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BIOGEOGRAFIA

Profª Vânia Sueli da Costa

OBJETIVOS

• Compreender o ambiente como um conjunto de elementos bióticos e abióticos inter-


relacionados, cuja origem e distribuição se fazem necessárias para o estudo da fito e da
zoogeografia, como consequente atuação profissional;

• Analisar criticamente o mecanismo de formação e funcionamento das biocenoses, bem como a


importância dos aspectos evolutivos e modificações físicas que permitam a especiação dos seres
vivos no planeta;

• Avaliar criticamente o papel das atividades humanas nos ecossistemas e quais as consequências
da ação dessas atividades e seus impactos ambientais.

EMENTA

• Biogeografia histórica. Tectonismo e biogeografia. Biogeografia de ilhas e teoria de refúgios.


Fatores abióticos e bióticos interferindo na distribuição dos seres vivos, com enfoque em
fitogeografia. Formação dos grandes biomas e sua distribuição no passado e atual. Ecorregiões
brasileiras. Conservação da natureza.

METODOLOGIA

 Aulas expositivas, com ou sem audiovisual. Apresentação de fitas de vídeo. Leitura,


interpretação e discussão de artigos técnico-científicos pertinentes ao programa. Estudo dirigido.
Seminários. Aulas de campo de caráter prático e interdisciplinar em ecossistemas do Rio de
Janeiro, como: manguezal, restinga e mata atlântica.

AVALIAÇÃO

 Ocorrerá de forma contínua no decorrer da disciplina, sendo verificado o desempenho e o


interesse do aluno em trabalhos propostos em sala de aula, a partir da leitura crítica de artigos
técnico-científicos. Desempenho em provas e estágios, segundo regulamento da IES. Frequência
e pontualidade.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil. 2ed. Rio de Janeiro: Âmbito
Cultural/ HUCITEC, 1997.

• COX, C. Barry & MOORE, Peter D. Biogeography. 7 ed. An ecological and evolutionary
approach. 6 th ed. London: Blackwell, 2005.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

 RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

 ODUM. E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

 McALESTER, A. L. História geológica da vida. São Paulo: Edgar Blucher, 1971.

 PAPAVERO, N. TEIXEIRA, D. M. & LLORENTS-BOUSQUETS, J. História da Biogeografia


no período pré-evolutivo. São Paulo: Plêiade/ FAPESP, 1997.
BIOGEOGRAFIA

DEFINIÇÕES:

1. É uma ciência, um ramo da Biologia ou da Geografia, que se preocupa


com a distribuição dos seres vivos, tanto na atualidade quanto no
passado.
2. Quer dizer geografia da vida ou distribuição geográfica dos seres vivos.
3. Preocupa-se com a história evolutiva dos seres vivos, qual ou quais os
fatores que determinaram a distribuição dos táxons em uma ou mais
regiões.
4. A biogeografia tem por objetivo o estudo da distribuição dos seres vivos
sobre a superfície do globo, atualmente ou no tempo passado, e das
condições desta distribuição, contemplando a composição da flora e
fauna viventes ou fósseis, o determinismo e as conseqüências desta
composição.
5. A biogeografia se preocupa com essa história associada cada região.

I. CONCEITUAÇÃO BÁSICA: a base de estudo da biogeografia se encontra


associada a várias outras ciências, dentre elas a ecologia, tornando-se
necessário o conhecimento da organização dos ecossistemas a fim de que
possamos perceber também sua distribuição geográfica. Os níveis de
organização são os seguintes:
A. ESPÉCIE: é o conjunto de indivíduos geneticamente semelhantes, que
apresentam capacidade de se reproduzirem gerando descendentes férteis. O
impedimento que espécies “próximas” têm de reproduzirem entre si depende de
três fatores: um físico, um químico e um biológico. Com relação ao fator físico
podemos citar a morfologia dos aparelhos reprodutores principalmente quanto às
suas dimensões. Quimicamente pode ser citado o feromônio, hormônio de
atração entre espécies animais isto é, o hormônio que identifica animais de
mesma espécie, atraindo machos e fêmeas. Biologicamente o impedimento fica
por conta do número cromossomial encontrado nos óvulos e espermatozóides,
ou seja, se o número e o tipo de comossomos do macho e fêmea não forem
compatíveis, eles podem até copular porém não haverá prenhez. Em alguns
casos há condição de todas estas barreiras serem transpostas como é o caso do
cruzamento entre éguas e jumentos, que geram os burros. Neste caso, não se
pode considerar que égua e jumento sejam de mesma espécie, vez que o burro é
infértil. Houve, portanto, cruzamento entre espécies distintas, próximas, mas não
iguais.

B. POPULAÇÃO: é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie, que habita


determinada região. Ex: população de mosquitos, população de bois, população
de roseiras, população de bactérias etc.

C. COMUNIDADE: é uma associação de populações que interagem em


determinada área. Ex: a reunião de uma população de acarás, uma de algas e
uma de neons, em um aquário. Há dois tipos de comunidade: BIÓTICA e
ABIÓTICA. Compreende-se por comunidade biótica o conjunto de populações
isto é, o conjunto representado por todos os seres vivos de um ecossistema. Já a
comunidade abiótica é representada pelos fatores físicos e químicos do
ambiente, que interferem no desenvolvimento e na manutenção da comunidade
biótica. Ex: a temperatura, a umidade, o tipo de solo, o grau de salinidade da
água, a quantidade de luz solar, a acidez do solo etc.

D. ECOSSISTEMA: é todo ambiente delimitado onde são consideradas presentes


as comunidades biótica e abiótica. Ex: um aquário marinho povoado por peixes,
algas, estrela-do-mar, uma lagoa de água doce em ambiente temperado, a
Amazônia, um jardim ensolarado etc.

E. BIOSFERA: é o conjunto de todos os ecossistemas do planeta. É a esfera de


vida, ou seja, é onde se pode encontrar vida. A biosfera tem aproximadamente
vinte quilômetros de espessura, indo das fossas Marianas ao pico do Evereste,
onde já foram encontrados esporos de bactérias.

F. ECOSFERA: é considerada, atualmente, como o maior nível de organização da


ecologia. Compreende o conjunto formado pelas quatro esferas: a atmosfera ou
esfera de ar; a hidrosfera ou esfera de água; a litosfera ou esfera de terra e a
biosfera ou esfera de vida. Tal conceito é justificado pela Hipótese Gaia que
defende a idéia de que as esferas mencionadas estão intimamente ligadas, uma
interagindo com as outras, permitindo um perfeito equilíbrio do planeta. Estima-
se que, havendo desequilíbrio em uma das esferas, há conseqüências sobre o
funcionamento das outras, podendo provocar sérios danos a todos os
ecossistemas,direta ou indiretamente.

G. HABITAT: é o local onde um ser vivo está perfeitamente adaptado a viver. Ex:
baleias só são encontradas em água salgada assim, o mar é seu habitat.

H. NICHO ECOLÓGICO: é o papel que cada ser vivo desempenha no seu habitat.
Quando descrevemos o modo de vida de um coelho, estamos nos referindo ao
seu nicho ecológico. Ex: o coelho é herbívoro, reproduz-se sexuadamente, é
vivíparo, vive em tocas subterrâneas, as fêmeas amamentam os filhotes etc

BIOGEOGRAFIA HISTÓRICA

A ORIGEM E O DESENVOLVIMENTO DA VIDA PRIMITIVA

 TERRA: calcula-se que tenha sido formada a cerca de 4,5 bilhões de anos.
 FÓSSEIS: os mais antigos já encontrados têm cerca de 600 milhões de anos e, como
são eles que garantem a comprovação documental de vida no planeta, a estimativa do
início de vida na Terra baseia-se em teorias.
 SERES VIVOS: todos são constituídos por apenas seis elementos químicos
predominantes.

