Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual Do Despachante Imobiliario ZKCWBZ
Manual Do Despachante Imobiliario ZKCWBZ
Manual do
Despachante
Imobiliário
Coleção Direito Imobiliário
Volume 2
Petrus Mendonça
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ISBN nº 978-65-991717-0-3
O Autor.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Notas do Autor
Petrus Mendonça
Nasceu no dia 1º de julho no ano de 1971, na cidade do Recife, capital de
Pernambuco. Iniciou as suas atividades profissionais ao lado do seu pai, José de
Souza Mendonça (em memória), aos dezesseis anos de idade, na condição de
aprendiz, em sua imobiliária. Ainda na mesma idade, no ano de 1987, tornou-se sócio
da sua imobiliária Arrecifes Negócios Imobiliários Ltda, empresa especializada em
avaliações técnicas mercadológicas, consultoria imobiliária, compra e venda de
imóveis de terceiros, aluguéis e administração de locações, fundada em 29 de maio
do ano de 1979.
Após servir ao Exército Brasileiro, na condição de Oficial da Reserva (R2),
consagrou-se corretor de imóveis, em 1994, como o primeiro aluno do Curso
Técnico em Transações Imobiliárias em Pernambuco, chancelado pelo Sindicato de
Corretores de Imóveis de Pernambuco. Em 1998 foi diplomado em Direito, pela
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), especializou-se em contratos
imobiliários e em Direito Imobiliário, pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE).
Atua como professor universitário na Faculdade de Direito e de Ciências da
Administração de Pernambuco (Fcap/UPE), desde 2014, lecionando as disciplinas
de Direito e Legislação imobiliária I e II; e, de Operações Imobiliárias II, no
Curso Superior Sequencial de Gestão Imobiliária, e a disciplina de Documentação
Imobiliária, no Curso de extensão em Despachante Imobiliário com Ênfase em
Documentação e Compra e Venda de Imóveis na Prática. Como educador no Curso
de Gestão Imobiliária, foi agraciado como paraninfo das turmas, nos anos: 2014,
2015, 2016, 2017 e 2018.
Em sua jornada de trabalho, consideram-se outras atividades relevantes como
a de presidente do Conselho de Corretores de Pernambuco (CRECI-PE), no período
de 2014 a 2015; corregedor nacional e conselheiro federal, do Sistema Cofeci Creci
de 2016 a 2018; presidente da 4ª Câmara Recursal do Cofeci em Brasília DF de
2013 a 2018; parecerista, palestrante acadêmico nacional e escritor.
Autor dos livros: Contrato de Corretagem Imobiliária – Questões práticas e
jurídicas; Manual Contrato de Compra e Venda de Imóvel – Aspectos práticos e
cautelas devidos; Manual Contrato de Aluguel – Riscos, dúvidas e soluções, além
das Cartilhas Os 15 Erros Fatais na Hora de Alugar um Imóvel, Riscos na Internet e
Locação por Temporada.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Prefácio
A necessidade de aprendizado leva o profissional a pesquisar e participar
de eventos, buscando conhecimento e técnicas que lhe permitam, cada vez mais,
atender seus clientes de forma segura, ética e rápida.
A vida moderna não nos permite deixar o “tempo passar”, sem que
acompanhemos a evolução das técnicas, legislação e costumes que norteiam a
sociedade contemporânea.
Este livro Despachante Imobiliário, nos proporciona não só o conhecimento
da origem da atividade da corretagem imobiliária na prática, desde seu nascedouro,
nos primórdios da história do Brasil, como a evolução da legislação, nos fazendo
entender muitos dos detalhes que, hoje, somos submetidos a respeitar.
Conhecer o passado é fundamental para que possamos construir o futuro e o
autor, Petrus Leonardo de Souza Mendonça, foi muito feliz em buscar, nos porões
da história, os primeiros vestígios que comprovam a necessidade da atividade da
corretagem imobiliária, como fator de progresso e desenvolvimento de nossa pátria.
A pesquisa dos fatos, complementada com a pesquisa da legislação, nos dá
uma visão conjunta desta evolução, proporcionando-nos uma ideia clara de como
melhorar a assessoria que oferecemos aos clientes que nos procuram.
Perto de completar o Jubileu de Ouro na atividade da corretagem imobiliária,
imaginava ter conhecimento avançado sobre a matéria mas, ao navegar pelas
páginas do livro Despachante Imobiliário, pude perceber que pouco sabia. São
informações que complementam, em especial àqueles que, na prática e sem uma
instrução acadêmica, até pouco tempo inexistente, necessitam melhor interpretar
sua importância nas transações imobiliárias.
Não só as leis existentes para o setor, a obra contempla comentários firmes e
objetivos, os quais nos proporcionam segurança jurídica necessária para a tomada
de decisões e melhor assegurar os interesses das partes envolvidas numa transação
imobiliária.
Para aqueles que pensam que a corretagem imobiliária se resume na simples
apresentação das partes contratantes, torna-se ainda mais importante a leitura desta
obra, que discorre sobre a responsabilidade de se buscar a totalidade de informações
para a segurança jurídica num negócio imobiliário.
Todo corretor de imóveis é um despachante nato, e mesmo que venha a
terceirizar o serviço, tem a obrigação de conhecer cada detalhe daquilo que está
requerendo para que tenha uma coleção de documentos que possam garantir a total
segurança ao negócio.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Feliz momento em que o autor teve tão nobre iniciativa de se dedicar a produzir
uma obra que é peça obrigatória e fundamental, na estante de qualquer corretor de
imóveis que pretende sucesso em sua atividade profissional.
Leiam e constatem que minhas palavras são simples referências que ainda
deixam a desejar ao descrever tão rica obra que, em seu detalhamento, nos faz ficar
maravilhados em termos escolhido a tão difícil e complexa atividade da corretagem
imobiliária.
Parabéns ao autor e sucesso a todos nós.
Apresentação
Ser despachante imobiliário transcende o trabalho de colher certidões
cartorárias ou de retirar guias de pagamento de Transmissão de Bens Imóveis
(ITBI), é saber orientar as partes contratantes, seja na compra, na e venda, na
permuta, na avaliação ou na locação, de imóveis, fornecendo informações técnicas
para a realização de negócios com uma maior segurança, menor duração no tempo
de duração da transação, legitimidade das partes envolvidas no negócio, riscos e
cautelas necessárias. É preciso o conhecimento para saber identificar previamente a
transação irregular e prevenir os clientes de possíveis problemas que possam existir
quanto a questões documentais, contratuais e legais. Portanto, todo corretor de
imóveis é, naturalmente, um despachante imobiliário.
Vivemos num mundo de constante ebulição intelectual, onde o saber é
necessário para a continuidade da existência profissional, provocado pelas
mudanças sociais, pelo avanço da tecnologia e pela velocidade das informações. Por
isso, já estamos na era do Corretor de Imóveis 4.0 como conhecedor de inovações
robóticas e dotado do instinto empreendedor para acompanhar a inevitável evolução
tecnológica do mercado imobiliário, porém sem perder o foco na humanização de
seu atendimento profissional e na constante busca pelo desenvolvimento intelectual.
Existem relatos de que jovens com a idade de doze/treze anos participam da
etapa de escolha de imóveis das suas famílias, isso decorrente da facilidade de
navegação no ciberespaço. Donde se crer, portanto, na impossibilidade de definição
de comportamento e da reação dos consumidores em dez, vinte ou trinta anos.
Porém, uma coisa é certa, quanto mais avança a tecnologia, cresce a necessidade de
atualização e da humanização, nas relações interpessoais. É neste ponto que se firma
um dos pilares da corretagem imobiliária.
Quanto aos profissionais da corretagem imobiliária, estes precisam ter, no
mínimo, conhecimentos técnicos sobre a sua atividade, para melhor desempenhar
suas funções de intermediação. Num mercado competitivo, como o de imóveis,
pode ser uma falha grave faltar nos intermediadores, noções sobre legalização de
imóveis, transmissão da propriedade imobiliária, validade dos negócios jurídicos,
sucessão hereditária, segurança jurídica, certidões, posse, detenção, direitos de
propriedade, dentre outros temas. Por questões éticas, nenhum profissional deveria
aceitar a incumbência para trabalhos os quais não estivesse devidamente preparado
e com capacidade técnica para solucioná-los. Nesse diapasão, os corretores
de imóveis não devem fugir da incubência que foi confiada por seus clientes. A
corretagem imobiliária não é profissão de covardes.
Uma boa intermediação exige responsabilidade e segurança nas informações
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
crescimento produtivo.
A decisão de seguir em frente é sua, caro leitor. O amanhã é reflexo do hoje.
Você não alcançara o sucesso fazendo o que todo mundo faz. O profissional de
destaque executa as tarefas com distinção, mas para isso é preciso agir, pensar e
prestar serviços diferenciados. É na escassez que se encontra o valor das coisas.
Bons estudos!
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sumário
Capítulo I
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS
1. As Leis e as diversas formas de julgar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
1.1. Código de Hamurabi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.2. Algumas leis do Código de Hamurabi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.3. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. . . . . . . . . . . . . . . . 43
2. Hierarquia das leis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3. Segurança imobiliária. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4. Validade do negócio jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
5. Segurança Jurídica e as transações imobiliárias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
6. Quais os documentos para se adquirir um imóvel com segurança?. . . . . . . . . 61
7. Código de Defesa do Consumidor nos Negócios Imobiliários . . . . . . . . . . . . 62
8. Quais os direitos do consumidor na compra do imóvel? . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA
1. Transmissão da propriedade imobiliária por herança. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
1.1 Quais as relações de parentesco?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
2. O que acontece com os bens do “de cujus” quando não existem herdeiros?. 104
3. Princípio Saisine. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
4. Direito Real de Habitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5. Inventário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
5.1 O que acontece se o inventário não for aberto?. . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
5.2 Os bens que não estiverem no inventário podem estar sonegados?. . . 107
5.3 O espólio responde por dívidas do falecido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
6. Quais as vantagens do inventário extrajudicial? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO 21
Capítulo V
SUMÁRIO 23
Capítulo VI
DA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA
1. Licença de habite-se. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
2. Memorial de Incorporação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
3. Compra de imóvel por estrangeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
4. Condomínio em geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
5. Condomínio edilício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
6. Convenção de condomínio e seu registro no Cartório de Imóveis. . . . . . . . . 180
6.1 Qual a diferença entre convenção de condomínio
e o regimento interno? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 181
6.2 É possível proibir o condômino inadimplente
de usar área comum do edifício? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
7. Cobrança de taxa de condomínio sobre fração ideal do imóvel. . . . . . . . . . . 183
8. Condomínio em multipropriedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
9. Lei do Distrato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
9.1 A obrigatoriedade do Quadro-Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
10. Como regularizar imóveis urbanos sem habite-se . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
11. Condomínio de lotes, loteamento de acesso controlado
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Capítulo VII
SUMÁRIO 25
SUMÁRIO 27
Capítulo VIII
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
1. Efeitos da documentação na locação de imóveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313
2. Locação de bens imóveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
3. Os principais pontos sobre documentação numa locação. . . . . . . . . . . . . . . . 315
3.1 Como selecionar candidato à locação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315
3.2 Cautelas na fiança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
3.3 Quais documentos deve o locador apresentar na locação. . . . . . . . . . .317
4. Bem de Família. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Capítulo IX
DO FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
1. Sistema Financeiro de Habitação - SFH. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
2. Sistema Financeiro Imobiliário - SFI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
3. Como financiar a compra de imóvel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333
4. O que significa seguro prestamista na compra de imóvel financiado?. . . . . . 335
5. Quais as diferenças dos índices TR e IPCA nos
financiamentos imobiliários? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
6. Diferenças nos sistemas SAC e Tabela Price. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
7. Quem tem imóvel financiado pode financiar outro?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
8. Portabilidade imobiliária. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
8.1 Como proceder com a portabilidade:. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 338
9. F.G.T.S. Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339
10. Imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida – MCMV. . . . . . . . . . . . . . . 340
10.1 Novo Programa Habitacional “Casa Verde Amarela” . . . . . . . . . . . . 340
11. Simulação x avaliação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 341
12. Quem recebe um salário mínimo e meio mensalmente pode
adquirir imóvel através do Programa Minha Casa Minha Vida
– MCMV do Governo Federal?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 342
13. Tributação especial para os imóveis do
Programa Minha Casa, Minha Vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 343
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO 29
Capítulo X
Capítulo XI
DA AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA
1. Como avaliar bem imóvel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 365
2. A importância do CNAI – Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários. . 370
3. Quais os métodos de avaliação mais utilizados no mercado imobiliário?. . . 371
4. Laudo de avaliação ou parecer técnico de avaliação mercadológica? . . . . . 373
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CAPÍTULO XII
SUMÁRIO 31
33
Capítulo I
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS
ou técnicas construtivas, razão pela qual as avaliações para detectar preço de custo
de obra, vícios ou defeitos estruturais são de responsabilidade dos engenheiros,
arquitetos e agrônomos.
DECISÃO DO STF – Supremo Tribunal Federal. Corretor de
Imóveis. Avaliação.
AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDIÁRIO. CORRETOR DE
IMÓVEIS. AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA DE IMÓVEIS.
RESOLUÇÃO Nº 957/2006 DO CONSELHO FEDERAL DE
CORRETORES DE IMÓVEIS – COFECI. CONTROVÉRSIA
SOBRE OS LIMITES ESTABELECIDOS PELA LEI Nº
6.530/1978. ALEGADA OFENSA AOS ARTS 5º, INC XIII, E
22 INCXVI DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. MATÉRIA
INFRACOSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO E RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. Relatório. 1.Agravo nos autos
principais contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário
interposto com base no art.102 inc. III alínea a da Constituição
da República. O recurso extraordinário foi interposto contra o
seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1º Região:
ADMINISTRATIVO. CONSELHOS PROFISSIONAIS. CONFEA
X COFECI. ELABORAÇÃO DE PARECER DE AVALIAÇÃO
MERCADOLÓGICA. ATIVIDADE PERMITIDA AO CORRETOR
DE IMÓVEIS. LEI 6.530/78, ART.3º RESOLUÇÃO COFECI
N. 957/2006. AUSÊNCIA DE NULIDADE OU INVALIDADE.
1. A Resolução impugnada não se desvia das finalidades, bem
assim das determinações contidas na Lei nº 6.530/78, uma
vez que opinar quanto à comercialização imobiliária inclui a
elaboração do Parecer de Avaliação Mercadológica descrito
nos termos do art.3º da Resolução COFECI n. 957/2006. 2. As
atividades elencadas no art.3º da Resolução COFECI n. 957/2006
para elaboração do Parecer de Avaliação Mercadológica, não
necessitam de formação específica em engenharia, arquitetura
ou agronomia, porque tais atividades estão relacionadas com a
respectiva área de atuação do corretor de imóveis. 3. O objetivo da
Resolução é satisfazer e fornecer ao cidadão uma avaliação eficaz
do seu imóvel, determinada e real, com os conteúdos e requisitos
ideais de conhecimento, fugindo de uma simples declaração
de avaliação, que, às vezes, eram efetuadas sem qualquer
padronização. É a segurança do mercado imobiliário que se
objetiva, o que demonstra estar em harmonia com a finalidade
da Lei nº 6.530/78. 4. A jurisprudência pátria já se consolidou
no sentido de que a avaliação de um imóvel não se restringe às
áreas de conhecimento de engenheiro, arquiteto ou agrônomo,
podendo, também, ser aferida por outros profissionais, tal como
ocorre, no aspecto mercadológico, com os corretores de imóveis
(REsp n.779.196/RS Rel. Ministro Teori Albino Zavaski, Dje de
09/09/2009; REsp 130.790/RS 4ª T.Min. Sálvio de Figueiredo
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
cada localidade, onde os agrupamentos de pessoas eram pequenos, por isso não
havia necessidade de um código escrito, sem falar na dificuldade que havia em
legislar e registrar essas leis em virtude do seu pioneirismo. O principal objetivo
destas leis era o de unificar os povos, trazendo uma maior harmonia nas relações, já
que não estavam acostumados a conviver todos juntos em cidades. A maioria desses
povos era camponeses, acostumados com a vida simples e pacata no campo, porém
o Reino Babilônico era próspero. Isso atraia as pessoas que chegavam em busca de
melhorar o seu comércio e viver em maior segurança. Por isso, a vida dentro das
cidades não era fácil, então para pacificar a convivência foi criado o código escrito,
o primeiro código escrito que se tem conhecimento.
As principais características do Código de Hamurabi eram a sua forma escrita
e os seus julgamentos, baseados na reciprocidade da pena, a tão conhecida Lei de
Talião cuja frase “olho por olho, dente por dente” marca uma história. Sintetiza
o espírito do Código antigo quando prevê que todo delito deveria ter sua punição
proporcional ao dano causado. A pena de morte era a punição mais utilizada. Como
as pessoas ainda sofriam intervenções dos povos bárbaros, esse tipo de pena era algo
comum. Ao comparar as penas daquele período com as de hoje é passivo provocar
choque cultural entre épocas. O que deve ser levado em consideração é que aquelas
leis refletiam a realidade do momento em que conviviam, onde as pessoas julgavam,
resolviam seus problemas e faziam justiça com as próprias mãos.
Com o surgimento do Código, os julgamentos e as punições passaram a ser
controlados pelo rei, proporcionando uma espécie de organização controlada.
Muitos pensam que o Talião era um rei ou divindade daquela época, mas isso não é
verdade. A palavra Talião deriva de “talionis” como princípio de justiça, cuja pena
baseia-se na aplicação de sanção, com peso equivalente ao dano causado, ou seja, se
matou o filho de alguém, deverá o seu filho também morrer.
A pedra ficava exposta em praça pública, para que todos pudessem ler e
entender os seus direitos e obrigações, para convivência em sociedade. O seu
tamanho é de 2,25 metros de altura, 1,60 metros de circunferência na parte
superior e 1,90 metros na base. As leis por serem escritas em pedra não possuíam
constantes modificações e atualizações, o que dificultou sua continuidade. Até hoje
a influência do Código de Hamurabi é possível ser encontrada na maioria das leis
de todo o mundo. A Constituição Federal do Brasil, por exemplo, possui as famosas
“cláusulas pétrias”, aquelas que não podem ser alteradas para segurança do Estado
Democrático de Direito, como se estivessem cravadas em pedra como o antigo
Código de Hamurabi na Babilônia.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como o tema abordado neste tópico referem-se aos tipos diferentes de leis,
não poderia deixar de ser abordada a importância que tem a hierarquia entre elas,
para que não haja conflitos de interesses entre os entes da Federação. Ao conceituar
hierarquia, pode ser dito que é ordenação de poderes escalonados seguindo uns aos
outros em ordem crescente e organizada. A hierarquia é algo tão importante dentro
das instituições que, sem ela, torna-se impossível o respeito entre seus componentes,
em virtude da desordem e da falta de comando.
Hierarquia do ponto de vista organizacional, não deve ser interpretado como o
poder de comandar baseado no medo ou em ameaças, mas na capacidade de servir,
de orientar, de resolver problemas, de liderar e de tomar decisões em proveito da
coletividade. São essas as qualidades que torna a pessoa hierarquicamente mais
importante dentro de uma unidade. Daí vem o significado da frase contida na
Bandeira do Brasil “ordem e progresso”, onde não há ordem, não há progresso.
Desde a Constituição Federal, em 1988, a hierarquia das leis passou a adotar a
seguinte composição, definida no artigo 59 da aludida norma constitucional “Art.59.
O processo legislativo compreende a elaboração de: I-Emendas à Constituição; II-
Leis complementares; III- Leis ordinárias; IV- Medidas provisórias; V- Decretos
legislativos e VI- Resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre
a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis”. A ordem da hierarquia
entre as leis é a seguinte, de cima para baixo:
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. Segurança imobiliária
O Código Civil brasileiro nos seus artigos 722 a 729 trata da corretagem em
geral, não apenas das imobiliárias, mas de todas que existem e, ainda, as possam
surgir. Inclusive, aborda em seus textos a responsabilidade civil do intermediador
e questões importantes como a possibilidade da exclusividade, tipos de contratos,
perdas e danos, partilha e recebimento de honorários. Vejamos a redação do artigo
722:
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada
a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou
por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a
segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.
(BRASIL, 2012)
Um dos pontos que chama a atenção, nas regras civilistas é o fato do
intermediador dever agir “conforme as instruções recebidas”. Isso significa que
o corretor intermediador ao informar detalhes ou fornecer informações sobre os
imóveis que lhes foram confiados a intermediação, necessita de prévia autorização
por escrito do contratante, pois ao serem divulgadas informações equivocadas sobre
os imóveis, poderá comprometer o negócio que está sendo ofertado, causando
prejuízo a terceiros. Sobre isso ensina o artigo 4º, inciso IX do Código de Ética
Profissional da categoria, ao afirmar que “Cumpre ao Corretor de Imóveis, em
relação aos clientes: contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços
profissionais.” (Conselho Federal de Corretores de Imóveis – Sistema Cofeci Creci,
Legislação, ed.9ª, Brasília DF, 2018.p.80).
Intermediar, portanto, é aproximar pessoas, é construir um campo magnético
propício para que as pessoas possam realizar seus negócios. Tal como uma ponte, o
corretor de imóveis liga uma margem do rio à outra e ganha por sua perícia e ética,
na construção dessa ponte entre as partes interessadas no negócio imobiliário. Por
isso, intermediar não deve confundir-se com mediar. Enquanto o primeiro conceito
é de aproximar pessoas, o segundo refere-se à possiblidade de solução de conflitos.
Nada impede, contudo, que haja mediação em uma intermediação. Aliás, a maior
incidência da mediação nas intermediações imobiliárias ocorre quando há conflitos
de interesses, por falta de entendimento entre as partes, quando nos contratos existem
pagamentos de prestações periódicas e nos negócios que envolvem administração
de locações e de condomínios.
A ciência imobiliária, por sua vez, é a ciência do dever ser, da boa conduta do
indivíduo e do livre arbítrio baseado na ética, nas normas jurídicas, nos resultados
satisfatórios e na moral, onde o corretor de imóveis possui a liberdade de contratar
serviços, tomar decisões e decidir qual o melhor caminho para a realização do
negócio. A ciência imobiliária não tem ligação direta com a profissão regulamentada,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
existentes. A pessoa humana, defende Kelsen, não pode ser condição de validade
da norma jurídica. O valor de cada pessoa está ligado, intimamente, ao seu livre
arbítrio, aos seus princípios, à ética, ao seu modo de agir e de respeitar as normas
vigentes. Defende Kelsen, que “A ciência do direito é ciência espiritual e não
ciência natural. Mas não se pode negar que o direito, como norma, é uma realidade
cultural e não natural. O direito deva ser moral, isto é, deva ser bom e de algum
modo, seja moral.” Por isso, “a felicidade social é denominada justiça”. (HANS,
2013. p.77-78) (grifo nosso).
Deve ser lembrado, pelo princípio da igualdade, que todos são iguais diante
da lei. Essa igualdade, meramente formal, refere-se não apenas aos direitos, mas
também nas obrigações de cada pessoa dentro da sociedade em que vive. Neste
sentido, a Constituição Federal do Brasil (1988), como garantia fundamental, prevê
em seu artigo 5º que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”.
A intermediação imobiliária não deve ser vista apenas como ato de ofertar
imóveis ou de formular propostas de compra, mas como algo necessário para a
felicidade das pessoas e para o desenvolvimento da economia produtiva nas cidades.
O trabalho desses profissionais deve alcançar o que é justo e necessário para os seus
clientes. A ciência imobiliária não se encontra em uma ou outra fase dos negócios
imobiliários, ela participa desde a concepção do pensamento de sua criação até a
fase final de conclusão de suas etapas, quando a ética, deve ser o ponto de partida de
toda transação.
Tudo o que existe nas atividades imobiliárias, de modo subjetivo, desde os
primeiros passos do intermediador, as pessoas interessadas, as normas jurídicas,
os regulamentos, as resoluções, os contratos, os anúncios publicitários, os cursos
acadêmicos, os sentimentos, os argumentos do intermediador, os efeitos na
sociedade, faz parte de um imenso mundo cujas partes estão unidas num único
bloco que se prende a cada etapa dos negócios. Tudo é uma ciência.
Os negócios imobiliários não devem ser vistos isoladamente como se fosse uma
peça de jogo de xadrez, possível de destacá-los de tudo o que envolve as atividades
imobiliárias, as necessidades das pessoas, seus medos, as experiências positivas,
as leis, a moral que em tudo devem estar presentes. Neste contexto, surge a
segurança imobiliária como conjunto de procedimentos que possibilitam as pessoas
adquirirem imóveis com liberdade de escolha, à luz de suas necessidades, dentro de
suas possibilidades financeiras e econômicas, com a segurança jurídica necessária e
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a certeza de que está realizando um bom investimento. (talvez fosse criar elementos
para a segurança imobiliária, como, por exemplo, o agir ético do corretor).
De que adianta adquirir um imóvel que não poderá ser utilizado por seu
proprietário, em virtude de suas características físicas ou por conta da localização
que o torna impróprio para o fim a que se destina? A segurança imobiliária ultrapassa
as fronteiras da segurança jurídica por compreender que a aquisição de um bem
imóvel vai além da realização de um negócio jurídico.
A escolha do imóvel, a análise de crédito e da capacidade financeira do
interessado, o estudo da necessidade de comprar, a viabilidade econômica do
imóvel, a decisão espontânea da família em adquirir a propriedade, o retorno do
capital de investimento, a utilidade do imóvel, os custos com a transferência da
propriedade, a aquisição dentro do preço praticado no mercado e os procedimentos
legais para transferência da titularidade, são quesitos indispensáveis para a aquisição
do imóvel, que vão muito além da análise documental do imóvel e da confecção de
um bom contrato de compromisso de compra e venda.
A segurança imobiliária deve estar presente nas intermediações imobiliárias
realizadas por corretores de imóveis e por gestores imobiliários, por serem esses
profissionais conhecedores de mercado e na jurisdição onde desenvolvem suas
atividades profissionais. Embora não haja obrigatoriedade de formação jurídica
específica, faz-se necessário que esses profissionais tenham conhecimentos
mínimos sobre leis imobiliárias, tipos de garantias e crédito imobiliário, direitos do
consumidor, direitos e deveres do vendedor e do comprador de imóveis, avaliação
mercadológica de imóveis, regras da locação, contratos e documentação imobiliária,
além da expertise necessária para conhecer as necessidades de seus clientes e a
finalidade para a qual o imóvel está sendo adquirido.
Por isso, se faz importante destacar que há entre as pessoas e seus imóveis
uma íntima relação de identidade. As pessoas se identificam nos espaços em que
vivem nos seus lares, no ambiente de trabalho, na casa de praia, etc. Por exemplo,
a personalidade de cada indivíduo se manifesta na arrumação de sua mobília no
ambiente de trabalho e na sua residência. É também por essa razão que algumas se
apegam aos seus imóveis ao ponto de supervalorizar o preço de venda, muitas das
vezes querendo vendê-lo acima do valor de mercado. Pela mesma razão, na hora
de comprar, outras se “apaixonam” por seus imóveis logo na primeira visita. Não
se trata somente de uma questão estética ou de arquitetura, mas também de uma
qualidade cuidadosa que deve possuir o corretor, que, ao conhecer o cliente, deve
buscar identificar sua personalidade e seu “perfil imobiliário”, levando em conta
vários fatores, inclusive a localização.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
compras, ou tempo de deslocamento que é gasto até o local de trabalho não podem
ser desconsiderados; além do mais, o tamanho do imóvel, incluindo a área útil,
área comum e área total, além do número de vagas de garagem, são pontos que
podem (des)valorizar o imóvel. Se a compra do imóvel for a prazo, o percentual
de comprometimento da renda não deve ultrapassar um terço de seu valor líquido,
incluindo o valor do condomínio. Além do mais, quanto maior o valor do sinal,
menor será o valor das parcelas.
A escolha do tipo do financiamento é fundamental para uma compra mais
segura, pois quando o prazo total do contrato ultrapassar cinco anos, o melhor é
optar por um tipo de financiamento baseado na variação da Taxa Referencial (TR)
mais juros anuais pré-estabelecidos e não em financiamentos indexados na inflação.
A depender do percentual da taxa de juros do financiamento, existe a possibilidade
de que a locação do imóvel seja o melhor caminho, pois ninguém pode definir como
estará a economia no país em dez, quinze, vinte ou trinta anos. Além disso, faz
necessário verificar o valor final da taxa de juros efetiva e qual a melhor da taxa de
financiamento no momento da compra, já incluindo o seguro prestamista e o tipo
de garantia utilizada. Não esquecer de que a portabilidade entre bancos é possível
quando outro agente financeiro oferece taxas de juros mais convidativas.
O estudo da viabilidade econômica do imóvel é algo bastante interessante,
pois permite ao interessado optar pela compra ou pela locação do imóvel. Muitas
vezes faz-se necessário a elaboração de um parecer técnico de avaliação imobiliária,
para constatar o real valor do imóvel na comparação com outros imóveis ou para
reduzir impostos quando o valor da avaliação pelo poder público estiver acima do
preço do imóvel. Corretores imobiliários, engenheiros, arquitetos e agrônomos têm
a prerrogativa da avaliação mercadológica dos imóveis. Contudo para a segurança
imobiliária deve estar presente nos negócios imobiliários intermediados e realizados
através de um corretor de imóveis.
Alguns profissionais já praticam a segurança imobiliária em suas
intermediações, contudo por não conhecer a importância de seu trabalho não
conseguem precificar corretamente o valor de seus serviços. A preocupação com
a segurança da transação deve ocorrer desde o momento da contratação. Quando
as partes tiverem noção da importância da segurança imobiliária, os negócios
serão realizados com maior tranquilidade e o corretor de imóveis gozará do título
“corretor da família” e seus trabalhos terão valor consultivo.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os negócios existentes precisam ser válidos para gerar efeitos. São pressupostos
mínimos de validade o agente capaz, a livre vontade de contratar, sem vícios de
qualquer natureza; o objeto lícito, possível e determinável ou determinado e que sua
forma esteja prescrita e não defesa em lei, quando assim a legislação a obrigar.
Sem esses elementos constitutivos, sem qualquer deles, portanto, todo negócio
jurídico, como os contratos imobiliários e os procedimentos negociais sejam de
permuta, de compra e venda, de locação, de dação em pagamento, de avaliação
ou por qualquer meio de intermediação são nulos e não geram efeitos de natureza
patrimonial ou obrigacional.
Para melhor entender a íntima relação entre existência do negócio jurídico, sua
validade e eficácia faz-se necessário uma rápida análise sobre a escala ponteana,
criada e defendida pelo imortal Pontes de Miranda, em seu Tratado de Direito
Privado composto por 60 tomos, cuja criação levou longos quinze anos de estudo.
De início, é preciso lembrar que o artigo 104 do Código Civil discorre que
a validade do negócio jurídico requer: um agente capaz, objeto lícito, possível e
determinado ou determinável e forma prescrita e não defesa em lei
Art. 104º – A validade do negócio jurídico requer:
I- Agente capaz
II- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
III- Forma prescrita e não defesa em lei (BRASIL, 2002).
a) Capacidade do agente: os atos praticados por absolutamente incapaz são
nulos e os por relativamente incapaz, anuláveis.
b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: por isso, os contratos
que tem por objeto coisa roubado ou impossível de realizado são inválidos,
como por exemplo, vender herança de pessoa viva.
c) Consentimento dos interessados: não pode haver vícios de consentimento
como erro, dolo, coação, lesão ou vícios sociais como simulação ou fraude
contra credores.
d) Forma prescrita e não defesa em lei: aquilo que a lei proíbe as partes não
podem transacionar ou modificar, sob pena de invalidade negocial no todo ou
em parte.
