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CONTROLE DE PRESSÃO

PARA OPERAÇÕES DE PERFURAÇÃO/WORKOVER


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Pela natureza da indústria de petróleo e gás, procedimentos, equipamentos, normas e


processos variam enormemente. Logo, Boots & Coots fornece um material
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Prefácio
O Manual de Controle de Pressão para Operações de Pefuração/Workover da Boots & Coots foi preparado
para fornecer ao aluno uma compreensão geral das diversas questões de controle de poço associadas às
operações de perfuração e workover. O manual foi desenvolvido para satisfazer todos os critérios de
treinamento estabelecidos pela IADC.

Pela sua natureza, os funcionários, procedimentos, equipamentos, normas e práticas da indústria de


petróleo variam enormemente. Assim, não é objetivo da Boots & Coots sancionar procedimentos e
políticas específicas, mas comunicar as práticas normalmente aceitas. Assim, o material aqui contido, por
consenso geral daqueles envolvidos no desenvolvimento do curso, se baseia nas melhores fontes de
conhecimento disponíveis aos autores.

O objetivo deste manual é primeiro fornecer uma visão geral básica das operações de perfuração e
workover, incluindo detalhes dos equipamentos e produtos normalmente usados. Além disso, fornece uma
descrição detalhada do reconhecimento e controle de questões potenciais de controle do poço, bem como
das técnicas usadas para retomar o controle do poço. O manual também inclui breves discussões sobre
as aplicações, como em águas profundas, que possuem considerações diferentes. Para manter a capacidade
de gerenciamento, referências detalhadas são incluídas para conveniência dos alunos que desejam adquirir
informações extras sobre os diversos tópicos aqui discutidos.

Devemos enfatizar que este manual destina-se a uso individual apenas, e não pode ser usado para
conduzir um curso sem a permissão escrita expressada Boots & Coots Services.

Agradecimentos
Boots & Coots expressa seu agradecimento a todas as empresas e indivíduos que contribuíram para o
desenvolvimento deste manual.
CAPÍTULO 1
Causas de Kicks

1-4 Práticas de manobra


1-6 Perda de circulação
1-7 Densidade Insuficiente do Fluido (Peso da Lama)
1-8 Pressão Anormal
1-9 Fluxo após Operações de Cimentação
1-10 Obstruções no Poço
1-11 Formações contendo Gás
1-10 Perfuração em Poço Adjacente
1-11 Formações Depletadas
1-12 Resumo
1-11 Exercícios

CAPÍTULO 2
Cálculos de Controle de Pressão

2-2 Pressão Hidrostática


2-5 Poços em Balance x Underbalance
2-6 Efeito do Tubo em U
2-7 Transposição da Fórmula de Pressão Hidrostática
2-8 Pressão de Circulação (Perda de Carga)
2-9 Densidade Equivalente de Circulação (ECD)
2-10 Cálculos de Volume e Altura
2-16 Pressão do Fundo do Poço (BHP)
2-17 Pressões de Fechamento
2-18 Resumo da Análise do Tubo em U
2-19 Resumo
2-20 Exercícios

CAPÍTULO 3
Detecção de Kick

3-2 Principais Indicadores de Kick durante Circulação


3-4 Detecção de Pressão Anormal
3-4 Mudanças na Taxa de Penetração (ROP)
3-5 Diminuição na Pressão de Circulação/Aumento na Taxa de Bombeio
3-5 Mudanças no conteúdo de gás da Lama
3-6 Aumento na Temperatura da Lama na Flowline
3-7 Mudanças nas Propriedades da Lama de Perfuração
3-6 Mudanças nas Condições do Fundo do Poço
3-7
3-8 Detecção de Kick em Manobras
3-9 Diretrizes para Manobras Secas
3-13 Dispositivos e Instrumentos de Detecção de Kick
3-13 Sistemas de Informação
3-15 Resumo
3-15 Exercícios

CAPÍTULO 4
Procedimentos

4-2 Gás de Superfície


4-4 Perda de Circulação
4-5 Restrições de Pressão
4-8 Preparação
4-9 Pressão Reduzida de Circulação (PRC)
4-10 Verificando se há Fluxo no Poço
4-11 Procedimentos de Fechamento
4-20 Documentos de Ponte
4-21 Resumo
4-21 Exercícios

CAPÍTULO 5
Comportamento do Gás

5-3 Metano
5-3 Sulfeto de Hidrogênio
5-4 Dióxido de Carbono
5-4 Regra Geral de Gás5-5 Lei de Boyle
5-10 Kicks em Lama com Base Água
5-13 Lama de Corte de Gás
5-13 Pressão Máxima
5-14 Resumo
5-14 Exercícios
CAPÍTULO 6
Métodos de Pressão Constante do Fundo do Poço

6-2 Métodos de Circulação


6-3 Pressão Reduzida de Circulação (PRC)
6-4 Método do Sondador
6-5 Primeiro Estágio do Método do Sondador
6-10 Segundo Estágio do Método do Sondador
6-13 Método do Engenheiro
6-17 Boots & Coots Kill sheet
6-23 Informações para Operações de Controle
6-30 Método Volumétrico
6-30 Método Lubricate and Bleed
6-33 Resumo
6-33 Exercícios

CAPÍTULO 7
Tópicos Especiais e Complicações

7-2 Poços com Alto Ângulo/Horizontais


7-9 Poços de Alta Pressão/Alta Temperatura (HPHT)
7-21 Perda de Circulação/Blowout Subterrâneo
7-23 Kick com a Coluna Fora do Fundo
7-25 Stripping
7-35 Perfuração de Poços Estreitos
7-39 Perfuração em Underbalance (UBD)
7-47 Complicações
7-49 Complicações: Problemas na Coluna de Perfuração
7-52 Exercícios

CAPÍTULO 8
Fluidos de Perfuração

8-2 Fluidos com Base Água


8-6 Fluidos com Base Óleo (OBM)
8-6 Medição da Densidade do Fluido
8-8 Resumo
8-8 Exercícios
CAPÍTULO 9
Equipamentos de Superfície

9-2 BOP Stack


9-3 Preventores Anulares
9-5 Preventores Anulares Especiais
9-6 Sistemas de Diverter
9-7 Preventores tipo Gaveta
9-10 Disposições Comuns do BOP Stack
9-11 Poços Categoria I
9-12 Poços Categoria II
9-13 Poços Categoria III
9-14 Poços Categoria IV
9-15 Poços Categoria V
9-16 Instalação do Stack
9-17 Gaxetas com Junta de Anel Comuns
9-18 Linhas de Preenchimento
9-16 Acumuladores (Unidades de Controle do BOP)
9-18 Requisito para Volume Estimado do Acumulador com Fator de Segurança
9-19 Linhas de Kill
9-20 Choke Manifolds
9-21 Válvulas
9-23 Chokes
9-25 Sistemas de Circulação
9-25 Detectores de Gás
9-26 Indicadores de Retorno da Lama (Sensores da Flowline)
9-27 Tanques de Lama
9-28 Sistema Totalizador do Volume do Tanque (PVT)
9-29 Separadores Lama/Gás
9-30 Selo Hidráulico do Separador Lama/Gás
9-28 Degaseificadores
9-29 Sistemas de Preenchimento de Manobra
9-30 Sistemas de Informação
9-31 Sistemas de Top Drive
9-32 Power Swivel
9-31 Equipamentos de Segurança
9-33 Inside BOPs (IBOP)
9-34 Drop-In/Pump Down Dart Valves
9-35 Válvulas de Contrapressão
9-36 Resumo
9-35 Exercícios
CAPÍTULO 10
Controle da Pressão Submarino

10-2 Sondas de Perfuração Flutuantes


10-3 Perfuração sem riser
10-5 Perfuração com riser
10-5 Riser Submarino
10-7 Considerações sobre o design do riser
10-10 Conectores
10-11 Sistema do Diverter
10-13 BOP Stack Submarino
10-16 Sistemas de Controle do BOP
10-21 Painéis de Controle da Superfície
10-22 Tempos de Resposta
10-23 Acumuladores
10-24 Sistemas de Controle Backup do BOP
10-25 Sistemas Autoshear
10-26 Sistemas Deadman
10-26 Prevenção e Detecção de Kick
10-31 Procedimentos de Fechamento de Kickpara Sondas Flutuantes
10-35 Diretrizes para Hang-Off
10-37 Técnicas de Tratamento de KicK em Perfuração Flutuante
10-39 Métodos de Pressão do Fundo do Poço Constante
10-40 Medição da Pressão de Atrito na Linha d e Choke
10-45 Compensando alterações na Pressão Hidrostáticanas linhas de
Choke/Kill
10-46 Bullheading
10-46 Migração de Gás
10-47 Lubrificação Dinâmica
10-47 Gás livre no riser
10-50 Resumo
10-51 Exercícios
CAPÍTULO 11
Controle de Pressão para Operações de Completação/Workover

11-3 Operações Corretivas


11-4 Operações de Completação
11-6 Fratura
11-8 Acidificação
11-9 Operações de Workover
11-16 Equipamentos de Subsuperfície
11-16 Operações na Luz do Dia Apenas
11-17 Árvore de Natal (Produção)
11-18 Equipamentos Subsuperfície
11-31 Métodos Corretivos de Controle da Pressão
11-31 Circulação Reversa
11-33 Bullheading
11-36 Resumo do Método Bullheading
11-36 Kill Sheet de Bullheading da BOOTS & COOTS
11-40 Fluidos Corretivos
11-41 Fluidos de Salmoura
11-43 Segurança Geral com Fluidos
11-44 Exercícios

Apêndice A
Diagramas do Poço

Apêndice B
Fórmulas

Apêndice C
Manobras Secas
Apêndice D
Procedimentos de Teste de Equipamentos

Apêndice E
Abreviações

Glossário

Índice
CAPÍTULO 1
CAUSAS DE KICKS
Esse capítulo define e explica blowouts de óleo/gás e o precursor de blowouts kick
cobre as causas mais comuns de kicks e descreve brevemente as várias operações da sonda durante
as quais há probabilidade de ocorrência de kicks.

Os blowouts em poços de óleo e gás se classificam entre os acidentes industriais mais trágicos e
caros. O potencial para ferimentos e perda de vidas, os danos ao meio ambiente, os custos
financeiros, diretos e indiretos, que resultam de um blowout são simplesmente incalculáveis.
Blowouts não são resultados de um evento desconhecido. Eles não são "atos da natureza" como
incêndios selvagens, tornados ou terremotos. Blowouts são causados pelo homem, logo, podem ser
prevenidos. Felizmente, blowouts não ocorrem com frequência. A indústria tem aprendido muito
sobre a prevenção de blowout desde o evento ocorrido no poço Spindletop no sul do Texas, há mais
de um século, e ainda, apesar dos avanços consideráveis nos conhecimentos científicos e na
tecnologia, o potencial para este desastre está constantemente presente sempre que um poço é
perfurado para a superfície.

Um blowout pode ser definido como um fluxo descontrolado de fluidos da formação de um poço para
a superfície. A palavra chave na definição é descontrolado. Se os fluidos da formação entrarem no
poço, seja intencionalmente ou não, mas se puderem ser controlados na superfície, o evento é chamado
kick. Quando o controle da superfície é perdido, ele passa a ser chamado blowout.

Exemplos de kicks intencionais são testes da coluna de perfuração (DST Drill Stem Tests) ou
operações de completação conduzidas para que o poço comece a produzir. Nesses casos, o fluxo do
poço é esperado, logo, os equipamentos e o pessoal estão preparados para conter o fluxo sob
condições controladas. Embora seja possível o mau funcionamento ou falha do equipamento, kicks
intencionais raramente se desenvolvem para blowouts. Quando o pessoal da indústria se refere a
kicks, normalmente se referem aos kicks não intencionais, os quais, se não controlados, levarão a
um blowout. Esse manual discute o reconhecimento e controle de kicks não intencionais e as técnicas
aceitas usadas para evitar que eles se transformem em blowouts.

Fluidos da formação (gás, óleo, água) são encontrados nos poros, ou seja, nos espaços entre os
pequenos grãos que formam uma rocha. O espaço de poros pode ser medido e expresso em
porcentagem, a qual é chamada de porosidade. Algumas rochas, por exemplo, os arenitos, possuem
alta porosidade. Outras, como o xisto, possuem baixa porosidade. Além disso, em certas rochas, os
espaços dos poros são conectados, formando caminhos que permitem a movimentação do fluido.
Essas rochas são chamadas de permeáveis. Essas duas características da rocha, porosidade e
permeabilidade, são necessárias para um reservatório de produção (Figura 1-1).

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 2


Os fluidos nas rochas do reservatório ficam armazenados
sob pressão, o que é resultado da densidade (peso relativo)
do fluido e profundidade vertical da formação. A pressão
pode ser definida como a força agindo em uma unidade de
área. A unidade de medida para pressão comum no campo
de petróleo é libra por polegada quadrada (psi). A pressão
também pode ser definida como a medição do fluxo
potencial de um fluido. Imagine um manômetro instalado a
montante de uma torneira de água. O valor no manômetro
representa o fluxo potencial de água. Quando a torneira é
aberta, a água sai e o valor no manômetro é reduzido
Figura 1 - 1: Caminhos para o fluxo
conforme o líquido flui. Esse simples exemplo ilustra algo
sobre pressão em geral, e sobre kicks especificamente. O
fluido se moverá, ou fluirá, de uma área de alta pressão para
uma área de baixa pressão. A pressão atmosférica ao nível PRESSÃO HIDROSTÁTICA EXERCIDA NO POÇO
do mar é de aproximadamente 15 psi. Os reservatórios de
petróleo e gás ficam a milhares de pés no subsolo, presos
sob grande pressão. Não é de se admirar que um poço,
lama x 0,052 x TVD
aberto para a superfície, ejetaria fluidos da formação
inflamáveis e tóxicos com violência tremenda e destrutiva.

Como a perfuração convencional se dá através da circulação


de um líquido, normalmente chamado lama de perfuração,
pelo poço conforme a broca gira no fundo, o poço está
sempre cheio de lama de perfuração. A coluna de líquido,
como a formação perfurada, exerce pressão como resultado
da densidade do fluido e da altura vertical (profundidade)
da coluna. Assim, desde que a pressão exercida pela lama
de perfuração seja maior que a pressão da formação, é
impossível que o poço sofra um kick. A pressão exercida
pela coluna de lama é chamada pressão hidrostática.
Figura 1 - 2: Pressão hidrostática exercida no poço

Pode-se observar que a compreensão destas duas pressões opostas, a pressão da formação exercida
para cima no poço, e a pressão hidrostática exercida para baixo a partir da superfície, formam a base
a partir da qual todas as técnicas de prevenção de blowout se derivam. Às vezes, dependendo da
operação específica, há ouras prevenções que podem ser exercidas em um poço, além da
hidrostática. A pressão total exercida no fundo de um poço é chamada pressão no fundo do poço
(BHP Bottomhole Pressure). (Figura 1-2)

Todos os kicks, sejam intencionais ou não, são causados pela mesma situação. Quando uma
formação permeável, que possui fluido, é aberta para a superfície, e a pressão no fundo do poço é
menor que a pressão da formação, o poço sofrerá um kick, os fluidos da formação entrarão no poço.
Há várias causas específicas de kicks não intencionais durante operações de perfuração e workover.
As causas mais comuns são discutidas detalhadamente a seguir.

Causas de Kicks 1- 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


PRÁTICAS DE MANOBRA
Das várias operações de perfuração rotineiras, talvez a
PRESSÕES DE CIRCULAÇÃO
manobra da coluna seja a mais comum. É também a
operação mais arriscada com relação à prevenção contra
blowout. A maioria dos kicks ocorrem durante as manobras,
especialmente ao manobrar o tubo para fora do poço. Isso
se dá porque a pressão no fundo do poço é reduzida de três
BOMBA
maneiras distintas quando uma equipe começa este tipo de
manobra:

1. Quando um poço está sendo circulado enquanto se


perfura, parte da pressão total da bomba é exercida
nas paredes e no fundo do poço. Isso se chama perda
de carga no anular ( ) e é um componente da
pressão total no fundo do poço. Como as bombas de
lama são desligadas durante as manobras, a pressão
no fundo do poço é reduzida no valor da .
(Figura 1-3)
2. Parte dos fluidos de perfuração se move para cima com
o tubo e nas paredes, conforme a coluna é retirada do
fundo. Este efeito, conhecido como pistoneio
(swabbing), é como um pistão se movendo dentro de Figura 1 - 3: Pressões de Circulação
um cilindro e ocorre quando um tubo é movido para
cima mais rápido do que a lama pode cair abaixo dele.
PISTONEIO
O resultado é a redução da pressão no fundo do poço.
O grau no qual o pistoneio ocorre depende de, (1)
propriedades de fluxo do fluido (densidade e
viscosidade), (2) espaço entre o tubo em movimento e
as paredes do poço ou revestimento e (3) velocidade,
ou taxa na qual a coluna é puxada. Observa-se que
apenas uma dessas três causas pode ser controlada
pelo sondador. O sondador opera a sonda, e é
responsável pela velocidade na qual a coluna é
puxada; no entanto, a probabilidade de pistoneio
também aumenta significantemente ao puxar o tubo
em lama viscosa e pesada, ou ao puxar o BHA do
fundo, especialmente se a broca e o BHA estão
encerados por argila. (Figura 1-4)
3. Quando a coluna está em um poço e cheia de lama, ela
está deslocando algum líquido, da mesma forma que
uma haste sólida inserida em um copo com água.
Conforme a haste é removida, o nível de água no copo
diminui. O mesmo acontece quando a coluna é puxada AREIA PISTONEIO
para fora do poço em uma manobra. A coluna de lama
no poço cai conforme o tubo é puxado para fora. Como
a pressão hidrostática do fundo do poço é uma função
da altura vertical e da densidade do fluido, a pressão é
reduzida se a altura da coluna é reduzida. A única Figura 1 - 4: Pistoneio
maneira de manter a pressão hidrostática dentro de um
limite seguro em uma manobra é recolocando um volume de lama no poço igual ao deslocado
pelo tubo que está sendo removido. (Figura 1-5)

Nenhuma equipe gosta de fazer uma manobra molhada.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 4


Embora seja utilizado , para guardar o máximo
de lama possível quando uma conexão de tubos é quebrada, a
lama se espalha para todos os lados, o chão fica escorregadio,
criando o risco de quedas, e a medição do volume de lama que
deve ser se bombeado para compensar a retirada do tubo se torna
PUXANDO PUXANDO TUBO
muito mais difícil. TUBO SECO MOLHADO

seca
permitirem. Uma manobra seca começa pelo bombeamento de um
pequeno volume de lama pesada (tampão pesado ou slug) na coluna
antes de remover o tubo do fundo. Conforme a coluna é puxada, o
tampão cai, forçando a lama abaixo do tampão a sair pelos jatos da
broca, efetivamente esvaziando a porção do tubo acima do deck de
perfuração para que não haja fluido no tubo quando a tripulação
quebrar a conexão. Manobras secas são mais limpas, rápidas e seguras
do que as molhadas. Principalmente com relação à prevenção de
blowout pois, em uma manobra seca, apenas o deslocamento de aço
do tubo é removido do poço, enquanto em uma manobra molhada, o
aço e a lama dentro do tubo são removidos e a diferença pode ser
significante.

A manobra de tubos é um trabalho difícil e sujo e, embora seja uma


operação de rotina em todas as sondas, mais kicks e subsequentes
blowouts ocorreram durante manobras do que em operações normais
de workover e perfuração. Durante manobras, a equipe está
constantemente ocupada movimentando-se em torno do deck com
suas atribuições designadas. O sondador, sempre pressionado pelo
tempo, deve concentrar-se na segurança da equipe que opera
equipamentos pesados e perigosos. Para piorar, o elemento humano
deve ser considerado. Longas horas de trabalho, com pouca mão de
obra, com pessoal inexperiente, todos esses fatores fazem parte do
fardo do sondador. O nível de troca do fluido de perfuração deve ser
monitorado conforme o tubo é movido para fora do poço. A única
maneira de detectar um kick ao manobrar é medindo cuidadosamente
e registrando o volume de lama bombeada, ou deslocada do poço. Há
duas maneiras comuns de monitorar o preenchimento/deslocamento.
A melhor maneira é por meio de um tanque pequeno e calibrado
(tanque de manobra) para que as mudanças no nível do fluido possam
Figura 1 - 5: Conforme o nível de fluido no espaço
ser facilmente observadas.
anular cai, a pressão hidrostática também cai

Uma segunda maneira de monitoramento do poço durante uma manobra, porém menos precisa, é o
bombeio direto para dentro do poço após uma seção de tubos pré -determinada ter sido removida, e então
conta-se o número de strokes necessários para encher o poço. Em ambos os casos, uma ficha de manobra
deve ser usada para comparar o preenchimento ou deslocamento real aos volumes calculados. (Figura 1-
6) Os volumes reais também devem ser comparados aos volumes na ficha de manobras re centes, de forma

Causas de Kicks 1- 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Leitura Leitura
Número Teórica Tendência Tendência Observações (Comentários ao
Inicial do Final do Diferença
da seção (Calculada) (Diferença) Acumulada Trocar tubos, problemas, etc)
Trip Tank Trip Tank

Puxar o Drill Pipe do fundo - Pode


5 50,0 48,5 1,5 3,56 -2,06 -2,06 estar preso

10 48,5 42,9 5,6 3,56 +2,04 -0,02 Parece OK

15 42,9 39,2 3,7 3,56 +0,14 0,12

20 39,2 35,9 3,3 3,56 -0,26 -0,14

Possível Pistoneio
25 33,2 30,5 2,7 3,56 -0,86 -0,96
O poço não está recebendo o
30 33,2 32,3 0,9 3,56 -2,66 -3,62 volume adequado de fluido. Parar.

Manobrar e Fazer um Flow Check


Figura 1 - 6: Modelo da Ficha de Acompanhamento de Manobra

Standpipe

Drill Pipe

Revestimento

Perda de Fluido

Areia

Figura 1 - 7: Surge causa perdas de fluido para a Figura 1 - 8: Perda parcial de fluido pode ocorrer
formação durante a circulação

PERDA DE CIRCULAÇÃO
O oposto de pistoneio é o surge. Ao descer o tubo no poço muito rápido, e lama pode escapar em torno dele, e
pressões de surge podem se desenvolver, o que pode causar um aumento na pressão no fundo do poço. É
possível que a pressão de surge criada force o fluido de perfuração para a formação. Algumas formações podem
fraturar, resultando em perda de toda lama e, eventualmente, perda total de retorno. Com mais frequência,
isso acontece gradualmente, quando mais e mais tubos são descidos no poço aberto. (Figura 1-7)

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 6


Como a coluna de fluido cresce cada vez mais conforme a perfuração continua, a pressão hidrostática continua
a aumentar. Conforme a broca entra em uma formação permeável, o aumento da pressão no fundo do poço
pode gerar perda parcial de circulação, a qual, se não for tratada de alguma forma, pode levar a perdas totais.
Embora a densidade do fluido (peso da lama) seja normalmente aumentada por vários motivos conforme a
perfuração progride, algumas formações são muito fracas para suportar o aumento de pressão. Em alguns
casos, a perda de lama para a formação pode reduzir a altura vertical da coluna de lama, resultando em perda
da pressão hidrostática, permitindo, assim, que fluidos da formação entrem no poço. (Figura 1-8)

DENSIDADE INSUFICIENTE DO FLUIDO (PESO DA LAMA)


A pressão hidrostática é o principal componente da pressão total
no fundo do poço, e é uma função da altura vertical (profundidade)
e da densidade do fluido. Se a densidade de um fluido mudar em
determinada profundidade vertical, a pressão hidrostática no fundo
da coluna também mudará. (Figura 1-9)

O controle cuidadoso do peso da lama é a maior parte da


manutenção geral da lama, e é crucial para o controle da pressão
da formação. Sulfato de bário, normalmente chamado de barita, é
o agente de peso mais comum usado em lamas de perfuração. A
barita é uma argila de alta gravidade que, quando misturada ao
fluido, aumenta sua densidade geral. Figura 1 - 9: Kit para teste da lama

O meio mais comum de redução do peso da lama é a introdução de líquido de base no sistema de lama,
normalmente água ou óleo, diluindo-o. A faixa de peso de lama apropriada para o poço é, normalmente, incluída
no programa de perfuração proposto. O peso de lama recomendado irá variar de acordo com as mudanças nas
condições do fundo do poço e progresso da perfuração.

É responsabilidade da equipe de perfuração manter a lama de acordo com o programa do poço. Normalmente, um ou
mais membros da equipe são designados para a tarefa específica de manutenção da lama, com a assistência do técnico
de fluido (engenheiro de lama ou químico) que trabalha para a empresa de serviços de lama e que fornece aditivos
para o fluido. Tradicionalmente é o torrista que cuida da lama. Em sondas offshore ou sondas terrestres maiores, o
torrista pode ter um ou mais ajudantes.

Há várias maneiras de se reduzir o peso da lama inadvertidamente. Algumas das mais comuns estão listadas abaixo.

A barita é aproximadamente quatro vezes mais densa que a água doce. A viscosidade da lama deve ser
suficiente para suspender a barita mantendo outras propriedades desejáveis, caso contrário a barita irá
decantar nos tanques e no fundo do poço. É absolutamente essencial que a lama que contém barita seja
misturada e agitada constantemente. Muitas sondas possuem grandes agitadores instalados nos tanques
de lama. Outras sond jato submerso perto do fundo do
tanque. A lama é bombeada pela pistola de lama conforme ela gira, misturando a lama.
Pequenas sondas terrestres não possuem instalações de mistura adequadas nem mão de obra para manter
adequadamente o peso da lama de acordo com o programa do poço.
Chuva em tanques de lama abertos, comum em áreas tropicais, pode rapidamente diluir o sistema de
lama.
Ao perfurar formações com argila, uma grande quantidade de água é usada para limpar as telas das peneiras
vibratórias.

Causas de Kicks 1- 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Sondas Offshore possuem grandes salas de tanque abaixo dos decks contendo vários tanques de lama,
além do sistema ativo. Os manifolds usados para direcionar o fluido das várias bombas e tanques nessas
sondas podem ser extremamente complexos, com inúmeras válvulas. Uma equipe inexperiente pode
facilmente abrir ou fechar uma válvula errada, enviando água ou fluido leve para o sistema de lama ativo.
Os equipamentos de separação de sólidos, como os removedores de areia, desilters, limpadores de lama,
etc, removem barita com os sólidos mais leves que são projetados para separar da lama. O peso da lama
deve ser verificado frequentemente quando estes equipamentos estiverem em uso.
Centrífugas são usadas para recuperar a barita da lama, às vezes, como parte da manutenção de rotina
de sistemas de lama de alta densidade.
Às vezes é necessário reduzir o peso da lama significantemente para perfurar uma formação específica de forma
segura. A redução do peso da lama enquanto outras propriedades desejáveis são mantidas é normalmente mais
difícil do que aumentar o peso da lama adicionando barita ao sistema. É melhor consultar o engenheiro de lama
antes de diluir o sistema.

PRESSÃO ANORMAL
A pressão da formação é normalmente expressa como um gradiente de
pressão, medida pela pressão exercida por pé de profundidade vertical
(psi/pé). Um gradiente de pressão pode ser definido como uma escala
de pressão na qual existe uma variação uniforme na pressão de ponto
a ponto. Isso é conveniente pois a pressão total exercida por um fluido PRESSÃO NORMAL

de densidade constante varia conforme a profundidade. Por exemplo,


CAP
água doce possui um gradiente de aproximadamente 0,433 psi/pé, logo,
SAL
uma coluna vertical de água doce de 1000 pés de altura exerceria uma
pressão de 433 psi (0,433 x 1000 = 433 psi). Formações normalmente
pressurizadas exercem uma pressão igual à coluna do fluido nativo da
formação. O gradiente de pressão do fluido nativo normalmente varia de
0,433 psi/pé para 0,465 psi/pé, dependendo da região geológica, ou
FORMAÇÃO COM FALHA
seja, a Costa do Golfo versus o Mar do Norte. (Figura 1-10)

Os gradientes de pressão da formação dentro desta janela são


considerados como normais, mas em formações normalmente SUBNORMAL
CAP
pressurizadas, os grãos que compõem a rocha suportam a maior parte
da sobrecarga (overburden). Conforme a sobrecarga aumenta, os
fluidos dos poros ficam livres para se moverem, e a quantidade de
espaço dos poros é reduzida pela compactação. Considera-se que a
formação é anormalmente pressurizada se a pressão do fluido dos poros
exceder o gradiente normal para a área.

Um gradiente de 0,465 psi/pé representa um peso de fluido de 8,94


ppg, que é a densidade aproximada do fluido da formação nativa Figura 1 - 10: Superior - Domo Salino
Inferior - Formação com Falha
encontrado nas rochas em muitos lugares do mundo. Em outras
palavras, uma lama de perfuração com uma densidade, ou peso de lama de 9,0 ppg estariam em balance ou
com um leve overbalance em relação a uma formação normalmente pressurizada em qualquer profundidade
vertical. Formações com gradiente de pressão maior que 0,465 psi/pé são consideradas anormalmente
pressurizadas e não manteriam a condição de balance com uma coluna de lama de 9,0 ppg.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 8


Formações anormalmente pressurizadas são geralmente encontradas abaixo ou acima de formações
impermeáveis longas, como xisto. O aumento de pressão é resultado da sobrecarga da formação superior e do
tempo geológico. O fluido na formação inferior não pode escapar devido à barreira impermeável acima, logo,
suporta o peso da sobrecarga. Se a formação anormal for penetrada usando uma densidade de lama de de 9,0
ppg ou menos, os fluidos da formação entrarão no poço e este sofrerá um kick.

A terra é um planeta vivo e as formações não se estendem horizontalmente como as camadas de um bolo.
Eventos tectônicos ao longo do tempo geológico criaram diferentes formações com variadas características, como
falhas, anticlinais, sinclinais, domos salinos. Esses e outros fenômenos geológicos resultam em formações
anormalmente pressurizadas.

Embora a pressão da formação não seja realmente conhecida até que a formação seja perfurada e testada,
recentemente, modernos instrumentos, em conjunto com computadores, podem medir mudanças na pressão do
poço com grande precisão, transmitindo dados para a superfície em tempo real.

Formações com gradientes menores que 0,433 psi/pé são consideradas formações de pressões anormalmente baixas,
e não suportarão a coluna de água. Essas formações são comumente encontradas em regiões montanhosas e
representam grandes desafios à perfuração devido à perda de circulação.

FLUXO APÓS OPERAÇÕES DE CIMENTAÇÃO


A maioria dos kicks que ocorreram durante ou após operações de cimentação foram devido à redução de pressão
hidrostática durante as operações em si. Há várias causas possíveis:

Um espaçador normalmente é bombeado à frente do cimento. A densidade do espaçador ou a sua altura


no espaço anular entre o revestimento e as paredes do poço é mal calculado durante o planejamento do
trabalho.
Se a densidade do cimento for muito alta, pode ocorrer perda de circulação, o que pode levar a um kick.
Se cimento for muito leve, deve-se aplicar uma contrapressão no choke para compensar a perda de
pressão hidrostática devido à densidade do cimento.
Conforme o cimento endurece, ele desidrata. A desidratação pode causar uma redução na pressão hidrostática
efetiva para um valor no qual o poço comece a fluir.
O calor criado pelo processo de pega do cimento faz com que o revestimento se expanda. Conforme o
revestimento esfria e retorna para suas dimensões originais, pode haver um micro espaço anular entre o
revestimento e as paredes do poço (canal), oferecendo um caminho para os fluidos da formação.
O equipamento de flutuação do revestimento (casing float) pode falhar.

O preventor de blowout (BOP Blowout Preventer) não deve ser descido até que seja confirmado que o poço
não fluirá.

OBSTRUÇÕES DO POÇO
Há muitas operações na sonda que exigem a remoção de uma obstrução ou bloqueio do poço.
são conhecidos, packers ou plugues não assentados, mistura de cimento ou detritos e revestimento colapsado
são exemplos típicos. Deve-se lembrar que a pressão hidrostática do fluido de perfuração é apenas exercida no
topo da obstrução.

Causas de Kicks 1- 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Qualquer gás que tenha se acumulado no fundo do poço pode ter migrado para o bloqueio. Como o gás não
pode expandir, a pressão do gás é aproximadamente a mesma da formação. Uma boa maneira de evitar kicks
durante essas operações é alinhar e circular pelo choke ao perfurar ou triturar essas obstruções.

FORMAÇÕES COM GÁS


Quando uma formação é perfurada e o gás
preso na rocha entra no fluido de
perfuração, ele é circulado para a superfície
junto com os cascalhos da rocha. Se o gás 20.000
subir a uma taxa razoavelmente estável e
for medido, é chamado gás de fundo
(background gas). Essa é uma situação
comum em operações de perfuração e 10.000
normalmente não exige muita preocupação, 8.000
além de uma ligeira redução no peso da
(gas cut). No 6.000

entanto, a taxa de penetração (ROP Rate


of Penetration) deve ser controlada para 4.000
garantir que os equipamentos de separação
de gás não sejam sobrecarregados, e que
lama com gás não seja bombeada de volta
para o poço. Se a ROP for muito alta, ou 2.000
seja, maior que a taxa de circulação, a
coluna de lama ficará carregada com gás
( OBRIEN & GOINS, 1960)
mais leve até que, finalmente, a pressão
hidrostática será reduzida. Assim que o gás 1.000
da formação começar a fluir para a coluna
0 20 40 60 80 100 120
de lama, que agora está mais leve, um
problema de controle de pressão
extremamente perigoso pode rapidamente Figura 1 - 11: Gráfico para Lama Cortada por Gás (gas cut mud)
se desenvolver para um blowout. (Figura 1-
11)

PERFURANDO POÇOS ADJACENTES


Avanços da tecnologia de perfuração direcional tornam a perfuração de um poço já em produção bem
improvável, embora exista o potencial. É particularmente possível na realidade offshore, onde muitos poços são
perfurados a partir de uma única plataforma. A indústria possui mais de 100 anos, e milhares de poços já foram
perfurados em todo o mundo. Muitos desses poços estão inadequadamente documentados, ou não estão
documentados. Se um poço foi inadvertidamente perfurado em outro poço perfurado previamente, a pressão
no fundo do poço em cada um será alterada devido à diferença de densidade dos fluidos neles. É possível que
ambos sofram um kick.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 10


FORMAÇÕES ALTERADAS
Algumas formações ficaram anormalmente pressurizadas devido às atividades do homem.

Uma pasta fraca de cimento pode permitir que o fluido escoe de uma zona para outra.
Blowouts subterrâneos (underground blowouts), fluindo de uma zona permeável para outra, podem
carregar uma formação mais fraca com gás.
Projetos de injeção podem carregar uma formação com água ou vapor.
Um revestimento que sofre erosão ou é danificado de outra forma pode vazar.
Formações podem fraturar de uma zona para outra, seja naturalmente ou como resultado de operações de
fratura.

RESUMO
Um blowout é um fluxo descontrolado de fluidos da formação de um poço para a superfície. Quando os fluidos
da formação entram em um poço involuntariamente, diz-
controlado pela tripulação na superfície, rapidamente se transformará em um blowout. A proteção primária
contra um kick se dá pela manutenção de uma pressão total no fundo do poço em valor igual ou maior que a
pressão da formação.

EXERCÍCIOS

1. Qual alternativa abaixo é verdadeira com relação a blowouts em poços de óleo/gás?


A. Blowouts são atos da natureza.
B. Blowouts podem ser intencionais ou não.
C. A diferença entre kicks e blowouts é o controle.
D. Blowouts são naturais, logo, não podem ser evitados.

2. Qual das situações a seguir seria considerada um kick intencional?


A. Kicks que ocorrem durante manobras.
B. Teste da coluna de perfuração (DST).
C. Kicks que ocorrem em formações permeáveis.
D. Nenhuma das opções acima.

3. Como é expressa a medição da porosidade da rocha?


A. Como pressão (psi).
B. Em milidarcies (mD).
C. Como gradiente de pressão (psi/pé).
D. Como porcentagem do espaço de poros na rocha.

Causas de Kicks 1- 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


4. Qual das características da rocha é necessária para um kick no poço?
A. Porosidade
B. Permeabilidade
C. Rigidez relativa
D. A e B

5. A Pressão no fundo do poço é a soma de várias pressões diferentes em um poço, dependendo da operação
presente. Qual pressão listada abaixo é o principal componente da pressão no fundo do poço?
A. Pressão hidrostática
B. Pressão de circulação
C. Pressão da formação
D. Perda de carga no anular

6. Qual é a principal causa de pistoneio (swabbing) durante uma manobra no poço?


A. Formação de argila espessa em torno da broca.
B. Paralisação das bombas.
C. Puxar a coluna de trabalho mais rápido do que a lama pode cair abaixo da coluna.
D. Puxar excessivamente

7. Qual o nome mais comum do sulfato de bário?


A. Gel
B. Barita
C. Carbonato de Sódio
D. Bicarbonato

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Causas de Kicks 1 - 12


CAPÍTULO 2
CÁLCULOS DE CONTROLE DE PRESSÃO

O capítulo anterior definiu e discutiu


1
blowouts e as principais causas de kicks
que, se não controladas, podem levar a
blowouts. Para compreender
completamente as operações de
controle de pressão, é necessário
compreender e realizar alguns cálculos
aritméticos básicos relacionados às
pressões que são encontradas em
operações de perfuração e workover.
Neste capítulo, vários cálculos comuns 2
de controle de pressão são explicados.
Exemplos de poços são usados para
demonstrar as fórmulas e equações
apresentadas e exercícios para praticar
suas habilidades são encontrados no
final do capítulo. A discussão começa
com uma revisão das definições
relacionadas à pressão hidrostática.

3
PRESSÃO
HIDROSTÁTICA
Força (F): Qualquer coisa que tenha a
tendência de alterar o estado de inércia ou
movimento em um corpo.