COMPOSTOS FUNÇÕES COMPOSIÇÃO


ÁGUA Solvente universal H–O
CARBOIDRATOS Fonte de energia H–O–C
GRAXAS Reserva de energia H–O–C
FOSFATOS DE Transferir a energia H–O–C

ADENOSINA
PROTEINAS Estruturar e formar o citoplasma H–O–C–N–S

das células. (formam 20 aa essenciais)


ÁCIDOS NUCLEICOS Presidir à síntese de proteinas. H – O – C – N – P (organizam-se

(DNA e RNA) em 5 nucleotídeos fundamentais)

OS PRIMEIROS ORGANISMOS

Miller construiu um aparelho onde circulavam os gases que formavam a atmosfera primitiva
da Terra (metano, amônia e hidrogênio), misturados aos vapores de água. Quando submetidos a
fortes descargas elétricas (ao fim de uma semana), a água se tornou turva e avermelhada. Ao
ser examinada mostrou a presença de alguns aminoácidos, estruturas orgânicas básicas
componentes das proteínas.

Experiências posteriores conseguiram demonstrar a formação de um grande número de


compostos pertinentes aos seres vivos.

Essas águas primitivas foram chamadas de “sopa orgânica diluída”, base alimentar dos
primeiros seres vivos.

HISTÓRIA DA BIOGEOGRAFIA NO PERÍODO PRÉ-EVOLUTIVO

1. LIVRO DO GÊNESIS: a mais antiga e duradoura teoria biogeográfica. Com ele ocorreu
o nascimento da idéia de centro de origem e dispersão.

OS MITOS DAS HIPÓTESES DE DISPERSÃO

A. Mito do Éden (paraíso terrestre): o centro de origem e dispersão primordial.


B. Mito do Dilúvio e do Ararat: formou-se a idéia dos centros secundários de
dispersão. A discussão maior girou em torno da hipótese de que, na Arca de Noé, foram
transportados apenas quadrúpedes e aves. Assim, como teriam surgido todos os demais seres
vivos?

C. Mito de Babel: outro centro secundário de dispersão. Como biblicamente se constata


que Noé descendia de Adão, conclui-se que após o dilúvio a Terra foi povoada a partir dos
filhos de Noé, constituindo esse o primeiro padrão geográfico de distribuição dos povos
descendentes de um ancestral comum. Assim, fica levantada a questão: como surgiram os
diferentes povos, com línguas e cores de pele diferentes? Considera-se que desse centro de
origem, animais (e homens) dispersam-se para povoar o mundo; durante a dispersão radial,
podem eles terem sofrido mudanças em seus caracteres somáticos, provocadas pela influência
direta do meio e herança desses caracteres adquiridos (assim se teriam originado as diferenças
dos diversos grupos de raças humanas.

2. SANTO AGOSTINHO: O PROBLEMA DAS BARREIRAS À DISPERSÃO

 Como os animais terrestres alcançaram as ilhas oceânicas?

 Em “A Cidade de Deus”, Santo Agostinho (354-430 d.C.) defendeu que a dispersão


pode ocorrer de duas maneiras:

1. métodos próprios (faculdades físicas próprias)


2. passivamente (pelo homem ou por anjos).

 Com base nestas hipóteses concluiu que o hemisfério sul era desabitado.

 (Teoria Aristotélica)

 Crise no paradigma criacionista no séc. XV: como explicar a descoberta de animais e


homens no Novo Mundo?

A QUESTÃO DOS ANTÍPODAS.

Aristóteles havia explicado, em Meteorológica, que a Terra era dividida em cinco


zonas climáticas latitudinais:

 duas glaciais, próximas aos pólos;

 duas temperadas (norte e sul), aptas para serem habitadas, mas sem comunicação
alguma entre si, inexoravelmente separadas pela zona tórrida;

 uma zona média tórrida, situada no equador, tão quente e árida que não possuía nem
águas nem pastagens.
Acreditava que havia também terras no hemisfério sul do globo terrestre, o que garantia
certa simetria e o próprio equilíbrio de nosso planeta. Seriam essas terras do hemisfério sul
habitadas por homens e animais? Santo Agostinho, que aceitava a esfericidade da Terra,
combateu a idéia de que homens pudessem viver do lado oposto do mundo, dizendo
que .não falam as Escrituras de tais descendentes de Adão, e, Deus não permitiria que ali
vivessem, pois não teriam acesso ao cristianismo, contrariando as Escrituras.

3. HIPÓTESE DA PONTE INTERCONTINENTAL (SÉC. XV E XVI)

 A Ilha de Atlântida: ponte entre o Velho e o Novo Mundo, através da qual poderiam ter
passado a pé enxuto os animais descendentes dos indivíduos transportados por Noé,
tendo essa ilha dimensões muito maiores do que se supunha.
 O estreito de Anian: um hipotético estreito, mencionado por Marco Polo, hoje estreito
de Bering), que permitiria aos animais (e homens) oriundos da Ásia, passarem à América
do Norte e desta continuarem sua dispersão rumo ao sul. Mas, persistia o problema das
diferenças morfológicas e do número sempre crescente de espécies que iam sendo
descritas e por vezes registradas pelo traço dos viajantes e naturalistas.

4. A HIPÓTESE DE JOSEPH D’ACOSTA

Foi ele quem postulou a existência do Estreito de Bering, somente descoberto no século
XVIII. Desenvolveu, ainda, teorias que respondessem ao problema das espécies isoladas
(endêmicas), considerando-as como “acidentes” nas linhagens.

Apresentou três hipóteses para substituir a ideia da ponte intercontinental:

1. Os índios vieram por vontade própria, navegando desde o Velho Mundo;


2. Os índios foram conduzidos às Índias por tormentas, contra à vontade;
3. O continente americano deveria estar ligado, em alguma parte, ao Velho Mundo
(desconsiderando a hipótese de Atlântida).

5. A HIPÓTESE DE RELEIGH

Na arca, foram salvas apenas as espécies originais, criadas por Deus no Jardim do
Éden. Após o dilúvio, os animais começaram a emigrar a partir desse ponto, reproduzindo-se
não só dentro de sua própria espécie, mas também hibridando e dando origem a novas
espécies (combinações das primitivas criadas por Deus), que, por sua vez, também iriam se
transformando à medida que se afastavam do centro de origem, por influência do meio,
herdando esses caracteres adquiridos. Assim, quanto mais afastado do Ararat, maior
diversificação haveria entre os animais encontrados, o que não foi precisamente confirmado.
6. HIPÓTESE DE ATHANASIUS KIRCHER

Em resposta à crise do paradigma criacionista publicou a “Arca de Noé” (1675), onde


admitiu que o patriarca transportara apenas umas poucas espécies de vertebrados, os
bissexuais de fecundação cruzada. Explicou o problema da dispersão, afirmando que os
animais foram nadando de ilha em ilha, cruzando estreitos ou transportados pelo homem. O
problema das espécies diferentes do Velho Mundo ocorreu por herança dos caracteres
adquiridos ou formação de híbridos. Sugestão de transformismo das espécies: a “cópula
promíscua”, cuja degeneração levava a inferioridade.

Exemplos de híbridos (Kircher, 1675):

+ =
O pardo, em cópula promíscua com o leão, teria originado o leopardo.

+ =
Assim também a tartaruga, em cópula promíscua com o porco espinho originaria o tatu.

+ =
E do cruzamento entre o leão e a águia surgiria o grifo, animal nunca descrito
cientificamente.

7. A HIPÓTESE DE LINNAEUS

Publicou “Discurso sobre o aumento da Terra habitável”, onde desenvolveu sua hipótese
baseada em três premissas:
A. Zonação climática altitudinal das plantas do monte Ararat.

B. Economia da natureza.

C. Aumento das costas da Suécia.

A tese central baseava-se na premissa de que áreas distantes entre si, mas com a
mesma “economia da natureza”, poderiam possuir a mesma flora.

INFLUÊNCIA BIOGEOGRÁFICA DA DERIVA CONTINENTAL

AS PLACAS TECTÔNICAS: constituem grandes placas rígidas, que se encontram sobre


uma camada estrutural mais quente, menos rígida e mais móvel (astenosfera).

