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24/11/2023

Prof.ª Elizabeth Mendes

ÍndiCe
① Definições
Prevenção e A CADEIA EPIDEMIOLÓGICA:
Controlo da ① Microrganismos e patogenicidade

inFeCção ② Reservatórios ou fontes


③ Portas de saída
Módulo 1 – uFCd Código 6562
④ Vias de transmissão
⑤ Portas de entrada
⑥ O hospedeiro e a sua susceptibilidade
Parte 2
Novembro
⑦ Risco biológico (e resistência antimicrobiana)
2017
1 3

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ePideMiologia da
Contágio
inFeCção
Cadeia Epidemiológica
A Cadeia Epidemiológica

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
Contágio Contágio

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Contágio

Modos de transmissão do agente


Agente
Reservatório De forma horizontal De forma vertical
Porta de
saída
Contágio
Direta Indireta  da mãe para o feto,
 Contato físico  Roupas de cama intrauterino, ou
Porta de
 Dispersão de  Brinquedos durante o parto
entrada  Instrumentos médicos
gotículas (espirros ou  Líquidos administrados
Hospedeiro
tosse) por via endovenosa
5  MÃOS 7

5 7

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
Contágio Contágio

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


TRANSMISSÃO DIRETA: É a transferência direta do agente
Contágio infecioso por uma porta de entrada para que se possa efetuar a
ou modos de transmissão do agente infeção. Também denominada transmissão de pessoa a pessoa.
TRANSMISSÃO INDIRETA:
a. Mediante veículos de transmissão ou fomiões: através de objetos
Conjunto de mecanismos através dos quais o agente infecioso é ou materiais contaminados. O agente pode ou não ter se
transportado do reservatório ou fonte para um hospedeiro humano multiplicado ou desenvolvido no veículo antes de ser transmitido.
suscetível.
b. Por meio de um vetor.
c. Através do ar: é a disseminação de aerossóis microbianos
transportados por uma porta de entrada apropriada, geralmente o
6 trato respiratório. 8

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
Contágio Contágio

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Vetor: um inseto ou qualquer portador vivo que transporta um Num ambiente hospitalar, os agentes infecciosos podem ser
agente infecioso desde um indivíduo ou dos seus excrementos, até encontrados:
um indivíduo suscetível, à sua comida ou ao seu ambiente imediato.
O agente pode ou não desenvolver-se, propagar ou multiplicar-se
dentro do vetor.
Vetor Mecânico: é o simples transporte mecânico do agente infecioso por meio de um inseto terrestre
ou voador, seja por contaminação das suas patas ou tromba ou pela passagem em no seu trato intestinal,
sem multiplicação ou desenvolvimento cíclico do microrganismo.

Vetor Biológico: o agente necessariamente deve multiplicar-se, desenvolver-se ciclicamente ou ambos


(ciclopropagação) no artrópode-vetor antes que possa transmitir a forma infetante ao ser humano. A
transmissão pode ocorrer através da saliva durante a picada, por regurgitação ou ao depositar sobre a pele
os agentes infeciosos com a defecação do artrópode vetor, que podem entrar pela ferida da picada ou
quando o hospedeiro se coçar.
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9 11

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
Contágio

a Cadeia ePideMiológiCa
FONTE DA
6
INFEÇÃO

PortaS de
entrada
Cadeia Epidemiológica

HOSPEDEIRO DA INFEÇÃO

VIA DE TRANSMISSÃO: VIA AÉREA; GOTÍCULAS…

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
PortaS de entrada PortaS de entrada

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Porta de
entrada
Vias de entrada no hospedeiro
Agente
Reservatório
Mecanismos de penetração
Porta de
saída  Invasão e colonização da pele (micose)
Contágio
 Penetração ativa do agente na pele íntegra (esquistossomose)
 Através de lesões na pele
Porta de
entrada  Ingestão do bio agente (veículos contaminados ou ingestão de um
hospedeiro intermediário morto capaz de liberar o bioagente do
Hospedeiro
organismo humano (carne mal cozida de porco ou gado –
13 toxoplasma)). 15

13 15

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
PortaS de entrada

a Cadeia ePideMiológiCa 7
Porta de Vias de entrada no hospedeiro
entrada
É o local por onde o microrganismo penetra quando infecta um
novo hospedeiro. HoSPedeiro
As portas de entrada de um germe no novo hospedeiro são
basicamente as mesmas usadas para a saída do hospedeiro prévio. Cadeia Epidemiológica

 Por exemplo, nas doenças respiratórias, a via aérea é utilizada como porta
de saída e porta de entrada entre as pessoas. Noutras doenças, as portas de
saída e de entrada podem ser diferentes.