Força é comumente expressa como

gravidade em direção ao centro da terra.


A unidade de medida para força usada Figura 2 - 1: Força
nesse texto é libra (lb), sendo encontrada
pela multiplicação da pressão pela área na
qual a força é exercida. (Figura 2-1)

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 2


Força = Pressão x Área F (lbs) = P (psi) x A (pol2)

Pressão (P): Força agindo sobre uma unidade de área.

Pressão se distribui integralmente e igualmente em todas as direções em um espaço fechado, por


exemplo, o ar comprimido nos pneus de um carro. No senso comum, pressão é normalmente
confundida com força. Considere o sondador que diz que possui pressão no standpipe de 2500 libras,
ou 40 libras de ar nos pneus do seu carro. Em ambos os casos, ele quer dizer libras por polegada
quadrada (psi), a unidade comum para a medição de pressão. Pressão é o resultado da divisão da
força total por uma unidade específica de área.

Pressão = Força ÷ Área ou P (psi) ÷ A (pol2)

Densidade: O peso de uma substância


por determinada unidade de volume. PARTES DA BALANÇA DE LAMA
TAMPA
PARAFUSO DA
Nesse texto, densidade geralmente se TAMPA

VISOR DE NÍVEL

usada nas operações de perfuração. A


densidade do fluido de trabalho é BRAÇO DA BALANÇA

PESO
termos serão usados COPO BASE

neste texto. A unidade de medida de


densidade do fluido usada é libras por Figura 2 -2: Balança de Lama
galão (ppg pounds per gallon). Mais
uma vez, a linguagem pode causar
confusão quando o peso de lama, por
engano,
(Figura 2-2)

Profundidade Vertical (TVD True Vertical Depth): A


profundidade de um poço medida verticalmente da
superfície até o fundo do poço.

Abreviada como TVD e medida em pés, a TVD é usada nos


cálculos de pressão. (Figura 2-3)

Profundidade Medida (MD Measured Depth): O


comprimento do poço ao longo do seu curso real pelo solo.
A profundidade medida é utilizada para calcular os volumes
dos tubos e poço.
Pressão Hidrostática (PH): Pressão exercida por um
fluido em repouso. Quando um poço é aberto na superfície,
Figura 2 - 3: Diferença entre TVD e MD
é a pressão hidrostática do fluido de perfuração que

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


fornece a principal barreira contra a pressão exercida pela
formação. A PH é um produto da densidade (ppg) do fluido
de trabalho e a altura vertical (TVD) da coluna do fluido.

Gradiente de Pressão (G): Uma escala de diferenças de


pressão na qual há uma variação uniforme na pressão de
um ponto a outro.
Medida em pressão por pé vertical (psi/pés), o peso da lama
é convertido para um gradiente de pressão ao fazer os 0,45 psi por pé
cálculos da pressão hidrostática. O gradiente de pressão é
encontrado multiplicando o peso da lama pela constante
0,052. (Figura 2-4)

Figura 2 - 4: Gradiente de Pressão

G (psi/pé) = lama (ppg) x 0,052

0,052 é a pressão exercida por uma coluna de fluido imaginária de 1 pé de altura, com peso de 1,0
ppg. Como 1,0 ppg de fluido exerce 0,052 psi/pé, 9,0 ppg de fluido exercem nove vezes mais para
cada pé vertical. 9,0 x 0,052 = 0,468 psi/pé. A pressão hidrostática é calculada multiplicando o
gradiente de pressão do fluido de trabalho pela profundidade vertical real do poço.

PH (psi) = G (psi/pé) x TVD (pés) ou PH (psi) = lama (ppg) x 0,052 x TVD (pé)

Exemplos:

1. Qual o gradiente de pressão de uma lama de perfuração que pesa 12,0 ppg?

2. Qual a pressão hidrostática no fundo do poço exercida por uma lama de 12,0 ppg em um poço
de 7800 pés de profundidade (TVD)?

Solução: 0,624 x 7800 = 4867 psi ou 12,0 x 0,052 x 7800 = 4867 psi

3. No poço acima, qual a pressão hidrostática na sapata do revestimento, se este for assentado
a 2650 pés TVD?

Solução: 0,624 x 2650 = 1653,6 arredondado para 1654 psi ou

Observe que a densidade do fluido e a altura vertical da coluna são diretamente proporcionais. Ou
seja, se a TVD de 7800 pés for reduzida pela metade (3900 pés), a pressão hidrostática será reduzida
para 2433,6 psi, ou metade de 4867 psi.

Uma observação sobre o arredondamento de decimais: É impossível seguir uma regra para o
arredondamento de decimais que se aplique a todos os cálculos aqui discutidos. O conhecimento prático
comum deve ser utilizado como guia. O peso da lama é geralmente, mas nem sempre, arredondado para
uma casa decimal acima (1/10) devido à escala na balança de lama. No caso de pressão, um psi é
considerado insignificante na maioria dos casos, portanto, os decimais são arredondados para o valor

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 4


inteiro acima. O gradiente de pressão é, geralmente, arredondado para 3 casas decimais, como em
0,052 psi/pé.

BALANCE x UNDERBALANCE
O capítulo anterior afirma que o gradiente de pressão normal aceito na formação em muitas áreas é
de 0,465 psi/pé que é equivalente ao peso específico da lama de 8,94 ppg (0,465 ÷ 0,052 = 8,94
ppg). O fundo do poço usado no exemplo acima é de 7800 pés TVD. Se o peso específico da lama
no poço fosse de 8,94 ppg, a pressão hidrostática (0,465 x 7800 = 3627 psi) equilibraria exatamente
uma formação normal em 7800 TVD, chamamos esta condição de balance. Se o peso específico da
lama fosse 12,0 ppg assim como no exemplo 2 acima, o poço estaria com overbalance de 1240 psi
(4867 3627 = 1240 psi). Se o peso específico da lama no poço fosse, de algum modo, reduzido
para 8 ppg, a pressão hidrostática seria de 3488 psi. O poço, então, estaria com um underbalance
de 139 psi. A diferença entre a pressão hidrostática e a pressão da formação pode ser chamada de
pressão diferencial. Se a formação fosse permeável, o poço em underbalance teria um kick, fluido
da formação entraria no poço, forçando a lama para fora na superfície.

O EFEITO DO TUBO EM U
Usando o exemplo 2 da página anterior, suponha que o sondador bombeou um fluido de 9,0 ppg até a
broca, e então desligou a bomba. O poço teria um fluido de 12,0 ppg no espaço anular (as paredes do
poço e a coluna) e 9,0 ppg de lama dentro da coluna. O manômetro da coluna mostraria a diferença
entre a pressão hidrostática exercida por cada coluna de fluido: 4867 3650 = 1217 psi. Se uma
conexão for quebrada, lama de 9,0 ppg sairia da parte superior da coluna de perfuração com uma
grande força. Seguindo as leis da física, o fluido se move de uma área de alta pressão para uma área
de pressão mais baixa.

Fluido de maior Efeito do Tubo


Coluna densidade em U

Figura 2 - 5: Tubo em U

Observe a ilustração na Figura 2-5, o poço pode ser pensado com um tubo em U. Ou seja, dois tubos
separados, abertos e conectados na parte inferior. Esse é o princípio aplicado quando uma lama
tampão
cai, o fluido equilibra seu nível, igualando a pressão hidrostática de cada lado do tubo em U,
subida e retirada do poço. Observe que o
tamanho do poço e/ou diâmetro da coluna não tem efeito nenhum sobre a pressão hidrostática. Uma
explicação mais detalhada sobre tampões para manobras secas pode ser encontrada no Anexo C.

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


TRANSPOSIÇÃO DA FÓRMULA DE PRESSÃO HISDROSTÁTICA
Há três variáveis diretamente relacionadas à fórmula de pressão hidrostática; pressão, peso
específico da lama e altura vertical. Se duas dessas variáveis são conhecidas, a terceira pode ser
encontrada pela transposição da fórmula como detalhado abaixo.

Se a pressão e um TVD específico são dados, o peso específico da lama pode ser encontrado por:

Exemplos:
1. Se uma determinada lama exerce 1586 psi em uma profundidade vertical de 2500 pés, qual
a densidade equivalente da lama?

Se a pressão e o peso específico da lama são dados, a altura vertical equivalente pode ser
encontrada por:

2. A pressão exercida por uma coluna de lama 12,2 ppg é 1586 psi. Qual é a altura vertical
equivalente da lama?

As expressões usadas para solucionar a pressão hidrostática e suas variações serão usadas
extensivamente ao longo desse manual:

(pés)

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 6


PRESSÃO DE CIRCULAÇÃO (FRICÇÃO)
Quando um poço está sendo circulado convencionalmente,
através da coluna com retorno pelo espaço anular aberto,
o valor que aparece no manômetro da coluna ou standipipe
é a perda de carga ao longo do sistema àquela taxa de
Bomba
bombeio específica. A pressão do standpipe não deve ser
confundida com pressão exercida ou aplicada. A pressão da
coluna é a pressão requerida para superar a perda de carga
(fricção) no sistema desde o standpipe até a flowline.
Examine a Figura 2-6. O total da perda de carga do sistema
(pressão de fricção) é de 3000 psi.

Observe que a pressão na bomba é de 3000 psi, e que a


pressão na flowline na superfície é zero. A perda de carga
nas linhas da superfície é de 100 psi, deixando 2900 psi no
manômetro do standpipe. Como esperado, a perda de
carga é maior conforme o fluido é forçado através dos
pequenos jatos da broca. Naquele momento 2600 psi são
perdidos , deixando somente 300 psi exercidos nas Figura 2 - 6: Pressões de Perda de Carga durante
paredes do poço. Na ilustração somente 10% do total da a Circulação

pressão de circulação é exercida sobre o poço. O valor de 300 psi é hipotético e é somente usado
para concluir o seguinte: Quando um poço está sendo circulado convencionalmente, somente uma
pequena porção da pressão total de fricção é realmente exercida sobre o poço. A maior parte da
pressão disponível é desenvolvida conforme o fluido se move para baixo na coluna de perfuração e
fora dos jatos da broca. Isso é frequentemente confundido. O instinto natural leva à falsa suposição
de que os 2900 psi são aplicados no fundo do poço. Os 300 psi na ilustração representam a perda
de carga no anular ( P anular) no sistema nessa taxa de bombeio.

DENSIDADE EQUIVALENTE DE CIRCULAÇÃO (ECD)


Se a perda de carga no anular for conhecida, ela pode ser convertida em uma densidade equivalente e
adicionada à densidade do fluido de circulação; isso é chamado densidade equivalente de circulação (ECD
Equivalent Circulation Density).

Exemplo:

Suponha que o poço na ilustração está circulando uma lama de 11,4 ppg e que a profundidade do
poço seja de 8700 pés TVD. A P anular é de 300 psi. Qual é a ECD?

ECD = ( P anular lama

Solução: Usando a fórmula de pressão hidrostática transposta: 300 ÷ 0,052 ÷ 8700 = 0,66 ppg. 0,66
ppg é a densidade equivalente dos 300 psi a 8700 pés. A ECD é o peso específico da lama, 11,4 ppg mais
a densidade equivalente de 300 psi. Portanto o ECD é 11,4 + 0,66 = 12,06 ou 12,1 ppg. Em outras
palavras, quando a bomba é desligada e o poço está estático, a pressão sentida no fundo é a pressão
hidrostática criada pelos 11,4 ppg de lama. No entanto, quando ele é circulado na taxa usada na ilustração,
a pressão efetiva no fundo do poço é equivalente à pressão hidrostática de 12,1 ppg.

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


2700 psi
É interessante observar que quando a circulação é reversa, 0 psi

bombear através do espaço anular e com retorno pela


coluna de perfuração, a maior parte da fricção
desenvolvida é exercida sobre o poço. Isso está ilustrado
Coluna Anular
no gráfico da Figura 2-7. A perda de carga total no sistema
3000 psi 3000 psi
permanece a mesma ao bombear em qualquer direção,
mas as pressões são distribuídas diferentemente.
Circulação reversa é uma prática comum nas operações de
workover. O poço, normalmente, é revestido até o fundo e
pressões excessivas no fundo não são uma grande
preocupação como durante a perfuração de um poço
aberto. 0 psi 0 psi

Determinar as perdas de carga em vários pontos em um


sistema de circulação requer cálculos complexos
baseados em muitas variáveis, a maioria das quais são
desconhecidas. Atualmente, computadores são usados
FIGURA 2-7:300CIRCULATING
psi
PRESSURE
para projetar programas hidráulicos que, por sua vez,
são incorporados dentro de um programa geral de Figura 2 - 7: Pressão de Circulação
perfuração.

Algumas das considerações a serem feitas estão listadas abaixo:


O deslocamento e eficiência da(s) bomba(s).
A taxa de bombeio em barris por stroke (bbls/stk).
Os vários diâmetros através dos quais o fluido será circulado (incluindo os jatos da broca).
O tamanho e comprimento das linhas de superfície e a profundidade do poço.
O diâmetro e comprimento reais ou médios do espaço anular.
As propriedades da densidade e fluxo do fluido bombeado.
A aspereza interna dos tubos no poço.
As variações de temperatura do fluido.

Pode ser visto que somente dois desses componentes de fricção podem ser controlados pela equipe da
plataforma; a taxa de bombeio e as propriedades do fluido. Dessas duas, a taxa de bombeio é, de longe,
o de maior efeito sobre as perdas de carga totais em um determinado sistema. A relação entre a taxa de
bombeio e a perda de carga não é linear. O dobro da taxa de bombeio não significa o dobro da perda de
carga. Na verdade, uma mudança relativamente pequena na taxa vai causar uma grande mudança na
perda de carga. A relação é exponencial. A fricção vai variar aproximadamente no quadrado da mudança
da taxa. Apesar de não ser cientificamente precisa, a fórmula pode ser usada para aproximar a mudança
na perda de carga devido à alteração na taxa de bombeio.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 8


Onde:
S1 é a taxa original de bombeio (strokes por minuto ,spm, ou barris por minuto,bpm)

S2 é a taxa de bombeio desejada (spm) ou (bpm)

P1 é a pressão original da bomba (psi)


P2 é a pressão final da bomba (psi)

Exemplo:
1. A pressão do standpipe é de 1000 psi quando bombeando a uma taxa de 30 spm. Qual seria
a nova pressão de circulação, se a taxa de bombeio fosse aumentada para 35 spm?

Solução: (35 ÷ 30)2 x 1000 = 1361 psi

2. Se a pressão de circulação fosse 1250 psi ao bombear a 4 bpm, qual seria a pressão se a taxa
de bombeio fosse reduzida para 2,5 bpm?

Solução: (2,5 ÷ 4,0)2 x 1250 = 488 psi

Deve ser lembrado que essa fórmula pode ser usada para estimar as mudanças na fricção devido a
alterações na taxa de bombeio. Não é perfeitamente precisa devido a diversas variáveis, não menos do
que é a precisão medida.

Um cálculo simples pode também ser usado para estimar as mudanças de pressão devido às
alterações no peso específico da lama de circulação.

P2 1 2) x P1
Onde:

1 é a lama desejada ou nova


(ppg)

2 é o peso específico da lama


original (ppg)
P1 é a pressão original (psi)
P2 é a pressão nova (psi)

Exemplo:
1. A pressão do standpipe é de 2500 psi ao circular uma lama de 10,6 ppg. Qual seria a pressão
se o peso específico da lama fosse aumentado para 11,0 ppg?

Solução: (11,0 ÷ 10,6) x 2500 = 2594 psi

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


A capacidade de bombeio em barris por stroke de uma bomba triplex pode ser determinada pela
fórmula:

Cap. Bombeio = 0,000243 x (diâmetro do liner, pol)2 x comprimento do liner (pol) x eficiência (%)

2. Qual seria a redução de pressão no standpipe se o peso específico da lama fosse reduzido para
10,2 ppg?

Solução: (10,2 ÷ 10,6) x 2500 = 2406 psi

CÁLCULOS DE VOLUME E ALTURA


A unidade comum de medida para volume usada em campo é o barril de óleo, que é igual a 42 galões
(medida dos EUA). A capacidade dos tanques, comprimento do tubo ou do próprio poço, é expressa
em barris por pé (bbls/pé). A capacidade de um tanque retangular medido em bbls/pé pode ser
calculada usando a fórmula:

Capacidade (bbls/pé) = L x C ÷ 5,61

Onde:
L é a largura do tanque (pés)

C é o comprimento do tanque (pés)

5,61 é uma constante usada para converter a área do fundo do tanque em barris por pé de altura.

Exemplo:
1. Qual é a capacidade (bbls/pé) de um tanque que mede 12 pés de comprimento, 4 pés de largura
e 6 pés de altura?

Solução: 12 x 4 ÷ 5,61 = 8,6 bbls/pé

Conforme afirmado anteriormente, não há uma regra padrão que possa ser aplicada para o
arredondamento de decimais. No caso da capacidade, se torna uma questão de aplicação prática. Em
um tanque grande, o volume em barris arredondado em uma casa decimal ou até mesmo um número
inteiro pode ser adequado. Em tanques menores onde uma precisão maior é desejada, duas casas
decimais podem ser indicadas. Uma boa prática, em casos onde vários volumes diferentes têm que ser
totalizados, usa-se duas casas decimais para cada volume e depois arredonda-se o valor total para
apenas uma casa decimal. No exemplo acima, o cálculo mostrado de 8,5561497 foi arredondado para
8,6, um pouco mais do que 8-1/2 bbl/pé. Se for desejado calibrar esse tanque com maior precisão,
facilmente pode-se converter as unidades em barris por polegada (bbl/pol).

2. Qual é a capacidade (bbls/pol) do tanque no exemplo 1?

Solução: 8,6 ÷ 12 = 0,7 bbls/pol

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 10


A fórmula seguinte pode ser usada para determinar a capacidade de um tubo que tenha um diâmetro
interno (ID) medido em polegadas.

Exemplo:
1. Qual é a capacidade de um poço perfurado por uma broca de 8-1/2 polegadas?

Note que a resposta apresenta até 5 casas decimais, o que é comum quando se lida com capacidades
cilíndricas.

2. Qual o volume total em 2500 pés de um poço aberto de 8-1/2?

A fórmula é precisa desde que o ID seja constante ao longo do cilindro. O drillpipe, tubulação, e
revestimento usados nas operações de perfuração têm pontos de conexão, ou tool joints, e
dependendo do tipo de conexão, o verdadeiro diâmetro interno e externo não é consistente ao longo
do tubo. A melhor maneira de obter uma precisão da capacidade e valores do deslocamento de aço
para os tubos é consultar uma das muitas tabelas disponíveis na indústria. Essas tabelas listam as
capacidades para tubos específicos, ambos com ou sem tool joints. Uma mudança relativamente
pequena no ID pode causar uma grande alteração na capacidade e, portanto, no volume total. Isso
pode ser demonstrado usando a fórmula.

3. Compare os volumes contidos em 1000 pés dos seguintes tamanhos nominais do tubo usando o ID:

Solução:

Tubo de 2-3/8, ID de 1,995

Tubo de 2-3/8, ID de 2,259

Revestimento de 5, ID de 4,408

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


O volume anular em um poço é determinado pela subtração da capacidade e do deslocamento do aço
do tubo interno pela capacidade do tubo externo. A fórmula abaixo pode ser usada para estimar a
capacidade anular:

Anular bbls/pé = (ID2 OD2) ÷ 1029,4


Onde:
ID (inside diameter) é o diâmetro interno do tubo externo (pol)

OD (outside diameter) é o diâmetro externo do tubo interno (pol)

Exemplo:

Qual é a capacidade anular calculada de um poço aberto de 8-1/2 contendo um drillpipe de 4,5
polegadas?

Solução:

Embora essa capacidade possa ser mais ou menos precisa em profundidades rasas, tool joints e
conexões podem fazer uma diferença considerável nos poços profundos. É recomendado que tabelas
sejam usadas para resultados mais precisos.
Exemplo:
1. Um poço de 8-3/4 está sendo perfurado usando um drill pipe de 4,5 polegadas. Qual é a
capacidade anular entre o poço aberto e o dril pipe?

Solução:

Das tabelas; a capacidade de um poço de 8-3/4 é de 0,07437 bbls/pé. O deslocamento do aço para um
tubo de 4,5 polegadas, Range II drill pipe, 16,6 libras por pé (ppf), com tool joints é de 0,00663 bbls/pé.
A capacidade do drill pipe com tool joints é de 0,01421 bbls/pé. O volume anular é encontrado
subtraindo-se o deslocamento do aço mais a capacidade do tubo da capacidade anular.

2. Qual é o volume total de 2500 pés do espaço anular entre o drill pipe e o poço aberto?

A fim de determinar o número de strokes da bomba requeridos para deslocar o volume calculado, o
volume deve ser dividido pela capacidade de bombeio, em barris por stroke (bbls/stk). Bombas de
sonda são bombas de deslocamento positivo, que significa que elas entregam um volume constante
a cada stroke da bomba.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 12


A capacidade de bombeio exata a uma eficiência de 100% é determinada pelo comprimento do
pistão (stroke) e pelo tamanho da camisa da bomba e pode ser encontrado em várias tabelas. As
bombas da sonda nunca trabalham a 100% de eficiência devido à um degaste normal e sucções
imperfeitas. Bombas triplex de ação única com sucções supercarregadas por centrífugas, atingem
100% quando novas válvulas são instaladas. Bombas duplex com ação dupla são menos eficientes.
A eficiência da bomba deve ser checada de tempos em tempos, bombeando-se um volume
conhecido de fluido e depois comparando-se os strokes reais requeridos para a capacidade de
bombeio teórica, de acordo com as tabelas.

Exemplo:
1. Uma bomba triplex com um pistão de 12 polegadas e camisa de 6 polegadas. Sua capacidade
teórica a 100% de eficiência é de 0,1050 bbls/stk. É decidido bombear exatamente 50 bbls do
tanque de manobra. Teoricamente, quantos strokes devem ser requeridos para bombear 50
bbls?

Solução:

Total de strokes (stks) = bbls ÷ bbls/stk, portanto:

50 ÷ 0,1050 = 476 strokes para bombear 50 bbls. A eficiência da bomba é

determinada dividindo-se os strokes reais pelos strokes teóricos vezes 100.

2. Suponha que na realidade 500 strokes foram requeridos para bombear os 50 bbls. Qual é a
eficiência da bomba?

476 stks ÷ 500 stks x 100 = 95,2 %

A capacidade da bomba, a 95% de eficiência, é de 0,1050 x 0,95= 0,0998 bbls/stk. O tempo


requerido para bombear um volume dado é encontrado dividindo o total dos strokes da bomba pela
taxa de bombeio em strokes por minuto (spm).

Total de minutos = Total dos strokes da bomba (stks) ÷ taxa de bombeio (stks/min)

3. Usando os dados acima, quantos strokes e quanto tempo será necessário para deslocar 75 bbls
bombeando a 30 spm?

Solução:

75 ÷ 0,0998 = 752 stks

752 ÷ 30 = 25 min

A capacidade e o deslocamento tubos podem ser usados ao determinar as mudanças na altura do


fluido, assim como no volume. Suponha que um poço tenha um revestimento de 9-5/8, 47 ppf, e
está cheio de lama de 11 ppg. Se 1000 pés de um drill pipe de 4,5 pol, com um deslocamento de
aço de 0,00663 bbls/pé, é descido aberto nas duas extremidades, 6,63 barris serão forçados para

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


fora na superfície, (1000 x 0,00663). Da mesma forma, se 1000 pés do tubo fossem
removidos do poço, o nível da lama cairia, como se 6,63 bbls de lama fossem removidos do
espaço anular. Isso ilustra a manobra a

Se o tubo fosse descido com a extremidade fechada, a lama deslocada seria a combinação do
deslocamento do aço do drill pipe (0,00663 bbls/pé) mais sua capacidade interna (0,01421 bbls/pé),
ou seja, 0,00663 + 0,01421= 0,02084 bbls/pé. Portanto, 1000 pés do tubo forçariam 20,84 bbls
para fora do poço ou o nível do fluido no revestimento cairia o equivalente a 20,8 bbls quando o tudo
fosse retirado do poço. A capacidade do revestimento é de 0,07321 bbls/pé. Isso ilustra a manobra

O comprimento (ou altura) do fluido deslocado pode ser encontrado dividindo volume total (bbls)
pelo espaço anular adequado (bbls/pé).

Barris (bbls) ÷ barris por pé (bbls/pé) = pés

Exemplo:
1. Foi mostrado acima que um drill pipe de 4,5 pol foi descido aberto em um revestimento de 9-
5/8, e 6,3 bbls foram deslocados para fora do poço. Qual altura 6,63 bbls ocupariam no espaço
anular revestimento/drill pipe aberto?

Solução:

o deslocamento do drill pipe: 0,07321- 0,00663 = 0,06658 bbls/pé.

Aplicando a fórmula acima: 6,3 ÷ 0,06658 = 94,6 pés

2. Qual altura 20,8 bbls ocupariam no espaço anular revestimento/drill pipe fechado?

Solução:

deslocamento e

3. Qual é a perda na pressão hidrostática ao retirar o drill pipe

Solução: 11,0 x 0,052 x 397 = 227 psi

4. Qual é a perda na pressão hidrostática ao remover o drill pipe exemplo 2 acima?

Solução: 11,0 x 0,052 x 356 = 204 psi

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 14


diz respeito ao controle de pressão e a importância crucial de se monitorar o abastecimento ao
manobrar para fora de um poço.

As duas fórmulas abaixo podem ser usadas para determinar a queda na pressão hidrostática
(psi/pé) que resulta da retirada hado

psi/pé = (G fluido x deslocamento do drill pipe) ÷ (capacidade do revestimento deslocamento do drill pipe)

psi/pé = [G fluido x (deslocamento do drill pipe + capacidade do drill pipe)] ÷ (capacidade do espaço anular)

Exemplo:
1. Levando em conta os dados do poço abaixo, qual é a queda na pressão hidrostática (psi/pé)

Dados:

lama: 11,0 ppg


Capacidade do Revestimento: 0,07321 bbls/pé
Deslocamento do fluido Tubo: 0,00663 bbls/pé
Capacidade do drill pipe: 0,01421 bbls/pé

2. Qual é a queda na pressão hidrostática (psi/pé) como um resultado da manobra

Solução:

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO (BHP)
Pressão no fundo do poço (BHP Bottomhole Pressure) é definida como a soma de todas as pressões
exercidas sobre o fundo de um poço. Quando um poço está em estática, aberto na superfície, a
pressão no fundo do poço é igual à pressão hidrostática. Embora a pressão hidrostática represente
a maior parte da pressão no fundo do poço, há outros componentes, dependendo do cenário.

Poço fechado com SIDPP e SICP Circulação Normal Circulação do Kick

Bomba Bomba Bomba

BOP
Stack

BHP = PH + Pressão Aplicada BHP = PH + P anular BHP = PH + P anular + Pressão no


Revestimento
Figura 2 - 8: Calculando a Pressão no Fundo do Poço (BHP)

Exemplo:
Se um poço é fechado na superfície com o BOP e a bomba é usada para aplicar pressão no poço
fechado, a pressão no fundo do poço seria o valor da pressão hidrostática mais a pressão
aplicada. BHP = PH + Pressão aplicada
Se o poço está sendo circulado convencionalmente durante a perfuração, uma parte da pressão
total de circulação é exercida sobre o poço, a perda de carga no anular ( anular). Nesse caso

a pressão no fundo do poço será a pressão hidrostática mais a anular. BHP = anular

Se um poço é fechado e está sendo circulado através de um orifício restrito (como um choke),
a contrapressão mantida pelo choke, lida no manômetro do espaço anular (pressão do
revestimento) é também um componente da pressão no fundo do poço. BHP = HP + anular +

Pressão do Revestimento.

PRESSÕES DE FECHAMENTO
Imagine que durante a perfuração a equipe observou alguns dos sinais de aviso de kick (veja o
Capítulo 3). O sondador seguiu os procedimentos, determinou que o poço estava fluindo e fechou o
BOP. Uma vez que o poço esteja seguramente fechado, existem 2 manômetros disponíveis que
refletem a condição do poço. Suponha que não haja uma válvula de retenção (float valve) na coluna
de perfuração. O manômetro utilizado para ler a pressão de circulação durante o bombeio registra,
agora, a Pressão de Fechamento através do Drill Pipe (SIDPP) e é exibido no painel remoto do choke.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 16


Como o espaço anular está fechado e uma válvula na lateral do BOP foi aberta para o manifold do
choke, a pressão anular também pode ser lida no painel do choke. Ela é chamada de Pressão de
Fechamento através do Revestimento (SICP).

Depois de um curto período de tempo as pressões estabilizam e os dados seguintes são


registrados:

Peso específico da lama 12,5 ppg

Ganho do tanque 16 bbls

TVD 10000 pés

SIDPP 520 psi

SICP 820 psi


Poço Aberto/ BHA Espaço Anular 0,029 bbls/pé

Essa situação pode ser analisada utilizando o princípio do


Tubo em U discutido anteriormente. Imagine que o Tubo em
U seja separado, um lado representando o drill pipe e o outro
o espaço anular, com o influxo da formação próximo ao
fundo. A pressão hidrostática exercida pelo fluido no drill
pipe é de 12,5 x 0,052 x 10000 = 6500 psi. A pressão da
formação opondo-se à pressão hidrostática está exercendo
520 psi a mais do que os 6500 psi da pressão hidrostática.
Portanto, a pressão da formação é 6500 + 520 = 7020 psi.
Lembrando a definição da pressão no fundo do poço como a
soma de todas as pressões exercidas sobre o fundo de um
poço, a pressão no fundo do poço, nesse caso, é igual a 7020
psi. Nessa condição estática, fechada, com o influxo no
fundo do poço, a pressão no fundo do poço no lado do drill
Figura 2 - 9: Pressões de Fechamento com
pipe do tubo em U é igual à pressão da formação, conhecido como um Kick no Poço
Balance Point, ou Ponto de Equilíbrio.

O SIDPP indica quanto de pressão hidrostática a mais é necessária para equilibrar o poço, desde que
o influxo esteja próximo ao fundo e: BHP = PF

Considere o lado do espaço anular do tubo em U. O SICP é de 820 psi, ou seja, 300 psi a mais do que
o SIDPP. Foi determinado que a pressão da formação era de 7020 psi. Dezesseis barris de fluidos da
formação entraram no poço, deslocando 16 barris de lama de 12,5 ppg. Fluidos da formação são quase
sempre menos densos (mais leves) do que o fluido de trabalho no poço, portanto a pressão hidrostática
total no espaço anular é menor do que a pressão hidrostática exercida pelo o fluido dentro do drill pipe,
que está cheio de lama de 12.5 ppg.

Se o ganho do tanque de 16 barris fosse o resultado de 16 barris de gás entrando no fundo do poço
através do espaço anular de capacidade de 0,029 bbls/pé, o gás teria uma altura aproximada de 552
pés. (16 ÷ 0,029 = 552 pés). Suponha que a densidade do gás seja de 2,0 ppg. A altura da lama no

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


espaço anular seria de 10000 552 = 9448 pés. A pressão hidrostática no espaço anular seria (12,5
x 0,052 x 9448) + (2,0 x 0,052 x 552) = 6200 psi. A pressão no fundo do poço é 6200 + 820 = 702
0 psi, que também é a pressão no fundo do poço no lado do tubo em U que corresponde ao drill pipe,
assim como a pressão da formação.

O SICP é maior que o SIDPP porque a pressão hidrostática no espaço


anular é menor do que a pressão hidrostática exercida pelo fluido
dentro do drill pipe. Como no lado correspondente ao drill pipe, o
SICP indica a pressão hidrostática necessária para equilibrar o poço
no lado do espaço anular. Não é possível determinar precisamente
a pressão hidrostática do espaço anular, porque nem a altura exata,
ou a densidade do kick podem ser determinados. A diferença entre
o SIDPP e SICP (300 psi no exemplo) é uma reflexão da altura e
densidade, ou seja, da pressão hidrostática exercida pelo influxo.

Figura 2 - 10: Calculando a Pressão no Fundo


do Poço

RESUMO DA ANÁLISE DO TUBO EM U


1. Quando um poço é fechado em kick, o SIDPP e o SICP refletem a pressão hidrostática que é
necessária para equilibrar ou balancear cada lado do tubo em U.
2. O SIDPP somado à pressão hidrostática exercida pelo fluido dentro do drill pipe é igual à
pressão da formação.
3. Quando um poço é fechado em kick, a pressão no fundo do poço é igual à pressão da formação.
4. Quanto maior o volume de um kick, maior a pressão do revestimento.
5. Quanto mais leve (menos denso) o fluido invasor, maior o SICP para um kick de uma altura
estabelecida.
6. A diferença entre o SIDPP e o SICP reflete o valor da pressão hidrostática do influxo da
formação.

A densidade dos fluidos da formação não pode ser controlada, mas a sonda tem algum controle
sobre o volume do influxo. Quanto maior o influxo, menor será a pressão hidrostática no espaço
anular, portanto, maior o SICP. Reconhecimento rápido e procedimentos de fechamento são
essenciais para manter a pressão inicial no espaço anular a mais baixa possível. Pressão do
revestimento excessiva pode levar a perda de circulação ou falha nos equipamentos. Esses assuntos
serão discutidos nos próximos capítulos.

RESUMO
Pressão é definida como a força (lbs) exercida sobre uma unidade de área (pol2).
A pressão criada como resultado de uma coluna vertical de fluido em repouso é a pressão
hidrostática.
A pressão no fundo do poço é o total das pressões exercidas no fundo de um poço e consiste
de vários componentes dependendo da operação presente.
A pressão observada no manômetro da bomba/standpipe (pressão de circulação/perda de
carga) é resultado do atrito superado por um fluido em movimento em determinada taxa de
bombeio. Uma pequena mudança na taxa de bombeio resulta em mudança relativamente
grande na perda de carga.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 18


Apenas uma pequena porção da pressão de circulação total é exercida no poço circulando
através da coluna de perfuração, com retorno pelo espaço anular aberto. Chamada de perda de
carga anular ( anular), e é um componente da pressão total no fundo do poço.

EXERCÍCIOS
1. Selecione uma fórmula para determinar a força.
A. psi ÷ pol2
B. lbs ÷ pol2
C. psi x pol2
D. D2 x 0,7854

2. Qual é a unidade de medida para o gradiente de pressão?


A. psi
B. ppg
C. psi/bbl
D. psi/pé

3. O que significa dizer que o fluido em um poço está sofrendo do efeito do tubo em U?
A. O fluido no poço está se movendo do espaço anular para a coluna de perfuração ou vice versa.
B. O fluido de trabalho está sendo bombeado convencionalmente, através da coluna de perfuração,
retornando para o espaço anular.
C. O fluido de trabalho está sendo bombeado através do espaço anular, retornando para cima no
espaço anular.
D. Todo fluido no poço para de se movimentar imediatamente após a paralisação da bomba.

4. Com relação à circulação do poço, qual é a diferença entre a perda de carga e a pressão de circulação?
A. A perda de carga é sempre maior do que a pressão de circulação.
B. A diferença entre as duas pressões depende se o poço está ou não fechado na superfície.
C. Não há diferença, elas são a mesma coisa.
D. A diferença é o valor da perda de carga anular ( anular).

5. Qual das sentenças a seguir é verdadeira?


A. A perda de carga em determinado sistema de circulação é a mesma, seja circulando através da
coluna ou do espaço anular.
B. A perda de carga em determinado sistema de circulação é maior quando circulando através da
coluna de perfuração do que quando bombeando no espaço anular (circulação reversa).
C. A perda de carga em determinado sistema de circulação é menor quando circulando através da
coluna de perfuração do que quando bombeando no espaço anular (circulação reversa).
D. Nenhuma das opções acima está correta.

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 19 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


6. O ID de certa classe de drillpipe de 5-1/2 pol é 4,778 pol. Qual o volume necessário para encher
13200 pés deste tubo?
A. 293 bbls
B. 329 bbls
C. 932 bbls
D. Nenhuma das opções acima.

7. Usando os dados fornecidos abaixo, qual a diferença na pressão hidrostática por pé vertical (psi/pé)
entre a manobra de retirada seca e

Dados do poço:
Peso da lama: 11,6 ppg
Capacidade do Revestimento: 0,07321 bbls/pé
Deslocamento do drill pipe: 0,00750 bbls/pé
Capacidade do drill pipe: 0,01776 bbls/pé

A. 25 psi/ pé
B. 0,25 psi/pé
C. 0,01523 psi/pé
D. 0,688 psi/pé

8. Qual é a pressão exercida por uma coluna de um pé de gás de peso 1,0 ppg?
A.1029,4 psi/pé
B. 0,053 psi/pé
C. 0,052 psi
D. 0,465 psi

9. Qual é o volume anular entre 1000 pés de drillpipe de 4-1/2 pol e o poço aberto de 8-1/2 pol? A
lama no poço é de 16,6 ppg.
A. 505 bbls
B. 0,052 bbls
C. 50,5 psi
D. 50,5 bbls

10. A pressão reduzida de circulação (PRC) em certa operação era 1050 psi a 30 spm. Qual seria a
PRC a 40 spm?
A. 1867 psi
B. 1876 pés
C. 1876 psi
D. 0,0408 gal/pé

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 20


11. A perda de carga anular ( anular) foi estimada em 420 psi ao circular um fluido de 15,4 ppg a 9100
pés TVD. Qual é a densidade equivalente de circulação (ECD)?
A. 5,61 pés/bbl
B. 16,3 ppg
C. 5,61 bbls/pé
D. 16,4 ppg

12. A pressão hidrostática exercida pela lama a 7000 pés TVD e MD é 3970 psi. Qual o peso equivalente
da lama?
A. 10,9 %
B. 9,1 ppg
C. 10,9 ppg
D. 0,566 psi/pé

13. A pressão do standpipe é 1100 psi ao circular um fluido de 8,7 ppg. Se o peso da lama for aumentado
para 9,2 ppg, qual pressão de circulação o sondador deve esperar?
A. 11,6 ppg
B. 11,6 ppg
C. 1070 psi
D. 1163 psi

14. Qual o valor de pressão a cada pé exercido por uma coluna vertical de fluido de 15,4 ppg?
A. 0,8 psi/pé
B. 8,0 psi/pé
C. 7,9 psi/pé
D. Nenhuma das opções acima.

