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CURSO DE FORMAÇÃO DE ADVOGADOS

PREVIDENCIARISTAS

1. SEGURADO ESPECIAL.

Lei 8213/91. Art.11, VII – como segurado especial: a pessoa física


residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a
ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que
com o auxílio eventual de terceiros, na condição de.
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado,
parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que
explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais.
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos
termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de
2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida.
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca
profissão habitual ou principal meio de vida.

IN 77/2015. Art. 40, § 1º. Considera-se que o segurado especial reside


em aglomerado urbano ou rural próximo, quando resida no mesmo
município ou em município contíguo àquele em que desenvolve a
atividade rural.

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Lei 8213/91. Art.11, VII, Art. § 1°. Entende-se como regime de economia
familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de
mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados
permanentes

IN 77/2015. Art. 39, § 1, I - integram o grupo familiar, também podendo


ser enquadrados como segurado especial, o cônjuge ou
companheiro, inclusive homoafetivos, e o filho solteiro maior de
dezesseis anos de idade ou a este equiparado, desde que comprovem
a participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

IN 77/2015, Art. 39, § 1, IV - não integram o grupo familiar do segurado


especial os filhos casados, separados, divorciados, viúvos e ainda
aqueles que estão ou estiveram em união estável, inclusive os
homoafetivos, os irmãos, os genros e as noras, os sogros, os tios, os
sobrinhos, os primos, os netos e os afins.

IN 77/2015. Art.39. § 2º Auxílio eventual de terceiros é aquele exercido


ocasionalmente, em condições de mútua colaboração, não existindo
subordinação nem remuneração.

Lei 8213/91. Art.11. § 7°. O grupo familiar poderá utilizar-se de


empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador de
que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no máximo 120
(cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou
intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho,
não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em
decorrência da percepção de auxílio-doença.

IN 77/2015. Art. 40. Para efeitos do enquadramento como segurado


especial, considera-se produtor rural o proprietário, condômino,
usufrutuário, possuidor, assentado, acampado, parceiro, meeiro,
comodatário, arrendatário rural, quilombola, seringueiro ou
extrativista vegetal, que reside em imóvel rural, ou em aglomerado
urbano ou rural próximo, e desenvolve atividade agrícola, pastoril ou
hortifrutigranjeira, individualmente ou em regime de economia
familiar, considerando que:
I - condômino é aquele que explora imóvel rural, com delimitação de
área ou não, sendo a propriedade um bem comum, pertencente a
várias pessoas;

II - usufrutuário é aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural,


tem direito à posse, ao uso, à administração ou à percepção dos
frutos, podendo usufruir o bem em pessoa ou mediante contrato de
arrendamento, comodato, parceria ou meação;

III - possuidor é aquele que exerce, sobre o imóvel rural, algum dos
poderes inerentes à propriedade, utilizando e usufruindo da terra
como se proprietário fosse;

IV - assentado é aquele que, como beneficiário das ações de reforma


agrária, desenvolve atividades agrícolas, pastoris ou
hortifrutigranjeiras nas áreas de assentamento;

V - acampado é aquele que se encontra organizado coletivamente no


campo, pleiteando sua inclusão como beneficiário dos programas de
reforma agrária, desenvolvendo atividades rurais em área de terra
pertencente a terceiros;
VI - parceiro é aquele que tem acordo de parceria com o proprietário
da terra ou detentor da posse e desenvolve atividade agrícola,
pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando lucros ou prejuízos;
VII - meeiro é aquele que tem acordo com o proprietário da terra ou
detentor da posse e, da mesma forma, exerce atividade agrícola,
pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando rendimentos ou custos;

VIII - comodatário é aquele que, por meio de acordo, explora a terra


pertencente a outra pessoa, por empréstimo gratuito, por tempo
determinado ou não, para desenvolver atividade agrícola, pastoril ou
hortifrutigranjeira;

IX - arrendatário é aquele que utiliza a terra para desenvolver


atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, mediante
pagamento de aluguel, em espécie ou in natura, ao proprietário do
imóvel rural;

X - quilombola é afrodescendente remanescente dos quilombos que


integra grupos étnicos compostos de descendentes de escravos,
considerado segurado especial, desde que comprove o exercício de
atividade rural, nos termos desta Seção; e

XI - seringueiro ou extrativista vegetal é aquele que explora atividade


de coleta e extração de recursos naturais renováveis, de modo
sustentável, e faz dessas atividades o principal meio de vida.

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. REGIME
DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO DESCARACTERIZADO PELA
DIMENSÃO DA PROPRIEDADE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO
PROVIDO. 1. Conforme a jurisprudência do STJ, a dimensão da
propriedade rural, por si só, não descaracteriza o regime de economia
familiar do segurado, se preenchidos os demais requisitos
necessários à sua configuração. 2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1535321 / PR AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL 2015/0131096-4, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
Segunda Turma, DJe 03/09/2015). - No caso, porém, não foi somente a
dimensão da propriedade que determinou a descaracterização do regime
de economia familiar. - Consoante extrai-se do Acórdão, a parte autora
afirmou em juízo que seu esposo é proprietário de dois veículos
automotores, sendo um deles uma caminhonete modelo S10, circunstância
que destoa de uma pessoa que labora em regime de economia familiar.
Somado a isso, a prova oral em audiência não foi satisfatória, sendo
insuficiente para a comprovação da qualidade de segurada especial. -
Portanto, considerados outros elementos, o Acórdão recorrido entendeu
que restou descaracterizado o regime de economia familiar e, por
conseguinte, a condição de segurada especial da recorrente.

IN 77/2015. Art. 41. Pescador artesanal, ou a este assemelhado, é o


segurado especial que, individualmente ou em regime de economia
familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou principal meio de vida,
observado que:

I - pescador artesanal é aquele que:

a) não utiliza embarcação;

b) utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei nº


11.959, de 29 de junho de 2009

II - é assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza atividade


de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de
reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações
de pequeno porte ou atuando no processamento do produto da pesca
artesanal

§ 2º São considerados pescadores artesanais, também, os


mariscadores, caranguejeiros, catadores de algas, observadores de
cardumes, entre outros que exerçam as atividades de forma similar,
qualquer que seja a denominação empregada.

§ 3º Entende-se como processamento do produto da pesca artesanal,


nos termos do inciso XI do art. 2º da Lei nº 11.959, de 29 de junho de
2009, a fase da atividade pesqueira destinada ao aproveitamento do
pescado e de seus derivados, provenientes da pesca e da aquicultura,
aí incluídas, dentre outras, as atividades de descamação e
evisceração, desde que atendidos os requisitos constantes no inciso
V do art. 42.

Lei 11.959/09, Art. 10, § 1o As embarcações que operam na pesca


comercial se classificam em:

I – de pequeno porte: quando possui arqueação bruta - AB igual ou


menor que 20 (vinte);

II – de médio porte: quando possui arqueação bruta - AB maior que 20


(vinte) e menor que 100 (cem);

III – de grande porte: quando possui arqueação bruta - AB igual ou


maior que 100 (cem).

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