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PARASITOLOGIA

Produzido por: Karla Emilia Silva Maciel


DE

@estuda.biomedica
RESUMO
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Conteúdo
Critérios pré-analíticos........................................................04
Estabilidade e Preservação..................................................05
Ascaris lumbricoides.............................................................06
Ancilostomídeos.....................................................................09
Entamoeba histolytica............................................................12
Enterobius vermicularis.........................................................15
Fasciola hepatica...................................................................18
Giardia lamblia.......................................................................21
Strongyloides stercoralis......................................................24
Schistosoma mansoni.............................................................27
Taenia solium e T. saginata...................................................30
Trichuris trichiura.................................................................34
Leishmania spp.......................................................................37
Plasmodium spp......................................................................40
Toxoplasma gondii..................................................................47
Trypanosoma cruzi.................................................................49
Wuchereria bancrofti............................................................52
Técnicas parasitológicas.......................................................55
Como laudar EPF....................................................................64
Referências............................................................................65

ATENÇÃO!!!
Este material é de uso exclusivo daquele que o adquiriu. Portanto, fica
proibido o compartilhamento e/ou a comercialização do mesmo, visto que
se trata de um crime previsto no art.184 do código penal brasileiro, com
pena de 3 meses a 4 anos de reclusão ou multa

Produzido por: Karla Emilia Silva Maciel


Karla Maciel | @estuda.biomedica
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Olá,
você acabou de adquirir o resumo de parasitologia!
Antes de prosseguir a leitura e aprender as formas
evolutivas e ciclos de vida dos principais parasitas
de interesse laboratorial e as técnicas
parasitológicas, vamos revisar algumas coisinhas da
parasitologia, beleza?
Os parasitas são seres que necessitam de um
hospedeiro para viver e perpetuar seu ciclo. Podem
ser classificados em:
Endoparasitas: vivem no interior do hospedeiro,
ex: lombrigas
Hemoparasitas: atingem a corrente sanguínea,
ex: plasmodium
Ectoparasitas: encontrados na superfície externa
do hospedeiro, ex: piolho e carrapato
Dos parasitas intestinais (endoparasitas) na sua
grande maioria, a infecção se dá por ingestão de
água e alimentos contaminados, ou ainda, por pegar
em objetos contaminados e levar as mãos a boca.
Estes podem ser classificados em: Helmintos e
Protozoários. Os helmintos são divididos em
platelmintos (vermes achatados) e nematelmintos
(vermes cilíndricos e alongados), apresentam estágio
de ovo e larva. Já os protozoários intestinais são as
amebas, os flagelados e esporozoários. Os
protozoários intestinais geralmente apresentam
trofozoítos e cistos como formas evolutivas.
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Critérios pré-analíticos
O que não pode faltar no recipiente da amostra de
fezes?
Nome do paciente
Número de identificação
Nome do médico solicitante
Data e hora da colheita do material

A amostra pode ser colhida em qualquer recipiente?


O recipiente precisa ser:
limpo e seco
com boca larga
não!
capacidade aproximada a 100ml
com vedação hermética
livre de antissépticos, agentes germicidas, gotas
de óleo e urina

Não pode ser usado:


Amostras excretadas no solo e nem
aproveitadas do vaso sanitário

Além da possibilidade de contaminação,


isso pode destruir algumas formas
evolutivas do parasita

De preferência, colher a amostra de fezes


Diretamente no frasco, ou:
em papel limpo para ser transferida
para o pote posteriormente

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Estabilidade
O tempo de coleta do material fecal interfere
completamente na observação dos parasitos, isto
porque uma das formas evolutivas de protozoários
não sobrevive após a excreção, quem são esses
antissociais? Os trofozoítos.

Tempo recomendado para análise de fezes:


TIPO DE AMOSTRA TEMPO RECOMENDADO
Amostras líquidas 30 minutos
Amostras pastosas Dentro de 1 hora
Amostras sólidas Dentro de 24h
*Caso as amostras pastosas e sólidas não puderem ser analisadas no período
recomendado, as mesmas podem ser preservadas

Preservação
As amostras fecais podem ser refrigeradas
temporariamente em frascos hermeticamente
fechados entre 3°C a 5°C, sendo viáveis por alguns
dias a visualização de ovos, larvas e cistos (obs:
larvas de S.stercoralis e Ancilostomídeos podem
sofrer alterações na sua morfologia). Já para
preservar de forma permanente desde trofozoítos
até larvas é necessário a utilização de
preservadores como: formalina, mertiolato-iodo-
formaldeído (MIF), acetato de sódio-ácido acético-
formaldeído (SAF), álcool polivinílico (fixador APV),
líquido de Schaudinn e fenol-álcool-etílico-
formaldeído (PAF).

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Ascaris lumbricoides
Popularmente chamado de "lombriga", é o helminto
responsável pela ascaridíase, a contaminação se dá
por conta de ingestão de água e alimentos
contaminados por ovos de Ascaris lumbricoides. A
infecção também pode ocorrer quando se coloca as
mãos na boca (ou dedos) com sujeira também
contaminadas. O diagnóstico é confirmado a partir
da microscopia.
Formas encontradas:
Ovos
Possuem formato oval e coloração acastanhada,
medem entre 55 a 75µm por 35 a 50µm. Geralmente
possuem uma membrana mamilonada externa, é como
se fosse uma membrana cheia de "ondinhas". Os ovos
inférteis são mais alongados e nem sempre os ovos
férteis apresentam essa membrana mamilonada.

Ovo fértil Ovo infértil Ovo decorticado

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Verme adulto
O macho é menor que a fêmea, mede
aproximadamente entre 15 a 31cm de comprimento,
enquanto a fêmea tem cerca de 20 a 35cm.
Apresentam cor esbranquiçada. Além do
comprimento há outra diferença entre eles, a
extremidade posterior do macho apresenta
encurvação e dois espículos.

