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Fundamentos de Economia

Marco Antonio S. Vasconcellos


Manuel Enriquez Garcia

3º Edição | 2009 |
Capítulo 13
Inflação
Capítulo 13
Inflação

13.1 Introdução

Inflação: aumento contínuo e generalizado no índice dos preços.

Fontes de inflação costumam variar de acordo com as condições do


país:

• tipo de estrutura de mercado: condiciona a capacidade dos setores


de repassar aumentos de custos aos preços dos produtos;
• grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais
aberta a economia a competição externa, maior a concorrência e
menores os preços dos produtos;
• estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de
barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes de
salários acima dos índices de produtividade e maior a pressão sobre os
preços.
Capítulo 13
Inflação

13.1 Introdução

Forma tradicional de estudar inflação:


• inflação de demanda;
• inflação de custos;
• inflação inercial;
Capítulo 13
Inflação

13.2 Inflação de demanda: excesso de demanda agregada em


relação à produção disponível de bens e serviços.

Curva de Phillips: mostra que existiria uma relação inversa entre taxas
de salários e as taxas de desemprego.

Trade off: relação inversa entre taxas de salários nominais e taxas de


desemprego.

Coeteris paribus: elevações da procura agregada levam as empresas a


demandar mais mão-de-obra, ocasionando aumento de salários
monetários e redução das taxas de desemprego.
Capítulo 13
Inflação

13.3 Inflação de custos: pode ser associada a uma inflação


tipicamente de oferta, o nível da demanda permanece o mesmo, mas
os custos de certos fatores importantes aumentam. Ocorre uma
retração da produção, provocando aumento dos preços de mercado.

Causas comuns do aumento dos custos de produção:


• aumentos do custo de matérias-primas;
• aumentos salariais acima da produtividade;
• estrutura de mercado.

13.4 Inflação inercial: processo automático de realimentação de


preços, provocada pelos mecanismos de indexação formal e indexação
informal(salários, alugueis, contratos). Os aumentos de preços
passados são automaticamente repassados para os demais preços da
economia, por meio de mecanismos de correção monetária, cambial e
salarial, realimentando a inflação.
Capítulo 13
Inflação

13.5 Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação: os


piores efeitos ocorrem da distribuição de renda, nos investimentos
empresariais e crescimento econômico, no balanço de pagamentos e
nas finanças públicas.

- Distribuição de renda: redução do poder aquisito da classe


trabalhadora, que dependem de rendimentos fixos. Com o tempo os
assalariados vão ficando com os orçamentos mais reduzidos.
- Investimentos empresariais e crescimento econômico: o empresario
dificilmente aumentará seus investimentos para a expansão da
capacidade produtiva, prejudicando o nível de emprego da
economia.
- Balanço de pagamentos: elevadas taxas de inflação, em níveis
superiores ao aumento de preços internacionais, encarecem o
produto nacional relativamente ao produzido externamente,
diminuindo a competitividade de nossos produtos. Provoa estímulo
às importações e desestímulo às exportações, diminuendo o saldo
da balança comercial.
Capítulo 13
Inflação

- Finanças púbicas: a inflação tende a corroer o valor da arrecadação


fiscal do governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o
recolhimento efetivo do imposto. Maior a inflação, menor a
arrecadação real do governo.
Capítulo 13
Inflação

Distorção mais séria provocada por altas taxas de inflação: piora da


distribuição de renda devido à redução do poder aquisitivo da classe
trabalhadora dependente de rendimentos fixos, com prazos legais e
reajustes. Afirma-se que a inflação é um “imposto sobre o pobre”.

Imposto inflacionário: espécie de taxação que o BC impõe à


coletividade pelo fato de deter o monopólio das emissões.

13.6 A política econômica brasileira de combate à inflação

• Necessidade de o governo fornecer infra-estrutura para que o setor


privado produza o volume de bens/serviços desejados pela sociedade.

• Baixa produtividade dos serviços do governo e conseqüente


ineficiência na aplicação de seus recursos, associadas à impossibilidade
de o governo aumentar a carga tributária dado o baixo nível de renda
per capita da população.
Capítulo 13
Inflação

Tratamento de choque: rígida política monetária, fiscal e salarial que


mudou o patamar da inflação de cerca de 100%, em 1964, para perto
de 30%, em 1967.

1964-1973 uso da linha de pensamento econômico ortodoxa para


diagnosticar as causas da inflação brasileira, atribuindo ao excesso da
demanda e ao desequilíbrio das contas públicas a causa da inflação.

Inflação inercial: todos os negócios eram firmados com base em um


índice que procurava garantir a correção monetária dos valores
envolvidos. Os aumentos de preços eram captados pelo índice e
automaticamente repassados para os demais preços da economia
realimentando a inflação.

Plano Cruzado: rompeu com o mecanismo de propagação da inflação


ao congelar preços, salários e câmbio.
Capítulo 13
Inflação

Plano Bresser e Plano Verão e Plano Collor: congelaram os preços


e salários para tentar conter o processo inflacionário brasileiro.

Plano real: reconhece que as principais causas da inflação brasileira


estavam no desequilíbrio do setor público e nos mecanismos de
indexação.

Âncora cambial: valorização da moeda nacional ao lado de um


regime de bandas cambiais para baratear o custo dos produtos
importados.

Âncora monetária: elevação das taxas de juros e da taxa de


reservas compulsórias dos bancos comerciais, com o objetivo de
controlar a demanda agregada.

Metas inflacionárias: cumprir metas de inflação estabelecidas para o


ano corrente e próximo com tolerância e desvio de 2% para cima ou
para baixo.
Capítulo 13
Inflação

13.6.1 A corrente estruturalista: supõe que a inflação em países em


via de desenvolvimento é essencialmente causada por pressões de
custos, derivadas de questões estruturais:

• estrutura agrícola: a oferta de alimentos não reponde rapidamente


aos estímulos de demanda e provoca elevações de preços.
• estrutura do comércio internacional: políticas de desvalorização
cambial.
• estrutura oligopólica dos mercados: as empresas repassam os
aumentos de custos aos preços dos produtos finais.

Conflitos distributivos: são responsáveis pelas causas da inflação pois


se estabelecem na tentativa de os vários setores da sociedade
buscarem se manter ou elevar sua parcela de renda nacional.

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