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PSIENCIA.

Revista Latinoamericana de
Ciencia Psicológica
ISSN: 2250-5490
contacto@psiencia.org
Asociación para el Avance de la Ciencia
Psicológica
Argentina

Almeida, Leandro S.; Araújo, Alexandra M.; Diniz, António M.


AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O USO DOS TESTES EM PORTUGAL
PSIENCIA. Revista Latinoamericana de Ciencia Psicológica, vol. 5, núm. 2, noviembre, 2013, pp. 144-
149
Asociación para el Avance de la Ciencia Psicológica
Buenos Aires, Argentina

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=333129928013

Como citar este artigo


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PSIENCIA. REVISTA LATINOAMERICANA DE CIENCIA PSICOLÓGICA 5(2) 144-149
PSIENCIA. LATIN AMERICAN JOURNAL OF PSYCHOLOGICAL SCIENCE
AACP
Asociación para el
SIMPOSIO | EVALUACIÓN PSICOLÓGICA EN IBEROAMÉRICA
SYMPOSIUM PAPER | PSYCHOLOGICAL ASSESSMENT IN IBERO AMERICA Avance de la
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O USO DOS TESTES Ciencia Psicológica
EM PORTUGAL1 doi: 10.5872/psiencia/5.2.76
CC 2013 · www.psiencia.org

PSYCHOLOGICAL ASSESSMENT AND TESTING IN PORTUGAL Recibido/Received:


28/9/2013
Aceptado/Accepted:
30/10/2013
Leandro S. Almeida, Alexandra M. Araújo, António M. Diniz
Universidade do Minho, Universidade de Évora
leandro@ie.uminho.pt

Resumo: Tomando a história recente da psicologia em Portugal, descreve-se a evolução havida na avalia-
ção psicológica. Em particular, aponta-se que o desenvolvimento da psicometria e dos testes psicológicos
%               Z       %
progressivamente respondendo. Assim, nas últimas décadas várias teses de mestrado e de doutoramento
centraram-se na adaptação e validação de alguns testes internacionalmente usados. No presente mo-
mento, a avaliação da inteligência e a avaliação psicológica na infância e na adolescência encontram-se
melhor servidas pelo número e diversidade de testes psicológicos, comparativamente com a avaliação da
personalidade e a avaliação psicológica do adulto. Finalmente, apontam-se algumas necessidades sentidas
pelos psicólogos portugueses em matéria da avaliação psicológica, por exemplo a falta de algumas provas
internacionais validadas ou também a falta de estudos de validação de determinadas provas em uso para
subgrupos minoritários na sociedade portuguesa.
Palavras-chave: Avaliação psicológica – Testes psicológicos – Psicologia em Portugal – Validação de testes

Abstract: Based on the recent history of psychology in Portugal, we describe the evolution that has occurred
  "    {    """ " "   %  "    "-
logical testing in Portugal was determined by the needs of professionals, to which scholars progressively
attended. As a result, in the past decades various master and doctoral thesis focused on the adaptation and
validation of internationally used tests. At the present moment, intelligence assessment and the psycho-
logical assessment of children and adolescents are better served by the number and diversity of existing
tests, compared to personality assessment and the assessment of adults. Finally, we describe some needs
perceived by Portuguese psychologists regarding psychological assessment, including the lack of validation
studies of international tests or of tests used with minority groups in the Portuguese society.
Keywords: Psychological assessment – Psychological tests – Psychology in Portugal – Test validation

EVALUACIÓN PSICOLÓGICA Y USO DE TESTS EN PORTUGAL

Resumen: Tomando la historia reciente de la psicología en Portugal, se describe la evolución que tuvo
lugar en el campo de la evaluación psicológica. En particular, se señala que el desarrollo de la psicometría
y tests psicológicos en Portugal fue determinado por las necesidades del mundo profesional, al que los in-
vestigadores más fueron progresivamente abordando. Así, en las últimas décadas varias tesis de maestría
y doctorado se centraron en la adaptación y validación de algunas tests que se utilizan a nivel internacional.
En la actualidad, la evaluación de la inteligencia y de la infancia y adolescencia tiene mejores perspectivas
por el número y la diversidad de tests psicológicos, en comparación con la evaluación de la personalidad y
la evaluación en adultos. Por último, se señalan algunas de las necesidades percibidas por los psicólogos
portugueses en el campo de la evaluación psicológica, por ejemplo, la falta validación de algunos tests
internacionales o incluso la falta de estudios de validación de determinados test de uso para los grupos
minoritarios de la sociedad portuguesa.

