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“Os desafios da engenharia industrial na produção

de alimentos, energia renovável e na promoção da


qualidade de vida das pessoas.”

EXPERIMENTO PARA DETERMINAR O COEFICIENTE DE CONDUÇÃO DE CALOR DE UM CILÍNDRO DE


AÇO REVESTIDO POR UM MATERIAL ISOLANTE

Elias de Almeida Silva (1) (esilvamtm@gmail.com)

(1)
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); Departamento de Engenharia Mecânica e Produção.

RESUMO: Este trabalho visa auxiliar o estudo de transferência de calor e ainda nos proporcionando a
aplicação dos conhecimentos adquiridos na disciplina de Transferência de Calor, com o objetivo de projetar
uma bancada para a medição do coeficiente de condução de calor de um cilíndrico de aço revestido por um
material isolante. Para a metodologia incialmente serão listados os materiais que serão utilizados para a
elaboração do projeto e afinal para conclusão será feita uma análise de incertezas, a partir dos instrumentos
utilizados para aferição a fim de obter uma incerteza combinada máxima de 5%.

PALAVRAS-CHAVE: TRANSFERÊNCIA DE CALOR, COEFICIENTE DE CONDUÇÃO, INCERTEZAS.

EXPERIMENT TO DETERMINE THE HEAT CONDUCTION COEFFICIENT OF A STEEL CYLINDER COATED


WITH AN INSULATING MATERIAL

ABSTRACT: This work aims to help the study of heat transfer and also provide us with the application of
knowledge acquired in the discipline of Heat Transfer, with the aim of designing a bench for measuring the
heat conduction coefficient of a steel cylinder coated with a insulating material. For the methodology,
initially, the materials that will be used for the elaboration of the project will be listed and, finally, for
conclusion, an uncertainty analysis will be carried out, based on the instruments used for measurement, in
order to obtain a maximum combined uncertainty of 5%.

KEYWORDS: HEAT TRANSFER, COEFFICIENT OF CONDUCTION, UNCERTAINTIES.

DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Os autores são os únicos responsáveis por este trabalho.

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1. INTRODUÇÃO

Ao estudar as transferências de calor, identificou-se a importância de analisar a correlação


destes fenômenos com processos práticos dentro da engenharia e de mecanismos aplicados na
indústria.
Os processos de transferência de calor afetam também a performance de sistemas de
propulsão (motores a combustão e foguetes). Outros campos que necessitam de uma análise de
transferência de calor são sistemas de aquecimento, incineradores, armazenamento de produtos
criogênicos, refrigeração de equipamentos eletrônicos, sistemas de refrigeração e ar condicionado
e muitos outros.
Os processos de transmissão de calor são também relevantes na poluição da água e do ar, e
influenciam fortemente as condições climatéricas. A importância do conhecimento aprofundado
dos processos de transmissão de calor e a necessidade de analisá-los quantitativamente têm-se
tornado progressivamente mais importantes com o avanço tecnológico.
Existe a necessidade de maximizar a transferência de calor e manter a integridade dos
materiais em altas temperaturas e, além disso, é necessário minimizar a descarga de calor no meio
ambiente, evitando a poluição térmica através de torres de refrigeração e recirculação.
Desta forma o presente artigo tem como objetivo identificar e expor as relações entre a
teoria física de transferências de calor com a aplicabilidade dentro de um projeto de bancada, que
tem a finalidade de medição do coeficiente de condução de calor de um cilíndrico de aço revestido
por um material isolante. Além disso, Este estudo tem seu princípio à definição de transferência de
calor de calor, que segundo, Incropera e DeWitt (1998), é a energia em trânsito devido a uma
diferença de temperatura. Esta transferência acontece de forma espontânea, direcionando-se do
corpo de maior temperatura para o de menor temperatura, sem considerar variáveis como
dimensões, natureza e se existe contato entre os corpos ou não (BONJORNO, 1985).
Segundo Bonjorno (1985), os processos de transferência de calor podem ocorrer por meio
de três diferentes processos, sendo eles o de condução, de convecção e de radiação.
Sendo assim, Bonjorno (1985) define condução, como o processo de transferência de calor
pelo qual a energia é trasmitida entre partículas sem que as mesmas sejam deslocadas. Incropera e
DeWitt (1998, p.25) relacionam, ainda, a convecção ao “[...] transporte de energia em um meio
devido à existência de um gradiente de temperatura, e o mecanismo físico envolvido é a
movimentação aleatória dos átomos ou moléculas”.
Vale lembrar que sob maiores temperaturas, ocorre proporcional aumento de agitação
molecular, ou seja, aumentando também o fluxo de calor (INCROPERA e DEWITT, 1998). Os autores

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ainda ressaltam que a condução térmica depende diretamente do material em que se está
aplicando a variação, pois deve-se considerar a condutividade térmica do material. Já tratando-se
da transferência de calor por radiação, segundo Incropera e DeWitt (1998), esta consiste na energia
emitida por todo corpo ou matéria que apresenta temperatura não-nula.

2.MATERIAIS E MÉTODOS

Todo dado experimental deve ser analisado através de algum tipo de procedimento. Um
bom experimentalista deve fazer todo o esforço possível para eliminar todos os erros de seu
experimento. Este objetivo, no entanto, nunca será plenamente alcançado, cabendo então ao
experimentalista à responsabilidade de apresentar uma medida da confiabilidade de seus dados. O
resultado do cálculo do erro é uma função das variáveis independentes.