DERIVA CONTINENTAL: segundo Wegener, a Deriva dos Continentes após a fraturação


da Pangéia explicava não só as ocorrências fósseis, mas também as evidências de mudanças
dramáticas do clima em alguns continentes. Por exemplo, a descoberta de fósseis de plantas
tropicais (na formação de depósitos de carvão) na Antártida conduziu à conclusão que este
continente, atualmente coberto de gelo, já esteve situada perto do equador, com um clima
temperado onde a vegetação luxuriante poderia desenvolver-se. Do mesmo modo que os
fósseis característicos de fetos (Glossopteris) descobertos em regiões agora polares, e a
ocorrência de depósitos glaciários em regiões áridas de África , tal como o Vaal River
Valley na África do sul, foram argumentos factuais invocados a favor da teoria da Deriva
dos Continentes.

Figura 2. Esquema mostrando a distribuição geográfica de fósseis de animais e plantas no


supercontinente da Pangeia (Gondwana).
TEORIAS DA BIOGEOGRAFIA DE ILHA

A. MACARTHUR & WILSON: características básicas

1) O número de espécies aumenta com o aumento do tamanho da ilhas;

2) O número de espécies diminui com o aumento da distância para o continente mais


próximo ou outra fonte de espécies;

3) Ocorre uma mudança contínua na composição de espécies como resultado de


colonizações recorrentes e extinções, mas o número de espécies permanece
aproximadamente o mesmo em um patamar, isto é o número de espécies que habita uma ilha
representa um equilíbrio entre taxa de colonização e de extinção.

CONTROVÉRSIAS

 A diminuição ou o aumento de espécies pode ser resposta a outros fatores evolutivos.


 Novas espécies imigram e as existentes desaparecem, mantendo aproximadamente o
mesmo número de espécies.
 Colonização e extinção são tratados como processos independentes.
 O tamanho da ilha pode ter um efeito muito maior no tamanho da população e na
velocidade de extinção do que na velocidade de colonização.
 Pode ser difícil identificar a origem da nova biota sem uma cuidadosa investigação
de sistemática e distribuição histórica dos grupos.
 Embora a diversidade dos habitats aumente com o tamanho da ilha, alguns dos
aumentos de números de espécies podem ter relação com a adição de espécies
especialistas para um dado tipo de habitat.
 Tanto a origem da fauna e de flora inicial de uma ilha, quanto um aumento posterior
de sua diversidade pode-se dar por vicariância, que consiste no mecanismo evolutivo
no qual ocorre uma barreira geográfica entre populações de determinada espécie,
impedindo o contato entre as duas novas sub-populações. Dependendo da duração da
barreira, essas sub-populações se tornarão cada vez mais diferentes entre si, podendo
levar à especiação.

B. DARWIN E WALLACE

Admitem a ideia do centro de origem e das rotas de dispersão das espécies, através
de uma geologia estável. O Centro de origem para algumas espécies, é uma área limitada na
qual poucos ancestrais podem ter-se originado e da qual as espécies tenham se dispersado,
atingindo as distribuições atuais.

CRÍTICAS

 Afirma que a biogeografia de grupos individuais não oferece informações para o


estabelecimento de padrões mais gerais, sendo necessário para a análise
biogeográfica o estabelecimento de congruência de vários grupos.
 Dificuldade de identificação das áreas de congruência.
C. WALLACE (1876)

Acreditava que, através da seleção natural, as espécies dominantes surgiram em pequenos


centros de origem, de onde se dispersam e diversificam sobre a Terra.

Outros critérios objetivos:

 Área em que os organismos mostram maior diversidade ou número de espécies;


 Área onde a forma "mais primitiva" ocorre;
 Área ocupada pela forma mais derivada filogeneticamente;
 Área onde ocorre o mais antigo fóssil.

D. CAIN (1944): listou diversos critérios que haviam sido propostos para
reconhecimento de um centro de origem. São eles:

 O local da maioria das variedades de formas de um táxon.


 A área de grande dominância e densidade.
 O local da forma mais primitiva.
 A área que exibe o máximo desenvolvimento físico dos indivíduos.
 A área de máxima produtividade ecológica de um táxon.
 Continuidade e convergência das linhas de dispersão.
 O local de menor dependência de um habitat restrito. A identificação de
continuidade e direção de variações individuais ou modificações radiativas de um
Centro de origem ao longo das rotas de dispersão.
 A área de origem indicada por afinidades geográficas naturais.
 A direção de origem indicada pelas rotas de migração anual dos animais,
principalmente aves.
 A região de origem indicada pelo aparecimento sazonal ou fenologia geral.
 Um incremento no número de gens dominantes em direção ao centro de origem.
 A concentração de áreas uniformes.

E. DARLINGTON (1957): limitou os critérios em três tópicos:

 Todos os grupos tendem a se especiar numa área limitada, que constitui um centro de
origem.
 Quando uma espécie ancestral origina duas espécies irmãs, uma é sempre mais
derivada que a outra.
 O descendente primitivo move-se para a periferia da área.
BIOGEOGRAFIA FILOGENÉTICA

FILOGENIA

 É a representação da história das relações de parentesco entre as espécies. Quando


estudamos as relações de parentesco entre duas espécies, teoricamente, houve uma
espécie ancestral comum a elas, a que as originou.
 É o estudo de grupos monofiléticos, levando em consideração a cladogênese, a
anagênese, a alopatria (evidência de vicariância), simpatria (evidência de dispersão)
e eventos paleogeográficos.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

Espécies proximamente relacionadas possuem a tendência de substituir uma à outra.

 Grupos monofiléticos que possuem o mesmo padrão, provavelmente compartilham


a mesma história biogeográfica (não é mais usado).
 Atualmente os estudos se concentram na história evolutiva de poucos grupos.

MODELOS DE ESPECIAÇÃO

1. Especiação Alopátrica: pode ocorrer de duas formas

 vicariante (divisão de populações - espécies)


 peripátrica (isolados periféricos - efeito fundador)

2. Especiação Parapátrica

3. Especiação Simpátrica

ALOPATRIA

 Indivíduos de mesma espécie que, separadas por uma barreira geográfica, sofrem
adaptações distintas que levam à especiação.
 A barreira física reduz o fluxo gênico (migração) entre as populações.
 Esta barreira pode aparecer por mudanças geológicas e geomorfológicas (rios, cursos
d'água, cadeias de montanhas, deriva continental, vulcões etc) ou por eventos de
dispersão (deslocamento de populações para locais distantes, dispersão provocada
pelo vento, correntes marinhas etc.)
VICARIÂNCIA

 Ocorre quando duas populações são divididas pelo surgimento de uma barreira
extrínseca.
 Após determinado período, mesmo que caia a barreira entre as espécies, as alterações
genéticas impedem seu intercruzamento.

Figura 3. Em 1989, Diane Dodd foi capaz de demonstrar especiação alopátrica


por isolamento reprodutivo em Drosophila pseudoobscura, após apenas oito
gerações usando diferentes tipos de comida (amido e maltose).

PERIPATRIA

Dois grupos de uma espécie são separados, sendo um deles muito menor que o outro.
O grupo menor geralmente não apresenta descendentes com grande variabilidade genética,
porém pode gerar especiação por adaptação ao novo ambiente. Comum em eventos de
colonização de ilhas a partir do continente. Neste caso a diferenciação se dá mais
acentuadamente na colônia filha, com menor número de indivíduos, sendo que a população
original no final da especiação será a mais parecida com a espécie ancestral.

PARAPATRIA

Não há separação geográfica completa da espécie ancestral, mas as populações se


divergem por adaptação a ambientes diferentes dentro de um continuun na faixa de
dispersão da espécie ancestral. Muitas vezes pode ser criada uma zona híbrida que pode
funcionar como barreira ao fluxo gênico entre as duas espécies que se estão se
diferenciando.

SIMPATRIA

Não envolve isolamento geográfico em populações habitando a mesma área restrita. Se


dá quando uma barreira biológica ao intercruzamento se origina dentro dos limites de uma
população, sem nenhuma segregação espacial das "espécies incipientes“. Ela evidencia a
dispersão. A especiação simpátrica é teoricamente possível, mas provavelmente ocorre
apenas sob certas condições excepcionais.