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Ciclo biológico

Traduzindo:
1. Os vermes adultos vivem na luz do intestino delgado.
2. Ovos são excretados nas fezes. Os ovos não fertilizados podem ser
ingeridos, mas não são infecciosos.
3. Os ovos fertilizados se tornam embrionários e infecciosos entre 18 dias e
algumas semanas;
4. Ovos infecciosos são ingeridos.
5. No intestino delgado, os ovos eclodem em larvas.
6. As larvas penetram a parede do intestino delgado e migram até o fígado
pela circulação, e em seguida pela circulação sistêmica chegam aos pulmões,
onde amadurecem ainda mais (entre 10 a 14 dias).
7. As larvas penetram as paredes alveolares, ascendem a árvore brônquica até
a garganta e são deglutidas. Depois voltam ao intestino delgado, onde se
transformam em vermes adultos.

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Ancilostomídeos
Ancylostoma duodenale e Necator americanus
infectam humanos e são as principais espécies que
provocam a ancilostomíase (amarelão). Geralmente
os pés é o local de penetração da larva, podendo
inclusive surgir o aparecimento de exantema
papulovesicular pruriginoso transitório. Caso ocorra
a migração das larvas para o pulmão é possível
notar ainda: síndrome de Loffler, eosinofilia e tosse.

Formas encontradas:
Ovos
Medem aproximadamente entre 55 a 65µm por 36 a
40µm e apresentam uma casca hialina (transparente)
e no interior há presença de blastômeros.

Como diferenciar os ovos de A. duodenale e N.


americanus? Bem, isso não é possível, então quando
presente na análise microscópica só deve ser
mencionado como ovos de ancilostomídeos

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Larvas
A larva rabditóide (estágio larval inicial) mede cerca
de 250 a 300µm por 17µm, apresenta vestíbulo bucal
longo e primórdio genital pequeno. Já a larva
infectante, chamada de filarióide, mede entre 500 a
600µm de comprimento, apresentando cauda
pontiaguda.

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Ciclo biológico

Traduzindo:
1. Os ovos eliminados nas fezes são depositados em um solo quente, úmido e
pouco rígido
2. Os ovos liberam as larvas do estágio inicial, rabditóides, que crescem nas
fezes ou no solo.
3. Após 5 a 10 dias, as larvas se desenvolvem e se tornam infecciosas
4. Ao em contato com o indivíduo, penetram na pele e são levadas até o
coração pela circulação sanguínea e posteriormente até o pulmão. As larvas
penetram os alvéolos pulmonares, sobem a árvore brônquica até chegar a
faringe, e são deglutidas.
5. Depois de chegar no intestino delgado se maturam para o estágio de verme
adulto. Vermes adultos residem na luz do intestino delgado. As mesmas se ligam
à parede intestinal, e tem o sangue do hospedeiro como alimento e ali
produzem ovos.
Resultado? O indivíduo
pode vir a ter anemia por
carência de ferro

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Entamoeba histolytica
De todas as amebas, a Entamoeba histolytica é a
única patogênica, além de ser a causadora da
amebíase. Geralmente, os indivíduos são
assintomáticos, mas podem apresentar quadros de
diarreia e dor abdominal. O diagnóstico pode ser
realizado por microscopia, pesquisa de
anticorpos/antígenos e por biologia molecular

Formas encontradas:
Trofozoítos
Apresentam apenas um núcleo (porém no exame
direto a fresco não é visível), são alongados,
assimétricos, medindo entre 10 a 60µm. Se forem
corados com hematoxilina férrica irão apresentar
vacúolos e núcleos no citoplasma.

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Cistos
São redondos, medem entre 10 a 20µm. Se corados
com lugol terão a coloração acastanhada. Quando
cisto maduro apresenta quatro núcleos, porém
enquanto imaturos apresentam de um a dois

Amebas não patogênicas também encontradas em fezes:

Entamoeba coli: É maior e pode apresentar até


oito núcleos

Endolimax nana: é menorzinha, mede de 5 a 10µm

Iodamoeba butschlii: Possui um grande vacúolo


de glicogênio, corado em castanho escuro

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Ciclo biológico

Traduzindo
1.Cistos e trofozoítos são eliminados nas fezes
2.Indivíduo ingere água ou alimentos contaminados com cistos
3.Trofozoítos são liberados no intestino delgado
4.Após migrarem para o intestino grosso podem permanecer confinados ao
lúmen intestinal ou ainda invadir a mucosa intestinal ou vasos sanguíneos,
atingindo outros locais, como fígado, cérebro e pulmões. Os trofozoítos se
multiplicam por fissão binária, produzindo mais cistos
5.Por fim, são eliminados pelas fezes e o ciclo se repete

Os cistos conseguem sobreviver por vários dias no ambiente externo, mas


os trofozoítos são destruídos rapidamente, e caso sejam ingeridos não
sobrevivem à exposição do ambiente gástrico

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Enterobius vermicularis
Helminto causador da enterobíase (oxiuríase),
também chamado de oxiúrus. Acomete
principalmente crianças e tem como principal
característica a coceira perianal. O diagnóstico
pode ser realizado por microscopia e exame físico

Formas encontradas:
Ovo
Tem aproximadamente 50-60µm por 20-30µm. Um
dos seus lados é achatado e o outro convexo,
fazendo com que sua forma se assemelhe a letra
"D". Apresenta membrana dupla, lisa e transparente.

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Verme adulto
A fêmea se apresenta em maior tamanho, medindo 8
a 13mm por 0,3 a 0,5mm comparado ao macho que
mede aproximadamente 2,5mm por 0,1 a 0,2mm.
Outra diferença é em relação a cauda, a fêmea tem
uma cauda longa e pontiaguda, já o macho uma
cauda recurvada.