Para melhor entendimento é preciso pensar na construção de todo negócio sob
o tríplice degrau da escala ponteana: o existir, o valer e a eficácia como conceitos
independentes e inconfundíveis. Por isso, o negócio jurídico pode existir e valer e
não ser eficaz ou podem existir, não valer e ser eficaz; o que não pode é valer e ser
eficaz sem que exista, pois o que não existe na natureza não gera efeitos.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
[...]
Art.108 – Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública
é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior
salário-mínimo vigente no país. (BRASIL, 2002).
E, por último, entra o plano de EFICÁCIA condicionado à suspensão ou
resolução do negócio jurídico. Portanto, ocorre a condição suspensiva quando a
validade do negócio jurídico se encontra subordinada a existência de um fato futuro,
quando, por exemplo, um avô promete uma viagem ao neto se ele aprovado num
concurso público. Por isso, se o neto não passar na prova, o avô não está obrigado a
lhe pagar a viagem. Já na condição resolutiva os efeitos do negócio jurídico existem
até que algum fato os interrompa, como por exemplo, a locação de um barco de
pesca até que seja pescado uma tonelada de peixes. Após alcançar a quantidade de
pescados, o contrato se extingue.
No campo da eficácia, o negócio jurídico pode estar condicionado a encargo,
a termo futuro e incerto, que tanto por ser inicial como termo final. Como exemplo
de termo inicial, quando um contrato de locação passa a vigorar no período das
festas juninas no mês de junho. Já sobre encargos, quando uma das partes tem um
ônus, como ocorre com frequência nas doações com encargos, quando o donatário
só receberá a herança se construir casas para os mais necessitados.
Abaixo encontra-se a escala ponteana em quadros para melhor entendimento.
67
Capítulo II
Quem é proprietário de um bem imóvel também deve ser dos utensílios que
o guarnecem, pois a regra é o que acessório acompanhe o principal. A propriedade
consiste no direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar, dispor, gozar da
coisa e a defender de quem quer que detenha de forma injusta, conforme estipula
o artigo 1.228 do Código Civil. A pessoa pode ter a propriedade e não estar na sua
posse ou pode ter a posse e não possuir a propriedade. São direitos distintos que se
completam, como será visto mais adiante. A propriedade imobiliária é espécie de
bem tão valioso e importante para as pessoas que o direito sobre ela passou a ser
uma das garantias fundamentais prevista na Constituição Federal do Brasil/88.
Art. 1.228 - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
injustamente a possua ou detenta.
§1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância
com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial,
a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do
ar e das águas;
§2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer
comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de
prejudicar outrem;
§3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público
iminente. (BRASIL, 1988)
Todo proprietário pode livremente vender os seus bens, móveis ou imóveis,
sem a presença do corretor de imóveis. O direito à propriedade é, antes de tudo, uma
garantia fundamental prevista na Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º,
inciso XXIII. Por essa razão, jamais a intermediação imobiliária por corretor será
requisito de admissibilidade e validade de escritura pública onerosa de bem imóvel.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O que se vê em algumas partes do Brasil são leis estaduais que determinam que
conste no instrumento público se houve ou não a presença do corretor imobiliário
intermediando a venda daquele imóvel, mas não obrigam a sua presença para
validade do ato, caso contrário as referidas leis estaduais poderiam ser declaradas
inconstitucionais.
A propriedade engloba, também, o solo, o subsolo e o espaço aéreo em altura
e profundidade compatíveis aos seus exercícios, conforme previsto no artigo 1.229,
do Código Civil. Sendo assim, o proprietário do terreno poderá construir obras e
levantar antenas, por exemplo, mas desde que respeite os limites do ordenamento
jurídico local. Quanto ao subsolo, embora lhe pertença, não poderá impedir a
passagem de cabos e de tubulações, mas poderá pleitear indenizações pelas perdas
que se lhe alcançar.
O proprietário não tem direito às jazidas minerais ou os monumentos
arqueológicos porventura encontrados, mas poderá explorar as reservas de água,
pagando as contraprestações devidas ao Poder Público. A exploração de jazidas
e demais recursos minerais só podem ocorrer mediante autorização da União,
por serem as jazidas um bem imóvel distinto do solo de propriedade do Estado.
Já a propriedade de bem móvel se adquire por cinco diferentes modos: usucapião,
ocupação, achado do tesouro, a tradição, a especificação e a confusão.
Art. 1.299 – A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e
subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu
exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade
tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. (BRASIL,
2020)
a) A primeira, pela ocupação, dar-se quando a pessoa toma posse de um bem
móvel sem dono ou abandonado com a intenção de se tornar proprietário dele.
Geralmente a ocupação ocorre na pesca e na caça de animais.
b) Já o “achado do tesouro” passa a existir quando alguém encontra tesouro
esquecido por seu antigo dono. Se esse tesouro estiver no prédio de alguém,
o achado deverá ser dividido entre o proprietário do imóvel e a pessoa que
descobriu a coisa.
c) Pela tradição, que significa a entrega da coisa móvel com a intenção de
transmitir o domínio do bem, conforme preceitua o artigo 1.267 do Código
Civil.
d) Pela confusão quando não for possível identificar ou separar a coisa de outras
como grãos de café, gasolina e álcool etc., ou seja, a justaposição de uma coisa
à outra. Neste caso, a propriedade da coisa passa a ser atribuída ao dono da bem
principal, surgindo a obrigação de indenizar os demais que estejam de boa-fé.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Não é porque a propriedade é privada que pode ser utilizar da forma que quiser.
O direito à propriedade, embora protegido por nossa Constituição Federal, em
seu artigo 5º, inciso XXII, como garantia fundamental do Estado Democrático de
Direito, possui limitações por não ser absoluto e por precisar atender a função social
da propriedade. O objetivo do legislador ao impor limites ao uso da propriedade é
assegurar sossego, segurança, bem-estar, qualidade de vida aos moradores vizinhos,
sem que isso prejudique o uso da propriedade e o direito subjetivo de ir e de vir das
pessoas. Não é pelo fato de a pessoa ser proprietária ou possuidora de um imóvel
que dele poderá usar e usufruir sem limites.
A regra é simples, o proprietário do solo, do subsolo, e do espaço aéreo,
correspondente ao limite da sua propriedade. Entretanto, inicia neste momento os
limites do direito de propriedade, pois não pode haver oposição do proprietário às
atividades em a profundidade e altura, que não impeçam ou dificultem o exercício
do seu direito de propriedade, mas pode edificar construções que lhe aprouver,
desde que respeitadas as legislações vigentes, fincando alicerces na profundidade
que for mais segura para edificação de seu prédio.
O proprietário de um bem não pode impedir a passagem de um metrô abaixo
de sua propriedade quando não lhe causar transtornos ou incômodos. Da mesma
maneira, não pode impedir o voo de uma aeronave sobre sua propriedade a uma
altura que não lhe traga prejuízo ou que impeça o uso do seu imóvel. Porém, se os
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
vizinhos de cada lateral de sua propriedade resolvessem fazer uma ligação entre seus
imóveis, transpassando uma ponte ou um cabo de fiação elétrica sobre a propriedade
do meio, poderia haver oposição, já que o espaço aéreo pertence exclusivamente ao
dono do imóvel.
Em relação jazidas minerais, monumentos arqueológicos e fontes de energia
elétrica, a propriedade delas pertence exclusivamente a União e não ao dono do
solo onde se encontram, assim prevê o artigo 20, inciso IX, da Constituição Federal
do Brasil. Diz ainda, a nossa Constituição que as jazidas, em larvas ou não, e
demais minerais constituem propriedade distinta da do solo e por isso a exploração
ou o aproveitamento é da União, embora seja garantida ao concessionário ou ao
proprietário do solo a produção da larva. Para explorar esses minérios, só com
autorização especial da União, tanto por brasileiros ou por empresas localizadas no
Brasil e reguladas por leis brasileiras, conforme dispõe os artigos 1.229 e 1.230 do
Código Civil brasileiro.
Art. 1229 – A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e
subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu
exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais,
que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.”
Art. 1230 – A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas
e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica,
os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis
especiais.
Parágrafo único – O proprietário do solo tem o direito de explorar
os recursos minerais de emprego imediato na construção civil,
desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o
disposto em lei especial. (BRASIL, 2020)
Embora não seja possível registrar direitos de posse no Cartório de Imóveis,
o direito de uso e disposição da propriedade, inclusive de reivindicá-la contra
terceiros, estende-se também aos possuidores de boa-fé. Um claro manifesto sobre a
limitação do direito de propriedade encontra-se definido no artigo 1.299 do Código
Civil, onde “O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos”.
Quem pretende construir muros, por exemplo, não pode construir na altura que
quiser, nem invadir a propriedade limítrofe, pois deve respeitar os direitos do seu
vizinho e a legislação de cada município. Além do mais, como as despesas com
levamento e manutenção devem ser rateadas entre eles, é recomendável que haja
prévio acordo antes do início da construção. A altura ideal de um muro é entre dois
a três metros, embora em algumas regiões do Brasil, como na cidade do Recife, por
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exemplo, essa altura pode chegar a três metros e meio a partir do nível do meio fio
da rua (Lei nº 16.292/1997)
Art. 1.297 – O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou
tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode
constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação
entre os 2 (dois) prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar
marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente
entre os interessados as respectivas despesas.
§1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como
sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas,
presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os
proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade
com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para
as despesas de sua construção e conservação. (BRASIL, 1997)
É possível encontrar muros de baixa altura, com um metro ou um metro e
meio, cobertos de cacos de vidro ou cerca elétrica. Esta prática coloca em risco
a segurança de seus vizinhos e dos transeuntes que passam pelo local. Muros de
baixa altura não devem receber pregos, pedaços de vidro quebrados, cerca elétrica
ou outros materiais por colocarem em risco a segurança e a saúde de seus vizinhos.
Cercas elétricas devem respeitar a altura mínima de 2,10m do piso da rua, além de
não ser possível a instalação de forma artesanal, por qualquer pessoa leiga. Existem
empresas especializadas neste tipo de serviço, cujos serviços devem atender as
regras municipais de segurança.
Outro problema comum entre vizinhos é a abertura de janelas ou construção de
terraços, varandas ou sacadas a menos de um metro e meio de distância do limítrofe
do terreno do vizinho. Sobre isso, inclusive, decidiu o STJ (REsp 1.531.094 – 3ª
Turma, Min Villas Bôas Cueva) que abertura de janelas a menos de um metro e
meio de distância, mesmo que não comprometa a privacidade do seu vizinho, fere
as normas objetivas do direito de vizinhança e vai de encontro às regras previstas no
artigo 1.301, caput, do Código Civil, evidenciando limitação do direito de construir.
No entanto, pequenas aberturas para entrada de luz ou de ventilação, desde que
não maiores de dez centímetros de largura por vinte centímetros de comprimento,
quanto numa altura superior a dois metros de cada piso não transgredi norma
regulamentadora. O vizinho que sofrer com esses tipos de construções irregulares
ou com goteira de água sobre sua propriedade, pode ingressar com ação judicial
no prazo decadencial de um ano e um dia, caso contrário, não poderá reclamar
futuramente, sobre essas construções.
Art. 1.301 – É defeso abrir janelas ou fazer eirado, terraço ou
varanda a menos de metro e meio do terreno vizinho.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem
como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de 75
(setenta e cinco) centímetros.
§2º As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para
luz e ventilação, não maiores de 10 (dez) centímetros de largura
sobre 20 (vinte) de comprimento e construídas a mais de 2 (dois)
metros de altura de cada piso. (BRASIL, 2020)
Outro exemplo clássico de limitação do direito de propriedade, surge quando
proprietários ou ocupantes de imóveis são obrigados a permitir que vizinhos
entrem na sua propriedade para resgatar animais ou objetos caídos acidentalmente,
ou ainda, quando for preciso executar limpeza, reparo ou construção em paredes,
muros, nascentes de água ou cercas vivas limítrofes entre as residências. Entretanto,
seja qual for a razão, a entrada no imóvel do vizinho deve ser autorizada por ele,
mediante aviso prévio. Porém, quando a coisa for recuperada, a entrada no imóvel
já não deve ser mais consentida. Se dessa entrada resultar algum dano, estrago ou
prejuízo no imóvel, cabe obrigação de repará-lo. Dessa forma dispõe o Código Civil
em seu artigo 1.313:
Art. 1.313 - O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a
tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso para:
I- Dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação,
construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou de muro
divisório;
II- Apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que se encontrem
casualmente.
§1º O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou
reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços,
nascentes e ao aparo de cerca viva.
§ 2º Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas
pelo vizinho, poderá ser impedida sua entrega no imóvel.
§3º Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier
dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento. (BRASIL, 2020)
3. Pela Usucapião
6.1 Ilhas
No Brasil não é tão comum o surgimento de ilhas. As ilhas, no entanto, não
podem ter qualquer contato de terra, senão através de ponte, com continente, não
importando essa distância. Dentre as mais conhecidas em Pernambuco, estão a
Ilha de Fernando de Noronha, a Ilha de Itamaracá e a Ilha de Santo Aleixo. Vale
destacar que quando se formarem entre margens e a metade do rio pertencerão ao
proprietário da margem mais próxima. Se no meio do rio, divide-se a metade do
álveo na proporção de metade para cada proprietário.
Para Ulisses Peixoto, “álveo é superfície que as águas cobrem sem transbordar
para o solo natural e ordinariamente enxuto. Se se formarem entre uma das margens
e a metade do rio, pertencerão ao proprietário da margem mais próxima.” Direito
Imobiliário. Ulisses Vieira Peixoto. Editora JH Mizuno, São Paulo, 2017.p. 111
Entretanto, se águas dos rios, lagos, riachos ou lagoas onde se encontra a
propriedade tiver correnteza ou forem águas públicas não poderá haver aquisição da
propriedade de ilhas, pois juridicamente é impossível a aquisição de terras públicas
seja por acessão ou pela usucapião.
6.2 Aluvião
Por Aluvião, no entanto, entende-se como sendo acréscimos de aterro ou de
depósitos naturais ao longo das margens das propriedades. Ou seja, por força da
natureza, sedimentos de terra vão se somando a outras já existentes proporcionando
maior extensão em seu território. Se isso ocorrer em locais onde existentes
proprietários diferentes, dividem-se entre eles de acordo com a testada de cada
imóvel.
6.3 Avulsão
Na Avulsão, diferentemente das ilhas, surge quando um pedaço de determinado
imóvel se deslocar e se juntar a outro se somando a ele. Neste caso, o dono do
prédio onde se juntou adquire-lhe, naturalmente, a propriedade, desde que a pague.
No entanto, é possível que não haja reclamação do dono da propriedade afetada. O
proprietário do imóvel acrescido tem a obrigação de pagar ao reclamante o preço
do seu prejuízo, incluindo o valor da parte da propriedade que se deslocou e a
desvalorização do que continuou em seu domínio. Se esse prazo for maior do que
um ano e um dia, nenhum direito indenizatório lhe caberá.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8. Perda da propriedade
Poder Público confisca o imóvel como sanção. Esse tipo de procedimento ocorre,
geralmente, quando o imóvel está sendo utilizado para fins criminosos e ilícitos,
como o plantio de maconha, o exercício de trabalho escravo, o tráfico de drogas, o
desmanche de veículos etc.
É uma forma bruta de tomada da propriedade necessária para o bem da
sociedade. Dessa forma, o Poder Público está cumprindo o seu papel de proteger a
população, contra a prática da criminalidade. Ninguém gostaria de ter vizinho um
imóvel utilizado na prática de crimes ou ocupado por criminosos.
JURISPRUDÊNCIA
STJ – AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REsp 1244034 SP
2018/0024573-9
EMENTA. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA.
ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO. CONSIDERAÇÃO DO
LAUDO PERICIAL PROVISÓRIO. POSSIBILIDADE DE NÃO
OBSERVÂNCIA DA CONTEMPORANEIDADE. EXCEÇÃO À
REGRA GERAL. 1. O art. 26 do Decreto-Lei n. 3.365/1941 atribui
à justa indenização o predicado da contemporaneidade à avaliação
judicial, sendo desimportante, em princípio, o laudo elaborado
pelo ente expropriante para a aferição desse requisito ou a data
da imissão na posse. Precedentes. 2. Admite-se, no entanto, que
a instância ordinária, senhora da instrução processual, mediante
persuasão racional devidamente motivada, estabeleça outro
referencial probatório para a definição da indenização justa.
Precedentes. 3. Agravo conhecido para negar provimento ao
recurso especial. Data da publicação 16/04/2018. (STJ, 2018)
quais se incluem:
I- as formas de expressão;
II- os modos de criar, fazer e viver;
III- as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V- os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§1 O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá
e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e
de outras formas de acautelamento e preservação.
§2 Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear
sua consulta a quantos dela necessitem.
§3 A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento
de bens e valores culturais.
§4 Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na
forma da lei.
§5 Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos. (FC, 1988)
Há diferenças entre os conceitos de patrimônio material e imaterial. O material
consiste no conjunto de bens culturais móveis e imóveis constantes no Brasil, que
remeta a memória de outra época, seja por seu valor histórico ou arqueológico,
como igrejas, praças, cidades etc. O patrimônio material é palpável e pode ser
facilmente identificado. Já o patrimônio imaterial são os costumes artísticos, as
tradições, a cultura, o folclore, as músicas que remetem às tradições brasileiras. São
originalmente criados no Brasil e podem ser encontrados nas mais diversas formas
de expressão da cultura regional. Os estados fronteiriços com outros países são mais
enfáticos com seus traços culturais imateriais, justamente para não serem engolidos
pelas tradições de países vizinhos, muitas vezes separados territorialmente apenas
por ruas ou rios.
Por essa razão, quando se trata de bem imóvel com valor histórico material
ou imaterial deve ser considerado sua importância artística, cultural e histórica
no momento da avaliação. O problema é quem nem sempre há sensibilidade do
avaliador ou das partes envolvidas com a coisa para enxergar e mensurar sua
influência cultural imaterial por ser vista, algumas vezes, apenas com o coração.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quem acha alguma coisa deve devolvê-la ao legítimo dono. Esse procedimento
além de ser um dever moral é uma obrigação, que gera direito à recompensa.
Quem nunca achou alguma coisa? Encontrar objeto não é crime, mas se com ele
permanecer, sem a intenção de devolvê-lo ao seu legítimo dono, comete crime.
Achou alguma coisa, devolva-a! Achar objeto móvel perdido e dele se apropriar
sem devolver ao seu dono no prazo de até 15 (quinze) dias, comete crime de
“apropriação de coisa achada”, cuja pena é de detenção de um mês a um ano e
multa. O artigo 169 do Código Penal define que “Apropriar-se alguém de coisa
alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: II- quem
acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-lo ao dono ou legítimo possuidor ou de entrega-lo à autoridade competente
dentro de 15 dias.” (grifo nosso)
O velho jargão popular “Achado não é roubado”, não deve prosperar. O roubo
envolve violência ou grave ameaça, verbal ou física. O condômino, por exemplo,
que ache um relógio na academia dentro do condomínio tem o dever moral de
ordem jurídica de entregá-lo imediatamente ao síndico, caso não consiga identificar
o proprietário do objeto achado. O síndico, por sua vez, deve dar ciência a todos os
condôminos da existência da coisa que foi achada.
Da mesma forma, esquecer não é perder. O objeto encontra-se perdido quando
deixado acidentalmente em local público ou particular. Se alguém esquece algum
objeto numa reunião, por exemplo, e outra pessoa dele se apropria, comete crime
de “furto”, bem mais grave do que crime de “apropriação de coisa achada”,
pois quem do objeto se apropria, assim o faz conhecendo seu dono. Já as coisas
abandonadas são aquelas onde seus atuais donos não querem mais, jogaram fora ou
até nunca pertenceram a alguém. Nestes casos, podem ser apropriadas por qualquer
pessoa como define o artigo 1.263 do mesmo diploma cível “Quem se assenhorear
de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação
defesa por lei.”
Por outro lado, quem devolve o que achou tem direito à recompensa no
percentual de 5% (cinco por cento) do valor do objeto, mais o reembolso de
despesas com sua conservação enquanto na posse do detentor e, também, aquelas
oriundas de tentativas de localização do dono do objeto perdido. Se uma pessoa
perde um cãozinho, por exemplo, depois de mais de dez dias o encontra na posse
de outro alguém, deve reembolsá-lo e recompensá-lo pelo ato. Quando ao dono for
entregue o animal deverá pagar o valor equivalente a 5% do seu preço no mercado
de compra e venda e reembolsar as despesas com médico veterinário, vacinas,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
89
Capítulo III
A doação é um dos atos mais nobres do ser humano, seja de um bem ou de parte
de seu corpo em vida ou pós morte. O ato de doar é bastante comum no mercado
imobiliário. Muitas vezes o doador quer garantir o futuro de alguém por gratidão,
por amor ou por temer, futuramente, algum desentendimento entre herdeiros
decorrente da partilha de seus bens. Por isso, em vida, resolve doar seu patrimônio,
já que no testamento, público ou particular, os efeitos do ato só incidem após sua
morte.
Na doação, o doador em vida, por ato de liberalidade, transfere seus bens e
direitos para o donatário. É através de doação que uma pessoa consegue transferir
um imóvel para outra sem necessidade de realizar uma compra e venda, de modo
a antecipar a herança que caberia aos herdeiros após o falecimento do doador pelo
que dispõe o artigo 538 do Código Civil “Considera-se doação o contrato em que
uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para
o de outra.”
É permitido ao doador restringir a possibilidade de uso do patrimônio doado
através do usufruto ou de cláusulas restritivas da vontade, como a inalienabilidade,
quando o imóvel estará impedido de ser vendido ou doado; a impenhorabilidade,
nesta condição o imóvel não poderá ser penhorado por dívidas e, por último, a
incomunicabilidade para que o bem doado não venha, futuramente, fazer parte do
patrimônio do cônjuge do donatário.
A doação de bens imóveis só é válida quando realizada por escritura pública.
Por isso, doações verbais apenas tem efeito de ordem moral, mas não transfere a
propriedade do imóvel. O primeiro passo na doação é se dirigir a um Tabelionato de
Notas de sua preferência e apresentar documentos pessoais do donatário, do doador
e do imóvel. Em seguida, pagar os custos com emolumentos cartorários, taxas e o
Imposto Causa Mortis e Doação (ITCMD) ou ITC. O percentual desses impostos
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
varia entre 02% a 0,8% em todo o território brasileiro, num sentido escalonado
diretamente proporcional ao preço do imóvel, ou seja, quanto mais alto o valor do
imóvel, maior a alíquota do imposto.
Neste ano de 2020, o percentual do ICD, no Estado de Pernambuco é 2% para
imóveis até R$ 200.000,00; 4% para imóveis entre R$ 200.000,01 à R$ 300.000,00;
6% para aqueles entre R$ 300.000,01 à R$ 400.000,00 e acima de R$ 400.000,01
o percentual do ICD é de 8%. Entretanto, estes percentuais são voláteis, ou seja,
podem ser alterados a qualquer tempo por liberalidade da Corregedoria Geral da
Justiça do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco. Cada Estado, portanto, tem
jurisdição sobre seu território.
Quanto à doação verbal apenas é válida para bens móveis, quando for de
pequeno valor, e lhe seguir no mesmo ato a tradição, ou seja, a entrega da coisa.
Imagine se assim não fosse, como haveria burocracia para fazer a doação de um
computador, de uma calculadora ou de um livro, por exemplo. Com base nisto,
o Código Civil em seu artigo 541 e parágrafo único destaca que “A doação far-
se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação
verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir
incontinenti a tradição”
Vale ressaltar, inclusive, que a doação de bens móveis ou imóveis precisa
ser aceita pelo donatário, exceto quando o donatário for menor de idade, aquele
absolutamente incapaz, desde que pura, ou seja, sem encargos e obrigações
vinculadas a sua validade. Nada impede, entretanto, que a “escritura pública de
doação seja unilateral, sem a participação do donatário, podendo o doador fixar
prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade.” (Art. 330 do
Código de Normas de Pernambuco, fls.228).
Poderá, ainda, haver doação entre ascendentes e descendentes ou entre os
cônjuges. Neste caso, caracteriza-se adiantamento da herança que cabe a cada um.
Se após a morte do doador ficar constatado que o valor recebido pelo donatário é
maior do que a parte que lhe caberia na herança, deverá fazer a colação (devolução)
da parte sobressalente para ser partilhada entre os demais herdeiros.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a
aceitação, desde que se trata de doação pura.”
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou a um cônjuge
a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.”
Art. 329. A escritura de doação de bem móvel ou imóvel em favor
de descendente pode ser:
I- Em adiantamento da legítima, quando o bem doado deve voltar
ao monte e ser partilhado entre os demais herdeiros no caso de
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
falecimento do doador;
II-Realizada em caráter definitivo, desde que o bem doado saía da
parte disponível do doador, e este, de modo expresso na escritura,
venha a dispensar o bem de colação em futuro inventário.
Parágrafo único. Na escritura de doação de ascendente a
descendente, não é necessária a intervenção ou autorização dos
demais descendentes não contemplados pelo ato de liberalidade.”
(Código de Normas de Serviços Notariais e de Registro de
Pernambuco, Art. 329, fls.228) (BRASIL, 2020)
Existem casos, entretanto, que ascendentes simulam uma compra e venda
ao transferir para seus descendentes a propriedade de seus imóveis com objetivo
de reduzir impostos, quando na verdade ocorre uma doação, já que não haverá
pagamento sobre a aquisição da coisa. Um imóvel no valor fiscal de R$ 1.000.000,00
por exemplo, a alíquota do ICD incidiria no percentual de 8%, enquanto a compra
e venda 2%, em média, uma diferença exorbitante de 6% sobre o valor da avaliação
fiscal do bem. O problema, no entanto, é que a compra e venda de imóveis entre
descendentes e ascendentes exige a anuência dos demais descendentes em mesmo
grau. Nesta condição, todos precisariam participar da escritura de compra e venda
anuindo expressamente ao negócio.
Nada impede que o Poder Público estadual, através da Assembleia Legislativa,
publique leis complementares reduzindo temporária ou definitivamente esses
percentuais para estimular doações e evitar simulações de compra e venda
entre descendentes e ascendentes, tal como ocorreu no ano de 2019 com a Lei
Complementar nº 416 de 27 de novembro, no seu artigo 4º, que instituiu o Programa
Especial de Recuperação de Créditos Tributários (PERC/ICD), reduzindo o Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos para 1%
quando a doação do imóvel não ultrapassar o valor de R$ 228.880,00 e 3% quando
acima deste valor, desde que realizada até o dia 31 de março de 2020. Como se vê,
faz-se necessário que o despachante imobiliário esteja sempre atualizado com as
leis estaduais e os provimentos da Corregedoria de Justiça do estado onde pratique
suas atividades profissionais.
A pessoa não pode doar tudo o que tem e depois ficar na penúria, sem condições
de manter sua subsistência. Esta condição restritiva de liberalidade impede que
pessoas de bom coração ou quando induzidas por outra possam se desfazer de todo
o seu patrimônio e depois se arrepender. A doação deve ser algo moderado e que
não impossibilite ao doador a permanência de uma vida digna e não comprometa
sua subsistência. Sobre isso determina o Código Civil em seu artigo 548 e o artiro
333 do Código de Normas de Pernambuco:
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte,
ou renda suficiente para a subsistência do doador.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
[ ]
Art. 333. Será considerada nula a escritura de doação se o doador
vier a realizar a doação de bens sem reserva de parte ou renda
suficiente para a sua subsistência.
Parágrafo único. Não poderá ser lavrada escritura de doação
se o bem do ado exceder à parte disponível que o doador, no ato
da liberalidade, poderia dispor através de testamento.” (Código
de Normas de Serviços Notariais e de Registro de Pernambuco,
art.333, fls.229).
A ingratidão continua sendo um ato cruel contra quem não merece. A ingratidão,
inclusive, estende-se ao cônjuge, aos ascendentes, descendentes, adotivos ou
legítimos, e até ao irmão do doador, quando ofendidos ou ameaçados.
Art. 555 A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário,
ou por inexecução do encargo.
Art. 557 Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I- se o donatário atentou contra a vida do doador ou
cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II- se cometeu contra ele ofensa física;
III- se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV- se, podendo ministrá-lo, recusou ao doador os alimentos
de que este necessitava. (BRASIL, 2020)
A doação não é ato definitivo. Pode, inclusive, ser anulada ou revogada, como
no caso de cônjuge adultero que doa bens ao seu cumplice. Neste caso, o prazo de
requerer a anulação da doação é de até dois anos da dissolução do casamento ou
da união estável, ou, ainda, por ingratidão do donatário ou por não ter cumprido
o encargo previsto no ato da doação para sua validade, como exemplo, só recebe
o terreno se nele construir um hospital no prazo de até um ano. Após este prazo,
caso não seja construído o hospital, a doação poderá ser revogada. A revogação da
doação deverá ser realizada através do judiciário. A sentença que revogar a doação
deve ser averbada no cartório de registro de imóveis para que o imóvel retorne ao
patrimônio do doador.
Ocorrendo a hipótese de terceiros terem adquirido esses imóveis de boa-fé,
antes da sentença anulatória, essas pessoas não terão os seus direitos prejudicados,
como também o donatário não estará obrigado a devolver os frutos colhidos durante
sua permanência no imóvel, como aluguéis etc. Neste caso, deverá o donatário
condenado por ingratidão devolver “meio termo do seu valor” de mercado, ou seja,
a metade do valor do imóvel em dinheiro.
JURISPRUDÊNCIAS
STJ – RECURSO ESPECIAL REsp. 1192243 SP 2010/0077460-9
(STJ)
EMENTA - ANULAÇÃO DE DOAÇÃO DE BENS DO CÔNJUGE
ADÚLTERO AO CÚMPLICE. PRAZO DECADENCIAL DE 2
(DOIS) ANOS. A LEGITIMIDADE DO HERDEIRO NECESSÁRIO
PARA VINDICAR A ANULAÇÃO EXSURGE APENAS NO CASO
DO FALECIMENTO DO CÔNJUGE LESADO. EM TODO
CASO, HÁ LEGITIMIDADE AUTÔNOMA DO HERDEIRO
NECESSÁRIO DO CÔNJUGE QUE PROCEDE À DOAÇÃO
DE BENS PARA VINDICAR A ANULAÇÃO QUANTO À PARTE
QUE EXCEDER A DE QUE O DOADOR, NO MOMENTO
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6. Direito de superfície
JURISPRUDÊNCIA
TJ-DF – Apelação Cível APC 20150310015470 TJ-DF
EMENTA. DIREITO DE SUPERFÍCIE. NULIDADE DO
CONTRATO. AUSÊNCIA DE PROVA DA LEGITIMIDADE
DO VENDEDOR PARA DISPOR DA COISA. 1. O contrato de
concessão de direito de superfície é eivado de nulidade absoluta se
feita por terceiro não proprietário do bem. 2. No caso, o requerido
somente poderia formalizar o contrato de direito de superfície com
terceiro se demonstrado ser o proprietário do imóvel negociado,
não tendo, todavia, se desincumbindo de tal ônus. 3. Recurso não
provido. Datada 29/04/2016. (TJ-DF, 2016)
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
101
Capítulo IV
DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA
separado como afirma o artigo 1.521, inciso II, do mesmo diploma jurídico “Não
podem casar [...] II- os afins em linha reta (grifo nosso)”. Por essa mesma razão
não existe “ex-sogra” após o fim do relacionamento. Se a pessoa foi casada por
cinco vezes, possui cinco ex-mulheres, mas também cinco sogras.