Palabras clave: Evaluación psicológica – Tests psicológicos – Psicología en Portugal – Validación de tests
Este trabalho foi apoiado através da atribuição de uma bolsa de investigação pós-doutoral à segunda autora, pela Fundação para a Ci-
ência e Tecnologia de Portugal (SFRH/BPD/85856/2012).

1
Este artículo fue presentado oralmente en el simposio “Uso de tests en Iberoamérica. Situación actual y proyectos de mejora” coordina-
do por la Dra. Paula Elosua en el XXXIV Congreso Interamericano de Psicología (Brasilia, julio de 2013).
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM PORTUGAL PSYCHOLOGICAL ASSESSMENT IN PORTUGAL 145

INTRODUÇÃO       * „‚‚ % -


cionou nesta Universidade o Mestrado em Avalia-
ƒ       €  -
Contrariamente aos demais países europeus, o
trados se centrado na adaptação e validação de
ensino universitário da psicologia surge tardia-
instrumentos de avaliação (e.g., inteligência, per-
mente em Portugal. A graduação em psicologia
    % €   -
pelas Universidades Públicas em Portugal iniciou-
tivas como a atenção ou a memória, escalas de
se apenas em 1975/76, após a revolução demo-
avaliação do comportamento preenchidas por pais
crática de 25 de abril de 1974. Assim se explica
e professores), o estudo do funcionamento de al-
algum atraso na consolidação da psicologia como
     #   €
área de pesquisa, de formação e de exercício pro-
  &      
   }  ~   -
idade pré-escolar e adultos idosos) ou a sua utili-
 €         
zação em determinados campos da prática psico-
área da avaliação psicológica. Esta situação me-
  &     : $-
rece ser apontada pois, não tendo acompanhado
ƒ  †      
de perto o momento áureo da psicometria (até aos
abuso sexual, perturbação bipolar, traumatismos
  ‚    '   ƒ  -
crânio-encefálicos, epilepsia, tumores cerebrais).
    Z  #~   
No quadro já do programa de doutoramento, tam-
algum descontentamento e crítica relativamente
bém as teses defendidas versaram a adaptação,
à psicometria e aos testes psicológicos, inclusive
validação e normalização de instrumentos como a
no seio da própria psicologia. Em consonância, as
Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coim-
 €    ƒ %
bra (BANC, 16 testes) e instrumentos de avalia-
por docentes académicos pouco preparados em
ƒ %   &‡;‡'     
psicometria e, de uma maneira geral, pouco fa-
testamentária (IACFin), qualidade de vida (WHO-
voráveis ao método dos testes. Este sentimento
QOL-OLD), rastreio cognitivo (MoCA, ACE-R),
permanece atualmente, estando mais presente
inteligência pré-mórbida (TeLPI), memória (WMS-
     ~ Z    
III, CANTAB ALzheimer), personalidade (EPQ-R),
o que em parte explica o fraco envolvimento dos
       € 
académicos na adaptação à população portugue-
 €      &ˆ    
sas de testes psicológicos usados internacional-
Ligeiro, Doença de Alzheimer, Demência Fronto-
mente. Esta situação apenas se alterou com a
Temporal, Demência Vascular). Em síntese, e so-
chegada dos psicólogos ao mercado de trabalho
bretudo na área das capacidades intelectuais e
(nos domínios da educação, saúde, clínica, orga-
do funcionamento cognitivo, várias provas psico-
:€  $"'       
lógicas internacionais foram estudadas e valida-
    ~  ~   :
das para Portugal através de teses defendidas na
 €    Z "   -
Universidade de Coimbra (e.g., MPCR, WISC-III,
das. Nesta altura, algumas teses de mestrado e
WPPSI-R).
de doutoramento tomaram a construção e a adap-
tação de testes psicológicos como tema central, e O desenvolvimento da avaliação psicológica,
já na década de 80 do século passado surgiram que não apenas na Universidade de Coimbra,
alguns estudos de psicometria e de provas psi- passou bastante pela renovação do corpo docen-
cológicas validadas para Portugal (e.g., Almeida,      ƒ   -
1986; Miranda, 1983). O desenvolvimento da psi- nais da psicologia e dos organismos associativos
cometria e da formação dos psicólogos na ava- da psicologia para estudos na área da validação
liação psicológica foi ocorrendo, assim, ao longo de provas psicológicas, e pela aceitação nos
das duas últimas décadas em Portugal, muito em meios académicos de teses de doutoramento e de
% ƒ     ~     mestrado circunscritas à construção, adaptação
como foi sendo demonstrado em sucessivas aus- e validação de provas psicológicas. As próprias
€     & †       Z  
& Cruz, 1988; Almeida, Prieto, Muñiz, & Bartram,     #    ƒ
1998; Diniz, Almeida, & Pais, 2007). e validação de provas psicológicas, aceitando a
# ƒ      
O doutoramento na especialidade de avaliação
para se fazer avançar a investigação básica e apli-
psicológica, pela Universidade de Coimbra, pode
cada em Psicologia.