15. Foram necessários 2569 strokes para deslocar o fluido no revestimento após um trabalho de cimentação.
Qual foi a porcentagem de eficiência da bomba?

Dados do poço:
Revestimento de 7 pol (capacidade 0,035 bbls/pé) assentado a 7940 pés TVD, 8200 pés MD
Vazão da bomba: 0,114 bbls/stk a 100% de eficiência
Peso da lama: 10,9 ppg

A. 84%
B. 98 %
C. 97%
D. 96%

Cálculos de Controle de Pressão 2 - 21 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Cálculos de Controle de Pressão 2 - 22
CAPÍTULO 3
DETECÇÃO DE KICK

Na sequência de cada Blowout, após os custos trágicos serem calculados, há uma investigação. Quando
todos os dados são coletados e analisados e a(s) causa(s) raiz(es) determinada(s), o resultado é
invariavelmente o mesmo - erro humano. É verdade que o equipamento falha, resultando em Blowouts,
mas isso é raro. Mesmo assim, alguém teve que selecionar, instalar, testar, manter e operar o
equipamento de forma adequada e em tempo útil, a fim de garantir seu bom uso, evitando assim o
blowout. De alguma forma, alguma pessoa (ou pessoas) não antecipou o perigo, não conseguiu entender
a evolução da situação e não conseguiu reagir adequadamente. Em alguns casos, há uma longa cadeia
sutil de eventos que levaram ao acidente. Em outros casos, a sequência de eventos ocorreu tão
rapidamente que houve pouca, ou nenhuma chance, para ninguém a fazer nada a tempo de evitar o
desastre.

Blowouts começam com kicks não intencionais e, portanto, cada kick tem o potencial de se transformar
em um desastre. Este capítulo discute o reconhecimento do kick e lista alguns dos sinais de alerta
primários de kicks que podem ser observados. Não é necessário dizer que cada pessoa em uma equipe
da plataforma, independentemente da posição, deve entender completamente os perigos de blowouts e
como suas tarefas individuais se encaixam nas práticas globais de prevenção do blowout.

Um poço não pode ter um kick a menos que a pressão no fundo do poço seja inferior à pressão da
formação. Uma vez que fluidos da formação são quase sempre menos densos que o fluido de
perfuração, pode-se perceber que, quando fluido da formação entra em um poço, a pressão
hidrostática exercida pela lama, o principal componente da pressão no fundo de poço, irá diminuir.
À medida que o fluxo continua e a pressão hidrostática torna-se cada vez mais baixa, a taxa de fluxo
dentro do poço aumenta. O reconhecimento precoce do kick, seguido por ações adequadas imediatas
para parar o fluxo é essencial para a prevenção do blowout.

INDICADORES PRIMÁRIOS DE KICK


DURANTE A CIRCULAÇÃO
Embora um kick não possa ser realmente detectado quando
entra no poço, o fluido de perfuração proporciona um meio de
comunicação constante com a formação perfurada. Na
verdade, pode-se dizer que todos os sinais de aviso de um
kick, apesar de sutis, chegam à superfície por algum tipo de
mudança no sistema de circulação. Quando um poço está em
Figura 3 - 1: Sensor de Fluxo de Retorno
circulação, como quando perfurando, a(s) bomba(s) injetam

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 2


fluido no poço a uma velocidade constante e, com exceção de
pequenas alterações necessárias ou remoção de material, o
volume de fluido nos tanques de lama permanece relativamente
constante desde que o poço esteja cheio de fluido. A taxa de
retorno de lama na linha de fluxo na superfície deve ser igual à
taxa de injeção da(s) bomba(s). Se a broca entrou em uma
formação porosa, resultando em perda de circulação, o fluxo de
retorno será reduzido e, depois de um curto espaço de tempo, o
volume nos tanques de lama também será reduzido. Da mesma
forma, se os fluidos da formação entrarem no poço, o fluxo de
retorno irá aumentar, causando um aumento de volume nos
tanques. Em ambos os casos, o sondador pode observar uma
diminuição na pressão que circula no manômetro do standpipe
(embora a taxa de bombeio não seja alterada) conforme o peso
efetivo da lama seja reduzido pelo fluido introduzido. É também
possível que o peso total da coluna de perfuração aumente
ligeiramente devido a uma perda de flutuabilidade com a entrada
do fluido mais leve no poço. Figura 3 - 2: Tanque com Sensor de Nível

Quando essas alterações são observadas, o sondador deve


imediatamente retirar a coluna do fundo, parar de bombear, e
observar o poço. Se o poço não permanecer cheio, deve ser
preenchido com lama ou água o mais rápido possível. Se, por outro
lado, o poço continuar a fluir após a parada do bombeio, os
preventores de blowout devem ser usados para fechar o poço e
parar o fluxo.

Embora as explicações acima possam parecer simples, a detecção


de um kick nem sempre é fácil. Um dos fenômenos mais frustrantes
e confusos a respeito da detecção de kick é o "ballooning".
Formações que apresentam ballooning (principalmente no mar)
tomam lama quando a bomba é iniciada, após uma conexão por
exemplo, e depois, quando a bomba é desligada, a lama retorna,
parecendo um kick. O fluxo de retorno pode variar de alguns barris
em algumas áreas e mais de 100 barris em outras. Uma técnica
chamada "fingerprinting" pode ser usada em áreas onde ocorre o
ballooning. Nesta técnica, o fluxo de retorno e o tempo são
registados para cada conexão. Logo, um padrão é estabelecido e
qualquer desvio da tendência deve ser avaliado e tratado como um
kick. Esses registros são extremamente úteis se vários poços serão
perfurados na região. Figura 3 - 3: Formação com Ballooning

Várias operações de rotina da sonda podem causar mudanças no volume de lama do poço. Por exemplo,
limpezas dos retentores de areia (sand trap), ou transferência de lama de um tanque para o outro.
Equipamentos de controle de sólidos irão descartar um pouco de lama. É importante desligar o equipamento
durante uma manobra. Se a bomba não está completamente desligada ao estabelecer uma conexão, isso
pode ser um falso indicador de que o poço está fluindo. Uma boa comunicação entre os membros da equipe
é um componente importante nos treinamentos para prevenção de blowout.

Detecção de Kick 3 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


É possível que ocorra perda total de retornos durante a perfuração, mas isso não é uma ocorrência
comum. Normalmente, a perda de retorno começa com perdas parciais, que não podem ser identificadas
imediatamente, para que ações corretivas possam ser tomadas para resolver o problema antes de as
perdas se tornarem um problema maior. Identificar um kick quando ele entra em um poço não é sempre
simples também. Vários fatores podem influenciar o reconhecimento do kick, entre eles: o fluido base
da lama de perfuração (água ou óleo) e o próprio fluido do kick. Se um kick (normalmente água salgada)
entra em um poço no qual a lama com base água está sendo usada, o kick irá deslocar a lama barril por
barril. Na verdade, embora possam ser um pouco menos perigosos do que kicks de gás, o rápido
aumento no volume do poço devido a um fluxo de água pode ser assustador. A maioria dos kicks contém
algum gás. O gás que entra no fundo do poço vai ser comprimido até certo ponto devido à pressão. Se
o gás se mistura a um kick de água o ganho do poço não refletirá necessariamente o verdadeiro tamanho
do influxo devido à compressão do gás. Além disso, o kick vai contaminar, muitas vezes severamente,
a lama com base água e, assim, complicar ainda mais as operações. Kicks de gás são especialmente
perigosos em fluidos com base óleo por causa da alta solubilidade. A maior parte do gás pode dissolver-
se na lama, mascarando a gravidade do kick. Se um kick entra no poço de repente ou gradativamente
os sinais de alerta primários são os mesmos: aumento no fluxo de retorno não explicado, aliado a um
aumento no volume do poço, frequentemente precedido por uma diminuição na pressão de circulação.

DETECTANDO PRESSÃO ANORMAL


Zonas de pressões anormais, permeáveis, frequentemente estão presas
sob longas formações de folhelho. O folhelho tem pouca ou nenhuma
porosidade e não é permeável, por conseguinte, quaisquer fluidos d a
formação dentro desta rocha não conseguem fluir livremente para dentro
do poço. Conforme a perfuração avança através do folhelho, aproximando-
se da zona inferior de pressão anormal, a decrescente diferença de pressão
entre a pressão no fundo de poço e a crescente pressão de formação pode
afetar a operação de perfuração em geral, de diversas maneiras que
podem ser detectadas na superfície. Vários sinais de pressão anormal são
discutidos abaixo. Tomados individualmente, nenhum deles seria
classificado como indicador positivo de que um kick está em andamento,
mas eles sinalizam que a formação está mudando. Os supervisores devem
ser informados quando esses indicadores são notados; o sondador e sua
equipe devem estar cientes da preocupação crescente.

MUDANÇAS NA TAXA DE PENETRAÇÃO (ROP)


Muitas vezes os sondadores recebem certos parâmetros que devem ser
mantidos durante a perfuração. Por exemplo, o peso a ser aplicado sobre
a broca (WOB Weight on Bit), a pressão de circulação e a rotação do ttop
drive (RPM Rate per Minute). Quando um motor de fundo é utilizado para
girar a broca, a taxa de rotação é controlada pela taxa de fluxo e pressão
de bombeio recomendadas. Se todos estes parâmetros são mantidos durante
a perfuração de uma determinada formação, a ROP (Rate of Penetration)
também deve permanecer constante dentro de uma faixa aceitável. É
perfeitamente normal desenvolver "tendência de dulling" (desgaste) com Figura 3 - 4: Mudança na Taxa
de Penetração
ROP estável à medida em que a broca desgasta, dependendo do tipo de
broca em uso, mas um aumento gradual da ROP ou uma mudança significativa na tendência normal
é geralmente associada a uma alteração na formação e pode ser o resultado do aumento da pressão
da formação. Um aumento repentino e rápido da ROP é chamado de quebra da taxa de penetração
(drilling break). Os sondadores são orientados a parar a perfuração e observar o fluxo no poço
sempre que ocorrer uma quebra na taxa de penetração.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 4


Algumas formações anormais têm uma rocha capeadora dura (muitas vezes de anidrita) diretamente
acima da formação permeável. Quando a broca encontra a rocha capeadora, a perfuração desacelera e às
vezes até para, significando uma mudança da formação. Quando isso ocorre, diz-se que ocorreu uma
quebra na taxa de penetração reversa ou drilling break reverso.

DIMINUIÇÃO NA PRESSÃO DE
STROKES POR MINUTO PRESSÃO DA BOMBA

CIRCULAÇÃO / AUMENTO DA TAXA DE 2000


2500
3000

BOMBEIO
4000

500

5000

Quando o sondador observa uma diminuição da pressão de


bombeio, junto a um aumento na taxa de bombeio (SPM), ele
normalmente suspeita que exista um buraco (washout) na coluna
de perfuração. No entanto, estes mesmos sintomas podem indicar
que um fluido leve entrou no fundo do poço. Em ordem de STROKES POR MINUTO PRESSÃO DA BOMBA

prioridade, um sondador sábio irá verificar primeiramente se há um


kick, e, em seguida, se o poço está estável, para, então, lidar com 2000
2500
3000

o possível washout. 500


4000

5000

MUDANÇAS NA LEITURA DE GÁS DA Figura 3 - 5: Medidas de Pressão e Velocidade


LAMA
Se houver gás aprisionado na rocha que é perfurada, o gás é
liberado e distribuído para a superfície com aproximadamente a
mesma taxa dos cascalhos. Se a formação for consistente e a ROP
permanecer constante, esta quantidade de gás nos cascalhos
também permanecerá dentro de um intervalo constante. Quando
o peso da lama na superfície é ligeiramente reduzido devido a
algum gás na lama, é dito que a lama foi cortada por gás. Desde
que o fluido passe por um desgaseificador antes de ser bombeado
de volta ao poço, a lama contaminada por gás tem pouco ou
nenhum efeito sobre a pressão no fundo de poço, porque quase
toda a expansão do gás acontece na superfície. Gás de fundo
(background) e alguma contaminação por gás são ocorrências
Figura 3 - 6: Unidade de gás do Mud Logger
perfeitamente normais, portanto, não há motivo para alarme. Se,
no entanto, existir uma tendência constante de aumento de gás
nos cascalhos e um aumento na taxa de lama cortada por gás pode haver 9

uma indicação de que a broca entrou em uma zona de transição, zona de


aumento da pressão conforme a broca se aproxima de uma formação de
pressão anormal. 10

Gás de conexão (Connection gas) refere-se a uma pequena quantidade de


gás que se acumula perto do fundo quando a bomba está desligada durante 11
a conexão. Estes acúmulos de gás podem ficar reunidos como uma espécie
de "nó" e, quando são circulados para a superfície, provocam um aumento Zona de Transição

na taxa de gás de fundo. O Gás de Manobra (Trip Gas) é semelhante ao gás


de conexão, mas em concentrações maiores. Com a bomba desligada 12

durante toda a manobra, parte do gás vai se armazenando no espaço anular


conforme a coluna de perfuração é removida. Níveis razoáveis de lama 100 110 120 130

cortada por gás, quando em circulação, não são normalmente um problema


significativo desde que o teor de gás permaneça aproximadamente Figura 3 - 7: Registro de Temperatura
constante e o desgaseificador esteja funcionando corretamente. do Mud Logger

Detecção de Kick 3 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


No entanto, aumento nos níveis de gás é um sinal valioso do aumento da pressão da formação,
especialmente quando acompanha outros sinais de aviso, tais como o aumento na ROP.

AUMENTO DA TEMPERATURA DA LAMA NA LINHA DE RETORNO


O aumento da temperatura normalmente acompanha os aumentos na pressão da formação. A
temperatura no fundo do poço pode ser monitorada com ferramentas e instrumentos especiais
montados na coluna de perfuração. O monitoramento da temperatura da lama de retorno não é
necessariamente um reflexo preciso da temperatura da formação, dado o efeito do arrefecimento
conforme a lama atinge a superfície, no entanto, isso pode ser um aviso de pressão anormal,
especialmente quando acompanhado de outras mudanças observadas durante a perfuração.

MUDANÇAS NAS PROPRIEDADES DA LAMA DE PERFURAÇÃO


Técnicos de fluidos de perfuração (técnicos de lama ou químicos) executam vários testes com a lama.
As amostras são obtidas passando-se a lama através de um filtro. Em seguida alterações em cloretos
(sais), cálcio, e outros minerais no líquido filtrado são verificadas. Muitas formações com pressões
anormais contêm água salgada. Um aumento no teor de cloreto do filtrado pode indicar o aumento
da pressão de formação. Além disso, o sal contamina a lama com base água, de modo que o aumento
de cloretos pode fazer com que as propriedades do fluxo se modifiquem. A lama também pode se
diluir na água da formação. Como muitos outros sinais de alerta de kick, isoladamente pequenas
mudanças nas propriedades da lama podem significar pouco ou nada, mas quando considerado à luz
de outros indicadores, podem sinalizar uma mudança na formação e na pressão da formação.

MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DO FUNDO DO POÇO


Se a ROP aumenta devido a uma zona de transição, é esperado que mais cascalhos estejam no
espaço anular e derramamento através das telas das peneiras. O aumento de cascalhos pode
contribuir para outros problemas que os técnicos mais experientes se referem como "hole trouble"
(problemas no poço). Considerados em conjunto, eles contribuem para a instabilidade do poço que
é frequentemente associada à perfuração através de zonas de transição.

Os contribuidores primários para a instabilidade do poço estão listados abaixo:


Mudanças nos cascalhos. O aumento da taxa de perfuração é evidenciado por um aumento no
volume de cascalhos nas peneiras. Um exame atento pode revelar que muitos destes cascalhos
são grandes, às vezes curvados, como lascas de folhelho. Na verdade, muitos não são
realmente cascalhos gerados pela broca, mas são pedaços de folhelho que se soltaram ou
no poço devido à redução do overbalance à medida que a zona de transição
é perfurada.
Aumento do torque: O volume extra de cascalhos ao redor do bottomhole assembly (BHA)
provoca uma maior resistência ao giro das brocas e à coluna de perfuração.
Arrasto aumentado (overpull): À medida em que mais e mais folhelhos soltos se acumulam ao
redor do BHA, pode ser necessária uma maior força para suspender a coluna do fundo ao se
fazer uma conexão.
Poço sob tensão: Certas formações estão sujeitas a muita tensão, devido às forças geológicas ou
tectônicas, que podem fazer com que a perfuração se torne prolongada, instável e difícil ou
impossível de se manter o controle direcional do poço.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 6


Preenchimento do fundo do poço após conexões: Quando a bomba é desligada, como
ao efetuar uma conexão, a pressão no fundo do poço é reduzida, o que permite que
mais cascalhos decantem. O sondador pode achar que precisa começar a bombear e
lavar a coluna no fundo nas conexões e manobras.

Deve ser enfatizado que estas indicações de instabilidade do poço não são sinais de alerta diretos de que
um kick é eminente, mas elas são uma boa indicação de que o diferencial de pressão irá, provavelmente,
diminuir. Uma das técnicas mais antigas utilizadas é aumentar o peso da lama quando os problemas
aparecerem. No início, sondadores e chefes de equipes não entendiam porque o peso maior da lama
ajudava, mas com a experiência eles aprenderam que muitas vezes ajuda. Hoje temos muito mais
conhecimento e é interessante notar que os veteranos estavam fazendo exatamente a coisa certa no caso
de formações anormalmente pressurizadas. Nem sempre foi uma decisão fácil para eles, uma vez que a
maioria dos poços eram operações turn key) e eles sabiam que a ROP iria diminuir
quando o peso da lama fosse aumentado.

EXPOENTE
O expoente "d" é um método multipassos de previsão da pressão anormal que foi desenvolvido há
muitos anos - antes do advento das ferramentas e instrumentos modernos disponíveis para as
plataformas de perfuração de hoje e muito antes da época do computador atual. O método envolve
a plotagem de vários dados recolhidos durante a operação de perfuração, por exemplo, ROP, o
tamanho da broca, WOB, etc. Os dados representados graficamente estabelecem uma tendência de
perfuração. Uma alteração na linha de tendência plotada poderia ser utilizada para identificar uma
zona de transição. O expoente "d" é usado ainda hoje, mas agora os dados são coletados por diversos
instrumentos precisos, interfaceados com computadores, de modo que as tendências são
estabelecidas em tempo real conforme a perfuração avança. Em resumo, o programa do expoente
"d" moderno recolhe e estrutura todos os indicadores de pressão anormais mencionados acima. Um
software compila e analisa os dados e interpreta os resultados, prevendo as mudanças na pressão
da formação.

DETECÇÃO DE KICK NAS MANOBRAS


Não é possível enfatizar demais a importância do monitoramento de um poço durante manobras. A
manobra de retirada (tripping out) é, geralmente, considerada mais perigosa do que a manobra de
descida (tripping in) devido ao aumento da probabilidade de pistoneio (swabbing), mas kicks também
podem se desenvolver durante a descida da coluna no poço. Há apenas um método para detectar
um kick durante a manobra da coluna. À medida que a coluna de perfuração é descida ou removida
do poço, o nível do fluido no espaço anular muda. A coluna desloca um volume exato de fluido quando
movimentada, este volume é conhecido (calculado). A variação do volume real no espaço anular,
devido ao movimento do tubo, deve ser medida e cuidadosamente comparada com o valor calculado,
previsto, do deslocamento. Se houver uma diferença significativa entre o real e o calculado, ou se a
tendência medida não seguir a tendência prevista, existe uma indicação de que algo está mudando
no fundo do poço. Se, no meio de uma manobra seca, a coluna estiver apresentando o deslocamento
de uma manobra molhada, este é um sinal definitivo de que algo está errado. Nessa altura, a
manobra deve ser interrompida e o poço observado até que o problema seja identificado.

Detecção de Kick 3 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Os dois métodos comuns de medição do preenchimento do poço em
manobras de retirada são, ou usando um tanque de manobra dedicado,
pequeno, que tenha sido calibrado com precisão, ou utilizando uma PUXANDO PUXANDO
bomba da sonda e a contagem de strokes da bomba em cada TUBO TUBO

enchimento. Dos dois, o tanque de manobra é recomendado como o


mais preciso e, portanto, a técnica mais segura. Algumas plataformas
grandes usam dois tanques de manobra e preenchem os espaços
anulares constantemente conforme a coluna é puxada, mas isso não é
suficiente para simplesmente manter os mesmos completos - o volume
de enchimento deve ser medido. Afinal, se o poço está em kick, o espaço
anular vai estar cheio. A frequência do enchimento varia dependendo
do equipamento da sonda, bem como do tamanho do poço e dos
componentes que compõem a coluna de perfuração. Há uma regra de
ouro de um velho sondador chamada regra de 5, 3 e 1, ou seja,
preencher o poço a cada 5 seções de tubos de perfuração (drill pipe), a
cada 3 seções do heavy weight (HWDP), e a cada 1 seção de drill collar.
A regra é boa e se aplica à maioria dos poços em manobras secas, no
entanto, não se aplica universalmente. Os cálculos de manobras
similares aos descritos no Capítulo 2 podem ser utilizados no
desenvolvimento de uma folha de manobras precisa (trip sheet). Os
exemplos abaixo ilustram a diferença significativa (e o perigo) entre
manobras "molhadas" e "secas" no que diz respeito a controle de
pressão. Regulamentos para poços offshore nos EUA exigem que o poço
seja preenchido antes que a pressão hidrostática seja reduzida de 75
psi. O exemplo ilustra que a regra 5, 3, 1 não satisfaria os regulamentos
na manobra molhada deste poço em particular.

Observe a diferença na diminuição da pressão hidrostática (psi/pé) entre


a manobra "seca" e "molhada" nos exemplos seguintes.
Peso da lama: 12,2 ppg
Drill pipe: 5 pol, 19,5 ppf, 31 pés/junta, capacidade 0,01719 bbls/pé,
deslocamento 0,00827 bbls/pé Figura 3 - 8: Manobra Seca e Molhada

HWDP: 5 pol, 49,3 ppf, 30 pés/junta, capacidade 0,0088 bbls/pé, deslocamento 0,0179 bbls/pé
Drill colar: 6-3/4 pol, 30 pés/junta, capacidade 0,0039 bbls/pé, deslocamento 0,0405 bbls/pé
Revestimento: 8 pol, 47 ppf, capacidade 0,07321 bbls/pé

MANOBRA SECA USANDO A REGRA DE OURO 5, 3, 1


psi/pé = (gradiente x deslocamento do tubo de perfuração) ÷ (capacidade do revestimento
deslocamento do tubo de perfuração)

Drill pipe: (12,2 x 0,052 x 0,00827) ÷ (0,07321 0,00827) = 0,0808 psi/pé


Puxando uma seção tripla: 3 x 31 pés x 5 seções x 0,0808 = 37,5 ou 38 psi

Drill collar: (12,2 x 0,052 x 0,0405) ÷ (0,07321 0,0405) = 0,786 psi/pé


Puxando uma seção: 3 x 30 pés x 0,786 = 70,7 ou 71 psi

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 8


MANOBRA MOLHADA USANDO A REGRA DE OURO 5, 3, 1

psi/pé = [gradiente x (deslocamento do tubo de perfuração + capacidade do tubo de perfuração)] ÷


(capacidade anular)

Drill pipe: [(12,2 x 0,052) x (0,00827 + 0,01719)] ÷ (0,07321 0,00827 0,01719)] = 0,338 psi/pé
Puxando uma seção tripla: 3 x 31 pés x 5 seções x 0,338 = 157 psi

HWDP: [(12,2 x 0,052) x (0,0179 + 0,0088)] ÷ (0,07321 0,0179 0,0088) = 0,36 psi/pé
Puxando uma seção tripla: 3 x 30 pés x 3 seções x 0,36 = 97,2 psi

Drill collar: [12,2 x 0,052 x (0,0405 + 0,0039)] ÷ (0,07321 0,0405 0,0039) = 0,98 psi/pé
Puxando uma seção: 3 x 30 pés = 0,98 = 88,2 psi

É importante que o membro da equipe designado para manter os registros de manobra (folha de
manobra) compreenda a importância da sua tarefa quando o tubo estiver sendo puxado para evitar erros
durante manobras longas, de rotina. Pequenas quantidades de gás podem ser pistoneadas no poço
durante um longo período de tempo. O gás pode se misturar à lama ou migrar para o espaço anular e
passar despercebido até que o poço realmente entre em underbalance e comece a fluir. É possível que
haja uma quantidade significativa de gás pistoneado no poço antes de finalmente começar a fluir. A única
prevenção são medições cuidadosas e precisas de preenchimento. Nem sempre é fácil determinar
exatamente quando começa o pistoneio. Quando há qualquer dúvida o sondador deve ser notificado e se
for decidido que a manobra deve ser continuada, o tubo deve ser puxado cautelosamente a uma
velocidade mais lenta.

Manobras de descida também devem ser cuidadosamente monitoradas. Plataformas que não têm um
tanque de manobra devem isolar o menor tanque disponível para os retornos e registrar cuidadosamente
o volume inicial, antes de a manobra começar. Conforme a manobra é feita, deve-se anotar que o fluxo
de retorno é interrompido entre cada ciclo da conexão.

Registro de manobra de retirada; registros precisos de manobra são uma obrigação em cada
operação.

Leitura Leitura
Número Teórica Tendência Tendência Observações (Comentários ao
Inicial do Final do Diferença
da seção (Calculada) (Diferença) Acumulada Trocar tubos, problemas, etc)
Trip Tank Trip Tank

Puxar o Drill Pipe do fundo - Pode


5 50,0 48,5 1,5 3,56 -2,06 -2,06 estar preso

10 48,5 42,9 5,6 3,56 +2,04 -0,02 Parece OK

15 42,9 39,2 3,7 3,56 +0,14 0,12

20 39,2 35,9 3,3 3,56 -0,26 -0,14

Possível Pistoneio
25 33,2 30,5 2,7 3,56 -0,86 -0,96
Poço não está recebendo o volume
30 33,2 32,3 0,9 3,56 -2,66 -3,62 adequado de fluido. Parar

Manobrar e Fazer um Flow Check


Figura 3 - 9: Ficha de acompanhamento de manobra (Trip Sheet)

Detecção de Kick 3 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Alguns comentários gerais sobre práticas seguras de manobras estão listados abaixo.
Se possível, é uma boa ideia circular um bottoms up antes de iniciar uma manobra para fora do
poço. Circular o poço não apenas limpa os cascalhos e empurra lentamente o gás para fora do
espaço anular, como também proporciona uma boa oportunidade para fazer ajustes finais para o
sistema de lama antes de a manobra começar.
Manobras secas são preferíveis a manobras molhadas por várias razões, incluindo a segurança do
piso da sonda, bem como preenchimento / deslocamento de volumes mais precisos.
Manter registros de manobras recentes disponíveis para comparação com a manobra em curso.
Atualizar as folhas de manobra sempre que mudanças significativas forem feitas na coluna de
perfuração ou se a profundidade mudar significativamente desde a última manobra.
Sondas que contam strokes da bomba para determinar o volume preenchido devem verificar a
eficiência das bombas tantas vezes quanto possível.
Ao misturar o tampão para manobra seca, uma boa agitação do tanque é necessária.
de uma coluna de perfuração restrita pode ser frustrante e paciência é, muitas vezes, necessária.
(Consulte nesta seção diretrizes para prática da mistura de tampões).
Manter o controle do volume a ser preenchido e de deslocamento pode ser difícil durante a descida
do revestimento. Uma vez que o revestimento tenha um colar flutuante (float collar) o
revestimento vazio desloca a totalidade do volume como se ele estivesse sendo descido cheio. Os
níveis do tanque podem precisar ser ajustados para acomodar o grande retorno no espaço anular.
Durante a operação, o revestimento será preenchido, talvez diversas vezes. O volume a ser
preenchido deve ser conhecido com antecedência e os níveis do tanque monitorados. Os princípios
de identificação de kick são os mesmos, mas as flutuações de volume são muito maiores e,
portanto, mais difíceis de rastrear.

GUIA PARA TAMPÕES PESADOS EM TUBOS SECOS


O primeiro passo para calcular as densidades dos tampões é decidir qual comprimento da coluna de
perfuração vazia o tampão criaria ou, até que ponto o tampão deve cair. A densidade necessária
para atingir a queda em um sistema equilibrado pode ser estimada uma vez que a queda desejada
seja determinada.

Assumindo o seguinte:
Drill pipe: 5 pol, 19,5 lbs/pé, capacidade 0,01776 bbls/pé
Um tanque de tampão com 25 barris disponíveis para bombeio
Peso da lama de 12,0 ppg

1. Resolução para um tampão de 25 bbl em um tubo de perfuração de 5 pol.

Bbls ÷ bbls/pé = pé

Uma junta de Range II de drillpipe possui cerca de 31 pés, portanto, se a equipe remover triplos,
ou seja, três juntas para cada seção, uma seção terá cerca de 93 pés de comprimento. Espera-se,
então, uma queda de cerca de 150 pés para o tampão.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 10


2. Solução para a densidade necessária para que o tampão cause uma queda de 150 pés.

lama x [(queda do tampão ÷ comprimento do tampão)] + 1 = densidade do tampão

12,0 x [(150 ÷ 1408)] + 1) = 13,27 ou 13,3 ppg

Enquanto a queda do tampão e o diâmetro do tubo permanecerem constantes, a razão entre a queda
e seu comprimento pode ser tratada como um valor constante e utilizado para várias densidades, como
mostrado nos exemplos abaixo. A constante para o poço do exemplo é:

Assumindo 150 pés de queda, determinar a densidade do tampão necessário em sistemas de 9,0
ppg, 14,0 ppg e 16,0 ppg, respectivamente.

Sistema de 9,0 ppg x 1,106534 = 9,95 ou 10,0 ppg de tampão

Sistema de 14,0 ppg x 1,106534 = 15,49 ou 15,5 ppg de tampão

Sistema de 16,0 ppg x 1,106534 = 17,7 ou 18,0 ppg de tampão

Conforme a densidade do sistema aumenta, um tampão mais pesado é necessário a fim de realizar a
mesma queda de 150 pés. A fim de manter a mesma queda com pesos de lama mais elevados, ou um
volume maior de tampão, uma densidade mais elevada é necessária. Suponha que o volume do tampão
tenha aumentado de 25 para 30 barris.

O comprimento do tampão na coluna perfuração é 30 ÷ 0,01776 = 1689 pés

Taxa para a fórmula com tampão mais longo é (150 ÷ 1689) + 1 = 1,0888099

Sistema de 9,0 ppg x 1,08881 = 9,79 ou 9,8 ppg de tampão

Sistema de 14,0 ppg x 1,08881 = 15,24 ou 15,3 ppg de tampão

Sistema de 16,0 ppg x 1,08881 = 17,42 ou 17,5 ppg de tampão

O adicional de 5 barris faz pouca diferença no que diz respeito à densidade, embora o tampão ocupe
um adicional de 281 pés no tubo de perfuração (1689 - 1408 = 281).

Uma estimativa do aumento do volume do tanque após o tampão ser deslocado pode ser feita e o
top drive ou kelly desconectados. Utilizando o exemplo acima, se a lama secou drillpipe
de 5 pol, com uma capacidade de 0,01776 bbls/pé, 150 x 0,01776= 2,66 ou 3 barris. Portanto, um
volume (do tampão) de 25 bbls + 3 bbls = um ganho de tanque de cerca de 28 bbls, uma vez que o
fluxo de retorno pare. Se os tampões forem misturados de acordo com estas orientações, há pouca
coisa que o membro da equipe, que mistura o agente, possa fazer. O tubo em U deve ser equilibrado
antes de o tampão ser bombeado.

Detecção de Kick 3 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Uma diferença de 0,2 ou 0,3 ppg entre o peso da lama na flow line e o peso da lama no poço pode
fazer uma diferença considerável na queda do tampão. Se o sistema for conhecido por estar fora de
equilíbrio e não puder ser circulado, então será necessário um tampão maior ou mais pesado do que
o normal. A melhor solução é circular o espaço anular, limpando-o, antes de bombear o tampão.

Algumas dicas gerais para mistura do tampão estão listadas abaixo.


O tampão deve ser deslocado adequadamente. Se o tampão ficar em um nível acima da mesa
rotativa, o fluido não vai cair e a conexão será quebrada molhada. Da mesma forma, se o
tampão for bombeado para o fundo, será ineficaz. Erros de deslocamento de tampão são
bastante comuns. É por isso que algumas equipes parecem ter mais problemas para tais tipos
de manobra do que outras.
Calcule o volume nas linhas entre o tanque do tampão e a mesa rotativa. Quando um volume
exato for determinado, coloque a informação disponível em barris e strokes para que todos os
sondadores operem com seus tampões da mesma maneira. Usar o tempo, em vez de strokes,
como guia não é recomendado, pois não é preciso.
Quando a eficiência da bomba for verificada (assim como na instalação de um plugue de
cimentação), aplica-se a eficiência da bomba revisada para o processo do tampão.
Calcule e publique as informações necessárias para misturar um bom tampão sob várias
condições diferentes. Isto deve encorajar todo o pessoal da plataforma a seg uir os mesmos
procedimentos.
Na maioria dos casos, não é uma boa prática misturar um tampão muito antes de seu uso. Se
ele for misturado com antecedência, uma boa agitação se faz necessária.
Certifique-se de que o peso da lama que retorna do espaço anular seja tão preciso quanto
possível antes de misturar o tampão e tenha certeza de que peso do tampão foi cuidadosamente
aferido alguns minutos após a barita ter sido misturada.
Agite ou mexa constantemente.
Misture em vez de despejar a barita para dentro do funil. Despejar causa decantação e pesos
imprecisos. Pode também obstruir os jatos da broca.
Se a descarga do funil para o tanque de tampão estiver diretamente acima da sucção,
providencie uma espécie de proteção contra respingo. Descarregar diretamente no topo da
sucção causará aeração que irá resultar em pesos imprecisos e bombeio ineficiente.
A melhor viscosidade para um tampão é aproximadamente a mesma do sistema de lama. Se a
viscosidade do tampão for um problema, solicite ao químico que recomende o melhor tipo e
quantidade de diluente necessários para o ajuste da viscosidade.
É uma boa prática estimar a quantidade de barita necessária para o tampão. Misture o montante
estimado, ou um pouco menos, e, então, verifique o peso do tampão.

Se a barita estiver embalada em sacos de 100 lbs, então, cerca de 60 sacos irão aumentar a
densidade de 100 barris em 1,0 ppg. Um tampão de 25 bbls deve exigir cerca de ¼ do total, ou cerca
de 15 sacos. Estime o volume do tanque para a mistura, misture cerca de 15 sacos e verifique o
peso do tampão. Misturar desta forma é mais rápido, menos trabalhoso e mais econômico.

Existem várias operações e condições que tornam a manobra seca difícil ou inviável, não importa o
quão cuidadosa e consciente a equipe seja. Operações de pescaria, colunas longas e combinadas,
jatos da broca muito pequenos ou parcialmente obstruídos e lama extremamente viscosa se
encaixam nesta categoria. Nestes casos, o sondador deve ser paciente e tentar variar suas técnicas,
buscando a combinação certa.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 12


APARELHOS E INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO DE KICK
Plataformas de perfuração e manutenção usaram dispositivos
de detecção de kicks simples por muitos anos. Talvez o
equipamento mais comum de detecção de kick consista em
sensores de fluxo de retorno e indicadores de nível de lama
nos tanques. O sensor de fluxo mais comum é um simples
dispositivo do tipo pá, que se estende para a linha de fluxo e
está conectado a um micro-switch que indica mudanças
relativas no fluxo a partir do espaço anular. Um medidor ou
indicador montado no piso da sonda registra as mudanças para
que o sondador tenha um acompanhamento completo.

Figura 3 - 10: Sensor de Fluxo de Retorno


Um medidor de fluxo diferencial mede a diferença de fluxo
entre o bombeio e o retorno, e registra a diferença em um
gráfico linear. O sensor de fluxo utiliza uma pá instalada na
linha de fluxo que é desviada através do aumento do retorno
de lama. Medidores de fluxo diferencial são instrumentos
efetivos, e, embora eles exijam mais atenção e manutenção
do que pás mecânicas, são ferramentas precisas de alerta
precoce. Estes dispositivos devem ser instalados e mantidos
em funcionamento contínuo, mesmo quando a coluna estiver
fora do poço. Dois tipos comuns de indicadores de fluxo são:
(1) o medidor elétrico diferencial e (2) o sensor mecânico.

Os indicadores de nível de tanque (PVT pit volume totalizer)


usam um sistema de boias que medem o volume total de lama
no sistema ativo. Interruptores de múltiplas posições sobre o
piso da sonda permitem que o sondador leia o volume de lama
em tanques individuais, bem como o volume total do sistema
ativo. Um indicador de ganho/perda relativa e um gráfico de
24 horas que monitora o sistema de lama ao longo de um dia
inteiro, também fazem parte do PVT. A maioria dos fabricantes Figura 3 - 11: Tanque com Sensor de Nível
de equipamento de detecção inclui um painel exibindo a
velocidade de bombeio, número total de strokes bombeados e um meio de rastreamento de ganhos
e perdas no tanque de manobra. Estes dispositivos estão equipados com alarmes visuais e sonoros
que alertam o sondador e a equipe quando os valores saem dos limites pré-estabelecidos.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Os recentes avanços tecnológicos revolucionaram a indústria de petróleo e gás. A perfuração
horizontal é rotina em muitas áreas nos EUA e ao redor do mundo. Operações multi -laterais, nas
quais vários poços são perfurados e produzidos a partir de um único local, tornaram possível a
recuperação de hidrocarbonetos, utilizando técnicas de engenharia que teriam sido impensáveis há
poucos anos atrás. Unidades flutuantes agora operam com segurança em águas com profundidades
de até 10000 pés.

