcionista brasileiro

do século XX (terceira fase do modernismo).

• Guimarães tem sua obra caracterizada pela

recriação da linguagem (neologismos): não me

submeto a tirania da gramática e dos

dicionários dos outros

• Rosa utiliza-se de recursos poéticos na

construção do texto

• Sua sintaxe foge aos padrões tradicionais, seu

vocabulário mistura neologismos ao linguajar

do sertão e da cidade, eliminando os limites do

tempo e do espaco em sua narrativa. “O

sertão é o mundo’’ (REGIONALISMO UNIVERSAL)

CARACTERISITCAS

• Universalização do regionalismo

• Imaginário e realidade do sertão mineiro

• Análise interiorizadas das personagens,

reflexão existencial

• Metanarrativa: narrativa dentro da narrativa

• Manutenção do suspense

• A natureza, alem do cenário, é verdadeira

personagem das tramas: sua forca determina

os destinos do homem

• Prosa poética e grande inventividade na

linguagem
O burrinho pedrês
Narrador: terceira pessoa

EPÍGRAFE BURRINHO PEDRÊS INTRODUÇÃO: Apresentação da tensão

“E, ao meu macho rosado, • O começo do livro é a apresentação do burrinho,

carregado de algodão, é contato a longa experiencia que teve

perguntei: p’ra donde ia? • No começo da historia, a chuva deixa o gado

P’ra rodar no multirao atiçado. Sete de ouros tenta escapar da

confusão (no livro a presença da figura da


(Velha cantiga, solene, da roça)
personificação ou prosopopeia)

PERSONAGEM E CENÁRIO • Sete de ouros (burrinho) detesta conflitos

• Cenário: fazenda na tampa • A aventura só acontece pela força do acaso

• Proprietário do burrinho: Major Saulo (destino). Ninguém se lembraria do velho

• Sete-de-Ouros: animal miúdo e resignado, burrinho se alguns cavalos não tivessem fugido

idoso, beiço inferior caído. Outros nomes que por causa de uma tempestade na noite

tivera ao longo de anos e amos: Brinquinho, anterior. O seu erro foi estar na hora e no

Rolete, Chico-Chato e Capricho. lugar que poderia ser visto pelo dono da

• Major Saulo: dono da fazenda, corpulento, fazenda

quase obeso, olhos verdes. Só com o olhar • Faltava uma montaria para seus homens

mandava um boi bravo ir de castigo. Estava conduzirem uma boiada, o sete-de-ouros foi

sempre rindo escalado para transportar Joao Maniaco. O

• Joao maniaco: vaqueiro que montou no vaqueiro é ridicularizado pelos demais por ir

burrinho. Na volta trocou de montaria e montado em um burrico

escapou da morte • Antes da partida, Francolim, braço direito de

• Francolim: obedece as ordens de major Major Saulo, alerta o patrão sobre uma

• Silvino: vaqueiro; perdeu a namorada para desavença entre Silvino e Badu. Badu havia

Badu e planejava matar o rival na volta, tomado a namorada de Silvino

depois de deixarem a boiada no arraial. • Badu monta em um poldro e quase é derrubado.

• Raymundão: vaqueiro de confiança do Major Francolim observa que Silvino tinha atiçado o

Saulo. Enquanto tocam a boiada, vai contando animal, mas major Saulo nao parecida acreditar

a história do zebu Calundu. • O gado estava inquieto. Em seguida a natureza

• Zé Grande: vai à frente da boiada, tocando o da sinais de que algo trágico iria acontecer

berrante.
OBS: Alem da natureza expressiva, outro A TENSÃO ENTRE BADU E SILVINO

procedimento comum nos contos de Guimarães é • A tensão sobre a desavença continua.

a historia dentro da historia. Essas narrativas Francolim conta ao major. O major pede a

paralelas dão pistas sobre o que vai acontecer no opinião de Raymundao, que diz não haver

enredo principal. Assim durante a viagem os perigo. Badu já estava de casamento

vaqueiros contam historias marcado e Silvino tinha vendido as vacas

para ir embora. Mas o major acha estranho

HISTÓRIA PARALELA CONTADA DURANTE A VIAGEM que o Silvino tenha feito um negócio por um

• Ao observar uma vaca braba, Tote conta a preço muito abaixo do normal

história de uma vez em que ele e seu amigo

Josias toparam uma vaquinha fumaça que RAYMUNDAO VOLTA A CONTAR DO BOI CALUNDU

tinha dado cria é foram atacado. Tote • Raymundao volta a contar sobre a historia do

escapou, Josias não teve a mesma sorte e boi calundu. O major conhecia a historia: o boi

morreu (relacione essa historia como final do tinha matado Vadico, filho do fazendeiro

conto) Borges

• Antes de morrer, o garoto pediu para que nao

matassem o Calundu. O boi passou a noite


- d 0

• Raymundao conta para Badu a historia de um

berrando.”um gemido rouco, de fazer piedade


N
boi chamado Calundu. Raymundao conta que

Calundu era tão bravo que, certa vez, impediu e assustar’’. No dia seguinte amanheceu

uma onça de dar bote na mamada. Bastou um morte no meio do curral. O povo acredita que

olhar atravessado do boi, que a onda foi-se o boi tinha sido possuído por um espírito mau

embora

CHEGADA AO DESTINO

O CÓRREGO • Os vaqueiros finalmente chegam ao povoado,

• A chuva aperta e o major ordena que os onde entregam a boiada na estação de trem.

boiadeiros passem com cuidado pelo córrego. Os homens vão pernoitar na cidade e o major

Zé grande passa na frente tocando o Saulo, agora convencido que poderia

berrante e o rebanho segue em frente acontecer algo gravo, pede a Francolim que

fique de olho em Silvino e Badu


• Todos se retiram com suas montarias, deixando • A boiada tinha estourado e pisoteado os

apenas o burrinho para badu, que ficara para vaqueiros. Muitos morreram e outros ficarem

trás, porque fora comprar um presente para a aleijados. Do negrinho, minguem mais ficou

noiva sabendo (essa historia é mais um prenuncio da

• Completamente embriagado, badu monta o tragédia que esta por acontecer)

sete-de-ouros com dificuldade. Pelo caminho é

abordado por Francolim, que tenta alerta-lo APROXIMAÇÃO DO CÓRREGO

sobre o fato de estar desarmado, mas badu • Os vaqueiros se aproximam do córrego e o

reage mal pássaro “joao corta pau” (ave) começa a contar,

anunciando o perigo

A VOLTA DA VIAGEM • Silvino sugere que esperem badu, que vinha com

• Durante a viagem de volta, os irmãos Tote e o burrinho sete de ouros. O burrinho decidira se

Silvino conversam. Silvino afirma que matara iriam ou não entrar no córrego, porque burro nao

Badu assim que atravessarem o córrego. se mete em lugar onde nao pode sair

Francolim fica observando • Badu chega bebado abraçado ao burrico, Silvino

• Os vaqueiros pedem a joao maníaco que conte tenta se aproximar e Francolim tenta intervir,

uma historia que sucedera com ele e com tudo isso em meio ao canto do pássaro

major em Goiás. • O burrinho entra n’água e os cavalos vão atrás.

