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Universidade Federal do Ceará

DQOI - UFC Centro de Ciências Prof. Nunes

Departamento de Química Orgânica e Inorgânica


Química Orgânica II

Reações de
Substituição Eletrofílica
em Aromáticos

1 Prof. Nunes
Compostos Aromáticos
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Muitos derivados de benzeno, foram originalmente isolados a


partir de bálsamos perfumados obtidos a partir de plantas.

➢ Estes compostos foram descritos como sendo


aromáticos em referência aos seus odores agradáveis.

Ao longo do tempo, os químicos descobriram que muitos


derivados de benzenos são, na verdade, inodoros.

No entanto, o termo "aromático" é ainda utilizado para descrever


todos os derivados do benzeno, independentemente de serem
perfumados ou inodoros.

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Compostos Aromáticos
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O fragmento aromático - anel benzênico - é uma característica estrutural


particularmente comum em drogas (fármacos).

Regulador de colesterol Anti-psicótico Anti-hipertensivo

3 Diminuição da secreção gástrica Úlcera/refluxo Prevenção da trombose


Estrutura do Benzeno
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Em 1825, Michael Faraday, isolou o benzeno a partir do resíduo oleoso


descartado da iluminação de gás de lâmpadas de ruas de Londres.

Investigações revelaram que


➢ A fórmula molecular deste composto era C6H6:
➢ Um hidrocarboneto constituído de seis átomos de carbono e
seis átomos de hidrogênio.

Em 1866, August Kekulé, usou a teoria estrutural, recentemente publicada,


para propor uma estrutura para o benzeno.
➢ ele propôs um anel formado por ligações duplas e
simples alternadas.

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Estrutura do Benzeno
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Kekulé descreveu a troca de ligações simples e duplas como sendo um


processo de equilíbrio.

Com o tempo, essa visão foi refinada pelo advento da teoria da ressonância e
conceitos de orbitais moleculares, deslocalização de elétrons.

As representações acima são agora vistos como estruturas de ressonância,


não como um processo de equilíbrio.

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Estabilidade do Benzeno
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A estabilidade da porção de aromático é observada quando se compara o


calor de hidrogenação para de compostos semelhantes, como o
ciclohexeeno.

➢ Lembre-se que a hidrogenação de uma ligação π ocorre na presença


de um catalisador de metal.

O calor de hidrogenação (DH) para esta reação é -120 kJ/mol.

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Estabilidade do Benzeno
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O benzeno, quando submetido às mesmas condições reacionais, reage com


três equivalentes de hidrogênio molecular para formar o cicloexano.
Portanto, deveríamos esperar DH = -360 kJ/mol.

➢ Mas, na verdade, o calor de hidrogenação para a reação de


hidrogenação do benzeno é de apenas -208 kJ / mol.

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Estabilidade do Benzeno
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Em outras palavras, o benzeno é muito mais estável do que o esperado para


um hipotético cicloexatrieno. Isto é atribuído à conjugação observada no
benzeno.

A diferença entre o valor esperado (-360) e o valor observado (-208) é


152kJ/mol, que é chamada de energia de estabilização do benzeno.

Esta diferença representa a estabilidade do benzeno associada com a


ressonancia.
Estrutura do Benzeno
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O benzeno é um hexágono simétrico planar com seis átomos de carbono


trigonal plano (sp2), cada um tendo um átomo de hidrogênio no plano do
anel.

Ligação p

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Estrutura do Benzeno
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Todos os comprimentos das ligações C-C são iguais a 1.39 Angstron.

Esta característica geométrica advém da ressonância existente no anel


(deslocalização dos seis elétrons p dos orbitais p da estrutura).

➢ Lembre-se: C-C 1.47 de C=C 1.33

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Reações do Benzeno
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Enquanto os alcenos sofrem reação de adição quando tratados com bromo,

➢ O benzeno é inerte sob as mesmas condições.