Detecção de Kick 3 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Computadores levam informações para locais longe do verdadeiro local de perfuração. Um sondador
em uma sonda moderna percebe que a familiar alavanca de freio foi substituída por um joystick
operado a partir de um console que exibe e registra todos os dados operacionais, que antes eram
reunidos em um registrador de perfuração, além de informações do fundo do poço, como a pressão
de poros, a temperatura e até mesmo informações geológicas. Toda a operação pode ser monitorada
simultaneamente a partir de vários locais, por meio de computadores e monitores.

Embora as ferramentas de Measurement While Drilling (MWD) e Logging While Drilling (LWD)
venham sendo utilizadas por anos, agora é possível executar muitas destas ferramentas em uma
única sequência de modo que uma enorme quantidade de dados possa ser coletada em tempo real
e integrada através de uma interface de computador enquanto a perfuração continua.

As informações podem incluir:


Pressão da formação
Perda carga no anular ( Panular)
Permeabilidade de formação
Direção (inclinação e azimuth)
Temperatura
Densidade efetiva do fluido no fundo do poço

Embora muitos equipamentos ainda utilizem


registradores de perfuração padrão e medidores
analógicos, as empresas de serviços têm desenvolvido
uma variedade de instrumentos que podem ser
alugados e instalados para melhorar os equipamentos
permanentes da sonda. Manômetros analógicos estão Figura 3 - 12: Sondador na Unidade de Controle
sujeitos a danos e erros de calibração devido à
vibração e trabalho geral da plataforma de perfuração. A precisão de um manômetro analógico
é suspeita. Normalmente, os manômetros de altas pressões ( standpipe, revestimento, etc.) são
calibrados de modo que a faixa média do indicador seja a mais próxima da exatidão. As faixas
das extremidades, alta e baixa, são um pouco menos precisas. Manômetros digitais não
possuem partes móveis, portanto, a sua calibração não é seriamente afetada pela pulsação,
vibração e atividade de rotina da plataforma.

Muitos equipamentos modernos têm substituído os sensores tradicionais de fluxo com medidores
eletrônicos que medem ambas entrada e saída das bombas. Da mesma forma, os instrumentos
podem monitorar com precisão as variações de volume, bem como a densidade da lama. Da
mesma forma que a instrumentação do fundo, os dados desses instrumentos podem ser
assimilados pela interface geral do computador.

As plataformas de perfuração e workover são mais seguras hoje do que em qualquer tempo no
passado. Embora as chaves flutuantes manuais e cunhas estejam desaparecendo rapidamente do
campo, ainda há muitas plataformas que operam com segurança ao redor do mundo usando
equipamentos de superfície tradicionais, testados pelo tempo. Os mais recentes sofisticados sistemas
podem ser bastante caros e as operações de rotina em muitas áreas simplesmente não justificam o
custo extra.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 14


RESUMO
Todos os blowouts começam como kicks. Quanto maior o tempo para se reconhecer que um kick
está em desenvolvimento, mais tempo levará até que o poço possa ser controlado e o fluxo
interrompido. Uma vez que um poço seja fechado em kick, a pressão do revestimento de fechamento
(SICP) é exercida em todo o poço; na formação aberta, no revestimento e no equipamento da cabeça
do poço na superfície. Quanto maior for o kick, maior a SICP, e, portanto, é crucial que kicks sejam
identificados de forma segura e contidos o mais rapidamente possível. Uma vez que o controle seja
perdido e um poço sofra um Blowout, fluidos inflamáveis, às vezes tóxicos, são liberados com uma
tremenda força. Apenas os membros mais sortudos da equipe, que estejam mais afastados do centro
da explosão irão sobreviver. A sonda pode ser destruída em questão de minutos e os danos
ambientais podem durar anos. Todos os membros de uma equipe de perfuração devem conhecer os
indicadores primários de kick: fluxos inexplicáveis no poço quando não há circulação, ganhos
inexplicáveis no volume do poço e discrepâncias de volume quando se monitora manobras. A
importância da constante conscientização da equipe no que diz respeito aos sinais de alerta de kicks
não pode ser vista como exagero.

EXERCÍCIOS
1. No que diz respeito ao controle do poço, o que se entende por "fingerprinting"?
A. Um método de base de identificação pessoal sobre o padrão único de linhas dos dedos de uma pessoa .
B. Um método de comparar a taxa de penetração (ROP) com demais poços perfurados na mesma área.
C. Um método para analisar os retornos da linha de fluxo quando a(s) bomba(s) estiver(em)
parada(s), como quando se está fazendo uma conexão.
D. Fingerprinting não é um termo usado na indústria de petróleo/gás.

2. Por que os Sondadores são instruídos a manter certos parâmetros como peso sobre a broca
(WOB), pressão de bombeio e velocidade de rotação (RPM) durante a perfuração?
A. A fim de perfurar mais rápido
B. Para que haja tempo para retirar amostras que serão coletadas e analisadas
C. Para garantir que o programa do poço esteja sendo seguido
D. Mudanças repentinas e inexplicáveis nestes parâmetros podem indicar zonas de pressão anormais.

3. O que é zona de transição?


A. Uma perda da zona de circulação
B. Uma formação na qual a pressão está aumentando de normal para anormal.
C. A formação imediatamente abaixo da superfície de revestimento
D. Uma rocha de cobertura ou de formação de anidrita

4. O que é um drilling break (quebra na taxa de penetração)?


A. Um aumento súbito da taxa de penetração (ROP)
B. Uma súbita, inexplicável diminuição na taxa de penetração (ROP)
C. Uma indicação de que a linha de perfuração deve ser cortada e desativada
D. Um termo tradicional na plataforma para almoço

Detecção de Kick 3 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


5. Embora kicks de gás sejam muito perigosos, os retornos de lama cortada por gás normalmente não são
motivo de alarme. Por que isso?

A. A maioria do gás é liberada nas peneiras.


B. Porque as plataformas possuem desgaseficadores funcionando o tempo todo
C. Porque a maioria das expansões de gás ocorre na superfície; a pressão no fundo do poço
não é seriamente afetada.
D. Lama cortada por gás sempre é um problema sério.

6. Como os Problemas de Poço são associados com a detecção de kick?


A. Formações de sal irão contaminar a lama de perfuração com base água.
B. Cascalhos grandes são uma indicação de formações contendo gás.
C. Problemas de poço devem ser relatados ao técnico de lama imediatamente
D. A instabilidade do poço pode indicar que a broca está entrando em uma zona de transição.

7. Como as manobras podem ser monitoradas em pequenas plataformas que não possuem tanques de
manobra?
A. Mantendo o poço cheio todo o tempo
B. Contando os strokes da bomba necessários para o enchimento.
C. Usando a regra de ouro 5-3-1
D. Pequenas plataformas raramente perfuram poços de alto risco.

8. Por que é considerada uma boa prática circular um Bottoms Up antes de se iniciar a manobra
para fora do poço?
A. Para limpar cascalhos e gás do espaço anular
B. Para permitir tempo para reajustar as propriedades da lama, se necessário
C. Para aumentar as chances de bombeio de tampão para retirada de tubo seco
D. Todas as alternativas anteriores

9. Por que manobras manobras ?


A. Os dois tipos de manobra são igualmente seguros
B. Perigo de escorregamento no chão da plataforma
C. Mais fácil de controlar com precisão o enchimento e os volumes de deslocamento
D. Opções A e C estão corretas.

10. Por que manômetros digitais são preferíveis aos analógicos na plataforma?
A. Manômetros digitais são mais baratos que os analógicos.
B. Manômetros digitais não são seriamente afetados pela pulsação, vibração e atividades
de rotina do chão da plataforma.
C. Medidores digitais consomem menos energia.
D. A equipe de perfuração está mais familiarizada com os manômetros analógicos.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Detecção de Kick 3 - 16


CAPÍTULO 4
Procedimentos 4 - 1 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
PROCEDIMENTOS
Quando um poço sofre um kick e os fluidos da formação começam a deslocar o fluido de perfuração, o
primeiro e principal objetivo é proteger o poço interrompendo o fluxo. Para este fim, os equipamentos
e procedimentos foram desenvolvidos para que o fechamento do poço seja efetuado da maneira mais
rápida e segura possível. As discussões nesse capítulo abordam a identificação comum do kick e os
procedimentos de fechamento que foram desenvolvidos por operadores ao longo de muitos anos de
experiência. Deve-se entender, no entanto, que devido à grande variedade de equipamentos, bem como
os locais e operações, não é possível abordar todas as situações. Nosso objetivo é explicar as boas
como uma recomendação
de um procedimento em detrimento de outro.

GÁS RASO
Nas fases iniciais da perfuração de um poço, antes da descida do revestimento de superfície e da
instalação do BOP, a única proteção contra blowouts é a coluna de fluido de perfuração. Na maioria dos
casos isso não é um problema. No entanto, em certas áreas pode haver "bolsões" de gás aprisionado
em profundidades rasas. Gás raso é mais predominante em áreas offshore do que em terra e
ferramentas modernas de pesquisa sísmica tornaram possível a localização dessas zonas, com uma
precisão cada vez maior para que os engenheiros de poço possam alterar os locais para iniciar a
perfuração a fim de evitar a possibilidade de um kick de gás raso. Alguns programas podem exigir a
perfuração de um poço piloto, seguido de uma operação de abertura de poço, antes da descida do tubo
condutor. O pequeno poço piloto reduziria o possível volume do fluxo se o gás raso fosse encontrado.
Perfuração em zonas com gases rasos é um dos eventos mais perigosos de controle de poço, porque
não existem meios eficazes para reduzir ou parar o fluxo. Evitar, sempre que possível, é a melhor
proteção contra os fluxos de gás raso.

Quando o gás raso é encontrado, ele flui para a superfície com uma força enorme, descarregando o
fluido de perfuração em segundos. Este gás contém areia de formação que, com o atrito com outros
objetos de aço no piso da sonda, pode formar uma faísca ou gerar calor suficiente para inflamar
instantaneamente o gás. Se uma grande bolha de gás se eleva sob uma unidade, a plataforma pode
inclinar-se ou ainda afundar devido à perda de flutuabilidade, embora isto seja um problema menor
em locais de águas profundas uma vez que as correntes provavelmente afastariam o gás da direção
da plataforma.

Como não há BOP instalado antes da descida do revestimento de superfície, é impossível interromper
o fluxo do poço. De qualquer forma, o BOP não poderia ser usado para parar o fluxo, pois a formação
em profundidades rasas é muito frágil e, possivelmente, não suportaria a pressão. A formação poderia
fraturar e o gás escaparia ao redor da cabeça do poço, uma situação extremamente perigosa.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 2


Sistemas de diverter consistem em um preventor anular de
baixa pressão montado sob o piso da plataforma. O diverter está

a
antes que o elemento do diverter feche, dirigindo assim o fluxo
para longe do equipamento, sem restringir. O ponto positivo dos
depósitos de gás raso é que eles possuem um volume
relativamente baixo; costumam esgotar rapidamente ou o poço
desmorona, acumulando areia e materiais, criando uma
obstrução e interrompendo o fluxo. O problema é identificar o
fluxo e ativar o sistema de diverter o mais rápido possível.
Sistemas de diverter são menos comuns em plataformas
terrestres do que em unidades offshore porque os
equipamentos são grandes e pesados, portanto podem ser Figura 4 - 1: Exemplo de Sistema de Diverter -
Sequenciamento Integral
problemáticos durante a movimentação da plataforma.
Unidades de águas profundas usam o sistema de diverter como um meio de liberação de gás do riser,
ou seja, limpam qualquer gás que possa ter ficado preso no riser quando o poço foi fechado.

As linhas de ventilação devem ser grandes e retas o quanto possível a fim de limitar os efeitos de
erosão e desgaste no elemento de vedação. Linhas de oito polegadas são o mínimo exigido e linhas
de doze polegadas ou mais são comuns em algumas unidades offshore. As fixações das linhas de
ventilação devem ser checadas frequentemente, especialmente se elas foram usadas recentemente.
Fluxos rasos podem chegar à superfície com uma violência tão grande que qualquer linha
desprotegida pode partir ou soltar, esvaziando todo o fluido do poço sob o piso da plataforma.

Procedimentos de diverter devem ser discutidos nas reuniões prévias ao início da perfuração. É de
responsabilidade do sondador garantir que todos os membros da equipe entendam os riscos do gás
raso e estejam familiarizados com suas obrigações individuais e responsabilidades em relação ao
desvio do fluxo. Atenção constante deve ser dada à direção do vento durante cada turno assim ,
quando o sistema de diverter for ativado, a correta linha de ventilação (a favor do vento) deve ser
aberta antes que o elemento de vedação do diverter feche. Diverters não são projetados para
suportar altas pressões. Eles não são rotineiramente testados sob pressão, no entanto, muitos
operadores exigem que o equipamento funcione diariamente. Embora improvável, é possível ter um
fluxo de gás durante a descida do revestimento de superfície ou mesmo durante um trabalho de
cimentação das paredes do poço. Alguns programas de poço planejam que o poço aberto seja
preenchido com lama pesada antes que essas operações sejam iniciadas. Uma vez que o fluxo de
gás raso é detectado e o sistema de diverter, ativado, um fluido (lama de perfuração ou água) é
bombeado com a máxima velocidade possível. O aumento da pressão no fundo do poço, devido à
alta velocidade de circulação, se opõe dinamicamente ao fluxo do poço. O líquido bombeado também
molha e esfria o gás que flui, reduzindo, assim, as chances de incêndio e explosões.

Procedimentos 4 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Os principais sinais de alerta de um fluxo de gás raso durante a perfuração são:

Um aumento significativo no fluxo de retorno.


Uma súbita, significativa diminuição na pressão de circulação.
Fluido de perfuração derramado sobre o bell nipple e sobre o piso da plataforma.

Procedimento de Diverter sugerido durante a Perfuração


Alertar a equipe do piso de perfuração.
Suspender a coluna do poço e continuar a circulação.

Ativar o sistema de diverter.


Bombear à máxima velocidade com o fluido de perfuração, água ou lama pesada, se disponível.
Estabelecer um vigia para o sistema de diverter.
Estabelecer um vigia para sinais de gás ao redor da cabeça do poço.

Fluxo de gás raso durante uma manobra é uma situação extremamente perigosa. Muitos operadores
irão bombear lama para dentro do poço ou bombearão uma lama mais pesada até o fundo antes de
iniciar a manobra. O procedimento seguinte pode ser considerado. A necessidade de uma reação rápida
não pode ser subestimada.

Procedimento de Diverter sugerido durante a Manobra


Instalar a cunha na coluna, fazer a conexão do top drive no drillpipe e fechar a válvula de segurança de
abertura plena (FOSV).
Ativar o sistema de diverter.
Abrir a FOSV.
Bombear à máxima velocidade com o fluido de perfuração, água ou lama pesada, se disponível.
Estabelecer um vigia para o sistema de diverter.
Estabelecer um vigia para sinais de gás ao redor da cabeça do poço.

O procedimento de fechamento é mais demorado em unidades que usam uma kelly


convencional/ mesa rotativa
Instalar a cunha na coluna.
Instalar e fechar a FOSV.
Ativar o sistema de diverter.
Suspender a kelly.
Abrir a FOSV.
Bombear à máxima velocidade com o fluido de perfuração, água ou lama pesada, se disponível.
Estabelecer um vigia para o sistema de diverter.
Estabelecer um vigia para sinais de gás ao redor da cabeça do poço.

PERDA DE CIRCULAÇÃO
Perda de circulação talvez seja o problema mais comum entre todos os que ocorrem durante a perfuração.
Como discutido anteriormente (veja no capítulo 2), perda de circulação também pode ser associada a kicks
e prevenção de blowouts. Se não houver retorno (perda total), o sondador deve, imediatamente, suspender

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 4


a coluna de perfuração, começar a encher o espaço anular com fluido e observar o poço. Se o poço
não ficar cheio da lama de perfuração, deve-se tentar bombear lama reserva ou água. Algumas
plataformas grandes mantêm reservas de tanques de lama em standby com esse objetivo. Unidades
offshore têm um suprimento infinito de água do mar que pode ser usada se o poço não estiver
mantendo a coluna de lama. Supervisores podem decidir fechar o poço com o BOP e monitorar
qualquer acúmulo da pressão enquanto avaliam a situação.

Perda parcial é muito mais comum do que perda total, mas o procedimento inicial permanece o
mesmo; todo o esforço deve ser feito para manter o espaço anular cheio de fluido. Em algumas
áreas, um material de perda de circulação (LCM Lost Circulation Material) é usado para restaurar
a zona de perda, mas esta é estritamente uma questão de experiência local. Fique atento para o fato
de que a adição de LCM pode aumentar a perda de carga no anular e até intensificar o problema.
Blowouts subterrâneos (underground blowouts), isto é, fluidos da formação fluindo de uma zona e
entrando na zona de perda, apresentam um problema sério, que vai além da capacidade de controle
da equipe. Empresas prestadoras de serviços podem recomendar um número de técnicas, incluindo
o bombeio de um tampão vedante, gunk plugs (uma mistura de óleo diesel e bentonita), ou outro
material vedante especialmente projetado.

LIMITAÇÕES DE PRESSÃO
EQUIPAMENTOS DA CABEÇA DO POÇO

Uma vez que o revestimento de superfície tenha sido descido e cimentado, o BOP stack pode ser
instalado. A partir desse momento o fluido de perfuração ainda é considerado a principal barreira
contra kicks; o BOP torna-se uma barreira secundária a ser utilizada para interromper o fluxo após
a ocorrência de um kick. A coluna e o equipamento associado à cabeça do poço são, então, testados
antes de se perfurar a sapata do revestimento. Preventores de gaveta, manifold do choke, válvulas
de segurança de abertura plena (FOSV), e inside BOPs são testados de acordo com suas pressões
nominais de trabalho. A API RP 53 recomenda que preventores anulares sejam testados a pelo menos
70% da sua pressão nominal. O teste de pressão da válvula de segurança é considerado o valor
limite para todos os equipamentos da cabeça do poço, desde que nenhum componente no sistema
(exceto o preventor anular) seja classificado ou testado a um valor inferior.

RESISTÊNCIA À RUPTURA DO REVESTIMENTO

O limite de escoamento interno (internal yield), ou limite de ruptura do revestimento (casing burst),
é obtido a partir das tabelas de recomendação do fabricante. É comum considerar o limite de
escoamento interno como sendo 70% da pressão nominal. Por exemplo, nas tabelas aprendemos
que um revestimento de 13-3/8 polegadas, K-55, 68 ppf (pouds per foot libra por pé) tem um
limite mínimo de escoamento interno de 3450 psi, portanto o limite máximo de ruptura seria
considerado 3450 x 0,7 = 2415 psi.

Revestimentos são, algumas vezes, submetidos a testes de caliper, ou testados de outra forma para
determinar o desgaste que pode ocorrer durante a operação de perfuração e naquele momento. Os
limites de ruptura, limites de colapso e outros dados ficam prontamente disponíveis nos quadros e
tabelas publicados por várias empresas de serviço. A Figura 4-2 exibe uma página de tal publicação
reconhecida pela indústria.

Procedimentos 4 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


RESISTÊNCIA DA FORMAÇÃO (INTEGRIDADE)
Boas práticas de perfuração pelo mundo (e algumas agências reguladoras) exigem que a formação
aberta abaixo da sapata seja testada para determinar sua força depois de se perfurar a sapata do

revestimento. Em águas Americanas, os regulamentos exigem que o teste seja antes de se perfurar 50 pés
do novo poço. Na maioria dos casos o teste é conduzido depois de se perfurar somente aproximadamente
10 ou 15 pés. O teste da formação é normalmente conduzido usando uma bomba e uma unidade de
cimentação ou alguma outra bomba de baixa vazão que possa ser cuidadosamente controlada. Relatórios
de volume e pressão são mantidos durante o teste, incluindo a relação tempo X pressão registrada da
unidade de bombeio.

Figura 4 - 2: Dimensões e Resistências do Revestimento

Existem dois testes comuns: testes de absorção (LOT Leak Off Test) e testes de integridade da formação
(FIT Formation Integrity Test). Testes de absorção são feitos quando pouca ou nenhuma informação sobre
a formação é conhecida. Embora a técnica específica possa divergir de acordo com a preferência do operador,
um LOT consiste na aplicação de pressão no poço até se verificar que uma pequena quantidade de fluido
esteja efetivamente entrando na formação e a pressão deixe de aumentar à medida em que mais fluido é
bombeado. O real ponto de absorção, às vezes, é difícil de ser determinado e cuidados devem ser tomados
para evitar uma real ruptura na formação ou danos permanentes. Testes de absorção fornecem uma
estimativa da resistência da formação no momento em que o teste é executado. Muitas vezes a formação
pode se tornar ainda mais forte à medida que se perfura e um reboco que protege as paredes do poço é
formado pelo fluido de perfuração. Detalhes do teste de absorção são documentados nos registros do poço.

A resistência da formação pode ser bem conhecida em campos de desenvolvimento onde muitos poços foram
perfurados. Nesse caso o operador pode optar por fazer um teste de integridade (FIT). Um FIT envolve a
aplicação de uma pressão pré-determinada (ou o peso da lama equivalente) no poço, mantendo durante um
curto período de tempo, geralmente cerca de 10 minutos. Se a pressão se mant iver estável, o teste é
considerado satisfatório e, como o teste de absorção, documentado nos registros do poço. Os exemplos
abaixo descrevem um teste de absorção e um teste de integridade da formação.

Exemplo 1: Teste de absorção (LOT)

O revestimento foi assentado, cimentado e perfurado a uma profundidade de 2512 pés TVD, usando
fluido de perfuração de 9,0 ppg. Durante um teste de absorção, a pressão foi aplicada em
incrementos de 100 psi até que se observou que a formação começou a absorver fluido quando a
pressão da superfície aplicada atingiu 1050 psi. (Observe que os decimais nestes cálculos são
arredondados para baixo para valores inteiros, por questões de segurança)

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 6


1. A pressão total exercida na sapata de revestimento é a pressão hidrostática na sapata, mais a pressão
aplicada.
P (sapata) = PH (sapata) + P (teste de absorção)

(9,0 x 0,052 x 2512) + 1050 = 2225 psi

2. Convertendo 2225 psi para densidade equivalente na sapata.

equivalente sapata = P ÷ 0,052 ÷ TVD

Substituindo: 2225 ÷ 0,052 ÷ 2512 = 17,0 ppg

Essa densidade, 17,0 ppg, é o Máximo Peso de Lama ou Peso de Fratura ( fratura). Em outras palavras,
se o fluido de 9,0 ppg que está no poço for substituído por um fluido 17,0 ppg, a pressão hidrostática
na sapata seria de 2225 psi e qualquer pressão adicional (ou peso da lama) provavelmente causaria
perda de circulação.

O peso de fratura é um valor importante e não é somente documentado nos registros do poço, mas
é frequentemente postado no escritório da plataforma ou na cabine do sondador perto do piso da
plataforma. Conforme um poço é perfurado, o peso da lama é aumentado de tempos em tempos,
aumentando, assim, a pressão hidrostática na sapata. No exemplo acima, a resistência da formação
de 2225 psi foi encontrada aplicando-se 1050 psi na superfície, além da pressão hidrostática pelo
fluido de 9,0 ppg na sapata. Se o peso da lama precisasse ser aumentado, a formação não
conseguiria suportar os 1050 psi na superfície. O peso de fratura é usado para determinar a pressão
máxima que a formação pode aguentar quando o peso da lama é aumentado.

MÁXIMA PRESSÃO PERMISSÍVEL NA SUPERFÍCIE ATRAVÉS DO ANULAR (MAASP)

A pressão máxima na superfície que pode ser aplicada no espaço anular antes que formação comece
a fraturar, a Máxima Pressão Permissível na Superfície através do Anular (MAASP). Presumindo que o
peso da lama no exemplo do poço acima tenha sido aumentado para 9,8 ppg. A MAASP é
determinada através da diferença entre o peso de fratura e o peso da lama convertida em pressão,
na sapata do revestimento (ou TVD de interesse).

MAASP = ( fratura lama) x 0,052 x TVD (sapata)


MAASP = (17,0 9,8) x 0,052 x 2512 = 940 psi

Esse valor, que representa a fratura da formação com lama de 9,8 ppg seria inserido nos registros do
poço e no painel remoto do choke hidráulico, bem como em outros locais da plataforma. Se acontecer
de a equipe tomar um kick e a pressão estabilizada do revestimento (SICP) for 900 psi, as chances
de circular o kick para fora antes de haver perda de circulação, ou até o desenvolvimento de um
blowout subterrâneo, seriam pequenas. O exemplo ilustra a importância da detecção precoce de um
kick e fechamento do poço, pois quanto maior o kick, mais alto será o valor de SICP. A MAASP deve
ser recalculada toda vez que o peso da lama no poço for alterado.
Para resumir essa discussão, o peso máximo de lama permissível, ou peso de fratura é encontrado por:

fratura (ppg) = P (teste) ÷ 0,052 ÷ TVD (sapata)

A máxima pressão permissível na superfície através do anular (MAASP) é encontrada por:

MAASP (psi) = ( fratura (ppg) lama) (ppg atual) x 0,052 x TVD (sapata)
Procedimentos 4 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Exemplo:

Um operador está perfurando um poço em uma área na qual a formação é bem conhecida. Dados
indicam que os pesos da lama em poços próximos raramente excedem 14,0 ppg a 11000 pés TVD. A
empresa decide testar a formação com um teste de integridade de formação, usando o equivalente de
16,0 ppg abaixo do revestimento de 9-5/8, assentado a 8700 pés TVD. O peso da lama atual é de 10,8
ppg. Determine a pressão que deve ser aplicada para que o equivalente de 16,00 ppg seja alcançado.

Solução: A pressão correta aplicada pode ser encontrada mostrando a diferença entre os
pesos da lama como pressão hidrostática na sapata do revestimento (TVD).

(16,0 10,8) x 0,052 x 8700 = 2352 psi

Dados da integridade da formação podem ser usados para determinar um fator máximo (tamanho)
de tolerância do kick.

Exemplo:

fratura lama )

Sapata do revestimento = 4000 pés TVD


fratura a 4000 pés =14,2 ppg
lama = 10,0 ppg

Tolerância ao kick = 1,68 ppg ou 0,087 psi/pé

PREPARAÇÃO
Estar preparado para identificar e controlar um poço em kick envolve vários componentes: 1)
equipamentos da plataforma e ferramentas devem estar à mão e em boas condições de
funcionamento, 2) os procedimentos da empresa devem estar bem estabelecidos e comp reendidos
pela equipe, 3) membros da equipe devem praticar frequentemente a detecção dos kicks e os
procedimentos de fechamento a fim de conseguirem completar suas tarefas da maneira mais segura
e rápida possível.

PREPARAÇÃO PRÉ-TURNO
Algumas das perguntas que surgem são:
Qual preventor será fechado no fechamento inicial?
Como as informações serão passadas no local?
Quais são as atribuições dos vários membros da equipe?
Quais são as etapas individuais necessárias para o procedimento de fechamento e quem vai
realizá-las?

A preparação deve recomeçar a cada troca de turno seguindo uma rotina padrão.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 8


Verificações consistem nos itens listados a seguir:
A unidade acumuladora principal deve ser visualmente inspecionada, e as pressões verificadas; válvulas
de 4/3 vias devem estar na posição correta para permitir que os painéis de controle remoto funcionem.
Inspecionar visualmente o BOP stack.

A linha lateral do BOP, da válvula lateral (HCR) até o choke manifold, deve estar aberta para o
choke selecionado (linha verde). Todas as outras válvulas no manifold devem estar fechadas.
O choke pré-selecionado deve ser aberto ou fechado de acordo com a política da empresa.
A reunião de turno sobre segurança deve discutir possíveis kicks no que diz respeito à operação
atual.
Uma FOSV em posição aberta e a chave para fechá-la e uma inside BOP (IBOP) devem estar
facilmente acessíveis no piso da plataforma.
Distâncias de espaçamento do piso da plataforma para os componentes do BOP stack devem
ser conhecidas a fim de evitar o fechamento de preventores de gaveta em um tool joint. Se o
hang-off for feito com os preventores de gaveta, as distâncias exatas devem ser determinadas.
Avaliações de espaçamento são especialmente importantes para as unidades flutuantes devido
à profundidade da água, mudanças da maré, e movimento da plataforma. O BOP stack
em grandes unidades flutuantes pode ser mais alto do que o comprimento médio de uma seção
do drill pipe.

PRESSÃO REDUZIDA DE CIRCULAÇÃO (PRC)


Uma das primeiras tarefas de um sondador ao começar o turno é determinar a pressão de circulação
(fricção) de cada bomba com diferentes taxas reduzidas. No caso de um poço estar fechado em kick,
ele pode ser circulado mantendo-se a pressão no espaço anular constante através do choke hidráulico
e do bombeio, o último consideravelmente mais lento do que o usado para operações de perfuração.
Conhecendo antecipadamente a pressão reduzida de circulação com taxas variadas, o planejamento
da operação de controle pode ser simplificado.

Não há um padrão para a taxa reduzida de circulação. É comum empresas exigirem que três taxas
sejam verificadas em cada bombeio, uma delas sendo cerca de ½ da usada para perfuração. As taxas
escolhidas dependem totalmente do sistema de controle de bombeio e das preferências individuais
da empresa. O sondador simplesmente bombeia a uma taxa reduzida e constante e grava a pressão
de circulação exibida no painel remoto do choke, e também no manômetro do standpipe. Qualquer
discrepância entre os manômetros é anotada para referência. Na maioria das operações de controle,
o painel remoto do choke será considerado o mais preciso. Em plataformas que possuem sofisticados
dispositivos no fundo do poço conectados a computadores, a pressão do standpipe e a taxa de
bombeio são exibidas em um ou mais monitores, por exemplo, na cabine do sondador, na unidade
de registro da lama, e outros locais estratégicos ao redor da plataforma. É uma boa ideia ter a taxa
de strokes da bomba contada manualmente, caso haja algum problema com os contadores
mecânicos. É crucial que a taxa seja precisa porque qualquer pequena alteração na taxa de bombeio
irá resultar em uma mudança relativamente grande na pressão.

A pressão reduzida de circulação (PRC) deve ser atualizada toda vez que houver mudanças no
sistema que possam afetar a pressão de circulação. Como uma mudança no peso da lama, nos
componentes da coluna de perfuração depois de uma manobra, ou uma seção significativa de poço
aberto perfurado. Muitas empresas exigem que uma nova PRC seja tirada a cada 500 pés perfurados.

Procedimentos 4 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


CHECKLIST PARA A TROCA DE TURNO
PLATAFORMA HORÁRIO

Sistema psi
Manifold psi
Anular psi
Ar Comprimido psi

FOSV (aberta) (fechada)


CHAVE PARA A FOSV

CROSS OVER

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

TAXA (SPM) PRESSÃO psi

Figura 4 - 3: Checklist para a Troca de Turno

Depois que a PRC estabilizada é registrada, a velocidade da bomba é aumentada a fim de dar início à
perfuração. Neste momento vários sistemas de alarme podem ser configurados. No mínimo, os alarmes
dos sensores de fluxo, volume ativo do tanque, detectores de gás, e tanques de manobra devem ser
ajustados. Ambos os limites, de alta e de baixa, devem ser estabelecidos. Sistemas mais sofisticados
podem rastrear uma variedade de dados incluindo a pressão do standpipe, velocidade da bomba,
temperatura e pressão no fundo do poço, assim como as mudanças na ROP. Em algumas áreas, as
plataformas podem ter sensores especiais instalados para a detecção e medição de H2S ou outros gases
tóxicos.

FLOW CHECK
O único sinal claro de que fluidos da formação estão entrando em um poço é quando o fluxo continua
pelo espaço anular depois que as bombas são desligadas. Um flow check consiste em observar o
poço depois que as bombas são desligadas. Uma vez que a bomba está parada, a pressão no fundo
do poço é reduzida pelo valor da perda de carga no anular ( anular). A pressão é mantida pela coluna
estática do fluido de perfuração. Sondadores atentos irão fazer um flow check quando os alarmes
soarem, ou toda vez que identificarem sinais que possam indicar um poço em kick. Se o flow check
for negativo, ele pode, então, investigar a causa do alarme. A única maneira de detectar um kick
durante uma manobra é medir cuidadosamente o volume bombeado enquanto a coluna é retirada
do poço ou o volume deslocado quando a coluna é descida.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 10


As medições mais precisas são obtidas pelo uso de um tanque de manobra e comparando as
mudanças de volume com as mudanças calculadas na folha de acompanhamento de manobra
(Capítulo 2). Sistemas de tanque de manobra variam de uma plataforma para outra, de acordo com
o espaço, equipamentos e disponibilidade de mão de obra. Alguns tanques de manobra são montados
acima do piso da plataforma. O fluido vai para o espaço anular pela gravidade. Os tanques são
preenchidos novamente pelo sistema ativo conforme necessário, por meio de uma bomba centrífuga.
Outras plataformas instalam o tanque de manobra abaixo do piso da plataforma. Nesta disposição,
fluido é bombeado diretamente para o espaço anular no momento do preenchimento. Os melhores
sistemas usam dois tanques e bombas para o espaço anular, medindo constantemente conforme a
coluna é descida. Deve ser mencionado que, quando a coluna possui uma válvula de retenção (float
valve) instalada, o tubo desloca muito mais fluido do que se o tubo estivesse aberto. A maioria dos
sondadores faz uma pausa e enche a coluna durante uma manobra com a float valve. A folha de
acompanhamento de manobra deve ser planejada para documentar essas mudanças. Seja qual for
a maneira, o monitoramento das mudanças do volume no espaço anular é o único jeito de detectar
kicks durante as operações de manobra. A maioria das plataformas atualmente usam um sistema
top drive, substituindo a tradicional kelly/sistema rotativo. Os sistemas de top drive têm uma válvula
de segurança operada remotamente. Muitas vezes há também uma FOSV na extremidade inferior do
top drive. Procedimentos podem variar de acordo o sistema de rotação. Os procedimentos de flow
check sugeridos abaixo devem ser usados somente como uma guia. Procedimentos reais são
desenvolvidos de acordo com os equipamentos da plataforma, operações vigentes, e políticas da
empresa.
Procedimento de Flow Check durante a Perfuração
1. Alertar a equipe
2. Parar a perfuração
3. Suspender a coluna para posicionar o tool joint superior acima do piso da plataforma
4. Desligar a bomba
5. Observar o poço

Procedimento de Flow Check durante a manobra (com top drive)


1. Alertar a equipe
2. Instalar a cunha na coluna para posicionar o tool joint superior acima do piso da plataforma
3. Posicionar o top drive no topo do drillpipe
4. Fechar a FOSV no top drive
5. Observar o poço

Procedimento de Flow Check durante a manobra (com kelly)


1. Alertar a equipe
2. Instalar a cunha na coluna para posicionar o tool joint superior acima do piso da plataforma
3. Instalar uma FOSV em posição aberta.
4. Fechar a FOSV
5. Observar o poço

O flow check deve ser feito regularmente:


Em cada conexão
Antes de começar uma manobra de retirada de coluna
Antes descer o BHA através do revestimento

Antes de descer o BHA através do BOP stack


Toda vez que os sinais de alerta de um kick forem reconhecidos

Procedimentos 4 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO
Uma vez determinado que um poço está fluindo, o espaço anular deve ser fechado com o BOP. Os
fluidos da formação fluindo para dentro do poço devem ser interrompidos o mais rápido possível a
fim de proteger a equipe e a plataforma, assim como o meio ambiente. Depois que o fluxo foi parado
e as pressões dentro do poço forem estabilizadas, os dados podem ser coletados e um plano de
controle de pressão pode ser desenvolvido. O preventor anular é frequentemente o escolhido para o
fechamento inicial porque ele pode formar uma vedação em torno da maioria dos tubos e porque a
pressão de fechamento hidráulico pode ser ajustada para reduzir o desgaste do elemento de vedação.
Se possível, a coluna de perfuração deve ser movimentada depois do fechamento para evitar o seu
aprisionamento. Girar a coluna não é recomendado.

A publicação do Instituto Americano de Petróleo, API RP59, classifica os procedimentos de


soft hard é-posicionamento do choke e a sequência das
etapas exigidas para parar o fluxo. O alinhamento correto consiste em um caminho aberto, também
conhecido como linha verde, a partir da válvula lateral do BOP stack (HCR), através do manifold do
choke, para o choke selecionado. Todas as outras válvulas no manifold, incluindo as linhas de
overboard, devem estar fechadas. A principal diferença entre os dois procedimentos é a posição pré-
alinhada do choke. O alinhamento para um fechamento soft necessita que o choke esteja totalmente
aberto, enquanto o choke é totalmente fechado em um fechamento hard.

A principal vantagem de um fechamento soft é que a pressão do revestimento pode ser monitorada
no que diz respeito à fratura da formação (MAASP) conforme as pressões, em todo o poço, se
estabilizam. Supervisores podem considerar vários procedimentos alternativos antes que a pressão
máxima seja atingida. A principal desvantagem é que, ao fechar o choke, uma etapa a mais é
adicionada no procedimento, o que permite que mais influxo entre no poço, possivelmente, causando
uma pressão mais alta no fechamento através do revestimento, uma vez que o poço est eja
estabilizado.