ANAGÊNESE

Representa a progressiva evolução de caracteres que surgem ou se modificam, alterando


a freqüência genética de uma população. Portanto, uma inovação orgânica, favorável ou
desfavorável, selecionada e adaptada ao ambiente. Geralmente se estabelecem por eventos
relacionados à mutação e permutação em cromossomos homólogos. É a evidência de
vicariância.

ANÁLISE CLADÍSTICA DOS TÁXONS: REGRAS DE HENNIG (1966)

 Regra de progressão: admite que, em certas circunstâncias, a série de


transformações de caracteres ocorreriam paralelas à progressão espacial. Assim os
membros mais derivados estariam na periferia geográfica do grupo.

 Regra de derivação: indica que, em um par de táxons, irmãos de um cladograma


particular, um deles é mais apomórfico. Aqueles filogeneticamente classificados
como primitivos, encontram-se no centro de origem.

TEORIA DE REFÚGIOS

 Teria ocorrido na era de glaciação do Pleistosceno, época que vai de 2 milhões de


anos atrás a 10 mil anos atrás.
 Durante a glaciação, o clima ficou mais seco e frio, enquanto algumas áreas com
maior umidade seriam ideais para os redutos de matas.
 A fauna existente na época teria se refugiado nesses locais, que passaram a ser
chamados de refúgios.
 Assim, a mesma espécie teria ficado dividida em diversos refúgios separados por
barreiras ecológicas, sendo submetida a diferentes condições de sobrevivência. Cada
uma delas teria sofrido especiação.
 Essa poderia ser uma das causas da grande biodiversidade na América do Sul.

FATORES ABIÓTICOS E SUA INTERFERÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS


SERES VIVOS

1. ÁGUA: CARACTERÍSTICAS GERAIS

Na forma líquida é imprescindível à vida de todo e qualquer ser vivo, pois entra na
sua constituição básica, representando o maior percentual celular. Participa de diversas
reações químicas orgânicas, como: transpiração, sudação, respiração, fotossíntese,
digestão, germinação, assimilação, reprodução, excreção, circulação etc.
PROPRIEDADES TÉRMICAS

• Permanece líquida em ampla faixa térmica: 0 a 100º C, permitindo largo


espectro de vida.

• Devido ao seu alto calor específico, aquece e resfria lentamente , mas conduz o
calor rapidamente, o que tende a espalhá-lo uniformemente por todo o corpo
d’água.

• Resiste às mudanças de estado físico, exigindo para isso grande quantidade de


energia.

• Torna-se menos densa ao se resfriar abaixo de 4ºC. Se expande e se torna ainda


menos densa ao congelar.

EMPUXO E VISCOSIDADE

• É 800 vezes mais densa que o ar, permitindo uma boa sustentação para os seres
vivos.

• Sua viscosidade e densidade retardam o movimento de seres que se deslocam


nela, estabelecendo limites ao desenvolvimento.

• Seres vivos promovem diversas adaptações de sobrevivência nesses


ecossistemas: bexiga natatória (a), apêndices plumados (b), lipídios ( c), formas
hidrodinâmicas (d) etc.

DISSOLUÇÃO DE SAIS

• Apresenta-se como molécula polarizada, o que aumenta sua capacidade


solvente.

• Sua fórmula química espacial apresenta forte atração sobre íons positivos e
negativos, o que facilita a dissolução de sais.

• A aquisição de sais pela água pode ocorrer ao penetrar no solo; em contato com
substâncias em suspensão na atmosfera, ao chover; ao escoar sobre o solo etc.

 Como os rios correm para o mar deixando nele os sais dissolvidos e a água
evapora sem carregar sais, é a água o veículo responsável pela matéria prima
necessária à formação e manutenção dos seres vivos marinhos.

 A dissolução de íons H+ leva à acidez, que decompõe os minerais das rochas e


dos solos, mas também interfere no desequilíbrio dos ecossistemas.

 Também dissolve metais pesados altamente tóxicos e prejudiciais a todo tipo de


vida.
PRINCIPAIS ADAPTAÇÕES

• Animais: exoesqueleto impermeável (quitina dos artrópodes); queratina na pele


das aves, répteis e mamíferos; glândulas de muco, cerdas, plumagem etc.

• Vegetais: camada de cutina das folhas, estômatos, ceras impermeabilizantes,


folhas transformadas em espinhos, raízes bem desenvolvidas e superficiais
(cactáceas), parênquima aquífero, folhas caducifólias etc.

2. LUZ SOLAR

• Apresenta-se em um amplo espectro que vai desde os raios gama às ondas de


rádio, mas apenas uma pequena faixa é visível ao olho humano, podendo ser
utilizada pela maioria dos seres vivos..

• Essencial à vida por ser a energia primária utilizada pelos produtores (algas e
vegetais) na produção da glicose, através da fotossíntese.

• A absorção da energia radiante depende da natureza da substância absorvente.

• Os seres fotossintetizantes utilizam pigmentos especiais (geralmente a clorofila e


os carotenóides) para captação e utilização da energia radiante do sol,
transformando-a em energia química.

• A clorofila absorve a luz vermelha e a violeta, refletindo a verde e a azul.

• Nos ambientes aquáticos, a penetração da luz se dá em diferentes profundidades,


dependendo do comprimento de onda, o que contribui para a distribuição dos
diversos seres vivos. Ex: a alga verde Ulva distribui-se mais na superfície
marinha e a alga parda Porphyra fica mais ao fundo.

• A poluição das águas tem reduzido a penetração da luz, impedindo o


desenvolvimento de vários seres vivos.
• A presença de vapor d’água, dióxido de carbono, metano e outros gases na
atmosfera tornam relativamente opaca à luz infravermelha.

• Esses gases absorvem muito da porção infravermelha da luz do sol, e essa


energia absorvida contribui para o aquecimento do ar (efeito estufa).

• O efeito estufa é benéfico à vida quando mantém a temperatura do planeta em


níveis razoáveis ao seu desenvolvimento.

3. CALOR

A radiação solar absorvida pela água, solo, plantas e animais é convertida em


calor. Tudo que há na Terra troca calor com o ambiente.

• Cada ser vivo apresenta adaptações à temperatura característica do seu habitat.


Isto ocorre tanto entre seres uni quanto pluricelulares, moneras, protistas,
fungos, plantas ou animais.

• Um aumento excessivo de temperatura provoca desnaturação de enzimas, que


interrompe o metabolismo podendo levar o ser vivo à morte.

• Temperaturas muito baixas reduzem as reações químicas tornando o organismo


inativo, podendo também ser levado à morte.

• A transmissão de calor no ambiente pode se dar por condução, por convecção,


por irradiação ou por evaporação.
ADAPTAÇÕES ANIMAIS

• Homeotermia: aves e mamíferos mantém a temperatura do corpo constante, por


meio da produção de calor,que ocorre com a combustão intracelular do alimento,
com conseqüente produção de energia. Para que essa energia seja direcionada à
produção de calor torna-se necessário um grande consumode alimento que
apresenta-se como combustível. Esses animais são classificados como
endotérmicos ou homotérmicos.

• Pecilotermia: a maioria dos animais não apresenta mecanismo eficiente para


manter a temperatura do corpo constante, mas se utilizam da temperatura do
ambiente para acelerar ou retardar seu metabolismo. Estes são classificados
como ectotérmicos, poiquilotérmicos ou pecilotérmicos.

• A espessura da camada de gordura em mamíferos funciona como isolante


térmico e ocorre com maior espessura em animais que se adaptam a locais muito
frios.

• Aumentar ou diminuir a quantidade de sangue que passa pela pele, permite


manter ou perder temperatura do corpo com maior facilidade. Quanto mais
superficial for a temperatura, mais rápida será a perda de calor do corpo através
da pele.

• A presença de glândulas sudoríparas em alguns mamíferos facilita também a


perda rápida de calor do corpo, já que o suor que se encontra na superfície da
pele utiliza o calor do próprio corpo para evaporar.

