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Bizu de Auditoria: Professores Davi Barreto e Fernando Graeff

Definição de Auditoria: A definição do objetivo da auditoria, segundo a NBC


TA 200 é: O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas
demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a
expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com
uma estrutura de relatório financeiro aplicável.

A estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatórios


financeiros (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício
etc.), adotada pela administração que é considerada aceitável em vista da
natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis, de acordo
com o que diz a lei, os regulamentos, as definições CFC etc.

Os objetivos gerais do auditor são: obter segurança razoável de que as


demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante,
independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o
auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a
estrutura de relatório financeiro aplicável; e apresentar relatório sobre as
demonstrações contábeis e comunicar-se, em conformidade com suas
constatações.

Não é seu objetivo: elaborar relatórios financeiros; identificar erros e


fraudes; garantir a integridade da informação, ou seja, que todos (100%)
os lançamentos contábeis foram efetuados corretamente; assegurar a
viabilidade futura da entidade; e atestar a eficiência ou eficácia dos
negócios conduzidos pela administração da entidade.

Principais diferenças entre a auditoria interna e externa:

Auditor Externo ou
Auditor Interno
Independente
Relação com a não possui vínculo
é empregado da empresa
empresa empregatício

Grau de
menor maior
independência
emissão de uma opinião sobre
Finalidade auxiliar a administração a adequação das
demonstrações contábeis
Tipos de
contábil e operacional contábil
auditoria

interno e externo
Público alvo interno
(principalmente o último)

Duração contínua pontual

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Volume de testes maior menor

em pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de


Onde é realizada
direito privado.

Aceitação do trabalho: O auditor, salvo obrigado por lei ou regulamento, não


deve aceitar o trabalho de auditoria que apresente limitação de escopo ou
quando não existirem as condições prévias para o trabalho de auditoria.
O a u d i to r i n d e p e n d e n te d e v e a c e i ta r o u c o n ti n u a r u m tr a b a l h o d e
a u d i to ri a s o m e n te q u a n d o h o u v e r. ..

E n t e n d im e n to c o m u m e n tre s o b re
E x is tê n c ia d a s c o n d iç õ e s p ré v ia s
o s t e rm o s d o tra b a l h o d e a u d ito ria

• A e s tru tu r a d e re la tó rio fin a n c e iro d a s • O a u d ito r d e v e e s ta b e le c e r c o m o a p ro p r ia d o ,


d e m o n s tra ç õ e s c o n tá b e is é a c e itá v e l; e o s te r m o s d o tr a b a lh o d e a u d ito r ia c o m a
a d m in is tr a ç ã o e o s re s p o n s á v e is p e la
• A d m in is tra ç ã o r e c o n h e c e e e n te n d e s u a
g o v e rn a n ç a ; e
re s p o n s a b ilid a d e :
– p e la e la b o r a ç ã o d a s d e m o n s tra ç õ e s • O s te r m o s d o tra b a lh o d e v e m s e r
c o n tá b e is d e a c o rd o c o m a e s tr u tu ra d e fo rm a liz a d o s n a c a r ta d e c o n tra ta ç ã o d e
re la tó r io fin a n c e iro a p lic á v e l; a u d ito r ia o u o u tr a fo rm a d e a c o r d o p o r
– p e lo c o n tro le in te rn o ; e e s c rito .
– p o r fo r n e c e r a o a u d ito r a c e s s o a to d a s a s
in fo rm a ç õ e s e p e s s o a s d a e n tid a d e .

O auditor não é responsável pela prevenção ou detecção de erros e fraudes. A


principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos
responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

São responsabilidades do auditor: identificar e avaliar os riscos de distorção


relevante decorrente de fraude; obter evidências sobre os riscos identificados
de distorção relevante decorrente de fraude, por meio da definição e
implantação de respostas apropriadas; e responder adequadamente face à
fraude ou a suspeita de fraudes identificada durante a auditoria.

Segundo as normas de auditoria, caso o auditor tenha identificado uma fraude


ou obtido informações que indiquem a possibilidade de fraude, deve comunicar
estes assuntos tempestivamente à pessoa de nível apropriado da

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administração que têm a responsabilidade primordial de prevenir e detectar
fraude (ex.: administração, responsáveis pela governança).

O planejamento é a etapa inicial da auditoria. O planejamento não é uma


fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo.

De acordo com a NBC TA 300, para a auditoria inicial, o auditor pode


considerar os seguintes temas adicionais na definição do planejamento:
manter contato com o auditor antecessor, para conduzir a revisão de seus
papéis de trabalho (exceto se for proibido por lei ou norma); verificar se os
saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as
demonstrações contábeis do período corrente; avaliar se as políticas contábeis
foram aplicadas de maneira uniforme nas demonstrações contábeis do período
corrente, ou as mudanças estão devidamente registradas, apresentadas e
divulgadas; considerar quaisquer assuntos importantes discutidos com a
administração e relacionados à escolha do auditor, à comunicação desses
temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam a estratégia
global de auditoria e o plano de auditoria; e outros procedimentos exigidos
pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhos de auditoria
inicial.

Materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados


pelo auditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstrações
contábeis como um todo, para adequadamente reduzir a um nível baixo a
probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas em
conjunto, excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um
todo.

A materialidade é, portanto, um valor de referência para o auditor (parâmetro)


que ele utiliza para ter segurança de que os problemas eventualmente
detectados nas demonstrações contábeis não se constituam em distorções
relevantes.

Ao estabelecer a estratégia global de auditoria, o auditor deve determinar a


materialidade para as demonstrações contábeis como um todo, mediante o
exercício de julgamento profissional. Veja que planejar a auditoria somente
para detectar distorção individualmente relevante negligencia o fato de que as
distorções individualmente irrelevantes, em conjunto, podem levar à distorção
relevante das demonstrações contábeis.

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Assim, o auditor deve definir a materialidade para execução da auditoria (um


ou mais valores), fixada para reduzir, a um nível adequadamente baixo, a
probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas, em
conjunto, excedam a materialidade para as demonstrações contábeis como um
todo.

Dessa forma é possível avaliar os riscos de distorções relevantes e determinar


a natureza, a época e a extensão de procedimentos de auditoria.

Risco de distorção relevante: Compete ao auditor obter segurança razoável


de que as demonstrações contábeis, como um todo, estão livres de distorção
relevante independentemente se causada por fraude ou erro. Uma importante
etapa, dentro desse processo, é identificar e avaliar os riscos de distorção
relevante, por meio do entendimento da entidade, do seu ambiente e controle
interno. Assim, é possível melhor formar uma base para o seu planejamento.

O controle interno representa em uma organização o conjunto de


procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de produzir dados
contábeis confiáveis (controles contábeis); trazer efetividade e eficiência às
operações (controles operacionais); bem como permitir a aderência às leis,
normas e regulamentos (controles normativos).

De acordo com a NBC TA 200, o risco de auditoria é o risco de que o auditor


expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações
contábeis contiverem distorção relevante. O risco de auditoria é uma função de
dois tipos de risco: dos riscos de distorção relevante e do risco de
detecção. O risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações
contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria.

Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação consistem em dois


componentes: risco inerente e risco de controle. Risco inerente é a
suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil
ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou
em conjunto com outras distorções, antes da consideração de quaisquer
controles relacionados. Risco de controle é o risco de que uma distorção que
possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classe de transação, saldo contábil
ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com
outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida
tempestivamente pelo controle interno da entidade.

Por fim, o risco de detecção é o risco de que os procedimentos


executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um nível
aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser
relevante, individualmente ou em conjunto com outras distorções.

O risco final (risco de auditoria) pode ser calculado como sendo o produto dos
diferentes tipos de risco:

Risco de Auditoria = Risco de Distorção Relevante x Risco de Detecção


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Segundo a NBC TA 500, na fase de execução, o auditor deve definir e executar
procedimentos de auditoria que permitam a obtenção de evidência de
auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões
razoáveis para fundamentar a sua opinião.

A suficiência é a medida da quantidade de evidência de auditoria, enquanto


que a adequação é a medida da qualidade dessa evidência, isto é, sua
relevância e sua confiabilidade para fornecer suporte às conclusões em que se
fundamenta a opinião do auditor.

Diz-se que suficiência e adequação são dimensões inter-relacionadas, pois a


primeira é afetada pela segunda, ou seja, quanto maior a qualidade, menos
evidência será exigida. Contudo, é preciso ficar atento, pois o caminho inverso
não é válido, ou seja, a obtenção de mais evidência de auditoria não compensa
a sua má qualidade.

Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao


auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar
sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas, permitindo que
eventuais distorções relevantes sejam identificadas.

Esses procedimentos podem ser divididos em dois grandes grupos: testes de


controle e os procedimentos substantivos, de acordo com o seu objetivo.
O primeiro grupo busca verificar se o controle interno funciona corretamente, o
segundo se dispõe a entender se os valores presentes nos sistemas contábeis
estão corretos, isto é, se são suficientes, exatos e válidos.

Teste de controle (=testes de observância ou exames de aderência):


procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos
controles internos na prevenção ou detecção e correção de distorções
relevantes no nível de afirmações.

