Você está na página 1de 11

Ética e Deontologia Profissional

A IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO CONDUTA E

ÉTICA EM OSTEOPATIA

Luis Manuel Vieira Amorim – Nº 6571 - Turma A – 3 Meses – 27 jan. 21

Professora: Paula Cabral

2
Conteúdo
1- A conceção do Código de Conduta no âmbito da Osteopatia ......................................... 4
2- Princípios ............................................................................................................................ 5
3- Exigências éticas e fatores deontológicos na osteopatia ................................................... 7
4- Conclusões ......................................................................................................................... 9
Bibliografia ............................................................................................................................ 10

3
1- A conceção do Código de Conduta no âmbito da
Osteopatia

 Sendo a Osteopatia uma área Terapêutica com Legislação abrangente,


tanto ao nível das TNC, como na Legislação aplicável á própria Osteopatia,
nomeadamente no que diz respeito á caracterização da Osteopatia, aos
recurso-humanos, á formação dos seus profissionais, aos requisitos
específicos dos espaços físicos, aos licenciamentos, etc.. Há agora a
necessidade emergente de criar uma regulamentação que regule os
comportamentos no âmbito da sociedade Osteopática.

 A Osteopatia como área da saúde de relevante importância em que o


profissional Osteopata, cumpridor, credenciado, integro, trabalha paredes
meias com aquele que se diz Osteopata, mas na realidade é apenas um
impostor. Um código de ética é fundamental para o controlo do exercício
profissional de forma a detetar e erradicar situações de exercício ilegal.
(Portaria n.º 172-E/2015, 2015)

 Segundo a teoria do mínimo ético: “consiste em dizer que o Direito


representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a
sociedade possa sobreviver”. Então há necessidade de criar um mínimo de
Leis influenciadas pela Moral de modo a que a atividade de Osteopatia seja
credível e valorizada pela sociedade.

 Em todas as sociedades ou grupos profissionais tem de haver normas


específicas orientadoras, dentro do Moral, de modo a que os seus
elementos constituintes compreendam os conceitos de direito e dever, do
bem e do mal.

 “Não há confiança sem ética. Sem que o outro saiba o que espera de nós e,
porque o futuro nos reserva desafios complexos e um só ato pode ser
suficiente para colocar em causa o resultado do esforço e dedicação de
décadas, logo um código de ética visa ajudá-lo enquanto profissional de

4
osteopatia a atuar com integridade e a contribuir para manter o setor da
saúde nos padrões éticos que norteiam toda a atividade.”

 “Código de Ética, elucida sobre os princípios e valores estruturantes na


prática de osteopatia”

 “Código de Conduta, é de cumprimento obrigatório para todos os que


exercem a prática da osteopatia, independentemente das suas funções,
responsabilidades e posição hierárquica.”

2- Princípios
 As relações sociais na empresa

“Os líderes que buscam um objetivo maior são capazes de alicerçar a cultura
ética organizacional, promovendo, assim, um elevado padrão de
engajamento dos seus grupos de interesses. Eles valorizam as pessoas e seus
talentos e tomam decisões que visão a estabelecer relações confiáveis,
garantido a integridade da companhia”. (Lourenço)

De facto, uma empresa com uma liderança integra, sustentada numa ética
organizacional, que valorize as pessoas, as suas capacidades e talentos, as
suas forças e suas fraquezas que lhes dê oportunidades de fazer parte de
um bem comum, formando uma empresa socialmente engajada com os
seus colaboradores.

Com este tipo de empenho por uma causa, a empresa, os benefícios serão
imensos. Nomeadamente ao nível da reputação e reconhecimento da
própria marca com todas as vantagens que essa reputação proporciona.

 Condições de trabalho

A empresa tem por obrigação proporcionar as condições de trabalho ideais


para cada especificidade de trabalho.

Para que haja produção tem de haver condições de trabalho proporcionais.

5
Tendencialmente quanto melhores as condições de trabalho, maior
satisfação dos colaboradores e maior e melhor produção.

 Salários e rendimentos

O salário deverá ser justo e condizente com as capacidades e


conhecimentos técnico-profissionais.

Jamais poderá haver discrepância de salários por motivos de diferenças


raciais, sexuais ou xenófobas.

Para função igual, salário igual.

Poderá eventualmente haver prémio pelo desempenho.