• Taxa metabólica: é a faixa de temperatura onde a maioria dos seres vivos


mantém seu metabolismo em melhor grau de desenvolvimento. Essa faixa de
temperatura é chamada de zona termoneutra e se encontra entre (27º C – 35º C.

• Nas regiões muito frias, tanto pêlos quanto penas formam camadas mais
espessas.

• Quanto maior for o corpo do animal, menor será a sua superfície relativa,
apresentando menor perda de calor. Pelo mesmo princípio as extremidades do
corpo são diminutas, evitando grande perda de calor.

• Hibernação: é o processo que alguns seres desenvolveram de baixar ao máximo


seu metabolismo durante a estação fria, em ambientes que apresentam escassez
de alimento nesse período, só voltando à atividade após a mudança de estação.

• Estivação: ocorre em algumas espécies que mantém um estado de dormência


quando as condições ambientais são desfavoráveis ao seu desenvolvimento.
4. NUTRIENTES INORGÂNICOS: são encontrados nos diversos ambientes e
sua oferta funciona como fator limitante no desenvolvimento dos seres vivos. A
disponibilidade desses elementos varia de acordo com sua forma química no
solo e com a temperatura, a acidez e a presença de outros íons. Nos ambientes
aquáticos, muito d esses nutrientes encontram-se na forma de sais, que chegam
dissolvidos pela água da chuva ou dos rios. Os principais nutrientes inorgânicos
utilizados pelos seres vivos são:
a) NITROGÊNIO:ocupa cerca de 78% da nossa atmosfera, mas apenas
algumas bactérias são capazes de absorvê-lo transformando-o em compostos
absorvidos pelos vegetais, iniciando assim sua transferência aos demais seres
vivos através da cadeia alimentar. Este nutriente entra na composição de
todas as proteínas e ácidos nucleicos.
b) FÓSFORO: constitui componente essencial na formação de ácidos
nucléicos, nos fosfolipídios presentes na membrana celular, nos ossos e
dentes.
c) ENXOFRE: participa na estruturação molecular de muitas proteínas.
d) CÁLCIO: Componente estrutural de ossos, dentes, conchas de moluscos e
crustáceos, alem desder encontrado no material existente entre as células de
plantas lenhosas, participa também como regulador da permeabilidade celular.
e) MAGNÉSIO: componente estrutural da clorofila, está envolvido na função de
muitas enzimas.
f) FERRO: é o componente estrutural da hemoglobina e de muitas enzimas.
g) SÓDIO E POTÁSSIO: principais solutos em fluidos extracelulares de animais.

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS QUANTO À CAPACIDADE DE


ADAPTAÇÃO AOS DIVERSOS AMBIENTES

• EURIBIONTES: apresentam grande capacidade de adaptação e dispersão


ocupando ambientes diversos.
Ex) homem, cão, gramíneas, bactérias.
• ESTENOBIONTES: tem pouca capacidade de adaptação ocupando ambientes
restritos.
Ex) espécies endêmicas.

CLASSIFICAÇÃO VEGETAL QUANTO ÀS DIVERSAS


CARACTERÍSTICAS DOS AMBIENTES
• HIGRÓFILAS: são plantas adaptadas a locais muito úmidos. Apresentam folhas
com limbo de grande área, rico em estômatos (latifoliadas); a raiz é geralmente
axial, tabular ou de escora e com rica região pilífera.
• XERÓFILAS: estão adaptadas a regiões muito secas. Apresentam folhas de
limbo reduzido, transformadas em espinhos bem revestidos de cutina
impermeabilizante (acicufoliadas); algumas apresentam limbo engrossado pelo
armazenamento de água; a raiz é fasciculada e rasa, o tronco apresenta células
especiais adaptadas à reserva de água.
• MESÓFILAS: apresentam-se adaptadas a uma oferta intermediária de água.
• HALÓFILAS: apresentam adaptações específicas a locais com alta salinidade.
• PSAMÓFILAS: são espécies vegetais que se desenvolvem em solos arenosos,
como as dunas.
• NITRÓFILAS: desenvolvem-se em solos ricos em matéria orgânica,
especialmente azotadas.
• PERENIFÓLIA: vegetação que mantém as folhas durante todo o período de seu
desenvolvimento.
• CADUCIFÓLIA: apresenta perda das folhas durante os períodos de queda de
temperatura. São também conhecidas como plantas decíduas ou de folhas
caducas.
• PNEUMATÓFOROS: são estruturas existentes em raízes de plantas de solo
lodoso, desenvolvidas verticalmente para a superfície, capazes de absorver o
oxigênio necessário aos tecidos das raizes submersas.
• LENTICELAS: consistem em estruturas esféricas encontradas em raízes ou em
caules, que fazem trocas gasosas necessárias ao desenvolvimento do vegetal.
• PROPÁGULOS: são estruturas de reprodução de plantas de á áreas inundadas,
que caem durante a alta de maré movimentando-se ao sabor das correntes até se
fixarem desenvolvendo novo vegetal.

SUCESSÃO ECOLÓGICA

Ocorre quando uma comunidade se desenvolve gradualmente, até atingir a


maturidade ou o clímax, alcançando um equilíbrio relativo com as condições ambientais
existentes no ambiente.

ETAPAS DA SUCESSÃO

I. COMUNIDADE PIONEIRA

L Í Q U E N S: são seres vivos que constituem as comunidades pioneiras, apresentando


pouca exigência nutricional e ambiental. São capazes de reter água, absorver nitrogênio
e realizar fotossíntese. Suportam alta insolação, baixas temperaturas noturnas e ausência
de solo.

OUTROS PIONEIROS: a variação de espécies ocorre de acordo com o ambiente.

 GRAMÍNEAS: são encontradas em dunas .

 FITOPLÂNCTON : algas microscópicas podem ser encontradas em lagos recém


formados.
FORMAÇÃO DO SOLO: os líquens produzem ácidos que dissolvem as rochas
formando fendas onde se acumulam aqueles que morrem, seus excretas e os minerais
das rochas. Após a decomposição há enriquecimento devido a presença de matéria
orgânica, permitindo a instalação de outros seres vivos.

II. COMUNIDADES INTERMEDIÁRIAS OU ESTÁGIO SERAL

A instalação de briófitas faz aumentar a umidade e a deposição de mais matéria


orgânica agregada ao solo. Essas novas condições possibilitam o desenvolvimento de
vegetais mais exigentes na sucessão: pteridófitas ou samambaias; herbáceas, e pequenos
arbustos.

À medida que a sucessão ocorre, chegam animais que iniciam uma cadeia alimentar
originalmente simples, que vai se complexando diretamente integrada ao avanço do
estágio sucessional.

Em geral, o tamanho médio dos organismos também aumenta e o ciclo de vida


torna-se mais longo. Nesse processo os ciclos biogeoquímicos tendem a se fechar,
ficando mais eficientes.

III. COMUNIDADE CLÍMAX

Estabelece-se quando ocorre o equilíbrio entre o solo e o clima da região, sem haver
possibilidade de nova substituição. Esta comunidade varia de acordo com as condições
climáticas e de solo da região.

Ex: Amazônia = floresta tropical úmida

Canadá = floresta temperada

Nordeste = caatinga

ECÓTONO: recebe esse nome a região de transição entre duas comunidades clímax,
onde se mesclam as vegetações e os animais. Nessa região há maior diversidade de
plantas e animais, com grande competição de nutrientes, gerando tensão (tônus) entre
eles.

CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS SUCESSIONAIS

A. Quanto às forças que direcionam o processo:


 Sucessão autogênica: mudanças ocasionadas por processos biológicos internos
ao sistema.
 Sucessão alogênica: direcionamento das mudanças por forças externas ao
sistema (incêndios, tempestades, processos geológicos) .
B. Quanto à natureza do substrato na origem do processo:
 Sucessão primária: em substratos não previamente ocupados por organismos.
Ex.: afloramentos rochosos, exposição de camadas profundas de solo, depósitos
de areia, lava vulcânica recém solidificada).
 Sucessão secundária: em substratos que já foram anteriormente ocupados por
uma comunidade e, consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta
(detritos, propágulos). Ex: clareiras, áreas desmatadas, fundos expostos de
corpos de água.

