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Capítulo 1 - A mercadoria.

Seções
1: Os dois fatores da M (valor de uso e valor - substância e magnitude),
2: O duplo caráter do tr representado nas Ms
3: A forma do V ou o V de troca
4: O caráter fetichista da M e seu segredo

M é categoria elementar (mais simples) ds EMS (esta é e não é Kismo). O que mais ela é?
- É coisa social
- É a forma do produto do tr numa sociedade específica, qual seja, o capitalismo.
- É o produto do tr colocado num objeto feito para outrem e levado a este via mercado.
- É unidade de valor de uso e valor de troca (sendo o valor o que é manifesto no v. de troca)
- É fruto de tr concreto e abstrato
- "Como valores-de-uso, as mercadorias são, sobretudo, de qualidade diferente; como
valores-de-troca só podem ser de quantidade diferente [e não contêm, portanto, um só átomo de
valor-de-uso] "
- "Uma coisa pode ser um valor-de-uso e não ser um valor, nenhum objecto pode ser um valor se
não for uma coisa útil".
- A Mcd carrega: a substância do valor = trabalho, a grandeza = tempo de
trabalho, e a forma do valor = valor-de-troca - visível no dinheiro.
- A Mcd “é uma coisa muito complexa, cheia de sutilezas metafísicas e de argúcias teológicas”

Seção 2:
A pergunta a ser feita é - em que condições o produto do trabalho vem a ser M…

Supor a existência de Ms, é supor que:


i) a M é fruto de determinada sociedade - onde reina o ápice de uma divisão social do tr.
"Esta é condição de existência da produção de mercadorias, embora reciprocamente a
produção de mercadorias não seja condição de existência da divisão social do trabalho"
Eu - mas aqui O Capital é exíguo em análises (tem os cap históricos, o XXIV, por ex, mas o
grosso tá de fora, nas Formem, por ex)

ii) a M é fruto de um duplo tr, mas só o abstrato é medida de valor, só ele é comum,
comparável.

- Assim, Ms se confrontam na troca e estabelecem seus valores por meio da comparação das
quantidades de tr que custou sua produção.
- Mesmo o trabalho complexo pode ser reduzido a trabalho simples potenciado.
- Já aqui uma contradição - a força produtiva do tr aumenta a riqueza (valor de uso) e diminui
o valor.
- "o trabalho útil torna-se uma fonte mais ou menos abundante de produtos na razão directa do
aumento ou da diminuição da sua força produtiva. Pelo contrário, uma variação desta força não
afecta nunca directamente o trabalho representado no valor"
- Mas o que é mesmo o tr abstrato? Marx diz que “se abstrairmos do seu carácter útil, toda a
actividade produtiva é apenas um dispêndio de força humana”, mas está pouco determinado
ainda…. Diz também que ele é “dispêndio produtivo de cérebro, músculos, nervos, mãos
do homem e, neste sentido, trabalho humano” e que é trabalho simples que pode ser
potencializado, mas isso ainda é pouco (e está naturalizado demais pra um
materialista histórico…). Na seção 3 ele avança nisso, ainda que insista por exemplo,
em comparar o valor a peso...

Seção 3 :
Aqui é que ele vai mostrar como o valor mesmo - que só
existe na relação entre
as M e não nelas - não pode ser “agarrado” mas pode ser
vislumbrado na sua forma social por excelência que é o D!
(desenhar a forma simples e a relativa de valor precursora do dinheiro)
Ele (Marx) vai precisar do dinheiro, como o Kismo precisou!!! do dinheiro como forma
generalizada (o que historicamente só acontece no Kismo mercantil dominante)
- “Se dizemos: enquanto valores todas as mercadorias são apenas trabalho humano cristalizado,
então estamos a reduzi-las a uma abstracção - valor -, mas elas continuam a possuir apenas uma
forma, a sua forma natural de objectos úteis. [Não lhes damos portanto uma forma-valor distinta
das suas formas naturais.] Coisa completamente diversa se passa quando se põe uma
mercadoria em relação de valor com uma outra. Nesse caso, o seu carácter de valor sobressai,
afirmando-se como propriedade inerente que determina a sua relação com a outra mercadoria”.

- Principal sobre D é:
1) M como outra qq - pode estar na forma relativa ou na forma equivalente
2) M que é especial (é eq. geral - M cujo valor de uso é expressar valor de troca)
3) Não é M, é enquanto suporte do valor uma instituição social (não à toa muito ligado ao Estado
via moeda nacional). Só quando D é K é M, no crédito.
Mas o D ilumina ofuscando o que o valor é - a relação social entre os #s trs!

Ou seja, a mcd D tem como particularidade:


1) Que o seu valor-de-uso torne-se forma de manifestação do seu contrário, o valor;
2) Que o tr concreto torne-se forma de manifestação do seu contrário, o tr abstrato;
3) Que o tr privado tome a forma do seu contrário, a forma de tr directamente social (que de
tão abstrato que é, ao longo da história vai perdendo totalmente seu corpo!)

Isso significa que a seção 3 deve resolver de forma superior o que não foi resolvido antes sobre a
natureza do tr abstrato, porque enxergar no dinheiro o tr social exige não uma abstração
mental , mas um processo histórico! Daí Aristóteles não poder ver o valor…….
"A troca - diz -não pode ter lugar sem a igualdade, nem a igualdade sem a comensurabilidade".
Mas, neste ponto, ele hesita e renuncia à análise da forma-valor. "Na verdade —; acrescenta - é
impossível que coisas tão diferentes sejam comensuráveis entre si", isto é, qualitativamente
iguais. A afirmação da sua igualdade será necessariamente contrária à natureza das coisas; "é
somente um expediente para atender às necessidades práticas".