➢ Sua estrutura plana com duas regiões ricas em elétrons (acima e


abaixo do plano), torna o benzeno um alvo para o ataque de
espécies deficientes de elétrons, os eletrófilos.

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Reações do Benzeno
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Curiosamente, quando Fe (ferro) é introduzido na mistura, uma reação


ocorre, embora o produto não seja o que era esperado.

Em vez de uma reação de adição,

➢ Foi observada uma reação de substituição eletrofílica


aromática.
➢ Um dos hidrogênios aromáticos foi substituído por
um eletrófilo.
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Substituição Eletrofílica Aromática
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Muitos grupos podem ser adicionados ao anel aromático através de uma


reação de substituição eletrofílica.

acilação de
bromação Friedel-Crafts

cloração alquilação de
sulfonação Friedel-Crafts
nitração

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Mecanismo Geral
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Embora envolvam diferentes eletrófilos, as reações de substituição


eletrofílica aromáticas têm o mesmo mecanismo geral.

ataque nucleofílico

transferência de próton

Complexo sigma ou intermediário de Wheland, ou ainda íon arênio

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Mecanismo Geral
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Halogenação
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Durante a bromação de um alceno, o dupla ligação atua como um nucleófilo


enquanto o Br2 atua como um eletrófilo.

nucleófilo eletrófilo

Quando a nuvem de elétrons p do alceno se aproxima, a molécula de Br2


torna-se temporariamente polarizada, tornando um dos átomos de bromo um
electrofílo (δ+). Este átomo de bromo se torna suficientemente eletrofílico
para reagir com o alceno,

➢ No entanto, não é suficientemente eletrofílico para reagir com


benzeno.

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Halogenação
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A presença do FeBr3, na mistura de reação aumenta a eletrofilicidade do


átomo de bromo.

O FeBr3 é um ácido de Lewis, sendo necessário para que a reação entre o


benzeno e o bromo ocorra.

Especificamente, FeBr3 interage com Br2 para formar um complexo o qual


reage “como se fosse Br+”.

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Mecanismo da Halogenação
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Este complexo serve como um reagente eletrofílico promovendo a bromação


do anel aromático, através um mecanismo de duas etapas

ataque nucleofílico rearomatização

complexo sigma ou intermediário de Wheland

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Mecanismo da Halogenação
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Uma reação semelhante ocorre quando o cloro é utilizado em vez de bromo.

➢ A cloração do benzeno é realizada com um ácido de Lewis, tal


como o tricloreto de alumínio.

rearomatização
ataque nucleofílico

19 complexo sigma ou intermediário de Wheland


Mecanismo da Halogenação
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Sulfonação
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Quando o benzeno é tratado com ácido sulfúrico fumegante (mistura de


H2SO4 e gás SO3), uma reação de sulfonação ocorre e o ácido
benzenosulfônico é obtido.
H2SO4 concentrado

fumegante

A reação entre o benzeno e o SO3


➢ é altamente sensível às concentrações do reagentes e, portanto, é
reversível
H2SO4 concentrado

fumegante

H2SO4 conc./calor

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Mecanismo da Sulfonação
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protonação
do ânion

ataque nucleofílico
rearomatização

complexo sigma ou intermediário de Wheland

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Nitração
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Quando o benzeno é tratado com uma mistura de ácido nítrico e ácido


sulfúrico, uma reação de nitração ocorre na qual o nitrobenzeno é formado .

Esta reação processa-se através de uma substituição eletrofílica aromática


envolvendo o íon nitrônio (NO2+) como eletrófilo, o qual é formado pela
reação entre o ácido nítrico e o ácido sulfúrico.

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Mecanismo da Nitração
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ataque nucleofílico

rearomatização

complexo sigma ou intermediário de Wheland

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Redução do Grupo Nitro
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Uma vez no anel, o grupo nitro pode ser reduzido para dar um grupo
amino (NH2).

