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24/11/2023

Prof.ª Elizabeth Mendes

Prevenção e
ePideMiologia da
Controlo da
inFeCção inFeCção
Módulo 1 – uFCd Código 6562 A Cadeia Epidemiológica

Parte 1
Novembro 2017

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doenças transMissÍveis

ÍndiCe
PrinCiPal Causa de Morte
① Definições  Industrialização (melhoria
de nutrição, habitação, saneamento,
A CADEIA EPIDEMIOLÓGICA: água potável e drenagem)

 Desenvolvimento de  Menor mortalidade


① Microrganismos e patogenicidade
antibióticos e vacinas infantil
② Reservatórios ou fontes  Promoção da saúde
 Estabelecimento de
③ Portas de saída
sistemas de vigilância
④ Vias de transmissão epidemiológica
⑤ Portas de entrada
⑥ O hospedeiro e a sua susceptibilidade
⑦ Risco biológico (e resistência antimicrobiana) auMento da esPerança Média de vida

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições

1 ePideMiologia
Ciência que estuda a frequência e a distribuição das doenças nas
populações humanas e os fatores que condicionam e/ou
deFinições determinam essa distribuição, e aplica este estudo na prevenção e
controlo dos problemas de saúde.
Definições importantes para esta
temática É recorrendo à epidemiologia que definimos medidas para a
profilaxia de doenças transmissíveis (aplicação de meios tendentes a
evitar as doenças ou a sua propagação).

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
 Identificar as causas das doenças e os fatores que aumentam a
deFinições
probabilidade de uma pessoa contrair determinada doença.
 Quantificar a doença numa comunidade, ou seja, saber dentro de
uma população, os grupos que apresentam maior risco de doença.
ter saúde
 Conhecer a história natural e resultado de uma doença. Há Segundo a OMS, é um estado de completo bem-estar físico, mental
doenças mais severas do que outras, algumas conduzem rapidamente à e social. Não é apenas a ausência de doença.
morte, outras permitem a sobrevivência por longos anos.
 Avaliar as medidas de prevenção e tratamento e avaliar as
várias modalidades de prestação de cuidados de saúde.
 Fundamentar as políticas de saúde e as decisões regulamentares
relacionadas com o ambiente.

objetivos da ePideMiologia 7 8

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições deFinições

ter doença HosPedeiro


É um desequilíbrio entre o agente, o hospedeiro e o meio É uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes, que
ambiente, levando a uma modificação do estado fisiológico tido em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de
como normal. A doença ocorre quando a infeção resulta em um agente infecioso.
qualquer alteração de um estado de saúde.

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições Infeção adquirida na comunidade
Infeção presente ou em incubação no ato de admissão do paciente (desde
inFeção que não relacionada com internamento anterior no mesmo hospital).

Infeção Nosocomial ou Hospitalar


É a entrada de microrganismos patogénicos nos tecidos e o seu Infeção adquirida dentro de um ambiente relacionado à saúde (hospitais,
crescimento/multiplicação, do que resulta uma reacção do unidades básicas, lares...).
hospedeiro.
Infeção Cruzada
ESPETRO DE OCORRÊNCIA DA INFEÇÃO: Transferência de microrganismos de uma pessoa (ou objeto), geralmente
ENDEMIA - São as doenças que incidem numa população dentro dos limites pelo pessoal, ambiente ou um instrumento contaminado, para outra
habituais explicáveis, pela ação casual dos fatores que favorecem ou não a sua pessoa, provocando uma infeção.
ocorrência. *Não confundir com iatrogenia
SURTO – ocorrência de vários casos de uma determinada doença num certo local.
EPIDEMIA - Doença que surge rapidamente, num mesmo lugar, e acomete
simultaneamente um grande número de pessoas. ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições
PANDEMIA - Epidemia generalizada, disseminação de doenças em grandes
extensões geográficas
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tiPos de inFeção 12

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições
Não confundir com:

Iatrogenia
inFeção inaParente
Estado de doença, efeitos adversos ou complicações resultantes do
tratamento médico. É a presença de um agente infecioso num hospedeiro sem que
apareçam sinais ou sintomas clínicos manifestos.

