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APRESENTAÇÃO

A coletânea de questões referente às obras literárias do Vestibular Paes


Uema 2024 contém 60 questões de caráter autoral e adaptadas e foi
idealizada com o objetivo de conduzir, você, vestibulando Paes Uema à
aquisição de conhecimentos e informações acerca dos aspectos
interpretativos e gramaticais que podem ser encontrados nas referidas
obras literárias e, inclusive, serem abordados na prova do Vestibular Paes
Uema 2024.

É fulcral destacar que a equipe Literata Literária sente-se muito honrada e


expressa seu sentimento de satisfação em poder contribuir para o
aperfeiçoamento e desenvolvimento de seus estudos e deseja que esta
coletânea de questões possa ser útil em sua jornada de preparação para o
Vestibular Paes Uema 2024. Reconhecemos todo seu esforço e dedicação
empenhados em busca da tão sonhada aprovação e temos a certeza de que
você muito em breve estará na lista dos aprovados.

Outrossim, é válido destacar que, em se tratando da variedade de aspectos


presentes nesta coletânea, o nosso intuito foi de buscar e trazer os
conteúdos interpretativos e gramaticais que podem ser encontrados nas
obras literárias abordadas pela Uema. Nesse sentido, destacamos que são
conteúdos programáticos a serem evidenciados por meio de assuntos da
Língua Portuguesa e da Literatura recorrentes e que, portanto, possuem
elevada probabilidade de serem abordados no Vestibular Paes Uema 2024.

Por fim, desejamos que você, futuro aprovado no Vestibular Paes Uema
2024, possa fazer bom uso deste material de aprendizado e que o mesmo
represente base de estudo imprescindível para a realização da sua prova de
linguagens. Lembre-se de que “O Segredo do Sucesso é a Constância no
Objetivo” e “Se Você Pode Sonhar, Você Pode Realizar”.
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✓ ASPECTOS INTERPRETATIVOS E GRAMATICAIS

Questão 01

Em se tratando da obra literária Olhos d’água, da escritora Conceição


Evaristo, é incorreto afirmar que

a) no primeiro conto, o qual leva o mesmo título do livro, percebemos que


a autora vai além de uma construção vinculada apenas ao sofrimento.
b) na narrativa de sua obra, ela conduz o leitor a um aspecto da
ancestralidade e identidade afro-brasileira que perpassa e em alguns
momentos até acalenta a dura realidade de seus personagens.
c) as narrativas do livro são costuradas e umedecidas pelo choro dos
personagens, que desabrocham e suplicam, mesmo que em silêncio, do
lugar de opressão e submissão que ao longo da história foi designado a
eles.
d) em “Olhos D’água”, Conceição Evaristo constrói uma série de narrativas,
composta por 18 diferentes contos, que se entrelaçam ao relatarem a
história de mulheres e homens negros que sofreram e sofrem os mais
diferentes tipos de violência e depreciação na sociedade.
e) o prefácio que abre o livro sinaliza para a grande marca da autora: a
noção de escrevivência. Isto é, a escrita a partir de um lugar de enunciação
que é, também, e, sobretudo o da vivência da experiência narrada.

Questão 02

Em “Hoje, quando já alcancei a cor dos olhos de minha mãe, tento descobrir
a cor dos olhos de minha filha”, o advérbio presente no período em destaque
expressa corretamente o valor semântico de

a) continuidade.
b) arrependimento.
c) efetivação.
d) satisfação.
e) compunção.
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Questão 03
Leia atentamente o trecho abaixo referente ao conto Ana Davenga, da obra
literária Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.
“As batidas na porta ecoaram como um prenúncio de samba. O coração de
Ana Davenga naquela quase meia-noite, tão aflito, apaziguou um pouco.
Tudo era paz então, uma relativa paz.”
Sobre a conjunção em destaque, pode-se afirmar que

a) possui valor semântico concessivo e introduz oração subordinada


substantiva subjetiva.
b) possui valor semântico comparativo e introduz oração subordinada
adverbial comparativa.
c) possui valor semântico causal e introduz oração subordinada adjetiva
restritiva.
d) possui valor semântico aditivo e introduz oração coordenada sindética
aditiva.
e) possui valor semântico de consequência e introduz oração subordinada
substantiva consecutiva.

Questão 04

Leia atentamente o trecho abaixo extraído do conto “Ayoluwa, a alegria do


nosso povo”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Quando a menina Ayoluwa, a alegria do nosso povo, nasceu, foi em boa


hora para todos. Há muito que em nossa vida tudo pitimbava. Os nossos
dias passavam como um café sambango, ralo, frio e sem gosto. Cada dia
era sem quê nem porquê. E nós ali amolecidos, sem sustância alguma para
aprumar o nosso corpo”.

A oração em destaque exerce o valor sintático de

a) sujeito.
b) adjunto adverbial.
c) aposto.
d) complemento nominal.
e) agente da passiva.
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Questão 05

Sobre o livro Olhos D’Água, de Conceição Evaristo, é incorreto afirmar que

a) o livro traz histórias que abordam a dor, a violência e o preconceito que


rondam as vidas das personagens.
b) o conto que dá título ao livro apresenta uma história de reencontro entre
mãe e filha, por meio do mundo lúdico e leve da infância.
c) as escolhas lexicais e os nomes de algumas personagens remetem
claramente às influências de África, na literatura de Evaristo.
d) o título da obra remete, entre outros sentidos, ao sentimento e à emoção
que rondam a luta cotidiana das personagens.
e) o primeiro conto, o qual leva o mesmo título do livro, nos mostra que a
autora limita-se a uma construção vinculada apenas ao sofrimento.

Questão 06

Leia o texto a seguir para responder à questão.