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Alquilação de Friedel-Crafts
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Vimos que uma variedade de eletrófilos


➢“Br+”
➢“Cl+”
➢SO3
➢NO2+
reagem com o benzeno via reações de substituição eletrofílica aromática.

Agora, vamos explorar eletrófilos cujo centro eletrofílico é um átomo de


carbono (reações de Friedel-Crafts).

A alquilação de Friedel-Crafts, descoberta por Charles Friedel e Crafts James


em 1877, torna possível a inserção de um grupo alquila em um anel
aromático.

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Alquilação de Friedel-Crafts
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Embora um haleto de alquila, tal como 2-clorobutano seja, por si só,


eletrofílico, ele não é suficientemente eletrofílico para reagir com benzeno.

No entanto, na presença de um ácido de Lewis, tal como o tricloreto de


alumínio, o haleto de alquila é convertido em um carbocátion.

carbocátion

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Alquilação de Friedel-Crafts
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Após a formação do carbocátion, dois passos estão envolvidos nesta


substituição eletrofílica aromática.

1) Na primeira etapa, o anel aromático atua como um nucleófilo e ataca o


carbocátion, formando um complexo sigma.

2) O complexo sigma é, então, desprotonado para restaurar a aromaticidade.

ataque nucleofílico rearomatização

carbocátion

complexo sigma ou intermediário de Wheland


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Alquilação de Friedel-Crafts
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Haletos de alquila primários não são convertidos em carbocátions, uma vez


que carbocátions primários possuem energias extremamente elevadas e
portanto, são instáveis.

No entanto, uma alquilação de Friedel-Crafts é observada, quando o benzeno


é tratada com cloreto de etila, na presença de AICI3.

Presume-se, neste caso, que o agente eletrofílico seja um complexo entre


cloreto de etila e AlCl3.

29 agente eletrofílico
Alquilação de Friedel-Crafts
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Este complexo pode ser atacado por um anel aromático, assim como se viu
durante cloração.

Embora a alquilação de Friedel-Crafts seja eficaz com o cloreto de etila


➢ a maioria dos outros haletos de alquila primários usados não são
eficazes,

➢ porque os seus complexos com AlCl3 se rearranjam para


formar carbocátions secundários e terciários.

migração
hidreto
rearranjo
carbocátion
secundário

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Acilação de Friedel-Crafts
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Na seção anterior, aprendemos como inserir um grupo alquila em um anel


aromático.

➢ Um método similar pode ser utilizado para inserir um grupo acila. A


diferença entre um grupo alquila e um grupo acila é mostrado abaixo.

grupo grupo
alquila acila

Uma reação que insere um grupo acila é chamada de acilação.

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Acilação de Friedel-Crafts
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Em uma acilação de Friedel-Crafts, o mecanismo é muito semelhante ao


processo de alquilação discutido anteriormente.

Um cloreto de acila é tratado com um ácido de Lewis para formar uma


espécie catiônica, chamada um íon acílio.

íon acílio

Um íon acílio é estabilizado por ressonância e, portanto, não é susceptível a


rearranjos.

estabilizado por ressonância

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Acilação de Friedel-Crafts
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O íon acílio é atacado pelo anel benzênico para produzir um complexo


intermediário sigma, o qual é desprotonado para restaurar a aromaticidade.

ataque nucleofílico

rearomatização

complexo sigma ou intermediário de Wheland

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Acilação de Friedel-Crafts
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O produto de uma acilação de Friedel-Crafts é uma arilcetona (cetona


aromática), que pode ser reduzida através de uma redução de Clemmensen.

Na presença de amálgama de zinco Zn-Hg e HCl, a carbonila (–C–) é


completamente reduzida em um grupo metileno (–CH2–).

Quando uma acilação de Friedel-Crafts é seguida pela redução Clemmensen,


o resultado é a inserção de um grupo alquila (estratégia utilização para
alquilar o anel aromático).