Procedimentos substantivos: aqueles planejados para detectar distorções


relevantes no nível de afirmações, e podem ser divididos em: Testes de
detalhes: fornecem evidências nas quais o auditor verifica se os fatos
contábeis foram adequadamente registrados; e Procedimentos analíticos
substantivos (=revisão analítica): verificação do comportamento de valores
significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros
meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

Os principais procedimentos de auditoria utilizados e mencionados pelas


normas de auditoria independente do CFC são:
Os procedimentos de auditoria descritos abaixo podem ser utilizados como procedimentos de avaliação
de riscos, testes de controles ou procedimentos substantivos, dependendo do contexto em que sejam
aplicados pelo auditor:

Inspeção: envolve o exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma
eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um ativo.

Observação: consiste no exame do processo ou procedimento executado por outros, por exemplo, a observação
pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou da execução de atividades de controle.

Indagação: consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro,
dentro ou fora da entidade.

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Confirmação externa: representa evidência de auditoria obtida pelo auditor como resposta escrita de terceiro (a
parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. Os procedimentos de confirmação
externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmações associadas a certos saldos contábeis e seus
elementos.

Recálculo: consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo pode ser
realizado manual ou eletronicamente.

Procedimentos analíticos: consistem em avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações
plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos incluem também a investigação de
flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outras informações relevantes ou que se desviem
significativamente dos valores previstos.

Reexecução: envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente
realizados como parte do controle interno da entidade.

É importante lembrar também dos tipos de confirmação externa...

Amostragem: Ao selecionar os itens a serem testados, o auditor deve


determinar a relevância e a confiabilidade das informações a serem utilizadas
como evidência de auditoria. Os meios à disposição do auditor para a seleção
de itens são: seleção de todos os itens (exame de 100% ou censo); seleção de
itens específicos; e amostragem de auditoria.

Amostragem é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de


100% dos itens da população, de maneira que todas as unidades de
amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas, proporcionando
que o auditor possa concluir sobre toda a população.

A amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada de acordo


com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas. Já a amostragem não
estatística é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e
conhecimento da entidade, mas sem base científica. A escolha entre os dois
tipos de abordagem envolve principalmente a consideração da relação custo-
benefício do processo.

O risco de amostragem é definido como o risco de que a conclusão do


auditor, com base na amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse
sujeita ao mesmo procedimento de auditoria.

Métodos de seleção da amostra:

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O relatório de auditoria é o produto final da auditoria que deve conter a


expressão da opinião do auditor, sobre se as demonstrações contábeis (que
inclui as respectivas notas explicativas) são elaboradas, em todos os aspectos
relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Caso o auditor esteja satisfeito quanto à apresentação das demonstrações


contábeis, e julgue que estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, deverá emitir uma
opinião não modificada (=parecer padrão ou sem ressalvas).

De outro lado, o auditor deve modificar sua opinião, ou seja, emitir uma
opinião diferente da sem ressalva, quando: concluir, com base em evidência de
auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto
apresentam distorções relevantes; ou não conseguir obter evidência de
auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações
contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

De acordo com a situação o auditor poderá emitir uma opinião sem ressalvas
ou uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa ou, ainda, se abster de
opinar.

É emitida quando as demonstrações contábeis, no julgamento do auditor,


Opinião sem estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a
ressalva estrutura de relatório financeiro aplicável.

É emitida quando o auditor:


Opinião com
• tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui
ressalva
que as distorções são relevantes, mas não generalizadas,
individualmente ou em conjunto, nas demonstrações contábeis;
ou
• não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria
para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos
de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações
contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.
O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido
Opinião adversa evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções,
individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as
demonstrações contábeis.

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O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue
Abstenção de obter evidência apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele
opinião conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver,
sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e
generalizadas.

O parágrafo de ênfase serve para o auditor chamar a atenção para um


assunto apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo
seu julgamento, é fundamental para o entendimento pelos usuários das
demonstrações contábeis.

A documentação de auditoria (papéis de trabalho) fornece as evidências para


uma conclusão quanto ao cumprimento do seu objetivo global, bem como de
que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e
exigências legais e regulamentares aplicáveis.

O auditor pode usar quaisquer documentos e demonstrações preparados


ou fornecidos pela entidade, desde que avalie sua consistência e se
satisfaça com sua forma e conteúdo, como: informações sobre a estrutura
organizacional e legal da entidade; cópias ou excertos de documentos legais,
contratos e atas; e cartas de responsabilidade da administração.

Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor. Partes ou


excertos destes podem, a critério do auditor, serem postos à disposição da
entidade. A confidencialidade dos papéis de trabalho é dever permanente
do auditor. O auditor deve manter a custódia dos papéis de trabalho pelo
prazo de cinco anos, a contar da data do relatório de auditoria.

