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1 GESTÃO DE PROCESSOS, PRODUÇÃO E QUALIDADE – III UNIDADE – 3º TÉCNICO EM LOGÍSTICA - CETEP

OPT: o que é a gestão a partir de gargalos?


Toda empresa visa o lucro. No entanto, há muitos obstáculos no caminho dos gestores. E entre os difíceis
de remover estão os gargalos de produção, que geram desperdícios e ineficiência. Para evitar que sua
empresa se torne uma máquina de queimar dinheiro, hoje você conhecerá um método de gestão com foco
na solução deste entrave: o Optimized Production Technology (OPT), ou gestão a partir de gargalos, como
é conhecido no Brasil.

O que é OPT?
Criado em 1978 por pesquisadores israelenses, o OPT é um método de gestão da produção que busca
identificar, gerenciar e solucionar gargalos. Para isso, foca na melhora de três indicadores financeiros e três
operacionais.
No lado financeiro, os indicadores são o lucro líquido, o ROI e o fluxo de caixa. Já no lado operacional, a
taxa de produção, o estoque e os gastos operacionais.
Segundo o método OPT, para que a empresa lucre mais, é preciso melhorar o fluxo de produção e, ao
mesmo tempo, reduzir o estoque e os gastos operacionais. Em outras palavras, é preciso aprimorar os
indicadores operacionais para impactar diretamente os indicadores financeiros. Por exemplo, um equilíbrio
na taxa de produção de produtos para atender a uma demanda mais precisa do mercado reduz desperdícios
e aumenta o lucro líquido da empresa.
Além disso, para se compreender o OPT, é preciso caracterizar os recursos do fluxo de produção em dois
tipos: gargalo e não-gargalo.
Recursos gargalos. São aqueles que impactam na diminuição da capacidade do processo produtivo, seja
pela menor velocidade ou disponibilidade em relação aos demais itens do sistema.
Recursos não-gargalo. São aqueles que não impactam na capacidade do processo produtivo, pois sua
disponibilidade é maior que a demanda do sistema de produção.

Princípios na gestão de gargalos


Antes de verificar a aplicação do OPT, é indispensável compreender os nove princípios que regem a tomada
de decisão na gestão de gargalos. Confira cada um deles:
1. O importante é balancear o processo produtivo, e não sua capacidade. Visto que a capacidade está
sujeita a imprevistos, o fundamental é encontrar um equilíbrio no modo como a empresa gera
resultados. Isso é feito identificando e solucionando os gargalos no sistema de produção.
2. A utilização de um recurso não-gargalo é determinado pelas imposições do sistema, e não por sua
capacidade. Ou seja, pode ser comprometido por recursos gargalo ou pressões do mercado.
3. Ativar e utilizar recursos são ações diferentes. A utilização de recursos ocorre na medida em que o
processo produtivo é incrementado. Já a ativação de recursos não gargalo (acima da demanda do
sistema) serve apenas para aumentar estoque e, consequentemente, gastos operacionais.
4. A melhora ou piora de um recurso gargalo afeta a performance de todo o sistema. Os recursos
gargalos são os pontos críticos que definem o ritmo e o volume de produção.
5. Aperfeiçoar um recurso não-gargalo é inútil. Sua melhoria não tem impacto sobre o volume total de
estoque, pois os recursos críticos, os gargalos, não têm condições de atender ao acréscimo na
produção.
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6. O lote de itens transferidos de um núcleo de trabalho para outro não deve ser maior que o lote de
itens processados em um núcleo de trabalho entre duas preparações sucessivas.
7. Os lotes de processamento devem ser variáveis. No caso dos recursos gargalos, os lotes devem ser
grandes o bastante para reduzir o tempo unitário de produção. Já no caso dos recursos não-gargalos,
os lotes devem ser pequenos, a fim de reduzir os gastos com estoque e acelerar o processo de
produção.
8. Os recursos críticos definem o tamanho do estoque e o fluxo de produção do sistema. Para aproveitar
ao máximo o potencial de produção dos recursos gargalos, a produção deve ser programada
segundo as restrições, além de prever estoques de segurança para evitar paradas no processo
produtivo.
9. Deve-se programar as atividades e a capacidade produtiva simultaneamente, ao invés de
sequencialmente.

Como aplicar a OPT?


O primeiro passo para a aplicação do OPT é a identificação de todos os recursos a serem utilizados no
processo produtivo. Matéria-prima, equipamento, mão de obras. Na sequência, deve-se caracterizar os
recursos em gargalos e não-gargalos.
Depois, verifique as restrições existentes. Elas podem ser o limite na capacidade de produção, a procura do
mercado ou restrições da própria empresa.
A definição dos recursos críticos é imprescindível, já que são eles que definem o ritmo e o volume da
produção. A partir disso, é feita uma programação para que esses recursos tenham produção máxima de
acordo com a demanda existente.
Na sequência, identifique o máximo de imprevistos possíveis que possam atrasar ou interromper a
produção. Para diminuir os riscos, é preciso criar estoques de segurança em caso de parada na linha de
produção.
Por último, é definido um circuito virtual de modo que sempre que uma unidade saia do depósito outra
unidade comece a ser produzida. Dessa forma, a produção contínua é garantida e o estoque de segurança
fica preservado para imprevistos.

Quais são as vantagens do OPT?


A principal vantagem da gestão a partir de gargalos é o foco em aumentar o principal indicador financeiro
da empresa: o lucro.
Isso ocorre porque o método OPT torna o sistema produtivo da sua empresa mais flexível. O foco nos
pontos críticos da produção ajuda os gestores a investirem seu tempo e recursos em áreas que afetam
diretamente a performance financeira da empresa.
Além disso, o método OPT auxilia sua empresa a reduzir em média 30% do seu lead-time, o tempo total
entre o início da demanda e a entrega da oferta.
Em suma, o sistema OPT ajuda sua empresa a focar nos indicadores financeiros que garantem a saúde da
sua empresa, como o lucro, o ROI e o fluxo de caixa. Para isso, o método prioriza a identificação e a solução
dos pontos críticos que impactam todo o sistema de produtivo, a fim de aumentar a taxa de produção e
reduzir os gastos operacionais, impactando positivamente a performance financeira.

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