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Acilação de Friedel-Crafts
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OBS: AS LIMITAÇÕES DAS REAÇÕES DE FRIEDEL-CRAFTS


1. OS HALETOS EMPREGADOS DEVEM SER DE ALQUILA OU ACILA E NUNCA DE VINILA OU ARILA.

2. ANÉIS FORTEMENTE DESATIVADOS NÃO SOFREM REAÇÕES DE FRIEDEL-CRAFTS (CF3, NO2, CN,
COH, CO2H, COR).

3. OS PRODUTOS ALQUILADOS SÃO MAIS REATIVOS QUE O BENZENO, PORTANTO ÀS VEZES É


DIFICIL LIMITAR AS
REAÇÕES A PRODUTOS MONOALQUILADOS.

4. PODEM ACONTECER REARRANJOS NAS REAÇÕES DE ALQUILAÇÕES.

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OBS: PARA OBTER O COMPOSTO ALQUILADO DESEJADO E EVITAR REARRANJO

a) Acilação/hidrogenação

b) Acilação/Redução de Clemmensen ou Wolf-


Kishner

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6. EFEITOS DOS SUBSTITUINTES NAS REAÇÕES DE SUBSTITUIÇAO


ELETROFÍLICA EM BENZENOS SUBSTITUÍDOS

GRUPOS ATIVADORES E DESATIVADORES

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1. SUBSTITUINTE ALQUIL - ATIVADOR

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OUTROS GRUPOS ATIVADORES:

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2. SUBSTITUINTE CF3 - DESATIVADOR

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OUTROS GRUPOS DESATIVADORES:

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Velocidade da S.E.A.
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Até o momento, falamos apenas das reações do benzeno, isto é, um anel


aromático sem substituintes.

Entretanto, dados experimentais mostram que substituintes presentes no


anel aromáticos podem aumentar ou diminuir sua reatividade.

Por exemplo, temos a seguinte série de reatividade:

CH3 H CF3
>>> >

Dizemos que o grupo CH3 ativou o anel e que o grupo CF3 desativou o anel.

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Grupos Ativantes
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Até agora, temos tratado apenas com reações do benzeno.

Vamos agora expandir nossa discussão para incluir reações de compostos


aromáticos que já possuem substituintes, tais como tolueno.

Na reação de nitração, a presença do grupo metila levanta duas questões:

1) Qual o efeito do grupo metila na velocidade da reação?

2) Qual o efeito do grupo metila na regioquímica da reação.

Vamos começar com a velocidade de reação.


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Grupos Ativantes
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CH3 H
>>>

O tolueno sofre nitração aproximadamente 25 vezes mais rápido que o


benzeno.

Em outras palavras, o grupo metila é ativador do anel aromático.

➢ Por quê?

Recorde-se que os grupos alquila são doadores de elétrons [Efeito Indutivo


doador, (+I)].

Como resultado,
➢ um grupo metila doa elétrons, aumentando a densidade
eletrônica do anel, tornando-o mais reativo frente a um
eletrófilo.
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Grupos Ativantes - Regioquímica
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O grupo nitro pode ser inserido nas posições -orto, -meta ou -para em
relação ao grupo metila,

➢ mas os três possíveis produtos não são obtidos em iguais


quantidades.

orto- meta-
nitrotolueno nitrotolueno para-
nitrotolueno
(63%)

Note que os produtos orto e para predominam, enquanto muito pouco do


produto meta é obtido.