Os parentes decorrentes de relação civil, consideradas como qualquer relação
em que não haja parentesco de sangue, como casamento, adoção ou união estável.
Existem, também, os contraparentes são aqueles que mantém laços familiares por
afinidade como cunhados, primos de 4º etc.
3. Princípio Saisine
5. Inventário
após a devida nomeação pelo juiz da causa.” Op. cit. Direito Civil. Direito das
Sucessões. Ed.11ª rev. ampl e atual. Forense, São Paulo, 2018.p.545.
herança, não apenas ele, mas todos os demais herdeiros serão contemplados com o
resultado da sentença. O Código Civil em seu artigo 1.992 estipula que “O herdeiro
que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em
seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação,
a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles
lhe cabia”.
Por essa razão, todos os bens pertencentes ao espólio devem fazer parte da
partilha: os bens móveis, como carros e armas de fogo; os bens imóveis - mesmo
que não haja documentação sobre ele ou que estejam em nome de parentes e amigos;
e, quantias em dinheiro, nacional ou internacional. Entretanto, como já demostrado
anteriormente, o inventário não regulariza propriedade de bens móveis e imóveis,
mas permite a sucessão dos direitos adquiridos em vida. Pode o bem ser objeto de
contrato particular de compromisso de compra e venda com terceiros, neste caso
deve ser excluído da relação de bens da herança para não prejudicar direitos de
terceiros.
6.1.1 Do imóvel
7. Holding familiar
8. Emancipação
É possível encontrar o testador que não possa ou não saiba escrever seu próprio
nome por ser analfabeto. Neste caso, o testamento deverá ser lavrado pelo tabelião
de notas ou por seu substituto, que assinará o testamento e, também, a rogo, uma
das testemunhas instrumentárias.
A assinatura a rogo é realizada por uma terceira pessoa, a pedido do testador
que não sabe ou se encontra impossibilitado de escrever o seu nome. Todo
documento assinado a rogo deve, obrigatoriamente, ser assinado também por duas
testemunhas instrumentárias. A pessoa que irá assinar o documento a rogo em nome
do testador, deverá fazê-lo ao redor da sua impressão digital. O Código Civil declara
a necessidade de assinatura a rogo no seu artigo 215, §2º da seguinte forma:
[...]
[ ]
12. Arrolamento
O inventariante tem por função relacionar os bens que farão parte do espólio do
de cujus e de acompanhar o processo de inventário judicial ou extrajudicial. Neste
caso, deverá descrever os bens do espólio, declarar nomes de todos os herdeiros
e legatários, conservar e proteger os bens da sucessão em caso de turbação ou de
esbulho, pagar dívidas, alienar bens da herança, desde que de comum acordo com os
demais herdeiros e com autorização da justiça. Para isso, se o inventário for judicial,
faz-se necessária a expedição de alvará.
O inventariante não pode ser confundido com o mandatário. As diferenças
básicas são que o inventariante não tem tantos poderes quanto o mandatário, no que
se refere ao poder de decisão e nem sempre age em sintonia com os interesses dos
herdeiros, pois, muitas vezes, as opiniões são divergentes.
A ordem de nomeação do inventariante está estabelecida no art. 617 do Código
de Processo Civil. Portanto, são elas: (i) o cônjuge ou companheiro, desde que
esteja convivendo com o falecido no momento de sua morte; (ii) o herdeiro que se
encontrar na posse e na administração dos bens do espólio, quando não houver ou
não puder ser nomeado o cônjuge ou companheiro; (iii) qualquer herdeiro quando
estiver na posse dos bens; (iv) o herdeiro quando menor, por seu representante
legal; (v) o testamenteiro, quando lhe estiver confiada a administração dos bens do
espólio; (vi) o cessionário do herdeiro ou do legatário; (vii) o inventariante judicial,
quando houver necessidade ou (viii) pessoa estranha quando for idônea e não
houver inventariante judicial.
Após a nomeação, o inventariante representará o espólio em juízo e fora dele;
e, deverá administrar os bens do espólio com mesmo zelo e cuidado como se fossem
de sua propriedade. Sobre esses custos, inclusive, devem ser prestados informações
pormenores aos demais herdeiros. Sendo assim, é recomendável que se guarde
recibos, notas fiscais, fotos e demais provas que demostrarão a real necessidade de
possíveis gastos.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
corpo algum, ou seja, nem no corpo feminino nem no masculino. Por essa razão,
os transgênicos não binários não usam em suas expressões os artigos “a” e “o”,
substituindo-os pela letra “e”.
JURISPRUDÊNCIA.
EMENTA. STJ RESp.n. 1.592.072-PR. AÇÃO DE NULIDADE DE
ESCRITURA PÚBLICA C.C CANCELAMENTO DE REGISTRO
DE IMÓVEIS. 1. ALIENAÇÃO DE BENS IMÓVEIS ADQUIRIDOS
DURANTE A CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL. ANUÊNCIA
DO OUTRO CONVIVENTE. OBSERVÂNCIA. INTERPRETAÇÃO
DOS ARTS. 1.647, I, E 1.725 DO CÓDIGO CIVIL. 2. NEGÓCIO
JURÍDICO REALIZADO SEM A AUTORIZAÇÃO DE UM
DOS COMPANHEIROS. NECESSIDADE DE PROTEÇÃO DO
TERCEIRO DE BOA-FÉ EM RAZÃO DA INFORMALIDADE
INERENTE AO INSTITUTO DA UNIÃO ESTÁVEL. 1. Revela-
se indispensável a autorização de ambos os conviventes para a
alienação de bens imóveis adquiridos durante a constância da
união estável, considerando o que preceitua o art.5º da Lei n.
9.278/1996, que estabelece que os referidos bens pertencem a
ambos, em condomínio e em partes iguais, bem como em razão
da aplicação das regras do regime de comunhão parcial de
bens, dentre as quais se insere a da outorga conjugal, a teor do
que dispõem os arts. 1.647, I, e 1.725, ambos do Código Civil,
garantindo-se, assim, a proteção do patrimônio da respectiva
entidade familiar. 2. Não obstante, a necessidade de outorga
convivencial, diante das peculiaridades próprias do instituto da
união estável, deve-se observar a necessidade de proteção de
terceiro de boa-fé, porquanto, ao contrário do que ocorre no regime
jurídico do casamento, em que se tem um ato formal (cartorário)
e solene, o qual confere ampla publicidade acerca do estado civil
dos contratantes, na união estável há preponderantemente uma
informalidade no vínculo entre os conviventes, que não exige
qualquer documento, caracterizando-se apenas pela convivência
pública, contínua e duradoura. 3. Na hipótese dos autos, não
havia registro imobiliário em que inscritos os imóveis objetos da
alienação em relação à copropriedade ou à existência de união
estável, tampouco qualquer prova de má-fé dos adquirentes dos
bens, circunstância que impõe o reconhecimento da validade dos
negócios jurídicos celebrados, a fim de proteger o terceiro de
boa-fé assegurando-se à autora/recorrente o direito de buscar as
perdas e danos. (STJ, 2019)
19. A pessoa com mais de setenta anos pode casar ou formalizar união
estável?
É possível os nubentes casarem ou celebrarem união estável mesmo após
os setenta anos de vida, desde que o regime de casamento seja o da separação
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
131
Capítulo V
surgimento do negócio. Para isso, é importante, antes de tudo, ser um bom ouvinte e
entender a necessidade de quem deseja adquirir uma propriedade imobiliária.
Seja como for, a aquisição de um bem imóvel é algo de grande importância
na vida das pessoas, principalmente pela necessidade de um lar. Isso não leva a
crer, necessariamente, que todo imóvel venha a ser um lar, pois um lar é o local
onde a pessoa humana desfruta de amor e paz, com as pessoas que ama (faço uma
observação, pois quem mora sozinho, ficaria sem ter LAR). Se parar para pensar,
até aquelas que não têm onde morar, como os miseráveis ou os moribundos
esquecidos pelo Poder Público, têm seus abrigos debaixo de uma ponte, num canto
de uma calçada ou num banco de uma praça. Bem por isso, o direito de habitação
se sobrepõe ao de propriedade imobiliária, desde que a pessoa não possua outros
imóveis ou não disponha de condições financeiras para suportar gastos com a
moradia.
Pagar pelo imóvel não significa que se adquiriu uma propriedade. A média
de compra de bens imóveis no Brasil é de um ou dois imóveis por pessoa. Muitas
vezes, o simples fato de possuir um contrato particular de compromisso de compra
e venda ou de cessão de direitos, em caráter irrevogável e irrevogável, aliado
a uma procuração pública, mesmo que este contrato não esteja averbado junto à
matrícula do imóvel em questão, pode causar uma falsa impressão de aquisição da
propriedade imobiliária. Este fato ocorre, geralmente, por falta de conhecimento
sobre transmissão da propriedade imobiliária das partes ou por economia de gastos,
não sabendo que a falta de registro no cartório de imóveis traz insegurança jurídica
e pode levar a perda do imóvel, em caso de execução fiscal ou judicial contra o
vendedor.
A forma como se adquire a propriedade de coisas móveis se difere da de
imóveis. Esta se dá pela transcrição do título aquisitivo, no Cartório de Registro
de Imóveis, enquanto aquela pela tradição (entrega da coisa) móvel, como por
exemplo, um carro, um jogo de sofá ou uma embarcação (este final não está com o
sentido completo).
Quando se investe em imóveis existem diversos tipos de garantias, como a
valorização do patrimônio, que não pode sofrer congelamento ou ser confiscado
por regras governamentais, sem pagamento de indenização. Se o imóvel for
desapropriado, por exemplo, como veremos mais adiante, ficará assegurado ao
seu proprietário o direito de indenização, como reparação patrimonial. Impedir a
desapropriação não é possível, devido ao seu caráter social, ainda que o imóvel
esteja protegido pelo instituto do bem de família, porém o direito à indenização é
garantido.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. Da compra e venda
Por compra e venda, sob a ótica civilista, tem-se o contrato bilateral, onde o
vendedor se obriga a transferir para o comprador, mediante contraprestação em
dinheiro, a propriedade da coisa. O artigo 481 do Código Civil prevê que “Pelo
contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio
de certa coisa, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. O mestre Orlando Gomes
define que “Compra e venda é contrato pelo qual uma das partes se obriga a
transferir para a propriedade de uma coisa à outra, recebendo, em contraprestação,
determinada soma de dinheiro ou valor fiduciário equivalente.” (Op. cit. GOMES,
2008, p.265).
Os negócios que envolvem a compra e venda de imóveis estão entre os mais
importantes na vida das pessoas. Segundo Orlando Gomes “a compra e venda é um
dos contratos mais frequentes e de maior importância social como instrumento da
circulação dos bens.” Por isso toda prudência é necessária para proporcionar maior
segurança nas transações. Para se ter ideia da importância do imóvel na vida das
pessoas, basta analisar o preço de um veículo de luxo, voltado para classe média
alta, possui valor equivalente a um apartamento de baixo padrão construtivo no
Programa Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal. Donde se conclui,
portanto, que as pessoas compram imóvel no Brasil como investimento, enquanto
os veículos são adquiridos como bem de consumo, ciente de sua desvalorização
decorrente do uso normal da coisa.
Além da preocupação com o estado de conservação, as características físicas
e arquitetônicas do imóvel, o adquirente deve atentar para a parte documental da
unidade habitacional. Se o imóvel integrar condomínio, dever verificar se as partes
comuns do empreendimento estão bem conservadas e se não apresentam desgastes
ou má-formação, para que o sonho da casa própria não se transforme em pesadelo.
O objeto precisa existir. Não é aceito compra e venda de coisa inexistente
ou indeterminada. Tampouco o objeto deve ser lícito, possível e determinado
(não entendi o sentido). Pode ocorrer, no entanto, que o objeto venha a existir
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A questão de quem primeiro deve cumprir a obrigação sempre foi algo um tanto
emblemático. Existem casos em que o comprador só quer pagar o preço integral,
estipulado em contrato, quando o imóvel já estiver registrado em seu nome. Da
mesma forma, existem vendedores que obrigam os interessados na compra de seu
imóvel a pagar todo o preço, sem entregar-lhe a posse e a propriedade.
“Nem tanto ao mar, nem tanto ao céu...” como definiu o poeta Marinho
Guzman. O que deve ser analisado em primeiro lugar é se o pagamento do preço do
imóvel é a vista ou a prazo. Se o pagamento for a vista deve, primeiro, o comprador
realizar o pagamento e para só depois o vendedor entregar a coisa ou transferir a
propriedade. Se o preço não for o pago, pode o vendedor se recusar de entrar o
objeto ou de assinar a escritura definitiva de compra e venda. Assim define o artigo
491 do Código Civil “Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a
entregar a coisa antes de receber o preço”.
Se o pagamento for a prazo, é permitido ao vendedor suspender a entrega da
coisa se o comprador se tornar inadimplente. No mesmo sentido, se o vendedor se
tornar insolvente, pode o comprador suspender o pagamento até que lhe entregue o
bem ou preste caução. Sobre isso estipula o Código Civil no seu artigo 495 “Não
obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador
cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o
comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.”
Direito Civil. Teoria Geral dos Contratos e Contratos em espécie. Ed.11ª rev. atual e
compl. Forense, Rio de Janeiro: 2016.p.216.
A segunda opção ocorre quando os defeitos ocultos são de difíceis
conhecimento, o prazo começa a correr da data do conhecimento. Neste caso, são
de 180 (cento e oitenta) dias para bens móveis e 01 (um) anos para imóveis. O
fato de a pessoa já estar na posse do imóvel, não reduz o prazo pela metade como na
primeira opção, seguindo entendimento do Código de Defesa do Consumidor.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou
abatimento no preço no prazo de 30 (trinta) dias se a coisa for
móvel, e de 1 (um) ano se for imóvel, contado da entrega efetiva;
se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à
metade.
§1º. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido
mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver
ciência, até o prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, em se
tratando de bens móveis; e de 1 (um) ano, para os imóveis.
§2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por
vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta
desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo
antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
(BRASIL, 1990)
arras só tem cabimento nos contratos bilaterais que servem de título translativo do
domínio. Pressupõem um contrato perfeito, pois hão de provir de cláusula acessória
do contrato, expressamente estipulada. Exigem a entrega efetiva de uma soma
em dinheiro ou de outra coisa fungível, feito por um dos contratantes ao outro; e
destinam-se a confirmar o ato negocial”. (Op. cit. DINIZ, 2003.p.140).
À luz do entendimento do Código Civil em seu artigo 417, havendo extinção
do contrato por normal cumprimento das obrigações as arras devem ser devolvidas
ou inseridas como parte de pagamento do preço se for do mesmo gênero da
obrigação principal: “Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à
outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de
execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero
da principal.” As arras, como se viu, podem ser em dinheiro ou em bens móveis,
como podem vir na condição de sinal e princípio de pagamento. Quando o contrato
é cumprido adequadamente, portanto, as arras podem ser devolvidas, envolvidas no
preço ou abatidas do valor do saldo devedor.
Na hora de preparar um contrato de promessa de compra e venda, não se
deve esquecer a possibilidade de desfazimento desse contrato, em virtude de não
cumprimento das obrigações pelas partes ou da impossibilidade de realização do
negócio. Neste caso, devem as partes estabelecer as arras como garantia do contrato
que será celebrado. A principal função das arras é garantir que o contrato de compra
e venda está concluído.
Se houver, portanto, o descumprimento do contrato, quem deu as arras através
de pagamento de sinal, perde em favor de quem as recebeu; ao contrário, se quem as
recebeu desistir do negócio terá que devolvê-las em dobro a quem as pagou. Isso, só
terá efeito, se o contrato estiver sob os efeitos das normas previstas no Código Civil
e não no Código de Defesa do Consumidor. (Art. 417 a 420 do Código Civil)
As arras podem ser de dois tipos: (i) as confirmatórias quando não há direito
a arrependimento unilateral de qualquer das partes. Por isso, além da devolução
em dobro por quem a recebeu ou da perda por quem a pagou, cabem perdas e
danos contra quem deu causa a rescisão contratual; (ii) já as penitenciais, as partem
contratantes estipulam livremente o direito de arrependimento apenas com o
pagamento das arras ou a devolução em dobro sem possibilidade de indenização
por perdas e danos, salvo eventuais juros moratórios ou encargos do processo de
cobrança, como define o artigo 420 do Código Civil “Se no contrato for estipulado
o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão
função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício
da outra parte; e quem as recebeu devolvê-la-á, mais o equivalente. Em ambos
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
contra terceiros. Estes institutos são tão importantes na esfera mercadológica que
sobre eles o bem imóvel poderá apresentar valores diferenciados. Por isso, um bem
de posse jamais poderá ter o mesmo valor venal como se estivesse legalizado como
propriedade.
Por cautela, todo corretor avaliador imobiliário deveria proceder com prévia
análise documental do imóvel antes de realizar uma avaliação mercadológica. E a
forma mais simples para isso se dá por análise da certidão atualizada de propriedade
e ônus reais emitida por cartório de registro de imóveis da circunscrição do imóvel.
São práticas temerárias numa avaliação, que deveriam ser banidas do mercado
imobiliário, captar com “ficha de captação” e opinar quanto ao valor do bem por
fotografias apresentadas pelo interessado, sem vistoriar o imóvel, sem analisar sua
documentação para constatar se o contratante possui capacidade e legitimidade para
vender ou alugar o imóvel. As “fichas de captação” quando dispensam a assinatura
do contratante e preenchidas exclusivamente pelo “captador” do imóvel são
instrumentos frágeis que não configuram e não substituem o contrato de corretagem
ou autorização de venda nas intermediações imobiliárias. Além de toda insegurança
jurídica, impossibilita o corretor de imóveis de anunciar publicamente os imóveis
confiados à sua intermediação, conforme determina o artigo 20, inciso III, da Lei nº
6.530 de 1978.
Art. 20 – Ao corretor de imóveis e à pessoa jurídica inscrita nos
órgãos de que trata a presente lei é vedado:
III – anunciar publicamente proposta de transação a que não
esteja autorizado através de documento escrito;
IV – (omissis)
V – anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o
número do registro do loteamento ou da incorporação no Registro
de Imóveis. (BRASIL, 1978)
Sobre isso narra o autor, certa vez, quando um corretor imobiliário investido de
autorização para avaliar um imóvel, recebeu do proprietário do bem, que seria objeto
de garantia de empréstimo em dinheiro, fotografias que apresentavam o imóvel
como galpão. Ao chegar no local, verificou a existência de apenas um terreno sem
benfeitorias onde deveria existir o galpão. Se tivesse procedido com a avaliação do
imóvel pelas fotografias apresentadas poderia ter causado grande prejuízo ao seu
contratante, além de ter agido no exercício profissional com imprudência e com
negligência (culpa em sentido estrito senso). É importante destacar as principais
diferenças existentes entre a detenção, a posse e a propriedade na seara imobiliária
para melhor distinguir as formas de atuação diante de cada situação.
A posse pode ser definida como o poder da pessoa sobre determinada coisa
(bem móvel ou imóvel), que não lhe pertence por falta de domínio sobre a coisa,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
embora com ânimo de tê-la como se fosse sua. Por isso, são dois os elementos
constitutivos da posse: (i) o bem (móvel ou imóvel) deve existir e (ii) o “animus”
do desejo de ter a coisa como se fosse sua. Entretanto, há situações em que existe
a posse e não existe a vontade de tê-la como sua, como exemplo, o comodatário, o
locatário, o depositário, o detentor, o empregado etc.
A posse é um dos institutos mais complexos do direito imobiliário. São várias
as correntes que tentam defini-la com precisão e por isso dividi o pensamento da
maioria dos juristas. Segundo SAVIGNY, defensor da teoria subjetiva, posse é “o
poder direto ou imediato que tem a pessoa de dispor fisicamente de um bem com a
intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção ou agressão de quem
quer que seja.” (Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das
Coisas. Ed. Saraiva, 2010.p.34). Já para IHERING, defensor da teoria objetiva,
“para constituir a posse basta o corpus, dispensando assim o animus e sustentando
que esse elemento está ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa ou bem”.
(Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito das Coisas. Ed.
Saraiva, 2010.p.36). A teoria de IHERNG, portanto, adotada desde no antigo código
de 1916 é conservado no novo sistema.
A posse prolongada, por sua vez, pode se transformar em propriedade, assim
como a propriedade sem a posse pode vir a desaparecer. Por isso, pode-se dizer que
posse é um fato, enquanto propriedade é um direito. Os direitos de quem detém a
posse é consequência da própria posse. Se eventualmente deixar a coisa, deixa de
existir a posse.
Agora quanto a propriedade, pode ser definida como o mais amplo direito
sobre os bens, podendo usar, fruir, dispor, gozar, alienar, construir e até destruir
ou de reivindicá-la contra terceiros que a injustamente a possua. Já ao possuidor
é possibilitado ceder seus direitos e comportar-se como “proprietário” enquanto
estiver na posse do bem. Em outras palavras, posse é o exercício dos poderes
sobre a propriedade ou de alguns deles; enquanto propriedade é o direito de uso,
gozo e disposição sobre a coisa, conforme o caput do artigo 1.288 do Código Civil
Brasileiro “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e
o direito de reavê-la do poder de quem quer que a injustamente a possua ou a
detenha.”
Neste contexto, adquire-se a posse no momento quem tem o exercício da coisa
em seu próprio nome. A posse por ser um fato, por ser um direito, não se registra
no Cartório de Imóveis. A propriedade, ao contrário, só se consolida e se transfere
mediante registro do título translativo no cartório da jurisdição do imóvel. Inclusive,
a posse, no caso de sucessão hereditária, é transmitida aos seus herdeiros com as
mesmas características que existia com o possuidor.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7.2 Composse
Ocorre a composse quando existem, simultaneamente, mais de duas pessoas
dividindo a posse de coisa indivisa. Todos têm o mesmo direito sobre a mesma
coisa. Porém, cada um pode exercer seus atos possessórios, contando que não
exclua os demais compossuidores. Neste caso, duas ou mais pessoas exercem, ao
mesmo tempo, o poder fático da posse sobre a mesma coisa. Não pode, portanto,
um possuidor tirar a possibilidade do outro possuidor de praticar a posse sobre a
mesma coisa comum a todos, nos termos do artigo 1.199 do Código Civil: “Se duas
ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
JURISPRUDÊNCIAS
TJ-RS – Apelação Cível AC 70062807722 RS (TJ-RS) – Data
publicação 06/04/2015
EMENTA – CLÁUSULA CONSTITUTI. REINTEGRAÇÃO DE
POSSE. POSSBILIDADE. SENTENÇA MANTIDA. A sentença
recorrida está em consonância com o entendimento perfilhado
pelo Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que a cláusula
constituti é forma de aquisição da posse, mesmo que indireta,
mostrando-se cabível a ação de reintegração de posse para a
discussão do esbulho arguido pelo autor. POR UNANIMIDADE
DESACOLHERAM A PRELIMINAR E, POR MAIORIA,
NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação cível nº
70062807722, Décima Sétima Vara Cível, Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul. Relator: Liege Puricelli Pires, julgado em
26/03/2015).
10. Evicção
11.1 Retrovenda
Pela cláusula retrovenda fica facultado ao vendedor readquirir do comprador
a propriedade do imóvel vendido mediante pagamento do valor recebido na venda
mais as despesas cartorárias com a lavratura e o registro da escritura pública no
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
publicação: 24/10/2016
TRF-2º REGIÃO. EMENTA. SISTEMA FINANCEIRO
DA HABITAÇÃO. CESSÃO DE IMÓVEL FINANCIADO.
“CONTRATO DE GAVETA”. LEGITIMIDADE ATIVA
DO CESSIONÁRIO. INDEFERIMENTO DA INICIAL.
DESCABIMENTO. A Lei nº 10.150/00 ao prever possibilidade
de, sob o cumprimento de certas condições, os contratos de gaveta
serem regularizados, abriu precedente para a jurisprudência se
firmar no sentido de atribuir legitimidade ativo ao “gaveteiro”
para discutir em ação própria a revisão dos contratos de
mútuo. Os fundamentos desta lei demonstraram que diante da
problemática social da moradia, deve-se ter o entendimento mais
amplo possível, para permitir que as consequências jurídicas deste
tipo de contrato não sejam afastadas do controle judiciário. “Tem-
se, portanto, que embora irregulares, os contratos de gaveta são
uma realidade social, produzem efeitos, e não importando a data
em que foi celebrada a transferência, não devem ser ignorados,
ficando à margem de qualquer regulamentação, sendo a solução
mais sensível por parte do Poder Judiciário admitir a legitimidade
do terceiro adquirente para revisão judicial das cláusulas dos
contratos de mútuo, para assim, no caso, verificar se o direito
que pleiteiam é procedente ou não. Apelo provido para cassar a
sentença, determinando retorno dos autos à Vara de origem para
regular prosseguimento do feito. ACÓRDÃO – Vistos e relatados
estes autos em que são partes as acima indicadas, DECIDE
a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal 2º Região, à
unanimidade, dar provimento à apelação para anular a sentença,
nos termos do Relatório e do Voto, constantes dos autos, que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado. SERGIO FELTRIN
CORRÊA. Relator. Data da publicação: 31/03/2005
TJ-MG Apelação Cível AC 10143140023530001 MG
EMENTA. CONTRATO DE GAVETA. FINANCIAMENTO DA
CEF. INADIMPLEMENTO DO PROMISSÁRIO COMPRADOR.
NEGATIVAÇÃO DO NOME DA PROMITENTE VENDEDORA.
DANOS MORAIS. INCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE
CIVIL DE INDENIZAR. AUSÊNCIA. SÚMULA 385 DO STJ.
APLICABILIDADE AO CASO CONCRETO. REFORMA
DA SENTENÇA. RECURSOS CONHECIDOS, PRINCIPAL
PROVIDO E ADESIVO PREJUDICADO. 1. A despeito de a
venda do imóvel financiado e alienado fiduciariamente não ser
válida perante a instituição financeira credora hipotecária, o
contrato de cessão de direitos, mais comumente conhecido como
contrato de gaveta, faz lei entre as partes. 2. A negativação
indevida, em tese, gera dano moral puro, cuja responsabilidade
civil de indenizar é do apontador. Todavia, se entabulado que o
promissário comprador se obriga ao pagamento das parcelas do
financiamento, em caso de seu inadimplemento, com negativação
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com a obrigação de fazer; produtos podem ser trocados por serviços e vice-versa;
bem móvel por imóvel; bem fungível por infungível e bem presente por futuro.
Entretanto, seus objetos precisam ter valor econômico. A regra é simples, tudo o que
pode ser vendido pode ser trocado. Numa rápida distinção entre coisa e bem: coisa
é tudo o que existe na natureza, exceto o ser humano; bens são coisas que têm valor
econômico. Coisa é gênero, bem é espécie, embora não haja consenso doutrinário
no Brasil sobre isso. O oceano e o ar atmosférico são exemplos de coisas que por
falta de valor econômico não são possíveis de ser comercializadas.
A permuta ou escambo é contrato oneroso e bilateral que, historicamente,
antecede à compra e venda. Oneroso porque ambos os permutantes obtém vantagens
e ônus em suas transações e bilateral pelas obrigações que um tem com outro. Entre
povos primitivos, quando ainda não havia dinheiro, a permuta ou escambo era a
moeda da época, uma forma de aumentar a possibilidade de sobrevivência. Como
cada pessoa, cada povo, cada grupo detinham características e habilidades próprias
de sobrevivência, um dependia do outro para troca de mercadorias e cultura.
Grupos de povos diferentes, ou até mesmo entre eles, permutavam entre si
produtos e animais de sua criação, uma forma de relacionar-se uns com os outros
e de aumentar suas posses. Orlando Gomes, em sua obra Contratos, salienta que
“historicamente, a troca precede à compra e venda. Antes da economia monetária,
era o instrumento jurídico de circulação de bens. Sua importância diminuiu, desde
que surgiu a compra e venda.” Op. cit. GOMES, Orlando. Contratos. Ed.26.
Editora Forense. Rio de Janeiro, 2008.p.46.
Toda permuta simboliza duas vendas, mas não significa que uma pode ser
substituída pela outra. Surge a necessidade de permuta quando não se pode submeter
o negócio a compra e venda. As regras para as permutas são as mesmas da compra
e venda. O Código Civil em seu artigo 533 esclarece que “Aplicam-se à permuta as
mesmas regras da compra e venda.” Ocorre a permuta, troca ou escambo quando
um imóvel é trocado por outro. Esta é a regra básica da permuta.
Nesse tipo de permuta o proprietário de um terreno troca seu imóvel por área a
ser construída no mesmo imóvel, mediante contratação de mão de obra especializada.
Da mesma maneira que na permuta entre bens construídos, poderá ser pura ou com
torna em dinheiro. Nada impede que a torna seja em outros bens móveis e imóveis
já construídos por quem vai edificar a obra. O futuro empreendimento poderá ser de
casas, apartamentos, salas, lojas etc.
Para as construtoras a grande vantagem na permuta é a não imobilização do
seu capital, o que permite maior velocidade de construção e melhor organização do
cronograma da obra. Independentemente de como é realizada a troca, o percentual
aproximado de custo do negócio para as construtoras é de 9%, bastante atrativo
principalmente para empresas de pequeno e médio porte, embora o dono do terreno
receba o imóvel a preço de mercado.
A negociação numa permuta é bem variável em termos técnicos e de valor.
Nela também devem estar inclusos acordos sobre as características do imóvel a ser
construído e o nome do edifício. Os percentuais de troca, embora bastante variáveis,
podem oscilar de acordo com a localização do terreno, regras de zoneamento, plano
diretor da cidade, limite de altura do empreendimento, a área do terreno, a escassez
de imóveis na região e a prática de mercado. Entretanto, os percentuais de troca
mais comuns estão entre 9% e 20% de unidades a ser construídas, sendo 13% (treze
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
por cento) o percentual médio aplicado neste tipo de transação. Por isso, quanto
mais escasso for o terreno na região, maior o seu percentual de troca.
Segue abaixo tabela sugestiva com percentuais de troca de terreno por área a
ser construída mais utilizados por corretores de imóveis no Brasil.
Padrão do Tipologia do imóvel a ser
Localização %
terreno construído
Baixo urbana/periférica edificação tipo caixão 9% a 11%
Baixo urbana/central edificação caixão ou pilotis 10% a 13%
Médio urbana/periférica edificação pilotis com elevador 12% a 14%
Médio urbana/central edificação pilotis com elevador 13% a 17%
Alto urbana/central edificação pilotis com elevador 17% a 20%
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nossa legislação nada aborda sobre a permuta de terreno por área a ser
construída, apenas a leitura do artigo 533 e seus parágrafos citados no tópico
anterior.
A Lei nº 4.591/1964, em seu artigo 39, define que quando houver permuta de
terreno por unidades a serem construídas deverá constar em todos os documentos de
ajustes o que foi pago em dinheiro e que foi permutado em metros quadrados.
Se uma criança com quinze anos de idade, sozinha entra num escritório
imobiliário com uma sacola cheia de dinheiro e paga por um imóvel, ela pode
adquirir a propriedade se toda documentação estiver regular? Não!. O menor de
idade pode ser proprietário de bem móvel ou imóvel, mas não pode contrair
obrigações, por ser absolutamente incapaz. A incapacidade é medida protetiva ao
menor. O Código Civil no seu artigo 3º define que “São absolutamente incapazes
de exercer os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.” As crianças por
mais espertas que sejam não têm maturidade nem discernimento completo para os
atos da vida civil. Por essa razão, os negócios realizados com crianças com idade
abaixo de dezesseis anos são nulos, não geram efeitos, mesmo que não tenha havido
prejuízo para o menor. Sendo assim, o menor absolutamente capaz não pode exercer
pessoalmente os atos da vida civil, pois sua capacidade é para apenas receber
direitos.