Fechamento SOFT durante a Perfuração


FECHAMENTO SOFT DURANTE A
1. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR). PERFURAÇÃO
2. Fechar o BOP designado.
3. Fechar o choke enquanto se observa a pressão do Fechar enquanto a
revestimento para assegurar que os limites de pressão 2 Fechar
pressão é monitorada
3
não sejam excedidos ou que não haja pressão
trapeada.
4 Com o choke fechado,
4. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos. Abrir monitorar e registrar
1
5. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a
cada minuto até que as pressões se estabilizem.

Figura 4 - 4: Fechamento SOFT durante a perfuração

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 12


Fechamento SOFT durante a Manobra (com top drive)
FECHAMENTO SOFT DURANTE A
1. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR). MANOBRA
2. Fechar o BOP designado.
3. Fechar o choke enquanto se observa a pressão do
revestimento para assegurar que os limites de pressão Fechar enquanto a
não sejam excedidos ou que não haja pressão trapeada. 3 Fechar
pressão é monitorada

4. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos.


5. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a
5 Monitorar e Registrar
Abrir
cada minuto até que as pressões se estabilizem.

Fechamento SOFT durante a Manobra (com kelly)


1. Instalar a cunha na coluna para posicionar o tool joint
superior acima do piso da plataforma. Figura 4 - 5: Fechamento SOFT durante a manobra
2. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR).
3. Fechar o BOP designado.
4. Fechar o choke enquanto se observa a pressão do revestimento para assegurar que os limites
de pressão não sejam excedidos ou que não haja pressão trapeada.
5. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos.
6. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a cada minuto até que as pressões se
estabilizem.

O procedimento hard de fechamento é mais rápido do que o soft,


porque duas etapas são eliminadas. Uma vez determinado que o
poço está fluindo, o fluxo é interrompido, quando o BOP fecha. Se a
Fechar
pressão do revestimento não pode ser lida na cabeça do poço, a Fechar

válvula lateral do BOP stack (HCR) é aberta. O choke permanece


fechado. O procedimento hard é limitado às condições do poço na 3 Monitorar & Registrar
Abrir
qual a MAASP é maior do que a pressão de fechamento inicial
antecipada e a pressão da fratura da formação.

Fechamento HARD durante a Perfuração


1. Fechar o BOP designado. Figura 4 - 6: Fechamento HARD durante a perfuração
2. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos.
3. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR).
FECHAMENTO HARD DURANTE A
4. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a cada
MANOBRA
minuto até que as pressões se estabilizem.

Fechamento HARD durante a Manobra (com top drive)


1. Fechar o BOP designado.
2. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos.
3. Abrir a FOSV
4. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR). 4 Monitorar e Registrar
5. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a cada
minuto até que as pressões se estabilizem.

Fechamento HARD durante a Manobra (com kelly)


1. Fechar o BOP designado.
2. Notificar os supervisores e verificar se há vazamentos. Figura 4 - 7: Fechamento HARD durante a manobra
3. Suspender a kelly e abrir a FOSV.
4. Abrir a válvula lateral do BOP stack (HCR).
5. Ler e registrar o ganho no tanque, SICP e SIDPP a cada minuto até que as pressões se estabilizem.

Procedimentos 4 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


MARGEM DE SEGURANÇA DE MANOBRA

Alguns operadores aumentam ligeiramente o peso da lama antes de fazer uma manobra, para
fornecer uma margem de segurança a mais evitando o pistoneio à medida que o tubo é removido do
poço. Este aumento no peso da lama é chamado de margem de segurança de manobra. Não existem
regras rígidas em relação às margens de manobra, mas normalmente o peso da lama é aumentado
a fim de substituir a perda de carga anular ( Panular) quando as bombas estão desligadas. Considere
o seguinte exemplo:

Um poço está sendo perfurado com uma lama de 10,6 ppg, a 13200 pés TVD. A Panular estimada é
de 300 psi durante a perfuração. O operador quer substituir Panular pela margem de segurança de
manobra, antes de começar a operação. Qual deve ser o aumento no peso da lama?

Solução: Utilizando a fórmula de pressão hidrostática.

P= x 0,052 x TVD
= P ÷ 0,052 ÷ TVD

A margem da manobra nesse caso é de 0,437 ppg. Portanto, o peso da lama deve ser aumentado
para 10,6 + 0,437 = 11,037 ou, realisticamente, para 11,1 ou 11,2 ppg.
Uma margem de manobra não deve ser confundida com um tampão pesado para retirada do tubo
seco. O volume de um tampão pesado é somente um pequeno percentual do volume de circulação. Além
disso, ele permanece na coluna de perfuração durante grande parte da manobra, saindo conforme o tubo
é puxado. Em alguns casos, seria aceitável descer a coluna de volta para o fundo se o flow check for
negativo, porém se o poço estiver fluindo, ele deve ser fechado. Quando um poço é fechado com a
coluna fora do fundo, assim como durante a manobra, uma variedade de problemas operacionais
pode ocorrer. Considera-se, geralmente, que um poço não pode ser completamente controlado a
menos que dois critérios sejam preenchidos; 1) a coluna está abaixo do kick e, 2) circulação é
possível. Descer um tubo no poço, enquanto a pressão é contida através do choke, é uma operação
especial chamada stripping. A operação de stripping é abordada em detalhes no Capítulo 7. Decisões
de como exatamente proceder vão depender das pressões de fechamento, dos equipamentos
disponíveis, e da força de trabalho (disponibilidade e experiência). Um dos mais trágicos blowouts
ocorreu quando a equipe tentou kick Sob nenhuma circunstância o tubo deve ser
descido para dentro de um poço fluindo, ou quando houver gás na superfície.

Verificando vazamentos

Uma vez que um poço tenha sido fechado, as linhas, a cabeça do poço e os equipamentos devem
ser verificados, incluindo:
A cabeça do poço
BOP stack
Manifolds de choke e kill
Linhas e pontos de conexão

Unidades offshore devem ter detectores de gás em torno da plataforma. Toda a equipe deve ser
alertada sobre a possibilidade de gases tóxicos e/ou explosivos na superfície até que a natureza do

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 14


kick seja determinada. Dependendo da situação, o poço e todos os equipamentos de controle, podem
ter que permanecer sob pressão por muitas horas. Durante este período, e até que as operações
normais sejam retomadas, os equipamentos devem ser monitorados regularmente.

Um checklist parcial dos equipamentos pode consistir nos seguintes itens:


Monitorar os detectores de gás, dispositivos de respiração e sensores para garantir um
funcionamento adequado.
Assegurar-se que o fluxo do choke está direcionado para um separador de lama/gás e
desgaseificador antes que os fluidos provenientes do poço retornem ao sistema de lama.
Monitorar o separador de lama/gás para aumento da pressão e sobrecarga de gás durante a
circulação.
Verificar a saída do desgaseificador frequentemente.
Assegurar-se de que as linhas a favor do vento/linhas de flare estejam abertas e a ignição
funcionando.
Se uma linha do flare da torre for usada, assegure-se de que líquidos ou gases pesados, que
possam ser tóxicos ou explosivos, não se acomodem ao redor da plataforma.
Todas as fontes de ignição devem ser extintas.
Direcionar todo o pessoal não envolvido para uma área segura.

PRESSÃO DE FECHAMENTO ATRAVÉS DO DRILL PIPE (SIDPP)

Se a coluna possui uma válvula de retenção (float valve), a pressão de SIDPP seria zero ou talvez
um valor impreciso. Existem várias maneiras de abrir a válvula usando uma bomba, dependendo dos
equipamentos da plataforma.
1. Bombear através do drill pipe vagarosamente, fazendo uma pausa cada vez que a velocidade
da bomba for aumentada. A pressão vai aumentar e estabilizar depois de cada ciclo. Continuar
o bombeio até que a pressão no final do ciclo caia, ou retorne. O SIDPP é o valor no qual a
pressão se estabiliza após o retorno.
2. Se uma bomba de baixa vazão (como uma bomba de cimentação) estiver disponível, bombeie
lentamente através do drill pipe enquanto monitora a pressão na bomba. Uma pequena queda na
pressão pode ser notada quando a pressão do drill pipe e do espaço anular estiverem igualadas. A
pressão no momento da queda é o SIDPP.
3. Se uma pressão reduzida de circulação (PRC) precisa estiver disponível, abra o choke e bombeie
cuidadosamente à PRC mais lenta registrada. Usando o choke, ajuste a pressão do revestimento
ao seu valor original. Quando a pressão de circulação se estabilizar, subtraia a PRC registrada
da pressão de circulação. O SIDPP é a diferença entre essas duas pressões.
4. Se a bomba puder ser cuidadosamente controlada, bombeie o equivalente a metade de um
barril e pare. Cheque a pressão do revestimento. Repita até que um aumento na pressão do
revestimento seja notado. Subtraia o aumento da pressão do revestimento da leitura da
pressão no manômetro do drill pipe. Repita o processo após drenar a pressão do revestimento
ao seu valor original.

INTERPRETANDO AS PRESSÕES DE FECHAMENTO

Uma vez que um poço é fechado e as pressões estabilizadas, o SIDPP e SICP podem ser usados para
algumas decisões serem tomadas a respeito das condições do fundo do poço e da situação como um
todo. É importante que as pressões de fechamento estabilizadas sejam as mais precisas possíveis.

Leituras imprecisas podem resultar em pressão trapeada durante o procedimento de fechamento.


Isso pode acontecer de várias maneiras; 1) Uma bomba poderia estar desligando à medida que o
BOP estivesse sendo fechado, 2) Os preventores de gaveta fecham muito mais rápido do que o

Procedimentos 4 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


preventor anular, aumentando a possibilidade de pressão trapeada; 3) Se o BOP for fechado antes
da abertura da válvula HCR, pode haver pressão trapeada entre o BOP e a válvula.

Se existe suspeita de que a pressão está trapeada, uma pequena quantidade de fluido pode ser
cuidadosamente drenada através do choke, enquanto monitora-se tanto o revestimento quanto a
pressão do drill pipe. Isto deve ser feito em ciclos curtos, fazendo-se sempre uma pausa entre os
drenos até que a pressão do revestimento não aumente mais depois que o choke for fechado. Fique
atento, pois se a pressão do revestimento aumentar além do seu valor mínimo do último dreno, mais
influxo pode ter entrado no poço.

Em uma situação normal, o SICP será consideravelmente mais alto do que o SIDPP porque os fluidos da
formação no espaço anular são geralmente menos densos do que o fluido no drill pipe. A diferença nas
leituras dos manômetros é um reflexo da altura do kick, bem como a sua densidade. Por exemplo, em
um poço vertical, um kick de 20 bbl resultaria em um SICP maior do que um kick de 10 bbl da mesma
densidade; a razão principal para que o influxo seja detectado e interrompido o mais rápido possível.
Sabendo o ganho total do tanque, pode-se determinar o volume aproximado do kick, mas não
necessariamente sua altura vertical. Em um poço direcional de alto ângulo ou um poço quase horizontal,
o comprimento do kick não é o mesmo que a altura do kick e as pressões de fechamento podem ser quase
iguais, mesmo que um kick relativamente grande tenha invadido o poço. Quando o SICP é muito maior
do que o SIDPP em um poço vertical, pode-se assumir que existe uma grande quantidade de gás associada
ao kick, em contrapartida, se as pressões de fechamento fossem quase as mesmas, é possível concluir
que o kick é mais denso, talvez água salgada.

Se as pressões continuam aumentando depois que o poço é fechado, provavelmente o gás (kick) está
migrando para cima, subindo em direção à superfície. Nesse caso, a pressão no fundo do poço deve
ser mantida constante abrindo-se o choke, permitindo que o gás se expanda sob condições
controladas. A pressão no revestimento não deve ser reduzida ao SICP inicial depois de uma
despressurização utilizando-se este método. Métodos e técnicas de despressurização são abordadas
em maiores detalhes nos Capítulos 5 e 6.

Se o SIDPP registrado for maior do que o SICP, isso é uma indicação de que a pressão hidrostática
exercida pelo fluido na coluna de perfuração é menor do que a pressão hidrostática no espaço anular.
Embora seja rara, essa situação poderia ser causada por; 1) Quantidade significativa de cascalhos no
espaço anular como um resultado da perfuração rápida logo antes da ocorrência do kick. 2) um ou
mais manômetros imprecisos. 3) um desmoronamento ou obstrução no poço aberto.

FECHAMENTO DE DRILL COLLARS


Uma das situações mais perigosas acontece quando um kick é detectado quando o BHA ou comandos
(drill collars) estão sendo removidos do poço. O preventor anular será capaz de vedar ao redor dos
comandos lisos, mas não os estabilizadores ou comandos espiralados. Um fechamento simples e direto
pode não ser aconselhável ou mesmo possível. Uma válvula de retenção (float valve) é, geralmente,
instalada logo acima da broca. As pressões exercidas no fundo dos comandos de grande diâmetro podem
ser grandes o suficiente para levantar o BHA para fora do poço com grande força. 50 psi exercidos na
área inferior dos comandos de 6-3/4 polegadas resultariam em uma força de aproximadamente 1800 lbs,
desconsiderando cálculos de flutuabilidade e fricção. Como drill collars existem em vários tamanhos e
tipos de linhas, subs de redução (crossovers), alinhados com uma válvula de segurança, devem estar

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 16


prontamente disponíveis no piso da plataforma. A equipe deve ser treinada para responder a essa
emergência da maneira mais prática e rápida possível. Algumas considerações estão listadas a seguir.

É mais seguro continuar a descer os comandos, ou instalar o crossover com a válvula de segurança?
Se os comandos começarem a ser ejeta do poço, a pressão deve ser aliviada através da
abertura do choke permitindo que o poço flua?
É possível ou prático deixar os comandos caírem no poço e depois fechar os preventores de gaveta?

Uma consideração importante em toda a manobra é a localização dos comandos na torre. Eles devem
ser montados, de modo a não bloquear o drill pipe caso uma operação de stripping seja necessária.

PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO DOS DRILL COLLARS


O procedimento abaixo está descrito na API RP59.
1. Alertar a equipe e notificar os supervisores imediatamente.
2. Posicionar o drill collar superior ou o tool joint e instalar a cunha na coluna.
3. Instalar e fechar a FOSV, com o crossover adequado, sobre drill collar.
4. Instalar a insideBOP (IBOP) e fechar, abrir a FOSV
5. Preparar uma junta de drill pipe.
6. Descer a junta com um tubo para dentro do poço.
7. Fechar os preventores de gaveta de tubo acima do tool joint.

PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO COM A COLUNA FORA DO POÇO

Se o fluxo é detectado quando a coluna de perfuração estiver fora do poço, os preventores de gaveta
devem ser fechados imediatamente. Uma fez que o fluxo esteja parado, a pressão no espaço anular
pode ser determinada e um plano operacional desenvolvido.

FECHAMENTO DURANTE A DESCIDA DO REVESTIMENTO

É raro kicks acontecerem quando os revestimentos estão sendo descidos, mas já aconteceu. O BOP
stack será equipado com gavetas de revestimento ou gavetas de diâmetro variável antes do início
da operação. O fechamento deve ser feito ao redor do revestimento antes de interromper um possível
fluxo por dentro do revestimento. Um nipple de circulação de alta pressão/baixo torque deve ficar
próximo para que possa ser instalado no revestimento assim que o BOP for fechado, no caso de a
float valve falhar. A pressão de colapso do revestimento pode ser crítica, portanto a pressão de
fechamento do preventor anular deve ser ajustada de acordo com a limitação do revestimento. A
pressão do fechamento pode ser inicialmente menor e depois aumentada em incrementos de 100 psi
até o BOP fechar. Nessa hora um aumento maior de 100 a 200 psi será provavelmente suficiente
para formar uma boa vedação. Unidades flutuantes possuem crossovers no piso da sonda, que são
usados para conectar o revestimento ao drill pipe para que o hang off da coluna possa ser feito na
gaveta, se necessário. É fundamental que o sondador esteja constantemente ciente dos
espaçamentos ao descer o revestimento, a fim de evitar o fechamento em um tool joint. Também, a
própria coluna de revestimento pode conter juntas com diferentes comprimentos, que devem ser
consideradas para uso das gavetas de revestimento nas operações de descida e cimentação do
revestimento.

FECHAMENTO EM WIRELINE TRANÇADA


Quando um equipamento de wireline é montado em uma plataforma de perfuração ou intervenção,
é essencial que haja uma relação de cooperação e parceria entre a equipe de wireline e de perfuração.

Procedimentos 4 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Existe uma variedade grande de operações de wireline e os equipamentos podem ser montados de
várias maneiras, por exemplo, 1) em um preventor anular, 2) preso por dentro de um preventor anular
ou de gaveta, 3) instalado acima da válvula de pistoneio (swab) de uma árvore natal. Equipamentos
de controle de pressão de wireline podem consistir de um cabeçote de controle (caixa de enchimento
ou stuffing box), injetores de graxa, e juntas de tubo lubrificador através do qual a wireline é descida.
BOPs de wireline são frequentemente chamados de válvulas de wireline. A montagem do lubrificador
pode conter também válvulas de bombeamento de alta pressão/baixo torque. Às vezes dois preventores
de gaveta de wireline são usados com a configuração do fundo invertida. A graxa é, então, injetada
entre as válvulas para formar um selo de pressão viscoso para a wireline trançada.

A wireline pode ser cortada de várias maneiras incluindo gavetas cisalhantes de wireline, gavetas
cegas/cisalhantes no BOP stack, ou com uma bomba hidráulica manual. As válvulas mestras em uma
árvore de natal não devem ser usadas para cortar a wireline. Se essas válvulas estiverem danificadas
pode ficar impossível fechar o poço. Válvulas de wireline são fechadas manualmente ou por uma bomba
hidráulica manual.

Procedimentos de fechamento com Wireline Trançada


1. Operações de wireline são interrompidas.
2. O sondador ou o membro da equipe designado fecha a válvula de dreno ou de bombeio.
3. Supervisores são notificados.

EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE DETECÇÃO DE KICKS (DRILLS)


Boas práticas e algumas agências reguladoras exigem que a equipe de perfuração pratique
frequentemente a identificação do kick e os procedimentos de fechamento por meio de exercícios
práticos (drills). Alguns operadores e contratantes solicitam diariamente simulações para equipes
inexperientes ou funcionários novos. Plataformas offshore nos EUA são solicitadas a documentar pelo
menos uma simulação de tanque (trip drill), simulando o fechamento durante a perfuração, e uma
simulação de manobra (trip drill), simulando o fechamento durante a manobra, a cada sete dias para
cada equipe. Os horários das simulações podem ser ajustados de alguma forma, com permissão,
dependendo das operações. Empresas devem desenvolver simulações que se aplicam à plataforma,
às ferramentas, e às operações específicas em curso. As perfurações descritas abaixo servem somente
como um guia e não devem ser entendidas com recomendações de política.

Exemplo: Simulação de Tanque


1. Um supervisor ajusta o PVT, sensor de fluxo, ou outro dispositivo de detecção para ativar o alarme.
O horário é anotado.
2. O sondador reconhece o(s) alarme(s) e alerta a equipe.
3. A equipe assume estações pré-planejadas.
4. O sondador suspende a perfuração e faz um flow check.
5. A simulação é concluída quando o sondador
6. A simulação é documentada nos registros do poço.

Exemplo: Simulação de Manobra (top drive)


1. Um supervisor ajusta o nível do tanque da manobra ou então faz uma mudança no enchimento/
deslocamento para ativar o alarme. O horário é anotado.
2. Se não estiver conectado, o sondador conecta o top drive na coluna acunhada.
3. A equipe fecha a FOSV (manual) inferior.
4. O sondador faz um flow check.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 18


5. A simulação é concluída quando o sondador
6. A simulação é documentada nos registros do poço.

Exemplo: Simulação de Manobra (kelly/mesa rotativa)


1. Um supervisor ajusta o nível do tanque da manobra ou então faz uma mudança no enchimento/
deslocamento para ativar o alarme. O Horário é anotado.
2. O sondador alerta a equipe coloca a coluna na cunha.
3. A equipe instala e fecha a FOSV.
4. O sondador faz um flow check.
5. A simulação é concluída quando o sondador
6. A simulação é documentada nos registros do poço.

Exemplo: Simulação de Diverter


1. O sondador soa o alarme.
2. O sondador se aproxima dos controles do diverter, mas não ativa o sistema.
3. O sondador explica a operação do diverter à equipe, enfatizando a importância de verificar a
direção do vento.

Outras simulações de emergência são especificamente desenvolvidas para o poço, por exemplo,
simulações de gás tóxico, de evacuações, etc.

Pode-se ver que o planejamento e a boa comunicação são os principais fatores de qualquer programa
de prevenção a blowout. As atribuições às equipes devem estar expostas e, frequentemente, revisadas
para que todos os membros da equipe de perfuração reajam prontamente e efetivamente sempre que
uma situação de controle se desenvolver. É impossível especificar atribuições de pessoal, devido à
grande variedade de operações e equipamentos. A seguinte distribuição de força de trabalho é oferecida
somente como um exemplo para uma unidade offshore, e não tem como objetivo recomendar ou
representar nenhuma política de regulamentação.

Representante da Empresa (operador) ou Gerente de Instalação Offshore (OIM Offshore


Instalation Manager)
Tem a responsabilidade geral.
Instrui as equipes e inspeciona as operações.
Mantem as comunicações com o escritório de operações.

Tool Pusher/Rig Manager (contratante)


Responsável pela plataforma e funcionários.
Verifica a entrada/saída de turno da equipe, notifica o Engenheiro de Barge (ou Capitão) do
desenvolvimento da situação de controle.
Pode operar ou designar operadores para o choke remoto durante as operações de controle.

Sondador
Responsável pela detecção do kick e procedimentos de fechamento.
Notifica os supervisores da situação.
Organiza a equipe, de acordo com as operações de controle.
Permanece na cabine de perfuração, opera as bombas durante as operações de amortecimento do
poço.

Procedimentos 4 - 19 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Torrista/Assistente do Sondador
Reporta à área do tanque de lama, faz o alinhamento da lama, separador de gás, saída do
desgaseificador e tubos.
Ligações com o químico para supervisionar a mistura do material da lama, se necessário.
Confirma que as bombas da plataforma e as bombas de mistura estão propriamente alinhadas
e em funcionamento.

Plataformista
Reporta à estação especificada de acordo com a Tabela Mestra da plataforma.
Auxilia o sondador e o assistente do sondador conforme solicitado.

Eletricista/Mecânico
Desliga a eletricidade especificada conforme instruído.
Auxilia o operador de máquinas se solicitado.
Fica de standby para as próximas instruções.

Engenheiro de Barge/Capitão
Notifica navios de apoio sobre situações a bordo.
Fica de standby na sala de controle ou na ponte do navio.

Homem de Área
Reporta tanques de lama e fica de standby para as próximas instruções.

DOCUMENTOS DA PONTE
Documentos da ponte são acordos elaborados entre a empresa em operação e os vários contratantes
e as empresas prestadoras de serviços que possam estar envolvidas em um projeto de
perfuração/finalização. O documento final é trabalhado e propriamente adotado antes que o trabalho
real comece. Documentos da ponte servem para identificar e esclarecer qualquer possível política
e/ou diferenças operacionais entre as partes envolvidas. Eles podem abordar assuntos como SMS
(saúde, meio ambiente e segurança), comunicação e questões organizacionais. Documentos da ponte
formam uma interface mais ou menos transparente entre os negócios, trabalhando em conjunto para
um objetivo comum.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 20


RESUMO
A chave para a detecção imediata e fechamento de um poço em kick depende de uma preparação
cuidadosa. A competência das equipes é desenvolvida por frequentes simulações, que acontecem
em momentos aleatórios, quando as operações permitem. Uma vez que um kick tenha sido
positivamente identificado, o fluxo de fluidos da formação para dentro do poço deve ser interrompido
da maneira mais segura e rápida possível. Depois que o poço é fechado, deve-se imediatamente
verificar vazamentos nos equipamentos para ajudar a garantir que nenhum fluido tóxico ou
inflamável suba descontroladamente para a superfície. A pressão de fechamento no espaço anular é
a reflexão do tamanho ou da densidade do kick, portanto a importância de limitar o volume do influxo
não pode ser subestimada.

EXERCÍCIOS
1. Por que alguns programas de perfuração offshore planejam a perfuração de um poço piloto
relativamente pequeno antes da colocação de um tubo condutor?
A. Para reduzir o volume do fluxo se houver formação com gás raso.
B. Para perfurar o mais rápido e máximo possível.
C. É mais rápido perfurar um poço pequeno primeiro e depois abri-lo antes de colocar o tubo.
D. Poços piloto nunca são perfurados com plataformas offshore.

2. Por que os elementos do diverter não são testados rotineiramente junto com outros testes do BOP?
A. Todos os equipamentos de controle de pressão em uma operação de perfuração devem ser
testados a cada 14 dias.
B. Diverters não são projetados para conter altas pressões.
C. Diverters são testados quando eles vêm da fábrica.
D. Diverters devem ser testados na sua pressão máxima em cada movimento da plataforma.

3. Por que há duas (ou mais) linhas ventilação montadas abaixo da unidade do diverter nas unidades
offshore?
A. Por causa do grande volume de gás raso encontrado.
B. A segunda (ou terceira) linha age como um back-up, caso uma linha primária falhe.
C. Para garantir que uma linha estará aberta antes que o elemento do diverter feche.
D. Para fornecer várias opções no caso de uma emergência com gás raso.

4. Que medidas o sondador deve tomar no caso de perda total de circulação durante a perfuração?
A. Notificar a empresa ou o OIM.
B. Consultar o químico.
C. Instruir o operador de lama para começar a misturar o LCM.
D. Suspender a coluna e começar a bombear fluido dentro do espaço anular.

Procedimentos 4 - 21 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


5. Qual o termo comum para limite de escoamento interno (internal yield) do revestimento?
A. A pressão à qual o tubo irá provavelmente se romper
B. A força da tensão
C. O limite de colapso
D. A fadiga de curvatura

6. Qual a recomendação API em relação ao teste de pressão dos preventores anulares?


A. Eles devem ser testados nos seus limites de trabalho e a pressão deve ser mantida
por um mínimo de 5 minutos.
B. Eles devem ser testados a 70% do seu limite de trabalho.
C. Anulares devem ser testados a cada 7 dias em operações de workover, a menos que
esta exigência seja dispensada por escrito.
D. Eles devem ser testados a uma mesma pressão e mesma frequência que os
preventores de gaveta.

7. Qual o objetivo dos testes de absorção e de integridade da formação?


A. Para satisfazer as normas regulamentadoras.
B. Para determinar o limite de escoamento de um novo revestimento.
C. Para estimar a resistência à fratura da nova formação perfurada a uma profundidade
selecionada.
D. Nenhuma das anteriores

8. Com que frequência a MAASP deve ser re-calculada?


A. Sempre que uma uma zona com potencial para perda de circulação for encontrada.
B. Imediatamente antes de perfurar uma zona anormalmente pressurizada.
C. A MAASP não precisa ser re-calculada.
D. Toda vez que o peso da lama for alterado.

9. Qual é a velocidade de bombeio padrão para que a pressão reduzida de circulação (PRC)
seja verificada?
A. 30 spm em plataformas terrestres
B. 20 spm em sonda ancoradas
C. 40 spm em plataformas flutuantes em águas profundas
D. Não existe uma taxa de bombeio padrão para verificar a PRC.

10. Quando a PRC deve ser verificada novamente e atualizada?


A. Toda vez que houver mudanças no sistema que possam afetar a pressão de
circulação.
B. Somente após a troca de turno
C. Somente quando o peso da lama é alterado
D. A cada 24 horas

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 22


11. Qual dos seguintes indicadores te dá a certeza de que fluidos da formação estão entrando no
poço?
A. Um ganho nos tanques de lama.
B. Fluxo no espaço anular depois que a bomba foi desligada.
C. Uma queda na pressão de bombeio durante a perfuração.
D. Pressão de circulação instável.

12. Qual é a principal desvantagem do método de fechamento soft?


A. Existe uma probabilidade grande de gerar contrapressão sobre a formação.
B. A MAASP pode ser monitorada conforme a pressão do poço se estabiliza.
C. Uma etapa a mais é adicionada ao procedimento de fechamento, o que poderia permitir que
mais influxo entre no poço.
D. Pode haver pressão trapeada entre a válvula HRC e o choke.

13. Qual é a diferença básica entre uma margem de manobra e um tampão pesado para a manobra
seca?
A. Tampões pesados para retirada do tubo seco devem ser deslocados até um ponto abaixo
do piso da plataforma.
B. A densidade de um tampão pesado para retirada do tubo seco compensa a perda de carga
no anular quando a bomba é desligada.
C. As margens de manobra são raramente usadas por unidades offshore por causa das
formações frágeis.
D. Um tampão pesado para retirada de tubo seco afeta um percentual mínimo do volume total
de circulação; margens de manobra afetam todo o volume de circulação.

14. Um poço horizontal foi fechado após a ocorrência de um grande kick de gás no fundo. Como as
pressões de fechamento são afetadas?
A. O SIDPP e o SICP mostrariam aproximadamente os mesmos valores.
B. O SICP seria significativamente mais alto do que o SIDPP devido ao grande kick.
C. O SIDPP e o SICP aumentariam igualmente conforme o gás migrasse para cima.
D. O SICP aumentaria devido à migração do gás, mas o SIDPP permaneceria estável.

15. Com que frequência (mínima) os exercícios práticos ou simulações (drills) devem ser feitos?
A. Sempre que trabalhadores inexperientes se juntam à equipe.
B. Simulações de tanque e de manobra (pit drill e trip drill) devem ser feitos a cada 7 dias para
cada equipe.
C. Simulações de tanque e de manobra (pit drill e trip drill) devem ser feitos a cada 14 dias para
as operações de perfuração e 7 dias para operações de workover.
D. A frequência das simulações é determinada pela empresa operadora.

Procedimentos 4 - 23 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Procedimentos 4 - 24
COMPORTAMENTO DOS GASES
Dos três fluidos contidos nas formações perfuradas (água, óleo e gás) o gás é, de longe, o mais
imprevisível, o mais difícil de manipular na superfície e, consequentemente, o mais perigoso. Quando
o público em geral fala do gás natural eles estão se referindo ao gás processado que cozinha suas
comidas, aquece suas casas e fornece energia para grande parte da nossa produção industrial. O gás
da formação, embora certamente é, na verdade, uma mistura de gases. É composto
principalmente por metano, mas quando é processado pelas refinarias, butano, propano, e outros gases
também são isolados e produzidos. Vários aditivos, incluindo odores fortes, são adicionados por razões
de segurança antes que os produtos finais sejam entregues aos consumidores. Este capítulo visa
discutir o comportamento do gás natural proveniente da formação, antes do seu processamento e
com os perigos inerentes à perfuração de formações que contêm gás. Os exemplos apresentados
pretendem apenas ilustrar os perigos existentes.

Embora o gás natural seja um excelente benefício para a sociedade, o gás da formação
geralmente é o inimigo de uma equipe de perfuração pelos seguintes motivos:
O gás é menos denso que os fluidos de perfuração, portanto tem tendência a subir, ou migrar
em direção à superfície de um poço. O efeito é chamado de segregação gravitacional e pode
ser observado quando o óleo é derramado na água; o óleo é mais leve que a água e flutua na
superfície.
O gás da formação é inflamável e, em certos casos, há risco de explosão.
Alguns gases contidos na formação são corrosivos quando entram em contato com o aço.
Alguns gases da formação são altamente tóxicos e inflamáveis, além disto, apresentam outros
riscos à segurança.
O gás pode causar asfixia em espaços confinados, onde a ventilação seja inadequada.
O gás é compressível. Há uma relação inversa entre seu volume e pressão. A compressibilidade
do gás é afetada pela pressão que o gás contém, assim como a temperatura ao qual o mesmo
é exposto.
O gás da formação é solúvel na lama de perfuração. O grau de solubilidade depende
principalmente do líquido da base da lama, mas também é afetado pela pressão e temperatura.
Sob determinadas condições de pressão/temperatura o gás da formação pode alterar seu estado,
isto é, se liquefazer. Esta característica é especialmente evidente em poços profundos, quase
verticais onde as pressões no fundo são muito altas.
O gás da formação é composto principalmente por metano (cerca de 87%), mas também pode
estar misturado com outros gases, dois dos quais apresentam sérios riscos à segurança; o sulfeto
de hidrogênio (H2S), e o dióxido de carbono (CO2).

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 2


METANO (CH4)
O metano é incolor e inodoro no seu estado natural e à temperatura ambiente. Ele não é tóxico;
entretanto é mais leve que o ar e extremamente inflamável. O metano forma uma mistura explosiva
com o ar quando em concentrações entre 5 e 15%. A asfixia pode ocorrer se formos expostos a uma
atmosfera com metano onde a concentração de oxigênio for menor que cerca de 19% do ar
respirável. O metano, quando processado, é o ingrediente principal do gás natural utilizado nas
residências e na indústria.

SULFETO DE HIDROGÊNIO (H2S)


O sulfeto de hidrogênio é um gás incolor, inflamável e extremamente perigoso, com um odor

O odor desagradável não fica evidente a altas concentrações do gás já que os sentidos olfativos são
enfraquecidos rapidamente (fadiga olfativa), apesar de o gás ainda estar presente. O H2S é uma
substância química que afeta a forma como o corpo usa o oxigênio, assim como o sistema nervoso
central. A baixas concentrações causa irritações nos olhos e dores de cabeça. A altas concentrações a
inalação de H2S pode causar perda de consciência rapidamente, seguida por coma e morte em poucos
instantes. Concentrações acima de 100 partes por milhão (ppm) são extremamente perigosas à vida
e à saúde.

O H2S é mais pesado que o ar e tende a se acomodar em áreas mais baixas em torno da plataforma.
Caso seja prevista a presença de H2S na superfície, deve-se dedicar atenção especial à direção do
vento e linhas de ventilação. Embora o óleo bruto quase sempre contenha pequenas quantidades de
H2S, a concentração no gás proveniente da formação pode ser tão alta quanto 90%. O gás é
ligeiramente ácido, portanto pode corroer ferramentas de aço. Aço maciço é recomendado para peças
que possam ser expostas ao H 2S, de forma a reduzir o efeito corrosivo (enfraquecimento causado
por hidrogênio) em aço duro ou com alto nível de tensão. O H 2S também é inflamável e explosivo.
Quando inflamado, produz vários vapores e gases, entre eles o dióxido de enxofre (SO2) que é mais
denso que o H 2S e também mais tóxico.

Sempre que o sulfeto de hidrogênio é previsto, as equipes devem ser treinadas quanto ao uso de
equipamentos de proteção, equipamento para teste de H2S e técnicas de resgate e primeiros
socorros específicos que tenham sido desenvolvidos para situação de presença de H 2S na superfície.
Membros da equipe nunca devem tentar um resgate em área que possa conter sulfeto de
hidrogênio sem utilizar a proteção respiratória apropriada e sem ter sido treinado para executar
tal resgate.

Figura 5-1: Máscara 2

Figura 5 - 1: Máscara de Gás Figura 5 - 2: Monitoramento de H2S

Comportamento do Gases 5 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


DIÓXIDO DE CARBONO (CO 2)
Dióxido de carbono é um gás incolor e inodoro encontrado GASES COMUNS EM OPERAÇÕES
em algumas formações de carbonato, e, portanto, está
geralmente presente em áreas onde o H 2S também se Gás S.G. IDLH
Dióxido de Carbono (CO2 ) 1.52 40,000 ppm
encontra. O CO2 não é inflamável e é mais pesado que o
Monóxido de Carbono (CO) 0.97 1,200 ppm
ar, deste modo é frequentemente usado nos extintores de
Cloro (Cl 2 ) 2.45 10 ppm
incêndio. O CO2 pode causar asfixia em lugares fechados, Ácido Cianídrico (HCN) 0.94 50 ppm

substituindo o oxigênio disponível. Dióxido de carbono Ácido Sulfídrico (H2 S ) 1.18 100 ppm

também é ligeiramente ácido como o H 2S e pode contribuir Metano (CH4 ) 0.55 Varia

100 ppm
para problemas de corrosão de aço. Ele é solúvel em água Dióxido de Enxofre (SO2 ) 2.21

a pressões elevadas e é utilizado em bebidas gaseificadas.


À medida em que a pressão é reduzida, bolhas aparecem
no líquido e sobem para a superfície. Figura 5 - 3: Gases Comuns

LEI GERAL DOS GASES


A lei geral dos gases é uma expressão matemática (uma proporção inversa) que pode ser utilizada para
descrever a natureza compressiva/expansiva do gás. A pressão interna de um gás é uma função de seu
volume. Em um poço fechado é o próprio poço que controla o gás; a pressão do gás é exercida igualmente
em todas as direções. A Lei Geral dos Gases é, na verdade, a combinação de três leis da física e é escrita da
seguinte forma:

A parte superior da equação, os numeradores, passou a ser chamada de Lei de Boyle depois que o físico do
século XVII, Robert Boyle, descreveu, pela primeira vez, a relação pressão/volume dos gases. A parte inferior
da equação, os denominadores, é relacionada às mudanças de temperatura e é chamada de Lei de Charles,
em homenagem ao físico/baloeiro Francês, Jaques Charles, que viveu no século XVIII e descobriu como as
mudanças de temperatura afetam a dilatação dos gases. O representa um gás puro ideal, que é derivado
de uma lei da física.
Assim como diferentes líquidos reagem de forma diferente quando forças externas são aplicadas, do mesmo
modo acontece com os gases. O Z é, por vezes, referido como uma taxa de compressão. Quando um dado
conhecido é inserido na expressão, a lei dos gases é utilizada para prever a pressão e o volume do gás sob condições
variáveis.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 4


A Lei Geral dos Gases tem pouca aplicação prática porque não é possível coletar e inserir os dados
precisamente. Entretanto, se a temperatura e o fator Z forem omitidos, deixando apenas a Lei de
Boyle, alguns exemplos podem ser desenvolvidos para ilustrar como um entendimento da relação
da pressão/volume do gás pode ser aplicada para operações de controle de pressão.