Para explicar esta observação, temos de comparar a estabilidade dos


complexos sigmas formados originados pelo ataque nucleofílico em cada
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uma das três posições.
Grupos Ativantes - Regioquímica
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Forma mais estável

ataque
orto

ataque
meta

Forma mais estável

ataque
para

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Grupos Ativantes - Regioquímica
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A energia relativa de cada complexo sigma ou intermediário de Wheland é


melhor visualizada comparando os diagramas de energia para os ataques
orto, meta e para.

ataque orto ataque meta ataque para

Energia
Livre
(G)

Coordenada da reação Coordenada da reação Coordenada da reação

Intermediário mais estável implica em um estado de transição de menor


energia, e consequentemente uma maior velocidade de reação, levando a
56 maior produção dos isômeros orto e para.
Grupos Desativantes
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Vimos que certos grupos ativam o anel para a substituição eletrofílica aromática.

Nesta seção, vamos explorar os efeitos do grupo nitro, que desativa o anel frente
a substituição eletrofílica aromática.

Para entendermos por que o grupo nitro desativa o anel, devemos explorar os
efeitos eletrônicos de um grupo nitro ligado a um anel aromático.

➢ o grupo nitro é retirador de elétrons tanto por efeito indutivo (-I)


como por ressonância [mesomeria (–M)]

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Grupos Desativantes
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Agora vamos considerar a estabilidade dos íons


arênios ou intermediários de Wheland:

3ª estrutura: particularmente
instável

2ª estrutura: particularmente
instável

Portanto o grupo nitro é desativante do anel aromático e orienta a


58 substituição do eletrófilo E+ na posição meta.
Grupos Desativantes
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Este efeito desestabilizador é muito significativo e pode ser observado


comparando as velocidades de nitração.

➢ Especificamente, o nitrobenzeno é 100.000 vezes menos reativo


do que o benzeno em uma reação de nitração, e a reação só
pode ser realizada a uma temperatura elevada.

➢ Quando a reação é forçada a proceder, o resultado


regioquímico é a obtenção majoritária do isômero nitrado na
posição meta.

orto meta para


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Grupos Desativantes
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desestabilizada

ataque
orto

ataque
meta

desestabilizada

ataque
para

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Grupos Desativantes
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O complexo sigma obtido pelo ataque na posição meta é menos instável e


portanto, de menor energia.

ataque orto ataque meta ataque para

Energia
Livre
(G)

Coordenada da reação Coordenada da reação Coordenada da reação

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Halogênios – a Exceção
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Vimos que:

➢ grupos doadores de elétrons são ativantes do anel aromático e são


orto-, para-dirigentes

➢ grupos retiradores de elétrons são desativantes do anel aromático e


são meta-dirigentes

ativador desativador

Grupos ativantes R= - OH - NR2 - OR - OCOR -X

Grupos desativantes R= - CHO - COR - COOH

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- COCl - COOR - NO2
Regra – Efeito Dirigente
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Vimos que:

➢ grupos ativantes são orto-, para-dirigentes (doadores de elétrons) e

➢ grupos desativantes são meta-dirigentes (retiradores de elétrons).

ativadores R= - OH - NR3 - OR - OCOR

desativadores R= - CHO - COR - COOH - X (Halogênio)


- COCl - COOR - NO2

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Halogênios – A Exceção
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Há uma exceção importante :


➢ os halogênios (F, Cl, Br, ou I).

➢ apesar do fato de serem desativantes, são orto-, para-


dirigentes.

Para racionalizar essa curiosa exceção, devemos explorar:


➢ A estabilidade dos intermediários de Wheland em uma SEAr

Como exemplo, vamos analisar a nitração do clorobenzeno

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Halogênios – A Exceção
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4 estruturas de ressonância estabilizando a


entrada do eletrófilo na posição orto

Estruturas mais
estáveis: octeto
completo

4 estruturas de ressonância estabilizando a entrada do


eletrófilo na posição para
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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Ativadores:

Fortes são caracterizados pela presença de grupos contendo um par de


elétrons livres diretamente ligado ao anel aromático, cuja ressonância ocorre
apenas com o referido anel.

Moderados são caracterizados pela presença de grupos contendo um par de


elétrons livres diretamente ligado ao anel aromático, porém a ressonância
ocorre tanto com o anel aromático, como com um sistema de elétrons π do
próprio grupo substituinte.