João manico, no entanto, se recusa a entrar por

A HISTORIA DO NEGRINHO causa do canto do joao corta pau. Juca decide

• Major Saulo trazia uma boiada muito magra e ficar com manaríamos alegando que estava

doente. Junto, vinha um negrinho enviado pelo resfriado

homem que vendera o gado • Os outros entram no córrego seguindo o

• O menino chorava pedindo para voltar para a burrinho, mas acabam tragados pelas águas.

fazenda, pois estava separado da mãe. Ao Diferentemente do burro que fica boiando, sem

anoitecer, começou a cantar uma cantiga pressa, os cavalos se debatem arrastando os

muito triste, deixando a boiada inquieta e os boiadeiros para a morte

homens abalados • Apenas o burrinho, badu e Francolim

• O maniaco pegou no sono e, ao acordar, ouvir sobreviveram

os gritos de alarme do patrão. • Sábio o burrinho volta a fazenda


ELEMENTOS PARA FIXAÇÃO

• O jogo de metanarrativas (historia dentro da

historia). Essas narrativas paralelas sao pistas

sobre o que vai acontecer no enredo principal

• A figura da personificação ou prosopopeia

• O burrinho como metáfora da sabedoria da

velhice

• A forca da natureza e os sinais que ela da

• O mote implícito “não vale a pena nadar contra

a correnteza”. Lição dada pelo animal, no

sentindo de que nao pode lutar contra a

natureza e contra o destino


A volta
do
marido
prodigio
A volta do marido pródigo
Ou traços biográficos de latino salathiel
(Narrado em terceira pessoa)

EPÍGRAFE

‘’Negra danada, sio, é Maria: O LIVRO - RESUMO

Ela da no coice, ela da na guia • Eulálio (Laio) é empregado na construção de um

Lavando roupa na ventania trecho da rodovia “Belorizonte-paulo”. Mulato,

Negro danado, sio, é heito esperto e carismático, não gosta de pegar no pesado

De calca branca, de paletó e sempre chega atrasado no serviço. Consegue

Foi no inferno, mas nao entrou! desdobrar o encarregado da obra, Seu marra,

(Cantiga de batuque, grande velocidade) contando historias sobre pecas de teatros as quais

nunca tinha assistido. Acaba vencendo a

PERSONAGENS desconfiança de todos pela sua lábia, falando de

1. Lalino Salathiel: todos os chamam de Laio. seus sonhos como a de possuir terras no Rio do

Mulato, malandro e contador de historia. peixe, ou de aventuras que ele jura ter vivido no RJ.

Garante que conhece a capital Rio de Janeiro, Ao puxar conversa com Corrêa, acaba distraindo o

2. Maria Rita: mulher de Lalino, trata-o com sujeito fazendo com que ele trabalhe em seu lugar.

respeito e carinho Seu generoso insinua que um dos espanhóis que

3. Marra: encarregado dos serviços, depois que a trabalhavam na mineração estava de olho na

obra acabou mudou-se para o arraial Ritinha, mulher de Laio. O malandro desconversa e

4. Ramiro: espanhol que ficou com maria Rita passa a falar de mulheres espanholas, francesas e

(Ritinha), a mulher do Lalino italianas..

5. Waldemar: chefe da companhia

6. Major Anacleto: chefe politico do distrito, No dia seguinte. Lalino acorda inquieto. Ritinha tenta

homem de princípios austeros, intolerante é seduzi-lo, mas o homem tem pensamento fixo nas

difícil de engambelar mulheres que imaginou

7. Benigno: inimigo politico do major

8. Tio Laudônio: irmão do major Anacleto, vivia Na revista, havia uma deusa loira, com lindos pés

isolado desnudos, e uma outra, morena, com muita pose e

9. Estevão: capanga respeitado do major pouca roupa; maria Rita perdeu

Anacleto . Pontaria invejável


A DECISÃO DE IR PARA O RJ A VOLTA DE LALINO

• Depois do almoço, decide mudar de vida e ir • Chegando no arraial, lalino deparou coma

para o Rio de Janeiro. Vende o carroção e o repreensão de todos pelo o que fez.

burro que tinha, acerta as contas com seu • Foi a casa de Ramiro para ver a Ritinha

marra. Na volta para casa, encontra o espanho usando o pretexto de que estava lá para

Ramiro, aquele que estava de olho na Ritinha e pagar a divida com o espanhol

surge a ideia de tomar dinheiro do estrangeiro. • Ramiro perdoa a dívida

Lalino conta que pretendia ir embora para o rio • Lalino nao tinha nenhum tostão no bolso,

sem a mulher, mas que lhe faltava dinheiro aceita o perdão da divida mas exige falar com

• O espanhol percebe a oportunidade de ficar Ritinha

com maria Rita e empresta o dinheiro, fazendo • O espanhol diz consentir, contato que esteja

o Laio prometer que nao voltara presente

• O malandro nao tem coragem de se despedir de • Lalino desiste de rever a mulher e pede

Ritinha. Deixa uma nota de 500 sobre a mesa e apenas para entrar na casa e pegar seu

vai embora no caminhão de miranda ate a violão

estação de trem

• Pede a miranda que contasse tudo a maria rita O INÍCIO DO ENVOLVIMENTO COM A POLÍTICA

• Ao acordar, lalino depara com seu Oscar, filho

O QUE ACONTECEU? do major Anacleto, chefe politico local

• Ritinha chorou por um mês, mas passados três • Oscar se admira com a lábia do mulato e

meses, vai morar com Ramiro. O povo condena a promete arranjar serviço para eles nas

conduta de Lalino, que teria vendido a mulher. eleições

• As obras da rodovia acabam e os espanhóis • A principio, major nao gostou da ideia de ter

compram um sitio e permanecem no. Local Laio como cabo eleitora. Mas o irmão do

• Mais de seis meses depois, Lalino está entediado major, Laudônio, era um homem sabido

da cidade, sem dinheiro e com saudades da aconselha Anacleto a contratar o mulato

maria Rita. Decide voltar:


• Lalino nao comparece no dia seguinte como o • Lalino conta que havia recuperado os votos do

combinado e o major manda o mulato ir papagaio, que tinham sido perdidos para o

embora adversário e ainda contará a cerca da

• O malandro, no entanto, pede desculpas e diz fazenda do pai de benigno, espalhando o gado

que esteja tomando pé da situação pela plantação do vizinho

• Mostra estar muito bem informado sobre as • O mulato, encerra a conversa dizendo ao

armações politicas do seu adversário, seu major que estrangeiro nao tem direito de

benigno, que já havia aliciado inclusive o vigário votar em eleição

• Laio é contratado e pede para ter o Estevão

como seu segurança. O major adverte que nao A SAUDADE DE RITINHA E O FURA OLHO DO OSCAR

quer confusão com os espanhois (o rolo do • Com saudades de Ritinha, Laio pede a Oscar