LEI DE BOYLE
Exemplo: 1

Suponha que uma bexiga em uma garrafa acumuladora de 20 galões seja pré-carregada a 1000 psi
com nitrogênio. Usando a Lei de Boyle, determine o volume de nitrogênio se a válvula fosse aberta
e o gás no frasco fosse liberado na atmosfera (cerca de 15 psi). Qual é o volume do gás a 15 psi?

Figura 5 - 4: Expansão e Compressão de uma Bolha de Gás

Comportamento dos Gases 5- 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Estes são os mesmos 20 galões de gás originais à pressão inicial de 1000 psi. Agora é fácil entender porque
o barulho e a vibração no choke são tão violentos quando o gás é circulado. No local, o gás a altas pressões,
podendo chegar a milhares de psi, se expande instantaneamente assim que o gás entra na atmosfera de baixa
pressão.

Conforme exposto anteriormente, a Lei de Boyle não é cientificamente precisa porque ela não considera a
temperatura e a taxa de compressão para um gás específico; entretanto isto representa o pior cenário
possível e demonstra os perigos de deixar o gás expandir sem controle. A Lei de Boyle pode ser resumida
da seguinte forma:

Se a um determinado volume de gás dobrar de volume, sua pressão diminuirá pela metade.
Se um determinado volume de gás for reduzido pela metade, sua pressão irá dobrar.
Se a pressão do gás não mudar, de forma recíproca o volume não pode mudar;
Se o volume do gás não se altera, a pressão não pode mudar.

Estas demonstrações permanecem fiéis desde que os efeitos das temperaturas sejam ignorados (ou
desconhecidos).

Bomba

Tanque Tanque Tanque Tanque

psi psi psi psi 0 pé

Pressão de Pressão de Pressão de Pressão de


Superfície Superfície Superfície Superfície
2500 pés

5000 pés

BHP BHP BHP BHP 7500 pés

5200 5190 5170 ?


,psi psi
10000 pés

Figura 5 - 5: Redução nas Pressões de Superfície e no Fundo do Poço e Ganho nos Tanques

Exemplo: 2

Suponha que um poço seja perfurado a uma profundidade vertical de 10.000 pés usando uma lama de
10,0 ppg. A pressão hidrostática no fundo seria de 10,0 x 0,052 x 10.000 = 5200 psi. Considere que,
sem que a equipe saiba, 1 barril de gás foi pistoneado para dentro do poço numa manobra (um barril
desconhecido de lama tinha entrado nos tanques). O gás no fundo é contido pela pressão hidrostática;
assim, a pressão dentro da bolha de gás é de 5200 psi. Suponha ainda que, depois de passar algum tempo,
a bolha de gás começou a migrar em direção à superfície do poço aberto, por ser menos denso (mais leve)
do que a lama. De acordo com a Lei de Boyle, à medida em que a pressão é reduzida pela metade, o
volume do gás irá dobrar. Quando a bolha de gás alcançar 5000 pés, a pressão hidrostática acima da
bolha terá sido reduzida para 2600 psi, metade de 5200 psi. Neste ponto, o volume de gás será de 2
barris, isto significa que os tanques ganharão outro barril. Quando o gás alcançar 2500 pés, ele terá se
expandido a um volume de 4 barris, continuando a forçar a lama para fora na parte superior do poço aberto.
Um kick de 2 ou até 4 barris, pode não parecer muito para uma plataforma de perfuração moderna, mas

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 6


considere a localização do gás no poço e a rapidez com que as meias-distâncias até a superfície diminuem:
a 1250 pés, 8 bbls; a 625 pés, 16 bbls, a 312,5 pés, 32 bbls, e assim por diante. Na verdade, a situação é
muito pior do que o exemplo porque, em algum momento, a pressão no fundo do poço será reduzida para
um valor abaixo da pressão da formação. Deste momento em diante, cada vez mais gás irá entrar no poço.
O exemplo é uma fórmula perfeita para provocar um blowout.

Gases não devem migrar livremente em um poço aberto.

Exemplo: 3

Suponha que a equipe no exemplo 2 acima tenha reconhecido


o kick e fechado prontamente o poço com um kick de 1 barril.
Suponha ainda que, quando o gás foi pistoneado, o poço
entrou em underbalance e a pressão de fechamento através
do revestimento (SICP) foi de 200 psi, com o gás no fundo do
poço. Neste ponto a pressão no fundo seria (10,0 x 0,052 x
10000) + 200 = 5400 psi, a pressão interna do gás.
Tanque
A diferença da densidade entre os fluidos permanece a
mesma, assim o gás irá migrar em direção à superfície, 3900
psi

embora a uma taxa mais lenta se comparada ao poço aberto.


O gás sobe, mas não pode se expandir em um poço fechado,
assim, quando alcança a metade do poço, 5000 pés, o volume
ainda é de 1 barril. De acordo com a Lei de Boyle, se o volume
não for alterado, a pressão não pode mudar; a pressão do gás
ainda é de 5400 psi, exercida igualmente em todas as
direções.
9100
psi
A equipe de perfuração reconhecerá que o gás está migrando
porque o SICP estará aumentando. A 5000 pés, a pressão em
1 barril de gás permanece 5400 psi, mas a pressão
hidrostática acima do gás foi reduzida para 2600 psi, metade
de 5200 psi (10,0 x 0,052 x 5000 = 2600 psi). O manômetro Figura 5 - 6: Fratura da Formação
reflete a diferença entre as duas pressões. 5400 psi exercida
para cima, menos 2600 psi exercida para baixo, igual a 2800 psi que agora é o valor encontrado no
manômetro do revestimento. Além disso, quando a bolha de gás está na metade do caminho em
direção à superfície do poço sua pressão de 5400 psi faz com que a pressão no fundo aumente de
forma significativa. A pressão no fundo neste momento é a pressão do gás, mais a pressão hidrostática
da coluna do fluido abaixo do gás (5400 + 2600 = 8000 psi).

Se o gás continuar a subir em direção à superfície com o poço fechado, a pressão na superfície
chegaria à mesma do gás, 5400 psi. A pressão no fundo seria a combinação da pressão do gás mais
a coluna hidrostática abaixo, 5400 psi + 5200 psi = 10600 psi! Alguma coisa falharia. Provavelmente,
a formação teria fraturado, já que o gás continua subindo. O revestimento pode romper ou,
tragicamente, algum componente do equipamento da cabeça do poço romperia, tornando o controle
impossível.

Gases não podem migrar sem controle em um poço fechado.

Comportamento dos Gases 5- 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Ganho: Ganho: Ganho: Ganho: Ganho:
0 bbl 0 bbl 0 bbl 0 bbl 0 bbl

Tanque Tanque Tanque Tanque Tanque

0 1300 2600 3900 5200


psi 0 pé
1 bbl
1 bbl
2500 pés

1 bbl
5000pés

1 bbl
7500 pés

5200 1 bbl 6500 7800 9100 10400


10000pés

Figura 5 - 7: Nenhuma Expansão de Gás:

Exemplo: 4

Imagine, agora, um poço que teve um kick durante a perfuração, e a coluna não possuía uma válvula
de retenção (float valve). Imagine também que a equipe reconheceu o desenvolvimento do kick e
seguiu os procedimentos corretos de fechamento. Depois do fechamento do BOP e da estabilização
do poço, a pressão no manômetro do drill pipe (SIDPP) era 200 psi e a pressão do revestimento
(SICP) era 400 psi. Os dados do poço são:

TVD: 10000 pés


lama: 10,0 ppg
SICP: 400 psi
SIDPP: 200 psi

Durante a espera por ordens do escritório, as pressões de fechamento começaram a aumentar,


indicando que o gás do kick estava migrando em direção à superfície, conforme apresentado na
Figura 5-7. Com o gás migrando, a pressão em cada manômetro aumentaria pelo mesmo valor, porque
agora o poço está fechado e a pressão está sendo exercida igualmente em todas as direções. O poço
pode ser visto como um tubo em U, como foi explicado no Capítulo 1. Embora os diâmetros internos
dos tubos sejam diferentes, não têm qualquer influência, assim como o comprimento dos tubos, e a
densidade do fluido no interior dos mesmos. Quando o poço foi fechado, as pressões foram
equilibradas pelo fechamento do BOP, o poço entrou em balance. Isto é, todas as forças para baixo,
pressão no fundo, equivalem a todas as forças para cima, pressão da formação (BHP = FP). Isto é
verdadeiro enquanto não houver vazamentos na superfície e nenhum fluido for perdido para a
formação. Se o gás no kick não migrasse, o poço permaneceria nesta condição de equilíbrio, mas
como o gás está subindo à superfície, a pressão no fundo aumentará como na Figura 5-7.

As pressões em cada lado do tubo em U podem ser analisadas. Imaginemos uma linha vertical
traçada para separar a coluna de perfuração do espaço anular. A coluna de perfuração está cheia de
fluido de 10,0 ppg exercendo uma pressão hidrostática para baixo de 5200 psi. A pressão da
formação é de 5400 psi exercida para cima contra a pressão hidrostática da coluna. A diferença é lida
no manômetro do drill pipe; 5400 5200 = 200 psi. Nesta condição de fechamento, com a coluna
próxima ao fundo, a pressão da formação é igual à pressão hidrostática na coluna mais SIDPP, que
também é igual à pressão no fundo. O poço permanece equilibrado (em balance) pelo BOP fechado.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 8


Podemos analisar o lado do espaço anular do tubo em U da mesma forma, porém com uma grande
diferença; não é possível determinar a pressão hidrostática no espaço anular porque a densidade do
fluido do kick é desconhecida. O SICP de 400 psi é o resultado da combinação do desequilíbrio
(underbalance), 200 psi, mais a queda na pressão hidrostática devido à altura e a densidade do
influxo. Em outras palavras, o SICP é maior do que SIDPP porque a pressão hidrostática no espaço
anular é menor do que a pressão hidrostática na coluna de perfuração.

Se nada for feito, o gás irá começar a migrar e as pressões no poço irão se tornar perigosamente
altas. O supervisor, percebendo isso, decidiu drenar um pouco de fluido através do choke, para que
a pressão no fundo volte a se aproximar do seu valor de fechamento. Quando ele abrir o choke,
cuidadosamente, permitindo que a lama escoe para fora do espaço anular, as pressões em ambos
os manômetros irão diminuir conforme a lama flui através do choke. Quando o manômetro do drill
pipe retornar ao seu valor original de fechamento (200 psi), o supervisor fecha o choke. Neste
momento o SIDPP terá retornado para 200 psi, mas o SICP terá aumentado de forma sutil, refletindo
a baixa pressão hidrostática do espaço anular devido à lama removida dele. A pressão no fundo terá
sido restaurada para o valor original de fechamento. Isto é possível porque a coluna contém fluido
de densidade conhecida da superfície até o fundo e isso não muda quando o choke é aberto. Esta
técnica é conhecida como método volumétrico e é tratada com mais detalhes no Capítulo 7.

Observando o lado da coluna no tubo em U, a pressão no fundo é igual à pressão hidrostática na


coluna mais a pressão de fechamento através do drill pipe (BHP = PH (drillpipe) + SIDPP). Assim, se
o manômetro do drill pipe é mantido constante e a pressão hidrostática na coluna permanecer estável,
a pressão no fundo também será mantida constante.

O que teria acontecido se o supervisor tivesse tentado manter a pressão do revestimento constante
enquanto drenava um pouco de lama?

Considere o lado do revestimento do tubo em U, onde a pressão no fundo é a soma da pressão


hidrostática no espaço anular e a pressão de fechamento através do revestimento (BHP = PH(anular)
+ SICP). Se a pressão do revestimento permanecer constante conforme o fluido é drenado pelo
choke, a pressão hidrostática no poço diminuirá, assim a pressão no fundo também irá cair,
permitindo que mais influxo entre no poço.

Em um poço com gás migrando, o controle não deve ser feito mantendo-se a pressão no revestimento
constante.

Os exemplos acima, do 1 ao 4, são apresentados apenas como ilustrações e não podem ser aplicados
literalmente. Os exemplos supõem que o influxo de gás permaneceria como uma única bolha, ao
migrar para a superfície. O que seria muito improvável durante operações de perfuração. Operações
de completação e workover geralmente utilizam fluidos de salmoura limpos e estão em equilíbrio
(balance). Se este for o caso, é provável que o gás possa migrar rapidamente através da s almoura.
Desde que a equipe esteja atenta, prevendo um possível influxo, o gás poderia estar circulando de
forma segura contanto que ele não seja tóxico. Mesmo assim, o operador do choke deve ser preparado
para fazer rápidos ajustes à medida que o fluido atinge a superfície, pois, mais uma vez, o kick não
é uma bolha única, portanto o fluxo alterna entre lama e gás.

Se o aumento da pressão no revestimento é registrado em função do tempo (psi/h) a taxa de


migração do gás pode ser estimada usando o gradiente do fluido. A taxa aproximada pode ser
encontrada dividindo o gradiente (psi/pé) pelo aumento da pressão por hora (psi/h).

Comportamento dos Gases 5- 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


O comportamento do gás em um poço é impossível de se prever porque ele é influenciado por
diversas condições, muitas delas são desconhecidas no momento em que o kick ocorre. Algumas das
variáveis desconhecidas que influenciam o comportamento do gás no poço estão listadas abaixo.

A temperatura e a pressão no momento em que o influxo entra no poço, assim como as


mudanças que ocorrem à medida que o gás se move em direção à superfície.
A porcentagem de gás no influxo.
Os diversos tipos de gases no influxo e suas porcentagens.
O fluido base do fluido de perfuração no poço
A densidade, viscosidade, força gel, e a composição química do fluido de perfuração

KICK EM LAMA COM BASE ÁGUA


A maioria dos fluidos de perfuração com base água é uma mistura de água quimicamente tratada e
bentonita. Uma vez que o fluido de base é formado, barita é adicionada para o ajuste da densidade
de toda a lama. Kicks de água (principalmente de água salgada) são comuns em certas áreas e, se
pouco ou nenhum gás estiver presente no fluido da formação, o kick deslocaria a lama de perfuração
barril por barril quando ele entrasse no poço. Em outras palavras, um aumento de 10 barris nos
tanques de lama refletiria um influxo de 10 barris. Nestes casos a detecção geralmente não é difícil
porque o aumento do tanque é rápido e trágico. A pressão no revestimento permaneceria
relativamente estável à medida que o kick fosse circulado para fora do poço, até que o kick se
aproximasse da superfície, porque haveria pouca ou nenhuma expansão. Desde que as precauções
sejam tomadas contra a toxicidade e ignição, e que as linhas de ventilação/overboard estejam
alinhadas de forma apropriada, os kicks de água salgada normalmente podem ser controlados de maneira
segura por uma equipe experiente.

O elevado teor de cloreto da água salgada provavelmente causaria um distúrbio nas propriedades
do sistema de lama, provocando viscosidade e altas taxas de força gel (floculação). Qualquer gás que
seja associado ao kick teria uma tendência a se espalhar através da lama grossa mais do que migrar,
ou subir como uma única bolha. O tratamento primário para contaminação da lama de perfuração
com base água por cloreto é a diluição. Quando a água é adicionada ao fluido, o peso da lama deve
ser monitorado cuidadosamente à medida que o kick é circulado para fora do poço, de forma a manter
a pressão hidrostática desejada no fundo do poço.

Quanto mais gás é associado ao kick, mais perigoso é tratar do mesmo na superfície. O volume
ganho pode não ser uma medição precisa do volume total do influxo se o kick tiver uma quantidade
significativa de gás, porque o gás estará um pouco comprimido, devido à pressão da formação. Além
disso, embora o gás não seja altamente solúvel em fluidos com base água, é provável que tenha
alguma solubilidade. É possível que em poços profundos o gás possa entrar no poço no seu estado
líquido, permanecendo até atingir um ponto em que a pressão e a temperatura permitam
que ele vá para o estado gasoso, também conhecido como o ponto de bolha Por questões de
segurança, todos os kicks devem ser tratados considerando o pior caso: um de kick de gás.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 10


Estimativa da densidade do kick

Considerando que existe uma diferença relativamente grande entre a densidade de gás e de líquidos,
muitas vezes é possível estimar a densidade do kick e, assim, ter uma boa noção do fluido
predominante no kick. A diferença entre o SIDPP e o SICP é provocada pela altura e densidade do
kick. Quando um kick está próximo do fundo em um poço vertical a altura do kick pode ser estimada.
A altura estimada pode ser usada para determinar a densidade do kick e, com isso, estimar seu tipo
de fluido.

Exemplo: 5

Um poço foi fechado com um kick de 15 barris. Estime a densidade do kick usando os dados a seguir.

TVD: 10000 pés


lama: 10,0 ppg
SICP: 400 psi
SIDPP: 200 psi
Volume ganho: 15 bbls

Capacidade do espaço anular x BHA: 0,029 bbls/pé

1. Estimar a altura do kick.


bbls ÷ bbls/pé = pé
15 ÷ 0,029 = 517 pés

2. Estimar a densidade perdida como um resultado do kick usando a diferença entre as


pressões de fechamento e a fórmula de pressão hidrostática.
psi ÷ 0.052 ÷ pé = ppg
(400 200) ÷ 0,052 ÷ 517 = 7,4 ppg é a perda de peso efetiva como resultado do kick.

3. O fluido original era de 10,0 ppg, assim 10,0 7,4 = 2,6 ppg é a densidade aproximada do kick.

A densidade da água doce é cerca de 8,33 ppg em temperatura ambiente. A densidade do óleo diesel
varia entre 6,8 e 7,0 ppg e a densidade do gás normalmente é menor do que 2,0 ppg. O kick
no poço do exemplo é predominantemente de gás.

O exemplo acima tem diversas limitações e só pode ser utilizado como uma estimativa. O exemplo
considera um poço vertical. Se o poço algum desvio, o ângulo de inclinação deveria ser levado em
conta na estimativa da altura do kick. O exemplo também assume apenas um diâmetro para o poço.
Na realidade, o espaço anular em torno do BHA pode ser maior ou menor do que o calculado. Se o
influxo for um líquido, ele deslocaria a lama barril por barril porque os líquidos são essencialmente
incompreensíveis. O gás, no entanto, é altamente compreensível e solúvel; assim o ganho do tanque
nem sempre irá refletir de forma precisa o volume do kick.

Comportamento dos Gases 5 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


KICK EM LAMA COM BASE ÓLEO
Ainda que fluidos de perfuração com base água sejam normalmente usados em todo o mundo, nos
últimos anos cada vez mais poços são perfurados usando o óleo como fluido base. O óleo de base
destes fluidos pode ser óleo diesel, óleo de hidrocarboneto sintético ou até mesmo óleo mineral. Lamas
com base óleo são, inicialmente, mais caras, mas possuem muitas vantagens em relação aos fluidos
com base água. Alguns problemas comuns durante a perfuração, como dilatação de formações
argilosas e perda de carga no fundo do poço, podem ser totalmente eliminados. Os óleos sintéticos
e minerais são essencialmente não-poluentes, tornando-os uma boa escolha para determinadas
operações offshore. Apesar das vantagens, kicks de gás podem ser extremamente perigosos em lamas
com base óleo.

Vimos anteriormente que o primeiro passo na prevenção do blowout é a detecção precoce e rápida e
procedimentos de fechamento seguros para interromper o influxo no poço. O gás natural proveniente
da formação é altamente solúvel em fluido com base óleo, especialmente quando entra em um poço
sob grande pressão. A menos que os
alarmes de detecção sejam
monitorados de perto e
constantemente, o gás pode penetrar
em uma coluna de fluido com base óleo
praticamente sem indicação na
Pit Gain
superfície. Um kick de gás de 10 barris
em um poço com lama com base água
resultaria em um ganho de tanque de
aproximadamente 10 barris. Este não é
o caso em perfurações com fluidos com
base óleo. O mesmo kick deve causar
um ganho de apenas 2 ou 3 barris em
um sistema com base óleo. Uma equipe Sem Gás Gás em Solução
desavisada pode subestimar a
Figura 5 - 8: Solubilidade
gravidade da situação, possivelmente
demorando um pouco mais com os procedimentos de fechamento. Conforme o kick é circulado pelo
espaço anular, o gás permanecerá em solução até que ele atinja uma profundidade (pressão) na qual
ele irá passar do estado líquido para o estado gasoso. De forma repentina ele irá e expandir
diversas vezes até reverter para seu estado gasoso. Os supervisores e a equipe devem estar
preparados para fazer os ajustes necessários para manter o controle do poço conforme o kick se
aproxima da superfície.

Os kicks de água salgada são menos perigosos do que os kicks de gás em lama com base óleo, desde
que a porcentagem de gás seja pequena. Lamas de base não aquosa são emulsões que consistem
em uma pequena quantidade de água fortemente ligada ao óleo, de modo a manter as propriedades
de escoamento desejadas. Quando a água (kick) penetra a lama ela pode diluir e romper a emulsão,
isto é, separar o óleo da água. No pior dos casos os sólidos mais pesados (a barita) desceriam para o
fundo, a água ficaria no meio, deixando o gás em cima. Apesar de não ser tão perigoso quanto um
kick de gás descontrolado, esta situação apresenta um enorme problema operacional.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 12


LAMA CORTADA POR GÁS

Quando a densidade da lama que volta do


poço através da linha de retorno é reduzida
devido a pequenas bolhas de gás que são
arrastadas no fluido, falamos que a lama
está rtada por gás Um pequeno volume
de gás no fundo do poço pode causar uma
grande redução na densidade da lama na
superfície e a lama contaminada por gás
não afeta seriamente a pressão total no
fundo porque quase toda a expansão do
gás ocorre quando o fluido alcança a
atmosfera. O quadro (Figura 5-9) ilustra o
efeito que o fluido contaminado tem sobre
a pressão no fundo. Observe que em um
poço de profundidade de 20.000 pés, com
uma taxa de contaminação de 50% na
superfície, a pressão no fundo só é
reduzida por cerca 100 psi. O aumento da
contaminação da lama não deve ser
ignorado, pois, quando ligados a outros
indicadores, pode ser um sinal de alerta de Figura 5 - 9: Gráfico para Lama Cortada Por Gás (Gas Cut)

que as condições no fundo do poço estão mudando. Lama cortada por gás é comum para quase todas
as operações de perfuração. A equipe pode se tornar complacente por já está acostumada a observar
lama cortada por gás diariamente na linha de retorno. Mais de um trágico blowout foi atribuído à
complacência da equipe de perfuração. Desgaseificadores devem ser mantidos operacionais e nas
melhores condições sempre que um poço está sendo circulado; eles não previnem apenas que o gás
seja re-circulado no poço; mas também protegem bombas centrífugas que podem ser danificadas
pela cavitação de ar/gás.

PRESSÃO MÁXIMA
Não é possível prever a pressão máxima da superfície resultante dos kicks simplesmente porque há muitas
variáveis que permanecem desconhecidas. Uma vez que um poço é fechado e estabilizado, a pressão
do revestimento deve ser verificada baseada na MAASP só assim a gravidade da situação pode ser
estimada. A perda de circulação, que pode levar a blowout subterrâneos, deve ser sempre levada
em consideração. Muitas vezes os métodos utilizados para controlar um poço podem manter a
pressão no espaço anular em um valor mínimo quando a circulação é iniciada. Um kick de gás deve
se expandir sob condições controladas à medida em que é circulado para a superfície, assim as
pressões mudam conforme o gás sobe no anular. Embora a pressão total exercida no espaço anular
aumente de acordo com a expansão dos gases, a pressão exercida em qualquer área específica do
espaço anular depende da posição do kick, porque a pressão num único ponto é a soma da pressão
hidrostática no ponto mais a pressão atual de superfície através do revestimento. O fator mais
importante que irá influenciar a pressão anular é o reconhecimento precoce do kick e o fechamento
do poço.

Comportamento dos Gases 5 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Este capítulo considerou apenas um influxo de gás ou água dentro de um poço. Na verdade, é
provável que, durante as operações subsequentes, depois do fechamento inicial, um ou mais kicks
menores entrem no poço quando o influxo está sendo circulado à superfície. Normalmente, kicks
secundários são menores do que o influxo original e, consequentemente, mais fáceis de controlar.
Muitas vezes é necessário circular o poço algumas vezes antes de retirar todo o gás do espaço anular.

RESUMO
Praticamente todos os kicks têm algum gás misturado ao influxo. Quanto maior for a porcentagem
do gás no kick, mais perigoso ele é. A natureza do gás, sua compressibilidade e a sua baixa
densidade, torna o controle mais complicado. Os kicks de gás também apresentam riscos de incêndio
e explosão e alguns gases da formação são altamente tóxicos. Os gases são solúveis em fluidos de
perfuração com base óleo, tornando a sua detecção mais difícil. Os kicks de gás devem ser
reconhecidos e controlados a partir do momento em que entram em um poço, até que o gás atinja
a superfície. Os perigos potenciais do gás quando ele é lançado na atmosfera são amplamente
conhecidos. Por questões de segurança todos os kicks devem ser tratados considerando-se o pior
caso: 100% de .

EXERCÍCIOS
1. Quais são as duas características do gás que podem ser ilustradas pela Lei de Boyle?
A. A relação entre densidade e temperatura.
B. As direções nas quais o gás exerce pressão.
C. A relação entre volume e pressão.
D. A relação entre pressão e temperatura.

2. Um poço é fechado com um kick de gás próximo ao fundo. Não há nenhuma válvula de
retenção (float valve) na coluna de perfuração, assim, SIDPP e SICP, estão disponíveis.
Depois de algum tempo o gás começa a migrar em direção à superfície. Como a equipe
saberá que o gás está migrando?
A. O SICP irá aumentar, SIDPP irá permanecer constante.
B. O SIDPP irá aumentar, SICP irá permanecer constante.
C. O SICP irá aumentar mais do que o SIDPP.
D. Os dois irão aumentar no mesmo valor.

3. Quando um poço é fechado em kick, SICP é, geralmente, maior que SIDPP. Por que isso acontece?
A. Porque a pressão hidrostática no espaço anular é menor do que a pressão hidrostática na
coluna de perfuração.
B. Porque o kick está espaço anular.
C. Porque o gás no kick está migrando em direção à superfície.
D. Nenhuma das alternativas anteriores.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 14


4. Qual desses gases é o mais pesado comparado ao ar? (desconsidere o efeito da temperatura)
A. Sulfeto de hidrogênio (H2S)
B. Dióxido de enxofre (SO2)
C. Metano
D. Dióxido de carbono (CO2)

5. Por que os kicks de gás são mais perigosos em fluidos com base óleo do que em fluidos com base água?
A. O gás não é solúvel em fluidos com base água.
B. O gás é altamente solúvel em fluidos com base óleo.
C. A maioria dos equipamentos de gás de sonda não é projetada para lidar com fluidos com base óleo.
D. O gás migra mais rápido em fluidos com base óleo do que em fluidos com base água.

Comportamento dos Gases 5 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Comportamento dos Gases 5 - 16
CAPÍTULO 6
MÉTODOS DE CONTROLE COM BHP
CONSTANTE
Os métodos de prevenção de blowout são baseados no princípio de pressão no fundo do poço constante. Uma
vez que um kick é identificado e o poço é fechado com segurança, as pressões estabilizadas indicam que a
situação de perigo foi momentaneamente parada. Naquele momento pode-se dizer que o poço está equilibrado
(em balance), mecanicamente equilibrado pelo BOP. A pressão exercida no fundo do poço se iguala à pressão
da formação e, desde que essa condição seja mantida, nenhum outro kick pode entrar no poço. A perfuração
convencional é feita em uma condição de overbalance e os fluidos da formação só podem entrar no poço
quando a margem do overbalance é perdida. É preciso duas coisas para que o poço seja restaurado à sua
condição original; 1) o influxo indesejado deve ser removido e, 2) o controle hidrostático deve ser
reestabelecido. Vários métodos têm sido desenvolvidos para alcançar esses objetivos dependendo de situações
específicas, todos projetados para manter o controle mantendo BHP constante ao longo da operação. Os
quatro métodos discutidos nesse capítulo incluem dois métodos de circulação assim como dois métodos que
podem ser aplicados quando a circulação não é mais possível ou desejável.

MÉTODOS DE CIRCULAÇÃO
Os dois métodos de circulação comumente aceitos são o Método do Sondador e o Método do Engenheiro. A
decisão do método a ser utilizado depende totalmente da situação após o fechamento do poço em kick e o
registro das pressões estabilizadas. A diferença básica entre os dois métodos é o tempo necessário para controlar
o poço completamente e restaurar o controle hidrostático. O Método do Sondador separa a operação de controle
em dois estágios distintos (duas circulações). Durante a primeira circulação o kick é circulado para fora do
espaço anular utilizando a lama original. A segunda circulação implica na circulação de um fluido mais pesado
(lama de matar) ao longo do poço a fim de restaurar o controle hidrostático com um overbalance aceitável. O
Método do Engenheiro é projetado para alcançar ambos os objetivos simultaneamente em uma única circulação.
Um dos primeiros passos no planejamento para circular um kick é decidir qual a taxa de bombeio que
será mantida durante a operação. Várias taxas são escolhidas. Não pode haver nenhum padrão, mas
muitas sondas escolhem mais ou menos a metade (ou menos) da taxa normalmente usada durante a
perfuração.

Taxas reduzidas são escolhidas por inúmeras razões:


Taxas reduzidas dão mais tempo de reação ao operador de choke para fazer ajustes.
Uma taxa reduzida oferece menos possibilidade de sobrecarga dos equipamentos desgaseificadores.
Taxas de bombeio mais rápidas exercem mais perda de carga anular e podem, possivelmente, exceder a
MAASP.

A eficiência da bomba é levada em consideração.


O tipo e precisão dos manômetros são de grande importância.
A possibilidade de aprisionamento de coluna pode influenciar na escolha da taxa de bombeio em
alguns poços.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 2
PRESSÃO REDUZIDA DE CIRCULAÇÃO (PRC)
Dependendo da política da empresa e dos equipamentos usados, duas ou mais pressões reduzidas de
circulação são selecionadas. Sondadores são instruídos a bombear com cada taxa escolhida a fim de
determinar a pressão de circulação nessas taxas. As pressões são lidas e registradas pelos manômetros em
um painel remoto de choke, assim como no manômetro do standpipe. O processo é repetido para cada bomba
(ou qualquer bomba que seria usada para circular um kick). Há três importantes fatores que um sondador
deve considerar antes de registrar a PRC; 1) o sistema deve ser circulado por um tempo suficiente para
quebrar a força do gel do fluido antes de registrar a pressão, 2) o peso da lama no tanque de sucção deve
estar correto, 3) a taxa de bombeio deve ser a mais estável e precisa possível. A PRC pode não ser precisa
se essas três condições não forem garantidas antes de as pressões serem registradas, as pressões reduzidas
de circulação atualizadas devem ser registradas sempre que ocorrer uma mudança no sistema de circulação
que possa interferir na perda de carga do sistema.

A PRC deve ser checada e registrada:


No começo de cada turno.
Quando as propriedades do fluido de perfuração forem alteradas, por exemplo, peso da lama, viscosidade,
taxa de sólidos.
Depois de uma manobra, ao retornar com a coluna ao fundo, especialmente se houver uma mudança
no BHA.
Após a perfuração de um longo trecho (± 300 a 500 pés), de acordo com a política da empresa.
Depois de qualquer mudança que possa interferir na pressão de circulação durante o bombeio a uma
taxa constante.

O MÉTODO DO SONDADOR
O Método do Sondador foi introduzido antes de as calculadoras portáteis estarem prontamente disponíveis
e antes de a maioria das sondas estarem equipada com chokes remotos ajustáveis. O Método do Sondador
drill pipe porque a pressão no fundo do poço é
controlada durante a primeira circulação mantendo a pressão no drill pipe constante, através do ajuste do
choke remoto, bombeando-se a uma taxa constante. Na sua forma mais simples, ele exige somente um
cálculo (o peso de lama de matar Depois que o poço foi fechado e as pressões de
fechamento forem estabilizadas e registradas, uma taxa reduzida de circulação, previamente registrada,
é escolhida para a operação de controle.

A pressão de circulação a qualquer taxa constante, mais o SIDPP, irá manter o BHP constante conforme o kick
é bombeado para fora do poço. Nesse momento a pressão do revestimento vai mud ar (normalmente aumenta),
pois a pressão hidrostática no espaço anular diminui devido à expansão do gás. Em teoria, a pressão do
revestimento aumenta exatamente tanto quanto a pressão hidrostática no anular diminui desde que a pressão
no fundo do poço se mantenha constante.

Algumas ferramentas de trabalho, como as planilhas de controle (kill sheets), às vezes eletrônicas, são quase
sempre usadas para organizar as operações de controle e para simplificar os cálculos de volumetria. Um exemplo
de kill sheet pode ser encontrado no início da página 6-17.

Uma vez que uma taxa de circulação reduzida é escolhida e a Pressão Inicial de Circulação (PIC) é
determinada acrescentando a perda de carga à taxa escolhida (PRC) ao SIDPP estabilizado, a primeira
circulação pode ser iniciada.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
A PRIMEIRA CIRCULAÇÃO DO MÉTODO DO SONDADOR
PROCEDIMENTOS DE PARTIDA DA BOMBA

O objetivo da primeira circulação do Método do Sondador é bombear o kick para fora do poço enquanto o
controle é mantido através da BHP constante. Uma comunicação contínua entre o operador do choke e o
controlador da bomba é absolutamente essencial durante a iniciação. O objetivo do processo de partida de
bomba é manter a pressão no fundo do poço constante através da abertura do choke, conforme a bomba é
levada à taxa reduzida de circulação. Isso é feito mantendo-se a pressão do revestimento constante até que a
bomba atinja a taxa escolhida. Em teoria, este processo é simples, porém na prática alguns problemas podem
dificultar este controle, por exemplo, se a bomba for acionada antes que o choke seja aberto, há o risco de
forçar uma pressão excessiva no espaço anular. Por outro lado, se o choke for aberto antes de a bomba ser
acionada, existe uma chance de tomar um kick secundário. Não existe uma regra exata. Se houver gás no kick,
a bomba provavelmente comprimiria o gás até certo ponto e, se esse for o caso, o operador de choke pode ser
capaz de manter o choke fechado por um curto período de tempo mantendo o SICP constante. Na realidade, a
pressão no fundo do poço provavelmente diminuirá um pouco quando o choke for aberto e, mesmo que um kick
secundário menor entre no poço, será perto do fundo e, como discutido no Capítulo 5, não haverá expansão do
gás até que o kick se aproxime mais da superfície.

Uma maneira bem-sucedida de organizar a operação de partida da bomba é deixar um supervisor/coordenador


posicionado entre o choke e os operadores da bomba, se possível, para garantir a boa comunicação entre os
dois, e um terceiro membro da equipe, cuja tarefa é manter um registro da operação, documentando a hora,
volume bombeado, e mudanças de pressão durante toda a operação.

A seguir, uma sugestão de procedimento de partida da bomba para a primeira circulação do Método
do Sondador:
1. O operador do choke abre o choke levemente enquanto observa a pressão do revestimento.
2. O operador da bomba é instruído a começar o bombeio lentamente.
3. Conforme a taxa de bombeio aumenta, o operador do choke faz o ajuste para manter a pressão do
revestimento próxima ao valor original de fechamento. Nesse estágio a pressão do revestimento
não reagirá muito, mas uma pequena mudança na taxa de bombeio causa uma mudança
relativamente grande na pressão de circulação. Quando a taxa aumenta, as pressões aumentam
ainda mais rapidamente e o operador do choke tem que prever mudanças rápidas. O operador da
bomba deve aumentar, se possível, a taxa em estágios, pausando para que o operador do choke
sinalize quando a pressão estiver estável para que ele possa continuar aumentando a taxa de
bombeio.
4. Uma vez que a bomba esteja na taxa reduzida de circulação e a pressão do revestimento esteja ajustada à
pressão original de fechamento, o operador do choke anota a pressão de circulação que deve ser
aproximadamente a PIC calculada.
5. A partir deste ponto o operador do choke mantém a pressão do drill pipe constante ajustando o
choke conforme necessário. Apesar de o operador do choke monitorar constantemente as variações
de pressão do revestimento, a pressão no fundo do poço é controlada mantendo a pressão do drill
pipe constante em uma taxa de bombeio constante selecionada.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 4
Figura 6 - 1: Condições Antes do Fechamento Figura 6 - 2: Condições Após a Limpeza do Poço
Antes do Fechamento

Se a pressão do revestimento for mantida no valor da pressão original de fechamento durante a partida da
bomba e a bomba estiver exatamente na taxa correta, a pressão do drill pipe indicaria exatamente o valor
calculado de PIC. Isso, no entanto, seria em um mundo perfeito e, portanto, pouco provável. De fato, se não
houvesse a PRC disponível, ou se a PRC fosse imprecisa, o procedimento de partida seria o mesmo. Quando a
bomba está na taxa reduzida de circulação e a pressão do revestimento é ajustada para o seu valor original de
fechamento, a pressão do drill pipe mostra a PIC. A pressão de circulação real deve ser comparada à PIC
calculada. Se há uma leve diferença entre as pressões reais e calculadas, não há razão para alarme. Se a pressão
do drill pipe estiver mais baixa do que a PIC calculada, o valor calculado deve ser aceito como a pressão correta
a ser mantida. Se a pressão real do drill pipe é maior do que a PIC calculada, então usa-se a pressão mostrada
no drill pipe como a pressão correta a ser mantida. Se houver uma grande e inexplicável diferença entre a
pressão calculada e a pressão real, o melhor a ser feito é interromper o bombeio, fechar o choke (tendo cuidado
para não deixar nenhuma pressão trapeada) e analisar a situação antes de iniciar novamente.