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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Ativadores

Fracos: os grupos alquila são ativadores fracos, porque eles doam elétrons
através de um efeito indutivo doador (+I), também explicado pela
hiperconjugação.

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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Desativantes Fortes:

Acima estão representados os exemplos mais comuns de desativantes


fortes.
O grupo nitro é um desativante forte, pois desativa o anel tanto por
ressonância como por indução.

Os outros dois exemplos também são desativantes fortes porém, por efeitos
indutivos. Atenção:
➢ Um átomo de nitrogênio carregado positivamente é
extremamente eletronegativo, e
➢ O outro tem três halogênios (eletronegativos)
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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Desativadores Moderados: são grupos que apresentam uma ligação p em


conjugação com o anel aromático.

Observem que cada um destes grupos retiram elétrons do anel por


ressonância, diminuindo sua densidade eletrônica .

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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Desativadores Fracos: Halogênios desativam o anel.

Vimos que os halogênios constituem uma exceção e que seus efeitos


eletrônicos são determinados pela concorrência entre a ressonância e o
efeito indutivo. Note que o efeito indutivo é o efeito dominante, já que estes
átomos são extremamente eletronegativos e portanto, não doam elétrons
facilmente.

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Determinando o Efeito Dirigente de um Substituinte
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Ativante

Fortes

Moderados

Fracos

Desativantes

Fracos

Moderados

Fortes
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Efeitos de Múltiplos Substituintes
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Quando o anel benzênico carrega dois ou mais substituintes, suas


reatividades e sítios de substituição, em muitos casos, podem ser preditos a
partir de efeitos cumulativos de seus substituintes.

O exemplo mais simples é encontrado quando todos os sítios de substituição


são equivalentes, isto é, em qualquer lugar que ele entrar levará à formação
do mesmo produto:

CH3 CH3
NO2
HNO3/H2SO4

CH3 CH3
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Efeitos de Substituintes Múltiplos
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Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para as


mesmas posições. Neste caso, dizemos que temos orientações
convergentes.

No exemplo abaixo, o grupo metila e o grupo nitro orientam a entrada do


eletrófilo na mesma posição, orto ao grupo metila.

Atenção: Quando existirem dois substituintes no anel aromático, o


responsável pela orientação será o grupo ativante.

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Efeitos de Substituintes Múltiplos
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Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para


diferentes posições. Neste caso, dizemos que temos orientações
divergentes.

Nestes caso, será o grupo “mais ativante” que definirá a posição de entrada
do eletrófilo.
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Efeitos de Substituintes Múltiplos
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Efeitos estéricos.

majoritário minoritário

Para a maioria dos anéis aromáticos monossubstituídos, o produto para


geralmente domina sobre o produto orto como resultado de considerações
de natureza espacial (impedimento estérico).
Efeitos de Substituintes Múltiplos
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Efeitos estéricos.

majoritário minoritário

O resultado regioquímico desta reação é controlado por efeito estérico.

A nitração é mais provável de ocorrer no local que é estereoquimicamente


menos impedido (orto em relação ao grupo metila).

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Efeitos de Substituintes Múltiplos
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Efeitos estéricos.

não observado
majoritário minoritário

Para anéis aromáticos 1,3-dissubstituídos, é extremamente improvável que a


substituição irá ocorrer na posição entre os dois substituintes.

Essa posição é a mais impedida estericamente no anel, e a reação


geralmente não ocorre nessa posição.

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SEAr em Naftalenos
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Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos sofrem SEAr quando tratados com


os mesmos reagentes utilizados para o benzeno. Em geral, hidrocarbonetos
aromáticos policíclicos são mais reativos que o benzeno, por serem mais
ricos em elétrons.

Um exemplo é o naftaleno:

O naftaleno sofre as mesmas SEAr que sofre o benzeno, todavia, as posições


de entrada do nucleófilo não apresentam nenhuma relação com aquelas
vistas no benzeno.