“[...] Depois de um gesto lento e cuidadoso abriu as palmas das mãos,


contemplando-as. Sim, lá estava o vestígio do carinho. [...] Ela estava
prendendo um novo amor. Um amor que vivia e se fortalecia na espera do
amanhã, que se fazia inesperadamente nas frinchas de um momento
qualquer, que se revelava por um simples piscar de olhos, por um sorriso
ensaiado na metade das bordas de um lábio, por um repetir constante do
eu te amo, declaração feita, muitas vezes, em voz silenciosa, audível
somente para dentro, fazendo com que o eco dessa fala se expandisse no
interior mesmo do próprio declarante.”

Considerando o conteúdo, a linguagem e as personagens da obra Olhos


d’Água, de Conceição Evaristo, é correto afirmar que o texto

a) foi extraído de uma narrativa, cuja protagonista é apresentada como


mendiga, prostituta, louca - qualificativos que, obviamente, põem-na à
margem da chamada cidadania.
b) refere-se aos sentimentos da personagem Salinda, uma esposa em crise
que se entrega a um novo amor, ainda que seja preciso enfrentar o marido
violento, que a mantém presa ao casamento à força.
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c) conta parte da história de uma mulher anônima que tenta salvar a vida
de Ardoca, um homem “cansado por todos os dias, todos os trabalhos, e
por toda a vida”.
d) é um fragmento do conto “Quantos filhos Natalina teve?”, em que a
personagem engravida várias vezes, vira mãe de aluguel, vê-se obrigada a
dar os filhos a desconhecidos e, no desfecho da trama, acaba sendo
estuprada.
e) traz uma história que aborda a dor, a violência e o preconceito que
rondam as vidas das personagens ali envolvidas.

Questão 07

Sobre o conto de título homônimo presente no livro Olhos D’água, de


Conceição Evaristo, podem-se afirmar, de modo errôneo, que

a) a mãe da criança se mostrava sempre alegre, ainda que tivesse em


situações de desconforto.
b) a busca pela cor dos olhos da mãe reconduz a narradora para a infância
de privações e para a cidade natal. Quando do encontro entre mãe e filha,
esta conclui que os olhos da mãe eram como águas correntezas.
c) para driblar a fome, a mãe da personagem narradora brincava com os
filhos. Em alguns momentos era a rainha enfeitada de flores e as filhas eram
as princesas.
d) a mãe ria, um riso triste e molhado, quando brincava com as crianças,
inventando jogos para distraí-las da fome. Tanto a mãe, quanto a filha
tinham histórias de vida que se confundiam em relação à privação e aos
olhos de cor úmida.
e) a narrativa é conduzida a partir da lembrança que a narradora tem dos
olhos da mãe e da sua infância de privações. Portanto, o título Águas
correntezas é uma metáfora que se remete ao fluir da vida.

Questão 08

A coletânea de contos Olhos D’água, de Conceição Evaristo, caracteriza-se


pela presença marcante de mulheres negras e periféricas que assumem
uma condição de protagonismo nas narrativas. Assinale a alternativa que
apresenta a descrição verdadeira sobre essas personagens.
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a) Cida é uma mendiga que acredita poder voar. Chegou a tal condição após
ter mudado para a cidade, onde foi enganada por Esmeraldina e levada para
trabalhar em um prostíbulo.
b) Duzu-Querença deseja conhecer a praia de Copacabana. Após se mudar
do interior de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, passa a praticar corrida
no famoso calçadão da referida praia.
c) Natalina é uma mulher grávida que retorna do seu trabalho de diarista.
O ônibus em que se encontra é assaltado pelo seu ex-marido. Os
passageiros acreditam então que Natalina tem alguma ligação com o assalto
e assassinam-na por linchamento.
d) Ana Davenga era casada com Davenga, líder de uma organização
criminosa. Ao término de sua festa de aniversário, organizada pelo marido,
ambos acabam assassinados em confronto com a polícia. Ela carregava um
filho em seu ventre no momento da morte.
e) Ayoluwa, a menina que acabara de nascer, não representou a alegria do
nosso povo. Para o povo, ela nasceu foi em uma hora ruim para todos,
trazendo dias que passavam como um café sambango, ralo, frio e sem
gosto.

Questão 09

Analise atentamente o trecho abaixo extraído do conto “Ayoluwa, a alegria


do nosso povo”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Quando a menina Ayoluwa, a alegria do nosso povo, nasceu, foi em boa


hora para todos. Há muito que em nossa vida tudo pitimbava. Os nossos
dias passavam como um café sambango, ralo, frio e sem gosto. Cada dia
era sem quê nem porquê. E nós ali amolecidos, sem sustância alguma para
aprumar o nosso corpo”.

A vocábulo em destaque poderia ser substituído, sem acarretar prejuízo de


sentido, pelo equivalente

a) forte.
b) insípido.
c) fraco.
d) amargo.
e) mélico.
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Questão 10

Leia atentamente o trecho abaixo extraído do conto “Ayoluwa, a alegria do


nosso povo”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Os mais velhos, acumulados de tanto sofrimento, olhavam para trás e do


passado nada reconheciam no presente. Suas lutas, seu fazer e saber, tudo
parecia ter se perdido no tempo. O que fizeram, então? Deram de clamar
pela morte”.

A resposta à pergunta feita no fim do período nos remete a entender uma


semântica evidenciada de

a) finalidade.
b) consequência.
c) causalidade.
d) esperança.
e) temor.

Questão 11

Observe o trecho abaixo extraído do conto “Ayoluwa, a alegria do nosso


povo”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“O milagre da vida deixou de acontecer também, nenhuma criança nascia


e, sem a chegada dos pequenos, tudo piorou”.

A figura de linguagem presente no trecho acima é classificada como

a) personificação.
b) eufemismo.
c) sinédoque.
d) paronomásia.
e) sinestesia.
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Questão 12

Leia o trecho abaixo para responder a questão a seguir.