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Ciclo biológico

Traduzindo
1. Os ovos de E. vermicularis são depositados na área perianal.
2. O indivíduo ingere os ovos através de alimentos ou objetos contaminados que
possam ter tido contato (ex: mãos na boca)
3. Depois de deglutidos, os ovos vão para o intestino delgado, onde eclodem e
liberam suas larvas.
4. Os vermes adultos se estabelecem na luz do ceco.
5. Durante a noite, as fêmeas prenhas se deslocam para fora do ânus e põem
ovos à medida que se andam na pele da região perianal.

É por isso que a coceira fica pior no período noturno

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Fasciola hepatica
É um trematódeo hermafrodita, mais comuns em
ovelhas e gados, mas pode também infectar humanos
a partir da ingestão de agrião contaminado. O
diagnóstico de fasciolíase pode ser confirmado
tanto por microscopia como por sorologia, pela
detecção de anticorpos. Alguns sintomas são: dor
abdominal, hepatomegalia, náuseas, vômitos, febre
intermitente, urticária, eosinofilia e outros.

Formas encontradas:
Ovo
Possuem formato elipsoides e são grandes, com
opérculo (como se fosse uma tampa). Medem 130 a
150µm de comprimento por 63 a 90µm de altura

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Verme adulto
É um verme achatado, com um formato semelhante a
uma folha. Mede aproximadamente 20 a 30mm por
13mm. A extremidade anterior apresenta uma
projeção cônica.

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Ciclo biológico

Traduzindo
1. Ovos não embrionados são liberados nos ductos biliares e excretados nas
fezes.
2. Em um ambiente aquático se tornam embrionados
3. Os ovos embrionados já liberam miracídios, que invadem um caramujo
(hospedeiro intermediário).
4. O miracídio passa por vários estágios de desenvolvimento, tornando-se um
esporócito, depois uma rédia, e por fim uma cercaria
5. As cercarias se associam a vegetação em ambientes com água e passam
para o estágio de metacercária.
6. A contaminação ocorre pela água contaminada utilizada para irrigar hortas
e jardins, as metacercárias se formam nas folhas de verduras e legumes.
7. Após a ingestão, atingem o duodeno.
8. Os cistos são rompidos e se tornam adultos, migram para os ductos biliares
hepáticos, seu local de vida, onde se reproduzem e liberam ovos

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Giardia lamblia
Ou Giardia duodenalis (ou Giardia intestinalis),
protozoário responsável pela giardíase. A principal
causa de infecções é a ingestão de água
contaminada, geralmente os indivíduos são
assintomáticos. Os meios para se realizar o
diagnóstico pode ser microscópico ou molecular. No
caso de pesquisas de trofozoítos é necessário que
as fezes estejam líquidas (diarreicas).

Formas encontradas:
Trofozoíto
Apresenta oito flagelos e tem formato semelhante
ao da pera (piriforme), mede entre 10 a 20µm por 5
a 15µm (podendo ter variações).

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Cisto
Podem ser ovais ou elipsóides. No interior
apresentam entre dois a quatro núcleos e vários
axonemas de flagelos, é como se ele tivesse um
rosto. Medem aproximadamente 8 a 19µm de
comprimento por 7 a 10µm de largura (com
variações).

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Ciclo biológico

Traduzindo
1. Os cistos são os responsáveis ​pela transmissão da giardíase. Tanto cistos
quanto trofozoítos podem ser encontrados nas fezes, porém os trofozoítos não
sobrevivem por muito tempo
2. A infecção ocorre pela ingestão de cistos presentes na água e alimentos
contaminados
3. No intestino delgado os trofozoítos são liberados
4. Se multiplicam por fissão binária longitudinal
5. O encistamento acontece quando eles se movem em direção ao cólon. O
cisto é o estágio evolutivo encontrado principalmente nas fezes formadas
(sólidas)

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Strongyloides stercoralis
Responsável pela estrongiloidíase. É endêmica em
regiões tropicais e tem capacidade de
autoinfecção. Semelhante aos ancilostomídeos,
penetram na pele dos indivíduos, pela circulação
sanguínea vão para os pulmões, penetram nos
capilares pulmonares, sobem pela árvore
respiratória, são engolidos e chegam o intestino,
onde amadurecem

Formas encontradas:
Ovo
Raramente são vistos, possuem a aparência bem
semelhante aos ovos de ancilostomídeos, é possível
observá-los apenas quando as fezes são
provenientes de casos graves de diarreia ou por
ingestão de laxantes.

Larvas
As larvas rabditóides do S.stercoralis medem em
média 200 a 300µm por 16 a 10µm e se diferenciam
dos ancilostomídeos pelo vestíbulo bucal curto e
primórdio genital grande e bem nítido. Já as larvas
filarióides tem 500 a 550µm por 20 a 24µm e
diferente dos ancilostomídeos possuem a cauda
entalhada, "cortada".