Seção 4:

- A M n era nada simples, mas cheia de argúcias... Mas a complexidade não vem do valor
de uso destas nem dos “ fatores determinantes do valor” (ele tá falando do tr como
dispendio de energia, quantum), vem do que então?

“desde que os homens trabalham uns para os outros, independentemente da forma como o
fazem, o seu trabalho adquire também uma forma social”

“a transformação dos objectos úteis em valores é um produto da sociedade, tal como o é a


linguagem”

“A determinação da grandeza de valor pela duração do trabalho é, portanto, um segredo


escondido sob o movimento aparente dos valores [relativos] das mercadorias; mas a sua
descoberta, mostrando embora que a grandeza de valor não se determina ao acaso, como
poderá parecer, não faz com isso desaparecer a forma que representa esta quantidade como
uma relação de grandeza entre as coisas, entre os próprios produtos do trabalho”

“A reflexão sobre as formas da vida social, e por conseguinte a sua análise científica, segue um
caminho completamente oposto ao do movimento real. Começa depois dos factos consumados”

Fetichismo é a M apresentar como se fosse dela um caráter social que não lhe é próprio!
Ou, nas palavras do Marx-

"ela apresenta aos homens as características sociais do seu próprio trabalho como se fossem
características objectivas dos próprios produtos do trabalho, como se fossem propriedades
sociais inerentes a essas coisas"

- A eco pol analisou o conteúdo e a magnitude do valor, mas não a sua forma!

- E o que é o fetiche do D?

"A reflexão sobre as formas da vida social, e por conseguinte a sua análise científica, segue um
caminho completamente oposto ao do movimento real. Começa depois dos factos consumados,
já com os resultados do processo de desenvolvimento. As formas que imprimem aos produtos do
trabalho a marca de mercadorias e que por isso são pressuposto da sua circulação, possuem,
também elas, já a fixidez de formas naturais da vida social, antes que os homens procurem
dar-se conta, não do carácter histórico destas - que, pelo contrário, se lhes apresentam já como
imutáveis -, mas do seu sentido último. Assim, foi somente a análise do preço das mercadorias
que conduziu à determinação da grandeza do valor, e somente a comum expressão das
mercadorias em dinheiro levou à fixação do seu carácter de valor. Ora, é precisamente esta
forma acabada do mundo das mercadorias, a sua forma-dinheiro, que, em vez de revelar,
dissimula o carácter social dos trabalhos privados e as relações sociais entre os
produtores".

- O cúmulo do fetiche : é a M falar! (e o economista repetir!!!)


A M fala! "A riqueza [valor-de-uso] é um atributo do homem; o valor, um atributo das mercadorias.
Um homem ou uma comunidade são ricos, uma pérola ou um diamante possuem valor (...) Uma
pérola ou um diamante possuem valor enquanto pérola ou diamante" .

Retomando:

1) Acerca do desdobramento das categorias M - V - D - K, por que o trabalho não está entre
elas? Ou, afinal, onde está o trabalho aí?
O trabalho está nas Ms, é ele que passa no V e no D (de forma encoberta). E K nada mais é que
trabalho alienado.

2) Por que diz Aristóteles que uma substância comum que permita comparar uma casa e
uma almofada "não pode, na verdade, existir"? Pode ou não?
O tr humano em geral só pode aparecer quando a ideia da igualdade humana adquiriu a firmeza
de uma convicção popular. Mas isso só tem lugar numa sociedade em que a forma mercadoria se
tornou a forma geral dos produtos do trabalho, onde, por conseguinte, a relação dos homens
entre si como produtores e permutadores de mercadorias é a relação social dominante.

3) Por que Marx ajuda no desmantelamento do problema da distribuição afetando os


preços de produção e mesmo na questão da “medida invariável de valor”?

"A força de trabalho humano em acção, ou o trabalho humano, cria o valor, mas não é
valor”
“Como afirma na seção do fetiche - "A determinação da grandeza de valor pela duração do
trabalho é, portanto, um segredo escondido sob o movimento aparente dos valores [relativos] das
mercadorias; mas a sua descoberta, mostrando embora que a grandeza de valor não se
determina ao acaso, como poderá parecer, não faz com isso desaparecer a forma que representa
esta quantidade como uma relação de grandeza entre as coisas, entre os próprios produtos do
trabalho".
“O autor das Observations e S. Bailey acusam Ricardo de ter transformado o valor-de-troca, de
coisa puramente relativa em algo de absoluto. Ao contrário, ele reduziu a relatividade aparente
que estes objectos (tais como a pérola e o diamante, por exemplo) possuem como valor-de-troca,
à verdadeira relação escondida sob esta aparência, à sua relatividade como meras expressões
de trabalho humano.”

4) O que é tr abstrato?
Resultado de uma “redução” de todas as formas de trabalho a trabalho comum, sans phrase.
Natural? Não (o ex dos triangulos não é o melhor, nem mesmo a redução à energia humana).
Então qual? Social! O desenvolvimento das trocas nos equaliza de fato!

5) O que é o valor?
A quantidade de tr (por supuesto abstrato que só este é quantificável!) médio, socialmente
necessário, à produção. (Daí que tr igual compra tr igual, na EMS!!!!) Que é, como diriam Smith e
Ricardo, um valor absoluto, mas que só assim aparece pq supomos o valor relativo como
realidade prévia!

6) O que é o fetichismo da mercadoria?


A mercadoria apresentar como dela atributos que não são dela.

7) Por que o dinheiro vela em vez de revelar esse fetiche?


Porque por mais que seja fruto de todo um processo social que faz dele uma instituição social, a
sua história e significados desaprecem na sua forma física que parece conter em si o atributo de
tornar as coisas comparáveis.

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