TEORIAS SOBRE COMUNIDADE CLÍMAX

 Monoclimáxica: para uma região geográfica, espera-se um único tipo de


comunidade clímax, condicionada pelo padrão climático local (clímax
climático).

Ex: Região amazônica = floresta tropical úmida.

 Policlimáxica: além do padrão climático regional, outros fatores limitantes


atuam no estabelecimento de tipos diferentes de clímax, como o edáfico
(características do solo), topográfico (relevo), biótico (ação de organismos).
Mata atlântica abaixo de 2000 metros = floresta tropical latifoliada úmida

acima de 2000 metros = campos de altitude

 Gradiente ambiental: uma área com padrão climático definido pode conter
diversas comunidades clímax, de acordo com gradientes de condições
ambientais.

Ex: restingas: vegetação de praias e dunas, dos cordões arenosos e das encostas.

EXEMPLO HIPOTÉTICO DE UMA SUCESSÃO PRIMÁRIA


Substrato original: depressão em superfície rochosa, preenchida pela água da chuva.
MECANISMOS QUE GOVERNAM A SUCESSÃO

FACILITAÇÃO: predomina nos estágios iniciais. Ocorre quando determinadas espécies criam
condições para que outras mais exigentes se estabeleçam. Ex: arbustos em uma área de pouca umidade
retém água no solo, permitindo a fixação de vegetais que requerem solos mais úmidos.

INIBIÇÃO: é mais comum na sucessão secundária. Pode ser expressa em efeitos de precedência,
resultante na dominância competitiva da primeira espécie que chega. Uma espécie inibe outra reduzindo
seus recursos a um nível abaixo do que a outra precisa para sobreviver, eliminando substâncias químicas
que impedem o desenvolvimento de outra espécie ou mesmo se alimentando dela.

TOLERÂNCIA: algumas espécies apresentam capacidade de se manter no ambiente mesmo que as


condições se alterem ou se tornem menos favoráveis. Espécies tolerantes excluem outras por competição.

Clímax: comunidade que expressa o máximo de desenvolvimento possível do ecossistema sob as


condições do local em que a sucessão ocorreu.

Disclímax = ("disturbance climax" ou clímax de distúrbio): comunidade mantida em uma etapa anterior
ao clímax, devido à ação de distúrbios repetidos (incêndios, sobrepastejo), muitas vezes decorrentes de
atividades antrópicas.
OS GRANDES BIOMAS DA TERRA

Compreende-se por bioma as grandes comunidades adaptadas a condições


ecológicas específicas ou a uma região com o mesmo tipo de clima e vegetação. De
pendendo da latitude em que se encontre um ecossistema podemos encontrar
diversificação nas características que o compõem assim como sua biodiversidade. Os
diversos ecossistemas da Terra encontram-se divididos em biociclos:

I. EPINOCICLO ou ecossistemas terrestres: tundra, taiga, florestas temperadas


caducifólias, florestas tropicais, desertos e campos.
II. LIMNOCICLO ou ecossistemas dulcícolas: províncias lêntica e lótica.
III. TALASSOCICLO ou ecossistemas de águas salgadas ou marinhos: zonas
intertidal, nerítica, batial e abissal.

EPINOCICLO

1. TUNDRA

Localização: ocorre nas zonas que limitam com os glaciares. Existe apenas no Norte do
planeta.

Biótopo: O verão é breve e o inverno longo e frio. Temperatura média anual muito
baixa. O solo está gelado durante a maior parte do ano (permafrost) e é, na sua maioria,
constituído por pântanos, formados nas áreas que degelam durante uma pequena parte
do ano. Ocorrem períodos de longos dias com noites curtas e vice-versa.

Biocenose: a vegetação é escassa, composta essencialmente por musgos, liquens, capins


e alguns arbustos muito pequenos. Quando se inicia o curto verão da tundra surgem
espécies animais vindas de sul, como insetos, lemingues, lebres do ártico, caribús, renas,
raposas, lobos e várias aves migratórias que aí têm o seu território de reprodução.
Durante sua estada no ambiente, as aves eliminam suas fezes ácidas no solo, fato que
contribui para a decomposição de rochas e fertilização do pobre solo local.

2. TAIGA OU FLORESTA DE CONÍFERAS

Localização: ao sul da tundra, também no hemisfério Norte, em áreas do Canadá, da


Sibéria e dos EUA.

Biótopo: clima muito parecido com o anterior, porém com verão temperado e úmido,
sendo que no inverno as temperaturas são extremamente baixas. Recebe mais luz que a
tundra devido à sua menor latitude.

Biocenose: a vegetação é mais abundante. É caracterizado pela existência de florestas


de árvores de folhas acicufoliadas, entre elas as coníferas e o cedro. Fauna composta por
vários animais de diferentes espécies: insetos, aves como o picapau, os chapins, os
tentilhões, as corujas e os açores; grandes mamíferos, como o urso pardo, alces, renas, e
outros de menores dimensões, como as doninhas e os visons; herbívoros como as
marmotas e os castores.

3. FLORESTAS TEMPERADAS CADUCIFÓLIAS OU DECÍDUAS

Localização: existe nas latitudes intermédias, abrangendo áreas dos EUA, Europa, Ásia
e América do Sul.

Biótopo: apresenta clima temperado, com médias anuais moderadas, caracterizando as


quatro estações bem definidas, com os dias de inverno curtos e baixas temperaturas,
inclusive abaixo de zero, podem perdurar por até seis meses, com chuvas bem
distribuídas por todo o ano e, por conseqüência, garante boa umidade, à exceção do
inverno rigoroso. Os solos são geralmente abundantes em matéria orgânica, garantindo
bom desenvolvimento da flora.

Biocenose: abundante vegetação, predominando as árvores de folha caduca, como


carvalho, bordo, nogueira e faia. Encontram-se diversas espécies de musgos e arbustos.
Há enorme profusão de vida animal: insetos e outros invertebrados; anfíbios e répteis;
aves que se alimentam dos brotos das árvores e dos grãos; pequenos roedores como
esquilos, ratos silvestres e marmotas; herbívoros, como os veados, as corças, os
bisontes; insetívoros, como o porco-espinho e o ouriço; mamíferos carnívoros como as
raposas e os gatos selvagens e onívoros como os texugos.

4. FLORESTA TROPICAL

Localização: é típica da América Central, norte da América do Sul, região central da


África, sul da Ásia, Ilhas do Pacífico e nordeste da Austrália.

Biótopo: é característica das zonas equatoriais, com temperaturas elevadas e constantes,


com médias anuais de 27ºC. Chuvas abundantes e freqüentes apresentando forte
intensidade de luz solar. Muitas dessas florestas apresentam solo composto por areia e
argila, pobre em nutrientes, mas apresentando rápida ciclagem de matéria orgânica
devido às altas temperaturas e umidade, que aceleram o processo de decomposição.

Biocenose: vegetação abundante com vários estratos vegetais que proporcionam


condições de vida ideais para uma fauna abundante e diversificada: todo o tipo de
inseto, anfíbios, (sapos, rãs…), mamíferos, principalmente primatas (tupis,
orangotangos, chimpanzés, gorilas) grande variedade de artrópodos, aves e répteis.

5. CAMPOS

Localização: localizam-se em regiões tropicais e temperadas. Apresenta-se com


diversos nomes que variam conforme a região de ocorrência: savanas, na Austrália e na
África; estepes, na Ásia e na Europa; pradarias, na América do Norte; pampas, no sul da
América do Sul e cerrados, no nordeste da América do Sul.

Biótopo: recebem uma quantidade de chuva intermediária entre a floresta e o deserto.