Ramiro - Ramiro era Espanhol) (filho do major) que vá falar com a moca em

• O major visita o vigário e oferece-lhe um cargo seu lugar

de inspetor escolar. Lalino estivera na • Diante da moca, Oscar acaba se apaixonado e,

companhia do vigário e conquistará a simpatia descontrolado, tenta beija-lá

do religioso, que pede ajuda do major, para • Maria Rita repele o filho de major e diz que

reconciliar o mulato com Ritinha gostava mesmo era do lalino

• Com raiva, Oscar diz ao contrario ao mulato,

A RECLAMAÇÃO DAS ATITUDES DE LAIO POR RAMIRO que a mulher nao ama-a mais o ex marido e

• Anacleto (chefe politico) e o filho passam pela que preferia o espanhol

chácara de Ramiro e este se queixa das

provocações de lalino. O maladnro passava As ARMAÇÕES DE LAIO CONTINUAM

gritando “Viva o brasil” e ainda jogava um beijo • Laio chega com novidades. Diz que garantiu os

para maria Rita votos da fazenda boa-vista, porque o filho de

• O espanhol ainda conta que Laio ainda de benigno tinha desonrado a filha mais nova de

amizade com o filho de benigno (seu opositor seu cesario.

politico) e o major fica furioso • Isso tudo era armação de Laio, que tinha

• Major confronta lalino que se justifica ensinado o rapaz a fazer resenhara e o

dizendo que nao provocara mais ngm ajudara a conquistar a garota


• O mulato afirma que, passadas as eleições ELEMENTOS PARA A FIXAÇÃO

fará o rapaz se casar com a moca • O conto é uma parodia da parábola do filho

• Laudonio afirma que um deputado na pródigo. Assim como no texto bíblico, o pecador

oposição viera de carro visitar benigno, mas é perdoado e aceito de volta

Anacleto nao se importa. Considerava a • Lalino é um herói picaresco, na mesma tradição

eleição ganha após as manobras de lalino de personagens malandros e hedonistas como

Leonardinho de memória de um sargento de

CONFLITO ENTRE RAMIRO E RITINHA milícias

• Mais tarde, o major é acordado com a • O poder de fala do herói esta representado em

chegada de Ritinha. Ela conta que o Ramiro, seu nome: ebulais vem do grego ëu” (bem

com ciúmes de Laio, a estava maltratando. O correto) + laleia (falar)

major pede para cuidarem da moça e manda • Há uma critica as praticas do coronelismo no

chamar lalino interior do brasil

• Nisso, major fica sabendo que o malandro

andava com um homem que viera de

automóvel pela estrada e conclui que era o

deputado da oposicao

• Fica indignado, mas o homem que estava no

carro nao era o debutado, mas sim um

secretario do governo. Laio havia parado na

estrada e convencido a visitar a fazenda do

major

• Grato, o major manda chamar Ritinha, que

chora de emoção ao encontrar lalino

• Quando aos espanhóis, o chefe diz que vai

pagar por suas terras e manda eles pra bem

longe
carapafted
.
Sarapalha
Narrador: terceira pessoa

EPÍGRAFE • Os primeiros a deixarem o lugar foram para o

“Canta, canta, canarinho, ai, ai, ai… cemitério; onde os demais foram-se para nao

Nao cantes fora de hora, ai, ai, ai… morrer. No lugar, onde o mato toma conta, destaca-

A barra do dia ai vem, ai, ai, ai… se uma fazenda restante, com uma discreta

Coitado de quem namora!… plantação de milho ao redor. Ali, primo ribeiro e

(O trecho mais alegre, da cantiga mais alegre, de primo argemiro, doentes da maleita, conversam

um capiau, beira rio) enquanto a preta ceição prepara o fogo

PERSONAGENS • A cena de desolação se completa com o dialogo

Primo Argemiro – Na região, vem conseguindo entre primos moribundos, que, entre as

sobreviver à malária. Tem febre e frio todos os dias, o tremedeiras causadas pela febre, buscam alivio no

baço sempre inchado, mas vai vivendo. No início da quinino (fármaco usado no tratamento da malaria),

doença, foi abandonado pela esposa, cujo efeito provoca zunido semelhante aos

Luísa; ela fugiu com outro homem, um boiadeiro. mosquitos

Primo Ribeiro – Como Primo Argemiro, vai sobrevivendo

à malária. Os dois moram isolados, numa região em • Nao é só a tapera que sofre com o abandono. Primo

que a febre já expulsou toda a gente. Apesar de ter ribeiro fora deixado pela mulher, Luísa, que fugira

terras em outra região, prefere ficar ao lado de Primo com outro

Ribeiro, tal a amizade que os une.

Prima Luísa – Mulher de Ribeiro. Morena, olhos pretos, O ASSUNTO DA MULHER

cabelos pretos… muito bonita. De riso alegrinho, mas • Ribeiro pede a argemiro que enterre no povoado,

de olhar duro. Fugiu com um boiadeiro. nao no vazio da tapera. Argemiro tenta puxar

Ceição – Preta velha. assunto, procurando evitar o tema da morte.

Jiló – Cachorro. Ribeiro conta que sonhou com a mulher, cujo o

nome nunca mais pronunciara. Resolveu falar

INTRODUÇÃO porque não aguentava mais sofrer calado e tinha

• o conto se inicia mostrando o abandono de um Argemiro como se fosse um irmão

lugarejo as margens do rio Pará por causa da

Malária
Ribeiro relembra o casamento. Estavam casados ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

há apenas três anos e ela fugiu com outro. • A epigrafe indica o tema do sofrimento amoroso

Ribeiro nao teve coragem de ir atrás da mulher, • O aspecto trágico deste conto contrasta com o

sentia-se envergonhado por nao ter coragem de anterior

matá-la - ferir a horna • A honra e o orgulho ferido

• A paisagem se identifica com o drama humano; o

abandono da tapera reflete o abandono dos dois

A PAIXÃO SECRETA homens deixados por Luísa, ao final as folhas

• Argemiro lembra-se da Luísa. Ele também a parecem tremer junto com Argemiro

amava, guardando esse segredo em respeito

ao primo.

• Ele mudou-se para o arraial para ficar perto

dela, mas jamais pensaria em trair a

amizade de ribeiro, ele sufocou os seus

sentimentos e Luísa foi embora sem saber

dessa paixão

• Ribeiro pede a Argemiro que conta outra vez

a historia da moca que fugiu (HISTÓRIA

DENTRO DA HISTORIA)

DESABAFO DE ARGEMIRO

• Argemiro vai buscar uma caneca de água

para ribeiro e este volta a louvar seu

companheirismo

• Argemiro nao consegue mais esconder a

verdade e resolve desabafar e expor seu

amor por ela

• Primo ribeiro sente-se traído e manda o

primo ir embora
o duelo
Duelo
Narrador: terceira pessoa
EPÍGRAFE

E grita a piranha cor de palha, irritadíssimo: INTRODUÇÃO DO LIVRO

- Tenho dentes de navalha e • A narrativa se inicia apresentando turibio todo:

com um pulo de ida-e-volto • Turibio, básico a beira do borrachudo, era seleiro

resolvo a questão!. de profissão, tinha pelos compridos nas narinas

- Exagero... - diz a arraia - e chorava sem fazer caretas

eu durmo na areia, de • No começo do livro ele estava certo

ferrão a prumo,

e sempre há um descuidoso A TRAIÇÃO

que vem se espetar. • Turibio tivera um dia ruim. Saíra para pescar e

- Pois, amigas, - murmura o gimnoto, esquecera o fumo, fora incomodado por

mole, carregando a bateria - nem quero pensar no mosquitos, topara com o pé em um toco, perdera

assunto: o anzol grande… Dissera a mulher que dormia na

se eu soltar três pensamentos casa do primo, mas acabava voltando para a

elétricos, casa com a mulher, silvana, em pleno adulterio

bote-poço, poço em volta, com Cassiano gomes. Turibio pensa duas vezes

até vocês duas antes de enfrentá-lo, porque o homem havia

boiarão mortas... servido no exercito

(Conversa a dois metros de profundidade)