Por isso, o menor de 16 anos de idade poderá receber o imóvel por doação, se for
representado por seus pais ou por qualquer deles, em caso de separação conjugal, ou
por tutor que detém o pátrio poder. A doação, porém, deve ser pura. Não pode haver
encargo para a criança, no presente ou no futuro. Já o menor púbere, aquele que
se encontra na faixa etária entre 16 e 18 anos de idade, considerado relativamente
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
incapaz pelas regras civilistas, como determina o artigo 4º do mesmo diploma “São
incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I- os maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos.” (grifo nosso?? QUAL É O GRIFO?), poderá
assinar contratos, desde que assistido por seus pais ou, na ausência deles, por seu
representante legal. A simples presença física não significa assistência. Deve vir
expressa no próprio instrumento negocial, não podendo ser verbal.
No caso de venda desse imóvel, o menor não poderá aliená-lo pessoalmente,
salvo se estiver emancipado maior de dezesseis anos. Por essa razão, a venda apenas
terá validade com autorização judicial, alvará assinado por um juiz, após aval da
procuradoria do Ministério Público Estadual, como determina o artigo 1.691 do
Código Civil, “Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus reais os imóveis
dos filhos, nem contrair em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites
da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole,
mediante prévia autorização do juiz”.
Os pais podem adquirir imóvel para seu filho menor, em compra e venda, sem
necessidade de alvará judicial. Neste caso, deve vir constando na escritura pública a
origem do dinheiro, se proveniente de doação dos pais ou dos avós, por exemplo, e
o recolhimento do Imposto de Transmissão de Causa Mortis e de Doação (ITCMD)
ou ICD. Neste caso, a escritura é válida e o negócio perfeito. Inclusive, podem os
pais, querendo, reservar para si o usufruto do imóvel ao passo que a nua-propriedade
ficará em nome do filho menor de idade. O notário deverá se acercar de todas as
seguranças no negócio para a transmissão da propriedade seja válida e eficaz.
A compra de imóvel para o menor, no entanto, deve ocorrer com recursos
próprios sem intervenção do sistema financeiro de habitação. Não é possível a
compra através de financiamento imobiliário pela razão que o menor não pode
contrair obrigações com terceiros, no caso em tela a alienação fiduciária.
JURISPRUDÊNCIA
TJ-MS Apelação APL 08029432520168120021 MS (TJ-MS)
EMENTA. APELAÇÃO CÍVEL. PEDIDO DE EXPEDIÇÃO
DE ALVARÁ JUDICIAL PARA VENDA DE BEM IMÓVEL
PERTENCENTE A MENOR. ARTITO 1.691 DO CC.
NECESSIDADE OU EVIDENTE INTERESSE DO MENOR.
REQUISITOS NÃO DEMONSTRADOS. RECURSO
DESPROVIDO. Deve ser indeferido o pedido de alvará judicial
para venda de bem imóvel pertencente a menor se não restaram
preenchidos os requisitos exigidos no artigo 1.691 do CC,
quais sejam, a necessidade ou o evidente interesse da prole.
(TJ-MS, 2019)
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como diz o velho jargão popular “quem tem o que é seu, vende (dar) a
quem quer...” Durante muitas décadas a venda de imóveis entre ascendentes e
descendentes sempre foi causa de inúmeros debates e ações judiciais em todo o
Brasil por falta de regramento específico da matéria. Quando surge a venda de
ascendente para descendente ocorre, na verdade, espécie de adiantamento da
herança legítima, apenas diferenciando da doação em virtude de sua reduzida carga
tributária e da impossibilidade do bem vir a colação do patrimônio do de cujus, após
sua morte, para ser partilhado entre os demais herdeiros.
Na maioria dos Estados brasileiros, o percentual do Imposto de Transmissão na
Compra e Venda de Imóveis (ITBI) varia de 2% a 3% independentemente do valor
do bem, calculado sobre a avaliação fiscal procedida poder público municipal. Já a
alíquota do ICD na transmissão da propriedade “causa mortis” varia entre 2% a 8%
sobre a soma de valores dos bens que serão partilhados. Como pode ser visto, este
tipo de transação possibilita, dentre outras vantagens, a redução de carga tributária,
além da segurança jurídica de que futuramente não haverá discordância entre os
herdeiros no momento de divisão da partilha.
A venda de imóvel de pai para filho, ou avó para neto, é perfeitamente possível,
desde que no ato, em sinal de concordância, haja participação dos demais herdeiros
e do cônjuge do alienante, conforme declara o artigo 496 do Código Civil “É
anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”.
O parágrafo único do caput do referido artigo diz “Em ambos os casos, dispensa-
se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória”.
Embora a expressão citada “em ambos os casos” esteja equivocadamente inserida
neste contexto, pois sempre haverá necessidade de anuência dos demais herdeiros,
apenas é dispensada a participação do outro cônjuge se o regime de casamento for o
de separação total de bens.
A Jornada III do STJ 177 ao analisar a norma decidiu que “Por erro de
tramitação, que retirou a segunda de anulação de venda entre parentes (venda de
descendente para ascendente), deve ser desconsiderada a expressão “em ambos os
casos”, previsto CC 496 par.ún.”
O prazo para reclamar a venda entre ascendente e descendente é decadencial
de dois anos, como prevê o artigo 197 do Código Civil “Quando a lei dispuser
que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
será este de 2 (dois) anos, a contar da data da conclusão do ato.”
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por isso, é válida a venda entre ascendentes e descendentes, desde que haja a
participação de todos os demais descendentes e do cônjuge do alienante. A lei não
obriga a participação dos cônjuges dos demais descendentes, como determina sua
participação de venda de imóveis a terceiros, exceto quando o regime de casamento
também for o de separação total de bens.
Neste caso, se o despachante imobiliário estiver frente a compra e venda de
imóveis entre ascendente e descendente deve se cercar do cumprimento do artigo
496 e de seu parágrafo único do Código Civil antes da lavratura da escritura pública
de compra e venda, recolhendo documentação pessoal, cédula de identificação e
certidão de estado civil, de todos os participantes. É aconselhável, embora não
obrigatório, que os cônjuges de todos os demais descendentes participem da
transação.
171
Capítulo VI
DA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA
1. Licença de habite-se
2. Memorial de Incorporação
4. Condomínio em geral
De acordo com o artigo 1.314 do Código Civil, cada condômino pode usar
seu imóvel de acordo com sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos da
propriedade e de reivindicá-la de terceiros, defender sua posse e gravá-la. No seu
parágrafo único, nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da propriedade,
nem dar posse ou aliená-la a terceiros sem o consentimento dos demais proprietários,
sendo essa uma das principais características que distingue o condomínio tradicional
dos demais tipos de condomínios.
Para Ulisses Peixoto, “determinado direito poderá pertencer a inúmeros
indivíduos ao mesmo tempo, sendo que acontecerá a comunhão. Assim, se esse
recair sobre um direito de propriedade, ter-se-á condomínio ou compropriedade.”
Op. cit. PEIXOTO, Ulisses Vieira Moreira. Direito Imobiliário. Editora JHMizuno.
São Paulo, 2017.p.443
5. Condomínio edilício
8. Condomínio em multipropriedade
9. Lei do Distrato
justamente o contrário. O preço dos imóveis depois de pronto estava mais baixo do
que o praticado quando a obra se encontrava em sua fase embrionária.
Os contratos que são alcançados com a nova Lei do Distrato são aqueles onde
os imóveis estão na planta, ainda em construção, sob o regime de incorporação, os
denominados condomínio edilício e os em loteamento, com vias de acesso público,
que necessita da realização de infraestrutura do loteamento pelo construtor. Se o
imóvel estiver pronto, no entanto, e for comercializado pelo construtor/ incorporador
com o adquirente final de imóvel novo, existe neste caso também uma relação
consumerista que, por analogia, devem incidir as regras protetivas consumeristas.
A venda de imóveis prontos entre particulares não é alcançada pela Lei nº
13.786/2018, por não haver relação de consumo entre elas. Neste caso, incidem
normalmente as regras civilistas previstas no Código Civil brasileiro. Da mesma
forma, quando o adquirente final não for consumidor, como no caso dos fundos
de investimento, por exemplo, mesmo quando esses imóveis estiverem sendo
comercializados pelo construtor ainda na planta.
Um dos pontos que mais chama a atenção na Lei do Distrato é o valor da multa
aplicada em caso de inadimplência do consumidor adquirente dessas unidades
imobiliárias que pode chegar a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do contrato
ou a 50% (cinquenta por cento), quando a obra estiver protegida sobre o patrimônio
de afetação. Contrário a isso, o artigo 52, §1º da Lei nº 8.078/1990, o Código de
Defesa do Consumidor, estipula multa de 2% (dois por cento) onde houver relação
de consumo “No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre
outros requisitos, informa-lo prévia e adequadamente sobre: (grifo nosso) II-
montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros. §1º. As multas de
mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser
superioras a dois por cento do valor da prestação.”
Além do mais, os tribunais vinham decidindo, antes do advento da referida
lei, teto para o valor aplicada nas multas rescisórias de 15% (quinze por cento),
nos contratos de financiamento imobiliário, por considerar pena superior a
este percentual abuso de direito, com base no artigo 51 do Código de Defesa do
Consumidor (CDC). Acredita-se, portanto, na possibilidade futura de adequação
desses percentuais às condições do consumidor inadimplente, através do Poder
Judiciário.
É imperioso definir o conceito de distrato destacando-o do de resolução antes
de prosseguir com a análise da Lei do Distrato. Quando ambas as partes contratantes
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
não tiverem na sua frente o quadro-resumo, deve o incorporador ser alertado pelo
intermediador da irregularidade. A sua falta nada prejudica o consumidor, porém os
direitos do construtor ficam comprometidos e limitados.
“fechados” quando têm seus acessos controlados. Nos loteamentos abertos o poder
público é o responsável pela manutenção das vias públicas, saneamento, iluminação
pública, conservação de praças, pavimentação e muito mais. Já os loteamentos de
acesso controlado são fechados pelos próprios condôminos, através de criação de
associação de moradores, que fica responsável pela segurança interna e conservação
das partes comuns. No momento da criação dos loteamentos abertos a propriedade
das áreas comuns, como ruas, praças e calçadas são imediatamente passadas para o
poder público antes mesmo da comercialização do empreendimento.
Os loteamentos de acesso controlado sempre foram uma realidade dentro
das cidades, embora esquecidos por muito tempo pelas autoridades brasileiras. É
possível citar dois dos maiores problemas que esses loteamentos causavam antes de
sua regulamentação. O primeiro, portanto, decorre da comercialização de seus lotes,
que eram erroneamente negociados como se estivessem situados em um condomínio
fechado. Na verdade, antes da chegada da Lei nº 13.465 em 11 de julho de 2017, não
existia a figura do condomínio de lotes legalmente constituído como condomínio,
mas sim um loteamento de acesso controlado camuflado de condomínio.
Como não havia condomínio, as taxas de manutenção sustentavam-se na figura
de uma associação de moradores naquele local. O problema é que nem todos os
proprietários dos lotes concordavam com o pagamento das taxas associativas e, com
isso, surgiam inúmeras ações judiciais em todo o país. De acordo com o artigo 5º
da Constituição Federal do Brasil ninguém é obrigado a se associar nem se manter
associado contra a sua vontade.
Art.5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
(omissis) Inciso xx – ninguém poderá ser compelido a associar-se
ou a permanecer associado. (FC, 1988)
O segundo problema decorre justamente de os proprietários dos lotes tomarem
posse das áreas comuns do loteamento como ruas, praças e parques que pertencem
ao Poder Público municipal e são classificados como bens públicos de uso comum.
Como os bens públicos não estão sujeitos ao domínio particular, sejam eles de
uso comum, de uso especial ou os dominicais, tornam-se impossíveis de serem
apropriados.
Os bens públicos são todos aqueles, móveis ou imóveis, de propriedade do
Estado, destinados ao uso do Poder Público ou ao uso da sociedade. O artigo 98 do
Código Civil define que bens públicos são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas
de direito público interno, como União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
Autarquias e Fundações Públicas.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
obra pelo patrimônio de afetação. Com isso, os riscos para o consumidor diminuem
consideravelmente. Se houver, ainda, o seguro prestamista a dívida do saldo devedor
do financiamento será quitada pelo agente financeiro, como também estará a obra
garantida quando o dano ou a avaria comprometer sua solidez. Os adquirentes de
imóveis em construção devem prestar atenção se a obra encontra protegida pelo
patrimônio de afetação.
JURISPRUDÊNCIA
“TJ-MG AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 10000190145367001
MG de 14/06/2019
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. SOCIEDADE COM
PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO. 1. O patrimônio de afetação
é regulamentado por meio dos artigos 31-A a 31-F da Lei nº
4.591/1964, sendo que tal instituto possui o objetivo de diferenciar
o patrimônio do incorporador do patrimônio do empreendimento,
uma vez que o bem destinado passa a ter exclusividade para as
obrigações relacionadas à incorporação.” (TJ-MG, 2019)
O direito real de laje é algo moderno na ceara do direito imobiliário que surgiu
com advento da Lei nº 13.465/2017. Sua incidência ocorre nas elevações sucessivas
e, também, nos andares subterrâneos, em outras palavras, andares superiores e o
subsolo dos imóveis. Porém, ficam excluídas as benfeitorias como piscina, área
de lazer, campo de futebol, jardins etc. Vale destacar que não é um direito novo
sobre coisa alheia, mas uma forma nova de regularizar propriedades que já existiam
irregularmente em regiões carentes.
Dessa forma, os proprietários que desejarem regularizar as suas constrções
podem abrir matrículas de seus andares superiores, os famosos “puxadinhos”.
Porém, as construções originárias não podem estar irregulares junto à
municipalidade, notadamente em relação ao direito de uso e de construção das
edificações.
Direito real de laje é a regularização na lei dos “puxadinhos”, as lajes que são
construídas nas construções base nas comunidades de pessoas mais carentes. Cada
pavimento ou laje serve de abrigo para famílias. Cada laje deve ter sua matrícula
individualizada no Cartório de Imóveis. A lei admite lajes superiores e inferiores.
Laje é um direito real sobre coisa própria ao lado da propriedade, mas distinta dela.
Embora a laje seja direito de uso e de gozo, é um direito autônomo diferente do
direito de propriedade.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que ocorra a alienação da laje deve ser oferecido direito de preferência
ao titular da construção base. Se não houver interesse na aquisição, a preferência é
passada para as lajes ascendentes, em primeiro lugar, depois para as descendentes,
respeitando as lajes mais próximas a que será alienada.
Sobre a possibilidade de se adquirir a propriedade da laje por usucapião,
é possível. “O direito real de Laje é passível de ser adquirido por usucapião”
Enunciado da VIII Jornada de Direito Civil.
pragas e doenças e muito mais, pois o Poder Público municipal não tem controle
do número de habitações e da quantidade de pessoas que residem nos loteamentos
irregulares e clandestinos, sem contar com a diminuição na arrecadação de tributos,
tão necessários para conservação de serviços básicos fornecidos à sociedade.
De forma resumida, vale a pena ressaltar que parcelamento do solo em
regime de loteamento não se confunde com parcelamento do solo em formato
de desmembramento, como se verá mais adiante. Em breves linhas, loteamento
de acordo com a Lei nº 6.766/1979, artigo 2º “Considera-se loteamento, a
subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas
vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias existentes.” Além disso, só é considerado lote aquele terreno
com possibilidade de ser edificável. A diferença do desmembramento é que nesse
sistema existirá o aproveitamento do sistema viário existente, sem necessidade de
abertura de novas ruas nem de aumento da infraestrutura básica como iluminação
pública, abastecimento de água e coleta de lixo.
É necessário definir alguns conceitos sobre lotes, gleba e loteamento. Gleba,
por exemplo, é área de terra inteira ainda não loteada. Já o lote pode ser considerado
como terreno componente de loteamento ou condomínio que seja edificável. O
loteamento é a divisão de glebas em lotes edificáveis através do surgimento de
novas vias e logradouros públicos.
As glebas podem apresentar qualquer dimensão, já os lotes precisam ter
tamanho mínimo de 125,00 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados), com frente
mínima de 5,00 m (cinco metros), salvo por modificações na legislação estadual
ou municipal, conforme estabelecido pelo artigo 4º, inciso II da Lei 6.766/79 “Os
loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II- os lotes
terão área mínima de 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente
mínima de 5 (cinco metros), salvo quando o loteamento se destinar a urbanização
especifica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente
aprovados pelos órgãos públicos competentes.”
No Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal o tamanho mínimo
da área de terreno para construção é 7,00m de frente por 20,00m de cumprimentos
de ambos os lados, perfazendo 140,00m2 (cento e quarenta metros quadrados). Por
essa razão, muitas vezes, é inviável do ponto de vista financeiro adquirir um único
lote de terreno medindo 12,00 x 30,00 metros, perfazendo uma área para construção
de uma única casa residencial. É mais vantajoso, portanto, adquirir dois lotes
conjugados medindo conjuntamente 24,00m de frente e, em seguida, remembrá-
los para construção de três casas conjugadas. Entretanto, essas as regras podem
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
empreendimentos em loteamentos.
c) Idoneidade moral. Nenhuma pessoa ou empresa conseguirá autorização
para edificar ou lotear gleba de terra se não comprovar capacidade moral para
assumir os riscos do negócio. É por essa razão que muitas incorporadoras abrem
novo número de CNPJ para cada novo empreendimento que será loteado.
d) Estudo e elaboração da planta do loteamento. O projeto do loteamento,
incluindo a planta baixa e o estudo de impacto sócio ambiental deve ser
previamente preparado por engenheiros e arquitetos para, só depois, ser
apresentado aos órgãos públicos responsáveis por sua aprovação como CPRH
e Prefeituras Municipais. O projeto deve obedecer às leis de cada município
e ao plano diretor da cidade onde a gleba será loteada, geralmente 30% da
área do loteamento é destinado para vias, praças e áreas públicas dentro do
empreendimento.
e) Reserva de área para obras de infraestrutura básica. Faz-se necessário
existir nos loteamentos obras que serão repassadas ao Poder Público municipal
no momento do registro do loteamento no Cartório de Registro Geral de
Imóveis, como locais de fornecimento d’água e soluções para esgoto doméstico,
iluminação pública, escoamento de água pluviais, ruas, calçamentos e vias de
circulação.
f) Comunicação ao Ministério Público. O Ministério Público Estadual deverá
opinar sobre o surgimento do loteamento ou do condomínio de lotes antes do
seu registro no Cartório de Imóveis, devendo ser acatadas todas as orientações e
determinações do MP.
nos meios de divulgação, ainda que não constem em contrato, deve ser executado
pelo loteador. Já foi visto loteadores prometer construção de praças, praças e
shopping center nos loteamentos e não executar a promessa pública. Alguns
empresários costumam prometer mais do que é possível ser realizado, isso é
perigoso, pois pode gerar direito de rescisão contratual e pagamento de indenização
por perdas e danos.
a Taxa de Administração é de 16% (dezesseis) a 20% (vinte por cento) que será
dividida pelo número de meses ou prazo de pagamento do consórcio. O Fundo
Comum é a maior parte da parcela e se destina para compra do bem objeto do
consórcio, quando contemplado. O Fundo de Reserva, ao contrário, funciona como
gatilho de segurança aos consorciados em caso de inadimplência. No final do plano
deve ser repartido proporcionalmente entre os participantes. É por isso que no final
do contrato de muitos consórcios, após o pagamento de todas as parcelas, existe a
devolução de resíduo que deve ser dividido por todos os participantes. Em média a
taxa do Fundo de Reserva é de 2% (dois por cento).
Os tipos de consórcios mais comuns são os de aquisição de bens móveis,
no caso veículos, e de bens imóveis de qualquer natureza. Nada impede que haja
consórcio de pacotes de viagens ou de bens moveis de baixo valor aquisitivo como
bicicletas e aparelhos de televisão. Seus valores vão valores variam de acordo com
o preço do objeto do contrato.
As principais vantagens da carta de crédito por consórcio são a possibilidade
de isenção da taxa de adesão, baixa correção das parcelas, geralmente pelo Índice
Nacional da Construção Civil (INCC) e a possibilidade de alterar o bem que será
adquirido a qualquer tempo, mas tudo isso precisa estar previsto no contrato entre a
seguradora e consorciado.
Sempre que houver interesse na compra de cota de consórcio imobiliário,
recomenda-se o acompanhamento de especialista neste tipo de negócio para
verificação do melhor plano, da taxa de administração, da solidez e da saúde
financeira da empresa administradora do consórcio. Inclusive, verificar se tem
endereço físico no local onde a empresa está exercendo suas atividades, a satisfação
de outros consorciados que já transacionaram com a seguradora e se receberam
suas contemplações dentro do prazo estipulado contratualmente. A existência de
endereço físico é de suma importância, pois facilitará explicações e devoluções caso
haja necessidade de resolução contratual.
Algumas empresas podem comercializar planos de consórcios apresentando
taxas e juros convidativos, porém com valores acima do praticado no mercado
através de contratos de financiamento bancário camuflados de consórcio. As cartas
de crédito dessas empresas são liberadas para todos os “consorciados” de uma
única vez no prazo de até 60 (sessenta) dias.
encontra penhorado por conta de dívidas poderá ir à leilão para satisfação do crédito.
Pelo artigo 1.419 do CC/02 “Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou
hipoteca, o bem dado como garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento
da obrigação.” Segundo o jurista Ulisses Peixoto o “Direito real de garantia
é o que vincula diretamente ao poder do credor determinado bem do devedor,
assegurando a satisfação de seu crédito se inadimplente este.” Op. cit. PEIXOTO,
Ulisses Vieira Moreira. Direito Imobiliário. JHMIZUNO. São Paulo, 2017.p.283.
A penhora não torna o bem inalienável ou o deixa fora do comercio, de modo
a impedir sua venda, nem proíbe o registro de sua escritura no cartório de imóveis.
Porém, o valor do débito que originou a penhora terá preferência de recebimento
sobre a compra e venda, razão pela qual quem compra um imóvel gravado de
penhora poderá perdê-lo para sanar determinada dívida do vendedor. Só quem pode
alienar um bem, pode gravá-lo de penhor. Da mesma forma, o cônjuge do executado
deve ser citado sempre que a penhora cair sobre bem imóvel, exceto se o regime de
casamento for o de separação total de bens. Assim prevê o artigo 1.420, “caput” do
Código Civil que só o proprietário do imóvel pode entregá-lo em garantia.
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar
ou dar em antirese; só os bens que se podem alienar poderão ser
dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
§1º. A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as
garantias reais estabelecidas por quem não era dono;
§2º. A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser
dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de
todos, mas cada um pode individualmente dar em garantia real a
parte que tiver. (BRASIL, 2020)
Por essa razão, adquirir um imóvel gravado de penhora é muito arriscado, pois,
certamente, irá pagar um débito que não lhe pertence. A recomendação, no entanto,
para quem deseja comprar um imóvel penhorado é abater do valor final da compra
os débitos que justificaram a penhora e as despesas com advogados.
Se a penhora estiver gravada na matrícula do imóvel, não poderá o adquirente
alegar a boa-fé por desconhecer a existência do gravame. Vale salientar, contudo,
que o registro imobiliário dá ao ato efeito erga omnes contra terceiros. Já o arresto
é ato preventivo, similar à penhora, que também visa a satisfação de débitos. O
arresto, na verdade, como medida cautelar, antecede à penhora. O sequestro, no
entanto, visa a entrega do imóvel ao credor. Por isso, é medida que protege o credor
que o requereu em juízo.
Por recomendação, portanto, se houver qualquer desses gravames na matrícula
do imóvel, a compra e venda apenas deverá ocorrer após verificadas as causas que
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
as originaram e as medidas que foram tomadas para sua extinção. Inclusive, vale
salientar, que atos posteriores aos gravames que com eles não se relacionam não
retiram sua capacidade jurídica de serem executados.
ligadas à memória histórica do Brasil. Por isso, podem ser objetos de tombamento
bens móveis ou imóveis como documentos, edificações, quadros, sítios de valor
histórico, arqueológico ou paleontológico, dentre outros. Se não houvesse essa
preocupação do Estado o que seria de tantos imóveis antigos frente à especulação
imobiliária, principalmente quando seus proprietários não possuem mentalidade ou
não enxergam a importância do patrimônio para a memória histórica de sua nação?
223
Capítulo VII
A palavra Cartório deriva do latim charta, que significa “papel, texto, carta,
documento”, mais o sufixo orius, que simboliza “aquele que lida com papéis”.
Os cartórios ou serventias extrajudiciais são repartições auxiliares da justiça que
têm finalidade a prestação de serviços públicos realizados por particulares. Seus
serviços são delegados pelo Poder Público e visam a segurança e a validade dos atos
cartorários em proveito da sociedade. Ao se referir a “particulares”, diz respeito à
forma de contratação direta de seus funcionários, cujo regime encontra-se previsto
na Consolidação da Leis do Trabalho - CLT, dispensado, portanto, concurso público.
Em sua parte histórica, até a Proclamação da República, a igreja católica
desempenhava a função de colher e de registrar dados sobre as pessoas residentes
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
no Brasil, fazendo naquela época o papel dos cartórios de registro civil, o que
aumentava ainda mais o poder dos sacerdotes. Dentre as principais consequências
desse fato, afloravam as questões sucessórias e patrimoniais das famílias que viviam
no Brasil por difícil comprovação da união de pessoas quando não católicas. Foi
em 1874, através do Decreto nº 5.604, de autoria do deputado geral do Império
do Brasil, João Alfredo Correia de Oliveira, que o registro civil foi oficialmente
criado em terras brasileiras. Dali para frente, nos anos seguintes, as grandes cidades
brasileiras passaram a anotar, preservar e registrar os registros de nascimentos, de
casamentos e de óbitos da população, nascendo os primeiros “cartórios de registro
civil” no Brasil.
Os cartórios de notas e de registro, porém, antecedem os cartórios de registro
civil. Na cidade do Recife, por exemplo, o primeiro cartório de registro de imóveis
surgiu com a publicação da Lei nº 1.237 em 15 de dezembro de 1865, responsável
pelo registro de todos os imóveis da região. Só em 29 de novembro de 1956, com a
chegada da Lei nº 2.567 surgiu o 2º Cartório de Registro de Imóveis do Recife. Vale
ressaltar, todavia, que a linha divisória que definia a territorialidade de cada cartório
era o Rio Capibaribe, que ainda hoje corta a cidade do Recife em duas partes quase
iguais.
Nos anos de 1981 e 1982, respectivamente, foram instalados os 3º e 4º Cartório
de Registro de Imóveis no Recife. O 3º Cartório foi desmembrado do 1º Cartório
e o 4º Cartório do 2º Cartório Registral. A cidade do Recife, portanto, permaneceu
organizada com quatro serventias notariais até o ano de 2018, quando foram
instalados o 5º, 6º e 7º Cartórios Registrais, através da Lei Estadual nº 196/2011.
Com o surgimento da Constituição Federal da República do Brasil, no ano de
1988, surgiram oficialmente os Tabelionatos de Serviços Notariais e de Registro,
substituindo as antigas “serventias extrajudiciais” da época do império.
Com a chegada da Constituição Federal os cartórios deixam de ser
considerados propriedades hereditárias, cuja transmissão ocorria de pai para filho
numa linha sucessória direta, muitas vezes sem qualquer preparo ou conhecimento
jurídico dos sucessores. Após a Constituição de 1988, os notários e registradores
passaram a receber concessão dos direitos de administração dos cartórios através de
concurso público. Essas transições, em sua maioria, são bem traumáticas, algumas
vezes encontrando resistência da população local, pois culturalmente os cartórios
eram administrados como propriedades particulares de seus antigos titulares. Por
conta disso, eram comuns cartórios desatualizados e despreparados para assistir
à população, prestando serviços de baixa qualidade sem o uso da tecnologia,
principalmente em regiões de periferia.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. Princípios cartorários
Por princípio entende-se o início de tudo. Vale ressaltar, todavia, que as pessoas
não foram feitas para os princípios, mas, ao contrário, os princípios foram feitos
para as pessoas. Mesmo assim, não podem ser confundidos com a norma jurídica,
pois os princípios são elos para o entendimento das leis e do ordenamento jurídico
que servem para fundamentar o entendimento lógico.
Os procedimentos cartorários são, em regra, submetidos aos princípios jurídicos
em todas as suas etapas e procedimentos. Esses princípios servem para nortear e dar
maior segurança aos atos registrais. Os principais princípios do registro público de
acordo com a Lei nº 6.015/73, a Lei de Registros Públicos:
a) Princípio da continuidade – Exige que os lançamentos no registro cartorário
devem ser contínuos e ininterruptos, obedecendo a ordem cronológica de suas
inscrições.
b) Princípio da especialidade – Por este princípio os lançamentos devem conter
as especificações completas dos imóveis como confrontações, localização, área
construída ou do terreno, denominação se urbana ou rural, logradouro e número
e nome da rua.
c) Princípio da prioridade – Prevalece a primazia do título apresentado primeiro
em relação aos demais na ordem cronológica.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
final da locação. Neste caso, o registro do contrato de aluguel pelo menos trinta
antes da notificação para que seja exercido o direito de preferência na compra do
imóvel, com cláusula que assegure ao locatário o direito de permanecer no imóvel
até o fim do contrato, conforme preceitua o parágrafo único do artigo 32 e o artigo
33 da Lei nº 8.245/1991 (Lei de Locações).
Art.32. O direito de preferência não alcança os casos de perda
da propriedade ou venda por decisão judicial, permuta, doação,
integralização de capital, cisão, fusão e incorporação.
Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1º de outubro
de 2001, o direito de preferência de que trata este artigo não
alcançará também os casos de constituição da propriedade
fiduciária e de perda da propriedade ou venda por quaisquer
formas de realização de garantia, inclusive mediante leilão
extrajudicial, devendo essa condição constar expressamente em
cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua
apresentação gráfica.
Art.33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá
reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço
e demais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel
locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro
do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação
esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à
matrícula do imóvel.
Parágrafo único. A averbação far-se-á à vista de qualquer das
vias do contrato de locação, desde que subscrito também por duas
testemunhas. (BRASIL, 1991)
Certas dificuldades podem impedir ou dificultar a averbação do contrato de
locação no Cartório de Imóveis, as mais comuns são ausência de matrícula, a pessoa
do locador não coincide com a do proprietário do imóvel no cartório, endereço
errado ou incompleto do imóvel no instrumento de locação ou existência de contrato
de locação verbal. Para efeitos de contagem de prazo vale a data da prenotação no
R.G.I. por esta sua finalidade. Por essas razões, caso haja necessidade de registro do
contrato de locação no Cartório de Imóveis recomenda-se, antes da assinatura deste
instrumento, requerer certidão de propriedade e ônus reais atualizada.
Dúvida constante entre os corretores imobiliários é sobre a possibilidade
de averbação do contrato de gaveta no Cartório de Imóveis, aquele gravado de
alienação fiduciária onde o mutuário transfere ao adquirente, sem consentimento do
credor fiduciário/agente financeiro, todos os direitos e obrigações contratuais. Após
a quitação do imóvel, o domínio da propriedade é transferido ao novo proprietário.
Neste caso específico, não é possível averbar o contrato de compromisso de cessão
de direitos, pois a propriedade não se encontra em nome do mutuário cedente, mas
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sim do agente fiduciário (agente financeiro). A única perda que se vê nos contratos
de gaveta é a não incidência do seguro prestamista, aquele que quita o saldo
devedor no financiamento em caso de morte do mutuário originário. O referido
seguro perde seus efeitos em respeito ao seu caráter personalíssimo do contrato,
cujo valor do prêmio é calculado considerando a idade do contratante, possíveis
doenças existentes e riscos de suas atividades laborais.