Só podem ser identificados por métodos de laboratório ou pela


manifestação de reatividade positiva nos testes cutâneos específicos.

(sinónimos: infeção subclínica, assintomática ou oculta)

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições

tiPos de inFeção 13 14

13 14

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições deFinições

PatogeniCidade virulÊnCia
É a capacidade de um agente infecioso produzir doença em pessoas É a capacidade do agente infecioso produzir casos graves e fatais.
infetadas.

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deFinições deFinições

letalidade PerÍodo de inCubação


É a capacidade do agente infecioso produzir casos fatais. É o intervalo de tempo que decorre entre a exposição a um
agente infecioso e o surgimento do primeiro sinal ou
sintoma da doença.

Na maioria das doenças infeciosas, existe a possibilidade de


transmissão durante o período de incubação, principalmente antes
de apresentar os sintomas e sinais que permitem fazer o
diagnóstico.

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① ②
deFinições
③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
PerÍodo de latÊnCia
(eM doenças não transMissÍveis)

PerÍodo de latÊnCia PERÍODO DE LATÊNCIA corresponde ao período que decorre


entre o desenvolvimento da doença subclínica até a apresentação de
sintomas.
É o intervalo de tempo desde que se produz a infeção até
que a pessoa se torne infeciosa.

O início do período de transmissibilidade ou infecioso marca o final


do período de latência.

nota: nas doenças não transMissÍveis a terMinologia


diFere uM PouCo, CoMo se Pode ver.

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições

PerÍodo inFeCCioso
(ou de transMissibilidade)
É o intervalo de tempo durante o qual o agente infecioso
pode ser transferido direta ou indiretamente de uma
pessoa infetada a outra pessoa, de um animal infetado ao ser
humano ou de um ser humano infetado a um animal, inclusive
artrópodes.

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições deFinições

doença transMissÍvel doença transMissÍvel


(ou doença inFeCCiosa) (ou doença inFeCCiosa)
É qualquer doença causada por um agente infecioso específico ou Exemplos de agentes patogénicos biológicos: bactérias, vírus,
seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste parasitas ou fungos.
agente ou de seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro
suscetível, seja diretamente de uma pessoa ou animal infetado, ou Resumindo: quando o organismo é invadido por um agente
indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de patogénico e o sistema imunitário não o consegue eliminar
natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente eficazmente, este poderá causar danos aos tecidos e ocorrerá
inanimado. doença.

Fotomicrografia de bactérias de Fotomicrografia de bactérias de


Clostridium botulinum Clostridium botulinum

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
deFinições

doença transMissÍvel
(ou doença inFeCCiosa)
O controlo das doenças transmissíveis baseia-se em:
 Conhecimento de sua cadeia de transmissão
 Conhecimento técnico
 Recursos tecnológicos existentes
 Disponibilidade de recursos financeiros
 Adoção de estratégias de controle visando a eliminação de um ou
mais elos da cadeia epidemiológica.

Peter Bruegel o Velho, 1562


25 O Triunfo da Morte 26

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
MiCrorganisMos e PatogeniCidade MiCrorganisMos e PatogeniCidade

Cadeia ePideMiológiCa Cadeia ePideMiológiCa


A cadeia epidemiológica estabelece a relação entre os diferentes 1. Agente
causal
elementos que levam ao aparecimento de uma doença transmissível. específico
6. 2.
O esquema tradicional é denominado por cadeia epidemiológica, Susceptibilidade Reservatório
do hospedeiro
também conhecido como cadeia de infeção. O esquema procura
organizar os chamados elos que identificam os pontos principais da 5. Porta de
sequência contínua da interação entre o agente, o hospedeiro e o 3. Porta de
entrada no
saída do
meio. novo
agente
hospedeiro
4. Contágio
(modo de
transmissão)