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Ciclo biológico

Traduzindo
1. Larvas rabditóides são excretadas nas fezes e no solo.
2. Se desenvolvem em adultos de vida livre ou se tornam larvas filarióides
infecciosas que penetram a pele de seres humanos
3. Após o acasalamento as fêmeas produzem ovos.
4. Ocorre a eclosão dos ovos
5. Essas larvas podem se transformar em adultos de vida livre ou em larvas
infectantes (filarióides)
6. As larvas infectantes penetram a pele humana.
7. As larvas se deslocam pela circulação sanguínea até os pulmões, penetram
nos capilares pulmonares, sobem pela árvore brônquica até a faringe, são
deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se transformam em adultos.
8. No intestino delgado, as fêmeas adultas produzem ovos.
9. Os ovos eclodem em larvas rabditóides, sendo a maioria excretada pelas
fezes.
10. Algumas dessas larvas se tornam larvas filarióides no intestino grosso,
penetram na parede intestinal (autoinfecção interna) ou na pele perianal
(autoinfecção externa) e seguem o ciclo

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Schistosoma mansoni
Uma das espécies causadoras da esquistossomose,
S. mansoni está presente na África, algumas parte
da América do Sul, Oriente Médio e Caribe. Tem
como hospedeiro intermediário o caramujo do
gênero Biomphalaria. Geralmente, os indivíduos são
assintomáticos, mas podem apresentar: febre,
calafrios, náuseas, dor abdominal, diarreia, mal-
estar e outros, como barriga d'água (ascite). O
diagnóstico pode ser a partir da análise
microscópica das fezes do paciente ou sorologia.

Formas encontradas:
Ovo
Seu tamanho é de aproximadamente 114 a 175µm por
45 a 70µm, apresenta formato oval e um espículo
voltado para trás que nos ajuda bastante na hora
de identificá-lo. Quando excretado nas fezes
contém um miracídio dentro do ovo.

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Miracídio de S. mansoni Cercária de S. mansoni

Verme adulto
O macho é menor que a fêmea, possuindo cerca de
6,4 a 12mm, apresenta cor esbranquiçada e
pequenas projeções, na sua parte posterior onde
fica o canal ginecóforo é o local onde a fêmea
reside, pois os mesmos vivem constantemente
acasalados, a fêmea mede aproximadamente 7,2 a
17mm.

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Ciclo biológico

Traduzindo
1.Nos humanos, os ovos com miracídios são eliminados pelas fezes
2.Os ovos eclodem e liberam os miracídios.
3.Os miracídios nadam e penetram em um caramujo
4-5.Dentro do caramujo, os miracídios se desenvolvem até se tornarem
cercárias.
6.As cercárias penetram na pele do hospedeiro humano após serem liberadas
do caramujo.
7-9.Durante a penetração, as cercárias perdem sua cauda bifurcada,
tornando-se esquistossômulos. Os esquistossômulos são transportados
através da vasculatura até o fígado, onde se transformam em vermes
adultos.
10.O casal de vermes adultos migra (dependendo da espécie) para as veias
intestinais no intestino ou no reto, liberando ovos que circulam para o fígado e
eliminados nas fezes.

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Taenia solium e T. saginata


Taenia solium é a espécie causadora de
cisticercose, derivado da ingestão de carne de
porco contaminada. Já a infecção por Taenia
saginata é devido a ingestão de cisticercos
presentes na carne bovina crua ou malcozida.
Podem ser assintomáticos ou não, o diagnóstico é
confirmado por microscopia ou sorologia.

Formas encontradas:
Ovo
Não é possível diferenciar os ovos de T. solium e T.
saginata, ambos são esféricos e medem
aproximadamente 31 a 43µm de diâmetro, possuem
uma casca protetora chamada embrióforo, espesso
e estriado. Quando encontrado nas fezes é
mencionado no laudo apenas ovos de Taenia spp.

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Cisticerco (estágio larval)


Cysticercus cellulosae é a forma larvária de T.
solium e Cysticercus bovis é a forma larvária de
T.saginata, possuem morfologia semelhantes com
quatro ventosas, a diferença é que a T. solium
apresenta um rostro com uma coroa de ganchos.

T.saginata (verme adulto)

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Ciclo biológico (Teníase)

Traduzindo
1.Ovos ou proglotes grávidas são eliminados com as fezes
2.Bovinos (T. saginata) e suínos (T. solium) são infectados pela ingestão de
vegetação contaminada com ovos ou proglotes grávidas
3.As oncoferas eclodem no intestino do animal
4.Os seres humanos são infectados pela ingestão de carne infectada crua ou
mal cozida
5.No intestino humano, o cisticerco se desenvolve durante 2 meses em uma
tênia adulta, podendo sobreviver por anos
6. As mesmas residem no intestino delgado

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Ciclo biológico (Cisticercose)

Traduzindo
1.Ovos ou proglotes grávidas são eliminados com as fezes
2.Porcos e humanos são infectados pela ingestão de ovos ou proglótides
grávidas
7,3.Os seres humanos ingerem alimentos/água contaminados com fezes
contendo esses ovos ou proglótides ou por disseminação de pessoa para
pessoa. Uma vez que os ovos ou proglotes são ingeridos, as oncosferas
eclodem no intestino
4.Eles invadem a parede intestinal, entram na corrente sanguínea e migram
para vários tecidos e órgãos onde se desenvolvem em cisticercos
9.Alguns cisticercos migram para o sistema nervoso central, causando
sequelas graves (neurocisticercose)
5-6.Humanos adquirem infecções intestinais com T. solium após comerem
carne de porco mal cozida contendo cisticercos. As tênias adultas se
desenvolvem e podem residir no intestino delgado por anos

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Trichuris trichiura
Responsável pela tricuríase, sendo um dos principais
parasitas transmitidos pelo solo. As crianças são as
mais afetadas. A infecção pode ser assintomática ou
apresentar quadros de: dor abdominal, anorexia e
diarreia. O diagnóstico pode ser confirmado a
partir da microscopia.

Formas encontradas:
Ovo
Apresenta a cor castanha e dizem que ele se
assemelha com um barril ou a um cupuaçu, mas eu
prefiro comparar ele com aquelas bolas de futebol
americano. Medem aproximadamente 50 a 55µm por
20 a 23µm.

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Vermes adultos
O macho é um pouco menor que a fêmea medindo de
30 a 45mm, sua parte posterior é bastante
recurvada, apresentando um espículo. Já a fêmea
mede aproximadamente de 35 a 50mm e apresenta a
parte posterior romba e reta.