Hoje, quando já alcancei a cor dos olhos de minha mãe, tento descobrir a
cor dos olhos de minha filha. Faço a brincadeira em que os olhos de uma
são o espelho dos olhos da outra. E um dia desses me surpreendi com um
gesto de minha menina. Quando nós duas estávamos nesse doce jogo, ela
tocou suavemente o meu rosto, me contemplando intensamente. E,
enquanto jogava o olhar dela no meu, perguntou baixinho, mas tão baixinho
como se fosse uma pergunta que para ela mesma, ou como estivesse
buscando ou encontrando a revelação de um mistério ou de um grande
segredo. Eu escutei quando, sussurrando, minha filha falou: Mãe, qual é a
cor tão úmida de seus olhos?

(EVARISTO, 2011, p. 19).

A característica recorrente na prosa de Conceição Evaristo presente no


trecho acima é a (o)

a) identidade.
b) medo da morte.
c) fluxo de consciência.
d) hereditariedade.
e) resgate da memória afetiva.

Questão 13

Leia o trecho abaixo para responder a questão a seguir.

“À noite, quando reuníamos em volta de uma fogueira mais de cinzas do


que de fogo, a combustão maior vinha de nossos lamentos. E em uma
dessas noites de macambúzia fala, de um estado tal de banzo, como se a
dor nunca mais fosse se apartar de nós”.
Os vocábulos em destaque exercem função sintática e classificação
morfológica, respectivamente, de

a) adjunto adnominal e pronome.


b) sujeito e preposição.
c) adjunto adverbial e conjunção.
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d) complemento nominal e substantivo.


e) objeto indireto e verbo.

Questão 14

Observe o trecho abaixo extraído do conto “Ayoluwa, a alegria do nosso


povo”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“A partir daquele momento, não houve quem não fosse fecundado pela
esperança, dom que Bamidele trazia no sentido de seu nome”.

A frase em destaque introduz ideia semântica de

a) fim.
b) continuidade.
c) início.
d) extensão.
e) simultaneidade.

Questão 15

Um dos recursos estilísticos que cabe ressaltar dentro do processo de


criação da autora é o (a)

a) assinatura estética.
b) coesão inclusiva.
c) brutalismo poético.
d) elementos semânticos.
e) hifenização.

Questão 16

Leia o trecho abaixo extraído do conto “A gente combinamos de não


morrer”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Quem sabe os nossos Orixás que são Humanos e Deuses descrevam para
esse escritor outras e outras fomes, aumentando assim, mais ainda, a
perplexidade dele. Penso em Dorvi a todo o momento. Ele é para mim um
presente incompleto e um futuro vazio. Provavelmente Dorvi não virá mais.
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Ele que tinha um trato de viver fincado nessa fala desejo:


— A gente combinamos de não morrer.
— Deve haver uma maneira de não morrer tão cedo e de viver uma vida menos
cruel. Vivo implicando com as novelas de minha mãe. Entretanto, sei que ela
separa e separa com violência os dois mundos”.

Na oração em destaque pode-se afirmar a presença da figura de sintaxe

a) sinédoque.
b) silepse de pessoa.
c) metonímia.
d) silepse de número.
e) gradação.

Questão 17

Observe e analise o trecho abaixo extraído do conto “A gente combinamos


de não morrer”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

A morte brinca com balas nos dedos gatilhos dos meninos. Dorvi se lembrou
do combinado, o juramento feito em voz uníssona, gritado sob o pipocar dos
tiros:

— A gente combinamos de não morrer!

A figura de linguagem presente no trecho acima é classificada como

a) pleonasmo.
b) antonómasia.
c) metonímia.
d) eufemismo.
e) personificação.
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Questão 18

Observe e analise o trecho abaixo extraído do conto “A gente combinamos


de não morrer”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

Limpou os olhos. Lágrimas apontavam diversos sentimentos. A fumaça que


subia do monturo de lixo ao lado, justificava qualquer gota ou rio-mar que
surgisse e rolasse pela face abaixo.

O uso da pontuação predominante no trecho denota

a) o término de cada ação realizada.


b) uma continuação de fatos ocorridos.
c) o início de cada etapa descrita.
d) uma sequência acabada de eventos.
e) a pausa definitiva entre cada ideia expressa.

Questão 19

Analise o trecho abaixo extraído do conto “A gente combinamos de não


morrer”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Beth possuía Kimbá querendo ter certeza de que o homem era seu. Sabia
dele com Gustavo, aliás, o conhecera por meio dele. Há muito que o amigo
nutria uma paixão, um desejo intenso por Kimbá, mas não tinha tido a
coragem de abordá-lo. No dia em que Gustavo falou que ia apresentá-la a
um negro lindo, Beth não se entusiasmou”.

Do ponto de vista morfológico, os vocábulos em negrito são classificados,


respectivamente, como

a) substantivo, pronome, verbo, preposição e interjeição.


b) adjetivo, conjunção, advérbio, preposição e advérbio.
c) substantivo, pronome, substantivo, preposição e numeral.
d) advérbio, pronome, advérbio, verbo e interjeição.
e) substantivo, conjunção, verbo, preposição e advérbio.
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Questão 20

Analise o trecho abaixo extraído do conto “A gente combinamos de não


morrer”, do livro Olhos d’água, da autora Conceição Evaristo.

“Beth possuía Kimbá querendo ter certeza de que o homem era seu.
Sabia dele com Gustavo, aliás, o conhecera por meio dele. Há muito que o
amigo nutria uma paixão, um desejo intenso por Kimbá, mas não tinha tido
a coragem de abordá-lo. No dia em que Gustavo falou que ia apresentá-
la a um negro lindo, Beth não se entusiasmou”.

As orações em negrito podem ser classificadas, respectivamente, como

a) substantiva objetiva indireta e adverbial temporal.


b) adjetiva restritiva e substantiva objetiva indireta.
c) substantiva subjetiva e adverbial temporal.
d) substantiva completiva nominal e substantiva objetiva direta.
e) adverbial final e adjetiva explicativa.
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Leia atentamente o texto abaixo, um trecho do romance "Mar Morto", de


Jorge Amado, para responder as cinco questões seguintes.