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Testes disponíveis em Portugal objetivas (e.g., MMPI, Minnesota Multiphasic Per-


sonality Inventory; MCMI, Millon Clinical Multiaxial
Inventory; SCL-90, Symptom Checklist) e projeti-
Podemos fazer uma aproximação à situação dos
vas (Rorschach ou TAT), referenciadas internacio-
testes psicológicos em Portugal, nomeadamente
nalmente. De entre os testes internacionais vali-
aqueles que estão devidamente validados para
dados para Portugal no domínio da personalidade
a população portuguesa, tomando a evolução
podemos apontar a segunda edição do Inventário
havida na psicometria e nas provas mais usadas
de Depressão de Beck (BDI -II; Beck, Steer, &
internacionalmente. A situação não se apresenta
“>  ‘‘”‹ •!“ " € Œ ‰
igualmente distribuída por todos os campos da
2013), a forma revista do Questionário de Perso-
     ! Z  
nalidade de Eysenck (EP Q-R; Almiro, 2013; Ey-
provas validadas na área da inteligência que na
senck, Eysenck, & Barrett, 1985) ou o NEO-PI-R
área da personalidade, ou que estão melhor servi-
(Costa, & McCrae, 1992; Lima, & Simoes, 1997).
dos por tais provas os psicólogos escolares que os
psicólogos clínicos ou da saúde. Importa destacar Com base nas provas descritas, podemos ain-
que estas lacunas também não são compensadas    Z     ƒ
por formas alternativas de avaliação psicológica melhor servidos em termos de provas psicológi-
(e.g., entrevistas, observação naturalista), dada a cas para a infância e a adolescência, do que para
escassez de grelhas de entrevista ou de observa- a idade adulta, faltando também algumas provas
ção de condutas que suportem tecnicamente es- de referência na psicologia clínica e psicologia da
tas vias mais informais de avaliação psicológica. justiça para a avaliação da personalidade. Na se-
ƒ    &   $"  
*         ~   -
 :€'  ƒ    %  
†    €     -
descrever, pois as empresas com atividade no
siderar bastante satisfatória a situação portugue-
      ƒ   
sa. A par de algumas provas criadas de raiz para
recorrem às suas próprias provas e métodos de
a infância e a adolescência (BPRD - Bateria de
avaliação, nem sempre partilhando com os aca-
Provas de Raciocínio Diferencial – Almeida, 1986;
          -
ECCOs – Escala de Competências Cognitivas –
gação de tais recursos.
Almeida & Brito, 1998), algumas delas também
estudadas no Brasil e em países africanos de lín- Um domínio em que o envolvimento dos aca-
gua portuguesa, estão disponíveis testes interna- démicos foi decisivo para o desenvolvimento de
cionalmente referenciados para a avaliação das provas psicológicas ocorreu no campo da orien-
habilidades cognitivas. tação vocacional e do desenvolvimento da carrei-
ra. Podemos mencionar a adaptação de provas
      ! Z €
      ƒ  €  -
    Z ƒ  ‰ € 
lores, dos interesses, da maturidade da carreira,
escalas de Wechsler (WPPSI-R, WISC-III e WAIS-
da exploração vocacional e da indecisão vocacio-
III) (Rocha, Ferreira, Barrete, Moreira, & Machado,
 $    ~     
„‚‚Š‹ $!  Œ ; „‚‚ ‹ €
processos motivacionais envolvidos na tomada de
& Ferreira, 2003) e a versão infantil das Matrizes
decisão vocacional (Leitão, 2004).
   &€ ‘‘’' + -
   €      $-       !   -
ria PMA de Thurstone ou a GATB do Serviço de zados em Portugal com a Bateria de Testes de Ap-
Emprego nos Estados Unidos (Pinto, 1992, 1998); € <\“ &<   \ “‹  
        - 1992, 1998), a versão portuguesa do JVIS - Jack-
ção e de memória, por exemplo o Teste de Cópia son Vocational Interest Survey (Teixeira, 1997), o
de Figuras Complexas de Rey (Rey, 2002) ou o desenvolvimento e validação de um questionário
/      &/‹ € de interesses vocacionais com base no modelo te-
Freitas, Santana, Firmino, Martins, Nasreddine, & órico RIASEC de Holland (Silva, 2006), e a adap-
Vilar, 2008), ou inclusive o Teste de Pensamento tação e validação do Career Exploration Survey,
Criativo de Torrance (Azevedo, 2007). adaptado por Taveira (1997). Estes instrumentos,
entre outros, têm desempenhado um papel rele-
 ƒ   ~    -
vante no apoio à prática da orientação escolar e
cos, a nosso ver, prende-se com a área da perso-
    