O ENGANO E A REVIRAVOLTA

PERSONAGENS • Turibio no dia seguindo vai ate a cassa de

1. TURÍBIO TODO: seleiro, tinha pelos compridos Cassiano. Viu-o de costas, pela janela e acertou o

nas narinas, chorava sem fazer careta. homem pela nuca. Ocorre que ele tinha se

Papudo, vingativo e mau enganado, ele acertou as costas do irmão de

2. Dona Silvana: esposa de turibio, tinha grandes Cassiano, levindo gomes

olhos bonitos, cabra tonta • Agora é Casemiro quem prepara a vinganca.

3. Cassiano gomes: ex militar, fama de exímio Turibio foge e assim se inicia uma longa

atirador, tinha um caso com dona silvana perseguição. Cassiano vai sem pressa, falando

4. Vinte-e-um: caipira pequeno, matou turibio mal de turibio por onde passa
• Turibio fica longe por dois meses CASSIANO CONHECE TIMPIM (VINTE-E-UM)

• A doença piora no caminho e Cassiano teve

A VOLTA DE TURIBIO E O PLANO DE VENCER PELO CANSAÇO de parar em um lugarejo chamado arraial do

• Cassiano fica sabendo que turibio voltara ao arraial mosquito. Lá conhece timptim, também

com saudades da mulher e quase consegue pega-ló, chamado de vinte-e-um. (Era o mais novo

mas os dois nao chegam a se encontrar. Turibio entre vinte e um filhos). O capiau tinha três

contou a mulher que tinha boa saude, ao contrario de filhos: o primeiro morreu com 1 ano de idade,

Cassiano, que sofria do coração. Seu plano era vencer o segundo nasceu morto, e o ultimo estava

o outro no cansaço doente

• Turibio consegue despistar Cassiano por cinto meses e • Cassiano fica com pena da situação e da

meio. Sem pistas. Cassiano já sente o coração e decide dinheiro a timpim para que ele pudesse

voltar para a casa, esperando que o papudo fizesse o alimentar o filho e ainda pagou um medico

mesmo. Mal saíra a balsa levando Cassiano, apareceu • Quando Cassiano estava a beira da morte,

turibio. O barqueiro comenta que ouvira a historia de timpim beija-lhe as mãos agradecendo ao

Cassiano benfeitor

• Deixa de dar o seu dinheiro para a mae e da

COM A POSSIBILIDADE DE MORRER, CASSIANO PREPARA todo para o timpim (encomendou a morte de

VINGANÇA turibio)

• Turibio decide ir para São Paulo. De lá, manda cartas

para dona Silvana. Enquanto isso, Cassiano gomes O ENCONTRO DE TIMPIM COM CASSIANO

finge para todos que desistiu da confiança • Ao saber da morte de Cassiano por carta de

• Mas Cassiano piora do coração e o medico diz que ele dona silvana, turibio decide voltar ao arraial

estava com os dias contados. O homem decide partir para ficar ao lado da mulher. No caminho de

para São Paulo (dona silvana contou sobre o volta, encontra um capiauzinho. O capiau diz

paradeiro) para realizar sua vinganca que ouviu falar da historia. Os dois vão

• Despediu-se de todos, sabendo que nao voltaria cavalgando quando turibio é surpreendido

com a ameaça de morte


• Cassiano tenta comprar o menino mas ele não

aceita

• Assim, antes de morrer, turibio reza, mas

decidido a nao morrer “como um carneiro”tenta

sacar sua arma, mas é baleado com dois tiros

pelo timpim

ELEMENTOS PARA FIXACAO

Atentar para o fato de que o conto prolonga a

expectativa, mas o duelo entre ITuríbio e Cassiano

não acontece. O final é surpreendente, pois foi

doença que acabou com Cassiano e um humilde

capiau quem matou Turíbio. Como em outros

contos, o destino é implacável e não há como lutar

contra ele.

• O tema da honra do sertanejo, que leva primeiro

Turíbio, por ter sido traído, depois Cassiano pelo

assassinato de seu irmão, a buscarem vingança. Ao

final, Timpim também vai às últimas consequências

para honrar seu benfeitor e não aceita

negociações com Turibio, matando-o.

• Um relativismo acerca do bem e do mal, uma vez

que Turíbio começa certo, mas perde a razão ao

matar o irmão de Cassiano e considerando-se que

Cassiano começa errado cometendo o adultério,

mas termina sua vida ajudando um pobre capiau.

Os personagens sao humanos com qualidades e

defeitos
Minha
gente
Minha gente
Narrador: 1 pessoa

CONTEXTO
EPÍGRAFE
• O narrador (nao nomeado), vindo da cidade, vai
‘’Tira a barca da barreira,
passar algum tempo na fazenda do tio, Emilio,
Deixa Maria passar:
nos Tucanos. Observa com nostalgia e admiração
Maria é feiticeira,
a paisagem e os costumes da terra:
Ela passa sem molhar
• Na estação de trem, é recebido por José
(Cantiga de treinar papagaios)
malvino, empregado do tio Emílio, e por Santana,

um inspetor escolar aficionado pelo jogo de


PERSONAGENS
xadrez. No caminho o narrador e Santana jogam
1. Narrador: homem da cidade em passeio pelas
uma partida. O narrador coloca Santana em
fazendas dos tios, no interior de Minas Gerais.
xeque e o inspetor escolar anota o jogo em uma
Gostava da prima maria, mas casou se com a
carteirinha, decidindo adiar a continuidade da
Armanda, filha de uma fazendeira
partida
2. Santana: companheiro nas andanças do
• No caminho, o peão José malvino mostra sua
narrador, tem mania de jogar xadrez, mesmo
sabedoria e seus conhecimentos sobre a
quando estão andando de cavalo
natureza e também sua superstição por
3. Tio Emílio: tio do narrador, sofreu uma mudança
apontar lugares mal assombrados
radical depois que se meteu na politica
• Chegando a fazenda, o narrador se recorda do
4. Maria irma: uma das filhas do tio Emílio, no
tio, que certa vez demorara um mês em
passado, o narrador e ela foram namorados de
negociações para vender um novilho. O tio
brincadeira. Tem cintura fina, olhos grandes,
estava agora rejuvenescido, gracas ao seu
pretíssimos. Passou alguns dias no internato
envolvimento com a politica (politica do
5. Armanda, filha de fazendeiros; estudou no rj,
clientelismo)
acabou casada com o narrador
• Tio Emílio tem suas filhas, a mais velha, helena,
6. Bento porfírio: vaqueiro, gostava de pescar.
já é casada e nao vive na fazenda, a mais moca,
Envolveu-se com uma prima casada e terminou
maria irma, na foi namorada do narrador e por
salinado a foice pelo marido enciumado
isso recebe-o com desconfiança. O narrador se
7. José malvino: empregado do tio Emílio, homem
entusiasma ao conversar com a prima até a
sábio que mostra seu conhecimentos sobre a
moça dizer que esta quase noiva.
natureza
• Indagada sobre quem seria o pretendente, maria • Quando principia a debochar de Alexandre, o

