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https://www.scielo.br/j/rep/a/VMnhc7zXJ8QHKGbKGhzrNwr/?

lang=pt
https://www.marxists.org/reference/archive/smith-adam/works/wealth-of-nations/book02/ch03.htm

Fisher separação das classes


https://dspace.gipe.ac.in/xmlui/handle/10973/24965

Em 1776, Adam Smith, no livro “A riqueza das nações”, apresenta as atividades de serviço como
improdutivas e de baixa rentabilidade. Ele afirma que, por exemplo, o “serviço” realizado pelos
empregados domésticos, não produz nenhum valor, pois, ele não se “conserta"ou se “realiza” de
nenhuma maneira permanente. “Serviço” não tem valor agregado pois não perdura e, não pode ser
“vendido"posteriormente.

Quase 100 anos depois, Marx estabelece que "um serviço nada mais é do que o efeito útil de um
valor de uso, seja da mercadoria, seja do trabalho”. Ou seja, é a capacidade de gerar lucros, que
define se uma atividade é ou não produtiva, independente se ela é de bens ou serviços.

Em 1935, Fisher ressignifica o valor do "serviço", apresentando a mudança da sociedade como


gatilho que inicia esse processo. Para ele, é uma característica conhecida do desenvolvimento da
economia “moderna” o fato que, a proporção da população envolvida no setor terciário tem
crescido.

Ele afirma ser de conhecimento popular, o fato que, os problemas na produção de bens
manufaturados parecem estar resolvidos, possibilitando aumentar a proporção de tempo, esforço e
capital na produção de bens e serviços.

Quando um certo padrão de eficiência é alcançado na industria primaria e secundaria, é desejável


que os serviços "não produtivos" de Adam Smith ocupem rapidamente maior proporção do tempo
da comunidade.

Caminhando um pouco mais nessa linha do tempo, em 1996, Anita Kon afirma que "A
característica Básica das atividades terciárias é representada pela simultaneidade entre
fornecimentos do serviço e consumo, isto é, o fato de essas etapas estarem contidas em espaços de
tempo coincidentes faz com que o produto desses serviços não se revista de caráter aparentemente
durável."

Na mesma obra, Kon (1996), apresenta atividades de serviço como um "Conjunto de unidades de
produção ( empresas ou estabelecimentos ) cuja a atividade principal é oferecer um serviço, e
correspondem à noção estatística de ramo de produção.” Ela define serviço como "atividades
econômicas que produzem utilidades relacionadas ao tempo, lugar, forma e benefícios
psicológicos."

Avançando mais 10 anos, Dimária Silva e Meireles (2006) descreve a natureza intangível dos
serviços como estando associadas à sua natureza de processo e não ao produto resultante. Para ela,
"processo é a priori intangível." Por ser um processo de trabalho, a prestação de serviço tende a
acontecer de forma simultânea ao consumo.

Na página 133 desta mesma obra, os autores afirmam que: ”A produção só acontece a partir do
momento em que o serviço é demandado e se encerra assim que a demanda é atendida. Esta
simultaneidade entre o ato de produzir e consumir torna, por sua vez, o serviço inestocável, pois o
seu fornecimento se dá de forma contínua no tempo e no espaço e ele se extingue tão logo se
encerra o processo de trabalho… serviço é simplesmente realização de trabalho em processo e é a
sua existência que garante a incessante reprodução do capital aplicado no setor ao qual está
vinculado, o que permite tratá-los de forma endógena e integrada no sistema econômico."

Podemos perceber uma crescente mudança na compreensão do conceito de “serviço”. Na segunda


metade do século XVIII, serviço era compreendido como improdutivo e de baixa rentabilidade”.
Quase cem anos depois, Marx estabelece a relação de lucro e valor do bem ou serviço. Na primeira
metade do século XX, com o avanço da indústria, o “valor"do serviço foi ressignificado. No
finalzinho desse mesmo século, os serviços são definidos como "atividades econômicas que
produzem utilidades relacionadas ao tempo, lugar, forma e benefícios psicológicos.” No início do
nosso século, "a questão fundamental na análise conceitual dos serviços consiste em compreender
que serviço é fundamentalmente diferente de um bem ou de um produto. Serviço é trabalho em
processo, e não o resultado da ação do trabalho; por esta razão elementar, não se produz um serviço,
e sim se presta um serviço.”(Dimária Silva e Meireles (2006)

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