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Ciclo biológico

Traduzindo
1. Os ovos não embrionados são eliminados pelas fezes.
2. No solo, os ovos se desenvolvem em um estágio de 2 células.
3. As células continuam a se dividir (clivagem avançada).
4.Os ovos são ingeridos através de alimentos e/ou mãos contaminados com
fezes (ou solo contendo fezes).
5. Os ovos eclodem no intestino delgado e liberam larvas.
6. As larvas amadurecem e se transformam em vermes adultos no ceco e no
cólon ascendente.

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Leishmania spp.
As espécies de Leishmania são as responsáveis pela
leishmaniose, a transmissão se dá por meio dos
flebotomíneos: Phlebotomus e Lutzomyia (ex:
mosquito palha), que são insetos hematófagos, ou
seja, se alimentam de sangue. Os parasitas podem
ficar instalados na pele ou se espalhar para a
mucosa da nasofaringe, medula óssea, baço, fígado
ou até mesmo outros órgãos. Existem vários tipos de
leishmaniose, as principais são:
Leishmaniose tegumentar: caracterizada por
apresentar feridas na pele localizadas
geralmente em partes expostas do corpo.
Posteriormente, podem aparecer feridas nas
mucosas do nariz, boca e garganta.
Leishmaniose visceral: é sistêmica, pois, atinge
vários órgãos internos, em especial o fígado, o
baço e a medula óssea. Acomete geralmente
crianças de até dez anos; Possui longa evolução,
podendo persistir durante meses ou até exceder
o período um ano.
O diagnóstico se obtém a partir de microscopia de
amostras teciduais com corantes hematológicos,
testes sorológicos ou moleculares.

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Formas encontradas:
Amastigota
Possui tamanho aproximado de 4 a 6µm, de formato
esférico ou ovóide. Apresenta núcleo grande, não
possui flagelo livre e pode apresentar pequenos
vacúolos citoplasmáticos.

Promastigota
Tem a forma alongada com núcleo oval ou redondo,
flagelo presente na extremidade anterior
(geralmente o flagelo se apresenta em tamanho
maior que o seu corpo). Seu comprimento varia de
10 a 40µm.

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Ciclo biológico:

Traduzindo
1. Trasmissão ocorre pela picada de fêmeas infectadas. Quando se alimentam
do sangue do hospedeiro vertebrado, as flebotomíneas injetam
promastigotas metacíclicos (o estágio infeccioso).
2.As promastigotas são fagocitados por macrófagos e demais células
mononucleares fagocíticas.
3.Dentro dessas células, as promastigotas se desenvolvem em amastigotas (o
estágio tecidual).
4. Os amastigotas se multiplicam através de divisão simples e infectam outras
células fagocitárias mononucleares.
5–6. Quando se alimentarem do sangue de um hospedeiro infectado, as
fêmeas dos flebotomíneos são infectadas pela ingestão de macrófagos
infectados por amastigotas.
7. No intestino das fêmeas, os amastigotas se transformam em promastigotas.
8. Ali ocorre a multiplicação e desenvolvimento delas até migrarem para a
probóscide e iniciar o ciclo novamente.

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Plasmodium spp.
Este gênero é o responsável pela malária, várias
espécies desencadeiam a doença como: Plasmodium
falciparum, P. vivax P. malariae e P. ovale. No Brasil,
a predominância é de Plasmodium vivax. Apresenta-
se desde uma infecção leve a grave, tendo como
características os seguintes sintomas: calafrios,
febre e sudorese. A transmissão se dá a partir da
picada da fêmea infectada de mosquitos do gênero
Anopheles. O diagnóstico pode ser confirmado a
partir da microscopia pelo esfregaço sanguíneo ou
gota espessa corados com corantes hematológicos,
testes rápidos, sorológicos ou moleculares.

Plasmodium falciparum
No sangue periférico podem ser encontrados as
seguintes formas: trofozoítos jovens e gametócitos.
Características principais:
Trofozoítos jovens: é como se fosse um anelzinho
dentro da hemácia, as vezes "aberto", sendo
semelhante a uma vírgula.
Esquizontes: pouco visto no sangue periférico, é
normalmente arredondado, cromatina com
grânulos grosseiros e em média 23 merozoítos.
Gametócitos: são alongados e se assemelham a
uma foice ou a banana.

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Trofozoítos

Esquizontes

Gametócitos

*Pigmento malárico se apresenta negro, grosso e evidente

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Plasmodium vivax
No sangue periférico podem ser encontrados as
seguintes formas: trofozoítos jovens, trofozoítos
maduros, esquizontes e gametócitos. Apresentam
granulações de Schuffner.
Características principais:
Trofozoítos jovens: Ocupa um terço do tamanho
da hemácia
Trofozoíto maduro: arredondado, cromatina
pouco visível
Esquizonte: possui formato ameboide, apresenta
cromatina segmentada e aproximadamente entre
12 a 24 merozoítos
Gametócitos: Abrange praticamente toda a
hemácia, citoplasma cora em azul.