Biocenose: devido à suas particularidades em relação às chuvas, há dificuldade do


desenvolvimento de árvores, que são bastante esparsas. Há grande quantidade de
gramíneas e alguns arbustos. Com essa vegetação típica ocorre a presença de muitos
herbívoros como zebras, gnus, girafas, antílopes; seus predadores carnívoros como
leões, guepardos, onças, hienas, chacais, dentre outros. Ainda são encontrados diversos
roedores, répteis além de invertebrados.

6. DESERTOS

Localização: encontrados em torno da linha equatorial, em regiões áridas da África, da


Ásia, dos EUA, do México e da Austrália.

Biótopo: o ar chega bastante seco devido à baixíssima umidade do ar; as chuvas são
raras e irregulares, o solo é seco, árido e pobre devido à presença de areia e calcáreo. A
temperatura durante o dia varia entre 40 e 54ºC, mas durante a noite é muito fria devido
à alta dispersão do calor por conta da baixa umidade.

Biocenose: a vegetação é pobre e esparsa, apresentando adaptações ao tipo de clima


(xerófitas). A fauna também é pobre, ocorrendo alguns roedores como o rato-canguru,
alguns lagartos e cobras, corujas, insetos e aracnídeos.

LIMNOCICLO

A. PROVÍNCIA LÊNTICA

Biótopo: constituem os ambientes de água doce aparentemente parada,mas que sempre


se renovam. Correspondem desde uma poça d’água e charcos até os grandes lagos e
lagunas. Podem se apresentar relativamente estáveis, mas apresentam fatores limitantes
como a variação de temperatura, de profundidade, de transparência ou de renovação da
água.

Biocenose: pode ser encontrada uma comunidade planctônica; invertebrados diversos;


anfíbios, répteis, peixes; aves e mamíferos que dependem do produto alimento ofertado
por esse ecossistema. A vegetação marginal pode ser constituída de diversas espécies
rasteiras, herbáceas, arbustivas ou mesmo de árvores que irão variar em função do tipo
de solo e clima da região.
B. PROVÍNCIA LÓTICA

Biótopo: compreende os ambientes dulcícolas em movimento, como riachos, córregos e


rios. Pode ser dividido em três regiões: nascente, curso médio e curso baixo ou foz.

Biocenose: dependendo da velocidade da corrente pode não apresentar a formação de


plâncton, mas encontram-se peixes, insetos e outros invertebrados, na região ribeirinha
podem ser encontrados répteis, aves, anfíbios e mamíferos que dependem da província
para seu sustento. A formação vegetal das margens (mata ciliar)forma um excelente
ambiente que evita a evaporação excessiva que pode levar ao assoreamento, à perda de
massa hídrica e, consequentemente, da biodiversidade.

TALASSOCICLO

Biótopo: os oceanos e mares formam o maior biociclo da Terra, cobrindo cerca de 71%
da superfície do globo. Na hidrosfera as mudanças de temperatura estão menos sujeitas
a mudanças, se comparadas à litosfera, devido ao alto calor específico da água.
Apresenta riqueza em sais minerais dissolvidos. Está dividido de acordo com a
profundidade em:

A. Zona intertidal ou sistema litorâneo: corresponde à zona entre a maré alta e a


maré baixa, sendo também chamada de entremarés.
B. Zona nerítica ou sistema nerítico: vai até 200 metros de profundidade sobre a
plataforma continental, com declive suave.
C. Zona batial ou sistema batial: varia entre os 200 e os 2000 metros de
profundidade. Não há presença de seres autotróficos, devido à falta de luz.
D. Zona abissal ou sistema abissal: encontrado a profundidades superiores a 2000
metros. Habitada por seres dotados de grande boca e apêndices bioluminescentes
E. Zona hadal ou sistema hadal: encontrada abaixo de 6000 metros, constitui as
fossas submarinas. É uma região pouco conhecida e pouco se sabe sobre sua
biota, com algumas citações de moluscos e esponjas que se alimentam dos
detritos advindo das regiões superiores.

Biocenose: não é tão variada quanto no epinociclo, apresentando menor número de


habitats e nichos ecológicos. A diversidade vai depender da turbidez da água que
interfere diretamente na penetração de luz solar.

A biota pode ser classificada quanto à capacidade de deslocamento, sendo


dividida em:

1. Plâncton: formado pelo conjunto de seres que se deslocam passivamente sobre


a água, arrastados pelas correntes, ventos e ondas, por não apresentarem nenhum
apêndice ou por não serem desenvolvidos o suficiente que permita sua
locomoção. É formado por algas microscópicas (fitoplâncton), protozoários,
formas larvais de crustáceos, moluscos, medusas e outros (zooplâncton).
2. Nécton: composto por todos os seres dotados de locomoção, mesmo contra a
corrente, como peixes, mamíferos, moluscos etc.
3. Bentos: formado pelos seres que vivem no leito do mar. Dividem-se em dois
grupos: os sésseis, isto é os que são fixos (anêmonas, algas, mariscos, cracas,
esponjas, corais, ostras) e os locomotores que se arrastam no fundo (estrelas,
ouriço-do-mar, siris, caramujos).

A variação da quantidade de luz solar que penetra nos oceanos interfere na


biodiversidade e depende do grau de poluição existente no local. Pode-se encontrar três
regiões:

a. Zona eufótica: onde há boa penetração da luz solar, variando entre 0 e 50


metros, raramente atingindo 80 metros. É uma zona bastante povoada onde se
encontra boa quantidade de seres fotossintetizantes.
b. Zona disfótica: apresenta pouca penetração de luz ou nela alcançam apenas
alguns comprimentos de onda, ou seja, a iluminação é difusa. Atinge no máximo
200 metros de profundidade.
c. Zona afótica: não há penetração de luz. Os organismos (heterotróficos) que
habitam esta faixa dependem da disponibilidade de oxigênio e matéria orgânica
absorvida, respectivamente dissolvida e percolada (decantada) da zona eufótica.

REFERÊNCIAS:

BIBLIOTECA DA NATUREZA LIFE. VOLUMES: o deserto; os pólos; as montanhas,


ecologia e comportamento animal. Rio de Janeiro: Livraria José Oympio Editora, 1971.

LINHARES, S., GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. São Paulo: Ática, 2005.

PAULINO, WW. R. Biologia, v.3: genética, evolução e ecologia. São Paulo: Ática,
2005.

PINTO-COELHO, R. M. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2000.

RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2003.

Sites consultados:

www.brasilescola.com - www.sosmataatlantica.org.br - www.bbc.co.uk -

www.maremundi.com - www.portalsaofrancisco.com.br - www.ufrrj.br -

www.planetasustentavel.abril.com.br - www.geocities.com - www.wwf.org.br -

www.wikipédia.org.br - www.regmurcia.com - www.mentesmodernas.com.br -

www.greenpeace.org.br - www.ambientebrasil.com.br
1ª AVALIAÇÃO / 2009-1

SEMINÁRIOS: Biomas brasileiros

APRESENTAÇÃO: grupos de ATÉ QUATRO alunos (noite) e DUPLAS (manhã).

PROPOSTA:

 A forma de apresentação dos temas será de livre escolha do grupo.


 Cada apresentação deverá ser executada em um tempo máximo de 20 minutos. Caso um
grupo atrase o início de sua apresentação, este tempo deverá ser descontado dos 20 minutos
cabíveis ao mesmo, se não houver possibilidade dos grupos seguintes se ajustarem ao horário.
 A ausência do grupo, ou de um dos seus membros, no dia da apresentação implica em perda da
avaliação. O grupo ou o componente faltoso tem direito à SEGUNDA CHAMADA DA
AVALIAÇÃO, não significando, porém, em segunda chamada da apresentação do trabalho. A
segunda chamada será aplicada em forma de teste escrito, no dia marcado pela coordenação
para a segunda chamada e até esta data o aluno ficará com ZERO, pois o acerto acadêmico só
será processado após a realização da mesma.
 Deverá ser apresentado um planejamento escrito onde constem: a característica básica do
bioma (distribuição geográfica, descrição visual, dados populacionais etc), os fatores abióticos
mais expressivos, a principal biota e a bibliografia consultada.
 Na folha de rosto deverá constar o nome completo de todos os integrantes do grupo, assim
como o período em curso (noite).
 A apresentação do trabalho escrito fica vinculada ao dia da apresentação oral,
impreterivelmente, sob pena de redução na nota de avaliação.
 Caberá aos componentes do grupo a solicitação do material de recurso didático, sendo
necessária a devida antecedência a fim de garantir a possibilidade de acesso.