Lei

Os barcos de pesca voltaram para o cais. Alguns mal tinham começado a


pescaria e não tinham feito ainda para as despesas. Rufino voltou com a
canoa do meio da baía. Saveiros que já estavam com as velas levantadas e
a âncora suspensa baixaram a âncora e arriaram as velas. No entanto o céu
era azul e o mar sereno. O sol clareava tudo e até clareava demais. Mesmo
por isso os barcos de pesca haviam voltado, Rufino trouxera a canoa para
o porto da Lenha, os saveiros arriaram as velas. A água foi mudando de
cor, de azul que era ficou chumbo. Severiano, um canoeiro decidido, veio
andando para o lado do cais dos saveiros. Vendo que os saveiros não saíam,
várias pessoas deixaram o mercado e tomaram o elevador. A maioria,
porém, se deixou ficar porque o tempo estava bonito, o céu azul, o mar
sereno, o sol brilhante. Para eles nada estava para acontecer.

Severiano se aproximou e falou para mestre Manuel e Guma:

– Vai ter coisa braba, hoje...

– Quem saí é que é doido...

Questão 21
Conforme o texto, é correto afirmar que os barcos de pesca voltaram ao
cais porque

a) a pescaria estava fraca.


b) o sol clareava tudo demais.
c) a água foi mudando de cor.
d) o tempo estava bonito.
e) o mar estava sereno.
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Questão 22
No trecho “No entanto o céu era azul e o mar sereno.” ( . 4), a expressão
"no entanto" expressa ideia de

a) adição.
b) adversidade.
c) causa.
d) conclusão.
e) conformidade.

Questão 23
No trecho “– Quem saí é que é doido...” ( .13), o uso das reticências
expressa semanticamente o valor de

a) decepção.
b) ironia.
c) preocupação.
d) raiva.
e) tristeza.

Questão 24
No trecho "– Vai ter coisa braba, hoje...", a linguagem empregada pode ser
classificada como

a) culta.
b) técnica.
c) coloquial.
d) jornalística.
e) crítica.

Questão 25
No trecho "Para eles nada estava para acontecer", o pronome "eles" refere-
se a que termo expresso anteriormente?

a) “várias pessoas”.
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b) “saveiros”.
c) “Rufino e Severiano”.
d) “barcos”.
e) “homens”.

Questão 26

No livro Mar Morto, de Jorge Amado, destaca-se a personagem Dulce, a


professora do cais. A seu respeito, é incorreto afirmar que

a) A professora angustia-se com a dura realidade dos homens do cais e


espera que aconteça um milagre para libertá-los.
b) Dulce defende o modo de vida dos marinheiros como a única alternativa
possível para uma sociedade melhor e mais justa.
c) Dulce, como sugere o seu nome, leva doçura e amor como alternativos
às crianças do cais, mas não consegue vencer as leis do destino que as
aprisionam.
d) A professora tem esperança de que surgirá uma alternativa que liberte
os homens marinheiros das redes de pesca e da morte certa no mar.
e) Dulce leva sente-se triste por sempre observar a realidade sofrida e
insólita em que vivem os marinheiros do cais.

Questão 27

As figuras de linguagem servem aos autores como estratégias para obterem


diferentes efeitos de sentido em seus textos. Destaca-se a metáfora, que
se realiza quando um termo substitui outro devido à relação de semelhança
entre eles; e a metonímia, que evidencia a substituição de uma palavra por
outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação ou
proximidade de sentido. Prosopopeia ou personificação consiste em se
atribuir ações, qualidades, sentimentos próprios dos seres humanos a um
ser inanimado ou a um animal.

É correto afirmar que a alternativa abaixo que apresenta uma prosopopeia


ou personificação é

a) As luzes do velho forte estavam apagadas. Também as lanternas dos


saveiros.
b) A chuva açoitava sem piedade os homens negros da estiva.
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c) Diante do copo de cachaça o preto Rufino não sorriu mais. Assim com a
tempestade, Esmeralda não viria.
d) Porque viera assim antes da hora, fora do tempo?
e) O que estava aguardando chamou um automóvel e os dois seguiram
silenciosos.

Questão 28

A símile também é uma figura de linguagem, e ocorre quando se estabelece


aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por
conectivos comparativos explícitos.

Assinale a alternativa em que aparece a comparação como um recurso


utilizado para conseguir um determinado efeito de interpretação do leitor.

a) "O vento arrancou a vela do saveiro e levou-a para o cais. Foi uma notícia
trágica."
b) "Até os guindastes pararam e os homens da estiva entraram para os
armazéns."
c) "Como um monstro estranho um guindaste atravessou a chuva e o vento,
carregando fardos."
d) "Diante do copo de cachaça o preto Rufino não sorriu mais."
e) "O homem que chegara na 3ª classe ficou olhando a cidade de costumes
diversos, de língua diversa."

Questão 29

Analisando o trecho abaixo, retirado do romance de Jorge Amado.

"Só ficou um homem que apertou a mão de outro quando ele desceu do
transatlântico:
-Tudo bem ?
-Tudo - sorriu o outro."

É correto afimar que o tipo de discurso evidenciado é

a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso livre.
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e) discurso bidireto.

Questão 30

Analise atentamente o trecho abaixo extraído do conto “Tempestade”, do


livro Mar morto, do autor Jorge Amado.

“Os homens se olharam e como que se interrogavam. Fitavam o azul do


oceano a perguntar de onde vinha aquela noite adiantada no tempo. Não
era a hora ainda. No entanto, ela vinha carregada de nuvens, precedida
do vento frio do crepúsculo, embaciando o sol, como num milagre terrível.”