 Saúde e segurança

A avaliação de riscos constitui a base para uma gestão bem-sucedida de


saúde e segurança do trabalhador, sendo um fator-chave para reduzir a
ocorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Se for
corretamente aplicada, poderá melhorar a segurança e a saúde no local de
trabalho, bem como o desempenho da empresa em geral.

 Igualdade de oportunidades e não discriminação

As oportunidades deverão ser iguais e da mesma forma para todos e a


ascensão deverá ter por base a qualificações e a competências e não por
discriminação nomeadamente com base em ascendência, sexo, raça,
língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas,
instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

 A organização do trabalho

O osteopata deve elaborar um plano de tratamento que conte com a


participação ativa e consentida do cliente, onde conste o prognóstico, os
resultados a atingir, os métodos e técnicas terapêuticos utilizados e a
avaliação regular do seu progresso; (Portaria n.º 207-B/2014, 2014)

6
 Relações com pacientes

O osteopata deve ter uma relação estritamente profissional com o


paciente.

Não interferir nas suas ideias ou convicções. Estabelecendo uma relação


adequada com o paciente.

Assegurar uma conduta ética com vista á qualidade da prestação do


serviço de saúde de osteopatia.

 Relações com as autoridades reguladoras

As relações com as autoridades reguladoras deverão ser de cooperação, de


aceitação e cumprimento das normas instituídas. (Portaria n.º 25/2014,
2014)

 Relações outras clínicas do mesmo setor

As relações com as clínicas do mesmo setor, devem ser baseadas numa


concorrência leal. Partindo do pressuposto que cumprem os requisitos
mínimos relativos à organização e funcionamento, recursos humanos e
instalações técnicas para o exercício da atividade das terapêuticas não
convencionais como definido na Lei.

As clínicas devem assumir uma conduta ética que tenha em vista a


garantia da qualidade da prestação de cuidados de osteopatia, onde a
diferença de preços praticados possa revelar a diferença dos cuidados
prestados.

Por questões concorrenciais, as clínicas de osteopatia não poderão praticar


honorários abaixo do que é razoável, de forma a não colocar em causa a
credibilidade da profissão. (Portaria n.º 182/2014, 2014)

 Sigilo profissional, privacidade e confidencialidade

O osteopata tem obrigatoriedade de manter o sigilo profissional na relação


com o paciente, nomeadamente quanto á anamnese e ao diagnóstico.
Assim como também deve respeitar a privacidade e fazer respeitar a
privacidade do paciente mediante o ato osteopático. Tal como a

7
confidencialidade do teor de conversação tida dentro do consultório com
o paciente.

Para uma anamnese completa e direcionada ao objetivo, que é o


diagnóstico, o paciente terá de sentir absoluta confiança no osteopata e ter
a certeza de que sigilo profissional e confidencialidade são valores
inquestionáveis e absolutos para o osteopata.

O osteopata deve garantir a confidencialidade da informação de saúde,


bem como o sigilo, de acordo com as normas legais em vigor.

 Aplicação e acompanhamento do código de conduta

A aplicação e acompanhamento do código de conduta deverá de ser feito


por uma entidade legalmente constituída, com capacidade para elaborar
uma ética especial para a osteopatia, com códigos que proponham
sansões, de acordo com os seus princípios e procedimentos, a quem os
infrinja.

Será uma Ordem dos Osteopatas.

3- Exigências éticas e fatores deontológicos na osteopatia

 O Código de Ética pretende clarificar, recordar e divulgar um conjunto de


normas de conduta e informações complementares que sirvam de
instrumento orientador ao desenvolvimento das atividades internas da
instituição.

 Considerando, na minha opinião, que na sociedade atual cada vez mais o


relevante, o reconhecido e o mais valorizado é o poder económico, ou
qualquer demonstração de poder, a valorização do ego, a ambição pelo
que é material. Esse paradigma social cada vez mais presente, poderá
tornar-se um perigo para a própria sociedade.

Para que qualquer sociedade possa subsistir são necessárias normas que
regulam os comportamentos individuais quando estes se relacionam. Para
que cada individuo saiba o que lhe é permitido e o que lhe é de direito. O
que lhe é proibido e as suas consequências.

8
Neste sentido, as exigências éticas na osteopatia, são demais importantes e
urgentes a elaboração de um código deontológico com uma entidade
própria que regulamente e fiscalize.

Em Portugal existem várias associações de Osteopatas rivalizando umas


com as outras, cada uma com o seu Código de Ética que não se distinguem
muito umas das outras, porventura se complementem. Mas o caminho não
será esse.