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa As consequências da interação entre o


hospedeiro e o agente são extremamente
variáveis e é importante considerar, além
do que foi realçado, outras características
Agente
Reservatório
do hospedeiro que contribuem para essa
Porta de
grande variabilidade. Entre elas, a
saída suscetibilidade e a resistência são de
Contágio especial relevância.
Porta de
entrada

Hospedeiro

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17 19

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Suscetível: é qualquer pessoa ou animal que não possui suficiente
Hospedeiro Novo Hospedeiro resistência contra um determinado agente patogénico que o proteja
contra a doença, caso chegue a ter contato com esse agente.
Definimos hospedeiro como um indivíduo ou animal vivo que A suscetibilidade do hospedeiro depende de:
em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de  fatores genéticos
um agente infecioso. Para produzir uma doença infeciosa no  fatores gerais de resistência às doenças
indivíduo, deve reunir-se uma série de aspetos estruturais e  condições de imunidade específica para cada doença.
funcionais do próprio indivíduo.
Resistência: é o conjunto de mecanismos corporais que servem
de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infeciosos,
ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Hospedeiro Susceptibilidade do hospedeiro: Hospedeiro Para surgir infeção é preciso que:

Quando o hospedeiro não oferece resistência à penetração, multiplicação


e desenvolvimento do microrganismo, diz-se que está suscetível.  Os microrganismo tenham acesso a uma porta de entrada
favorável;
O hospedeiro pode apresentar manifestações clínicas decorrentes
 O número de microrganismos seja significativo;
de uma infeção ou ser apenas um portador, muitas vezes sem saber
que apresenta a doença.  O microrganismo tenha afinidade para o tecido em causa;
 O hospedeiro seja suscetível.
Comunicante: é aquele que tem contato com o hospedeiro (doente
ou portador são) em situação que possibilita a transmissão.
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21 23

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Hospedeiro
Hospedeiro Após a entrada, se o microrganismo: Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro:
 Idade
 Não encontra ambiente favorável  MORRE  Doença
 Condições de imunização
 Encontra um ambiente favorável  COLONIZA  Estado nutricional
 Invade os tecidos  INFECTA  Doença de longa duração
 Técnicas invasivas
 Efeitos terapêuticos
 Períodos prolongados de internamento antes de cirurgias
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 Cirurgias 24

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro: Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro:
 Idade: A idade é um fator de grande importância, visto que a  Técnicas invasivas, cirurgias: a pele intacta e as membranas
ocorrência e a gravidade das doenças variam conforme a idade mucosas proporcionam ao corpo uma camada impermeável a
do hospedeiro. muitos parasitas vivos e agentes químicos. As membranas
As doenças eruptivas da infância são bons exemplos disto. Estas afetam mucosas são mais facilmente penetráveis que a pele intacta, e
predominantemente as crianças pequenas, que têm maior risco devido à sua alta servem com frequência de porta de entrada a vários agentes
suscetibilidade (pela ausência de memória imunológica) e alto grau de exposição.
patogénicos.
A tuberculose, a esquistossomose na sua forma crónica (infeção acusada por verme
parasita da classe Termatoda), são exemplos de problemas que atingem mais os adultos. Algo que comprometa a integridade da pele e/ou introduza
contacto do interior do corpo com algo externo é, portanto, um
Na velhice, predominam afeções como as doenças degenerativas, a hipertensão e o
cancro, bem como uma maior suscetibilidade às infeções. 25
risco, e aumenta a susceptibilidade do organismo. 27

25 27

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro: Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro:
 Estado nutricional: este e as infeções estão intimamente  Condições de imunização: ou seja, a imunidade. A pessoa imune
relacionados e com frequência são potencializados entre si. A possui anticorpos protetores específicos e/ou imunidade celular,
desnutrição grave provoca uma deterioração na resposta imune e como consequência de uma infeção ou imunização anterior (por
isto leva ao aumento da suscetibilidade às doenças bacterianas. vacinação). Desse modo, ela pode estar preparada para
responder eficazmente à doença, produzindo anticorpos
Além disso, problemas nutricionais como a obesidade são suficientes.
considerados fatores do hospedeiro que o tornam mais suscetível às
doenças crónicas como a hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares, diabetes e a redução da esperança de vida.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro:
Agente
 Condições de imunização: ou seja, a imunidade.
Hospedeiro Reservatório
IMUNIDADE: é o estado de resistência geralmente associado à
presença de anticorpos e citocinas1 que possuem ação específica
sobre o microrganismo responsável por uma doença infeciosa
específica ou sobre as suas toxinas.
Porta de Porta de
1proteínas entrada saída
produzidas por muitos tipos celulares, que modulam a função de
outras células; as citocinas promovem a ativação de outros componentes do Contágio
sistema imunológico.
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29 31

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
HoSPedeiro

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Parâmetros de avaliação da susceptibilidade de um hospedeiro: Agente  Reservatório  Porta(s) de saída  Via(s) de
transmissão  Porta(s) de entrada  Hospedeiro
 Condições de imunização: ou seja, a imunidade.