A conjunção em negrito pode ser substituída, sem acarretar prejuízo de


sentido ao texto, pela equivalente

a) sobretudo.
b) outrossim.
c) todavia.
d) se bem que.
e) conquanto.

Questão 31

No trecho, “Os gemidos de Maria Clara eram como soluços de alegria,


quase em surdina, quase canção. Lívia tirou por um momento os olhos do
mar sereno e ouviu aqueles gemidos”, a conjunção em destaque introduz

a) oração subordinada adverbial conformativa.


b) oração subordinada adjetiva restritiva.
c) oração subordinada substantiva predicativa.
d) oração coordenada sindética explicativa.
e) oração subordinada adverbial comparativa.

Questão 32

No trecho “A noite se antecipou. Os homens ainda não a esperavam


quando ela desabou sobre a cidade em nuvens carregadas”, o vocábulo
em destaque tem valor semântico de
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a) circustância.
b) tempo.
c) modo.
d) surpresa.
e) espanto.

Questão 33

Analise o fragmento de texto abaixo:

“A noite veio, nesse dia, sem música que a saudasse. Não ecoara pela
cidade a voz clara dos sinos do fim da tarde.”

O trecho em destaque exerce, no período acima, a função sintática de

a) agente da passiva.
b) adjunto adnominal.
c) complemento nominal.
d) adjunto adverbial.
e) aposto.

Questão 34

Leia o fragmento de texto abaixo:

“Porque eles, o marinheiro e a mulher morena, eram familiares do mar


e bem sabiam que, se a noite chegara antes da hora, muitos homens
morreriam no mar, navios não terminariam a sua rota, mulheres viúvas
chorariam sobre a cabeça dos filhos pequeninos.”

O trecho em destaque exerce, no período acima, a função sintática de

a) sujeito.
b) objeto direto.
c) aposto.
d) adjunto adnominal.
e) complemento nominal.
Qualquer reprodução (total ou parcial) do conteúdo, sem prévia autorização, é proibida.

Questão 35

Sobre a obra literária Mar morto, do autor Jorge Amado, é correto afirmar
que

a) A história do livro se concentra em Gudong, um mestre de saveiro que


sabe que seu destino é morrer no mar. Ou melhor: nas águas verdes do
mar.
b) Escrito por Jorge Amado quando ele tinha já 62 anos, Mar Morto talvez
seja o livro que mais traga homenagens ao mar, ao cais, aos marinheiros.
c) A obra mostra como o baiano consegue trafegar por essa região do Brasil
que, geralmente, é retratada de maneira muito enaltecedora e relevante.
d) A vida dos marinheiros no cais de São Luís, com sua rica mitologia que
gira em torno de Iemanjá, é o tema central de Mar morto, um painel lírico
e trágico sobre a luta diária desses trabalhadores pela sobrevivência.
e) O livro parece ter uma cadência, um ritmo. Assim como Garota de
Ipanema foi composta para reproduzir as marés, Mar Morto parece que
segue a movimentação das ondas.

Questão 36

No trecho “O vento arrancou a vela do saveiro e levou-a para o cais como


uma notícia trágica”, é correto afirmar que as conjunções em destaque
classificam-se, respectivamente, como

a) subordinada adjetiva e subordinada adverbial.


b) coordenada sindética e subordinada substantiva.
c) subordinada adverbial e subordinada adverbial.
d) coordenada sindética e subordinada adverbial.
e) coordenada sindética e subordinada adjetiva.

Questão 37

Leia o fragmento de texto abaixo:

“O homem que chegara na terceira classe ficou olhando a cidade de


costumes diversos, de língua diversa.”

Em sua classificação morfológica, o termo em destaque classifica-se como


Qualquer reprodução (total ou parcial) do conteúdo, sem prévia autorização, é proibida.

a) conjunção integrante.
b) advérbio.
c) pronome relativo.
d) preposição.
e) substantivo.

Questão 38
Em “Não rolara sequer pelas ladeiras o baticum monótono dos candomblés
e macumbas”, o vocábulo em negrito pode ser substituído, sem prejuízo
de sentido ao período, pelo equivalente semântico

a) invariável.
b) único.
c) próprio.
d) entediante.
e) mutável.

Questão 39

Observe o texto abaixo:

A tempestade é a falsa noite.

A figura de linguagem presente no texto acima é a (o)

a) sinestesia.
b) símile.
c) metáfora.
d) eufemismo.
e) metonímia.
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Questão 40

Analise atentamente os dois fragmentos de texto abaixo:

“O vento arrancou a vela do saveiro e levou-a para o cais como uma


notícia trágica”.

“A chuva veio com fúria e lavou o cais, amassou a areia, balançou os


navios atracados, revoltou os elementos, fez com que fugissem todos
aqueles que esperavam a chegada do transatlântico”.

A figura de linguagem comum aos dois textos acima é a (o)

a) símile.
b) metáfora.
c) sinédoque.
d) antonomásia.
e) animismo.
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Questão 41

O texto a seguir é o prólogo da obra Primeiros cantos, em que o próprio


autor, Gonçalves Dias, traça o perfil de sua poética.

Primeiros Cantos (Prólogo)

Dei o nome de Primeiros Cantos às poesias que agora publico, porque


espero que não serão as últimas.

Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes, porque menosprezo regras
de mera convenção; adotei todos os ritmos da metrificação portuguesa, e
usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia
exprimir. Não têm unidade de pensamento entre si, porque foram
compostas em épocas diversas – debaixo de céu diverso – e sob a influência
de impressões momentâneas. Foram compostas nas margens viçosas do
Mondego e nos píncaros enegrecidos do Gerez – no Doiro e no Teia –
sobre as vagas do Atlântico, e nas florestas virgens da América. Escrevi-as
para mim, e não para os outros; contentar-me-ei, se agradarem; e se não...
é sempre certo que tive o prazer de as ter composto.

Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa
arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa
e cadente o pensamento que me vem de improviso, e as ideias que em mim
desperta a vista de uma paisagem ou do oceano – o aspecto enfim da
natureza. Casar assim o pensamento com o sentimento – o coração com o
entendimento – a ideia com a paixão – cobrir tudo isto com a imaginação,
fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o
sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia – a Poesia grande e
santa – a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu
a sinto sem a poder traduzir.

O esforço – ainda vão – para chegar a tal resultado é sempre digno de


louvor; talvez seja este o só merecimento deste volume. O Público o
julgará; tanto melhor se ele o despreza, porque o Autor interessa em acabar
com essa vida desgraçada, que se diz de Poeta.

Rio de Janeiro, julho de 1846.


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DIAS, Gonçalves. Primeiros cantos (Prólogo).


Disponível em: www.casadobruxo.com.br/poesia
Acesso em: 08 abril. 2023

Com base na leitura do texto acima, é correto afirmar que os traços


destacados pelo autor que prevalecem nos seus textos poéticos são

a) a liberdade formal, a imaginação criadora e a valorização do indivíduo.


b) padrão estético literário da época, influência de impressões
momentâneas e idealização do imaginário.
c) a escrita formal, uniformidade nas estrofes e ritmos de metrificação.
d) valorização do indivíduo, impressões sensoriais e adoção de ritmos na
métrica.
e) uniformidade nas estrofes, liberdade formal e adequação ao padrão
convencionado.

Questão 42

Leia atentamente os trechos abaixo:

“Dei o nome de Primeiros Cantos às poesias que agora público [...]”.

“Com a vida isolada que vivo [...]”.

“[...] cobrir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com
a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis
a Poesia [...]”.

As figuras de sintaxe presentes nos trechos acima são classificadas,


respectivamente, como

a) assíndeto, polissíndeto e gradação.


b) pleonasmo, ironia e metonímia.
c) polissíndeto, metáfora e gradação.
d) elipse, pleonasmo e assíndeto.
e) assíndeto, polissíndeto e elipse.
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Questão 43

Leia o fragmento abaixo, parte do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves


Dias.

“Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.”

A pronome relativo em destaque introduz oração subordinada

a) adjetiva restritiva.
b) substantiva subjetiva.
c) substantiva objetiva direta.
d) adverbial temporal.
e) adjetiva explicativa.

Questão 44

Leia atentamente o fragmento abaixo, parte do poema “Canção do Exílio”,


de Gonçalves Dias.

“Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

A locução conjuntiva em negrito expressa valor semântico de


a) finalidade.
b) condição.
c) consequência.
d) causalidade.
e) proporcionalidade.
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Questão 45

O autor maranhense Gonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil.


Desse modo, sua “Canção do exílio” pode ser considerada tipicamente
romântica posto que

a) apoia-se nos cânones formais da poesia clássica greco-romana; emprega


figuras de ornamento, até com certo exagero; evidencia a musicalidade do
verso pelo uso de aliterações.
b) exalta a terra natal; é nostálgica e saudosista; o tema é tratado de modo
sentimental, emotivo.
c) utiliza-se do verso livre, como ideal de liberdade criativa; sua linguagem
é hermética, erudita; glorifica o canto dos pássaros e a vida selvagem.
d) poesia e música se confundem, como artifício simbólico; a natureza e o
tema bucólico são tratados com objetividade; usa com parcimônia as
formas pronominais de primeira pessoa.
e) refere-se à vida com descrença e tristeza; expõe o tema na ordem
sucessiva, cronológica; utiliza-se do exílio como o meio adequado de referir-
se à evasão da realidade.

Questão 46

O autor romancista Gonçalves Dias se destaca no panorama da primeira


fase romântica pelas suas qualidades superiores de artista. Com base nessa
prévia análise, é possível afirmar corretamente que nele:

a) a pátria é retratada de maneira que se tenha um registro fiel da sua


fauna e flora, sem interferência da emoção do poeta, como em “Canção do
Exílio”.
b) a persistência de traços do espírito clássico impede o exagero do
sentimentalismo, encontrado, por exemplo, em Casimiro de Abreu.
c) o indianismo é fiel à verdade da vida indígena, não apresentando a
distorção poética observada em outros escritores.
d) protótipo do byroniano, convivem lado a lado o humor negro e o extremo
idealismo.
e) predomina a poesia lírica de recuperação da infância, com acentuado tom
saudosista, tão evidente em “Meus Oito Anos”.
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Questão 47

Leia atentamente as estrofes seguintes, extraídas do poema Canção do


Exílio de Gonçalves Dias.

“Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(…)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

Em relação à Canção do Exílio é correto afirmar que:

a) exalta a natureza brasileira em sua fauna e sua flora, destacando-se pela


temática regionalista.
b) se trata de um soneto clássico que celebrizou o poeta como um dos mais
importantes do Romantismo brasileiro.
c) é um canto de amor à pátria e teve alguns dos seus versos incorporados
à letra do Hino Nacional.
d) as estrelas e as flores, referidas na segunda estrofe, simbolizam a falta
de preocupação com os problemas do período colonial.
e) os versos da última estrofe acentuam o sentimento do exílio e expressam
o desejo do poeta de morrer em Portugal.
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Questão 48

“Minha terra tem palmeiras


onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá”

Do poema Canção do Exílio, do romântico Gonçalves Dias, resultou uma


série de paráfrases e paródias de poemas que cantam as saudades da terra.
Uma delas foi a de Chico Buarque, da qual se apresenta um fragmento a
seguir:

Sabiá

“Vou voltar ainda vou voltar para meu lugar


E é ainda lá que eu hei de ouvir cantar uma sabiá…
Vou deitar á sombra de uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá…”