nalidade, sentindo-se a falta de algumas provas

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Necessidades sentidas que manifestaram necessidades de formação no


domínio da avaliação, foi frequentemente encon-
trada a referência à “atualização”, “reciclagem”
Inquéritos conduzidos juntos dos psicólogos por-
e “contacto com novos instrumentos” (Mendes,
   ~    
Abreu-Lima, & Almeida, 2013).
tantas necessidades, no campo da avaliação psi-
cológica (Diniz, Almeida, & Pais, 2007; Mendes, ;    !  %   €
Abreu-Lima, & Almeida, 2013). Por exemplo, sen- técnicas e éticas na realização da avaliação psi-
do Portugal um país com crescente diversidade cológica, em boa parte extensíveis a toda a in-
cultural, não existem estudos sobre o funciona- ƒ         
mento dos testes psicológicos disponíveis junto de De referir, por exemplo, a criação muito recente
grupos culturais e étnicos minoritários. Da mesma da Ordem dos Psicólogos (noutros países Con-
forma, as amostras nacionais constituídas, mes- selho ou Colégio), mais concretamente em julho
   !     ƒ  „‚‚Š \$ ƒ ƒ     -
  #     †  vulgadas (e consultadas) as diretrizes de organis-
 $ƒ        - mos internacionais sobre a adaptação de provas
 #       - (AERA, APA, & NCMEA, 1999).
ção (falamos aqui de estudos normativos dos tes-
tes e não de estudos conduzidos sobre o seu uso Futuros desenvolvimentos
#      ' * ƒ   
avaliação psicológica em contexto escolar de uma
criança de etnia cigana ou afrodescendente, as-         -
          - los psicólogos portugueses (e.g., uso de provas
ência ou sobredotação intelectual. Outro exemplo ƒ        ƒ
          ! portuguesa, movimento contrário aos testes nal-
quando um psicólogo da justiça necessita de emi- guns ambientes académicos de formação, falta de
tir um parecer sobre o grau de maturidade para o estudos sobre a validade empírica dos testes nos
exercício da parentalidade por parte de um adulto    ~     %  
pertencente a um grupo étnico minoritário.  ƒ   #     -
  ƒ      %  
•   ƒ    
e validação de meios de avaliação psicológica al-
   !  %  :€ 
ternativos aos testes mais tradicionais) podemos
testes disponíveis (por exemplo, alguns testes
elencar algumas pistas para o desenvolvimento
  ƒ †    € 
futuro da avaliação psicológica em Portugal. Des-
recentes) ou, ainda, a fraca preocupação com a
de logo, defendendo-se que a avaliação psicológi-
equivalência cultural e de constructo de algumas
 ƒ   #      
provas traduzidas para a língua portuguesa (Al-
         
meida, Diniz, Pais, & Guisande, 2006). Da mesma
para informar sobre os problemas em análise ou
forma, apontam-se lacunas na formação académi-
  €     ƒ  -
ca recebida ou a falta de oportunidades para uma
ƒ    & € / " Œ
%ƒ    #~      ~
Gonçalves, 2008). Hoje, os métodos de análise
da avaliação psicológica. Esta formação é tanto
   †        
mais necessária quando nem sempre o psicólogo
dimensionalidade teórica dos constructos avalia-
encontra trabalho na área em que mais incidiu a
dos do que a real relevância da informação obtida
sua formação académica (muitos, enquanto alu-
para a prática psicológica (validade externa). Por
 %: €    ~  ~
outro lado, a avaliação psicológica, não prescin-
da psicologia clínica e da saúde, apesar de no fu-
dindo de boas técnicas de recolha de informação,
turo virem depois a intervir nas áreas socioeduca-
requer obviamente a mão competente do próprio
tivas). A título de exemplo, no estudo mais recente
  +      €
junto de uma amostra de psicólogos escolares
para que os psicólogos portugueses realizem for-
portugueses, essa necessidade era mencionada
mação especializada na área da avaliação psi-
por 34% dos inquiridos, aparecendo em segundo
cológica em geral e para o manuseio de determi-
lugar (logo a seguir à formação na área das “di-
nadas técnicas ou metodologias, ou ainda para o
   :–'    
estudo aprofundado de determinados problemas
formação mais valorizado. Entre os participantes