AVALIAÇÃO:

 Trabalho escrito.
 Apresentação em sala.
 Conteúdo apresentado.
 Compreensão da turma.

TEMAS SUGERIDOS (sujeitos a sorteio pelos grupos)

1- Amazônia
2- Mata Atlântica
3- Pantanal
4- Cerrado
5- Caatinga
6- Campos sulinos
7- Mangue
8- Restinga
9- Mata de cocais.

APRESENTAÇÃO: três grupos (noturno) e dois (diurno, por data).


Entenda como os oceanos
se formaram
Pesquisadores são categóricos ao afirmar que um
novo oceano vai nascer no deserto de Afar, na
Etiópia, daqui a milhões de anos.

Prepare-se para conhecer os segredos dos oceanos. As imagens são de


tirar o fôlego.

Motivos não faltam para que o homem passe a respeitar os oceanos. As


águas salgadas são determinantes para a vida no planeta. Não é à toa
que a terra é chamada de planeta azul: 70% da superfície dela estão
cobertos por água. O volume de água não é tão grande, comparado ao
tamanho do nosso planeta. Mas água em estado líquido nessa
quantidade nunca foi encontrada em nenhum outro lugar do sistema
solar.

A Prainha, no Rio de Janeiro, é um paraíso de surfistas. No inverno, as


ondas, que chegam a 2,5 metros de altura, estão carregadas de energia.

“A energia das ondas deriva, basicamente, da transmissão da energia do


vento. A energia das ondas deriva da atmosfera, do movimento de ar e
do atrito com a camada de superfície líquida, aí você transfere energia da
atmosfera para o meio líquido”, explica o diretor da Faculdade de
Oceanografia da UERJ, Marcos Fernandez.

Na praia, elas podem arrebentar com o impacto de várias toneladas.


Uma força praticamente virgem, que cientistas querem transformar em
eletricidade.

“Dependendo do jeito que você monta esse equipamento, dependendo


do mecanismo, é possível ter uma geração de energia quase limpa”,
afirma Fernandez.

É com esse poder que os oceanos dão forma aos continentes, mexem
com o clima e são uma das bases que mantêm a vida na Terra. Mas nem
sempre foi assim.

Há quatro bilhões de anos, nosso planeta era um ambiente infernal, zero


água na superfície. Felizmente, o principal ingrediente da vida já estava
ali, escondido nas profundezas. Quando os vulcões daqueles primórdios
entraram em erupção, foram liberados bilhões de toneladas de gases,
entre eles, vapor d’água. Ou seja, água em estado gasoso.

Esse vapor foi se acumulando em nuvens, até que a temperatura dessa


atmosfera primitiva baixou de 100ºC. Começou uma tempestade de
durou centenas de milhares de anos. Assim surgiram os primeiros rios e
oceanos, mas isso gerou apenas metade do volume total da água que
existe hoje. O restante veio do espaço.

Um cometa, filmado em 2005, tinha seis quilômetros de comprimento


feito de rocha e gelo. Para descobrir exatamente quanta água poderia
sair de dentro desse corpo celeste, cientistas americanos forçaram a
colisão de um satélite com o cometa. Viram 250 milhões de litros de água
serem despejados no espaço.

Os estudiosos dizem que há quatro bilhões de anos, milhares de


cometas, carregados de gelo, se chocaram contra o nosso planeta e
assim forneceram a água que faltava aos oceanos. Com o vagaroso
movimento dos continentes, muitos oceanos surgiram e muitos outros
saíram do mapa.

O Mediterrâneo, por exemplo, vive na corda bamba: para existir depende


de uma minúscula ligação com o Oceano Atlântico, o Estreito de
Gibraltar. Há seis milhões de anos, a África e a Europa se juntaram e
essa passagem se fechou. Em dois mil anos, toda a água do
Mediterrâneo evaporou e ele virou um deserto.
Um estudo recente revela que o renascimento do Mediterrâneo só
aconteceu depois de 700 mil anos, quando um tsunami violentíssimo no
Atlântico durou dois anos e reabriu o Estreito de Gibraltar.

A morte de um oceano leva milhões e milhões de anos. Eventos assim


são praticamente impossíveis de se testemunhar. Por isso, o que
aconteceu no extremo leste da África é um marco. Pesquisadores
chegam de todo o mundo para estudar uma rachadura que surgiu no
deserto da Afar, na Etiópia, há menos de quatro anos. Eles afirmam
categoricamente que a partir desse rasgo na Terra vai nascer um novo
oceano.

Outras fissuras cortam esta região ao longo de centenas de quilômetros.


Elas formam uma fronteira entre duas placas enormes de terra que estão
se separando. Em alguns milhões de anos, vai se abrir um oceano, que a
nossa geração jamais conhecerá.

“O planeta é muito dinâmico, não é uma coisa estática como a gente


pensa. Não é o planeta que está parado, é a gente que vive pouco. Essa
é a ideia”, esclarece Fernandez.

Agora, com o aquecimento global, estamos voltando a esquentar nossos


mares.

Criaturas delicadas como águas vivas douradas e os corais do Pacífico


podem estar ameaçadas. Esses seres tão frágeis sofrem com os mares
cada vez mais quentes e ácidos.

“Nós precisamos entender que não somos os mandatários da evolução.


Somos apenas uma parte dela. E para a gente sobreviver, as outras
coisas têm que sobreviver também”, argumenta o professor.

E é por isso que você não pode perder a nova série que estreia domingo
que vem, no Fantástico. Prepare-se para conhecer os segredos dos
imagens são de tirar o fôlego.

Você vai acompanhar um mergulho no gelo de um dos oceanos mais


inacessíveis da Terra, o Ártico, vai conhecer espécies raras e outras
extremamente perigosas. Vamos explorar lugares onde o mar é rosa-
choque e altamente venenoso. E outros onde as águas são bem
vermelhas. oceanos. As
Vamos entender como o homem está afetando o equilíbrio das
profundezas do mar e o que pode ser feito para amenizar esse impacto.
Você sabia que é possível cozinhar ovos no fundo do mar?

Domingo que vem, você é nosso convidado - vamos desvendar os


segredos dos oceanos.

Programa para seleção ao Mestrado UFRJ- 2010


O programa da prova de Ecologia abrange os seguintes tópicos fundamentais:
Ecologia de Populações: crescimento e regulação populacional, interações
entre populações; Ecologia de Comunidades e Biogeografia: dinâmica e
organização de comunidades, nicho, zonas adaptativas; Ecologia de
Ecossistemas: ciclos de matéria e fluxo de energia, clima e hidrologia,
produção primária e secundária; Ecologia das Adaptações: ecofisiologia, tradeoffs,
evolução de características bionômicas.
A bibliografia básica recomendada:
i. Begon, M; Harper, JL; Townsend, CR 2007 Ecologia: de
Indivíduos a Ecossistemas, Artmed, 4a. edição.
ii. Brown, JH; Lomolino, M 2006 Biogeografia, FUNPEC,
2a edição.
iii. Esteves, FA 1998 Fundamentos de Limnologia
Interciência, 2ª. edição.
iv. Gotelli, N 2009 Ecologia, Ed. Planta, 4a. edição.
v. Krebs, CJ 2001 Ecology: the experimental analysis of
distribution and abundance Benjamin-Cummings, 5a.
edição.
vi. Pianka, E 2006 Evolutionary Ecology, Benjamin-
Cummings, Addison-Wesley-Longman, 6a. edição.
vii. Ricklefs, RE 2001 A Economia da Natureza Ed.
Guanabara Koogan, 5ª edição.
viii. Townsend, CR; Begon, M; Harper, JL 2006 Fundamentos

em Ecologia, Artmed, 2ª. edição.

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