Considerando as semelhanças e diferenças entre os dois poemas, é


incorreto afirmar que

a) O primeiro poema, representando o Romantismo, apresenta uma visão


otimista da pujança da natureza brasileira, enquanto o segundo,
representando o Modernismo, atualiza criticamente o dito e expressa a
consciência pessimista das carências e da destruição da natureza na terra
natal.
b) Gonçalves Dias descreve a sua terra com formas verbais no tempo
presente; Chico Buarque o faz numa tensão entre o futuro e o presente,
que se mostra negativo.
c) Em ambos os poemas, o advérbio lá refere-se a um lugar de que estão
distantes as vozes eu poético.
d) A musicalidade dos versos, a rima, a métrica o sentimento de perda que
compõem a poesia saudosista do Romantismo são retomados nos versos de
Chico Buarque.
e) Assim como o texto atual, os versos do poeta maranhense fazem
apologia da infância, dos amores vividos e das belezas naturais de seu país,
preservadas pela ação dos nativos.
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Questão 49

Leia os textos a seguir:

Seus olhos
“Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrela incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.”
Gonçalves Dias

Índia
Índia seus cabelos nos ombros caídos
negros como a noite que não tem luar
seus lábios de rosa para mim sorrindo
e a doce meiguice desse seu olhar
Índia da pele morena, sua boca pequena eu
quero beijar
Índia, sangue tupi, tem o cheiro da flor
Vem, que eu quero te dar
Todo meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
e chegar a hora de dizer adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
deixa os meus lábios se unirem aos seus
Índia levarei saudade da felicidade que você me deu
Índia, a sua imagem
sempre comigo vai
Dentro do meu coração, flor do meu Paraguai.

A.Flores, M. O. Guerreiros e José Fortuna.


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Ao confrontarmos os dois textos, é possível afirmar corretamente que

a) Somente no primeiro texto percebe-se o apego às coisas da natureza,


traço que marcou a produção literária da segunda metade do século XIX.
b) Nos dois textos verifica-se a idealização da mulher, uma das
características que marcou a produção romântica nacional.
c) Os dois excertos narram o lamento de uma mestiça desprezada tanto
pelos índios como pelos brancos.
d) Nos dois textos percebe-se a presença do amor platônico que faz o eu-
lírico sofrer.
e) Nos dois textos destaca-se a idealização do índio, aspecto importante
para a estética romântica.

Questão 50

Leia o fragmento seguinte:

Minha musa

“Minha musa não é como ninfa


Que se eleva das águas – gentil –
Co’um sorriso nos lábios mimosos,
Com requebros, com ar senhoril.
…………………………………………..
Não é como a de Horácio a minha Musa;
Nos soberbos alpendres dos Senhores
Não é que ela reside;
Ao banquete do grande em lauta mesa,
Onde gira o falerno em taças d’oiro,
Não é que ela reside.
Ela ama a solidão, ama o silêncio,
Ama o prado florido, a selva umbrosa,
E da rola o carpir.
Ela ama a viração da tarde amena,
O sussurro das águas, os acentos
De profundo sentir.
……………………………………….”

Gonçalves Dias
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Com base na leitura do poema acima, é correto afirmar que

a) O fragmento transcrito, constante dos Primeiros Cantos, de Gonçalves


Dias, registra uma adesão à poética de inspiração clássica.
b) O fragmento transcrito, constante dos Primeiros cantos, de Gonçalves
Dias, revela a influência do indianismo romântico.
c) O fragmento transcrito, constante dos Primeiros cantos, de Gonçalves
Dias, constitui verdadeira profissão de fé romântica, pela negação dos
modelos clássicos.
d) O fragmento transcrito, constante dos Primeiros cantos, de Gonçalves
Dias, é marcado por um sentimento místico profundo, bem ao gosto do
Romantismo.
e) O fragmento transcrito, constante dos Primeiros cantos, de Gonçalves
Dias, inclui-se no âmbito do saudosismo brasílico, tão presente na obra do
Autor.

Questão 51

Canção do Exílio

“Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
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Sem que desfrute os primores


Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”

Gonçalves Dias. Poesia. 9. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979. p. 11.

Sobre o poema, escrito em Coimbra, Portugal, é correto afirmar que

a) O poema retrata o sofrimento do eu lírico em função da distância da


mulher amada. O termo “Sabiá”, recorrente nos versos, refere-se
figurativamente ao amor feminino.
b) A utilização dos termos “cá” e “lá” atém-se principalmente à
necessidade de criar rimas, mais do que ao desejo do poeta de estabelecer
o contraste entre espaços distintos.
c) Para o eu lírico, estar exilado não significa necessariamente estar longe
da terra, mas das suas referências de infância, fator que acentua a
expressão saudosista do poema.
d) Nesse poema, é possível reconhecer uma dialética amorosa trabalhada
entre o desejo sexual pela mulher e sua idealização. O desejo se configura
pelo verso “Mais prazer encontro eu lá” e a idealização, pelos versos “Não
permita Deus que eu morra/Sem que eu volte para lá”.
e) A ênfase na exuberância da paisagem é estruturada a partir do jogo de
contrastes entre a natureza tropical e a natureza europeia. Os versos da
segunda estrofe reiteram a grandiosidade paisagística brasileira, além de
enfatizarem a identidade do eu lírico.

Questão 52

TEXTOS PARA AS QUESTÕES 52 e 57.

