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CAR 00097 ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Atividade de Ensino: Ensaio Clínico Randomizado


Sigla: CAR00097
Período Letivo: 2023-1
Nível: Mestrado e Doutorado Acadêmico
Créditos: 2
Vagas 20 vagas
Horário: Segundas-feiras: 19:00 às 21:00
Local: 6º andar Bloco C (HCPA)/Google Meet (híbrida)
Início:
Término:
Professor Responsável: Leila Beltrami Moreira e Lucas Helal
Professor convidado:

SÚMULA
Ensaio clínico randomizado é o delineamento de escolha para avaliar eficácia e
efetividade de intervenções em saúde. Entender os aspectos teóricos,
metodológicos, regulatórios e práticos envolvidos no seu planejamento e execução
é fundamental para a formação de alunos de pós-graduação. Nessa disciplina serão
abordadas etapas de planejamento de um ensaio clínico randomizado envolvendo
definição da questão de pesquisa, objetivos, população em estudo, recrutamento de
participantes, técnicas de randomização, sigilo da alocação, cegamento, definição
de intervenção e controle, definição de desfecho clínico, cálculo de tamanho da
amostra, plano de análise estatística, controle de qualidade, questões éticas e
regulatórias da pesquisa clínica.

OBJETIVOS:

Objetivos Gerais: Apresentar e discutir os aspectos metodológicos, regulatórios,


práticos e éticos envolvidos na condução de um ensaio clínico para avaliação de
intervenções terapêuticas ou preventivas em cardiologia.

Objetivos específicos: Ao final da disciplina, o aluno deverá ser capaz de:


 Reconhecer questões éticas envolvidas no ensaio clínico
 Conhecer as diretrizes das Boas Práticas Clínicas e aspectos regulatórios
 Caracterizar os diferentes tipos de ensaios clínicos
 Elaborar questão de pesquisa a ser testada com esse delineamento
 Estabelecer a hipótese operacional em investigação
 Definir o grupo intervenção e o controle em termos práticos
 Definir o desfecho clínico e sua quantificação
 Identificar e exercitar diferentes técnicas de randomização.
 Caracterizar na prática os conceitos de sigilo da alocação e cegamento.
 Identificar potenciais vieses em ensaios clínicos e como evitá-los
 Reconhecer elementos necessários para o cálculo do tamanho da amostra
 Planejar a análise estatística adequada para a questão de pesquisa do estudo

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1) Aspectos éticos e regulatórios: RESOLUÇÃO Nº 466/2012; Plataforma Brasil, CEP,
Manual de Boas práticas Clínicas, relato de eventos adversos maiores Justificativa

Rua Ramiro Barcelos, nº 2400 - 2º andar – 90035-003, Porto Alegre- RS


(51)3308 5604 – ppgcardi@ufrgs.br- www.famed.ufrgs.br
para conduzir um ECR; eficácia versus efetividade;
2) Questão de pesquisa: estratégia PICOS, hipóteses de superioridade, de não-
inferioridade e de equivalência
3) Modelos de EC: 3.1) quanto à randomização: quasi-experimento e randomizado;
3.2) quanto à unidade de randomização: unicêntrico vs multicêntrico, paciente vs
cluster; 3.3) quanto ao arrolamento dos grupos: em paralelo, cruzado; 3.4) quanto ao
tipo de controle: ativo, inativo e controlado para vieses cognitivos (placebo/sham); 3.5)
quanto à implementação do tratamento: single vs fatorial.
4) Etapas para implementação de ensaio clínico: anteprojeto de pesquisa; projeto
completo e cálculo amostral; documentos complementares (manual de operações,
procedimentos operacionais padrão, elaboração de CRFs (case report forms); registro;
recrutamento; confirmação de elegibilidade e consentimento; randomização; alocação;
implementação da intervenção; aferição dos desfechos; análise dos dados;
comunicação; compartilhamento de dados.
5) Técnicas de randomização (simples, estratificação, minimização) e a implementação
de bloqueamento no tempo, sigilo da alocação
6) Definição dos desfechos: 6.1) quanto à hierarquia clínica (primordiais, intermediários
e substitutos); 6.2) quanto à natureza da unidade de análise (contínuos vs
categóricos); 6.3) quanto à natureza da contabilização (simples ou compostos); quanto
relevância estatística.
7) Tópicos especiais em ECRs: análise por intenção de tratar, análises interinas;
análise de futilidade; encerramento precoce por benefício; encerramento precoce por
futilidade; desfechos de segurança; comitês; protocolo.
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MÉTODO DE TRABALHO:
A disciplina será desenvolvida por meio de Seminários, por videoconferência no
Google meet, com tópicos apresentados pelos alunos, discussão em grande grupo, e
exercícios individuais, bem como planejamento de um ensaio-clínico que deverá ser
apresentado ao grupo.