Finalizando, portanto, recomenda-se a averbação do contrato particular ou
público de compromisso de compra e venda no Registo de Imóveis, quando não
houver possibilidade de lavrar a escritura definitiva nos seis meses seguintes após a
compra do imóvel.
como mistas. Ao pé da letra seu conceito é dívida “por causa da coisa”. Por isso,
o imóvel que é vendido com dívidas “propter rem”, a obrigação de pagar segue a
coisa independentemente do título translativo. O Código Civil em seu artigo 1.345
apresenta exemplo sobre este tipo de dívida, ao declarar que o adquirente de imóvel
responde pelos débitos do alienante em relação às dívidas de condomínio, inclusive
juros e multas.
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do
alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros
moratórios.
[ ]
SÚMULA 568/STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. 1.
Julgamento sob a égide do CPC/15. 2. A obrigação pelo pagamento
de débitos de condomínio possui natureza propter rem, sendo o
proprietário do imóvel a responsabilidade pelo adimplemento
das despesas. Súmula 568/STJ.” (fonte: www.jusbrasil.com.br/
Data:26.11.2019). (STJ, 2019)
Muito embora as dívidas de IPTU possam ser cobradas de proprietários e
de possuidores, conforme define o artigo 34 do Código Tributário Nacional, no
momento da execução da dívida e da alienação do imóvel em praça pública, é o
nome do vendedor que irá figurar no processo de penhora judicial, até que ele prove
que o imóvel foi vendido e a sua posse se encontra com o promissário comprador.
De maneira similar na cobrança da dívida dos débitos de condomínio. O condomínio
irá cobrar do condômino proprietário, nos termos do artigo 1.315 do Código Civil,
até a execução judicial da dívida, porém se a posse do imóvel estiver com o novo
adquirente da unidade imobiliária, mesmo sem registro da escritura pública de
compra e venda, e o condomínio tiver ciência deste fato, as dívidas contraídas a
partir da posse do promissário comprador a ele pertence. Assim tem decidido o STJ
no Tema 886.
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a
concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e
a suportar os ônus a que estiver sujeita.
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos
condôminos.
[ ]
DIREITO DAS COISAS – CONTRIBUIÇÃO DE CONDOMÍNIO –
OBRIGAÇÃO PROPTER REM - TEMA 886 do STJ – SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
a) O que define a responsabilidade pelo pagamento das
obrigações condominiais não é o registro do compromisso de
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de prazo vale a data da prenotação no R.G.I. por esta sua finalidade. Por essas
razões, caso haja necessidade de registro do contrato de locação no Cartório de
Imóveis recomenda-se, antes da assinatura deste instrumento, requerer certidão de
propriedade e ônus reais atualizada.
Dúvida constante entre os corretores imobiliários é sobre a possibilidade
de averbação do contrato de gaveta no Cartório de Imóveis, aquele gravado de
alienação fiduciária onde o mutuário transfere ao adquirente, sem consentimento do
credor fiduciário/agente financeiro, todos os direitos e obrigações contratuais. Após
a quitação do imóvel, o domínio da propriedade é transferido ao novo proprietário.
Neste caso específico, não é possível averbar o contrato de compromisso de cessão
de direitos, pois a propriedade não se encontra em nome do mutuário cedente, mas
sim do agente fiduciário (agente financeiro). A única perda que se vê nos contratos
de gaveta é a não incidência do seguro prestamista, aquele que quita o saldo
devedor no financiamento em caso de morte do mutuário originário. O referido
seguro perde seus efeitos em respeito ao seu caráter personalíssimo do contrato,
cujo valor do prêmio é calculado considerando a idade do contratante, possíveis
doenças existentes e riscos de suas atividades laborais.
Finalizando, portanto, recomenda-se a averbação do contrato particular ou
público de compromisso de compra e venda no Registo de Imóveis, quando não
houver possibilidade de lavrar a escritura definitiva nos seis meses seguintes após
a compra do imóvel. Esses assuntos serão abordados com maior profundida nos
tópicos seguintes.
seguida um único número que trata-se do Livro nº2 do Registro Geral de Imóveis;
depois por sete algarismos que representará o número de ordem que seguirá em
sequência ao infinito, previsto no artigo nº 176, §1º, inciso II da Lei nº 6.015 de
31 de dezembro de 1973 e, por último, o quarto campo composto por dois dígitos
separado por hífen dos demais números será constituído em conformidade com a
ISO 7064:2003 para controle do registro eletrônico.
Art. 2º Fica instituído o Código Nacional de Matrícula (CNM),
que corresponderá à numeração única de matrículas imobiliárias
em âmbito nacional e será constituído de 15 (quinze) dígitos,
organizados em 4 (quatro) campos obrigatórios, observada a
estrutura CCCCC.L.NNNNNNN-DD, assim distribuídos:
I – o primeiro campo (CCCCC) será constituído de 5 (cinco)
dígitos e identificará o Código Nacional da Serventia (CNS),
atribuído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e determinará
a unidade de registro de imóveis onde o imóvel está registrado;
II – o segundo campo (L), separado do primeiro por um ponto,
será constituído de 1 (um) dígito e indicará com o algarismo 2
tratar-se de registro no Livro n. 2 - Registro Geral;
III – o terceiro campo (NNNNNNN), separado do segundo por um
ponto, será constituído de 7 (sete) dígitos e determinará o número
de ordem da matrícula no Livro n. 2 a que se refere o art. 176,
inciso II, da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e
IV – o quarto campo (DD), separado do terceiro por um hífen, será
constituído de 2 (dois) dígitos e conterá os dígitos verificadores,
gerados pela aplicação do algoritmo Módulo 97 Base 10, conforme
Norma ISO 7064:2003.
§ 1º Caso o código a que se refere o inciso III do caput seja
constituído de menos de sete dígitos, deverão ser atribuídos zeros
à esquerda, até que se complete o número de dígitos do terceiro
campo do CNM.
§ 2º O CNM referente à matrícula encerrada ou cancelada não
poderá ser reutilizado. (BRASIL, 1973)
Os oficiais de Cartórios de Serviços Registrais deverão implantar numeração
para as matrículas já existentes e para as futuras quando abertas, devendo ser
informadas automaticamente quando emitidas as certidões cartorárias. Inclusive,
os registradores continuarão responsáveis pela guarda e controle exclusivo dos
livros e arquivos eletrônicos dos imóveis, mesmo após a abertura do número do
registro eletrônico, conforme prevê o artigo 11 do Provimento 89/2019 “Os oficiais
de registro de imóveis continuam com a obrigação de manter, em segurança e sob
seu exclusivo controle, indefinida e permanentemente, os livros, classificadores,
documentos e dados eletrônicos, respondendo por sua guarda e conservação,
inclusive após a implementação do registro imobiliário eletrônico.”
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
perdas e danos ou o imóvel para si, no prazo de até seis meses, da data do registro do
título translativo da propriedade, se o contrato de locação encontrar-se averbado no
cartório de imóveis pelo menos trinta dias antes da data da venda. A notificação deve
ser pessoal ao locatário ou, em caso de vários, a todos eles. Se após a notificação for
aceita proposta de terceiros com novo valor de compra do imóvel, outra notificação
deverá ser feita ao locatário com preço de venda atualizado. Neste caso, se optar
por seu direito de preferência no momento da ciência da nova notificação, terá novo
prazo de trinta dias manifestar interesse pela compra do imóvel.
Salienta-se, portanto, que a necessidade de notificação apenas existe nos
negócios de compra e venda, sendo dispensado quando a transmissão da propriedade
for por doação ou por permuta, pois presume-se, nestes casos, apenas interesse pelo
imóvel objeto da transação, excluindo qualquer outro bem ou quantia em dinheiro.
As razões que podem levar uma pessoa a apenas ter interesse por determinado
imóvel podem ser várias, como questões sentimentais, localização ou características
físicas.
Art.33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá
reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço
mais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel
locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro
do ato no Cartório de Imóveis, desde que o contrato de locação
esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à
matrícula do imóvel.”
Parágrafo único. A averbação far-se-á à vista de qualquer das
vias do contrato de locação, desde que subscrito também por duas
testemunhas. (BRASIL, 2020)
A análise do referido artigo 33 leva a concluir que a averbação prévia do
contrato de locação deve-se apenas nos casos em que houver interesse do locatário
em adquirir o imóvel. Entretanto, não se deve esquecer que o contrato de locação
averbado no Cartório de Imóveis assegura, também, a permanência do locatário no
imóvel durante o período do contrato. As perdas e danos, quando comprovadas,
portanto, independe de averbação, basta a simples não notificação por escrito do
locador ao locatário anterior a comercialização do bem.
JURISPRUDÊNCIA
STJ. RECURSO ESPECIAL. PROCESSO 1216009
EMENTA. CIVIL. LOCAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. REEXAME
DE FATOS E PROVAS. INADIMISSIBILIDADE DA PRÉVIA
AVERBAÇÃO DO CONTRATO PARA REQUERER-SE PERDAS E
DANOS. 1. O reexame de fatos em recurso especial é inadmissível.
2. A averbação do contrato de locação é indispensável para
que o direito de preferência revista-se de eficácia real e permita
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9. Número de matrícula
Site: www.1rgrecife.com.br
2º Registro Geral de Imóveis do Recife
Bairros: Boa Vista, Coelhos, Derby, Ilha do Leite, Paissandu, Santo Amaro e
Soledade.
Titular: Dr. André Villaverde de Araújo
Cartório anterior: 1º Cartório de Serviços Registrais no período de 15/12/1865
a 28/11/1956.
Rua João Fernandes Vieira, 489, na Boa Vista. (f/3132.9191)
Site: www.2rirecife.com.br
3º Registro Geral de Imóveis do Recife
Bairros: Água Fria, Alto do Mandú, Apipucos, Bomba do Hemetério, Brejo
da Guabiraba, Cajueiro, Casa Amarela (parte), Caxangá (parte), Córrego do
Jenipapo, Dois Irmãos, Dois Unidos, Guabiraba, Macaxeira, Mangabeira,
Morro da Conceição, Passarinho, Sítio dos Pintos etc.
Titular: Dra. Sandra Dourado Pessoa de Melo Gusmão
Cartórios anteriores: 1º Cartório de Serviços Registrais no período de
15/12/1965 a 28/11/1956 e 2 Cartório de Serviços Registrais: período de
29/11/1956 a 11/05/1982.
Rua José Carvalheira, n. 97, Tamarineira (f/ 3204.7686)
E-mail: recepção3rgi@outlook.com
4º Registro Geral de Imóveis do Recife
Bairros: Cidade Universitária (parte), Cordeiro, Engenho do Meio, Iputinga
(parte), Madalena, Prado (parte), Torre, Torrões (parte) e Zumbi.
Cartório anterior: 1º Cartório de Serviços Registrais de 15/12/1865 a
21/04/1982.
Titular: Dr. Paulo Roberto Olegário de Sousa
Rua José Osório, n. 571, na Madalena (f/3228.2708)
Site: www.4rirecife.com.br
5º Registro Geral de Imóveis do Recife
Bairros: Barro, Cohab, Ibura, Imbiribeira, Ipsep e Jordão.
Cartório anterior: 1º Registro de Imóveis de 15/12/1865 a 05/12/2017.
Titular: Dr. Philipe Hoory
Rua Antônio Lumack do Monte, n. 96, sala 201, em Boa Viagem (f/
3037.0888)
E-mail: cartório@5rirecife.com.br
6º Registro Geral de Imóveis do Recife
Principais bairros: Aflitos, Casa Amarela (parte), Casa Forte, Encruzilhada,
Espinheiro, Graças, Hipódromo, Parnamirim, Poço da Panela, Ponto de Parada,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
uma certidão de matrícula ou de ônus reais. Toda pessoa pode requerer certidões
sobre imóveis sem precisar alegar razões ou motivos. É na matrícula do imóvel que
se encontrará todas as informações decorrentes de averbações e de registros como
alteração de estado civil, acréscimos estruturais, atos translativos da propriedade,
direitos reais e atos jurídicos relacionados à situação jurídica do imóvel e de seus
proprietários, como arresto, sequestro e penhora.
Encontra-se previsto na referida Lei em seu artigo 54 que os negócios jurídicos
que visem constituir, modificar ou transferir direitos são eficazes quando não houver
restrições na matrícula do imóvel a atos e ações judiciais contra o proprietário do
imóvel. Por isso, não poderão ser opostos a terceiros de boa-fé os atos jurídicos que
não estiverem averbados ou registrados na matrícula do imóvel, excetos a massa
falida e as hipóteses de extinção e aquisição da propriedade que não dependam de
registro do título de imóvel. Portanto, contra o adquirente de boa-fé que registra seu
título ao adquirir imóvel sem ter conhecimento de ações, cobranças ou execuções
contra os antigos proprietários do imóvel, não poderá ser penalizado com a perda
do imóvel.
Art.54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir,
transferir ou modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes
em relação a atos jurídicos precedentes, nas hipóteses em que não
tenham sido registradas ou averbadas na matrícula do imóvel as
seguintes informações:
I-registro de citação de ações reais ou pessoais reipersecutórias;
II-averbação, por solicitação do interessado, de constrição
judicial, do ajuizamento de ação de execução ou fase de
cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos previstos do
artigo 828 do Código de Processo Civil;
III-averbação de restrição administrativa ou convencional ao
gozo de direitos registrados, de indisponibilidade ou de outro ônus
quando previsto em lei e,
IV-averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro
tipo de ação cujos resultados ou responsabilidade patrimonial
possam reduzir seu proprietário à insolvência, nos termos do
artigo 792, inciso IV, do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Não poderão ser opostas situações jurídicas não
constantes da matrícula no Registro de Imóveis, inclusive para
fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que adquirir ou receber em
garantia direito reais sobre o imóvel, ressalvados os artigos 129 e
130 da Lei nº 11.101/2005, e as hipóteses de aquisição e extinção
da propriedade que independam de registro de título de imóvel.
(BRASIL, 2020)
Dessa forma, os adquirentes de boa-fé de imóveis novos ou em construção,
urbanos ou rurais, não poderão mais ser prejudicados quando houver dívidas sendo
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
cobradas em juízo e o credor não solicitar ao juiz a averbação dos seus direitos à
margem da matrícula do imóvel. Se o credor que é o principal interessado não se
preocupou com seus direitos, não existe razão para punir quem adquire o imóvel
com o pensamento de boa-fé e a certeza que está realizando um bom negócio.
Antes de entrar em vigor a referida lei, era necessário proceder com buscas de
ações ajuizadas em todas as instâncias e comarcas do Brasil para maior segurança, o
que praticamente era impossível, pois só assim poderia ser detectado possíveis ações
contra o vendedor do imóvel. Atualmente basta requerer a certidão de propriedade
e ônus reais do imóvel e providenciar as certidões de execução e criminais contra
seus proprietários e as fiscais do imóvel. Se os vendedores forem pessoas jurídicas
ou empresários devem ser requeridas também as certidões de falência e execuções.
Débitos fiscais acompanham o imóvel.
No passado o credor podia requerer seus direitos a qualquer tempo, prejudicando
o adquirente de imóvel de boa-fé. Atualmente deve o credor inserir na matrícula do
imóvel seus direitos creditórios, tornando público a existência do processo judicial
ou a cobrança da dívida. O cancelamento das indisponibilidades existentes na
matrícula do imóvel pode ser requerido administrativa ou judicialmente, através de
embargos de terceiros, por advogado legalmente constituído. Com isso os negócios
jurídicos de compra e venda de imóveis passaram a ter maior segurança e foi
bastante positivo para o mercado imobiliário e para os corretores de imóveis.
gravado de enfiteuse da Marinha ou Santa Casa, por exemplo, o prazo aumenta para
60 dias, aproximadamente. Já o prazo de registro, próximo de 40/60 dias, desde que
todas formalidades sejam atendidas.
Já os custos com a transmissão da propriedade, geralmente de responsabilidade
do comprador, salvo disposição contratual em contrário, em média de 5% do valor
total do imóvel, segundo a avaliação fiscal da municipalidade (prefeitura de cada
região). Se o terreno não for próprio (ou alodial), mas gravado de enfiteuse em favor
da Marinha, deve ser acrescentado o percentual de 5% referente ao laudêmio, taxa
que o enfiteuta paga ao senhorio do imóvel no momento da transferência de seus
direitos sobre o valor da fração ideal do terreno e não mais sobre as benfeitorias.
A avaliação fiscal que gera o imposto de transmissão é baseada no valor de
mercado do imóvel e não no valor declarado pelas partes. Inclusive, deve ser
calculada por avaliador nomeado pelo Poder Público municipal. Por essa razão, o
valor declarado serve apenas para efeito de cálculo da declaração de imposto de
renda junto à Receita Federal. O valor declarado pelas partes, inclusive, deve ser o
exato preço que foi pago na transação de compra e venda.
O ITBI pode variar de local para local. A média nacional é 2% (dois por cento)
sobre o valor fiscal do imóvel. Na cidade do Recife, por exemplo, é de 1,8% para
imóveis novos ou usados, desde que recolhido no prazo de até 30 dias. Após este
prazo, perde-se o desconto e sobe para 3% (três por cento).
Caso o imóvel faça parte de condomínio fechado ou de incorporação por
administração, o cálculo do ITBI incidirá sobre a fração ideal do terreno mais as
benfeitorias já existentes e não sobre o valor de mercado do imóvel.
Algumas prefeituras dão desconto no pagamento à vista, outras podem
até parcelar o pagamento. Entretanto, a lavratura da escritura só ocorrerá após o
pagamento integral do ITBI. A falta de pagamento, inclusive, pode acarretar
a inserção do nome do adquirente do imóvel no cadastro negativo. É comum,
portanto, alguns cartórios de notas exigir certidão de quitação do ITBI às prefeituras
como segurança contra fraude no pagamento.
transmissão da propriedade imobiliária, exceto para imóveis cujo valor fiscal não
ultrapasse trinta vezes o maior salário mínimo e para aqueles onde a aquisição ocorre
através do Sistema Financeiro de Habitação – SFH, conforme prevê o artigo 108
do Código Civil, inúmeras pessoas preferem permanecer com seus imóveis ainda
em nome do vendedor, “antigo proprietário”, e com seus instrumentos particulares
não averbados no Cartório de Imóveis como forma de economizar e transgredir as
regras do artigo 1.245 do mesmo diploma legal.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura púbica
é essencial à validade do dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
[ ]
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o
registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante
continua a ser havido como dono do imóvel.
§2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a
decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento,
o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. (BRASIL,
2020)
Os emolumentos são valores cobrados pelos notariais e de registro de imóveis
por serviços prestados, de acordo com a tabela aprovada pelo Tribunal de Justiça
de cada Estado. Por essa razão, podem existir diferenças ou similaridade entre seus
valores. A base de cálculo é, geralmente, 1,2% sobre a avaliação do imóvel pelo
Poder Público Municipal. Já os emolumentos dos cartórios de registro de imóveis
são algo próximo a 0,6%. Existe, ainda, diversas outras taxas cartoriais como TSNR
(Taxa de Fiscalização de Serviços Notariais e Registrais) no valor entre 0,2% e
0,3% cobrada pelo Poder Judiciário sobre o valor do contrato declarado pelas partes
e não pela avaliação fiscal do imóvel. E por fim, é possível a existência do trabalho
do despachante pelos serviços de acompanhamento e retirada das guias e das
certidões cartorárias. O valor médio desse serviço é um (01) salário mínimo, caso
não existam irregularidades na documentação do imóvel. Se houver necessidade de
um serviço mais técnico, o valor dos honorários poderá variar de acordo com o grau
de dificuldade do trabalho e o número de horas necessário para realizá-lo.
Tomando como base a cidade do Recife e o estado de Pernambuco, as principais
taxas e impostos para lavrar e para registrar uma escritura pública de compra e venda
são os emolumentos cartoriais, o ITBI, a TSNR, a FERC, a FERM, a FUNSEG e o
ISS que incidem sobre cada ato nos Cartórios de Notas e de Registro, embora com
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
percentuais diferentes.
Os gastos, portanto, para lavratura de uma escritura de compra e venda são
o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI que inicia em 1,8% até o
percentual de 3%; os emolumentos próximos de 1,2 %, a TSNR em 0,2% a 0,3%,
a FERC em 0,10%, a FERM em 0,10%, a FUNSEG em 0,025% e o ISS em 0,04%,
totalizando aproximadamente 4,77% sobre a avaliação do imóvel pela Prefeitura
local. Com o registro desta escritura, portanto, os custos no Cartório de Registro
de Imóveis podem chegar a 1.1% em média. Como existem, ainda, outras despesas
com despachantes e certidões, cujo valores poderão variar, o mais prudente é sempre
informar ao cliente que os gastos com a lavratura da escritura é de aproximadamente
5,8% a 6.5% sobre o valor da avaliação dos imóveis, mais laudêmio se o imóvel
estiver gravado com enfiteuse pública ou particular, além de despesas com eventuais
averbações e registro da escritura.
TSNR R$ 1.200,00
FERC R$ 326,00
FUNSEG R$ 65,20
ISS R$ 163,00
TOTAL R$ 4.557,86
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre o momento em que deve ser pago o ITBI, existem correntes diversas
com entendimentos divergentes. A doutrina defende que o momento apropriado é
após a transmissão da propriedade com o registro do título no Cartório de Serviços
Registrais, quando aparece o fato gerador da obrigação fiscal. Os Tabelionatos
de Notas, ao contrário, defendem que a cobrança deve ocorrer no momento da
lavratura da escritura definitiva. O entendimento mais apropriado coaduna com o
dos Tabelionatos de Notas, ou seja, no momento da lavratura da escritura definitiva
de compra e venda em virtude da fé-pública das escrituras. Cobrar o imposto de
transmissão após o registro do título no Cartório de Imóveis seria uma temeridade.
Seja como for, não importando essas discussões, a verdade é que o pagamento
do imposto é essencial ao negócio jurídico. Por isso, como existe a obrigação de
seu pagamento, seja o mais breve possível para evitar protelação e riscos de perda
de direitos. Pensando nisso, algumas prefeituras dão descontos significativos para
quem paga esse tributo nos primeiros trinta dias do seu lançamento. Sem dúvida,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
23. Laudêmio
ano de 1831. Ocorre que muitas dessas demarcações já não existem mais ou são
impossíveis de serem mensuradas. Como as razões pelas quais foi criado o tributo
não mais existem, não se justifica sua permanência em dias atuais. O laudêmio é
espécie de tributo devido à União nos casos de terrenos de marinha (regime de
ocupação ou de aforamento) ou nos casos de enfiteuses particulares. A sua base de
cálculo é de 5% (cinco por cento) calculado sobre o valor da fração ideal do terreno.
Pode ocorrer, ainda, do imóvel ser parte de Marinha e parte próprio. Neste caso,
o percentual do laudêmio deve incidir apenas na proporção da enfiteuse, ou seja,
se apenas 10% da área de terreno do imóvel for de marinha, o valor do laudêmio
será calculado 5% sobre a fração ideal do terreno. A incidência deste tributo não
incide mais sobre as benfeitorias, como no passado. Quando a enfiteuse é particular,
o percentual do laudêmio é de 2,5% (dois e meio por cento).
O pagamento do laudêmio deve ser efetuado pelo enfiteuta vendedor do
imóvel ao senhorio, e não pelo comprador, exceto quando as partes contratualmente
convencionar o contrário. Isso, inclusive, é um dos problemas na compra e venda
de imóveis gravados de enfiteuse quando não ficam contratualmente estipulado
de quem é a obrigação por seu pagamento. O site para retirar o laudêmio é www.
imoveisparatodos.gov.br. Quando os imóveis são edificados em terreno de marinha
deve ser pago, anualmente, a taxa de foro à União Federal. Se o regime for de
aforamento, o percentual é de 0,6% sobre a avaliação do terreno ou sua fração ideal.
Se, entretanto, for de ocupação, eleva para 2% para as ocupações inscritas até o
ano de 1988 e de 5% para as realizadas nos anos seguintes. Portanto, devem os
corretores de imóveis orientar seus clientes a solicitarem mudança do regime de
ocupação para o de aforamento na Marinha, sempre que possível.
que estão autorizados a proceder com o reconhecimento. São mais de 110 países
que integram o acordo internacional. As principais vantagens do apostilamento
são a facilidade e a velocidade com que os documentos são validados para serem
utilizados no exterior. Entretanto, o apostilamento só tem validade nos países
integrantes do acordo de Haia. Em resumo, o apostilamento é o arquivamento,
reconhecimento de firma e a colocação de selo em documentos brasileiros para que
tenham validade em outros países. O apostilamento não altera o prazo de validade
do documento. Se o documento irá vencer no prazo de dez dias, ele vencerá nesse
prazo independentemente do tempo que seu proprietário permanecer no exterior.
Para melhor entendimento sobre a importância da Apostila de Convenção
de Haia, basta lembrar que no passado não muito distante para validar
internacionalmente qualquer documento era necessário se dirigir até a embaixada
ou o consulado do país onde se pretendia viajar para entregar o documento original
com firma reconhecida da autoridade que o assinou e a tradução do documento por
tradutor juramentado. Validar o documento após o acordo de Haia é simples. Basta
apresentar ao Tabelionato de Notas para que seja feito o apostilamento. Se entretanto
o país já possui tratado com o Brasil, não há necessidade do apostilamento para
validade do documento.
A apostila substitui todo o processo de legalização. O custo da apostila será o
da procuração pública comum sem valor do bem declarado. Como cada estado pode
legislar sobre valor de serviços cartorários, o preço do selo pode sofrer variação de
um local para outro. Se no país de destino for precisar de documento e também de
sua tradução devem ser apostilados os dois conjuntamente, o documento original
e o da tradução. Para cada apostilamento será cobrado um selo. Se a pessoa está
em país estrangeiro e precisa validar documento emitido por autoridade daquele
país, deve reconhecer a assinatura da autoridade e o apostilamento no local onde se
encontra antes de voltar ao Brasil. Só assim o documento emitido no exterior terá
validade no território nacional.
O apostilamento pela Convenção de Haia não tem prazo de validade. Depois de
arquivado no Tabelionato de Notas poderá ser utilizado quantas vezes for necessário
no exterior. Melhor exemplificando, quem viaja anualmente para países integrantes
da Convenção de Apostilamento de Haia não precisa apostilar todas as vezes sua
carteira de identidade, sua certidão de nascimento, seu diploma de conclusão em
curso superior etc. Não há necessidade de apostilar os mesmos documentos todas as
vezes que for viajar para o exterior.
Dentre os países integrantes do acordo estão África do Sul, Argentina, Brasil,
Venezuela, China, Costa Rica, Dinamarca, Estados Unidos da América do Norte,
Filipinas, França, Hungria, Japão, México, Polônia, Reino Unido, Uruguai, Ucrânia,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
é pro soluto, a dívida poderá estar vinculada a notas promissórias, inclusive com
avalistas, mas não poderá invalidar a transação de compra e venda.
JURISPRUDÊNCIA
TJ-DF 20130111536604 0039213-87.2013.8.07.0001 (TJ-DF)
EMENTA. NATUREZA PRO SOLUTO. AUTONOMIA E
DESVINCULAÇÃO. A nota promissória pro soluto tem a
finalidade de quitação da obrigação, constituindo nova obrigação
(novação). No pagamento realizado por meio de promissórias, em
sendo pro soluto, a dívida originária deixa de existir em função da
dívida nascida com a emissão. Recebido o pagamento com notas
promissórias de natureza pro soluto, os títulos possuem perfeita
autonomia, dentro dos princípios cambiais, e se desvinculam do
negócio, que não mais pode ser atingido, restando ao credor,
exclusivamente, a execução do título. A natureza pro soluto da
cártula entregue para quitação da avença, inviável a possibilidade
de rescisão do contrato, porquanto cabe ao credor a execução
do título de crédito, sem poder discutir a relação jurídica que
porventura tenha lhe dado origem. Apelação desprovida. Data da
publicação 26/07/2016. (TJ-DF 2019)
que operam no Sistema Financeiro de Habitação...” (grifo nosso), porém deve ser
respeitada a forma pública da escritura.
Quando os recursos utilizados na compra e venda com alienação fiduciária
forem provenientes do Sistema Financeiro de Habitação poderão ser realizados por
escritura pública ou particular, de acordo com o artigo 38 da mesma lei, quando
confeccionadas por agentes financeiros, “Os atos e contratos referidos nesta
Lei ou resultantes da sua aplicação, mesmo aqueles que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis, poderá
ser celebrados por escritura pública ou por instrumento particular com efeitos de
escritura pública.”
Erro bastante comum é a utilização da escritura particular de compra e venda
de imóveis por agente financeiro quando os recursos de pagamento do imóvel são
próprios do adquirente ou oriundos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço –
FGTS sem qualquer tipo de financiamento bancário. Neste caso, deve a escritura ser
pública em respeito às regras contidas no artigo 108 do Código Civil:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública
é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário
mínimo vigente no país. (BRASIL 2020)
Como se vê a alienação fiduciária é espécie de garantia ao credor que pode
ser utilizada na compra e venda de bens móveis e imóveis para maior equilíbrio e
segurança das transações.
sessenta dias, suficiente para ser analisadas as vantagens da doação e os custos com
a manutenção do imóvel.
O imposto que incide nas escrituras públicas de doação é o ICD de
responsabilidade da Secretaria da Fazenda, diferentemente do da compra e venda
que é o ITBI. O doador, querendo, pode instituir cláusulas de segurança para que o
imóvel volte ao seu rol de patrimônio, caso o donatário venha a falecer primeiro. É
possível, também, que insira cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade
e inalienabilidade por prazo certo ou enquanto vida tiver o donatário. Pela
incomunicabilidade o imóvel não se comunica com os bens do futuro cônjuge
ou companheiro; pela impenhorabilidade não poderá responder por dívidas não
honradas pelo donatário e, por último, pela inalienabilidade não é possível ser
comercializado com terceiros, como forma de garantir ao donatário sua moradia
enquanto vida tiver. As cláusulas de segurança, após a morte do doador, podem ser
quebradas, se em juízo, o donatário provar sua necessidade de desfazer do bem.
diferença, incide atualmente a alíquota de 15% que deve ser recolhida no prazo de
até 30 dias do recebimento do preço do imóvel. A alíquota incide apenas sobre a
diferença positiva entre o valor de compra e o de venda quando houver ganho de
capital e deve ser paga no último dia do mês seguinte após a venda do imóvel. Por
isso, não se deve esperar até o início do ano seguinte para pagar o imposto. Uma
coisa é a declaração anual, outra é o recolhimento do imposto de renda.
Melhor exemplificando, quem declara imóvel por R$ 600.000,00 e vende por
R$ 1.500.000,00 deve pagar imposto de renda sobre ganho de capital no percentual
de 15% sobre R$ 900.000,00, ou seja, R$ 135.000,00. Existem quatro
situações de isenção de pagamento de imposto de renda na venda de imóveis
residenciais no Brasil:
a) A primeira quando o imóvel possuir valor até R$ 35.000,00, de acordo com a
Lei nº 11.196/2005;
b) A segunda se o valor recebido com a venda do imóvel for utilizado na compra
de outro imóvel, a pessoa estará isenta de pagamento do imposto sobre ganho
de capital, porém desde que essa nova compra seja realizada no prazo de até
180 (cento e oitenta) dias da data da assinatura do contrato de compromisso
de compra e venda, público ou particular, e os recursos utilizados sejam
provenientes da transação. Essa isenção apenas poderá ser utilizada uma única
vez a cada cinco anos.