irma desconversava. Abalado, o narrador tenta se outro aparece de surpresa e mata bento

converter de que nao viera ate ali para amar pórfiro com um golpe de faca, tombando o

ninguém corpo a agua do poço

A QUESTÃO AMOROSA DE BENTO PORFIRIO A PROTEÇÃO DO TIO EMÍLIO E O CLIENTELISMO

• O protagonista sai para uma pescaria com o • O Narrador corre para a casa e conta a

vaqueiro bento, que conta a sua historia (historia ocorrência ao tio, que protege o assassino

dentro da historia). Um parente queria apresentar para nao perder mais um vogo

sua filha, de Lourdes, para bento, na intenção de • Maria irma, por sua vez, fica com pena das

arranjar casamento. Ele, no entanto, preferiu sair mulheres

para uma pescaria com farra, sanfonas e

mulheres. Mais tarde, quando conheceu a prima, se RAMIRO E MARIA, O CIÚMES DO NARRADOR E A

apaixonou. Mas ela já estava casada com Alexandre APRESENTAÇÃO DE ARMANDA

(Xandão cabaça). Por pirraça, bento casou-se com • O narrador se sente cada vez mais

Bilica, mas a paixão pela prima virou caso de apaixonado pela prima. Os dois passeiam

adultério juntos e ele tenta, sem sucesso, uma

aproximação. Quando ela recebe a visita de

TRAGÉDIA NA PESCARIA um rapaz chamado Ramiro, ele sente ciúmes

• Fala do narrador “Horrível, horrível o que aconteceu. • O Narrador declara seu amor pela prima, mas

E quem convidou fui eu! Bento porfirio bem que nao ela diz nao acreditar. A moca nao se comove

queria ir. Eu era quem estava com saudades dos com suas juras de amor. Então o rapaz tenta

estranhos sussurros do poço fazer ciúmes, dizendo que ia visitar aldinha,

• Bento observa o canto triste do sabia (natureza que tinha sido a namorada de brinquedo. A

dando sinais). Sem cigarros, o narrador sugere que moca é filha de Juca soares, inimigo politico

fossem embora, mas o pescador queria ficar mais de Emílio, mas o tio parece ate gostar da

um pouco para falar sobre o amor pela prima- visita. A reação da maria Irma é feia. Não

amante. Conta que os dois já estavam combinados demonstra ciúmes algum. Mas afirma que o

de fugir juntos rapaz iria gostar da amiga Armanda


• Maria Irma tinha um plano, ela gostava de ELEMENTOS PARA A FIXAÇÃO

Ramiro, mas Ramiro era casado com Armanda. • Mais uma vez, o destino como uma forca

Para maria Irma ficar com ele, ela tentou superior, o que pode ser comprovado pelas

empurrar o narrador para a Armanda, para narrativas paralelas

assim, o Ramiro ficar livre • O amor trágico de bento porfirio pela prima,

que tentou lutar contra o destino e acabou

VISITA A ALDINHA E O JOGO DE XADREZ assasinado

• Durante a visita a aldinha, o narrador nao para • A partida de xadrez em que o narrador da um

de pensar na prima. Quando retorna a fazenda xeque sem Santana. Algum tempo depois

do tio, insiste em declarar seu amor por maria Santana demonstra que poderia vencer o

Irma e ameaça air embora jogo. No amor, o narrador tenta cercar maria

• A moca diz que ele deveria ficar, pois pretendia Irma, mas é ela quem vence o jogo, fazendo

apresentá-lo a Armanda. Frustrado com a com que o primo fique com a Armanda e

indiferença da prima, o narrador decide partir e ficando com Ramiro

passar uns tempos na fazenda tio Ludovico, em • As referências ao jogo politico do interior,

três barras com as práticas de aliciamento dos coronéis,

• Tempo depois, o rapaz recebe duas cartas: uma que vão desde favores, a cabides de

do tio Emílio comunicando sua vitoria nas eleições emprego, passando pela compra de votos e

e convidando-o para uma comemoração; a outra ate pela intimidação

de Santana, que estudando a partida de xadrez

interrompida, concluiu que o jogo nao estava

perdido

ARMANDA E O NARRADOR SE CONHECEM

• O narrador volta a fazenda e acha Emílio abatido.

O tio estava feliz com a vitoria, mas havia

gastado muito dinheiro. Maria Irma esta na

companhia de amanda e apresenta a amiga ao

rapaz. Os dois sentem algo como se já se

conhecessem a muito tempo


são
marcof
São Marcos
Narrador: terceira pessoa
EPÍGRAFE

‘’Eu vi um homem lá na grimpa do coqueiro, ai,ai • O narrador gostava desses passeios pela mata apenas

Nao era homem, era um coco bem maduro, oi-oi para contemplar a natureza, mas levava uma arma

Nao era coco, era a creca de um macaco, ai, ai para nao zombarem dele, que so ficava apreciando os

Nao era creca, era o macaco todo inteiro, oi-oi bichos e as plantas

(Cantiga de espantar males)

NO MEIO DO CAMINHO SE DEPARA COM O PRETO MAGOLO

PERSONAGENS • Nessa cena houve falas racistas e de muito

1. Narrador: José, um admirador da natureza, preconceito religioso

gostava de observar arvores, pássaros, rios, • “Pensei que era uma cabiúna queimada”

lagos e gente • ‘’Negro na festa é pão na testa’’

2. João Mangolo: preto velho. Morava no calango- • “Todo negro é cachaceiro, todo negro é vagabundo e

frito e tinha fama de feiticeiro todo negro é feiticeiro’’

3. Adrísio manquitola: sujeito experiente, contador

de historias, conhecia bem todas as pessoas da NARRADOR ENCONTRA COM AURISIO MANQUITOLA

cidade • José diz que aurisio tem medo do feiticeiro. O outro

4. Tio tranjao: sujeito meio leso, vendedor de peixe- responde que nao prefere abusar. Aurisio trazia

de-rio no arraial, ficou indomável depois de consigo uma fonte: é arma de sustancia. E ainda diz

aprender a oração de São Marcos que para foice nao tem nem reza

ENREDO IZE QUIS SABER DA REZA DE SÃO MARCOS

• O conto aborda o tema das crenças populares • Ize pergunta se a reza de São Marcos seria capaz de

• ‘’Naquele tempo eu morava no calango-frito e defender contra essa “arma”

nao acreditava em feiticeiros’’