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
MiCrorganisMos e PatogeniCidade

2 a Cadeia ePideMiológiCa
Agente Um AGENTE é um factor que está presente para a
ocorrência de uma doença; de um modo geral, é considerado uma
MiCrorganisMos & causa necessária mas não suficiente por si só para a produção da
doença. Este factor pode ser:
PatogeniCidade  um microrganismo
 uma substância química
Cadeia Epidemiológica  uma forma de radiação.
A presença, presença excessiva ou relativa ausência deste factor é
essencial para a ocorrência de doença.
Os agentes podem ser divididos em biológicos e não biológicos.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
MiCrorganisMos e PatogeniCidade

a Cadeia ePideMiológiCa
OS AGENTES BIOLÓGICOS são organismos vivos capazes de
causar uma infeção ou doença no ser humano e nos animais. As
espécies que ocasionam doença humana são denominadas
patogénicas.

Entre os AGENTES NÃO BIOLÓGICOS, encontram-se os


químicos e físicos.

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agentes Causais 32

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
MiCrorganisMos e PatogeniCidade MiCrorganisMos e PatogeniCidade

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Agente Patogenicidade:
Microrganismo patogénico: Capacidade de um agente patogénico de se instalar e multiplicar
Organismo vivo (micro ou macro) capaz de causar uma infeção, nos tecidos, provocando doença no organismo infetado.
ou seja, de penetrar num organismo e aí se multiplicar e ou se Depende de:
desenvolver, causando assim uma doença.  número de agentes que invadem o organismo
 capacidade do agente patogénico para lesar (virulência) o
Podem ser bactérias, vírus ou fungos, ou culturas de células (incluindo os
geneticamente modificados), assim como material biológico: qualquer coisa organismo
suscetível de provocar infeções, alergias, intoxicações ou de qualquer outro modo
provocar alterações na saúde humana.

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33 34

① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
reservatórios

3 a Cadeia ePideMiológiCa

reservatórios Agente
Reservatório
Cadeia Epidemiológica
Porta de
saída
Contágio
Porta de
entrada

Hospedeiro

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
reservatórios reservatórios

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa


Reservatório É qualquer ser humano, animal, artrópode, O ser humano age como fonte de infeção a partir de casos clínicos
planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se agudos e a partir de portadores. Por exemplo, na tuberculose,
multiplica um agente infecioso e do qual depende para sua quando é diagnosticado o doente, este já infetou (em média) cerca
sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido de 5 pessoas (daí a importância da pesquisa nos pacientes
a um hospedeiro suscetível. sintomáticos respiratórios).

FONTE DE INFEÇÃO: é a pessoa, animal, objeto ou substância de As pessoas infetadas e que não apresentam sintomas constituem um
onde o agente infecioso passa a um hospedeiro. grande risco para transmitir e manter a doença na população, pois
abrigam o agente infecioso enquanto mantêm os seus contactos
normais na sua comunidade. Estes indivíduos são denominados
portadores.
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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
reservatórios

a Cadeia ePideMiológiCa 4
Reservatório

FONTES DE INFEÇÃO:
Portas de saÍda
 Profissionais de Saúde;
 Pacientes;
Cadeia Epidemiológica
 O próprio doente;
 Visitas.

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① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧ ① ② ③ ④ ⑤ ⑥ ⑦ ⑧
Portas de saÍda Portas de saÍda

a Cadeia ePideMiológiCa a Cadeia ePideMiológiCa

Porta de saída
Vias de saída do reservatório
Agente
Reservatório É o local por onde o microrganismo “deixa” o reservatório para
Porta de continuar a cadeia de transmissão. A eliminação pode dar-se por:
saída  Orifícios naturais
 Pele e mucosa
Contágio  Via circulatória
Porta de  Excreções dos aparelhos: mamário, gastrointestinal, geniturinário e exsudado de feridas
entrada  Picada

Hospedeiro A via de saída, quando conhecida, permite atuar de forma a fazer


41 um controlo de prevenção da infeção através de medidas básicas. 42

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