AVALIAÇÃO:
Os alunos serão avaliados mediante:
 participação nas discussões em aula (peso 3)
 projeto de pesquisa de um ensaio clínico randomizado, apresentado e entregue ao
final da disciplina (peso 4)
 Prova final (peso 3)
Média final para aprovação deverá ser igual ou superior a 7,0 e 75% de
frequência mínima obrigatória.
BIBLIOGRAFIA:

1. Hulley SB, Cummings SR, Browner WS, Grady D, Hearst N, Newman TB. Delineando a Pesquisa
Clínica, Uma Abordagem Epidemiológica. 4a. Ed., Porto Alegre: ArtMed, 2015.
2. Stuart J. Pocock Clinical Trials: A Practical Approach (Wiley Medical Publications), 1993
3. Lawrence M. Friedman, Curt D. Furberg, David L. DeMets, David M. Reboussin, Christopher
B.Granger Fundamentals of Clinical Trials. Springer, 2015.
4. Consort-statement (ver site). http://www.consort-statement.org. The CONSORT statement:
revised recommendations for improving the quality of reports of parallel-group randomised trials.
Better reporting of randomised controled trials: the CONSORT statement
5. Berwanger O, Guimarães HP, Avezum A, Piegas LS. Os dez mandamentos do ensaio clínico
randomizado – princípios para avaliação crítica da literatura médica. Rev Bras Hipertens 2006; 13:
65-70.
6. Boas Práticas Clínicas: Documento das Américas. Organização Panamericana para
harmonização da regulamentação farmacêutica, 2005
7. Conselho Nacional de Saúde. RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012.
8. Escosteguy CC. Tópicos Metodológicos e Estatísticos em Ensaios Clínicos Controlados
Randomizados. Arq Bras Cardiol 1999; 72:139-43.
9. MacPherson H. Pragmatic clinical trials. Complementary Therapies in Medicine 2004 12: 136-40.
10.Schulz KF, Grimes DA. Allocation concealment in randomised trials: defending against
deciphering. Lancet 2002; 359: 614–18.
11.Vaz D, Santos L, Machado M, Carneiro AV. Métodos de Aleatorização em Ensaios Clínicos. Rev
Port Cardiol 2004;23:741-55.
12.Callegari-Jacques, S.M. Bioestatística. Princípios e Aplicações. Porto Alegre, ArtMed, 2003.
13.Kenneth F Schulz, David A Grimes. Sample size calculations in randomised trials: mandatory and
mystical. Lancet 2005; 365: 1348–53.

CRONOGRAMA

DATA CONTEÚDO
Aspectos éticos e regulatórios; ClinicalTrials; Questão de pesquisa
22/03/2022
Modelos de ensaios clínicos;
Estratégia PICOS; Hipóteses de superioridade e de não inferioridade;
29/03/2022
Cálculo amostral

Planejamento do ECR : População em estudo; Seleção de


participantes; Recrutamento e inclusão;; Aferição de desfechos; Plano
05/04/2022
de análise dos dados.

Planejamento do ECR: Controle de vieses (erros sistemáticos):


12/04/2022 Randomização, Sigilo da alocação, Implementação dos tratamentos;
Cegamento.
Seguimento dos participantes RedCap para coleta dos dados clínicos;
Monitorização de segurança; Monitorização de qualidade,
19/04/2022
Comunicação dos resultados de um ensaio clínico (CONSORT)

26/04/2022 Apresentação dos projetos


03/05/2022 Apresentação dos projetos
10/05/2022 Apresentação dos projetos
17/05/2022 Não haverá aula

Rua Ramiro Barcelos, nº 2400 - 2º andar – 90035-003, Porto Alegre- RS


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24/05/2022 Apresentação dos projetos;
31/05/2022 Avaliação

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