• O Narrador, José (Izé) acreditava em muitas HISTÓRIA QUE RELACIONA A ORAÇÃO

das superstições comuns ao seu povo, mas nao • Aurisio conta o caso de Tião tranjao, que fora preso

em feiticeiros. Nos seus passeios pela mata das numa emboscada preparada pela esposa e pelo

três águas, José costuma passar em frente do amante. Na prisão, tranjao teria feito a reza de São

feiticeiro joao mangolo para provocá-lo Marcos a meia noite e, dotado de uma forca

sobrenatural fugiu da cadeia e deu lição nos traidores


CHOQUE CULTURAL + INTOLERÂNCIA COM A CULTURA • Izé chega ao final da mata, ouve o grunhido dos

AFRICANA porcos de joao mangolo. A fúria em que estava

• Seguindo o passeio pela mata, José encontra levou-o ao negro, que prestes a ser estrangulado

uns versos escritos em um bambuzal e resolve suplicou

escrever outros em desafio: o poema de Ize é • Mais calmo, ize faz um acordo com o joao mangolo,

uma sequencia de nomes de reis babilônios. entrega 10 mil reis em troca da paz

• Quando passa de novo pelo mesmo local, • Ao fina, tendo recobrado a visão, ize afirma; “e

encontra uma resposta do poeta anônimo (Izé como era bom ver!. E volta a descrever a natureza

passa a chamar esse sujeito misterioso de exuberante

“quem será’’): ‘’língua de turco rebatacho dos

infernos”. E seguem outros versinhos. ELEMENTOS PARA FIXAÇÃO

• Interessante observar o choque cultura, tema • Os versos da epigrafe mostram um jogo de ilusões

da estória principal com a intolerância do em que o indivíduo nao consegue distinguir o que

protagonista em relação a cultura de matriz vê. Semelhante a confusão que acontece com ize

africana em sua cegueira momentânea

• O protagonista é chamado José, nome bastante

A CEGUEIRA DE IZE comum. Compartilha do imaginário popular e de

• Depois de passar pela mata, ize sentiu sono e suas crenças (exceto em feiticeiros). Assim, o

recostou-se em uma arvore. Eis que é personagem é mais um em meio a tantos outros,

surpreendido por uma súbita cegueira. Cogita ganhando universalidade (assim como Severino)

que possa ser um eclipse total ou apocalipse. • O emprego de múltiplas sugestões sensoriais (tato,

Mas procurando se acalmar, transfere toda a visão, olfato) e da sinestesia na descrição da

sua atenção aos ouvidos, percebendo que os natureza

sons da mata continuam o mesmo • O tema do choque cultural e da intolerância.

• Tropeça, prende-se em cipós. Bate a cabeça em Injúrias racistas sao expostas

uma arvore, tenta então guiar-se pelo olfato e, • Apesar do conflito, tudo termina bem quando ize

mesmo conhecendo bem o lugar nao consegue da uma quantia em dinheiro em troca da paz

orientar-se. Desesperado, começa dizer a oração

de São Marcos
corpo
bechado
Corpo fechado
EPÍGRAFE • O narrador é um medico que se mudou para a

A barata diz que tem regiao da Laginha. Torna-se amigo de Manuel

Sete saias de filo fulo, que gostava de uma boa prova e fazia-se

É mentira da barata de valentão, embora fosse covarde

Ela tem uma só • Fulo se dizia descendente de Nho Peixoto,

(Cantiga de roda) maior negociante do loca. Também contava que

vivera com ciganos e que com eles

PERSONAGENS aprenderam a aplicar golpes. A figura patética

1. Narrador: medico morando num arraial do de Manuel fulo se completa com sua paixão

interior de Minas. Fez amizade com Manuel por sua mula beija flor. Manuel parecia

Fulo preocupar-se mais com o animal do que com

2. Manuel fulo: nao trabalhava. Gostava de moça sua noiva, das dor

cachaça e conversa fiada

3. Beija flor: A QUESTÃO DA MULA

4. Das dor: nova de Manuel fulo, pobre, mas muito • O curandeiro do lugar, toniquinho das águas,

bonito cobiçava a mula beija flor. Já Manuel fulo

5. Targino: o valentão mais temido do lugar. Era desejava uma sela mexicana que tonoquinho

magro, difícilmente ria possuía. O negocio nao dava certo. Um queria a

6. Antonio das pedras agua: feiticeiro mula para colocar a sela, o outro queria a sela

para colocar a mula

INTRODUÇÃO

• O conto se inicia com uma conversa entre o O CASAMENTO DE MANUEL E O TARGINO

narrador e um capiau chamado Manuel Fulo. Os • Manuel fulo comunica ao doutor que vai se

dois falam sobre os valentões famosos que casar. Os dois vão a venda para beber e

dominaram a região nos últimos tempos: José comemorar. Manuel conta de suas historias de

boi, adejalma, miligido, joao quintalinano e como havia um dia enganado os ciganos

Targino, o valentão da vez vendendo cavalos ruins preparados para

serem bons. Eis que surge o valentão Targino e

tal
• Antes de Manuel casar-se, Targino queria passar • Targinio puxou o revolver e Manuel dizendo

uma noite com a sua noiva, caso o contrario iria que estava com o corpo fechado, puxou

matá-lo apenas uma faquinha. Targino deu cinco tiros,

• Manuel fica com as pernas bambas. O medico, mas Manuel foi rápido e preciso, desferindo

indignado, instiga o amigo a reagir. Manuel um golpe certeiro no peito do vilão, matando-o

acaba dormindo na casa do doutor, • Ensandecido, Manuel continua esfaqueando,

completamente embrião chutando e cuspindo o morto, dizendo que era

• No dia seguinte, o medico percorre a cidade descendente de Peixoto

tentando obter ajuda para Manuel. O povo fica • Manuel fulo fez festa o mês inteiro e ate

assanhado, curioso para testemunhar uma adiou o casamento, porque o padre teimou que

maldade do valentão, que há tempo que nao nao matrimoniava gente bebada

aproveitava das suas • Manuel fulo ficou sendo um valentão manso e

• Um poderoso coronel nao quis intervir porque decorativo, como mantenca da tradição e para

tinha medo de Targino e ate mesmo o vigáro se a glória do arraial

limita a rezar pela vitima

• Até mesmo os parentes de Manuel entendem ELEMENTOS PARA A FIXACAO

que ele deve ficar quieto e permitir que Targino • A epigrafe remete a Manuel fulo, homem

passe a noite com das dor insiguinificante que sente a necessidade de

contar vantagens, de afirmar-se narrando

ANTONIO CURANDEIRO-FEITICEITO historias mentiras. Curiosamente, no final do

• O Antônio era “concorrente” do doutor conto, o protagonista acaba precisando mesmo