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 €   &/  $!W lógica requer, como se depreende, um conjunto
& Almeida, 2013). vasto de competências técnicas e éticas por parte
A participação de psicólogos portugueses e do psicólogo, importando associar o seu sentido
seus representantes em estruturas e organismos de responsabilidade à existência efetiva de opor-
internacionais de avaliação psicológica (por exem- tunidades de formação especializada na área da
plo, na ITC - International Test Commission ou na avaliação psicológica, ponto em que a Ordem dos
EFPA - European Federation of Psychologists’ As- Psicólogos e as Universidades podem convergir
sociations), assim como a sua presença em even-   ƒ  ˜$    %-
tos de Espanha e dos Países da América Central mação.
e do Sul, aproveitando a proximidade linguística
e cultural existente (veja-se a Associação Iberoa- REFERÊNCIAS
mericana de Diagnóstico e Avaliação Psicológica),
  Z *   }! 
 :ƒ  #    €    - Almeida, L. S. (1986). Bateria de Provas de Racio-
gulares e na edição das respetivas actas ou pro- cínio Diferencial: Manual. Porto: Universidade
ceedings, proporcionando uma interação interes- do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciên-
sante de investigadores, docentes universitários cias da Educação.
     ~       Almeida, L. S. & Brito, L. (1998). Escala de Com-
países. De acrescentar a publicação da revista petências Cognitivas (ECCO-4/7). Braga: Uni-
Laboratório de Psicologia e a edição periódica de versidade do Minho.
um volume da série “Avaliação Psicológica: Ins- Almeida, L. S., & Cruz, O. M. S. R. (1988). O uso
trumentos validados para a população portugue- dos testes como revelador de modelos de prá-
sa”, mais recentemente designada “Instrumentos tica psicológica: Estudo junto dos psicólogos
e contextos de avaliação psicológica” (Almeida, portugueses. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 4,
€ Œ <  „‚ '      - 207-224.
tudos de validação e normativos de testes para Almeida, L. S., Diniz, A. M., Pais, L. G., & Gui-
a população portuguesa, assim como informação sande, M. A. (2006). A avaliação psicológica
   —  :ƒ    na prática dos psicólogos: As provas psicoló-
   gicas usadas em Portugal. En C. Machado, L.
A participação dos docentes universitários na S. Almeida, M. A. Guisande, M. Gonçalves, &
adaptação e validação de novas provas psicoló- V. Ramalho (Eds.), Actas da XI Conferência
    € :    Internacional “Avaliação Psicológica: Formas
uso, nas suas áreas de ensino ou de pesquisa e Contextos” (pp. 1091-1097). Braga: Psiqui-
deve ser incentivada. Estudos inerentes a teses líbrios.
de mestrado e de doutoramento podem servir este Almeida, L. S., Prieto, G., Muñiz, J., & Bartram, D.
objetivo. Não bastando boas provas psicológicas (1998). O uso dos testes em Portugal, Espa-
para uma avaliação psicológica, também não é nha e países iberoamericanos. Psychologica,
possível esta avaliação fazer-se sem recursos 20, 27-40.
técnicos adequados. A Ordem dos Psicólogos e
 W  € /  Œ <  / /
as Editoras de testes têm aqui uma parte impor- (Eds.) (2013). Instrumentos e contextos de ava-
tante de responsabilidade, por exemplo investindo liação psicológica. Coimbra: Livraria Almedina.
mais na atualização dos testes psicológicos dis-
poníveis. Finalmente, a formação especializada  W  € /  / "  Œ
dos psicólogos na área da avaliação não pode ser Gonçalves, M. M. (2008). Prefácio. En L. S.
   ƒ    €   /  €  / " Œ / /
 ~     ƒ #   Gonçalves (Eds.), Avaliação Psicológica: Ins-
avaliação, assim como a ponderação competente trumentos validados para a população portu-
dos recursos mais ajustados e disponíveis. A uti- guesa. Coimbra: Quarteto.
lização consciente das provas e a rentabilização Almiro, P.A. (2013). Adaptação, validação e aferi-
quantitativa e qualitativa dos seus resultados é ção do EPQ-R para a população portuguesa:
    #   %ƒ    Estudos em contextos clinico, forense e na co-
assim como a síntese da informação recolhida e munidade. Tese de Doutoramento. Coimbra:
a comunicação dos resultados. A avaliação psico- Faculdade de Psicologia e de Ciências da Edu-

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