Trofozoítos Jovens

Trofozoítos Maduros

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Esquizontes

Gametócitos

*Pigmento malárico se apresenta marrom claro e pouco


evidente

Plasmodium malariae
No sangue periférico encontra-se as seguintes
formas: trofozoítos jovens, maduros, esquizontes e
gametócitos.
Características principais:
Trofozoítos jovens: Núcleo com cromatina única e
citoplasma espesso
Trofozoíto maduro: compacto e arredondado
Esquizonte: possui cromatina pouco segmentada,
apresenta em média 8 merozoítos
Gametócitos: semelhante ao P. vivax

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Trofozoítos

Esquizontes

Gametócitos

*Pigmento malárico marrom escuro, grosseiro e evidente

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Plasmodium ovale
No sangue periférico é possível encontrar as
seguintes formas: trofozoítos jovens, trofozoítos
maduros, esquizontes e gametócitos. As hemácias se
apresentam em tamanho aumentado, oval e com
granulações de Schuffner.
Características principais:
Trofozoítos jovens: Núcleo com cromatina única e
interna
Trofozoíto maduro: citoplasma irregular e com
formato amebóide
Esquizonte: apresenta citoplasma irregular e
com vacúolos, cromatina segmentada e oito
merozoítos em média
Gametócitos: semelhante ao P. vivax, porém com
tamanho menor
Trofozoítos

Esquizontes Gametócito

*Pigmento malárico marrom escuro e visível

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Ciclo biológico:

Traduzindo:
1.O ciclo do parasita envolve 2 hospedeiros. Quando a fêmea do mosquito
Anopheles infectada pelos plasmódios se alimenta de sangue, ela inocula os
esporozoítos no hospedeiro humano.
2.Nisto, as células do fígado são infectadas.
3.Ali se desenvolvem em esquizontes.
4.Posterioemente, liberaam merozoítos (ciclo exoeritrocítico)
5.Os merozoítos infectam os eritrócitos. Então, o parasita multiplica-se
assexuadamente (ciclo eritrocítico). Os merozoítos se desenvolvem em
trofozoítos em estágio de anel, outros amadurecem para esquizontes.
6.Os esquizontes se rompem e liberam merozoítos.
7.Alguns trofozoítos se diferenciam em gametócitos.
8.Ao se alimentar de sangue, o mosquito ingere os gametócitos masculinos
(microgametócitos) e femininos (macrogametócitos), dando início ao ciclo
esporogônico.
9.Os microgametas penetram nos macrogametas, produzindo zigotos no
estômago do inseto
10.Os zigotos se tornam móveis e alongados, transformam-se em oocinetes.
11.Os oocinetes invadem a parede do intestino médio do mosquito, onde se
desenvolvem em oocistos.
12.Os oocistos se desenvolvem e liberam esporozoítos, estes se movem para as
glândulas salivares do mosquito. Assim, o ciclo se inicia novamente quando um
mosquito infectado inocula esporozoítos em outro hospedeiro humano.

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Toxoplasma gondii
Espécie responsável pela toxoplasmose, zoonose
causada pela ingestão de água ou alimentos
contaminados, ou até mesmo ser transmitida de mãe
para filho. O T. gondii é encontrado nas fezes de
gatos e demais felinos, podendo se hospedar tanto
em humanos como em outros animais. O diagnóstico
pode ser feito através de exames sorológicos,
moleculares ou a partir de avaliação histopatológica
de biópsias.

Formas encontradas:
Trofozoítos
Também chamados de taquizoítos, medem cerca de
4 a 8µm de comprimento por 2 a 3µm de largura, seu
formato se assemelha a uma "meia-lua", apresenta
um núcleo na área central.

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Ciclo biológico:

Traduzindo:
1.Oocistos não esporulados são eliminados nas fezes do gato
2.Dentro de 1 a 5 dias se tornam infectantes. Hospedeiros intermediários na
natureza (incluindo pássaros e roedores) são infectados após a ingestão de
solo, água ou material vegetal contaminado
3.Os oocistos se desenvolvem em taquizoítos em seguida a ingestão. Esses
situam-se no tecido neural e muscular e se transformam em bradizoítos de
cisto tecidual
4.Gatos são infectados após consumir hospedeiros intermediários que abrigam
cistos teciduais
5.Os gatos também podem ser infectados diretamente após a ingestão de
oocistos esporulados. Animais de consumo humano e caça selvagem também
podem ser infectados com cistos teciduais após ingerir oocistos esporulados no
ambiente
6,7.O ser humano é contaminado ao se alimentar de carne mal cozida de
animais com cistos teciduais ou consumir alimentos ou água contaminados com
fezes de gato ou ainda por amostras ambientais contaminadas
8,9.Raramente a transmissão ocorre por transfusão de sangue, transplante de
órgãos ou de mãe para o filho (congênita)
10.O diagnóstico normalmente é feito por sorologia
11.Em casos de infecções congênitas o diagnóstico pode ser realizado pela
detecção de DNA de T. gondii no líquido amniótico utilizando técnicas
moleculares

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Trypanosoma cruzi
Transmitido por insetos da família Triatominae, como
o barbeiro. É o agente etiológico da doença de
Chagas, os insetos infectados depositam na pele as
fezes contendo tripomastigotas. Os indivíduos
podem ser assintomáticos ou apresentar lesão de
pele endurecida e eritematosa entre uma a duas
semanas à exposição, e ainda o sinal de Romaña. O
diagnóstico pode ser feito através da microscopia
do sangue periférico, exames sorológicos e
moleculares.

Sinal de Romaña

Formas encontradas:
Amastigota
Presente na fase intracelular, apresenta forma
esférica ou ovóide, mede aproximadamente 4µm,
possui núcleo grande e apresenta cinetoplasto em
formato de bastão.

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Epimastigota
É a forma multiplicativa do parasito no intestino do
inseto. Se apresentam de forma alongada, o núcleo
arredondado, localizado na porção mediana e
cinetoplasto em formato de bastão.

Tripomastigota
É o estágio que circula no sangue, se trata da forma
infectante do parasita. Medem cerca de 20µm de
comprimento. Também são alongados, núcleo
central, apresenta flagelo aderido ao corpo celular
(entre o núcleo e extremidade posterior) , quando
corado pelo Giemsa apresenta citoplasma azul
claro.