DEPRECAÇÃO

Tupã, ó Deus grande! Cobriste o teu rosto


Com denso velame de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz!
Tupã, ó Deus grande! Teu rosto descobre:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos,
Teus filhos que choram tão grande mudança.
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Anhangá impiedoso nos trouxe de longe


Os homens que o raio manejam cruentos,
Que vivem sem pátria, que vagam sem tino
Trás do ouro correndo, vorazes, sedentos.
E a terra em que pisam, e os campos e os rios
Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus:
Por que lhes concedes tão alta pujança,
Se os raios de morte, que vibram, são teus?
Tupã, ó Deus grande! Cobriste o teu rosto
Com denso velame de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz!
Teus filhos valentes, temidos na guerra,
No albor da manhã quão fortes que os vi!
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!
E hoje em que apenas a enchente do rio
Cem vezes hei visto crescer e baixar…
Já restam bem poucos dos teus, qu’inda possam
Dos seus, que já dormem, os ossos levar.
Teus filhos valentes causavam terror,
Teus filhos enchiam as bordas do mar,
As ondas coalhavam de estreitas igaras,
De frechas cobrindo os espaços do ar.
Já hoje não caçam nas matas frondosas
A corça ligeira, o trombudo quati…
A morte pousava nas plumas da frecha,
No gume da maça, no arco Tupi!
O Piaga nos disse que em breve seria,
A que nos infliges cruel punição;
E os teus inda vagam por serras, por vales,
Buscando um asilo por ínvio sertão!
Tupã, ó Deus grande! descobre teu rosto:
Bastante sofremos com tua vingança!
Já lágrimas tristes choraram teus filhos,
Teus filhos que choram tão grande tardança.
Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos,
Que eu vi combatendo no albor da manhã;
Conheçam-te os feros, confessem vencidos
Que és grande e te vingas, qu’és Deus, ó Tupã!
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Denominamos de apóstrofe uma figura que consiste ao dirigir-se o orador


ou escritor a uma pessoa ou coisa real ou fictícia, interpelando-a, ou seja,
dirigindo-lhe a palavra para perguntar alguma coisa, demandando
explicações. No texto, a apóstrofe é feita

a) A Tupã.
b) A Anhangá.
c) Ao povo Tupi.
d) Ao Piaga.
e) Ao ínvio sertão.

Questão 53

Deprecação é uma súplica, uma rogativa. No texto, ao mesmo tempo em


que é feita a apóstrofe, fica registrado o motivo da súplica que é:

a) agradecimento a Tupã pelas vitórias conquistadas.


b) pedido de apoio para vingar os inimigos.
c) trazer boa sorte para suas plantações.
d) conseguir fartura para o povo Tupi.
e) valorizar os feitos heroicos realizados.

Questão 54
Anhangá é, consoante o léxico tupi, o gênio mau da floresta; o
representante da força do mal, de acordo com a concepção indígena. Para
o índio que suplica, qual mal fez Anhangá?

a) Trouxe enchentes que inundaram suas tribos


b) Eliminou as caças com as quais eles se alimentavam.
c) Permitiu a chegada de inimigos que dizimaram as tribos.
d) Tirou a valentia e coragem dos seus guerreiros.
e) enfrauqueceu o povo para que não pudesse se defender.
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Questão 55
Na narrativa, há situações anteriores e posteriores ao mal provocado por
Anhangá. Assinale o dado que revela uma situação do presente que
incomoda o índio suplicante.

a) “Teus filhos valentes… quão fortes que os vi”.


b) “ …enchiam as bordas do mar”.
c) “ A morte pousava nas plumas da frecha”.
d) “Já restam bem poucos”.
e) “Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos”.

Questão 56

Piaga ou pajé era o nome dado ao responsável pela ligação da tribo com as
forças divinas, exercendo as funções de sacerdote, médico, adivinho e
cantor. O que o Piaga assegurou aos tupis sobre o mal que os abatia?

a) que a crise seria passageira.


b) que todos sobreviveriam.
c) que demoraria, mas sairiam vitoriosos.
d) que nada havia para ser feito.
e) que haveria forças para lutar contra ele.

Questão 57

Qual dos versos traz a expressão da cobiça do colonizador?

a) “Bastante sofremos com tua vingança”.


b) “Teus filhos valentes, temidos na guerra”.
c) “Trás do ouro correndo, vorazes, sedentos”.
d) “E jazem teus filhos clamando vingança”.
e) “Teus filhos valentes… quão fortes que os vi”.
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Questão 58

Leia atentamente os versos abaixo:

Ó Guerreiros da taba sagrada,


Ó guerreiros da tribo Tupi,
Falam deuses nos cantos do Piaga,
Ó Guerreiros, meus cantos ouvi,

Os versos acima constituem um exemplo da poesia em que:

a) Castro Alves exorta os cidadãos à luta abolicionista.


b) Antônio Vieira exorta os escravos à prática das virtudes cristãs.
c) Álvares de Azevedo se entrega à confissão lírica mais intimista.
d) Casimiro de Abreu explora os sentimentos nostálgicos.
e) Gonçalves Dias dá expressão a um tema caro aos nacionalistas.

Questão 59

TEXTOS PARA AS QUESTÕES 59 e 60.

Leito de Folhas Verdes

Por que tardas, Jatir, que tanto a custo


À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
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A flor que desabrocha ao romper d’alva


Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive; és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! lá rompe o sol! Do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!

Nos versos “Eu sou aquela flor que espero ainda/ doce raio do sol que me
dê vida”, temos

a) um eufemismo.
b) uma hipérbole.
c) uma metáfora.
d) um pleonasmo.
e) uma sinédoque.

Questão 60

Por que tardas, Jatir, que tanto a custo? À voz do meu amor moves teus
passos?”, a expressão destacada induz ideia de

a) causa.
b) consequência.
c) modo.
d) tempo.
e) concessão.
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GABARITO OFICIAL

1 D 31 E
2 A 32 B
3 B 33 D
4 C 34 C
5 B 35 E
6 B 36 D
7 E 37 C
8 D 38 D
9 C 39 C
10 A 40 E
11 B 41 A
12 D 42 D
13 C 43 E
14 C 44 B
15 E 45 B
16 D 46 B
17 E 47 C
18 B 48 E
19 E 49 B
20 D 50 C
21 D 51 E
22 B 52 A
23 B 53 B
24 C 54 C
25 A 55 D
26 B 56 A
27 B 57 C
28 C 58 E
29 A 59 C
30 C 60 D
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