A isenção só ocorrerá se todo o valor referente ao ganho de capital for
empregado na compra do novo imóvel residencial no prazo de até 180 (cento e
oitenta) dias. Se apenas uma parte do dinheiro for utilizada na compra de outro
imóvel, sobre a outra parte deve incidir a alíquota de 15%. Pode ocorrer do valor
apurado na venda do imóvel ser utilizado para quitação de dívidas já existentes ou
de débitos de condomínio, de IPTU ou de outros tributos imobiliários, neste caso
não incidirá a isenção tributária.
c) A terceira quando o imóvel for transacionado até R$ 440.000,00 desde que este
seja o único bem imóvel em nome do declarante e que não tenha realizado outra
transação de venda nos últimos cinco anos, de acordo com a Lei nº 9.250/1995.
d) A quarta e última na hipótese de o imóvel ter sido adquirido até o ano de 1969.
Entre os anos de 1969 e 1988 existe tabela regressiva no percentual de 5% para
cada período de doze meses, de acordo com a Lei nº 7.713/1988.
Vale lembrar, por oportuno, que essas regras podem sofrer alterações periódicas
de acordo com procedimentos internos da Receita Federal. Por isso é importante ter
a assessoria de um contador ou procurar orientações junto a Secretaria da Receita
Federal antes de realizar qualquer transação de compra e venda.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
deve ser pública, ainda que o contrato de compra e venda seja particular. Na forma
pública o instrumento precisa ser lavrado por Tabelionato de Notas, tal como se
fosse uma escritura de compra e venda.
Nas transações onde existe financiamento bancário ou o uso de recursos
oriundos do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço – FGTS deve haver, ainda,
poderes específicos de movimentação e abertura de conta corrente, quitação
de crédito, transferência de valores etc. Por essa razão, sempre que houver um
agente financeiro liberando recursos é recomendável solicitar modelo específico
de procuração utilizada em seus negócios. No caso de procuração para alugar ou
vistoriar um imóvel, por exemplo, pode o instrumento ser particular confeccionado
no próprio escritório do despachante ou do corretor imobiliário. Recomenda-
se, apenas, reconhecimento de firma do outorgante para maior credibilidade do
instrumento.
O imóvel objeto da procuração dever vir definido com endereço de localização,
incluindo nome e número de rua, número do apartamento, nome do edifício,
bairro, cidade e estado, ou, em se tratando da venda de um lote, número do lote e
da quadra, nome do loteamento, bairro, cidade e estado. Se mais de um forem os
vendedores, casados ou coproprietários, exige-se que ambos outorguem poderes de
representação, salvo nos casamentos sob regime de separação total de bens, onde
cada um responde isoladamente pela administração de seus imóveis.
Se a procuração vier de outro estado, recomenda-se, para maior segurança, o
reconhecimento do sinal do tabelião do instrumento procuratório. Da mesma forma,
quando as procurações tiverem mais de trinta dias, pode-se requerer uma certidão
de validade da procuração ao tabelionato de notas que a lavrou.
A procuração pode ser dada também por pessoa jurídica. Porém, o mandatário
não se confunde com o preposto. A figura do preposto é a do empregado que, em
nome da empresa, prática atos relacionados a serviços de sua atividade profissional.
A atividade do preposto é mais complexa, pois cabe a ele tomar decisões, firmar
acordos, ajustar valores, contratar, distratar, enfim, agir em nome da empresa. O
preposto tem poder de decisão sobre situações inesperadas e, por isso, impossíveis
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quem vai adquirir imóvel de requerer uma certidão e não traslado. As dúvidas
entre traslados e certidões são recorrentes mesmo entre os operadores do direito
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pelo tabelião, por seu substituto ou escrevente”. A Ata deve expressar com
imparcialidade os acontecimentos dos fatos e conter o local, data de sua lavratura
e hora, além do nome, qualificação completa do solicitante, narração minuciosa
dos fatos e as circunstâncias dos acontecimentos. Durante a narrativa não cabe ao
notário ou a seus prepostos a interpretação dos fatos, mas tão somente a descrição
deles. Se dentro dos acontecimentos narrados algo estiver inteligível não deve ser
suprimido da ata, mas acrescido a impossibilidade de entendimento daquele fato. E,
por fim, a declaração de haver sido lida ao solicitante, constando ou não a presença
de testemunhas e ser encerrada com a “assinatura e sinal público do tabelião”.
Foi com o advento do novo Código de Processo Civil no ano de 2015 que a Ata
Notarial ganhou força e passou a ser mais utilizada no meio imobiliário e jurídico.
A ata notarial, como todos os atos e documentos cartorários possui fé-pública,
como prevê seu artigo 215 “A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é
documento dotado de fé pública, fazendo prova plena”, consolidada pelo artigo 217
“Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião
ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas”.
Embora só após 2015 tenha ganhado notoriedade, já existia no código anterior em
seu artigo 364 quando afirmava “o documento público faz prova não só da sua
formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário
declarar que ocorreram em sua presença.”
As atas notariais estão sendo bastante utilizadas para dar veracidade às
informações que são passadas nas mídias sociais, notadamente em mensagens de
voz ou nas escritas no Instagram, no Facebook e no WhatsApp para que sirvam
de provas judiciais decorrente da fé-pública encontrada nos Tabelionatos de Notas.
As atas não precisam ser lavradas no local do acontecimento do fato, porém o
notário necessita pessoalmente ter livre acesso aos fatos e aos documentos que serão
narrados. Por isso, um fato acontecido na cidade do Recife-PE, quando duas pessoas
trocaram mensagens de áudio em grupo de WhatsApp agredindo-se mutualmente,
pode ter a ata notarial lavrada na cidade de São Paulo-SP.
As atas notariais mais comuns dizem respeito a fatos ocorrido em determinada
localidade, neste caso deve ser respeitado a competência territorial, quando haverá
necessidade da presença física do notário ou de seus substitutos e quando há fatos
ocorridos na rede mundial de computadores (internet) que precisam ser provados,
neste caso o notário especifica os acontecimentos, inclusive a pedido da parte
interessada a imagem da página poderá ser acrescida na ata notarial.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
encontre-se em local incerto e não sabido, mas esteja vivo, basta apresentar
procuração pública comum com poderes para transmitir a propriedade
imobiliária, desde que esteja válida, juntamente com os documentos
pessoais das partes, citados acima. É recomendável, neste caso, verificar
com requerimento de certidão se a procuração encontra em vigor junto ao
Tabelionato de Notas que a lavrou.
c) Procedimento com vendedor falecido - Se o vendedor estiver falecido
é necessário o comprador estar munido de procuração pública em causa
própria, pois este instrumento não perde seus efeitos nem se extingue com a
morte do outorgante. Como se vê, os documentos pessoais são necessários
sempre que a escritura pública de compra e venda ainda não foi lavrada,
pois haverá necessidade de comprovação de verificação de titularidade e de
validade junto ao notário. Os herdeiros, neste caso, devem retirar da partilha
o imóvel que foi prometido em venda a terceiros para evitar problemas na
sucessão.
Sempre que o bem imóvel for comercializado com terceiros e a propriedade se
encontrar em nome do antigo proprietário é recomendável, neste caso, ser lavrada
escritura de compra e venda de imóveis com cessão de direitos de promissário
comprador para evitar problemas com a Receita Federal, pois o antigo vendedor
pode ter declarado a transação e isso, provavelmente, trará problemas fiscais. Além
do mais, não declarar a compra e venda é crime de sonegação fiscal, previsto no
artigo 1º da Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965. “Constitui crime de sonegação
fiscal: I- prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que
deva ser produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno com
a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e
quaisquer adicionais devidos por lei.” As despesas com a lavratura da escritura
pública de compra e venda e cessão de direitos é em dobro, vez que haverá cobrança
de impostos de transmissão sobre a propriedade imobiliária e sobre a cessão de
direitos de promissário comprador.
d) Procedimento quando o vendedor se recusa a assinar a escritura de compra
e venda. Neste caso é possível haver negativa do vendedor do imóvel em
assinar a escritura definitiva de compra e venda por diversas razões, dentre
elas pelo decurso de tempo, mesmo o contrato de promessa de compra e venda
do imóvel estando totalmente adimplido. O “remédio jurídico” para isso é a
ação judicial de adjudicação compulsória. Neste tipo de ação, o juiz de direito
após analisar os fatos poderá sentenciar emitindo carta de adjudicação, que
ao ser apresentada ao Cartório de Registro de Imóveis terá força e efeito de
escritura pública de compra e venda. Para isso, porém, o contrato precisa estar
completamente quitado. Se houver débitos a serem pagos, deve o comprador
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CNJ. 2020)
Comentários: não é permitido às partes aceitar ou discordar sobre a forma
e os requisitos utilizados nos atos notariais eletrônicos, mas tão somente sobre
corrigir ou aditar dados, cláusulas e condições previstos nos instrumentos
públicos que serão por elas assinados. A ausência de qualquer dos requisitos
legais, notadamente da videoconferência notarial, assinaturas eletrônicas das
partes e do tabelião de notas, deverá inutilizar o ato e fazendo cessar os efeitos
do instrumento. Em alguns casos, quando houver necessidade ou dúvida do
tabelião de notas, a biometria poderá ser utilizada.
Art. 19. Ao tabelião de notas da circunscrição do imóvel ou
do domicílio do adquirente compete, de forma remota e com
exclusividade, lavrar as escrituras eletronicamente, por meio do
e-Notariado, com a realização de videoconferência e assinaturas
digitais das partes.
§ 1º Quando houver um ou mais imóveis de diferentes
circunscrições no mesmo ato notarial, será competente para a
prática de atos remotos o tabelião de quaisquer delas.
§ 2º Estando o imóvel localizado no mesmo estado da federação
do domicílio do adquirente, este poderá escolher qualquer
tabelionato de notas da unidade federativa para a lavratura do
ato.
§ 3º Para os fins deste provimento, entende-se por adquirente,
nesta ordem, o comprador, a parte que está adquirindo direito real
ou a parte em relação à qual é reconhecido crédito. (Provimento nº
100 – CNJ. 2020)
Comentários: o legislador neste artigo normatizou e vinculou a
circunscrição de localização do imóvel e o domicílio do comprador a
legitimidade de o notário lavrar eletronicamente as escrituras relativas a
compra e venda de bens imóveis. Portanto, através da plataforma e-Notariado,
as escrituras eletrônicas que tenham como objetos mais de um imóvel em
locais diferentes poderão ser lavradas nos Tabelionatos de Notas de qualquer
das circunscrições desses imóveis, sem qualquer outro direito de preferência.
Em sentido contrário, se o imóvel e o domicílio do comprador coincidirem
na mesma localidade, poderá o adquirente escolher qualquer Tabelionato de
Notas no território brasileiro. Na forma presencial, entretanto, continua válida
a opção por escolha do tabelionato de notas independentemente da localização
do imóvel e do domicílio das partes contratantes, sendo possível lavrar uma
escritura de compra e venda de imóveis em qualquer Tabelionato de Notas
no Brasil. Sendo assim, um imóvel situado na cidade do Recife, por exemplo,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
é necessário ressaltar que assinar documento digitalmente não significa que seja
através de assinatura eletrônica. Para utilizar a assinatura digital o usuário deve
ter certificado digital emitido por empresa certificadora. Existem infinidades de
empresas no Brasil capacitadas para emiti-los, todas vinculadas ao ICP BRASIL.
A assinatura digital é inquestionável e tem validade jurídica. Com as mudanças
ocorridas nos tabelionatos de notas, através da plataforma e-Notariado, as
assinaturas utilizadas são as eletrônicas para padronização de procedimento e
maior segurança jurídica em virtude de exclusividade da referida plataforma,
embora as assinaturas digitais reconhecidas pela ICP Brasil tenham total validade
juntos aos Tabelionatos de Notas. O próprio sistema se encarregará de identificar
o usuário mediante cadastro de seus dados e identificação pessoal. As diferenças
básicas entre elas são: (i) na assinatura digital utiliza-se certificado digital. Neste
caso, existe autenticidade da assinatura tal como se estivesse reconhecida por um
tabelionato de notas. Sua validade, inclusive, é em todo o território nacional, por
isso não pode ser questionada. (ii) na assinatura eletrônica, diferentemente da
digital, pode ser por meio de caneta touch, mensagens de SMS, geolocalização,
biometria, reconhecimento da íris ocular, som da voz e até o IP do usuário. O
método de reconhecimento desse tipo de assinatura assemelha-se ao da assinatura
física que precisa ser autenticada para sua validade. Como visto acima, a validação
da assinatura digital surge através de certificado digital, enquanto a eletrônica por
meio de plataforma específica. É bom salientar que ambas são seguras e, atualmente,
bastante utilizadas nos segmentos corporativos e institucionais.
Os certificados digitais podem ser utilizados por pessoas naturais (físicas) ou
jurídicas (empresas). Esses certificados são fornecidos por determinada autoridade
certificadora que tem por principal finalidade comprovar a identidade do seu
titular e podem ser classificadas de duas formas: como A1, quando instalados em
computador, tablets ou smartphones. Sua validade, neste caso, costuma ser de
menor periodicidade, geralmente um ano e sua senha de acesso é utilizada apenas
uma única vez, pois fica armazenada no próprio computador do seu usuário, ou seja,
ficará vinculada a determinada máquina de uso pessoal de seu responsável legal;
de outro lado, tem-se o certificado digital A3, quando a assinatura digital ficará
armazenada em um token ou Smartcard para ser utilizada em diversos computadores
possibilitando a leitura da assinatura. A validade desses certificados costuma variar
de um a cinco anos, sendo o mais comum três anos, e sempre haverá necessidade
de utilização de senha para seu funcionamento. Esse tipo de assinatura, para melhor
exemplificar, são utilizados por advogados e avaliadores imobiliários nos sistemas
eletrônicos dos Tribunais de Justiça para movimentar e acompanhar processos
judiciais.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Será visto agora o passo a passo como funciona a lavratura de atos notariais
eletrônicos ou digitais pelos Tabelionatos de Notas. De imediato é bom ressaltar que
se algo pode ser realizado fisicamente pelos tabelionatos, também é possível pelo
formato eletrônico como atas, inventários, autenticação de documentos, testamentos,
procurações, escrituras de compra e venda, doação e dação em pagamento. É de bom
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
313
Capítulo VIII
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
se encontra em sua matrícula. Quem deve figurar no polo ativo como locador é o
legítimo proprietário, não seu preposto ou promissário comprador. A forma de se
verificar isso é através da certidão de propriedade e ônus reais lavrada pelo Cartório
de Registro de Imóveis.
Além do mais, alguns imóveis não podem ser locados ou comercializados e
nem toda pessoa possui capacidade civil, condições financeiras e econômicas para
assumir responsabilidades ou prestar fiança, por exemplo. Quem tem legitimidade
para decidir pela escolha de locatários e seus fiadores numa locação é o locador/
proprietário do imóvel. Inclusive, sobre isso, é facultado ao locador recusar
candidatos à locação sem necessidade de apresentar razões ou motivos de sua
decisão. O credor também pode recusar fiador se não for idôneo, domiciliado no
município onde se localiza o imóvel ou se não possuir bens suficientes para garantir
o pagamento da dívida, conforme estipula o artigo 825 do Código Civil “Quando
alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não
for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não
possua bens suficientes para cumprir a obrigação.” O candidato a fiador residente
e domiciliado em outro estado, por exemplo, pode não ser uma boa opção na hora
da seleção. Se a citação judicial dentro da mesma localidade pode levar meses para
o fiador ser chamado ao processo, imagine essa citação através de carta precatória
para outra municipalidade? Sendo assim, nada mais cauteloso do que apresentar os
principais problemas que envolvem a parte documental na locação de imóveis.
Ocorre a locação quando o locador entrega ao locatário bem imóvel para uso
e gozo, durante determinado tempo, mediante contraprestação pecuniária. Vale
ressaltar, contudo, que se não houver pagamento de aluguel não existe locação,
mas tão somente contrato de comodato, caracterizado como empréstimo gratuito de
coisa infungível por determinado tempo. Se a coisa emprestada gratuitamente for
bem fungível, ou seja, aquele que pode ser substituído por outro da mesma espécie e
quantidade, surge o contrato de mútuo, como por exemplo o contrato de empréstimo
de dinheiro. A locação pode, também, ser de coisas móveis. Neste caso o Código
Civil no seu artigo 565 define que “Na locação de coisas, uma das partes se
obriga à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível,
mediante certa retribuição”. Infungível é o bem que não pode ser substituído por
outro de mesma espécie e quantidade.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além disso, existem três hipóteses em que deve ser exigido o documento do
imóvel que está sendo locado. A primeira delas quando o locatário for investir
elevada quantia em dinheiro na reforma ou na construção do imóvel que será locado.
Quando isso ocorrer, deve o locatário inserir cláusula de validade do contrato em
caso de venda do imóvel a terceiros e, em seguida, registrar o contrato de locação
no Cartório de Serviços Registrais onde o imóvel encontra-se matriculado. Esse
registro só será possível se a figura do locador coincidir com a do proprietário no
Cartório de Imóveis. Ao mencionar que a figura do locador deve coincidir com a do
locatário decorre da possibilidade de a locação ser firmado com herdeiros, filhos,
parentes, promissários compradores ou representantes do locador.
A terceira hipótese quando o contrato contiver prazo de validade acima de 10
(dez) anos. Neste caso necessitará expressamente da concordância do cônjuge do
locador no contrato de locação. Os cônjuges precisam apresentar documento de
identificação pessoal, certidão de estado civil e certidão atualizada de propriedade e
ônus reais do imóvel emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis. Sem a anuência
do outro cônjuge, após decorrido o prazo de dez anos não estará obrigado a respeitar
a locação, podendo denunciá-la. Assim prevê o artigo 3º da Lei nº 8.245 de 18 de
outubro de 1991 “O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo,
dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos. Parágrafo único.
Ausente a vênia conjuga, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo
excedente.”
Como foi apresentado neste tópico, os efeitos da documentação imobiliária
incidem em várias etapas da locação. Por isso, todo corretor de imóveis
independentemente do tipo da intermediação realizada precisa estar atento a esses
detalhes e ter conhecimento sobre questões documentais do imóvel.
4. Bem de Família
O bem de família pode ser alugado a terceiros sem a perda da proteção legal.
O instituto do bem de família pode ser caracterizado como proteção legal do único
bem da família. Tanto pode ser legalmente instituído como também eleito por seu
proprietário quando possuir vários imóveis, com base na Lei n. 8.009/1990. O bem
de família é, na verdade, um direito sobre o imóvel que servirá de residência da
entidade familiar decorrente de casamento, de união estável ou até por conta da
uma única pessoa que nele resida sozinho. A concepção legal de família possui
larga interpretação não se restringindo apenas ao modo tradicional. Por isso, é uma
garantia contra a impenhorabilidade do imóvel residencial por dívidas contraídas
por seu proprietário. Essa garantia é válida enquanto seus proprietários forem
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quem paga tem o direito de receber a quitação. Quem recebe, por sua vez,
dever dar recibo de pagamento detalhando cada valor recebido. Com o pagamento
do aluguel não poderia ser diferente. O locador não pode dar recibo de pagamento
genérico. Cada valor deve vir discriminado. Assim prevê o artigo 22, inciso VI da
Lei nº 8.245/1991“O locador é obrigado a fornecer ao locatário recibo discriminado
das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica.” O credor, no entanto,
não é obrigado a receber valor diferente do acordado, nem a receber o pagamento
antes da data aprazada. Da mesma forma, o devedor não é obrigado a pagar a
dívida antes de seu vencimento, nem de forma diferente do estipulado no contrato
de locação. Por essa razão existe diferença entre as expressões “dívida quitada” e
“dívida em dia”. Na primeira opção não existe mais débito a ser pago; na segunda,
existem débitos futuros, porém as parcelas do financiamento estão pagas até a data
de seus vencimentos. É por essa razão que quem está em dia com suas obrigações,
nem sempre está quite com os pagamentos contratuais. O inquilino que paga seus
aluguéis em dia não está fazendo favor ao locador, mas apenas cumprindo sua
obrigação locatícia. Quando a dívida está paga, o locador não pode negar a fornecer
recibo de pagamento de aluguel e seus encargos.
Se o locador se recusar a receber o aluguel ou seus encargos na data pactuada,
inclusive as chaves do imóvel no momento da desocupação, deve o locatário
consignar, ou seja, depositar o valor do pagamento em juízo. Para isso, portanto,
é necessário a assessoria de um advogado. O recibo de pagamento deve vir com
valores descriminados, forma de pagamento, objeto da dívida, data e identificação
de quem assina o recibo. Neste recebido deve ser dado a quitação da dívida na
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Alugar imóvel é algo que exige cautela. Os riscos estão por toda a parte, desde
a seleção dos candidatos a escolha do imóvel ideal. O primeiro passo, portanto,
é verificar se o imóvel que será ofertado possui normais condições de uso e
habitabilidade, por ser essas as principais obrigações do locador. Se o imóvel não
estiver em condições de ser utilizado, não prossiga com a intermediação, salvo se
for inserido a cláusula de não indenizar no contrato de locação, informando todas as
irregularidades existentes no imóvel, a prévia vistoria do locatário e a aceitação das
irregularidades constatas no relatório de vistoria. O termo de vistoria deve vir escrito
e assinado conjuntamente pelo locador e pelo locatário. A presença da cláusula de
não indenizar é de extrema importância nas locações defeituosas. Não deve ser
esquecido de verificar se as obrigações com o pagamento do consumo da água, da
energia elétrica, das taxas condominiais e dos impostos que incidem sobre o imóvel
estão em dia. Quanto ao locatário, a análise profunda de seu cadastro é fundamental.
Cada profissional tem sua metodologia de trabalho. Não há necessidade de
padronização, caso o bom resultado apareça em todas as formas de atuação. Dessa
análise decorrerão 90% de todo sucesso ou insucesso na intermediação de locações.
Outra recomendação necessária encontra-se num bom contrato de locação.
Deve sempre ser realizado por escrito. Aqueles modelos prontos disponíveis na
internet devem ser evitados, pois podem estar desatualizados ou não servirem para
o fim a que se destinam. As quatro garantias previstas na lei do inquilinato são
fiança, caução, seguro fiança ou título de capitalização. Jamais podem ser inseridas
conjuntamente no mesmo contrato de locação. Não se admite outro tipo de garantia
nos contratos de locação como aval ou alienação fiduciária, por exemplo, por não
serem compatíveis com o tipo de transação. As cláusulas penais são multa moratória,
multa compensatória e rescisória. Muitas pessoas, equivocadamente, interpretam as
garantias como algo desnecessário ou por desconfiança da idoneidade do locatário.
Entretanto, a exigência de garantia numa locação, como também das três cláusulas
penais, serve para dar maior equilíbrio ao contrato e trazer paz à relação locatícia.
É bom ressaltar, todavia, que a nulidade de qualquer das cláusulas de um
contrato não invalida toda a locação, mas tão somente a cláusula que não possui
efeito jurídico, como por exemplo, aquelas que estipulam a possibilidade do locador
pedir antecipadamente a devolução do imóvel quando o contrato ainda se encontra
dentro de seu prazo de validade.
Os contratos de locação são sinalagmáticos constituem obrigações para ambas
as partes contratantes. A principal dela para o locatário, a de pagar pontualmente o
aluguel e seus encargos acessórios, tais como taxa de água e esgoto, taxa de consumo
de energia elétrica. É possível inserir a obrigação de pagamento de imposto predial,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Já foi visto que as garantias locatícias não são cláusulas punitivas, mas tão
somente servem para equilibrar o contrato de locação ao possibilitar ao locador
alternativa de cobrança de débitos deixados pelo locatário. Pode parecer algo
desfavorável ao locador, mas traz benefícios que podem valer a pena. Todavia,
é possível realizar locação sem elas e mesmo assim usufruir da segurança e
tranquilidade que todo locador deseja numa locação. A recomendação, portanto, é
que só seja realizado esse tipo de contrato quando o inquilino apresentar condições
cadastrais que dispense qualquer das garantias locatícias, por exemplo, nome
honrado, patrimônio sólido e compatível com os riscos da locação, mesma atividade
laboral há vários anos, domicílio conhecido e crédito na praça.
A principal vantagem da locação sem qualquer garantia locatícia é que a posse
do imóvel no contrato de locação sem garantia pode ser retomada mais rapidamente.
O artigo 59, inciso IX da Lei 8.245/1991 prevê que caso o locador ajuíze ação de
despejo por falta de pagamento de aluguel e encargos da locação e o contrato não
esteja protegido por garantia locatícia, seja por falta de contratação, pedido de
exoneração ou extinção poderá ser concedido o despejo do inquilino através de
liminar, sem direito de defesa, em até 15 (quinze) dias. Se o inquilino, todavia,
dentro deste prazo purgar a mora, a ação de despejo estará resolvida.
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações
de despejo terão o rito ordinário.
§1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que
prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel,
nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação
no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das
garantias previstas no art.37, por não ter sido contratada ou em
caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente
de motivo. (grifo nosso). (BRASIL 1991)
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10. Quais precauções devem ser tomadas na hora de alugar imóvel com
mobília?
331
Capítulo IX
DO FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO
necessária para que não haja dúvida do adquirente qual a melhor condição e
plano de financiamento.
3º passo – Analisar as informações pessoais e aprovar o crédito. Neste momento
é importante a apresentação dos documentos pessoais como cédula de
identidade, comprovante de renda e extrato do FGTS da pessoa interessada ou
do casal. É importante, neste momento, ter a comprovação do agente financeiro
de que existem recursos para liberação do financiamento. Quem não possui
comprovação de renda ou nunca se preocupou com isso, deve iniciar a declarar
seus rendimentos à Receita Federal nos anos anteriores ao que pretende adquirir
o imóvel.
4º passo – Visitar e escolher o imóvel. Muitas instituições financeiras orientam seus
clientes a primeiro procurar imóvel e só depois sair em busca do financiamento.
Dessa forma, o interessado poderá criar falsas expectativas, pois ao achar o
imóvel dos seus sonhos, o valor do financiamento poderá ser incompatível com
a renda e com a capacidade de financiar, que pode variar com a idade, doenças
preexistentes, tipo de atividade laboral, empréstimos pessoais em curso,
dentre outros. Quando for visitar o imóvel, melhor que faça em dias e horários
alternados da semana, inclusive a noite. Conversar com vizinhos e pedir
informações do local onde pretende residir com a família é sempre prudente.
5º passo – Retirar certidões vinculadas ao imóvel, notadamente as certidões
de propriedade e ônus reais no Cartório de Imóveis e negativa de débitos
municipais, e aos vendedores as certidões de feitos ajuizados na justiça
estadual e federal, protesto, execução, falimentar e trabalhista. Em relação aos
vendedores devem ser solicitados, também, documentos válidos de identificação
com foto e comprovante de endereço.
6º passo – Assinar o contrato particular de promessa de compra e venda para
evitar gastos desnecessários de recursos. Após concluídas as etapas iniciais,
já é possível assinar um contrato particular de compromisso de compra e
venda. Enquanto não houver pagamento de sinal, as partes podem a qualquer
tempo desistir da transação, o que poderia acarretar prejuízos ao interessado
na compra. Como ainda não houve a aprovação da engenharia nem do setor
jurídico é recomendável inserir nos contratos particulares de compromisso de
compra e venda a possibilidade de resolução do negócio sem ônus para qualquer
das partes contratantes e com devolução de valor pago à título de sinal.
7º passo – Avaliar o imóvel. A análise é do departamento de engenharia. Os
engenheiros avaliadores estão vinculados aos agentes bancários. Os custos com
a vistoria devem ser suportados pelo adquirente do imóvel. Em suas vistorias
devem os engenheiros, pessoalmente, verificar no local a estrutura física do
imóvel avaliando, incluindo eventuais avarias, estado de conservação ou
comprometimentos estruturais para, em seguida, proceder com a avaliação do
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
preço de mercado para venda. Os engenheiros não podem emitir laudos baseados
em fotos ou em visitas realizadas por terceiros estranhos sem ter pessoalmente
vistoriado o imóvel avaliando. Se isto vier a ocorrer, o laudo deve ser anulado
e os danos causados aos adquirentes desses imóveis devem ser, solidariamente,
suportados por eles.
8º passo – Pagar Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – ITBI. Quem deve
pagar o imposto de transmissão e os honorários do despachante é quem está
adquirindo o imóvel, salvo convenção contrária no contrato de particular de
compra e venda.
9º passo – Assinar escritura particular de compra e venda com alienação
fiduciária em garantia. A assinatura deste contrato costuma ocorrer nas
agências bancárias, nada impede que também possam ser lavrados por
Tabelionatos de Notas. Se não houver financiamento bancário, mas apenas o
uso de recursos oriundos do FGTS a escritura deve obedecer a forma pública em
respeito ao artigo 108 “caput” do Código Civil. Com a assinatura da escritura
particular nas dependências dos agentes financeiros, os recursos da carta de
crédito e do FGTS, se for o caso, cairão imediatamente na conta corrente dos
vendedores, porém bloqueados até o registro do contrato particular de compra e
venda no Cartório de Serviços Registrais.
10º passo – Registrar o contrato e liberar recursos. É com o registro do contrato
particular de compra e venda que os recursos do financiamento, já depositados
em conta corrente do vendedor, embora bloqueados, serão liberados.
8. Portabilidade imobiliária
do devedor.” Como se vê, é o próprio devedor ou seu procurador quem deve ir atrás
da menor taxa de juros nos financiamentos bancários. Conforme estipula o artigo 3
da aludida resolução “o valor e o prazo da operação na instituição proponente não
podem ser superiores ao saldo devedor e ao prazo remanescente da operação objeto
da portabilidade na data de transferência de recursos.”
Em momento de queda das taxas de juros e da disputa de mercado pelos
agentes financeiros a portabilidade para outra instituição pode ser um bom negócio.
É imprescindível, no entanto, alisar não apenas o valor da taxa de juros ofertado
pelos bancos, mas sim o Custo Efetivo Total – CET que é a soma de todas as
taxas e impostos que incidem na administração do contrato de financiamento e o
valor que será pago com o registro do novo contrato no Cartório de Imóveis. O
principal objetivo da portabilidade é a redução direta no valor das prestações, nada
impede que outros fatores possam levar o mutuário a mudar de instituição como
relacionamento precário, dificuldade de comunicação, falta de clareza e outros
mais. Por isso, quem já possui financiamento imobiliário em curso e se encontra
com dificuldade de pagamento das parcelas pode requerer a portabilidade da dívida
para outra instituição financeira. Portabilidade, portanto, é a transferência de um
financiamento imobiliário em curso para outra instituição de crédito.
O que pode ser alterado na portabilidade é a taxa de juros efetiva e o agente
financeiro. As demais condições originalmente contratadas devem permanecer
inalteradas. A instituição financeira credora original tem prazo de até cinco dias
para se manifestar, entrando em contato com o mutuário para renegociar sua
dívida oferecendo condições mais vantajosas e, não chegando a um acordo, deve
encaminhar as informações sobre o contrato para a nova instituição de crédito.
4- Este novo contrato deve ser apresentado ao Cartório de Imóveis para que haja o
endosso da dívida ao novo agente financeiro.
for adquirir um imóvel, novo ou usado, buscar informações atualizadas sobre seus
procedimentos.
Este tipo de financiamento incide nos imóveis que atendem famílias de baixo
poder aquisitivo que moram de aluguel ou quem tem pouca qualidade de moradia.
Além do mais, tem estimulado a construção de novas moradias, principalmente nas
regiões interioranas, favorecendo mão de obra especializada na construção civil e
possibilitando surgimento de novos construtores que têm investido suas economias
na construção de casas.