• Antonio sabendo do acontecimento ofereceu realizar uma façanha

ajuda (feitiçaria) ao Manuel em troca da beija • Semelhante ao que acontece no duelo, que

flor (a mula) tambem traz a honra do sertanejo, temos um

personagem tido como fraco e desacreditado

O CORPO FECHADO DE MANUEL (timpim em duelo e Manuel fulo em corpo

• depois do feitiço, Manuel sai a rua desarmado e, fechado) que surpreende mostrando sua

ao deparar com Targino grita “uma forca ao final

inconveniência acerta da mae do valentão”


conisa
de
boig
Conversa de bois
Narrador: terceira pessoa

EPÍGRAFE A IRARÁ

— Lá vai ! Lá vai ! Lá vai ! • A irara era genial, as vezes, mas no fundo nao

Queremos ver.. queremos ver passava de uma mulherzinha teimosa. A irara

— La vai o boi cala-a-boca virava a carinha para todas as bandas, tão serie e

Fazendo a terra tremer moca e graciosa, que se fosse mulher so se

(Coro do boi bumbá) chamaria risoleta

• Assim, a historia teria sido toda observada de

PERSONAGENS perto pela irara

1. TIAOZINHO: Menino-guia. Odiava o agenor

carreira, pois o malvado vivia fazendo carinho A HISTORIA

na mae de tiaozinho, mesmo quando o pai do • O garoto tiaozinho vai triste conduzindo uma

menino estava vivo carreta que transporta o corpo de seu pai junto

2. Agenor soronho: carreiro. Mandava em com uma carga de rapaduras

tiaozinho como se fosse pai dele • O pai do menino ficou muito tempo doente, cego e

3. Januário: pai de tiaozinho entrevado, a mae passou a se relacionar com o

dono da carreta, Agenor Soronho. Agenor é

INTRODUÇÃO mesquinho, só concorda em levar o corpo do

• O conto é narrado em terceira pessoa. O falecido para aproveitar o transporte de

narrador-escritor recria a historia que ouve de rapaduras

Manuel timborna, que por sua vez, diz tê-la • São quatro pares de bois que conversam durante o

ouvido de uma irara (mamífero semelhante a trajeto: Busca-pé, namorado, capitão bragato,

um furão) dancador, brilhante, realejo e Canindé. O boi

brilhante é triste, tem consciência de sua condição

PERSONIFICAÇÃO • Os bois se assselham aos homens pois tinha muita

• A personificação ou prosopopeia é figura convivência, ambos trabalham

fundamental nesse conto, já que começa com a • Critica social a exploração do trabalho

ideia de que a historia foi contada por um

animal
AGENOR ESTRANHA O COMPORTAMENTO DE BOIS • Agenor soronho ordena com rispidez que

• Agenor estranha o comportamento e manda tiaozinho acerte a condução dos bois. O garoto

tiaozinho ficar de olho. A conversa de bois pensa que ele poderia cair, mas nao cai.

prossegue mostrando que os bois tambem podem Agenor soronho, ,a sua terra, é o melhor

subjugar os homens carreiro do mundo

A VIAGEM SEGUE E O AGENOR É MALIGNO A HISTORIA DO BOI RODAPIAO É RETOMADA

• O Agenor fustiga os bois com ferroadas e implica • Certa vez, depois da seca, o boi que pensava

com tiaozinho. Culpa o menino pelo atraso e diz como homem resolveu matar a sede subindo

que nao vai se importar se o cemitério estiver em um barranco. O rodapiao acabou rolando

fechado morro a baixo e morrendo (ambição alem da

• O menino fica contendo o choro. Lembra o sua forca, extrapolando a condição natural)

sofrimento do pai e sente raiva da mae, que

deixava o agenor maltrata-ló porque era o • A viagem prossegue a agenor depara com

homem quem sustentava a familia toda. outro carreiro chamado joao bala, que acabara

Inconformado, o garoto jura que um dia, quando de sofrer um acidente. O carro de bois de joao

ficar homem vai dar uma lição em soronho havia se espatifado no morro. Agenor diz que

nao pode ajudar usando como desculpa o fato

A HISTORIA DENTRO DA HISTORIA de que estava carregando um defundo

• O boi brilhante tenta lembrar de algo perdido na

memória. É a historia do boi rodopiao, que OS BOIS COMEÇAM A SE SENTIR FORTES

pensava como um homem, falava como homem • Seguindo a estrada, tiaozinho vai chorando

pelo caminho, ainda meio dormindo. Soronho

A HISTORIA É INTERROMPIDA dorme na cabeça do carro. De repente, os bois

• A carrreta para a beira do Ribeirão. Tiaozionho e passam a se sentir fortes, capazes de

os bois bebem agua. Agenor fica na ponta do derrubar o carreiro

carro sem se molhar. O homem reclama da • Os bois encorparam o tiaozinho

demora e ironiza a morte do pai do menino


• os dois planejam o acidente • ambiguidade na cena em que os bois derrubam o

agenor da carreta. Os animais incorporam o

O DESFECHO tiaozinho ou é apenas um sonho do garoto?

• Ao acordar do sonho gritando, o menino atiça

os bois que derrubam soronho. O carreiro • esse conto pode ser considerado uma fábula

morre esmagado pela roda do carro. Tiaozinho moderna, pois temos animais personificado que

sente-se culpado praticam uma ação moral

• Ao final, a ironia do narrador, ao sugerir que

até o carro esta contente é mais uma

prosopopeia

ELEMENTOS PARA A FIXACAO

• A epigrafe é uma encenação na qual uma

pessoa incorpora a fantasia do boi, fazendo

seus movimentos. No conto, tiaozinho parece

incorporar nos bois do carro para derruba-;ló

• Outro aspecto é o contraste com a fragilidade

do homem

O TRIUNFO DA NATUREZA SOBRE O HOMEM

• O rodapiao que pensava como homem e

desafiou a natureza, morreu por sua

arrogância. Agenor soronho, alem de maltratar

os animais e o menino, tambem demonstrou

soberba ao subir o morro que o outro carreiro

hávia se acidentado e morre após ser

derrubado pelos bois


A hora e a vez de Augusto matraga
Narrador: terceira pessoa

PERSONAGENS EPÍGRAFE

• Augusto Esteves Matraga (nho augusto): o “Eu sou pobre, pobre, pobre

protagonista da historia é filho do poderoso Vou-me embora, vou me-embora

fazendo Afonso Esteves, que deixa-o uma bela Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui

herança. Nho augusto no princípio é um (Cantiga antiga)

valentão, temido por todos

• Dona Dionóra: esposa de augusto e mae da Sapo nao pula por boniteza

mímita. Sofre com o comportando do marido, Mas por precisão

que é frio e distante. Nho augusto trai a (Provérbio capiau)

esposa e a despreza

• Mimita: filha do casal. A menina é cuidada pela INTRODUÇÃO

mae e negligenciada pelo pai. Mimita acaba por • Nho augusto é o maior valentão de todo o lugar,

se apaixonar por um viajante, é enganada gosta de briga e de deboche, tira as namoradas e

ciando na vida mulheres de outros, nao se preocupa nem com a

• Ovódio moura: apaixonado por dona dionora, mulher nem com a filha e deixa a sua fazenda

ele propõe que a moca fuja com a filha dos arruinar-se. Um dia sobrevém o castigo: a mulher

braços do marido decide abandoná-lo

• Major consilva: arqui-inimigo de augusto, o • Dionora nao deixava o marido até então pode medo.

