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TESTE DE PORTUGUÊS
GRUPO I
TESTE DE PORTUGUÊS
GRUPO II
Catarina de Bragança – A Influencer maldita
Catarina de Bragança estava destinada a ser rainha de Inglaterra. Mas não sabia ainda que iria ser pouco feliz
durante a sua longa estadia de três décadas, na Grã-Bretanha, que teria grandes problemas, que se defrontaria
com enormes obstáculos e que haveriam de acusá-la de coisas que ela nunca fez. Mas, sobretudo, ignorava até
que ponto ela mesma iria influenciar os usos e costumes dos ingleses. É que, por mais discreta, reservada e tímida
que fosse, esta rapariga que não dava especialmente nas vistas iria tornar-se naquilo que hoje chamamos – na
língua do seu novo país, transformada atualmente em idioma global – uma influencer.
Catarina era filha do rei de Portugal, D. João IV, e de D.ª Catarina de Gusmão, uma dama espanhola. O facto
de se ter casado com o rei de Inglaterra sem nunca o ter visto não espanta, pois era essa a prática corrente entre
famílias reais. Podemos considerar que o matrimónio nestas circunstâncias era uma espécie de lotaria, mas, em
boa verdade, acaba por sê-lo em qualquer contexto. O que se passava é que se tratava de contratos de aliança
entre os países e uma forma de assegurar a continuidade do trono, através dos descendentes. O amor estava fora
da equação. (…)
Catarina era infeliz, porque quase não entendia uma palavra do que lhe diziam, batia o queixo com frio, tinha
saudades do céu azul e arriscava-se a apanhar grandes chuvadas quando saía para cavalgar. (…)
Mas se os suspiros que saíam do peito de Catarina não paravam de se fazer ouvir nos penumbrosos corredores
do Palácio de Whitehall, nem por isso ela deixou de desempenhar um papel afirmativo naquela Corte do Norte.
A sua ação fez-se sentir sobretudo ao nível dos costumes. Os ingleses tornaram-se loucos por chá. Ora reza a
lenda que foi a nossa Catarina que levou o chá para Inglaterra. Também por lá divulgou o uso do tabaco para
introduzir nas narinas (o rapé), trazido no século anterior para Portugal pelo embaixador francês Jean Nicot, de
cujo apelido deriva a palavra “nicotina”. E, como se não bastasse, conta-se que foi ela que levou o uso de talheres
para a grande e verde ilha de além-Mancha. (…) Agora sabe-se que já se vendia chá em Inglaterra alguns anos
antes de Catarina lá ter chegado. Mesmo assim, do que não há dúvida é que foi ela que generalizou o seu uso.
Por isso, podemos considerar Catarina uma influencer. Porém, como nunca foi bem vista na Corte de Whitehall,
foi uma influencer maldita.
Luís Almeida Martins, Visão, 2020
1. Nos dois parágrafos iniciais, coexistem as intencionalidades de
(A) informar e explicar. (C) exprimir sentimentos e narrar.
(B) descrever e convencer. (D) informar e comentar.
2. O casamento de Catarina com o rei de Inglaterra constituiu
(A) um exemplo raro de falta de amor.
(B) a confirmação dum procedimento comum na realeza.
(C) um episódio histórico banal para as duas coroas.
(D) um exemplo de paixão entre príncipes e princesas.
3. D.ª Catarina é considerada uma influencer por
(A) ter apresentado hábitos desconhecidos dos ingleses.
(B) ter tornado comum o que era exceção.
(C) ter implementado hábitos exclusivos dos portugueses.
(D) ter apresentado modas inovadoras.
4. No contexto em que surge, a expressão “estar fora da equação” significa
(A) estar ausente do contrato de casamento.
(B) situar-se fora da corte.
(C) ser um aspeto que não merecia atenção.
(D) ser algo perseguido.
ESCOLA SECUNDÁRIA MATIAS AIRES
TESTE DE PORTUGUÊS
GRUPO III
Os influencers ditam a moda, partilham conhecimentos, lançam hábitos e opiniões, e envolvem o seu
público de diversas formas, nem sempre positivas ou fundamentadas.
A partir da frase anterior, redige uma exposição bem estruturada, com um mínimo de cento e cinquenta
e um máximo de duzentas palavras, na qual apresentes a tua opinião.