Os imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) do Governo
Federal, também denominados de imóveis econômicos, devem ser novos e possuir
documentação regular. O teto do financiamento no Programa Minha Casa Minha
Vida pode oscilar de região para região no Brasil, baseado nas pesquisas do
IBGE sobre a renda per capta da população de cada município. Em média entre
R$ 120.000,00 e R$ 180.000,00. Quem possui imóvel próprio ou algum tipo de
financiamento bancário em seu nome, mesmo comprovado que apenas emprestou
o nome a terceiros, não poderá ser beneficiado com o Programa Minha Casa
Minha Vida. Além do mais, o candidato precisa ter renda declarada e estabilidade
no emprego. Aquelas pessoas que não tem renda comprovada devem, anualmente,
declarar seus rendimentos à Receita Federal. O agente financeiro não vai emprestar
dinheiro a quem não tem condições de comprovar seus rendimentos e de quitar
dívidas.
O interessado pode adquirir imóvel ganhando pouco mais de um salário mínimo
de renda mensal. Não é o valor do salário que vai determinar a possibilidade de
financiar o imóvel ou o valor das parcelas, mas outros fatores também contribuem
como tempo de emprego, idade do comprador, número de filhos, estado civil,
avaliação do imóvel e tempo de carteira de trabalho assinada.
da renda bruta da família. Ressaltando que é a renda mensal que define o valor da
parcela.
Existem pessoas que iniciam o processo de compra no sentido errado, primeiro
procurando o imóvel para depois ir atrás do crédito. O maior problema, neste caso,
encontra-se na criação de falsas expectativas sobre imóveis que estão com valor de
mercado acima da capacidade de compra do interessado.
Os interessados, sempre o casal de compradores, precisam estar com nome
limpo, sem restrições financeiras, ter crédito na praça, renda mensal comprovada e
endereço residencial onde possa ser localizado.
Outro ponto interessante é saber que quem avalia esses imóveis é o próprio
agente financeiro. O objetivo da avaliação imobiliária prévia é se certificar que o
imóvel não está sendo comercializado acima do preço de mercado nem abaixo dele
para não trazer riscos para a transação ou prejuízo para as partes contratantes. No
momento da vistoria também é verificado se o imóvel apresenta falhas ou defeitos
estruturais ou construtivos que possam acarretar prejuízo para os envolvidos no
negócio ou para o agente financeiro, que terá que cobrir danos em caso de sinistro
com a queda ou o desabamento do imóvel. O interessado não pode ter restrições
cadastrais. Seu nome precisa estar limpo. O simples fato de estar negativado,
mesmo sem o conhecimento do adquirente do imóvel, inviabilizará a transação de
compra e venda.
As principais vantagens do programa Minha Casa Minha Vida são (i) desconto
de 50% nas taxas e nos emolumentos cartorários, se for aquisição do primeiro
imóvel; (ii) quem recebe até 03 salários mínimos fica isento do pagamento do
ITBI, independentemente da região/município; (iii) até 80% do imóvel pode
ser financiado; (iv) existe subsídio do governo federal; (v) plano habitacional do
Governo Federal com a menor taxa de juros no Brasil.
O Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal foi criado em 2009
com objetivo de construir imóveis econômicos para diminuir déficit habitacional
no Brasil. A pessoa que ganha um salário mínimo e meio, por exemplo, e mora
de aluguel pode ser contemplada com o sistema, porém alguns requisitos precisam
ser respeitados. O primeiro deles é que não pode ter imóvel ou financiamento
imobiliário em seu nome, nem pode ter emprestado o nome para viabilizar a compra
do imóvel para alguém da sua família. O segundo é que o imóvel só pode ser
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
utilizado para fins residenciais, jamais comerciais. O terceiro é que o imóvel precisa
estar localizado na mesma região onde reside ou trabalha o interessado. O quarto
ponto é que o imóvel precisar se novo, não pode ser estar usado. Os imóveis que
permanecem muito tempo fechado, mesmo sem uso, podem perder a condição de
ser financiado no programa Minha Casa Minha Vida, e, por fim, o candidato precisa
apresentar seus rendimentos como contracheque, declaração de imposto de renda,
carteira de trabalho e outros.
Dessa forma, o Governo Federal permite a utilização do FGTS e o
financiamento com a menor taxa de juros do país, além de subsídios em forma de
descontos, oscilando de acordo com o valor do imóvel e a situação financeira do
adquirente, ou seja, quanto maior o salário e a capacidade de aferir rendimentos,
menor o subsídio do financiamento.
Como a finalidade do programa é estritamente social, durante o prazo do
financiamento, geralmente, 30 (trinta) anos, o imóvel não pode ser comercializado
(vendido) com terceiros. Por essa razão, não deve existir repasse de imóveis
no MCMV, nem aquisição de sua propriedade pela usucapião. Além do mais, os
documentos do interessado devem ser originais e verídicos. Apresentar documentos
falsos ou contracheques fraudulentos com baixo valor de salário para ser
contemplado com o sistema é crime.
14.1 Hipoteca
A bem da verdade a hipoteca cria um direito real e não um contrato real, já
que é um tipo de garantia em que o bem imóvel permanece nas mãos do devedor. A
hipoteca tem preferência sobre outros credores, exceto o trabalhista. Inclusive, pode
haver várias hipotecas sobre o mesmo bem imóvel, obedecida, claramente, a ordem
de cronológica (sub hipotecas), caso haja necessidade de executá-la.
A hipoteca abrange não só o imóvel, mas também seus melhoramentos,
acréscimos e construções, sempre considerando que o acessório acompanha o
principal. O artigo 1.473 do Código Civil define os objetos e bens que podem ser
hipotecados.
“Art. 1.473. Podem ser objeto da hipoteca:
Art. 1.473. Podem ser objeto da hipoteca:
I- os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com eles;
II- o domínio direto;
III- o domínio útil;
IV- as estradas de ferro;
V- os recursos naturais a que se refere o art. 1.230,
independentemente do solo onde se acham;
VI- os navios;
VII- as aeronaves
VIII- o direito de uso especial para fins de moradia
IX- o direito real de uso
X- a propriedade superficiária
§1º. A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-ão pelo
disposto em lei especial.
§2º. Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos IX
e X do caput deste artigo ficam limitados à duração da concessão
ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos por período
determinado. (BRASIL, 2020)
O prazo em que a hipoteca caduca é de 30 anos. Por essa razão, se houver
hipoteca gravando o imóvel e o interessado não localizar o “Cancelamento de
Hipoteca”, como documento hábil de quitação da dívida, após esse prazo poderá
pedir a exclusão da garantia da matrícula do imóvel por simples ato de requerimento.
Um ponto que merece destaque é que nenhum bem poderá ser adquirido em
leilão a preço vil. Por preço vil, portanto, entende-se aquele cujo valor está abaixo
do mínimo estipulado pelo juiz. Os bens quando vão a leilão devem satisfazer
dívidas de crédito de seus proprietários. Não há mais diferença na denominação
praça ou leilão como no passado, atualmente todos os bens móveis e imóveis vão
a leilão e a não a praça.
Os bens quando vão a leilão para sanar dívidas de seus proprietários, devem
ser acompanhados de alguns pontos como destaca o artigo 886 do Código de
Processo Civil, “o leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:
I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser
alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro
designado; III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e,
tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que
foram penhorados; IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em
que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que
serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização; V - a indicação de local,
dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver interessado
no primeiro; VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente
sobre os bens a serem leiloados. Parágrafo único. No caso de títulos da dívida
pública e de títulos negociados em bolsa, constará do edital o valor da última
cotação (CPC, 2015).”
Comprar imóvel em leilão pode ser algo bem rentável, mas a assessoria de
um corretor de imóveis ou de um advogado é indispensável. O advogado por
opinar sobre a parte legal ou judicial; o corretor por prestar segurança imobiliária.
353
Capítulo X
1. Conceito
clientes com graus de dificuldade diferenciados. Por essa razão, cada intermediação
ou serviço pode apresentar valores diferentes e exigir do corretor procedimentos
diversos.
2. Honorários de corretagem
nenhuma remuneração é devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a
corretagem com exclusividade, terá o corretor direto à remuneração integral, ainda
que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou
ociosidade.”
Embora o contrato de corretagem, autorização de venda ou de locação, possa
ter diversas expressões, sempre será um contrato de intermediação imobiliária. Sua
característica acessória poder transformá-lo em principal quando o intermediador
tiver agido de acordo com as instruções recebidas de seu contratante e o negócio
não tenha se realizado por culpa exclusiva dele. Por essa razão, é recomendável ao
corretor de imóveis estipular em seus contratos de intermediação por escrito todos
os serviços que serão desempenhados no curso do seu trabalho, notadamente com
anúncios publicitários, horário de trabalho, formas de divulgação, tipos de serviços
que serão prestados, regularização de documentação do imóvel, dentre outros.
O costume de trabalhar por escrito não deve se resumir apenas ao contrato de
intermediação, mas as propostas de compra de seus clientes, as fichas de visitação
ao imóvel, ao laudo de vistoria antes da venda ou da locação, ao termo de entrega de
chaves e muito mais.
price, pois sua remuneração pode ser paga por qualquer ou por ambas as partes
contratantes, basta que uma tenha conhecimento do pagamento da outra.
8.1 Apartamentos
São unidades residenciais de moradia com divisões de cômodos e variedade
de quesitos. Podem ser construídos um ou vários no mesmo pavimento. Os
apartamentos caíram na graça dos brasileiros. Hoje os arranha-céus, nome dado
a edifícios de apartamentos acima de quarenta andares, estão presentes em quase
todas as grandes metrópoles do Brasil. Os apartamentos podem ser facilmente
encontrados nos condomínios edilícios. As variações mais comuns são:
Studio - São apartamentos residenciais de tamanho reduzido com paredes e cômodos
definidos. Em média moram uma ou duas pessoas nesses ambientes. Os studios
são bastante utilizados por pessoas solteiras ou casais sem filhos que passam
boa parte do tempo no trabalho. Esses prédios costumam ter infraestrutura
completa com lavanderia e lazer.
Loft - Os lofts são apartamentos maiores do que os studios. A proposta é de tipo de
imóvel mais rústico com paredes em tijolos aparentes e tubulação exposta. No
seu interior é possível encontrar cozinha estilo americana e mezanino que serve
de dormitório em virtude de seu elevado pé direito.
Flat - Os flats ou apart-hotéis são imóveis compactos com sala, quarto, banheiro
e cozinha, mais sofisticados, confortáveis e contemporâneos, e contam com
serviços de hotelaria. Ideal para pessoas que não tem tempo para atividades
domésticas. Numa locação é recomendável que venha mobiliado para maior
aceitação de seu público. O flat, gramaticalmente, veio substituir a antiga
quitinete ao apresentar apartamentos mais requintados e charmosos.
Apartamentos de coberta e de cobertura - As nomenclaturas parecem sinônimas,
mas na prática referem-se a imóveis residenciais diferentes. A denominação
apartamento “de coberta” é utilizada para a unidade habitacional localizada no
último pavimento dos condomínios edilícios com as mesmas características
de outras unidades nos andares imediatamente abaixo; já os apartamentos “de
cobertura” referem-se às unidades também localizadas no último pavimento,
porém com diferenças de tamanho por serem duplex ou triplex, por exemplo.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
8.2 Casas
As casas são tipo de imóveis que podem apresentar infinitas variações de formas
e modelos influenciados pela cultura e pelo clima das regiões. Suas construções
podem ser geminadas, duplex, de alvenaria e em condomínios. Não existe a melhor
ou a pior moradia. Tudo é relativo e encontra-se intimamente ligado às necessidades
de cada pessoa pelo tipo de vida que deseja usufruir com sua família. As casas
podem ser de madeira ou de tijolos, e ter piscina, canil, campo de futebol e jardins.
As casas de alvenaria são aquelas construídas de tijolos, cimento, areia e ferro.
Pode ser térrea ou possuir mais de um pavimentos, transformando-se num sobrado.
A principal vantagem das casas em alvenaria é sua durabilidade e resistência às
intempéries e ruídos. As casas podem estar isoladas num terreno ou compor um
conjunto delas, logo recebendo o nome de condomínio. Os condomínios oferecem
muitas vantagens como rateio de despesas entre os condôminos, segurança, maior
interação entre vizinhos e vida comum em sociedade.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
365
Capítulo XI
DA AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA
6. O selo certificador
Quanto cobrar numa avaliação que tem por objeto constatar valor de locação
de loja em shopping center ou de venda de lotes em condomínios? As locações em
shopping center possuem regramento próprios e as lojas são divididas em lojas
âncoras, megalojas e satélites; seus valores sofrem variações até pela localização
interna das lojas. Já os lotes em condomínios são mais valorizados do que os lotes
em loteamentos abertos ou fechados. Todos esses detalhes devem ser analisados
pelos avaliadores antes de precificar o valor de seus honorários. A cobrança de
honorários é uma dúvida corriqueira entre os corretores que gostam de proceder
com a avaliação de imóveis, principalmente quando realizam avaliações e perícias
judiciais. Vale frisar, porém, que desde o início da corretagem, a avaliação
imobiliária sempre foi vista como grande fonte de negócios e geradora de ganhos ao
lado da captação de imóveis.
Uma regra que jamais pode ser esquecida nas avaliações imobiliárias é a velha
“lei da oferta e da procura”. Nos locais onde o número de ofertas sobressai ao
número de pessoas interessadas, o preço dos imóveis naturalmente reduz. Isso
explica por que certos imóveis são negociados abaixo do preço de mercado e sofrem
oscilações de preços de tempos em tempos. Além disso, comprar imóvel no Brasil
é investimento. Ninguém compra imóvel para perder dinheiro, diferentemente de
veículos. A tendência é a valorização dos bens imóveis e a desvalorização dos bens
móveis com o passar dos anos.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Embora seja a parte que requereu a assistência do perito quem deve pagar seus
honorários técnicos, no caso da assistência gratuita o cidadão está amparado pelo
artigo 5°, inciso LXXIV da Constituição Federal “Todos são iguais perante a lei (...)
e o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos”.
Em seu recurso, alegou o Estado de Mato Grosso do Sul, que os honorários do
perito arbitrados em R$ 4.900,00 estariam em desacordo com Resolução CNJ n°
232/16. Entretanto, decidiu a 4° Turma do STJ, em recurso do Estado MS, que a
Fazenda Pública pague os honorários do perito no fim do processo, seguindo tabela
do CNJ em caso de concessão da gratuidade da justiça, de acordo com o artigo 95,
parágrafo 3°, inciso II do CPC.
A Ministra Isabel Galloti relatou que os honorários do perito quando realizado
por particular, no caso da justiça gratuita, devem ser pagos com recurso da União,
do Estado ou do Distrito Federal, com valores fixados na Tabela do Tribunal e,
na sua falta, na do CNJ, mesmo diante da afirmativa do Tribunal de origem que a
Tabela do CNJ não teria força vinculante.
Define o artigo 95, §3º, inciso II do Código de Processo Cível que “Quando
o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da
justiça, ela poderá ser paga com recursos alocados no orçamento da União, do
Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em
que o valor será fixado conforme tabela de honorários do tribunal respectivo ou,
no caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.” De acordo com o item
6.2 da Resolução n° 232/16 do CNJ o valor dos honorários do perito é de R$ 330,00
bem abaixo do praticado no mercado imobiliário.
comprar dos interessados que vai dar valor a um bem. Se não houver desejo em
adquirir determinado coisa, mesmo se o preço para construir for elevado, seu valor
de mercado para venda deve ser baixo. Um exemplo sobre isso, a construção de
uma casa de luxo próximo a zona de alagamento e deslizamento de pedras teve seu
custo de construção orçado em R$ 1 milhão de reais, seu valor de mercado para
venda é de R$ 600 mil reais e o imóvel foi vendido ao preço de R$ 500 mil reais.
O preço das coisas é fundamental na decisão de compra do cliente. Entretanto,
é possível agregar valor ao produto quando são oferecidos benefícios. Uma forma
de aumentar valor a um imóvel, por exemplo, é inserir placas de energia solar onde
haverá redução da taxa de energia elétrica ou desconto em supermercado para
os condôminos daquele edifício. Da mesma maneira, quando um supermercado
é construído próximo ao imóvel, seu valor de mercado aumenta em virtude da
melhoria na infraestrutura local.
Numa avaliação, portanto, o que se contrata é o preço dos serviços do corretor
de imóveis avaliador, que pode aferir ou perder valor de acordo com os serviços
apresentados.
seja por interferência direta de pacotes econômicos do Governo Federal, por fatores
políticos e culturais, por novas regras de financiamento, pela queda da taxa de juros
nos créditos imobiliários, por lançamento de novos empreendimentos ou por outros
fatores de difícil percepção do avaliador como surgimento de novo shopping center
ou, negativamente, com a construção de um presídio, qual será o prazo de validade
de um parecer mercadológico?
Embora não haja normas reguladoras que defina prazo de validade de uma
avaliação técnica, é recomendável a realização de novos procedimentos e pesquisas
de mercado a cada período de 06 (seis) meses, independentemente de ter havido
obras ou construções na região que pudessem valorizar os bens imóveis, pois o
valor dos imóveis pode oscilar negativa ou positivamente.
média ponderada numa avaliação imobiliária devem ser eliminadas as amostras que
tenham valores do metro quadrado inferior ou superior ao percentual de 20% (vinte
por cento) da média de todas as amostras. Melhor exemplificando com cálculos
matemáticos:
Amostras valor do metro quadrado
Apto 01 - R$ 3.000,00
Apto 02 - R$ 3.300,00
Apto 03 - R$ 3.100,00
Apto 04 - R$ 5.000,00
Apto 05 - R$ 1.500,00
Apto 06 - R$ 4.800,00
Apto 07 - R$ 2.000,00
Média aritmética simples = soma-se todas as áreas das amostras e divide o resultado
pelo número delas. R$ 22.700,00 / 07 = R$ 3.242,86
prejuízo para terreiros. As fotos devem ser coloridas e estar nítidas. Nada de
fotos embaçadas, rasgadas, sujas, escuras ou de baixa qualidade de imagem.
Deve haver indicação da máquina fotográfica ou do celular que produziu as
fotos. As fotos devem ser produzias pelo próprio perito durante a vistoria ao
imóvel avaliando. Não devem ser utilizadas fotografias apresentadas pelas
partes ou por seus assistentes, seja qual for o pretexto. As fotos podem estar
velhas e não apresentar o verdadeiro estado de conservação e limpeza do imóvel
avaliando no momento da vistoria. Além do mais, o perito deve indicar o dia e o
horário do momento da produção das fotos. Os detalhes internos e externos do
imóvel devem ser apresentados por fotografias.
F.1) Fotos produzidas por drone. As fotos podem ser produzidas por drone. Drones
são espécies de aeronaves não tripuladas com acesso ao espaço aéreo brasileiro.
No entanto, devem ser citados o nome do piloto, horário, data, tipo da aeronave
e se foram empregadas técnicas de manipulação na edição das fotos. Se o perito
for piloto da aeronave, como está utilizando suas fotos profissionalmente,
deve cuidar de obter sua inscrição como piloto comercial junto aos órgãos
controladores. Não deve pilotar a aeronave de forma amadora, pois os voos em
áreas urbanas requerem autorização e controle da ANAC e da ANATEL. Se as
fotos forem produzidas dentro de espaço aéreo de área de terras particular basta
autorização do proprietário do imóvel.
No Brasil os órgãos controladores do espaço aéreo são:
Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL (www.sistemas.anatel.gov.
br/mosaico);
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC (www.sistemas.anac.gov.br/
sisant);
Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA (www.servicos2.decea.
gov.br/SARPAS);
Ministério da Defesa (www.defesa.gov.br/aerolevantamento).
O piloto do drone, por sua vez, precisa ter a aeronave homologada na ANATEL
e cadastrada na ANAC/SISANT, além de ter cadastro pessoal e da aeronave no
DECEA/SARPAS e estar de posse do Seguro RETA, do seu plano de voo e da
Análise de Risco Operacional. O Seguro RETA garante do piloto cobertura de
eventuais sinistros e danos ao drone e a terceiros que possam ocorrer decorrente do
voo da aeronave.
As novas versões da legislação sobre uso e voo de drones no Brasil estão no
Manual do Comando da Aeronáutica. São elas MCA 56-17 para voos amadores,
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MCA 56-23 para voos profissionais incluindo pessoa física e jurídica e o MCA 56-
24 para órgãos do Poder Público.
Manual do Comando da Aeronáutica - As regras e normativas de voo com
aeronaves não tripuladas tipo drone encontram-se previstas no Manual do Comando
Aéreo da Aeronáutica de conhecimento obrigatório para todo piloto, notadamente
no MCA 56-17 (antiga AIC N 17), para voos amadores, no MCA 56-23 (antiga
AIC N 23) para voos profissionais de pessoa física ou jurídica, o MCA 56-24
(antiga AIC N 24) para órgãos do Poder Público (União, estados e municípios) e o
ICA 100-40 com voos informados passam de 30m para 40m, mantendo os 2 Km de
afastamento.
g) Contexto da Região. O contexto da região é dividido em aspectos físicos e
infraestrutura urbana. É importante definir cada parte do imóvel, suas medidas e
confrontações. A infraestrutura do local tem influência direta no valor do imóvel.
Ninguém vai querer pagar um preço elevado por um imóvel de luxo numa
região onde o esgoto corre a céu aberto. Por essa razão, todas as características
do imóvel avaliando devem ser citadas, caso contrário o parecer poderá sofrer
impugnações por não apresentar o imóvel tal como se encontra.
397
CAPÍTULO XII
Ao
Senhor Paulo Augusto
Rua da Soledade n.10000 no Centro
Recife/Pernambuco
Prezado Senhor,
Carta Fiança na locação
__________________________________
Fabíola Dimitri– Outorgada
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
enfim, praticar todos os demais atos necessários ao bom, fiel e cabal cumprimento do
presente mandato, inclusive substabelecer, prometendo eles Outorgantes, por si, seus
herdeiros e sucessores, a fazer a presente sempre boa, firme e valiosa, em Juízo ou
fora dele. Isento de Prestação de Contas. Dou fé. DAS CONSULTAS À CENTRAL
DE INDISPONIBILIDADE: Foram procedidas as consultas dos CPF das partes junto
à Central Nacional de Indisponibilidade de Bens, em cumprimento ao Provimento nº
39/2014 do CNJ, de 25.07.2014, as quais obtiveram resultados Negativos, conforme os
respectivos códigos hash: 1º) ###############. Sicase pago em data de ############.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Registrais, requerendo, alegando e assinando o que lhe convir; obrigando-se por si, seus
herdeiros e sucessores, a fazer a presente sempre boa, firme e valiosa a todo tempo, em
juízo ou fora dele; ficando assim dita Outorgada Isenta de prestação de contas; e, enfim,
praticar todo e qualquer ato para o bom, fiel e cabal desempenho deste mandato, dou fé. DAS
CONSULTAS À CENTRAL DE INDISPONIBILIDADE: Foram procedidas as consultas
dos CPF das partes junto à Central Nacional de Indisponibilidade de Bens, em cumprimento
ao Provimento nº 39/2014 do CNJ, de 25.07.2014, as quais obtiveram resultados negativos,
conforme os respectivos códigos hash: 1º) ############## (################ - C.P.F/
MF sob o nº ################); 2º) ############ (################- C.P.F/MF
sob o nº ################); 3º) ########### (################ - C.P.F/MF sob o nº
################). Sicase pago em ################.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
contratantes, me foi dito que aceitam a presente escritura em todos os termos em que se
acha redigida, responsabilizando-se pela autenticidade de todas as declarações que
consubstanciam condições prévias à sua assinatura, dentre as quais a autenticidade das
indicações sobre estado civil, nacionalidade, profissão, endereço e identificação. XIII)
- DA DECLARAÇÃO: A Outorgante Doadora, deixa de apresentar a Certidão Negativa
de Débito da Previdência Social, instituída pelo Decreto-Lei nº 1958, de 09/09/82, por
não incidirem, na espécie, as hipóteses nos nºs I e II, do Art. 2º, do mencionado Diploma
Legal, e também, por não ser empregadora, seja como produtora ou consignatária de
produtos rurais. XIV) - DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS: À exceção da
Declaração de Quitação dos Débitos Condominiais, que fica dispensada nos termos do
Art. 1.345, do Código Civil Brasileiro, assumindo o adquirente os débitos porventura
existentes em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios, foram
apresentados os documentos que satisfazem as exigências do parágrafo 2º, do art. 1º, da
Lei Federal nº 7.433, de 18/12/1985, regulamentada pelo Decreto Federal nº 93.240, de
09/09/1986, e do artigo 298, do Provimento nº 20 de 20/09/2009 (Código de Normas
dos Serviços Notariais e de Registro do Estado de Pernambuco), que ficam arquivados
neste Serviço Notarial, quais sejam: a) Certidão extraída da matrícula nº
###################, do 2° Ofício de Registro de Imóveis do Recife/PE, em data de
12/12/2019; b) Certidão de inexistência de matrícula, emitida pelo do 6° Ofício de
Registro de Imóveis do Recife/PE, em data de 20/12/2019; c) Certidão Negativa
Imobiliária, nº ###################, expedida pela Prefeitura Municipal da cidade
do Recife/PE, em data de 27.12.2019; d) Certidão Negativa de Débitos - Taxa de
Prevenção e Extinção de Incêndios, emitida pelo Corpo de Bombeiro Militar de
Pernambuco, em data de 27.12.2019; e) Certidão de Autorização para Transferência -
CAT nº: ###################, RIP nº: ###################- Regime: Aforamento,
Natureza de transação: Não Onerosa, emitida pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão - Secretaria do Patrimônio da União, emitida às 16:38:32 horas do
dia 26.12.2019, código de controle da certidão: ###################; f) DAE 10 -
Documento de Arrecadação Estadual - relativo ao ICD - Governo do Estado de
Pernambuco - Secretaria da Fazenda - Processo nº ###################, emitido em
05.12.2019, no valor total de R$ ################### (###################),
pago no Banco Itaú, em data de 09.12.2019, conforme comprovante de pagamento que
fica arquivado; e, g) ICD - Demonstrativo do Processo nº ################### -
Natureza DOAÇÃO - Situação: PAGO - Transmitente: ################### (C.P.F./
MF. nº ###################) - Beneficiário: ################### (C.P.F./MF. nº
###################); BEM: Avenida ###################; Valor Avaliado: R$
###################; Base de cálculo: R$ ###################; Percentual
tributado: ###################% - Nua Propriedade (2/3). AFTE RESPONSÁVEL:
################### - Matrícula: ###################. XV) - DAS CONSULTAS
À CENTRAL DE INDISPONIBILIDADE: Foram procedidas as consultas dos CPF das
partes junto à Central Nacional de Indisponibilidade de Bens, em cumprimento ao
Provimento nº 39/2014 do CNJ, de 25.07.2014, as quais obtiveram resultados negativos,
conforme os respectivos códigos hash: 1º) ###################. DOU FÉ. SICASE
nº ################### pago em ########### e SICASE nº ###################1
pago em ############. ENCERRAMENTO. Nada mais. DOU FÉ.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
base o art. 996 do provimento 20/2009 (Código de Normas dos Serviços Notariais e de
Registro deste Estado), in verbis: “Art. 996. As averbações necessárias ao aperfeiçoamento
da matrícula concernentes aos princípios registrais, desde que não prejudiquem
interesses de terceiros, poderão ser postergadas de modo a viabilizar o registro de ato
constante do título apresentado, devendo o Oficial realizá-lo, averbando, a requerimento
do interessado, a existência de pendências”; X) - DA CIÊNCIA: As partes contratantes
declaram-se cientificadas da possibilidade de obtenção prévia no site <www.tst.jus.br>,
da Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), nos termos do art. 642-A, da
CLT, com a redação dada pela Lei nº 12.440/2011, bem como das certidões de feitos
ajuizados, nos termos do art. 1°, §2° da Lei 7433/85, com a redação da Lei 13.097/2015;
XI) - PARTE FINAL: Pelas partes contratantes, me foi dito que aceitam a presente
escritura em todos os termos em que se acha redigida, responsabilizando-se pela
autenticidade de todas as declarações que consubstanciam condições prévias à sua
assinatura, dentre as quais a autenticidade das indicações sobre estado civil,
nacionalidade, profissão, endereço e identificação. DA DECLARAÇÃO DO
INTERVENIENTE CEDENTE: O Interveniente Cedente deixa de apresentar a Certidão
Negativa de Débito da Previdência Social, instituída pelo Decreto-Lei nº 1958, de
09/09/82, por não incidirem, na espécie, as hipóteses nos nº s I e II, do Art. 2º, do
mencionado Diploma Legal, e também, por não serem empregadores, seja como
produtores ou consignatários de produtos rurais. DOCUMENTOS: À exceção da
Certidão Negativa de Débitos Imobiliários, a qual deixa de ser apresentada neste ato,
assumindo os ora compradores todos e eventuais débitos perante a Prefeitura Local, em
atendimento ao Art. 1º, § 2º do Decreto Federal nº 93.240/86 c/c Art. 1.068 do Código
de Normas Local (Prov. 20/09 - CGJ/PE), foram apresentados os documentos que
satisfazem as exigências do parágrafo 2º, do art. 1º, da Lei Federal nº 7.433, de
18/12/1985, regulamentada pelo Decreto Federal nº 93.240, de 09.09.1986, que ficam
arquivados neste Serviço Notarial, quais sejam: a) Certidão extraída da matrícula n°
##############, emitida pelo Serviço Registral Imobiliário da Comarca do Ipojuca/
PE, em data de ##############; b) DAM do ITBI (COMPRA E VENDA) - nº
##############- Prefeitura Municipal da Cidade do ##############/PE - Avaliação:
R$ ##############, em 21/10/2019 - Imposto recolhido juntamente com a taxa de
expediente, no valor total de R$ ############## (##############), pago em data
29/10/2019, conforme autenticação mecânica em anexo à guia do referido imposto; c)
Certidão de Quitação de ITBI, n° ##############, emitida pela Prefeitura Municipal
do ##############/PE, em data de ##############; d) DAM do ITBI (CESSÃO DE
DIREITOS) - nº ##############- Prefeitura Municipal da Cidade do ##############/
PE - Avaliação: R$ ##############, em 21/10/2019 - Imposto recolhido juntamente
com a taxa de expediente, no valor total de R$ ############## (##############),
pago em data 29/10/2019, conforme autenticação mecânica em anexo à guia do referido
imposto; e) Certidão de Quitação de ITBI, n° ##############, emitida pela Prefeitura
Municipal do Ipojuca/PE, em data de ##############; f) Certidão Negativa de
Domínio da União, sob o nº ##############, Selo n° ##############, expedida pela
Secretaria do Patrimônio da União - Superintendência do Patrimônio da União em
Pernambuco, em data de ##############; DAS CONSULTAS À CENTRAL DE
INDISPONIBILIDADE: Foram procedidas as consultas dos CPF/MF. das partes junto
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nos termos do Artigo 1.238, Caput do Código Civil Brasileiro; 1.4. INEXISTENCIA DE
PENDÊNCIAS JUDICIAIS - para os fins legais e sob as penas da lei, a SOLICITANTE
declara que desconhece a existência de ação possessória ou reivindicatória em trâmite
envolvendo o imóvel usucapiendo, bem como demais ações e ou execuções judiciais,
consoante a apresentação das respectivas certidões negativas expedidas pelo distribuidor
do Fórum da Comarca de Olinda, que ficaram arquivadas no fólio real; 1.5. EXISTÊNCIA
DE MATRÍCULA - que ele SOLICITANTE apresenta neste ato certidão positiva de
inteiro teor expedida pelo 1º Ofício de Registro de Imóveis desta cidade de Olinda/PE,
onde demonstra que o imóvel usucapiendo possui matrícula/transcrição naquele RGI
sob a Matrícula nº 19.040 do Registro de Imóveis da Comarca de Olinda/PE em nome
do Sr. Francisco de Assis Gonçalves da Silva acima qualificado; 1.6. VALOR DO
IMÓVEL - que a SOLICITANTE, para fins fiscais, atribui ao imóvel o valor de R$
############# (#############), utilizando-se como parâmetro o valor de mercado
nos moldes o art. 146-A do Provimento nº 14/2016 da CGJ/PE; 2 - DECLARAÇÕES
DAS TESTEMUNHAS - Na sequência, passo a transcrever as declarações obtidas em
diligência ao imóvel usucapiendo das testemunhas fáticas que se declaram com
conhecimento necessário a respeito dos requisitos legais inerentes, quais sejam: Sra.