Algumas sondas mais antigas podem ter controles de acionamento mecânicos e, portanto, ter menos controle sobre
as taxas de circulação. A bomba pode começar com 40 ou 50 spm assim que o botão de acionamento é deslocado.
Nesse caso o choke tem que ser aberto antes que a bomba seja iniciada. Uma vez que a circulação é estabelecida a
uma taxa constante, o operador do choke deve ajustar a pressão do revestimento para o valor original de fechamento.
Nesse momento a pressão observada no drill pipe é a PIC.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Figura 6 - 3: Condições Antes do Fechamento Figura 6 - 4: Condições no Fechamento

TÉCNICA DE AJUSTE DO CHOKE


Uma vez que a taxa reduzida de circulação esteja correta e a PIC tenha sido estabelecida, o operador do
choke continua a fazer ajustes necessários para manter a pressão do drill pipe constante. Normalmente
pequenos ajustes são necessários nos estágios iniciais da operação, mas eventualmente, muda nças na
geometria anular afetam o comprimento do kick. Por exemplo, se o kick inicial estiver em torno do BHA,
iria reduzir em comprimento conforme ele é movido para o espaço anular entre o drill pipe e o poço aberto.
Nesse caso, a pressão hidrostática no espaço anular aumentaria causando uma queda temporária na
pressão do revestimento. Depois, conforme o kick é bombeado mais para cima no poço, o gás do kick iria
começar a expandir, devido à pressão hidrostática reduzida acima do kick, portanto a expansão do gás e
o aumento resultante na pressão do revestimento seria provavelmente significativo conforme ele é
circulado no espaço anular.

Em estática ou dinâmica, podemos imaginar o tubo em u como um recipiente fechado, no qual a pressão
é exercida igualmente em todas as direções. Quando uma mudança na pressão hidrostática anular causa
uma alteração na pressão do revestimento, essa mesma alteração poderia também ocorrer na pressão do
drill pipe. Mas as mudanças não aconteceriam exatamente ao mesmo tempo, e isto deve ser levado em
consideração ao se fazer os ajustes no choke.

Considere que o choke e o manômetro do revestimento estão fisicamente localizados na lateral do espaço anular
do Tubo em U; consequentemente quando o choke é ajustado, a pressão do revestimento reagirá
imediatamente, refletindo a mudança da contrapressão no espaço anular. Contudo, a mudança não será vista
no manômetro do drill pipe até que o sinal desça pelo espaço anular e suba através da coluna de perfuração.
Não existe uma maneira exata de calcular esse tempo de atraso. Depende de muitas variáveis que afetam as

profundidade medida (MD). A regra pode ser um bom referencial, mas ela não vai funcionar em todos os poços.
O operador de choke deve medir o tempo necessário para que uma mudança na pressão do revestimento possa
ser refletida no manômetro do drill pipe. Este efeito é conhecido como tempo de atraso ou lag time.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 6
Entender e aplicar os efeitos do tempo de atraso pode ser um aspecto crucial no controle de um poço,
uma vez que a circulação tenha começado. Suponha que um kick de gás esteja sendo circulado em um
poço com 12000 pés e a PIC seja de 1100psi. Conforme o gás é circulado à superfície, a pressão do
revestimento vai começar a aumentar, consequentemente, haverá um aumento na pressão do drill pipe à
mesma proporção. Se a pressão do revestimento aumentar de 400 psi para 450 psi, a pressão do drill
pipe aumentará para 1150 psi. A pressão no fundo do poço também sofrerá um aumento de 50 psi.

Suponha que nesse momento o operador do choke decidiu, cuidadosamente, reduzir a pressão do drill pipe para o
valor planejado de 1100 psi. Usando a regra de ouro dos dois segundos, qualquer mudança na pressão do
revestimento não seria evidente no manômetro do drill pipe até 24 segundos depois do ajuste do choke (2 x 12 =
24 s). Percebendo isso, o operador do choke anota a pressão do revestimento e depois, fazendo um pequeno e
rápido ajuste, reduz a pressão do revestimento para 600 psi e espera a pressão do drill pipe retornar para 1100 psi.
Paciência é necessária. Vinte e quatro segundos podem parecer um longo tempo durante uma operação de controle,
mas é importante que nenhum outro ajuste do choke seja feito, uma vez que a pressão do revestimento tenha sido
reduzida no valor desejado de 50 psi até que a pressão do drill pipe reaja. O sinal irá dar uma volta em torno do
sistema. Se o choke for ajustado durante aquele período de espera de 24 segundos, outro sinal será introduzido e
ele também vai dar uma volta em torno do sistema e afetar a pressão do drill pipe.

Imagine outro poço, 20000 pés de profundidade. Imagine também que o atraso nesse poço mais profundo foi
cronometrado em 3 segundos por 1000 pés. Qualquer ajuste na pressão do revestimento nesse poço levaria um
minuto inteiro (3 x 20 = 60 s) antes que a mudança aparecesse no manômetro do drill pipe. Pode ser visto que
controlar a pressão do drill pipe durante a circulação desse poço profundo exigiria paciência e um operador
experiente para o choke. Não há uma maneira de encurtar ou estender este tempo de atraso, porque a operação
é baseada no controle das pressões a uma taxa constante de bombeio. Se vários sinais fossem introduzidos por
um operador impaciente que não entende o efeito deste atraso, seria extremamente difícil controlar a pressão
no fundo do poço em condições dinâmicas.

O Método do Sondador é baseado na circulação de um kick mantendo-se a pressão de circulação constante,


ao bombear a uma taxa constante. Mudanças em qualquer uma dessas condições irá alterar a pressão no
fundo do poço. Circulando a uma taxa reduzida em um poço profundo pode levar muito tempo. Se as
coisas estiverem indo bem, talvez haja uma vontade de mudar (aumentar) a taxa de bombeio. Isso é
quase sempre um erro e deve ser evitado se possível. Uma mudança na taxa de bombeio resultaria em
uma mudança na pressão de circulação. A PIC calculada não seria mais suficiente para manter o poço em
balance. Se, por alguma razão, for necessário mudar a taxa de bombeio, os passos a seguir traçam um
procedimento que pode ser usado.

1. O operador do choke anota a pressão do revestimento atual e a mantém constante enquanto o operador
desacelera e depois interrompe o bombeio.
2. Quando a bomba estiver desligada e a pressão do revestimento correta, o operador do choke rapidamente
fecha o choke e registra as pressões de fechamento atuais.
3. Trabalhando juntos, os operadores do choke e da bomba seguem os procedimentos de partida da
bomba, ou seja, mantêm a pressão do revestimento constante enquanto a bomba é ligada, em estágios,
com a nova taxa escolhida.
4. Quando a taxa de bombeio estiver correta, assim como a pressão do revestimento, a pressão do drill pipe será
a nova PIC.

Não é recomendado mudar a taxa de bombeio durante a circulação.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
MARGENS DE SEGURANÇA
Alguns operadores podem escolher aplicar uma margem de segurança à pressão da circulação ao invés
de correr o risco maior de tomar kicks adicionais durante a circulação, porque a PIC é calculada para
balancear exatamente a formação. Vários fatores têm que ser considerados ao escolher as margens de
segurança, incluindo as pressões originais de fechamento, a MAASP e os dados disponíveis dos poços
perfurados em locais próximos.

Deve-se lembrar que qualquer pressão extra aplicada à pressão de circulação será também exercida sobre
o espaço anular.

GÁS NA SUPERFÍCIE
O gás contido no kick começa a se expandir conforme ele se aproxima da superfície, fazendo com que a
pressão no revestimento, e depois a pressão do drill pipe, aumente conforme a circulação continua;
consequentemente, o operador do choke vai normalmente ter que fazer pequenos ajustes (abrindo) de
tempos em tempos, a fim de manter a PIC constante. O gás continuará se expandindo mais rapidamente
conforme ele se aproxima da superfície. O poço que usamos de exemplo considera um kick de gás puro e
uma única bolha isolada, conforme ele é circulado para cima no poço. Essa suposição ilustra o pior caso
possível. Se o kick é composto de um liquido com algum gás, se comportará da mesma maneira que um kick
de gás de puro, mas em menor extensão. O efeito da expansão também seria menos severo se um pouco do
gás se misturasse ao fluido de perfuração, mas este efeito não pode ser previsto. Deve-se assumir que todos
os kicks são de gás, até que se prove o contrário.

Assumindo o pior cenário, com o topo do espaço anular e a linha de choke cheia de gás, a comunicação
do tubo em u seria afetada. O mesmo acontece quando se tem um volume de ar preso em uma linha
hidráulica. O gás é compressível; o liquido não é. Se o kick é somente
revestimento continuaria a aumentar rapidamente até o gás começar a sair do choke, neste momento, a
pressão do revestimento diminuiria drasticamente. Lembrando-se da relação gás/volume discutida no
Capítulo 5, a pressão do gás, que era relativamente alta (a pressão do revestimento), diminuiria até o
valor da pressão atmosférica instantaneamente, conforme o gás rapidamente sai no choke. Uma súbita
queda na pressão do revestimento resultaria em uma queda acentuada da pressão do drill pipe, após o
tempo de atraso. Nesse momento, gás adicional fluiria para dentro do poço devido à redução da pressão
no fundo do poço. Um kick secundário entraria no fundo à medida em que o kick inicial é liberado na
superfície. Nessa hora, o operador de choke, percebendo que a pressão no fundo do poço estava sendo
drasticamente reduzida, provavelmente fecharia o choke rapidamente, esperando reestabelecer o controle
do poço, mas sem uma pressão de revestimento estável como referência, não teria uma maneira de
posicionar corretamente o choke.

Mais comumente, o kick vai sair do choke em . Nesse caso, a pressão


do revestimento vai flutuar e o operador do choke deverá reagir rapidamente, conforme tenta manter o controle
com BHP constante. Nenhum procedimento padrão pode ser desenvolvido para lidar com a situação quando um
kick começa a sair no choke, mas existem algumas instruções que podem ser seguidas.

A coluna de perfuração e os volumes anulares devem ser calculados antes do início da operação, assim
o supervisor e as equipes devem ter uma boa ideia do tempo necessário para circular um bottoms-up.
O operador do choke, ao observar o aumento repentino na pressão do revestimento conforme o kick
se aproxima da superfície, pode se preparar para reagir rapidamente a mudanças súbitas. Logo antes
de o gás começar a sair pelo choke, a pressão do revestimento vai chegar ao seu valor mais alto.
Percebendo isso, o operador pode começar a fechar o choke e tentar manter a pressão do revestimento
constante a fim de limitar o fluxo através do choke e manter o fundo do poço estável.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 8
Conforme mais e mais gás sai do poço, frequentemente seguido de de líquido, o operador deve
continuar a manter a pressão do revestimento a mais estável possível. Nessa hora a pressão do drill
pipe vai provavelmente cair drasticamente, mas o controle da pressão no fundo do poço foi agora trocado
para o espaço anular.
Conforme mais gás sai do poço, a pressão hidrostática no espaço anular irá aumentar, sinalizada por
uma queda na pressão do revestimento. O operador de choke vai notar que a pressão do drill pipe
começará a se recuperar em algum momento.
Pequenos e rápidos ajustes no choke (normalmente abertura) são feitos a fim de manter o rápido
aumento da pressão do drill pipe sob controle até que a PIC seja reestabelecida. Uma vez que a PIC
esteja estável, o controle pode ser feito novamente utilizando-se o princípio do tubo em U.
Conforme o bombeio continua e kick são circuladas, a pressão do revestimento irá
estabilizar em um valor levemente mais alto do que o SIDPP.
Depois que todo o kick for circulado para fora do poço, o mesmo pode ser cuidadosamente fechado e as
pressões analisadas.

Os procedimentos de fechamento, ou seja,


mudar de uma condição dinâmica para
estática, são exatamente como os processos de
partida da bomba, porém feitos em ordem
invertida. Boa comunicação é essencial para
que um novo kick não entre no poço, assim
como o operador do choke mantem a pressão
do revestimento constante enquanto o
operador da bomba desacelera a bomba.
Quando a bomba para, o operador do choke
rapidamente fecha o choke, tomando cuidado
para manter pelo menos o valor de SIDPP
original no manômetro do drill pipe. Figura 6 - 5: Poço Fechado Sob Pressão

Observando a Figura 6-5, os dois manômetros mostram valores iguais, cada um mostrando o SIDPP
original. Isso se dá porque a pressão hidrostática em cada lado do tubo em u é a mesma, indicando um
underbalance de 250 psi. Se a pressão do drill pipe mostrar um valor maior do que sua pressão original
de fechamento, significaria que alguma pressão adicional ficou trapeada quando o poço foi fechado. Se,
por outro lado, o SIDPP estivesse apresentando o valor original, mas a pressão do revestimento fosse
maior, indicaria que ainda há algum kick no espaço anular. Quando isso ocorre, o espaço anular deve ser
circulado novamente até que esteja limpo.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
A SEGUNDA CIRCULAÇÃO DO MÉTODO DO SONDADOR
O objetivo da segunda circulação do Método do Sondador é o poço circulando a lama de matar
em todo o poço. Referindo-se ao tubo em u, mais uma vez, pode-se ver que, já que a pressão hidrostática
é igual em ambos os lados, no espaço anular e na coluna de perfuração (desde que não haja nenhum kick
remanescente no espaço anular) o poço poderia ser circulado à taxa reduzida de circulação, mantendo
tanto a pressão do drill pipe constante, como a pressão do revestimento a uma taxa de bombeio constante.
A pressão no fundo do poço não seria afetada, exceto pela pequena parcela de pressão exercida devido à
perda de carga. No entanto, quando o fluido de matar é introduzido e bombeado através da coluna de
perfuração, as coisas mudam. A pressão hidrostática na coluna de perfuração vai aumentar e, em um grau
menor, a perda de carga também vai aumentar devido ao fluido mais pesado. Nesse caso, se a pressão
do drill pipe fosse mantida constante durante a circulação, a pressão no fundo do poço aumentaria
conforme o fluido de matar fosse bombeado na coluna. O peso da lama de matar ( lama de matar) é
determinado convertendo o SIDPP para uma densidade equivalente ao TVD, e depois adicionando este
valor ao peso da lama original ( lama original).

lama de matar (SIDPP ÷ 0,052 ÷ TVD) + lama original

Com o objetivo de manter o controle com BHP constante conforme a lama de matar é bombeada pela
coluna, a pressão do drill pipe deve cair até que a coluna esteja cheia de lama de matar. O procedimento
para a segunda circulação do Método do Sondador se baseia no fato de que sempre haverá uma coluna
consistente de fluido no tubo em u ao longo da operação.

Para iniciar a bomba, na segunda circulação, a pressão do revestimento é mantida constante até que a
coluna de perfuração esteja cheia de lama de matar. Uma vez que a coluna de perfuração esteja cheia de
lama de matar, o poço pode ser controlado, mais uma vez, mantendo-se a pressão do drill pipe constante.
A pressão do drill pipe é, então, registrada (ou calculada) e é chamada de pressão final de circulação
(PFC). Conforme a circulação continua com pressão do drill pipe constante, a pressão do revestimento
começará a diminuir de forma constante conforme a lama de matar faz com que a pressão hidrostática no
espaço anular aumente. Quando a lama de matar retorna a superfície, o poço está teoricamente morto e
pode ser fechado mais uma vez. Naquele momento, as pressões de fechamento em ambos os manômetros
devem ler zero, indicando que o poço está morto.

O peso da lama de matar ( lama de matar) é determinado pela conversão do SIDPP para uma densidade
equivalente, que é depois adicionada à densidade original ( lama original). Note que a densidade da lama de
matar é sempre arredondada para cima em uma casa decimal, pois a balança de lama não lê centésimos
e arredondar um decimal para baixo não seria eficaz para matar o poço.
O cálculo para a PFC compensa o aumento da perda de carga na coluna de perfuração devido ao fluido mais
pesado.

lama de matar ÷ lama original

Geralmente, as pressões são mais fáceis de serem controladas durante a segunda circulação porque o kick,
contendo gás compressível, foi removido do espaço anular.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 10
As etapas para a segunda circulação estão listadas abaixo:

1. Quando a lama de matar é preparada e alinhada à bomba, a circulação é iniciada, assim como na
primeira circulação; o operador do choke mantém a pressão do revestimento constante, conforme o
operador da bomba cuidadosamente traz a bomba até a taxa reduzida de circulação.

2. O operador do choke mantém a pressão do revestimento constante enquanto monitora (e registra) a queda na
pressão do drill pipe, com referência no volume da coluna de perfuração pré-calculado, conforme a lama de matar
é bombeada pela coluna.

3. Quando o volume da coluna de perfuração for completamente preenchido, a pressão do drill pipe deve ser
a pressão final de circulação calculada (PFC). Nesse momento pode ser verificada. Se a pressão do drill
pipe começar a aumentar enquanto a pressão do revestimento se mantiver constante, isso significa que
a lama de matar chegou à broca e está entrando no espaço anular.

Figura 6 - 6: Condição de Fechamento Figura 6 - 7: Partida da Bomba, 2ª Circulação Figura 6 - 8: Lama de matar no Drill Pipe

Figura 6 - 9: Lama de matar na Broca Figura 6 - 10: Lama de matar no Anular Figura 6 - 11: Lama de matar em Todo o Poço

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
4. O operador do choke mantém a PFC, monitorando a queda na pressão do revestimento até que a lama de
matar retorne à superfície.

5. O poço é fechado e as pressões analisadas para determinar se o poço foi ou não amortecido. Se ambas as
pressões apresentarem o mesmo valor, porém maior do que zero, é provável que um pouco de pressão tenha
ficado trapeada durante o fechamento. Se a pressão não foi trapeada e a pressão do drill pipe estiver maior que
zero, isso indica que ou a lama de matar foi insuficiente para matar o poço ou existem pequenas quantidades
de fluido mais leve dentro da coluna de perfuração. Se a pressão do drill pipe for zero, mas a pressão do
revestimento estiver significativamente acima de zero, ou existe outro kick no poço ou a coluna do fluido não
está consistente ao longo do espaço anular. De qualquer maneira, o poço deve ser circulado de novo para que
seja reavaliado sob condições estáticas.

Em resumo, o Método do Sondador é relativamente simples de ser executado e não requer nenhum tempo de
espera inicial significativo. A operação pode começar uma vez que os dados do fechamento estabilizado tenham
sido coletados e analisados; isto é uma vantagem se houver o risco de ter aprisionamento de coluna ou algum
outro problema. O método é especialmente aplicável em poços nos quais a operação requer um pequeno
overbalance ou em casos onde não se pode ou deseja mudar o fluido de trabalho. Também é comumente usado
para remover o gás que possa ter sido pistoneado para dentro do poço durante uma manobra, desde que a
coluna de perfuração possa ser descida de forma segura de volta para uma profundidade abaixo do kick. Já que
o mínimo de duas circulações é exigido para manter o poço em equilíbrio (balance), o poço e todos os
equipamentos de controle estarão operando contra a pressão do poço por um tempo mais longo do que o exigido
pelo Método do Engenheiro, que é projetado para matar o poço com apenas uma circulação. O Método do
Sondador também pode expor o poço a pressões mais altas do que no Método do Engenheiro, porque nenhum
fluido de matar é bombeado durante a primeira circulação.

RESUMO DO PROCEDIMENTO DO MÉTODO DO SONDADOR


1. O poço com kick é fechado. SIDPP, SICP e o ganho do tanque (volume do kick) são registrados.
2. Comece a circulação, mantendo a pressão do revestimento constante através do ajuste do choke enquanto
a bomba é ajustada para a vazão reduzida de circulação.
3. Quando a velocidade da bomba alcançar a taxa desejada, a pressão do drill pipe (PIC) é registrada e
mantida constante através do ajuste do choke até que o kick seja circulado para fora do poço.
4. Depois que o kick for circulado, o poço é fechado. A densidade do fluido é aumentada (se necessário).
5. A circulação é iniciada novamente, seguindo os mesmos procedimentos de partida da bomba no passo 2 acima.
6. O choke é ajustado conforme necessário para manter a pressão do revestimento constante até que a lama de
matar seja bombeada até a broca.
7. Quando a coluna de perfuração estiver cheia de lama de matar, a pressão do drill pipe (agora PFC) é mantida
constante até que o espaço anular seja preenchido e a lama de matar chegue à superfície.

CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO DO SONDADOR


Requer pelo menos duas circulações para matar os poços em underbalance.
Não existe tempo de espera. A circulação pode começar uma vez que as pressões de fechamento estejam
estabilizadas.
Nenhum material para adensar o fluido é necessário para a primeira circulação.
Poucos cálculos são requeridos para começar a operação.
Pode resultar em pressões maiores do que outros métodos de circulação.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 12
APLICAÇÕES DO MÉTODO DO SONDADOR
Remover fluidos da formação que tenham sido pistoneados para dentro do poço durante manobras.
Em áreas onde aprisionamento de tubos seja uma grande preocupação.
Poços onde não é possível ou desejado o aumento da densidade do fluido.
Localizações remotas com indisponibilidade de logística.
Operações de perfuração em underbalance (UBD).
Poços horizontais ou altamente desviados.
Equipamentos limitados de mistura de lama ou força de trabalho limitada.

O MÉTODO DO ENGENHEIRO
O objetivo do Método do Engenheiro é remover o kick da formação e matar o poço que se encontra em
underbalance com apenas uma circulação. Isso é feito bombeando a lama de matar em todo o poço desde o
começo do método, enquanto a pressão no fundo do poço é mantida constante. A operação não se inicia até
que todo o volume da lama de matar tenha sido preparado e uma kill sheet preenchida, portanto há um tempo
de espera antes que a operação possa começar. Alguns operadores podem escolher incorporar uma margem de
segurança no peso da lama de matar, ou seja, usar um peso de lama superior ao calculado para equilibrar a
formação. A decisão de aplicar tal margem de segurança deve ser baseada no conhecimento de campo e política
da empresa, e não será usado no exemplo a seguir. Geralmente, não é considerado uma boa prática aplicar
nenhuma pressão adicional além da necessária até depois que o kick tenha sido removido e o poço esteja
amortecido. O Método do Sondador pode requerer menos cálculos do que o Método do Engenheiro porque
durante cada um dos dois estágios, ou a coluna de perfuração ou o espaço anular contém um fluido consistente
de densidade conhecida. Isso não ocorre no Método do Engenheiro. Neste método
em cada lado do tubo em u até que a lama de matar seja bombeada até a broca. A pressão no fundo do poço
não pode ser controlada mantendo a pressão do drill pipe constante até que a coluna esteja cheia do fluido de
matar. Na verdade, se a pressão do drill pipe permanecer constante conforme a lama de matar fosse bombeada
pela coluna, a pressão no fundo do poço aumentaria.

Existem várias vantagens em usar o Método do Engenheiro se houver equipamentos suficientes de mistura
de lama e força de trabalho; 1) o controle pode ser conseguido em uma circulação, 2) o poço e os
equipamentos de controle estarão expostos a alta pressão por um período mais curto de tempo do que no
Método do Sondador e 3) O Método do Engenheiro pode resultar em menos pressão exercida no poço aberto
do que no Método do Sondador, se a lama de matar entrar no espaço anular antes que o kick seja
bombeado para dentro do revestimento.

Referindo-se à discussão da MAASP no Capítulo 4, a pressão total na sapata do revestimento (ou no ponto
mais fraco) consiste da pressão do revestimento mais a pressão hidrostática na sapata. Se a lama de
matar entrar o espaço anular antes que o kick alcance o ponto fraco, a pressão neste ponto não aumentará,
apesar de a pressão da superfície (revestimento) continuar a aumentar. Isto ocorre desde que a pressão
no fundo do poço permaneça constante ao longo da operação. Essa é uma consideração importante para
poços offshore, onde formações são frequentemente mais frágeis do que os poços que são perfurados em
terra.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Operações de partida e desligamento, assim como técnicas de ajuste do choke, são as mesmas para ambos os
métodos de circulação. Conforme a lama de matar é bombeada pela coluna de perfuração, a pressão hidrostática
na coluna aumenta em uma taxa consistente, desde que a taxa de bombeio permaneça constante. Já que o
volume da coluna de perfuração é conhecido, essa informação é usada para construir um cronograma simples
de pressão do drill pipe, para guiar o operador do choke conforme a lama de matar é bombeada pela coluna. É
esperado que a pressão do drill pipe reduza de PIC para PFC, conforme a lama de matar é bombeada na coluna,
portanto, a diferença entre as duas pressões dividida pelo volume da coluna de perfuração, (geralmente strokes)
é a queda de pressão por stroke. Um volume arbitrário (ou número de strokes) é escolhido para ser usado como
pontos de checagem para se fazer os cronogramas de pressão.

Figura 6 - 13: Tabela de Pressão

Figura 6 - 12: Fechamento, SIDPP e SICP Estabilizados

Suponhamos que foi desejado verificar a queda na pressão de circulação em 10 etapas. Referindo-se à Tabela
de Pressão na kill sheet:

(PIC PFC) ÷ 10 = psi/etapa

Se fosse desejado checar a pressão a cada 100 strokes a expressão seria:

(PIC PFC) ÷ Strokes superfície x broca = psi/stk


Strokes superfície x broca

PROCEDIMENTO PARA O MÉTODO DO ENGENHEIRO


1. O poço com kick é fechado. SIDPP, SICP e o ganho do tanque (volume do kick) são registrados.
2. A densidade da lama de matar é determinada e o fluido nos tanques é adensado para a densidade
calculada e um cronograma de pressão de circulação é preparado.
3. A bomba é trazida para a taxa reduzida de circulação, enquanto a pressão do revestimento é mantida
constante através de ajustes no choke.
4. Uma vez que a bomba esteja na taxa reduzida de circulação e a PIC esteja estabilizada, a pressão do drill
pipe é controlada (através do choke) de acordo com o cronograma preparado.
5. Quando a lama de matar chegar à broca, a pressão de circulação será mantida no valor de PFC até que a
lama de matar chegue à superfície.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 14
6. Quando o kick (mistura de gás e líquido) chegar ao choke, a pressão do revestimento pode começar a
flutuar, isso requerer uma manipulação rápida do choke para que a pressão de circulação seja mantida
constante. Se a pressão do revestimento cair rapidamente, a pressão de circulação vai diminuir depois do
tempo de atraso estabelecido. Nesse caso o operador do choke deve tentar manter a pressão do
revestimento constante até que a pressão de circulação seja reestabelecida.
7. Apesar de o volume superfície x superfície calculado ter sido bombeado, o retorno da lama de matar
pode não ser consistente por algum tempo devido ao corte de gás e mistura de fluido mais leve na
lama.
8. Quando a lama de matar é consistente em todo o poço, as bombas são desligadas e as pressões monitoradas.
Se não houver um aumento da pressão depois de um tempo razoável, o poço pode ser considerado amortecido,
o BOP deve ser aberto cuidadosamente no caso de pressão trapeada abaixo do preventor.

CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO DO ENGENHEIRO


Em teoria, controla o poço com apenas uma circulação.
A operação não pode começar até que o peso da lama no sistema tenha sido aumentado.
É preciso ter material de adição de peso, instalações para a mistura da lama e força de trabalho disponíveis
no local para o preparo da lama.
Um cronograma de pressão de circulação (kill sheet completa) é exigido antes que a operação comece.
Quando a geometria do poço permite, o método pode resultar em pressões mais baixas do que
outros métodos de circulação se o fluido de matar chegar ao espaço anular antes que o kick entre
no revestimento.

APLICAÇÕES DO MÉTODO DO ENGENHEIRO


Em formações frágeis com grande risco de perda de circulação.
Os locais com boas instalações para mistura de lama e força de trabalho disponível.

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DO SONDADOR E O DO ENGENHEIRO

Método do Sondador Método do Engenheiro


Pelo menos duas circulações são exigidas Em teoria, uma circulação
Pouco ou nenhum tempo de espera exigido Não pode começar imediatamente
Nenhum aditivo de peso requerido para começar Material de adição de peso disponível
Poucos cálculos necessários Alguns cálculos são necessários
Pode resultar em pressões mais altas exercidas sobre Pode resultar em pressões mais baixas exercidas
o poço do que outros métodos de circulação. sobre o poço do que outros métodos de circulação.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Figura 6 - 14: Condições Iniciais Figura 6 - 15: Lama de matar na Broca

Figura 6 - 16: Gás na Superfície Figura 6 - 17: Lama de matar em Todo o Poço

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 16
PLANILHAS BOOTS & COOTS DE CONTROLE DE KICK
Assim como treinamentos e exercícios práticos preparam uma equipe de perfuração para uma identificação
imediata do kick e procedimentos de fechamento, sondadores e supervisores também podem se preparar
para implementar procedimentos de controle. Para este fim, muitas empresas usam ferramentas de
trabalho, normalmente chamadas de kill sheet, para ajudar as equipes na organização e planejamento de
uma operação de controle. Não existe uma kill sheet padrão no mundo industrial. Algumas são documentos
com várias páginas, que incluem fórmulas de controle de pressão, assim como gráficos e ilustrações.
Outros são mais simples, mas todos fornecem meios de organização de dados pertinentes e um sistema
de passo a passo para seguir ao longo da operação. Não importa o método de circulação usado, os fluidos
da formação têm que ser circulados para fora do poço completamente, deslocando o espaço anular com
um fluido de densidade conhecida. As Kill sheets são projetadas assumindo que a coluna de perfuração
está abaixo do kick e que a circulação é possível. A planilha BOOTS & COOTS de controle de kick, ilustrada
abaixo, fornece um auxílio simples e direto que pode ser usado para juntar e organizar dados pertinentes ao
poço para se planejar uma operação controle. No poço exemplo na Figura 6-12 consideraremos que o kick
esteja próximo ao fundo em um poço quase vertical. Uma vez que os dados do poço tenham sido
registrados e organizados, a kill sheet pode ser adaptada para o uso em todos os quatro métodos de
controle de poço. O poço foi fechado com um kick de gás de 10,5 bbl no fundo.

Figura 6 - 18 Kill Sheet do Método do Engenheiro

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Exemplo de poço Água Doce
Profundidade: 12750 pés MD, 12100 pés TVD 250

Revestimento: 9 5/8 pol a 10200 pés


psi

Capacidade: 0,07583 bbls/pé


Drill pipe: 5 pol, 19,5 lbs/pé 400
psi

Capacidade 0,01719
Deslocamento 0,00827 bbls/pé
HWDP: 5 pol, 49 lbs/pé, 630 pés
Capacidade 0,0088 bbls/pé
DC: 6,5 x 2 pol, 360 pés
Poço aberto: 8,5 pol Lama: 11,5 ppg
Sapata do revestimento 10200 pés MD, TVD
Teste de absorção: 10210 pés
Peso da lama do teste: 10,9 ppg
Pressão do teste: 1070 psi
MAASP: 743 psi
SIDPP: 250 psi
SICP: 400 psi
Figura 6 - 19: Fechamento, SIDPP e SICP Estabilizados
Ganho no tanque: 10,5 bbls
Capacidade de bombeio: 0,105 bbl/stk
PRC: 620 psi a 30 spm
PRC: 840 psi a 40 spm

A kill sheet é dividida em 8 seções separadas, mas relacionadas. Cada seção é brevemente discutida a seguir.

INFORMAÇÕES PRÉ-REGISTRADAS
Essa parte da kill sheet fornece um lugar para registrar dados gerais do poço, que normalmente não
mudam muito no dia a dia. Por exemplo, embora a profundidade possa mudar durante a perfuração, o
tamanho do drill pipe, da sapata do revestimento podem permanecer os mesmos por alguns dias. Muitas
plataformas mantêm a seção preenchida e atualizada a cada turno, ou sempre que certos valores, como
o peso da lama, são alterados. Deve-se fornecer os tamanhos dos diferentes tubos, drill pipe e
revestimento. Dados da lama e da bomba, assim como os dados do teste de absorção, também são
registrados.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 18
Figura 6 - 20: Dados Prévios

DIAGRAMA DO POÇO
Um diagrama de poço simples é incluído, que pode ser usado para, rapidamente, servir de referência para dados da
geometria do poço nos cálculos de volume.

CONSIDERAÇÕES DE PRESSÃO

Três limites de pressão são estimados e considerados na kill sheet:


A formação (MAASP)
O limite de escoamento interno do revestimento
O BOP/classificação dos equipamentos de pressão da cabeça do poço

Encontram-se nesta seção os cálculos que estimam a força da formação através de testes de superfície (dados
encontrados na seção das informações pré-registradas) e a determinação da MAASP com mudanças no peso
da lama.

O valor do limite de escoamento interno do novo revestimento é, normalmente, reduzido para 70%, porém este
limite pode ser reduzido ainda mais de acordo com a condição do tubo e/ou da política do operador.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 19 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O BOP e todos os componentes associados são testados na classificação dos preventores de gaveta ou na
classificação da pressão mais baixa do componente do sistema da cabeça do poço.

CONSIDERAÇÕES DE PRESSÃO
1. PESO MÁXIMO PERMITIDO DA LAMA (MAMW)

÷ 0,052 ÷ + =
Pressão do teste de TVD do Teste Lama do Teste(ppg) ratura (ppg)
absorção (psi) (pés)

2. PRESSÃO MÁXIMA PERMITIDA NA SUPERFÍCIE ANULAR

- x x 0,052 =
ratura (ppg) Peso da lama TVD do Teste MAASP (psi)
atual (ppg)
(pés)

3. ESCOAMENTO DO REVESTIMENTO INTERNO 4. TESTE DE PRESSÃO DO BOP

=
Resistência interna do Fator de segurança Resistência interna Teste de pressão do BOP
Revestimento (psi) (70% ou menos) com o fator (psi) (psi)
@ 100%
Figura 6 - 21: Considerações de Pressão

PRESSÕES REDUZIDAS DE CIRCULAÇÃO (PRC) EM 2 TAXAS DIFERENTES

= =
KR (stks/min) PRC (psi) KR (stks/min) PRC (psi)

= =
KR (stks/min) PRC (psi) KR (stks/min) PRC (psi)
Figura 6 - 22: Considerações de PRC

VAZÕES E PRESSÕES REDUZIDAS DE CIRCULAÇÃO (PRC)


Dependendo da política da empresa e do tipo de equipamento presente na sonda, duas ou mais taxas
reduzidas de circulação são selecionadas. Sondadores são instruídos a bombear a cada uma das taxas
escolhidas a fim de determinar a pressão de circulação em cada uma delas. As pressões são lidas e
registradas através dos manômetros do painel remoto do choke, assim como do manômetro do standpipe.
O processo é repetido com cada bomba (ou qualquer bomba que seria usada para circular um kick).

VOLUME DA COLUNA DE PERFURAÇÃO E NÚMERO DE STROKES


A maior parte das plataformas de perfuração e intervenção usam grandes bombas de deslocamento
positivo. É mais prático medir volumes grandes bombeados no total em strokes (stks), do que em barris
(bbls). As kill sheets orientam os usuários através dos cálculos, usando os dados das informações pré-
registradas ou do diagrama do poço.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 20
É essencial ter volumes precisos da coluna de perfuração antes de iniciar o Método do Engenheiro e antes
da segunda circulação do Método do Sondador a fim de monitorar a queda de pressão do drill pipe
conforme a lama de matar é bombeada até a broca.

Figura 6 - 23: Volume da Coluna e Número de Strokes

Figura 6 - 24: Volume Anular e Número de Strokes

VOLUME ANULAR E NÚMERO DE STROKES


Existem vários estágios importantes ou pontos de checagem que devem ser cuidadosamente monitorados desde
o início da operação. Essa seção fornece um guia para a estimativa de tempo dos eventos chave durante a
operação; os valores totais importantes estão destacados para fácil identificação. Eles incluem:

Volume total anular (bbls)


Número de strokes exigidos para bombear o kick até a sapata
Número de strokes exigidos para bombear o kick até a superfície (bottoms-up)
Número de strokes exigidos para bombear uma circulação completa (superfície x superfície)

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 21 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
LAMA DE MATAR E CÁLCULOS DE PRESSÃO
Existem quatro informações necessárias para construir a tabela de queda de pressão do drill pipe usada
para controlar a pressão de circulação, conforme a lama de matar é bombeada até a broca.

Peso da lama de matar lama de matar)

Seleção da bomba e da taxa de bombeio.


Pressão inicial de circulação (PIC)
Pressão final de circulação (PFC)

Essa seção de kill sheet orienta o usuário na determinação dos valores requeridos.

TABELA DE QUEDA DE PRESSÃO


A kill sheet fornece instruções para a construção de uma tabela de três colunas com dez passos, para ser usada
pelo operador do choke ao bombear a lama de matar até a broca, a fim de manter a BHP constante. A primeira
coluna rastreia o volume bombeado da superfície até a broca e a segunda coluna lista a pressão do drill pipe
calculada para cada ponto de checagem de volume. Um guia para a determinação dos valores estimados da
tabela aparece logo a seguir.

Figura 6 - 25: Lama de matar e Considerações de Pressão

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 22
INFORMAÇÃO PARA O CONTROLE DO POÇO
A parte da kill sheet que contém informações pertinentes ao planejamento do controle do poço é uma
coleção de todas as informações que dizem respeito a toda a operação do começo ao fim. Supervisores
podem ver a operação como um todo ou cada estágio separado, recorrendo rapidamente a esta seção.

MÉTODOS SEM CIRCULAÇÃO


Os métodos de controle de pressão discutidos até agora nesse capítulo têm abordado os kicks de gás
tomados durante a perfuração. Temos considerado que a coluna de perfuração se encontra abaixo do kick
e que o poço poderia ser circulado convencionalmente, bombeando através da coluna superfície
retornando à superfície pelo espaço anular. Nenhum dos exemplos considera a migração do gás antes ou
durante a operação de controle ou situações em que a circulação não é possível ou desejável. Dois métodos
sem circulação serão discutidos a seguir. O Método Volumétrico pode ser usado para controlar a pressão
do poço devido à migração do gás e o Método de Lubrificar e Drenar (Lube and Bleed) fornece meios para
a remoção segura do gás em um poço fechado quando o gás está na superfície. Ambos os métodos são
métodos de controle com BHP constante e são baseados no fato de que quando um poço é fechado em
kick, está em equilíbrio (balance), e o valor da pressão do revestimento representa o valor de underbalance
da hidrostática no espaço anular, devido ao kick.