A deterioração imunológica, como no caso do vírus da O conjunto destes elementos caracteriza a CADEIA
SIDA/HIV, ou o uso de medicamentos imunossupressores, ou EPIDEMIOLÓGICA OU CADEIA DE TRANSMISSÃO –
doenças crónicas, facilitam a multiplicação de outros demonstra o processo de propagação de doenças transmissíveis em
microrganismos, como o da tuberculose, ou de agentes populações animais.
oportunistas.
Outro exemplo mais comum é a ocorrência de broncopneumonia
bacteriana como episódio terminal em pessoas com doença crónica
não infeciosa. 30 32

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
riSCo BiológiCo

a Cadeia ePideMiológiCa riSCo BiológiCo


O controlo das doenças transmissíveis está baseado...

 Conhecimento de sua cadeia de transmissão

 Conhecimento técnico

 Recursos tecnológicos existentes

 Disponibilidade de recursos financeiros

 Adoção de estratégias de controle visando a eliminação de um ou


mais elos da cadeia epidemiológica
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33 35

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
riSCo BiológiCo

8 riSCo BiológiCo
Relembrando: agentes biológicos são microrganismos (bactérias,
vírus e fungos) e culturas de células (incluindo os geneticamente
modificados) assim como material biológico, suscetíveis de
exPoSição a riSCo provocar infeções, alergias, intoxicações ou de qualquer outro
modo provocar alterações na saúde humana.
BiológiCo
Controlo e Prevenção da Infeção Para os TAS e outros técnicos de saúde, as principais fontes são:
 contacto pessoal com os doentes
 manuseamento de produtos biológicos: sangue e seus
componentes, fezes, exsudados, secreções e vómitos, bem como
os materiais contaminados por estes.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
riSCo BiológiCo Os TAS e outros técnicos da área da Saúde são potenciais hospedeiros
e/ou vetores de infeção.
riSCo BiológiCo
Uma das maiores preocupações é
que a forma mais frequente de
Doenças infecciosas de fácil transmissão em unidades de saúde: transmissão de certas doenças
ocorre devido a exposições
 Tuberculose (provocada por um bacilo. Contágio: gotículas de saliva cutâneas, resultantes de acidentes
(tosse, espirro, ...), contatos sexuais, alimentos e objetos contaminados, com materiais perfurantes e
cortantes, e as recomendações
escoriações de objetos contaminados, ...);
atuais para esse fim, ainda não são
 Hepatite (Provocada por uma bactéria e vírus. Contágio: através da água capazes de prevenir tais acidentes.
e de alimentos contaminados com matérias fecais pelo contacto com
sangue contaminado e por via sexual);
 SIDA (Provocada por um vírus. Contágio: contacto sexual, pelo sangue,
transmissão da mãe infetada ao filho durante a gravidez ou na ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
riSCo BiológiCo
amamentação).
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riSCo BiológiCo 39

37 39


Portanto, há um conceito muito
importante ainda a considerar…

Cristobal Rojas, 1886


La Miseria (tuberculose)

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
reSiStênCia antiMiCroBiana

8.2. reSiStênCia antiMiCroBiana


 Alguns agentes antimicrobianos estão a tornar-se menos eficazes
devido à resistência
 Quando um agente antimicrobiano começa a ser mais utilizado
reSiStênCia emerge a resistência bacteriana a esse fármaco, o qual se pode
disseminar na instituição.
antiMiCroBiana
Controlo e Prevenção da Infeção Em bactérias, aparece a partir do momento que as pessoas
utilizam antibióticos menos potentes. Ocorre então a seleção das
bactérias mais fortes, sendo assim criada uma nova descendência
bacteriológica resistente ao medicamento utilizado anteriormente.
O uso indevido de antibióticos acarreta essa seleção.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
reSiStênCia antiMiCroBiana

reSiStênCia antiMiCroBiana Nos próximos episódios de Prevenção e Controlo da Infeção...

OU: resistência a antibióticos ou resistência antimicrobiana


É a capacidade dos microrganismos de resistir aos efeitos de um
antibiótico ou agente antimicrobiano.
Equipamento
Medidas
Princípios daPrecauções
Recomendações
de prevenção
de proteção
prevenção ebásicas
daindividual
infeção
controlo da infeção
 Muitos doentes recebem fármacos antimicrobianos;
 A utilização de agentes antimicrobianos para terapêutica e
profilaxia é o maior determinante da resistência;
 Os antibióticos promovem a emergência de estripes bacterianas
multirresistentes;
 Os microrganismos da flora humana normal sensíveis a um dado
agente antimicrobiano são eliminados, mas os resistentes
persistem. 42

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