major quando percebe que augusto esta indo a Temia por si e pela filha, Mimita. Ovídio moura era

falência, consegue conversar todos do bando a apaixonado pela esposa de Nho augusto e suplica

migraram para o seu lado para que ela fuja com ele

• Mãe quiteria e pai sarapiao: um casal de • Dionóra aceita o chamado e vai. Quim Recadeiro fica

negros que acolhe Nho augusto após ter sido indignado e vai dar o recado a Nhô Augusto. Furioso,

atirado do barranco o patrão manda chamar seus jagunços. Em

• Joãozinho bem-bem instantes, Quim volta com notícia de que os

• Quím recadeiro: quem da recados capangas haviam também deixado Nho Augusto e

bandeado para o lado de seu maior inimigo, o Major

Consilva. Quim Recadeiro, porém, se mantém fiel ao

chefe.
NHO AUGUSTO LEVA UMA SURRA • Passaram-se anos, um dia, passou um tombador

• Nhô Augusto vai sozinho enfrentar o Major um velho conhecido, Tião da “Hereza”

Consilva. Chegando à fazenda do inimigo, foi • esse conhecido começa a contar o que estava

atacado pelos seus ex-capangas acontecendo, a esposa estava bem, a filha teria

• • Depois da surra, o Major ordena que os capatazes caído na vida, o major dominou toda a cidade, o

levem Nho Augusto para longe e marquem-no com quim recadeiro tentou vingar a morte de nho

ferro em brasa antes de matá-lo. Os homens augusto e morreu por causa dele

conduzem o infeliz à beira de um barranco e

queimam com ferro quente o glúteo direito. Na • Naquele dia, Augusto sofre muito. Ao saber que

mesma hora, Nhô Augusto dá um pulo, caindo a mulher estava feliz com outro, que a filha

penhasco abaixo. Os capangas, acreditando que o estava desgraçada e que Quim havia morrido

homem estivesse morto, resolvem colocar uma cruz por lealdade a ele. Chega a sentir a tentação da

no local e partir. vingança, mas temia o inferno e sabia que o

único modo de se redimir era deixar tudo para

A SALVAÇÃO DE NHO AUGUSTO trás e seguir a sua vida simples de penitência.

• No entanto, um casal de pretos velhos (Mãe Quitéria • O tempo vai passando, as estações vão

e Pai Serapião) salva Augusto. Muito ferido, com cortes mudando. Chegam as chuvas e seu poder de

e fraturas, chora. A preta aconselha-o a rezar. purificação. Aos poucos, Nhô Augusto vai

• Passaram-se meses de muita dor, em uma longa recuperando a alegria de viver. Sente que Deus

recuperação. Os pretos cuidavam-no sem descanso—— está retirando o peso de suas costas.

Mais alguns meses, sempre rezando, e Augusto já dá • uma vez, manhã, Nho Augusto acordou sem

sinais de melhora e consegue caminhar com o auxílio saber por que era que ele estava com muita

de muletas, embora ainda sofra muito por vontade de ficar o dia inteiro deitado, e

arrepender-se das maldades que fizera por toda a achando, ao mesmo tempo, muito bom se

vida. Decide partir com os pretos velhos para um levantar. Então, depois do cafe, saiu para a

sitiozinho desconhecido que ainda restava de suas horta cheirosa, cheia de passarinhos e de

posses. A partida se dá à noite, porque era uma verdes, e fez uma descoberta: por que não

verdadeira escapada. pitava?! ... Não era pecado... Devia ficar alegre,

sempre alegre, e esse era um gosto inocente,

que ajudava a gente a se alegrar...


O JOÃOZINHO- BEM-BEM '' • Aqui temos novamente a figura do burro, animal

• Certo dia, passa pelo arraial Joãozinho Bem-Bem, sagrado, como dito acima, sendo responsável pelo

famoso chefe de jagunços. Nho Augusto decide destino do personagem. Tal qual acontece no

acolher o grupo, oferecendo estadia e comida. O primeiro conto ("O Burrinho Pedrês*).

pistoleiro simpatiza de imediato com Nhô Augusto,

que demonstra interesse pelas histórias dos •Sem destino certo, levado pelo jumento, Nhô

jagunços. Em um dado momento, chega a Augusto esteve perto do Murici, mas foi parar no

experimentar uma carabina, mostrando boa arraial do Rala-Coco, onde coincidentemente estava

pontaria. o bando de Joãozinho Bem-Bem, de passagem rumo

• No dia seguinte, o bando de Joãozinho Bem-Bem se à Bahia.

despede.

• Nho Augusto pergunta pelo jagunço Juruminho.

• Depois da despedida, Nhô Augusto fica pensando Joãozinho conta que Juruminho fora assassinado

sobre a oferta do jagunço. Era uma grande tentação; pelas costas. Agora iria vingar-se do assassino

poderia voltar à vida de antes. Mas continua lutando fazendo a família pagar (era isso o que queria dizer

contra seus desejos. Trabalha muito durante a com "ajustar um devido, para não se deixar rabo

estação das chuvas, permitindo-se, às vezes, um para trás).

golinho de cachaça. Começa a sentir saudades das

mulheres, mas pensa que precisa continuar a sua •Nho Augusto põe-se a rezar pela alma de

penitência. Juruminho. Joãozinho Bem-Bem convida-o mais uma

• Observe a passagem do tempo marcada pela vez para integrar o bando de jagunços. Oferece as

mudança das estações: a temporada das chuvas armas de Juruminho.

(inverno) está ligada à purificação do personagem; a

seguir, a primavera sinaliza a renovação da vida, uma A seguir, chega um velho ajoelhando-se aos pés de

libertação. Joãozinho Bem-Bem. É o pai do homem que

assassinara Juruminho. Pedia que lhe poupasse a

Nho Augusto decide partir com um burro família. Oferecia-se para morrer em lugar do filho.

• Observe na sequência, que o velho chega a invocar

Deus em proteção à sua família. É um sinal para "A

hora e a vez de Augusto Matraga".


ELEMENTOS PARA A FIXACAO

• A epigrafe: "Eu sou pobre, pobre, pobre, / vou-me embora, vou-me

embora / Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daquil... "O trecho da

cantiga anuncia o tema da travessia, característico de Guimarães

Rosa. O personagem passa por uma grande epifania, por um processo

de transcendência, atingindo uma condição mais elevada. Esse

processo em "A hora e a vez de Augusto Matraga" é radical: o

protagonista passa de cruel malfeitor (Nhô Augusto) a humilde

penitente (Augusto Matraga), sendo capaz de dar sua vida para

salvar inocentes.

Observe que o nome Augusto Matraga só é empregado no final da

narrativa, sinalizando a "travessia" do protagonista a uma outra

condição.

• A outra epígrafe: "Sapo não pula por boniteza, mas porém por

percisão. "O provérbio indica a necessidade como aquilo que move as

ações do protagonista. No caso, a necessidade de redimir-se de seus

pecados, conquistando um lugar no céu.

Assim como no conjunto da obra e do destino. A mil Cança das estac

este conto destaca o poder da natureza

• (chuvas=pur ação /

primavera=retorno à vida) sinaliza novas etapas na vida do

protagonista.

Além disso, o jumento (assim como em "Burrinho Pedrês*) determina o

destino de Augusto, que se deixa levar pelo animal. Os encontros com

Joãozinho Bem-Bem, personagem que parece com o próprio Nhô

Augusto do passado, são coisa do destino. Ao final, o enfrentamento

com o jagunço, parece uma luta entre Augusto e seu próprio lado

demoníaco, com o triunfo do bem sobre o mal.

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