Os papéis de trabalho podem ser classificados em correntes ou


permanentes: correntes: utilizados em apenas um exercício social (ex.:
extratos bancários); permanentes: utilizados em mais de um exercício social
(ex.: estatuto social)

A investigação dos eventos ou transações subsequentes, os quais por sua


relevância possam afetar substancialmente a situação patrimonial e/ou

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financeira da empresa, e a sua consequente revelação, é atividade típica da
auditoria externa independente.

Tipo de evento entre o término entre emissão do após a divulgação


subsequente do exercício e a parecer e a das
emissão do divulgação das demonstrações
relatório demonstrações contábeis

O auditor tem SIM NÃO NÃO


responsabilidade em
indagar por eventos
subsequentes?
O que acontece quando a Emite opinião sem Emite novo relatório Emite novo relatório
administração faz as ressalvas com parágrafo de com parágrafo de
alterações necessárias? ênfase (data posterior à ênfase (data
data das modificações) posterior à data das
modificações)
O que acontece quando a Opinião com Opinião com ressalvas Medidas para
administração não faz as ressalvas ou ou adversa impedir que o
alterações necessárias? adversa relatório seja
utilizado por
terceiros

O uso de estimativas, desde que razoáveis, é uma parte essencial da


preparação das demonstrações contábeis e não afeta sua confiabilidade. Os
cálculos das estimativas contábeis são de exclusiva responsabilidade da
administração da entidade.

Ao auditor cabe tomar conhecimento da forma como as estimativas foram


apuradas, analisando os controles, os procedimentos e os métodos
utilizados pela entidade, e deve assegurar-se que as estimativas relevantes,
individualmente consideradas, são razoáveis.

Então, para verificar se as estimativas são razoáveis o auditor deve: Analisar a


fundamentação matemático-estatística dos procedimentos utilizados pela
entidade na quantificação das estimativas; e Verificar a coerência das
estimativas com o comportamento dos itens estimados em períodos anteriores,
as práticas correntes em entidades semelhantes, os planos futuros da
entidade, a conjuntura econômica e as suas projeções.

Compete ao auditor obter evidência suficiente sobre a adequação do uso, pela


administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração
e apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre
se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade
operacional.

A ausência de qualquer referência à incerteza de continuidade operacional, no


relatório do auditor independente, não pode ser considerada uma garantia da
capacidade de continuidade operacional.

O auditor deve, portanto, revisar a avaliação da administração sobre a


capacidade de continuidade operacional, cobrindo o mesmo período utilizado

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pela administração em sua avaliação – período este que deve ser de, no
mínimo, 12 meses a partir da data das demonstrações contábeis.

Essa avaliação é feito com base na análise de indicações de risco a


continuidade: Financeiras (ex.: patrimônio líquido negativo); Operacionais
(ex.: perda de pessoal chave sem reposição); e Outras Indicações (ex.:
processos legais ou regulatórios pendentes)

Representação formal É uma declaração escrita pela administração,


fornecida ao auditor, para confirmar certos assuntos ou suportar outra
evidência de auditoria. Entre outros usos, o auditor deve solicitar à
administração que forneça representação formal de que ela cumpriu a sua
responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis.

Sempre que o auditor não possa ter uma expectativa razoável quanto à
existência de outra evidência de auditoria pertinente, ele deve obter
declarações por escrito da administração sobre os assuntos significativos para
as Demonstrações Contábeis. As declarações da administração não substituem
outras evidências de auditoria.

O Decreto 43.463/2012 que trata do Sistema de Controle Interno do Poder


Executivo, cuja gestão compete à Secretaria de Estado de Fazenda,
dividiu-o em dois subsistemas: Subsistema de Auditoria, e Subsistema de
Contabilidade.

O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo tem as seguintes


finalidades: assegurar eficácia, eficiência e economicidade na administração e
aplicação dos recursos públicos; auxiliar a Administração no sentido de evitar
erros, fraudes, abusos, malversação, desvios, perdas e desperdícios; garantir o
cumprimento das normas técnicas, administrativas e legais; identificar erros,
fraudes, desvios, malversação e seus agentes; salvaguardar o patrimônio
público; gerar informações sobre a gestão pública, de modo a orientar a
tomada de decisões.

O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo visa: assegurar o


exercício da administração superior da Administração Pública Estadual, a cargo
do Governador do Estado; auxiliar no aperfeiçoamento da gestão pública, nos
aspectos de formulação, planejamento, coordenação, execução e
monitoramento das políticas públicas; garantir a transparência e a integridade
dos atos praticados na Administração Pública; assessorar os órgãos
responsáveis pela gestão governamental; assessorar os administradores de
bens e recursos públicos nos assuntos pertinentes à área de competência do
controle interno, inclusive sobre a forma de prestar contas.

Para consecução de suas finalidades, o decreto prevê que o Sistema de


Controle Interno poderá utilizar três técnicas de trabalho: Práticas
contábeis; Auditoria; e Fiscalização.

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