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SEAr em Naftalenos - Regiosseletividade
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Dois sítios são disponíveis para a substituição no naftaleno, C1 e C2, sendo


C1 o sítio normalmente preferido para o ataque eletrofílico.

C1
C2

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SEAr em Naftalenos - Regiosseletividade
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Ataque no C1

Ataque no C2

Na ressonância alílica do íon arênio formado após o ataque em C2, o caráter


benzenóide do outro anel é sacrificado. Portanto, trata-se de um
intermediário menos estável do que aquele formado após o ataque em C1.

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Estratégias de Síntese
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de Compostos Aromáticos Monossubstituídos Prof. Nunes

O caso mais simples em uma síntese envolvendo a produção de derivados do


benzeno, é aquele que requer a formação de um anel benzênico
monossubstituído. Você só precisa saber quais os reagentes são necessários
para inserir o grupo desejado.

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DQOI - UFC Prof. Nunes

1. REAÇÕES DE SUBSTITUIÇAO
NUCLEOFÍLICA EM COMPOSTOS
AROMÁTICOS

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17/04/2023
DQOI - UFC Prof. Nunes

1. MECANISMO ADIÇÃO-ELIMINAÇÃO: REAÇÕES SNArAE

* HALETOS DE ARILA DESATIVADOS POR GRUPAMENTOS NITRO NAS POSIÇÕES


ORTO E PARA:

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17/04/2023
DQOI - UFC Prof. Nunes

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17/04/2023
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OBS: O GRUPO DE ENTRADA DEVE SER UMA BASE MAIS FORTE QUE O GRUPO ABANDONADOR

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17/04/2023
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2. MECANISMO ELIMINAÇÃO-ADIÇÃO: FORMAÇÃO DE BENZINO

* HALETOS DE ARILA NA PRESENÇA DO ÍON AMIDETO

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17/04/2023
Formação de Nitrosaminas - Mecanismo
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As nitrosaminas são conhecidas por serem potentes carcinogênicos.

Vários exemplos são mostrados abaixo:

N-Nitrosodimetilamina N-Nitrosopyrrolidina N-Nitrosonornicotina


(encontrada em muitos (encontrado no bacon (Encontrado na fumaça do
produtos alimentares, frito) tabaco)
incluindo carne curada,
peixe e cerveja)

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Reações de Aminas com ácido nitroso - HNO2
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O ácido nitroso é instável e, portanto,

➢ o tratamento de uma amina com ácido nitroso requer que o ácido


nitroso seja preparado na presença da amina, chamado uma
preparação in situ.

Isto é alcançado pelo tratamento de nitrito de sódio (NaNO2) com um ácido


forte, como HCl ou H2SO4.

nitrosamina

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Formação da Nitrosamina - Mecanismo
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A amina funciona como um nucleófilo e ataca um íon nitrosônio que foi


gerado in situ a partir do nitrito de sódio e HCl.

O íon amônio resultante é, então, desprotonado para dar os produtos.

amina secundária Íon amônio


resultante é
íon nitrosônio ataca o
íon nitrosônio desprotonado

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Aminas Primárias e o Ácido Nitroso
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Quando uma amina primária é tratada com nitrito de sódio e HCl,

➢ a reação produz um sal de diazônio (N2+).

sal de diazônio

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Aminas Primárias e o Ácido Nitroso
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sal de diazônio

Quando o grupo R da amina primária é um grupo alquila, ao contrário do


grupo arila, o sal de diazônio é altamente instável para ser isolado, já que
libera espontaneamente o gás nitrogênio (N2), formando carbocátion, que
poderá reagir de diversas maneiras.

OR

sal de diazônio
misturas

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Aminas Primárias e o Ácido Nitroso
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Quando o grupo R da amina primária é um grupo arila,

➢ o sal de diazônio resultante é altamente estável podendo ser isolado.