O futuro é a criação de uma Ordem dos Osteopatas onde todos os


osteopatas se possam rever como pertença de uma só sociedade de
Osteopatas com um único Código de Ética e Deontologia.

Os termos do nº3 do Artigo 4.º da Portaria nº207B/2014, define os


principias de conduta do osteopata:

a) Assumir uma conduta ética que tenha em vista a garantia da qualidade


da prestação de cuidados de osteopatia;

b) Assentar a relação com o cliente na confiança e na informação, devendo


saber comunicar de forma a construir e manter uma relação terapêutica;

c) Não causar dano deliberado ou prejudicar o cliente, em qualquer


circunstância, no âmbito da sua profissão;

d) Encaminhar o cliente, sempre que necessário, para o profissional de


saúde melhor habilitado a tratar a situação de saúde do mesmo;

e) Não criar falsas expectativas relativamente aos resultados esperados


com o tratamento;

f) Não tratar pessoas com situações que se verifique não serem suscetíveis
de qualquer melhoria do seu estado de saúde através da osteopatia;

g) Aplicar apenas os tratamentos úteis e necessários à manutenção ou


recuperação da saúde da pessoa;

h) Elaborar um plano de tratamento que conte com a participação ativa e


consentida do cliente, onde conste o prognóstico, os resultados a atingir,
os métodos e técnicas terapêuticos utilizados e a avaliação regular do seu
progresso; i) Prestar cuidados osteopáticos de elevada qualidade,
garantindo sempre a segurança do cliente;

j) Aceitar a multiculturalidade, não pondo em causa o respeito pelo


princípio da não discriminação dos pacientes, nomeadamente com base
em ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica,
condição social ou orientação sexual;
9
k) Dispor -se a participar na formação no âmbito da osteopatia,
nomeadamente acolhendo estudantes e estagiários;

l) Assegurar a oportunidade, a qualidade, o rigor e a humanização dos


cuidados de saúde osteopáticos; m) Garantir a confidencialidade da
informação de saúde, bem como o sigilo, de acordo com as normas legais;

n) Assegurar a elaboração e a permanente atualização da informação de


saúde, e registar os tratamentos efetuados;

o) Garantir o aperfeiçoamento profissional através da formação contínua.

4- Conclusões
Em todas as sociedades ou grupos profissionais tem de haver normas
específicas orientadoras, dentro do Moral, de modo a que os seus
elementos constituintes compreendam os conceitos de direito e dever, do
bem e do mal.

Segundo a teoria do mínimo ético: “consiste em dizer que o Direito


representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a
sociedade possa sobreviver”. Então há necessidade de criar um mínimo de
Leis influenciadas pela Moral de modo a que a atividade de Osteopatia seja
credível e valorizada pela sociedade.

Aludindo à Constituição da República Portuguesa, onde estão legislados


todos os direito, liberdades, garantias e deveres fundamentais dos
cidadãos portugueses. E interpretarmos o Artigo 1.º - porventura o mais
importante –“Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da
pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma
sociedade livre, justa e solidária.” Também o Código Deontológico para os
Osteopatas deverá alinhar em idênticos valores. Valores esses que não
deixem dúvidas na dignidade da prática da osteopatia, que esse Código
Deontológico seja alicerçado em princípios morais e com um Código de
Ética que elucida e fundamente os princípios que regem a prática da
osteopatia em Portugal.

Na minha perspetiva, a criação de um Código Deontológico para os


Osteopatas de Portugal, só traria vantagens. Assim como uma Ordem dos
Osteopatas que seria o órgão que o deveria elaborar e fazer cumprir.

10
Bibliografia
Cabral, P. C. (s.d.). Slides de apresentação Ética e Deontologia profissional em
osteopatia. Ética e Deontologia profissional em osteopatia.

Constituição da República Portuguesa Sétima Revisão Constitucional. (2005).

https://www.act.gov.pt/. (s.d.).

Lourenço, L. (s.d.). A importância da responsabilidade social nas empresas.


https://migalhas.uol.com.br/.

Portaria n.º 172-E/2015. (05 de 06 de 2015). Diário da República.

Portaria n.º 182/2014. (2014). Diário da República 176.

Portaria n.º 207-B/2014. (2014). Diário da República.

Portaria n.º 25/2014. (03 de 02 de 2014). Diário da Republica.

11

Você também pode gostar