Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autores
Bárbara Fernandes Cavalcante
Luiza Crispim de Souza Gonçalves
Vanessa Silva Miranda Paixão
1. Introdução
O presente relatório aborda a estimativa de emissões associadas a atividade de
movimentação de pátio de carvão (ferro-gusa), bem como técnicas e desafios relacionados
ao controle dessas emissões.
A transferência e movimentação de pátio de carvão (ferro-gusa) é um processo
comum na indústria de mineração para produção de ferro e aço, onde grandes quantidades
deste material é transportado e armazenado para posterior processamento. Essa atividade
pode resultar na emissão de material particulado, poeira e partículas no ar, representando
um desafio significativo para a qualidade do ar e o meio ambiente. As emissões de poeira
podem ocorrer em vários pontos do ciclo de armazenamento, manipulação, empilhamento e
durante o processo de recuperação de minério.
O ferro-gusa trata-se de uma liga metálica proveniente do processo de oxirredução do
minério de ferro, com o carbono como redutor. Nos processos industriais normalmente as
ligas contém teores entre 4% e 4,5% de carbono, com a indústria siderúrgica possuindo duas
vertentes: a produção de aços planos, para chapas, bobinas e outros, utilizadas em bens de
consumo durável, e a produção de aços longos, para vergalhões, fio máquina e etc., utilizadas
na construção civil (VITAL; PINTO, 2009).
Nesse contexto, na produção de ferro-gusa, as entradas no alto-forno são os minérios,
o carvão vegetal e os fundentes, formando camadas, que são levados ao topo do forno pelo
skip (carros que realizam o carregamento), e resultando em ferro-gusa, escória, gases e
poeira. Dessa forma, após gerados na parte superior do alto-forno os gases são inseridos em
um processo de limpeza e utilizados posteriormente em processos distintos como:
aquecimento de caldeiras, panelas de ferro-gusa, reaquecimento de tarugos. Enquanto, a
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS II: CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR
Pós-Graduação em Engenharia de Controle Ambiental – Prof. Amanda Karine Chaves
(Eq.1)
Onde:
E= Fator de emissão;
k= Multiplicador granulométrico (adimensional);
U= Velocidade média do vento, metros por segundo (m/s) (milhas por hora [mph]);
M= Teor de umidade do material (%);
Assim, por meio dos dados disponíveis na tabela 13.2.4.1 alocada no subitem obteve-
se as informações sobre o carvão (coal) como mostrado na Figura 1.
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS II: CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR
Pós-Graduação em Engenharia de Controle Ambiental – Prof. Amanda Karine Chaves
Por fim, para os valores das constantes admencionais k de MP10, MP2,5 e PTS, foram
utilizados os termos das partículas de acordo com a tabela presente no subitem 13.2.4. Sendo
para tamanhos superiores a 30 μm para PTS, superiores a 10 μm para MP10 e superiores a
2,5 μm para MP2,5 como demonstrado na Figura 3.
Figura 3 - Constantes k.
𝐸𝑅
𝐸 = 𝐴 𝑥 𝐹𝐸 𝑥 (1 − ) (Eq. 2)
100
Sendo:
E = Taxa de emissão
A = Taxa de atividade
FE = Fator de emissão da atividade
ER = % de eficiência do equipamento de controle utilizado
3. Resultados obtidos
Com base na metodologia adotada, os resultados das emissões estimadas utilizando a
Equação 1 com os dados apresentados foram obtidos os resultados dispostos na Tabela 1 para
os fatores de emissão de atividades para MP10, MP2,5 e PTS:
Enquanto o resultado para da emissão de carvão para as três situações do alto forno
da siderúrgica por dia foram:
𝑡𝑜𝑛 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝐸𝑀𝑃10 = 980 𝑑𝑖𝑎 𝑥 0,0003118 𝑡𝑜𝑛 𝑥 (1 − 0) = 0,306 𝑑𝑖𝑎
𝑡𝑜𝑛 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝐸𝑀𝑃2,5 = 980 𝑑𝑖𝑎 𝑥 0,0000472 𝑡𝑜𝑛 𝑥 (1 − 0) = 0,046 𝑑𝑖𝑎
𝑡𝑜𝑛 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝐸𝑃𝑇𝑆 = 980 𝑑𝑖𝑎 𝑥 0,0006593 𝑡𝑜𝑛 𝑥 (1 − 0) = 0,646 𝑑𝑖𝑎
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS II: CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR
Pós-Graduação em Engenharia de Controle Ambiental – Prof. Amanda Karine Chaves
Referências
PESSOA, Lídia de Paula; ALVES, José Maria do Carmo Bento. Sistema de otimização do
balanço de massas para alimentação de alto-fornos: um estudo de caso. Revista Eletrônica
Produção & Engenharia, v. 4, n. 1, p. 355-364, Jan./Jun. 2013.
VITAL, Marcos Henrique Figueiredo; PINTO, Marco Aurélio Cabral. Condições para a
sustentabilidade da produção de carvão vegetal para fabricação de ferro-gusa no Brasil.
BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 30, p. 237-297, set. 2009.