➢ Ele NÃO libera espontaneamente o gás nitrogênio (N2),

➢ pois formaria um cátion arila cuja energia é muito alta.

sal de arildiazônio cátion arila

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Sal Arildiazônio
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sal de arildiazônio

Os sais de arildiazônio são extremamente úteis,

➢ Uma vez que grupo diazônio pode ser facilmente substituído por
vários outros grupos que seriam difíceis de serem inseridos em
um anel aromático de outra maneira.

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Reações de Sandmeyer
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As reações do Sandmeyer utilizam sais de cobre (CuX), sendo portanto


versáteis

➢ permitem a inserção de um halogênio ou


➢ um grupo ciano em um anel aromático:

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6. SAIS DE ARENIO-DIAZÔNIO:

REAÇÃO DE DIAZOTAÇÃO:

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17/04/2023
Reações de Sandmeyer
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As reações do Sandmeyer podem ser utilizadas para inserir uma carboxila


no anel aromático.

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Fluorinação
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Quando tratado com ácido fluorobórico (HBF4), um sal de arildiazônio é


convertido em fluorobenzeno.

Esta reação, chamada Reação de Schiemann, é útil para a inserção de flúor


no anel aromático. Uma reação que não seria fácil de ser realizada por
outros métodos.

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Outras Reações com Sal de ArilDiazônio
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Quando um sal de arildiazônio é aquecido na presença de água, o grupo


diazo é substituído por um grupo hidroxila.

sal de arildiazônio
Exemplo em síntese:

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Outras Reações com Sal de ArilDiazônio
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Quando tratado com ácido hipofosforoso (H3PO2), o grupo diazo de um sal


de arildiazônio é substituído por um átomo de hidrogênio:

Exemplo em síntese:

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Estratégias de Síntese
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de Compostos Aromáticos Dissubstituídos Prof. Nunes

Propor a síntese de um anel benzênico dissubstituido, a partir do benzeno,


requer uma análise cuidadosa dos efeitos dirigentes

Considere a síntese do seguinte composto.

➢ Qual grupo deve ser inserido primeiro?

A síntese deste composto, a partir do benzeno, requer duas etapas distintas:


bromação e nitração.
➢ A bromação seguida por nitração não irá produzir o produto
desejado, porque um átomo de bromo substituinte é orto-para
dirigente.

➢ A fim de alcançar a relação meta entre os dois grupos, a nitração


deve ser realizada primeiro. O grupo nitro é um dirigente meta,
101 dirigindo a entrada do bromo para o local desejado.
Estratégias de Síntese
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de Compostos Aromáticos Dissubstituídos Prof. Nunes

102
Estratégias de Síntese
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de Compostos Aromáticos Dissubstituídos Prof. Nunes

Exercício

Rota 1

Rota 2

Rota 2

Rota 2
103
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m-bromotolueno a partir de p-toluidina


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A obtenção de m-bromotolueno não seria possível via


bromação direta do tolueno ou alquilação de Friedel-Crafts
do bromobenzeno, pois em ambas as reações teríamos a
formação de o- e p-bromotouleno.

Partindo da p-toluidina, foi necessário acetilar o grupo


amino para obter o correspondente N-acetilamino derivado
da p-toluidina. Desta forma, reduzimos o efeito ativante do
grupo amino (caso contrário, ambas as posições orto
seriam bromadas). Ao final do processo, o grupo acetila é
removida via reação de hidrólise.
Reações de Aromáticos
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ATENÇÃO!!!

1ª:Redução de
Clemmensen:
compostos
sensíveis a meio
básico

2ª: Redução de
Wolf-Kishner:
compostos
sensíveis a meio
ácido

106
Reações de Aromáticos
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Proponha sínteses:

107
Reações de Aromáticos
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Proponha sínteses:

108
Reações de Aromáticos
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Proponha sínteses:

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