𝑋1 𝑋2 𝑋3,… 𝑋𝑛

Ou seja, ∆𝑍= 𝑓(𝑋1,… 𝑋𝑛 )

Chamamos de ∆𝑧 o erro do resultado (sendo ∆𝑥1, ∆𝑥2 , ∆𝑥3,... ∆𝑥𝑛 os erros das variáveis
independentes), tem-se:

𝜕𝑧 𝜕𝑧 2 𝜕𝑧 2 2
∆𝑍 = √(𝜕𝑥1 . ∆𝑋1) + (𝜕𝑥2 . ∆𝑋2) + ⋯ + (𝜕𝑥𝑛 . ∆𝑋𝑛) (eq.1)

Para o cálculo da incerteza utilizamos a (eq. 1) e calculamos com ajuda da ferramenta Excel
obtendo:

∆𝑧= 0,99887

Para obtenção deste experimento foram necessários:

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 Um cilindro de Aço (Aço 1020, k= 52,9 W/m-K);
 Uma Resistência Térmica de (R =750 w);
 Seis Termopares;
 Lã de rocha, para isolamento térmico; (k = 0,030 w/mk);
 Paquímetro;

Levamos em consideração:

 Admitiu-se perda de calor por convecção e condução no isolante é nula.


 Vamos desconsiderar a resistência de contato entre o material do cilindro e o material do
resistor elétrico.
 Admitimos a perda de calor por radiação nula.
 Admitiram-se valores para temperatura, com objetivo de obter valores para o coeficiente de
condução.

2.1 Procedimento experimental

Para este experimento foi feito a montagem da bancada será realizada, inicialmente
revestindo-se o cilindro de aço com lã de rocha para evitar perda de calor por radiação e
convecção. Logo em seguida insere-se uma potência dissipada pelo resistor de resistência R
submetido a uma tensão de rede onde essa será colocada em uma das extremidades do cilindro
para podermos criar um gradiente de temperatura que resultará em uma taxa de transferência de
energia dentro desse meio que será encontrada pela Lei de Fourier. O cilindro recebeu cinco
termopares distribuídos em sua superfície para análise do fluxo e todo conjunto foi coberto com lã
de rocha, com o objetivo de reduzir ao máximo as possíveis perdas de calor do cilindro para o meio.

2.2 Equações governantes

Para determinar o coeficiente de calor de um cilindro de aço revestido por um material


isolante utilizamos a Lei de Fourier, onde isolamos o valor de K:

Temos que a Potência: 𝑃 = 𝑖 . 𝑈, onde a mesma será o nosso fluxo de calor.

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𝑃 = 𝑖 . 𝑈 (eq.2)

Pela Lei de Fourier teremos:

𝐾
𝑞=𝐴 (𝑇𝑠 − 𝑇 ) (eq.3)
𝐿

Substituindo a (eq.2) no valor de q da (eq.3), teremos:


𝐾
𝑈 .𝑖 = 𝐴 (𝑇𝑠 − 𝑇 ) e isolando o valor de K:
𝐿

𝑈.𝑖.𝐿
𝐾= (eq.4)
𝐴.(𝑇𝑠 − 𝑇 )

3.RESULTADOS E CONCLUSÕES

Foram realizadas medições de variações da temperatura para determinadas faixas de


comprimento, onde foram utilizados Termopares para aferir as temperaturas, e as faixas de
comprimento foram encontradas dividindo o comprimento do cilindro em seis partes iguais. Já de
posse dessas informações calculamos a condutividade térmica para cada faixa de temperatura e
comprimento, obtendo os valores da Tabela 1, abaixo:

 T(°C) L(Metros) k(W/m*K)

49,4 0,01 52,71

95 0,02 54,82

149,68 0,03 52,19

197 0,04 52,87

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249,05 0,05 52,28

290,36 0,06 53,81

Tabela 1 – Disposição da variação de temperatura, faixas de comprimento do cilindro e valores de


K.

Analisando a Tabela 1, vê-se que a variações de temperatura são menores próximos à fonte
de calor, resistência, e com o aumento do comprimento temos o aumento da variação de
temperatura.

Com base nestes valores, foi construído o gráfico T (°C) x L (Metros) e a equação da reta de
ajuste obtida foi a seguinte:

𝑦 = 4900,9𝑥 + 49,191

Com R² = 0,9981.

A seguir, tem-se o gráfico:

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CONCLUSÕES

Podemos concluir que para determinar o valor do coeficiente de condução de calor de um


cilindro de aço revestido por um material isolante, devemos considerar a perda por convecção e
radiação, além de termos adotado valores estimados para a temperatura, pois como o experimento
foi apenas um projeto não conseguimos mensurar tais valores.

REFERÊNCIAS

1- Bonjorno, Regina F.S. Azenha. Física 2: termologia, óptica geométrica, ondulatória. São
Paulo: FTD, 1985.

2- CENGEL, Yun. Transferência de Calor e massa: uma abordagem prática. São Paulo: McGraw-Hill,
2009. (Livro-texto).

3- Incropera, Frank P.; DeWITT, David P. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 4ª ed.
Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1998.

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