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Ciclo biológico:

Traduzindo:
1. Ao se alimentar de sangue, o inseto infectado libera tripomastigotas nas
fezes perto do local da picada.
2. As tripomastigotas entram no hospedeiro pela ferida ou mucosas. No
hospedeiro, as tripomastigotas invadem as células próximas ao local da
inoculação, onde se transformam em amastigotas intracelulares.
3. Os amastigotas se multiplicam por fissão binária.
4. Em seguida, se diferenciam em tripomastigotas. Ao sair da célula, entram na
corrente sanguínea. Os tripomastigotas na corrente sanguínea podem infectar
células de vários tecidos nos quais se desenvolvem em amastigotas
intracelulares, causando a infecção sintomática. Os tripomastigotas não se
multiplicam na corrente sanguínea. A multiplicação só é retomada quando os
parasitas entram em outra célula ou são deglutidos por outro vetor.
5. O inseto é infectado ao se alimentar de sangue humano ou animal contendo
parasitas na circulação.
6. As tripomastigotas ingeridas se tornam epimastigotas no intestino médio do
vetor.
7. Os parasitas se multiplicam no intestino médio.
8. No intestino distal, são diferenciados em tripomastigotas metacíclicos
infecciosos, que são eliminados pelas fezes.

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Wuchereria bancrofti
W. bancrofti é uma das principais espécies
responsáveis pela filariose linfática (elefantíase),
sendo o agente etiológico causador de 90% dos
casos. As demais espécies são: Brugia malayi e B.
timori. A transmissão acontece a partir do mosquito
do gênero Culex infectado com larvas do parasita.
Uma das principais características dessa doença é
o edema de membros. O diagnóstico é feito por
microscopia ou detecção de antígenos e anticorpos.

Formas encontradas:
Vermes adultos
Possuem formato fino (filiformes), os machos medem
aproximadamente 40mm e as fêmeas podem medir
até 100mm.

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Microfilárias
São embainhadas, tamanho varia entre 244 a 296µm,
apresentam cauda pontuda e núcleos somáticos
grandes (os núcleos caudais se apresentam em fila
única e não se expandem até a ponta da cauda).

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Ciclo biológico:

Traduzindo:
1.Ao se alimentar de sangue, um mosquito infectado deposita larvas de terceiro
estágio na pele do hospedeiro humano, onde penetram na ferida da picada
2.Eles se tornam adultos e normalmente residem nos vasos linfáticos
3.Os adultos produzem microfilárias, essas migram para a linfa e entram na
corrente sanguínea atingindo o sangue periférico
4.Um mosquito ingere as microfilárias durante sua alimentação
5.As microfilárias perdem a bainha, atravessam a parede do estômago e
migram para os músculos torácicos
6,7.Ali elas se desenvolvem e amadurecem passando do primeiro estágio até o
terceiro
8.A larva migra para a probóscide concentrando-se no lábio do mosquito,
podendo assim infectar outro indivíduo

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Técnicas Parasitológicas
Hoffman, Pons e Janer (Ou técnica de Lutz)
Sedimentação espontânea
Pesquisa de ovos, larvas e cistos

Metodologia:
Preparar suspensão com aproximadamente 5g de
fezes frescas e água
Com auxílio de um bastão de vidro ou plástico
diluir a amostra
Filtrar a emulsão por meio de gaze dobrada em 4
ou uma tela de plástico para dentro de um copo
cônico
Acrescentando mais água para completar cerca
de 3/4 do recipiente
Deixar sedimentando entre 2 a 24 horas
Com uma pipeta Pasteur, retirar pequena
porção do sedimento, colocar em uma lâmina,
adicionar lugol e cobrir com lamínula.
Realizar leitura microscópica nas objetivas de
10x e 40x

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Ritchie (Método de Blagg, conhecido por MIFC)


Centrífugo-sedimentação
Pesquisa de cistos, ovos e larvas

Metodologia:
Dissolver entre 1 ou 2g de fezes frescas em 10ml
de água corrente ou solução salina a 0,85%
Filtrar a suspensão com gaze ou filtro
descartável
Centrifugar por dois minutos a 1500rpm
Desprezar o sobrenadante, adicionar cerca de
2ml de água, agitar e centrifugar novamente
Repetir o procedimento até que o sobrenadante
se apresente mais claro
Adicionar 10ml de formol a 10%, homogeneizar e
deixar em repouso por cinco minutos
Acrescentar 3ml de éter ou acetato de etila,
agitar vigorosamente e centrifugar mais uma vez
Desprezar o sobrenadante e observar o
sedimento formado no microscópio (objetivas de
10x e 40x)
Adicionar lugol e lamínula é opcional

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Willis
Flutuação

Pesquisa de ovos de baixa densidade


(leves), ex: Ancilostomídeos
Metodologia:
Coletar de diversas partes do bolo fecal
aproximadamente 2g de amostra em um frasco
de borel
Completar 1/4 da capacidade do recipiente com
solução saturada de cloreto de sódio até a boca
do frasco para que se forme um menisco
Adicionar uma lamínula ou uma lâmina sobre o
menisco e deixar repousar por uns 20 minutos
Não deve haver formação de bolhas de ar neste processo

Remover a lamínula e inverter sua posição


rapidamente sobre uma lâmina
Observar a presença de parasitas no
microscópio na objetiva de 10x e 40x

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Faust
Centrífugo-Flutuação em sulfato de zinco
Pesquisa de cistos de
protozoários e de ovos leves
Metodologia:
Diluir cerca de 5g de fezes em 20 ml de água
Homogeneizar e filtrar em gaze, transferir para
um tubo de cônico e centrifugar por dois minutos
a 1.500 rpm (ou 1 min/2.500 rpm).
Desprezar o sobrenadante e ressuspender o
adicionando mais 10ml de água
Repetir as operações até que o sobrenadante
fique límpido (entre 3 a 5 vezes)
Desprezar o sobrenadante claro e ressuspender
o sedimento com uma solução de sulfato de zinco
a 33%, densidade de 1,18 g/ml e centrifugar mais
uma vez
Com o auxílio de uma alça de platina retirar a
película superficial formada, colocar em uma
lâmina com uma gota de lugol e lamínula
Analisar a amostra no microscópio