#############, brasileira, solteira, servidora pública, portadora da Cédula de
Identidade nº #############-SDS/PE e inscrita no C.P.F./MF. sob o nº #############,
residente e domiciliada na Rua #############; e Sra. Ana Maria Borges de Souza,
brasileira, viúva, encarregada, portadora da Cédula de Identidade nº #############-
SDS/PE e inscrita no C.P.F./MF. sob o nº #############, residente e domiciliada na
Rua #############, CEP: #############, sob as penas da lei declararam que
conhecem a SOLICITANTE há mais de 15 (quinze) anos, afirmando ainda que os
mesmos desde o ano de 1994 sempre foram os detentores de boa-fé do imóvel, sem
nenhuma oposição, de maneira ininterrupta, e que têm conhecimento que os mesmos
possuem justo título expedido pelo Sr. Francisco Assis Gonçalves da Silva proprietária
conforme estes assentamentos registrais; Que outrossim, tem conhecimento que este
alienante está em local incerto e não sabido e total desconhecimento da SOLICITANTE
e que a possuidora em face deste evento estão tentando regularizar a situação jurídica do
respectivo imóvel pelo processo de usucapião administrativo perante o Cartório de
Imóveis da Comarca de Olinda/PE; e que, por fim, sustentaram que desconhecem
qualquer ação ou medida possessória ou reivindicatória pleiteada por terceiros em face
do imóvel ou da Sra. #############, tampouco em desfavor dos últimos proprietários
com o intuito de retomar a posse do imóvel; 3 - DECLARAÇÃO DO TITULAR DO
DIREITO REAL INSCRITO - que ela SOLICITANTE apresenta neste ato certidão de
inteiro teor emitida pelo 1º cartório de imóveis da cidade de Olinda/PE, demonstrando
que o bem usucapiendo possui registro naquele Oficial Predial sob a Matrícula nº
############# do 1º Registro de Imóveis da Comarca de Olinda/PE em nome do Sr.
#############, acima qualificado correspondente ao livro #############, fls.
############# e que, conforme dispõe o art. 1.354, §4º do Provimento nº 14/2016 da
CGJ/PE, dispensa-se a anuência expressa deste proprietário em face da apresentação do
respectivo documento de que comprova a quitação integral do preço, datado de
03.05.1994 nos moldes da citada Instrumento Particular de Cessão de Direitos de
Contrato de Compromisso de Compra e Venda de Imóveis, datado de 03.05.2018, citada
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
no item 1.3, demonstrando, pois, a real intenção de alienar o imóvel em época pretérita
e que ora fica arquivado; 4. CENTRAL DE INDISPONIBILIDADE - apresentada a
consulta sobre a existência de decretação de indisponibilidade de bens imóveis ou
direitos a eles relativos, obtida através do banco de dados da Central Nacional de
Indisponibilidade de Bens CNIB criado pelo Provimento nº 39/2014 do Conselho
Nacional de Justiça CNJ, quais sejam: 1º) #############; Certidão Negativa emitida
pela Secretaria do Patrimônio da União nº ############# em data de 05/01/2018
referente ao imóvel usucapiendo; 4.5. Com fulcro no art. 1.068 do Provimento nº
20/2009 a parte dispensa a apresentação da Certidão Negativa de Débitos Imobiliários,
bem como os débitos relacionados à Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndio
assumindo os débitos porventura existentes a despeito do imóvel em tela; 5 - DA
ASSISTÊNCIA JURÍDICA - Pela ADVOGADA, a Sra. #############, brasileira,
casada, advogada, portadora da Cédula de Identidade Profissional nº #############-
OAB/PE e inscrita no C.P.F./MF. sob o nº #############, com endereço profissional
na #############, na qualidade de representante legal da SOLICITANTE foi-me dito
que prestou assistência jurídica aos mesmos, bem como acompanhou todo procedimento
e diligência que culminaram com a lavratura da presente ata; 6 - ADVERTÊNCIAS -
6.1. DA VERACIDADE DAS DECLARAÇÕES - a SOLICITANTE e os
DECLARANTES, na condição de testemunhas, foram advertidos por este tabelião das
consequências legais, especialmente da responsabilidade civil e criminal das declarações
prestadas; 6.2. DA NATUREZA DESTE INSTRUMENTO - A SOLICITANTE foi
devidamente cientificada da natureza da presente ata, bem como lhe foi esclarecido que
não possui o condão de declarar a propriedade do imóvel usucapiendo, prestando-se
para instrução de requerimento extrajudicial de usucapião, que poderá ocorrer em juízo
na falta de requisitos do processamento perante o Registro de Imóveis. Por derradeiro, a
SOLICITANTE requer e autoriza o Senhor Oficial do Cartório de Registro Geral de
Imóveis competente, a prática de todos os atos registrais nos termos do artigo 216-A da
Lei 6.015/73; Sendo tão somente o que tinha a certificar, encerro a lavratura da presente
ATA NOTARIAL, nos termos dos artigos 6º e 7º, inciso III, da Lei Federal nº 8.935/94
e dos artigos 364 e 365, inciso II, do Código de Processo Civil Brasileiro. Lavrada a
presente ATA NOTARIAL. Sicase pago em #############.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
obrigações aqui assumidas. O presente negócio é firmado em caráter “ad corpus”, razão
pela qual qualquer eventual variação nas medidas do imóvel e do seu terreno, quer ser
para mais ou para menos, não influirá nas condições ora estabelecidas e pactuadas.
Parágrafo único – DA IMPOSSIBILIDADE DO FINANCIAMENTO BANCÁRIO –
Havendo impossibilidade de financiamento do saldo devedor por fatos ou razões alheias
à vontade das partes e não sendo possível substituir o agente financeiro por outro, o
presente negócio estará automaticamente desfeito. Neste caso, o valor recebido à título
de sinal deverá ser devolvido pelos PROMITENTES aos PROMISSÁRIOS no prazo
de até 72h (setenta e duas) horas a contar do fato impeditivo, independentemente de
notificação ou interpelação pessoal ou judicial sob pena de incidência da multa moratória
prevista no parágrafo segundo da cláusula terceira deste contrato.
seja ou que venha ser. E por estarem todos de acordo, assinam o presente instrumento
em duas vias de igual teor e efeitos.
[local], [dia] [mês] de [ano]
______________________________
[nome completo do devedor]
______________________________
[nome completo do credor]
Testemunhas:
______________________________
[nome completo e número de CPF/MF]
______________________________
[nome completo e número de CPF/MF]
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NOTA PROMISSÓRIA
Assinatura do Devedor
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pelo presente contrato particular de permuta por área a ser construída, de um lado (nome
completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (número do CPF), (número
da cédula de identidade), (endereço eletrônico), (endereço completo), (números de
telefone), doravante denominado PRIMEIRO PERMUTANTE e, de outro lado, (nome
completo da construtora/incorporadora), (CNPJ), (nome do representante legal),
(qualificação completa), (endereço da construtora), (endereço eletrônico), (endereço
físico), (números de telefone), denominada de SEGUNDA PERMUTANTE; têm entre
si o presente negócio jurídico de permuta de bem imóvel por área a ser construída
mediante cláusulas e condições aqui estipuladas, que se obrigam a cumprir por seus
herdeiros e sucessos a todo tempo.
CONDIÇÕES GERAIS
CLÁUSULA PRIMEIRA – O presente contrato rege-se pelas disposições previstas na
Lei nº 4.591/1964, Lei de Incorporações, e no Código Civil brasileiro.
CLÁUSULA SEGUNDA - DO TERRENO. O PRIMEIRO PERMUTANTE é senhor
e legítimo proprietário do Lote de Terreno nº xxxx, da Quadra xxxxx do Loteamento
xxxx, no bairro xxxxx, na cidade xxxxx, estado de xxxx. O lote possui xxxx m2 sendo
xx metros de frente e fundos por xx m de ambos os lados. À esquerda fazendo divisa
com o lote nº xxx, à direita com o lote nº xxx, aos fundos com o lote nº xxxx e pela
frente confrontando-se com o logradouro público. (O imóvel deve ser descrito tal como
se encontra no registro de imóveis).
CLÁUSULA TERCEIRA – Ajustam o PRIMEIRO e a SEGUNDA PERMUTANTES
que a fração ideal do terreno de 0,0000 correspondente a xxx m2 da área total do
terreno de propriedade do PRIMEIRO PERMUTANTE será permutado pelas unidades
XXX, XXXX e XXX do (edifício, condomínio) a ser edificado pela SEGUNDA
PERMUTANTE.
CLÁUSULA QUARTA – DO TIPO DA PERMUTA. Declaram os PERMUTANTES
que a presente permuta é pura incidindo apenas troca em área construída, não havendo
qualquer pagamento de torna em dinheiro.
CLÁUSULA QUINTA – DO PRAZO DE CONSTRUÇÃO DO
EMPREENDIMENTO – Obriga-se a SEGUNDA PERMUTANTE a construir o
(nome do edifício) e a transmitir as unidades números XXX, XXX e XXX prontas e
acabas com expedição do habite-se pela Prefeitura (cidade), no prazo máximo de três
(03) anos, a iniciar no dia xx de xxxxx de xxxx e término no dia xx de xxxxxx de xxxx.
CLÁUSULA SEXTA – DO PREÇO DA PERMUTA. O preço total da presente
permuta é de R$ xxxxxxx (valor por extenso), sendo R$ xxxxx (valor por extenso) para
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
____________________________________________
Primeiro permutante
____________________________________________
Segunda permutante
Testemunhas:
_________________________________
_________________________________
Nome completo e CPF/MF
_________________________________
Nome completo e CPF/MF
Obs. Se o Primeiro permutante for casado ou conviver em regime de união estável, salvo
no de separação total de bens, deve conter a assinatura do cônjuge ou da companheira
em todas as páginas do contrato.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pelo presente Termo particular de Opção de Permuta, que fazem, de um lado (nome
completo), (nacionalidade) (estado civil), (profissão), (número do CPF/MF), (número
da cédula de identidade), (endereço eletrônico) (endereço completo) e (números de
telefone), doravante denominado PRIMEIRO CONTRATANTE e, de outro lado,
(nome completo da construtora/incorporadora), (CNPJ) (nome do representante legal)
(qualificação completa), (endereço da construtora), (endereço eletrônico), (endereço
físico) e (números de telefone), denominada de SEGUNDA CONTRATANTE; têm
entre si o presente negócio jurídico de OPÇÃO DE PERMUTA mediante cláusulas e
condições aqui estipuladas, que se obrigam a cumprir por seus herdeiros e sucessos a
todo tempo.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Considerando a necessidade de aprovação de projetos junto a órgãos ambientes,
análise do solo e prospecção de mercado;
Considerando a necessidade de estudo de viabilidade econômica do terreno;
Considerando a necessidade de remembramento de áreas;
Resolvem as partes firmar a presente Opção de Permuta nas seguintes condições:
Cláusula primeira – Do objeto. Tem-se por objeto do presente negócio jurídico o Lote
de Terreno nº 10 da Quadra “G” do Loteamento Beberibe, em Piedade, Jaboatão
dos Guararapes/Pernambuco, medindo 12,00 m (doze metros) de frente e fundos por
30,00 m (trinta metros) de ambos os lados, numa área total de 360,00 m2 (trezentos e
sessenta metros quadrados).
Cláusula segunda. A presente Opção de Permuta possibilita a SEGUNDA
CONTRATANTE adquirir do PRIMEIRO CONTRATENTE, a FRAÇÃO IDEAL do
imóvel objeto deste contrato no sistema PERMUTA POR ÁREA A CONSTRUIR,
permutando por (03) três unidades habitacionais ainda não definidas. O valor referencial
das três unidades é R$ 1.050.000,00 (um milhão e cinquenta mil reais) após a construção
dos imóveis. (Se o negócio jurídico for compra futura do imóvel, devem as unidades da
permuta serem substituídas por valor do terreno em moeda corrente).
Cláusula terceira – Da irrevogabilidade. O presente Termo de Opção de Permuta é
firmado em caráter irrevogável pelo prazo de 24 (vinte e quatro) meses, não podendo o
imóvel ser comercializado pelo PRIMEIRO CONTRATANTE com terceiros durante o
prazo acima.
Cláusula quarta – Fica facultado à SEGUNDA CONTRATANTE firmar com o
PRIMEIRO CONTRANTE até o final do prazo acima o CONTRATO PARTICULAR
POR ÁREA A SER CONSTRUÍDA e, em seguida, a Escritura Pública de Permuta por
Área a Ser Construída em Tabelionato de Notas. Não havendo interesse da SEGUNDA
CONTRATANTE em dar continuidade ao presente negócio jurídico, o contrato poderá
ser rescindido por simples notificação ao PRIMEIRO CONTRATANTE para o e-mail
(xxxxxx@xxxxx.com.br).
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao
1º Cartório de Serviços Registrais da Capital do Rio de Janeiro – RJ
Senhor registrador,
Incorporadora São João Ltda, inscrita no CNPJ nº 11.111.111/0001-11, pessoa jurídica
de direito privado com endereço na Av. Beira Mar, nº 1111, no Rio de Janeiro – RJ, neste
ato representada por seus sócios João José, brasileiro, solteiro, empresário, portador da
cédula de identidade nº 111.111-SDS/RJ inscrito no CPF/MF nº 111.111.111-11 e José
João, brasileiro, casado, contador, portador da cédula de identidade nº 444.444-SDS/RJ,
inscrito no CPF/MF nº 444.444.444-44, ambos residentes e domiciliados nesta capital
do Rio de Janeiro-RJ, vem requerer registro do Memorial de Incorporação Imobiliária
para construção e comercialização das unidades do Empreendimento Casa Grande Beira
Mar, com as seguintes características:
1. ÁREA DO TERRENO
A área de terreno onde será construído o empreendimento é composta pelos lotes 16
(dezesseis), 17 (dezessete) e 18 (dezoito) da quadra “T” da Loteamento João Santos,
no bairro de Jardim Petrópolis, medindo 1.600,00m2 (um mil e seiscentos metros
quadrados) confrontando-se a frente com a Rua da Salvação com um segmento de reta
de 80,00 metros; à esquerda com o lote nº 15 com um segmento de reta de 20,00 metros;
à direita com o lote nº 18 com segmento de reta de 20,00 metros e aos fundos com os
lotes 19, 20 e 21 da mesma quadra com um segmento de reta com 80,00 metros.
Obs. Cada unidade deverá ter seu valor oriundo da multiplicação do valor do terreno
(item 14) pela fração ideal do terreno.
Deve conter, como anexo, a planta das vagas de garagem indicando dimensões e
localização no condomínio.
Se o empreendimento tiver por objetivo o Programa Minha Casa Minha Vida deverá
vir expresso no descrito juntamente com declaração do agente financeiro de que
atende as especificações técnicas exigidas pelo Governo Federal.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
6. Atos que possam levar a ruptura do contrato por resilição ou resolução decorrente
de inadimplemento no pagamento das parcelas ou do próprio incorporador.
10. Prazo para quitação das obrigações do adquirente, após obtenção do auto de
conclusão da obra pelo incorporador
__________________________
João Carlos Batista - credor
__________________________
Elisabete Santos - devedora
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
À
PROJECTUS INCORPORADORA E CONSTRUTORA S/A
Rua Don João VI, nº 200, 2º andar, na Praia do Janga
Paulista/Pernambuco
Notificação extrajudicial
Prezados Senhores,
No dia 13/maio/2018 apresentamos proposta de compra para a unidade residencial no
Beira Rio Clube no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) através do corretor
imobiliário Aluísio Santos - inscrito no Creci nº 0000.
No dia 02/junho/2018 assinamos com V.S.ª Instrumento Particular de Compromisso de
Venda e Compra de Unidade Autônoma e outras avenças tendo por objeto o Apartamento
XXXX da Torre Ver o Mar Condomínio Clube, situado na Rua da Regeneração,
nº 888, em Olinda/Pernambuco, pelo valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
referente à Matrícula XX.XXX no Cartório de 2º Ofício de Registro de Imóveis de
Olinda/PE, cuja proposta foi aceita em 15/maio de fluente ano de 2018;
No dia 19/junho/2018 efetuamos o pagamento do sinal no valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) na conta corrente nº XXXXX-0, agência 4444-4, no Banco Bradesco
S/A em favor da empresa XXXXXXXXXXXXXXXXXX e mais R$ 6.000,00 na conta
corrente da empresa Soluções S/A CNPJ nº 00.000.000/0001-00 e R$ 10.000,00 em
favor de Maria Silva CPF.XXX.XXX.XXX-XX totalizando a quantia de R$ 90.000,00
(noventa mil reais);
O saldo devedor no valor no valor de R$ 234.000,00 (duzentos e trinta e quatro mil
reais) ficou para ser depositado após o envio do Instrumento Particular de Compromisso
de Venda e Compra assinado com a CONSTRUTORA S/A, sendo que até o presente
momento não recebemos nosso contrato. Do valor do saldo devedor acima, inclusive,
deverão ser abatidas as despesas com pagamento de IPTU e TAXAS CONDOMINIAS
vez que a posse do imóvel se encontra, ainda, com a VERTENTE CONSTRUÇÕES
LTDA.
Embora as constantes mensagens enviadas do número (81) X.XXXX.XXXX para o
WhatsApp número (82) X.XXXX.XXXX, do Senhor Paes Amorim, solicitando o
envio do Contrato Particular de Compra e Venda e o cancelamento/cessão da cédula da
hipoteca em favor do Banco Bradesco que gravava o imóvel, continuamos sem receber
o contrato de compra e venda.
Do que requer:
1- Que seja enviado o Instrumento Particular de Compromisso de Venda e Compra de
Unidade Autônoma e outras avenças tendo por objeto o Apartamento XXXX da Torre
Ver o Mar Condomínio Clube, situado na Rua da Regeneração, nº 888, em Olinda/
Pernambuco, assinado em 04/junho/2018 no prazo de até 72h (setenta e duas horas)
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de mês. Se o atraso for superior a 30 (trinta) dias, incidirá correção monetária com base
na variação do índice IGPM-FGV da data do vencimento a data do efetivo pagamento.
Cláusula quarta – Do prazo de entrega do parecer técnico. O prazo de entrega do Parecer
Técnico de Avaliação Mercadológica é de até 10 (dez) dias corridos, podendo ser
prorrogado por igual período por dificuldade em colher amostras de mercado. O parecer
técnico será entregue em papel timbrado com selo do CNAI, nota fiscal de prestação de
serviços e firma reconhecida.
Cláusula quinta – Do foro de eleição. As partes elegem o foro da Comarca do Recife/
Pernambuco para dirimir questões relacionadas ao presente contrato com renúncia
expressa a qualquer outro por privilegiado que seja ou venha a ser. E por estarem de
acordo, assinam o presente instrumento em duas vias de igual teor e efeitos.
[data], [dia] de [mês] de [ano]
_____________________________________
Nome do Solicitante
_____________________________________
Nome do avaliador imobiliário
Testemunhas
_______________________________________
Nome completo / CPF/MF
_______________________________________
Nome completo / CPF/MFCPF/MF
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2.1_ O serviço aqui contratado será considerado concluído, por ocasião da assinatura do
contrato de promessa de compra e venda entre o CONTRATANTE e a incorporadora
responsável pelo empreendimento imobiliário comercializado.
2.2_ Não estão inclusos no objeto desse contrato qualquer tipo de captação de
financiamento junto às instituições financeiras, sendo este um procedimento a ser
adotado diretamente pelo ADQUIRENTE do imóvel, não cabendo à CONTRATADA
qualquer tipo de ação neste sentido.
3_REMUNERAÇÃO
3.1. Pelos serviços aqui contratados, o CONTRATANTE pagará à CONTRATADA, a
quantia de R$..............(..............................................................................................), de
uma única vez, através de depósito no Banco do Brasil S/A, agência 0000-0, conta
corrente 0000-00, em favor da CONTRATADA.
3.2. O CONTRATANTE declara, por sua vez, que foi previamente informado de que
o referido valor dos honorários está inserido no preço de venda do imóvel e que será
deduzido deste valor na ocasião da assinatura do Instrumento Particular de Compra e
Venda celebrado entre o CONTRATANTE/ADQUIRENTE e a CONSTRUTORA.
3.3. A falta de pagamento no seu respectivo vencimento, obrigará o CONTRATANTE a
pagar à CONSTRUTORA: a) do valor da dívida vencida e não paga, acrescida de reajuste
monetário com base na apuração da variação do IGPM/FGV do período; b dos juros de
mora de 1% (um por cento) ao mês, contados dia a dia; c) da multa compensatória de
2% (dois por cento) do toda dívida vencida e impaga.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
-------------------------------------------------------------------------------
CONTRATANTE
---------------------------------------------------------------------------------
Arrecifes Negócios Imobiliários Ltda
CONTRATADA
Testemunhas
_______________________________________
Nome e CPF/MF
_______________________________________
Nome e CPF/MF
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. Introdução
2. Identificação do solicitante
3. Finalidade do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica
4. Vistoria ao imóvel
5. Identificação e caracterização do imóvel avaliando
6. Relatório fotográfico
7. Contexto da Região
7.1 – Aspectos Físicos
8. Análise de mercado
9. Metodologia utilizada
10. Cálculos, planilha e considerações sobre o imóvel avaliando
11. Aproveitamento econômico do imóvel
12. Valor resultante da Avaliação
13. Aspectos relevantes sobre a documentação apresentada e o trabalho realizado
14. Identificação e breve currículo do avaliador
15. Prazo de validade do parecer técnico
16. Considerações finais
1. Introdução
A avaliação técnica mercadológica de bem imóvel, realizada por corretor de imóveis
perito avaliador imobiliário, baseia-se em estudos de mercado e exige do expert uma
boa percepção das necessidades de seus clientes e conhecimentos técnicos específicos
sobre transações imobiliárias, além da realização de pesquisas de dados de imóveis com
características semelhantes, ou mesmo diversas, em áreas de situação do imóvel ou
adjacentes, para que sejam alcançados os resultados desejados.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
janeiro do fluente ano de 2020, por volta das 13h30, na presença da corretora imobiliária,
Maria Madalena, inscrita no CPF/MF nº 000.000.000-00, registrada no Conselho de
Corretores de Pernambuco sob nº XXXX, que gentilmente apresentou todo o imóvel
avaliando.
Durante a vistoria foi constatado que o imóvel se encontra livre e desocupado de objetos
e pessoas, não apresentando defeitos físicos aparentes, embora seja um imóvel antigo.
A vaga de garagem vinculada à unidade imobiliária avaliada estava sendo utilizada para
guardar entulhos de condôminos vizinhos. Um dos elevadores sociais não funciona em
virtude da falta de manutenção periódica, segundo informações do síndico, Sr. Vicente
Ferraz.
5. Identificação e Caracterização do Imóvel Avaliando
O imóvel avaliando é o Apartamento 402 (quatrocentos e dois) do EDIFÍCIO
PRÍNCIPE DE ORANGE, situado na Rua Francisco Alves, nº 40, no bairro de
Parnamirim, Recife, Pernambuco.
O imóvel é composto de varanda, sala para três ambientes, área de circulação com
espaço para armários, 03 (três) quartos sociais, sendo 01 (um) quarto com armários
e 01 (um) quarto com armários, suíte e varanda privativa, 01 (um) banheiro social, 01
(uma) cozinha com armários, área de serviço com lavanderia e dependência completa
de empregada.
O prédio possui guarita de segurança, uma garagem privativa e coberta para cada
unidade, 02 (dois) elevadores sociais e 01 (um) de serviço, central de gás, salão de
festas, interfone, poço artesiano e uma área construída de aproximadamente 159,00 m2
(cento e cinquenta e nove metros quadrados). O piso do imóvel é em cerâmica, exceto o
quarto principal da suíte que é em porcelanato.
Sua frente é voltada para o nascer do sol e sua localização privilegiada, distando poucos
metros do Parque da Jaqueira, um dos principais pontos de valorização urbana na cidade
do Recife. Por se situar numa localização central da Zona Norte da cidade do Recife, o
acesso ao imóvel se dá, preferencialmente, pela Rua Padre Roma e pela Avenida Rosa e
Silva. O Parque da Jaqueira é um dos principais parques da cidade do Recife, bastante
utilizado pela população e administrado pela Prefeitura da Cidade do Recife.
A construção do imóvel é da década de 1970 e sua arquitetura, embora antiga, destaca-se
por seus traços conservadores. Seu estado de conservação é bom com paredes, portas e
janelas em bom estado de uso. Não foram constatadas infiltrações ou avarias em suas
paredes.
A infraestrutura no entorno do local é muito boa. O bairro é nobre. As ruas próximas
ao imóvel são bastante iluminadas, pavimentadas e com calçamento, possuindo energia
pública fornecida pela CELPE, sistema de telefonia, sistema de esgoto e água encanada
pela COMPESA e serviços de transporte público.
A sua vizinhança é mista, embora predominantemente composta por imóveis residenciais
com alto padrão construtivo. Ao seu redor é possível encontrar residências voltadas para
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
moradia das classes média alta e rica da cidade. Na redondeza existem farmácias, bares,
restaurantes, escritórios de advocacia e pequenos estabelecimentos comerciais como
padarias e cafetarias.
A localização do imóvel é bem central. Os principais acessos ao imóvel são pelas
Avenidas Rosa e Silva e Rui Barbosa, dois dos principais corredores de veículos da
zona norte da cidade do Recife.
6. Relatório Fotográfico
No intuito de se possibilitar melhor noção do imóvel, do seu entorno e do trabalho
realizado nesse instrumento, apresentamos 23 (vinte e três) fotografias coloridas do
imóvel e de sua vizinhança, tiradas durante a vistoria.
As imagens abaixo são naturais, foram produzidas pelo próprio avaliador e refletem
o verdadeiro estado do imóvel avaliando, já que não foram empregadas técnicas de
fotografia e correção. Ressalta-se, portanto, que as fotos foram originadas de aparelho
celular Samsung S7 Edje produzidas por volta das 13h30 do dia 20/janeiro/2020, sem
recortes ou qualquer outro tipo de edição.
Jaqueira e Tamarineira.
O topônimo “Parnamirim” é de origem tupi e significa “mar pequeno”, através da junção
dos termos paranã (“mar”) e mirim (“pequeno”). Sua população é de aproximadamente
7 636 habitantes. A área territorial é de 61 hectares e sua densidade demográfica é de
88,87 habitantes por hectare. (Fonte: Wikipédia)
7.1 Aspectos Físicos. O imóvel é composto de varanda, sala para três ambientes, área
de circulação com espaço para armários, 03 (três) quartos sociais, sendo 01 (um) quarto
com armários e 01 (um) quarto com armários, suíte e varanda privativa, 01 (um) banheiro
social, 01 (uma) cozinha com armários, área de serviço com lavanderia e dependência
completa de empregada.
A altura do apartamento coincide com a copa das árvores que existem na região,
permitindo no imóvel uma moradia mais aprazível. O Prédio possui guarita de segurança,
uma garagem privativa e coberta para cada unidade, 02 (dois) elevadores, central de gás,
salão de festas, interfone e uma área construída de aproximadamente 159,00 m2 (cento
e cinquenta e nove metros quadrados). O piso do imóvel é em cerâmica, exceto o quarto
principal da suíte que se encontra em taco sintecado.
Sua frente é voltada para o nascente do sol e sua localização é privilegiada, distando
poucos metros do Parque da Jaqueira, um dos principais pontos de valorização urbana
na cidade do Recife. Por se situar numa localização central da Zona Norte da cidade
do Recife, o acesso ao imóvel se dá, preferencialmente, pela Rua Padre Roma e pela
Avenida Rosa e Silva.
A construção do imóvel é da década de 1970 e sua arquitetura, embora antiga, destaca-se
por seus traços conservadores. Seu estado de conservação é bom com paredes, portas e
janelas em bom estado de uso.
7.2 Infraestrutura Urbana. A infraestrutura no entorno do local é muito boa. As ruas
próximas ao imóvel são largas, pavimentadas e com calçamento, possuindo iluminação
pública fornecida pela CELPE, sistema de telefonia, sistema de esgoto e água encanada
pela COMPESA e serviços de transporte público. A região é bem servida por praças e
parques, o que permite um maior bem-estar de seus moradores.
A sua vizinhança é mista, embora predominantemente composta por imóveis residenciais.
Ao seu redor é possível encontrar residências voltadas para moradia das classes média
alta e rica da cidade. Na redondeza existem farmácias, bares, postos de combustíveis,
restaurantes, escritórios de advocacia, salões de beleza e pequenos estabelecimentos
comerciais como padarias e cafetarias.
8. Análise de mercado
O mercado imobiliário pernambucano vem atravessando período de estagnação
comercial decorrente da crise econômica que atravessa o país. Isso, portanto, tem
ocasionado queda no preço dos imóveis e a diminuição de investimentos de capital
nacional e estrangeiro.
Mesmo assim, a política habitacional do governo federal tem proporcionado às
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Área Útil
Imóveis/amostras Fonte de consulta Valor (R$) R$/m2
(m2)
1- Rua Padre Roma, nº Corretora de imóveis
180,00 R$ 600.000 3.333,33
xxx, na Jaqueira f/ xxxxxxxxx
2- Rua do Futuro, apto Corretora de imóveis
165,00 R$ 585.000 3.545,00
xxxx, nos Aflitos f/ xxxxxxxxx
+ 20% = R$ 4.302,00
Média Homogeneizada (R$ 3.585,08)
- 20% = R$ 2.868,00
Obs.: através da média ponderada procura-se eliminar, num intervalo de 20% para mais
e para menos, os imóveis cujo valor médio do metro quadrado seja inferior ou superior
ao obtido através da média aritmética das amostras.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
RESULTADO DA AVALIAÇÃO
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ABNT NBR 14.653 - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
ARAÚJO JR., Gediel Claudino. Manual Prático De Locação. 3ª Ed. rev. ampl e
atual. Atlas: São Paulo. 2013.p.25
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. Editora Edjur. São Paulo, 2017.
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: xxx
CHALHUB, Melhim Namem. Direitos Reais. Ed.2ª. Revista dos Tribunais: São
Paulo, 2014.
DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro. Ed.29. Saraiva: São Pau-
lo.p.490
GOMES, Orlando. Contratos. Ed.26ª rev. atual e ampl. Forense. Rio de Janeiro,
2008.
O conteúdo deste e-book é licenciado para Marcelo Frossard, portador(a) do CPF 898.593.596-87, vedada, por quaisquer meios e
a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
JULIANO, Rui. Manual de Perícias. Ed.4º rev e ampl. Rio Grande, 2009.
NERY, Nelson Júnior. Código Civil Anotado. Ed.9ª rev. atual e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais. 2012.p.863
e-mail: petrus@arrecifes.com.br
site: www.petrusmendonca.com.br
petrus_mendoncca/Instagram
fones:81 4009.0909 // 81 99986.9482