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Exame direto a fresco


Pesquisa de trofozoítos vivos
Metodologia:
Colocar entre duas a três gotas de salina a
0,85% em uma lâmina de vidro
Coletar com um palito diversas áreas das fezes,
transferindo uma pequena porção para a lâmina
Espalhar as fezes, adicionar lugol para facilitar
a identificação dos parasitas e observar ao
microscópio
A suspensão não deve ser muito espessa e nem muito fina

Graham (Fita gomada)


Pesquisa de ovos de Enterobius
vermicularis, Taenia saginata e
Taenia solium
Metodologia:
Em um tubo de ensaio envolver um pedaço de
fita durex, deixando o lado que gruda para fora
Deixar um pequeno espaço na fita durex para
colocar um papel e inserir as informações do
paciente
Afastar as nádegas e aplicar a superfície
aderente da fita na região perianal
Remover a fita, colocá-la sobre uma lâmina de
microscopia e observar no microscópio

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Baermann-Moraes
Termo-hidrotropismo
Pesquisa de larvas de nematóides
Metodologia:
Encher o funil com água aquecida entre 40ºC a
45ºC
Abrir a pinça de Mohr e deixar escorrer uma
pequena quantia de água para que seja evitado
a formação de bolhas de ar na haste e no tubo
Adicionar aproximadamente 10g de fezes recém
emitidas, sobre gaze ou filtro descartável
Deixar repousar por 120 minutos
Colher 5 a 7 ml da água em um tubo de cônico
Centrifugar um minuto a 1.000 rpm
Retirar o sedimento, corar com lugol e observar
ao microscópio nas objetivas de 10x e 40x

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Rugai
Hidrotropismo

Pesquisa de larvas de nematóides, em


especial: Strongyloides stercoralis
Metodologia:
Envolver as fezes do recipiente de coleta com
gaze dobrada, fazendo uma pequena “trouxinha”
Encher entre 70 a 100ml de água aquecida (40-
45ºC) num copo cônico
Colocar o material preparado com a abertura
voltada para baixo, em uma quantidade
suficiente para entrar em contato com as fezes.
Deixar em repouso por uma hora
Retirar o sedimento do fundo com auxílio de uma
pipeta e transferir para uma lâmina
Adicionar lugol e colocar uma lamínula por cima
Observar a amostra em microscópio

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Kato-Katz
Pesquisa de ovos de helmintos, como:
Shistosoma mansoni
Metodologia:
Colocar sobre um papel absorvente, uma
pequena amostra de fezes formadas
Comprimir as fezes na tela metálica ou de náilon
Remover as fezes que passaram para a parte
superior da tela e transferi-las, com o auxílio de
um palito, para o orifício do cartão, colocado
sobre uma lâmina de vidro
Após encher totalmente o orifício, retirar o
cartão cuidadosamente, deixando as fezes sobre
a lâmina
Cobrir as fezes com papel celofane (previamente
mergulhados na solução de verde-malaquita por
pelo menos 24 horas). Inverter a lâmina sobre
uma folha de papel e comprimi-la
Após duas horas de repouso em temperatura
ambiente, realizar a contagem de ovos
encontrados e multiplicar por 24 para saber o
número total de ovos por grama

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Como fazer gota espessa?


Metodologia:
Em uma lâmina de vidro adicionar entre três a
quatro gotas de sangue fresco (seja por punção
venosa ou polpa digital)
Com a ponta de outra lâmina, espalhar o sangue
em movimentos circulares, do centro para a
periferia, criando uma área de
aproximadamente 2 cm de diâmetro
Deixar secar em temperatura ambiente
Colocar a lâmina com a gota espessa num
recipiente com água corrente ou solução salina
para que ocorra a ruptura das hemácias
Retirar a lâmina com cuidado, deixar secar, fixar
e corar

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Como laudar EPF


O resultado do exame parasitológico de fezes é bem
simples, ou você encontrou ou não encontrou. Caso
encontre, deve ser respeitado a nomenclatura
binária: nome genérico + nome específico. E os
nomes científicos são sempre grifados, ou em itálico,
ou em negrito, relatando sempre o estágio do
parasita identificado, sendo ele patogênico ou não.

Ex:
Ovos de Enterobius vermicularis
Ovos de Enterobius vermicularis
Ovos de Enterobius vermicularis

Exemplo - Amostra positiva:


RESULTADO

Foram encontrados na amostra cistos de Giardia lamblia


Foram encontrados na amostra ovos de Ascaris lumbricoides

Exemplo - Amostra negativa:


RESULTADO

Não foram encontrados ovos e larvas de helmintos


Não foram encontrados cistos de protozoários

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Referências
LIVROS CONSULTADOS:

CUNHA, Andréa Mendonça Gusmão. Coleção Manuais


da Farmácia: Análises Clínicas. Salvador: Sanar, 2019
DE CARLI, Geraldo Attilio. Parasitologia clínica:
seleção de métodos e técnicas de laboratório para o
diagnóstico das parasitoses humanas. 2ed. São Paulo:
Atheneu, 2007
NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana, 11ed,
São Paulo:Atheneu, 2005.

LINKS CONSULTADOS:

http://atlasparasitologia.sites.uff.br/
https://bvsms.saude.gov.br/
http://www.ufrgs.br/para-site/
https://www.cdc.gov/dpdx/az.html
https://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page

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