O MÉTODO VOLUMÉTRICO
O Método Volumétrico não pode ser usado para matar um
poço. Ele é usado quando a circulação não é possível ou,
500
por algum motivo, não desejada. Ele, no entanto, fornece psi
meios de controle da pressão no fundo do poço dentro dos
limites aceitos no caso do gás migratório. Referindo-se ao 800
psi
Capítulo 5, Comportamento do Gás, foi salientado que, se
uma bolha única de gás migrasse em direção à superfície
em um poço fechado, a pressão em todo o espaço anular 12,0 ppg

aumentaria a níveis inaceitáveis e, com isso, a formação,


o revestimento, e talvez os equipamentos da cabeça do
poço poderiam falhar. Não existe uma maneira prática de
impedir que o gás migre, mas a pressão dentro do gás
pode ser reduzida, drenando-se um volume pré-
determinado da lama, a fim de manter a pressão no fundo
do poço igual, ou levemente superior, à pressão da
formação, impedindo que mais kick entre no poço. Esse é
o objetivo do Método Volumétrico.
Supondo que o poço foi fechado com um
kick de gás próximo ao fundo. Se não há uma float valve
na coluna de perfuração, ambas as pressões do drill pipe
2000
e do revestimento podem ser lidas através do painel
remoto do choke. Já que cada manômetro reflete o que
falta para a pressão hidrostática alcançar a pressão da
formação no seu respectivo lado do tubo em u, a pressão
de superfície do revestimento é maior do que a pressão
Figura 6 - 26: Controle Volumétrico
do drill pipe.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 23 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Se o gás começou a migrar, a pressão no fundo do poço aumentaria porque naquele momento a pressão
no fundo seria a pressão dentro do gás (exercida igualmente em todas as direções por dentro da bolha)
além da pressão hidrostática abaixo do gás. A pressão do revestimento também aumentaria. Neste ponto
a pressão do revestimento refletiria a diferença entre a pressão do gás e a pressão hidrostática acima do
gás. A pressão do drill pipe também aumentaria porque a pressão é exercida igualmente em todas as
direções em um recipiente fechado (o poço fechado). Se a pressão do revestimento aumentasse em 50
psi, a pressão do drill pipe também aumentaria em 50 psi.

Mais uma vez, imagine que o tubo em u fechado foi separado a fim de analisar cada lado individualmente. A
pressão hidrostática em cada lado do tubo difere, assim como as pressões do fechamento, mas a pressão no
fundo do poço é igual em cada lado. Se nesse ponto, o operador do choke tivesse que abrir o choke e,
observando a pressão do drill pipe, drenasse exatamente a quantidade de fluido requerido para reduzir a pressão
do drill pipe ao seu valor original de fechamento, a pressão no fundo do poço seria restaurada porque a pressão
hidrostática na coluna de perfuração não teria mudado. Embora a pressão do revestimento tivesse diminuído
de alguma maneira quando o choke foi aberto, ela teria aumentado quando o poço fosse fechado novamente,
efetivamente equilibrando a perda da pressão hidrostática no espaço anular. Apesar de a pressão do
revestimento ser mais alta, a pressão no fundo do poço teria sido mantida em seu valor original de fechamento.
Essa é a técnica básica usada no Método Volumétrico; permitindo que a pressão do revestimento aumente,
combinando com a perda da pressão hidrostática no espaço anular devido à expansão do gás.

Isso é precisamente o que acontece durante a primeira circulação do Método do Sondador. A bomba
simplesmente transporta o kick para fora do poço. É a contrapressão exercida pelo choke ajustável que
controla a pressão no fundo do poço. Conforme o gás é circulado em direção à superfície, ele se expande
somente o suficiente para manter o controle com BHP constante, mantendo a pressão do drill pipe constante.
Conforme o fluido é forçado para fora do espaço anular devido à expansão do gás, a pressão do revestimento
compensa a perda da pressão hidrostática anular.

Em teoria, as equipes drenariam o fluido enquanto mantêm a pressão do drill pipe constante conforme o
gás migra, a pressão no fundo do poço permaneceria constante. Nenhum cálculo é necessário, A única
preocupação durante a operação aconteceria se a MAASP fosse excedida antes que o gás entrasse no
revestimento. Se esse fosse o caso, as equipes não poderiam fazer nada para impedir os resultados. No
momento em que a bolha de gás realmente alcança a superfície, as operações de drenagem devem parar.
Sob nenhuma circunstância o gás deve ser ventilado para a atmosfera.

Existem várias razões que podem impedir que a sonda circule o kick imediatamente. Talvez haja algum atraso
na mistura da lama de matar ou alguma falha mecânica que não possa ser consertada rapidamente. Talvez
aconteça um problema mais sério que pudesse causar um atraso mais longo. O Método Volumétrico pode ser
considerado nesses casos. A explicação é, de certa maneira, bem simplificada. Na verdade, a operação é mais
complicada e é necessário um planejamento minucioso.

Algumas considerações estão listadas abaixo.


Uma das primeiras considerações é uma estimativa de quanto tempo o poço vai permanecer fechado antes
que os métodos de circulação convencionais possam iniciar.
A pressão do revestimento vai aumentar depois de cada ciclo de drenagem. Não é possível saber exatamente
o quanto ela aumentará, portanto, uma decisão deve ser tomada no que diz respeito à MAASP.

A taxa de migração pode ser estimada dividindo o fluido gradiente pela taxa do aumento da
pressão do manômetro (psi/pés ÷ psi/hora = pés/hora).

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 24
A taxa de migração estimada pode ser aplicada ao comprimento do poço aberto. É improvável que a
formação frature se o gás entrar no revestimento antes que a pressão do revestimento se aproxime da
MAASP.
Alguns operadores podem preferir usar o choke manual ao invés de um choke hidráulico remoto, para ter
melhor controle sobre a drenagem da lama.
Se possível, o fluido drenado deve ser encaminhado para um tanque pequeno, tal como um tanque de
manobra, para que o volume possa ser cuidadosamente medido e registrado. O volume dos retornos pode
ser usado para fazer as avaliações sobre o aumento da pressão do revestimento e das condições reais no
fundo do poço.
Uma margem de segurança e uma margem de trabalho devem ser aplicadas para assegurar que a pressão
no fundo do poço não caia durante ou depois de cada ciclo de drenagem.

TÉCNICA DE DESPRESSURIZAÇÃO (VOLUMÉTRICA) COM A PRESSÃO DO DRILL PIPE


Não existe um procedimento padrão para a seleção de margens de segurança e/ou de trabalho. Ambas
vão causar um aumento na pressão no fundo do poço, portanto, a força estimada da formação é uma
consideração primordial ao selecionar as margens. O SIDPP é de 250 psi no poço do exemplo. Suponha
que os supervisores, considerando a MAASP, selecionem 100 psi como uma margem de segurança e 50
psi como uma margem de trabalho. A operação de drenagem consistirá em 3 passos:

1. O aumento das pressões é monitorado até 150 psi. (A combinação das margens de segurança e
trabalho). O SIDPP agora está em 400 psi.
2. Nesse momento, o choke é aberto cuidadosamente e o operador do choke drena o fluido enquanto
mantém a pressão do revestimento constante, até que a pressão do drill pipe seja reduzida até 350
psi. O choke é, então, fechado. Isso conclui um ciclo.
3. Quando as pressões se estabilizam, a pressão do revestimento terá excedido o SICP original.
Conforme a migração continua e a pressão do drill pipe alcança 400 psi, o ciclo se repete.

Ao final de cada ciclo a pressão do revestimento terá aumentado de acordo com a redução da pressão hidrostática
no espaço anular, como um resultado da remoção do fluido do espaço anular. Observe que a pressão no fundo do
poço não é mantida constante todo o tempo, mas é controlada dentro de uma média aceitável acima da pressão da
formação.

O exemplo acima representa a forma mais simples do Método Volumétrico. Poucos cálculos são requeridos
porque a coluna de perfuração, aberta no fundo, age como um manômetro de haste longa usado para medir
a pressão no fundo do poço.

TÉCNICA DE DESPRESSURIZAÇÃO (VOLUMÉTRICA) SEM A PRESSÃO DO DRILL PIPE


Se o SIDPP não estiver disponível para monitorar a pressão no fundo do poço, a expansão do gás é
controlada drenando as quantidades pré-calculadas de fluido do espaço anular em uma série de etapas,
ou ciclos de drenagem.

Cálculos devem ser feitos a fim de estimar a mudança da pressão estática e o aumento resultante na
pressão do revestimento, devido à remoção do fluido do espaço anular.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 25 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Quando um barril de fluido é drenado do espaço anular:
O gás se expande em um barril.
A pressão hidrostática do fluido no espaço anular diminui.
A pressão do poço diminui.
No final de cada ciclo a pressão do revestimento aumenta pela
pressão hidrostática equivalente retirada do espaço anular.

Considere o poço fechado com um kick de gás próximo ao fundo, e


uma float valve instalada na coluna de perfuração, portanto o SIDPP
lerá 0 psi. O gás começa a migrar em direção à superfície, causando
um aumento na pressão do revestimento. Supervisores decidem
controlar a pressão no fundo do poço com o Método Volumétrico.

Planejando a operação:
1. Existem 3 diferentes espaços anulares no poço
através do qual o gás pode migrar.

Figura 6 - 27: Método Volumétrico

Determinar o volume anular usando as capacidades dadas no exemplo.


Revestimento x DP é 0,05037 bbls/pé: 10750 x 0,05037 = 541,47 bbls
OH x DP é 0,04472 bbls/pé: 1640 x 0,04472 = 73,34 bbls
OH x BHA é 0,02914 bbls/pé: 360 x 0,02914 = 10,49 bbls
514,47 + 73,34 bbls + 10,49 = total de 625,3 bbls no espaço anular

2. Determinar a pressão hidrostática exercida por 1 bbl de 15 ppg em cada espaço anular (psi/bbl).

psi/bbl = gradiente (G) ÷ bbls/pé


G = 11,5 x 0,052 = 0,598 psi/pé

Revestimento x DP: 0,598 ÷ 0,05037 = 11,87 psi/bbl


OH x DP: 0,598 ÷ 0,04472 = 13,37 psi/bbl
OH x BHA: 0,598 ÷ 0,02914 = 20,52 psi/bbl

3. Existe uma diferença relativamente grande entre a pressão hidrostática (psi/bbl) no espaço anular entre
o BHA e outro espaço anular no poço; porém o BHA tem somente 360 pés de comprimento, portanto os
supervisores decidem calcular uma média de psi/bbl antes de selecionar o volume a ser drenado.

625,3 ÷ 12750 pés = 0,04904 bbls/pé, média da capacidade anular


0,598 ÷ 0,04904 = 12,2 psi/bbl, média da pressão exercida por 1 barril de fluido de 11,5 ppg no espaço
anular

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 26
Observe que essa é uma avaliação bem específica escolhida aqui para fins de ilustração. Outros fatores, por
exemplo, pressão de fratura, devem ser considerados na seleção das pressões e volume para os ciclos de
drenagem.

4. Selecione as margens de segurança e trabalho. A seleção das margens de segurança e trabalho são
decisões arbitrárias, baseadas no poço específico em questão. Uma margem de segurança de 100 psi é
considerada segura para o poço do nosso exemplo. A margem de trabalho de 50 psi é selecionada porque
ela não é considerada excessiva nesse poço e porque 50 psi podem ser facilmente lidos no manômetro do
espaço anular (revestimento).
5. Selecione um volume para drenar a cada ciclo.

Converter a margem de trabalho de 50 psi em um volume drenado por ciclo.


50 psi ÷ 12,2 psi/bbl (pressão média por barril de fluido de 11,5 ppg) = 4,1 bbls. Quatro barris é um
volume relativamente fácil de medir, portanto deixe 50 psi ser equivalente a 4 bbls.

Nenhuma drenagem será feita até que a pressão do revestimento tenha aumentado no valor das
margens de segurança e de trabalho (400 + 100 + 50 = 550 psi). Neste momento, 4 bbls são drenados
cuidadosamente através do choke, enquanto a pressão no revestimento é mantida constante.
Quando 4 bbls de fluido forem drenados do espaço anular, o choke deve ser fechado, finalizando o
primeiro ciclo. Quando a pressão do revestimento aumentar em mais 50 psi (para 600 psi) serão
drenados mais 4 bbls, o segundo ciclo. Pode-se visualizar a operação como uma escada, cujos
degraus são representados pelos 50 psi de aumento em cada ciclo e a parte horizontal do degrau é
formada quando os 4 bbls são drenados enquanto se mantém a pressão constante, veja a Figura 6-
28.

É importante entender que o princípio volumétrico não implica na drenagem da pressão. É o fluido que é
drenado. O método não resulta em uma queda na pressão do manômetro. Na verdade, justamente o oposto
acontece. A pressão do revestimento é mantida constante somente durante a drenagem e aumenta em seguida,
ao longo de toda a operação.

Figura 6 - 28: Gráfico de Volume de Lama Drenada

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 27 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O volume do fluido a ser drenado é a expansão do gás necessária para fazer com que a pressão no fundo
do poço retorne ao valor da pressão da formação, além de um overbalance pré-determinado para
segurança. O fluido devolvido deve ser medido com precisão em um tanque pequeno e calibrado. É
importante drenar o fluido do espaço anular a uma taxa que permita que a pressão do revestimento seja
mantida constante. Em outro momento, a pressão no revestimento aumentará, refletindo os efeitos da
expansão do gás e da redução da pressão hidrostática no poço. O Controle Volumétrico é alcançado em
uma série de passos que causam o aumento da pressão no fundo do poço, dentro de uma faixa pré-
determinada, o suficiente para impedir outro influxo, e ao mesmo tempo impedir que a formação seja
fraturada. Os exemplos dados são simples e oferecidos somente como uma explicação do princípio
volumétrico. Outros fatores em campo vão influenciar a seleção das margens de segurança, volumes de
drenagem, etc. Por exemplo, embora a taxa de migração do gás possa ser estimada cronometrando o
aumento da pressão no manômetro do revestimento, não há uma garantia de que o gás continuará a
migrar a uma taxa constante através dos diferentes espaços anulares.

A taxa de migração em pés por hora (pés/h) pode ser estimada dividindo a taxa de aumento da pressão
do revestimento pelo gradiente do fluido de trabalho, 12,5 ppg. Suponha que a pressão do revestimento
aumentou 100 psi em 40 minutos.
- psi

7000

6900

6800

FIGURA 6-29: A MUDANÇA DA PRESSÃO NO FUNDO DO


0 5 10 POÇODURANTE
15 20AS DRENAGENS
25 30 35

Volume Drenado - bbls


Figura 6 - 29: Gráfico da Pressão no Fundo do Poço durante as drenagens

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 28
A Figura 6-28 mostra a relação pressão de revestimento x volume drenado. Observe que nenhum fluido é
drenado até que a pressão do revestimento tenha aumentado de 450 psi (valor de fechamento) para 600
psi, a combinação das margens de segurança e trabalho. Nesse momento, 4 bbls de fluido são drenados
do poço, enquanto a pressão do revestimento é mantida constante em 600 psi. Quando 4 bbls forem
drenados do poço, o choke é fechado e o aumento da pressão do revestimento é observado, para 650 psi,
antes que o próximo ciclo de drenagem comece. A pressão máxima na ilustração é aproximadamente de
980 psi. Nesse ponto no exemplo, o gás chegou à superfície, teoricamente.

A discussão do Método Volumétrico se baseia em algumas suposições básicas; presume-se que o influxo de gás
permaneceria em uma única bolha enquanto sobe em um poço vertical e se expande a uma taxa uniforme ao longo
do percurso. Na verdade, muitas coisas influenciam o comportamento do gás em um poço. Se o poço for altamente
desviado ou se o fluido de trabalho tiver base óleo, o gás migraria lentamente, se migrasse. Se o gás estiver em
bolhas ao longo de milhares de pés, uma expansão considerável poderia ter acontecido antes do fechamento do
poço. Nesse caso, a pressão do revestimento seria mais baixa, portanto mais fácil de controlar. A temperatura no
fundo do poço e o tipo de gás também influenciam no comportamento do influxo. Se há um influxo de gás no fundo
de um poço revestido, uma estimativa relativamente precisa da altura original do kick pode ser feita desde que o
ganho do tanque seja preciso. Mesmo assim, outros fatores vêm em cena quando o gás começa a subir. No que diz
respeito às operações de perfuração em um poço aberto, a extensão do gás (supondo que ele permaneça em uma
única bolha) mudará com as alterações dos diâmetros anulares. A bolha seria mais longa em torno de um BHA de
diâmetro largo, e mais curto em uma seção alargada do poço aberto. Essas mudanças em altura afetam a pressão
hidrostática anular e, consequentemente, a pressão do revestimento.

35

30

25

20

15

10

0
5h 10 h 15 h 20 h 25 h 30 h 35 h 40 h

Figura 6 - 30: Volume Drenado Acumulado

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 29 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Não existe uma maneira de prever precisamente a taxa na qual o gás migrará em um poço fechado. O modelo
de computador ilustrado na Figura 6-30 assumiu uma taxa constante de migração de 250 pés/h. Nessa
taxa, levou aproximadamente 4 horas para a pressão do revestimento aumentar do valor do fechamento
para a combinação das margens de segurança/trabalho, e quase 24 horas para completar o primeiro ciclo
de drenagem. Pode ser visto que, além da segurança, a economia é uma preocupação primordial, tendo
em conta os custos operacionais nos dias atuais. Talvez a mais comum aplicação do princípio volumétrico
seja durante as operações de stripping ou snubbing. Operações de stripping são discutidas mais
profundamente no Capítulo 7.

Há várias situações nas quais o método volumétrico pode ser aplicado para controlar um poço até operações
convencionais possam ser aplicadas. Algumas situações comuns estão listadas a seguir.

MÉTODO VOLUMÉTRICO
Quando a coluna de trabalho está fora do poço e o gás está migrando.
Quando as bombas estão inoperantes.
Quando a coluna de trabalho está obstruída.
Durante um período longo de fechamento, enquanto o fluido está sendo preparado ou equipamentos estão
em reparo.
Quando há um desgaste na coluna do trabalho que impede a remoção do kick por um método de
circulação.
Quando a coluna de trabalho fica a uma distância considerável do fundo e o kick está abaixo da
coluna.
Quando há pressão no espaço anular em um poço de produção ou injeção devido a um vazamento
do tudo ou do packer.
Durante as operações de stripping e/ou snubbing.
Quando há comunicação entre as colunas de revestimento, devido aos trabalhos imperfeitos de
cimentação ou buracos no revestimento.

O MÉTODO DE LUBRIFICAÇÃO E DRENAGEM (LUBE & BLEED)


O Método Lube and Bleed é uma aplicação do Método Volumétrico que pode ser usada para remover o gás na
superfície de forma segura, quando não é possível circular o gás para fora do poço. O fluido é bombeado para
dentro do poço espaço anular. Um tempo suficiente deve ser dado para que o fluido
caia através do gás, aumentando, assim, a pressão hidrostática anular. Uma vez que a pressão hidrostática
anular é aumentada como um resultado do fluido bombeado, a pressão do revestimento é reduzida por aquele
valor.
A operação implica no bombeio de um volume de fluido cuidadosamente medido. A altura do fluido bombeado
é estimada, e depois convertida em pressão hidrostática equivalente. Esse valor será, posteriormente, drenado
através do choke. Quando o fluido é bombeado, o gás é comprimido, pois o poço se encontra fechado, qualquer
pressão excessiva deve ser evitada, pois com o bombeio, a pressão em tod o o poço irá aumentar. A pressão e,
consequentemente, o volume de fluido injetado devem ser limitados de acordo com as características específicas
do poço.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 30
Uma bomba de baixa vazão é ideal para essa operação. Após injetar o fluido, deve-se analisar o tempo
necessário para que o fluido desça através do gás. É importante que o fluido fique abaixo do choke, para garantir
que somente o gás seja drenado. O tempo de espera vai variar de acordo com a geometria do poço, o tipo de
fluido injetado, e a seção do poço em que o fluido ficará acomodado. Isso pode levar 30 minutos ou mais. Ao
drenar o gás, a pressão do revestimento é reduzida pelo ganho de hidrostática, além da pressão extra devido à
compressão do gás quando o fluido foi bombeado também. Pode haver um leve aumento da pressão pois o gás
subirá um pouco através do fluido que está caindo. A operação é finalizada quando o gás é removido e o poço
está cheio de fluido.

Usando dados de exemplos anteriores:


Pressão da superfície (SICP): 1000 psi
Poço aberto: 8,5 pol
Drill pipe: 5 pol, 19,5 lbs/pé
BHA: 6,5 pol, 360 pés
Peso da lama: 11,5 ppg
Capacidade de bombeio: 0,044 bbls/stk

Se for decidido aumentar a pressão da superfície em um valor especificado, por exemplo, 100 psi, ao
longo do procedimento, cada vez menos fluido por ciclo de bombeio será requerido para alcançar o
aumento de 100 psi, conforme o volume de gás no poço é reduzido. É impossível prever precisamente a
reação volume/pressão durante a operação inteira. No exemplo abaixo, o valor de 50 psi é escolhido
porque, 1) é um aumento de pressão relativamente baixo, 2) é a nossa margem de trabalho escolhida.

Determine a pressão exercida por um barril no espaço anular revestimento x drill pipe.

Determine o volume de fluido equivalente à pressão hidrostática de 50 psi.


50 psi ÷ 0,598 psi/pé = 83,61 pés

Determine o número de strokes requerido para bombear 4,21 bbls.

Se uma bomba de baixa vazão for usada, pode ser mais preciso medir o volume bombeado do que o número
de strokes). A bomba é ligada cuidadosamente para superar a pressão proveniente do poço conforme o fluido
é bombeado para dentro do espaço anular, até que a pressão do revestimento aume nte em 50 psi, ou até que
os 4,21 barris tenham sido bombeados, o que ocorrer primeiro. Nesse momento, uma decisão deve ser tomada
quanto ao tempo para permitir que o fluido bombeado caia abaixo do choke e todo o efeito hidrostático tenha
sido ganho. Depois que este tempo passado é aguardado e a pressão do revestimento está estabilizada, o choke
é aberto cuidadosamente e a pressão do revestimento é reduzida, de acordo com o aumento na pressão
hidrostática, além do aumento devido à compressão. Conforme a operação continua, o volume por estágio é
reduzido e a pressão devido à compressão aumentará.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 31 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Figura 6 - 31: Pressão no Fundo do Poço x Volume Bombeado

Figura 6 - 32: Pressão do Revestimento x Volume Bombeado

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 32
Esse procedimento, bombear fluido, esperar para que ele troque de lugar com o gás no poço, e depois reduzir
a pressão do revestimento, é repetido até que o espaço anular tenha somente fluido e a pressão do revestimento
reduza tanto quanto possível. Se o poço estiver em underbalance, o espaço que o gás ocupa no poço deve ser
substituído por um fluido com peso suficiente para compensar o underbalance. Isso pode não ser previsível ou
possível se o poço estiver para ser amortecido. Os gráficos nas figuras 6-31 e 6-32 ilustram a operação. Note
que se o valor de 50 psi é usado como o alvo de aumento da pressão como um todo, o volume do liquido
bombeado em cada passo deve ser reduzido. Algumas decisões específicas relacionadas ao poço devem ser
tomadas, como, por exemplo, o final da operação. As técnicas usadas para remover o final do gás dependerão
das bombas usadas e da preferência da empresa.

RESUMO
Dois métodos de circulação têm sido desenvolvidos para remover um influxo indesejado com segurança; o
Método do Sondador e o Método do Engenheiro. Ambos os métodos podem ser usados para matar o poço se
necessário. O gás migratório pode ser controlado usando o Método Volumétrico quando a circulação convencional
não for possível ou desejada. O Método Lube and Bleed fornece meios de remover o gás preso no topo do espaço
anular com segurança.

EXERCÍCIOS
1. Quais dos seguintes métodos de controle do poço podem ser usados para remover gás preso na superfície
do poço com segurança?
A. Método do Engenheiro.
B. Método do Sondador.
C. Lube and Bleed.
D. Todos acima.

2. Por que o Método do Engenheiro é frequentemente preferido ao Método do Sondador em locais offshore?
A. O Método do Engenheiro é finalizado em menos tempo do que o Método do Sondador.
B. Unidades offshore têm bombas maiores do que as unidades em terra.
C. Barcos de apoio offshore sempre têm barita disponível para a sonda.
D. O Método do Engenheiro normalmente exerce menos pressão sobre um poço do que o Método do
Sondador.

3. O que é feito durante a segunda circulação do Método do Sondador?


A. A lama de matar é circulada ao longo do poço.
B. O kick é circulado para fora do poço.
C. A operação de controle é completamente documentada em uma kill sheet.
D. A coluna de perfuração é preenchida com lama de matar.

4. Depois de trocar a lama original pela lama de matar o poço é fechado. O SIDPP está em zero e o SICP
indica a pressão no espaço anular. Qual é a possível causa da diferença nas pressões do fechamento?
A. O peso da lama de matar está incorreto.
B. Há algum fluido da formação no espaço anular.
C. O manômetro do revestimento está impreciso.
D. B e C estão corretas.

Métodos de Controle com BHP Constante 6 - 33 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
5. Todos os métodos de circulação são .
A. Métodos de controle com BHP constante.
B. Métodos de pouco ajuste do choke.
C. Métodos de pressão constante do revestimento.
D. Nenhuma das anteriores.

6. Ao planejar uma operação para matar um poço, três limites de pressão são considerados. Quais dos
limites listados abaixo não são comumente considerados?
A. Classificação dos equipamentos da cabeça do poço.
B. Classificação da coluna de perfuração.
C. Força da formação (MAASP).
D. Classificação do revestimento.

7. Normalmente não se aplica uma margem de segurança no cálculo do peso da lama de matar. Por
quê?
A. Mais tempo é necessário para preparar a lama de matar.
B. Barita é caro. Normalmente não há a necessidade de ter este gasto excessivo.
C. Normalmente não é considerada uma boa prática aplicar nenhuma pressão além da necessária,
até que o influxo seja removido.
D. Mais força de trabalho é necessária para a mistura da lama.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Métodos de Controle com BHP Constate 6 - 34
Capítulo 7
TÓPICOS ESPECIAIS E COMPLICAÇÕES
Os capítulos anteriores discutiram as principais causas de Blowouts, precauções e técnicas
comumente utilizadas para controlar poços emkick. Os exemplos dados foram baseados nas
condições mais simples, isto é, poços praticamente verticais com influxo próximo do fundo do poço,
dimensões consistentes do poço e todo equipamento da plataforma funcionando corretamente.
Estatísticas têm revelado que essas condições perfeitas se aplicam a menos de 25% dos poços
perfurados em todo o mundo. As discussões neste capítulo visam situações nas quais técnicas
básicas de controle de poços tenham sido modificadas e aplicadas a alguns problemas comuns que
podem surgir durante uma operação de controle de poço.

Poços com Alto Ângulo/ Horizontais


Os exemplos apresentados no Capítulo 6 (Métodos de Controle de Pressão) consideram kicks de
gás ocorridos em poços verticais ou praticamente verticais. O Método do Engenheiro e o
acompanhamento da killsheet para poços verticais consideram que, à medida que o fluido de
mataré bombeado para a região inferior da coluna de perfuração, tanto a pressão hidrostática
quanto a perda de carga na coluna aumentam simultaneamente. Esta suposição não é totalmente
correta porque o comprimento da coluna bombeada pode não aumentar, efetivamente, no mesmo
grau para cada stroke da bomba devido à variação nos diâmetros tubulares. Na realidade, o
cronograma de queda de pressão do drill pipe normalmente resulta em pequenos aumentos da
pressão no fundo já que a pressão de circulação pode diminuir da PIC calculada à PFC. Esta
diferença é insignificante e praticamente não tem efeito na operação.

Se uma killsheet padrão fosse utilizada em poços desviados, isso resultaria em uma pressão maior
exercida no poço aberto porque a maior parte do aumento da pressão hidrostática ocorre no ponto
de desvio, conhecido comokick-off. No entanto, a perda de carga continuará aumentando até que o
fluido mais pesado atinja o fim da coluna; quanto maior o ângulo de inclinação, maior a diferença.
Embora os princípios básicos de prevenção de blowout não mudem, kicks em poços altamente
desviados exigem atenção especial. Poços com uma inclinação de até aproximadamente 60º da
vertical podem ser tratados como poços retos para o controle de poços, porém, conforme a
inclinação aumenta, o Método do Engenheiro se torna mais complexo. A kill sheet não é complicada
mas requer alguns dados que não são considerados durante o controle de um poço vertical.
Considera-se um único ponto de kick-off (Kick-Off Point - KOP), um ponto em que o ângulo
desejado é alcançado (End Of Build - EOB) e uma inclinação consistente para a profundidade
desejada (Target Depth TD). Note que as profundidades vertical e medida devem ser conhecidas
nestes pontos.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 2


As abreviações a seguir são utilizadas na coleta de dados a serem inseridos na kill sheet desviada.
• MD = Profundidade Medida (Measured Depth)
• TVD = Profundidade Vertical (True Vertical Depth)
• KOP = Ponto de Kick-Off (Kick-Off Point)
• EOB = End Of Build

O poço na Figura 7-1 teve um kick de gás próximo ao fundo. O


operador decidiu matar o poço utilizando o Método do Engenheiro. O
ângulo médio no poço do exemplo é 60º. Uma kill sheet, semelhante à
oficial do IWCF, aparece no final deste capítulo e poderia ser usada
para planejar uma operação de controle de poço adotando o Método
do Engenheiro, utilizando os dados do poço no exemplo.

Pressão do teste de absorção:


1070 psi Revestimento: 9-5/8 in a10000 pés
Lama do teste 10,9: ppg MD: 10000 pés
ρ fratura: 15,0 ppg TVD: 5000 pés
MAASP: 106 psi Poço aberto: 8,5 in MD: 12000 pés
Bombas: 0,105 bbls/stk TVD: 7654 pés
ρ lama: 11,5 ppg SIDPP: 250 psi SICP: 180psi
KOP MD: 2000 pés PRC a 30 spm 620 psi
KOP TVD: 2000 pés PRC a 40 spm 840 psi
EOB MD: 4000 pés
EOB TVD: 3465 pés
Figura 7 - 1: Poço Desviado

Embora o exemplo dado seja um pouco mais detalhado que os exemplos de poço vertical no Capítulo 6,
muitos poços direcionais são bem mais complexos. Muitos poços são perfurados com uma configuração
“S” e poços horizontais são regularmente perfurados no mundo todo. O raio do ângulo de construção
dificulta o perfil da pressão de circulação quando o Método do Engenheiro é utilizado. Se o ângulo é
construído em menos de 6º/100 pés ele é considerado uma construção de “raio longo”. Um raio entre 8º e
40º/100 pés é considerado um “raio médio” e um “raio pequeno” para ângulos de construção de poços de
1,5º a 3º/100 pés. Poços modernos são projetados utilizando aplicações avançadas de software. Empresas
de serviços de perfuração direcional usam ferramentas de medição de fundo para reunir e inserir dados
em tempo real em computadores na superfície conforme a perfuração avança.

O software de controle de pressão geralmente é integrado aos sistemas gerais de modelagem


computacional. A discussão a seguir aborda algumas das complexidades que surgem com relação ao
controle de pressão em poços horizontais ou praticamente horizontais.

Poços horizontais são perfurados por diversas razões e as técnicas operacionais variam muito. O termo
“horizontal” simplesmente descreve a inclinação final do poço, mas não indica a finalidade da perfuração
do poço ou as técnicas operacionais empregadas. Alguns são perfurados em underbalance, usando água
ou uma mistura de água/nitrogênio como fluido de perfuração. Outros são perfurados em extremo
overbalance. As técnicas são determinadas considerando a geologia, bem como as metas finais de
produção.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Não é possível desenvolver um procedimento padrão para lidar com kicks em todos os poços
horizontais, mas existem algumas considerações comuns a todos os poços horizontais que não se
aplicam a poços verticais.
 A detecção de um kick pode ser difícil caso ele ocorra na seção de alto-ângulo do poço. Uma vez
que se realize o fechamento, a SIDPP e a SICP podem apresentar o mesmo valor se todo o influxo
estiver na seção horizontal. Se houver uma diferença significativa entre as pressões isto indica que
alguns ou todos os kicks se estendem na seção vertical do poço.
 Gás na seção horizontal do poço pode se acumular ao longo do topo lateral do poço se a seção
contiver elevações e declives (ondulações). O gás trapeado nessas ondulações terá a tendência de
ser espalhado ao longo do espaço anular horizontal quando estiver circulando, e então
possivelmente puxado para a seção vertical quando a tubulação for removida do poço. O gás terá
pouca ou nenhuma migração na seção horizontal. Se o influxo for circulado com um método de
BHP constante, pouca ou nenhuma expansão de gás irá acontecer enquanto o influxo permanecer
na seção horizontal do poço. Uma vez que o kick entre na seção vertical, o gás irá se expandir
rapidamente, tornando difícil a manutenção de uma pressão de circulação constante enquanto o
kick é circulado para fora do poço.
 A configuração de uma coluna de perfuração em um poço horizontal pode ser radicalmente
diferente daquela usada em um poço vertical. Os comandos de perfuração (drill collars) podem
estar próximos da superfície, e tubos pesados de perfuração (Heavy Weight Drill Pipe - HWDP)
abaixo dos drill collars, e o drill pipe e ferramentas abaixo do HWDP. Às vezes há um acúmulo
significativo de cascalhosna parte inferior em poços de raio médio ou longo que podem restringir
severamente o fluxo em torno da coluna. A possibilidade de acúmulo de cascalhos, além das
diferenças no projeto da coluna de perfuração, irá afetar o volume anular e consequentemente a
velocidade anular durante a circulação. Quando o gás entra na seção vertical (em torno dos drill
collars, por exemplo) o influxo irá ganhar comprimento. A resultante do aumento da taxa de fluxo
através do choke pode levar a um rápido incremento na pressão do revestimento. Neste caso, o
choke terá que ser ajustado rapidamente para manter uma pressão constante no fundo de forma a
minimizar a pressão na base do revestimento e em formações fracas.
 Em algumas áreas, poços horizontais são perfurados muito próximos do ponto de equilíbrio da
formação (balance) ou potencialmente underbalance em formações que estão verticalmente
fraturadas, aumentando a área da formação produtora exposta. Nesses casos, mais formações
produtoras são expostas, em poços de altos ângulos. O potencial para aumento de fluxo,
comparado a poços verticais, pode resultar em grandes influxos assim como o aumento da
probabilidade de perda de circulação. À medida que um kick entra em áreas fracas ao longo do
poço desviado, isto pode resultar em leituras de pressão incertas na superfície. A diminuição do
SIDPP ou SICP logo após o fechamento pode indicar que a formação está recebendo fluido, o que
em seguida pode resultar em aprisionamento da coluna ou em um blowout subterrâneo na seção
de alto ângulo. Da mesma forma, os fluidos da formação podem continuar a fluir para dentro do
anular a partir de uma zona diferente se o fluido de matarentrar em uma fratura depletada.

O Método do Sondador pode ser uma boa escolha para controlar kicks em poços de alto ângulo. O tempo
de fechamento é minimizado e não é necessário desenvolver um cronograma detalhado de bombeio.
Como em um poço vertical, o influxo é bombeado para fora do anular, mantendo a pressão de circulação
constante a uma taxa de bombeio constante. O Método do Sondador é especialmente adequado se o
poço estiver sendo perfurado próximo ao balance. Em casos como esse, uma vez que o influxo tenha sido
removido do anular, as operações de perfuração podem continuar.

Se o poço precisar ser amortecido após o influxo ter sido removido, a pressão no fundo pode ser
controlada mantendo uma pressão de revestimento constante à medida que o fluido de matar é
bombeado até o final da coluna de perfuração. Uma vez que a coluna de perfuração esteja preenchida
com a lama mais pesada, a pressão de circulação é mantida até a lama de matarretornar à superfície.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 4


Poços de alto ângulo e horizontais podem apresentar um comportamento inesperado após um kick
ter sido circulado para fora e o poço estiver novamente sob controle hidrostático. Seções
irregulares podem conter bolsas de gás em regiões do poço com reentrânciase ondulações. Em
taxas reduzidas de circulação (PRC), o gás pode migrar para dentro destas seções irregulares.

Depois de o poço ter sido amortecido e o BOP ser aberto, recomenda-se uma nova circulação a
uma taxa mais alta, a fim de remover o gás dessas possíveis reentrâncias. À medida que o gás se
aproxima da superfície, irá expandir-se livremente. Se o fluxo de retorno e os níveis nos tanques
de lama aumentarem de forma significativa pode ser necessário fechar o poço novamente e trazer
o gás para condições controladas (Método do Sondador) para evitar que um novo kick entre no
poço. Deve-se resistir à tentação de aumentar ainda mais o peso da lama.

O MÉTODO DO ENGENHEIRO PARA POÇOS ALTAMENTE DESVIADOS


Utilizar o Método de Engenheiro para amortecer poços altamente desviados pode ser complicado
porque, até que a coluna de perfuração esteja cheia de lama de matar, haverá uma mistura na
coluna de fluidos em ambos os lados do tubo em U a partir do começo da operação. Se a pressão
no fundo tiver que ser constante enquanto o fluido de matarfor bombeado até o final da coluna,
alguns ajustes devem ser feitos no cronograma normal de bombeio.

Quando o Método do Engenheiro for usado em um poço horizontal, as mudanças na pressão


hidrostática e na perda de carga são tratadas separadamente à medida que a lama de mataré
bombeada. O cronograma de pressão de circulação para um poço horizontal teria uma pressão
linear para a seção vertical, um cronograma separado para os pontos a partir do Ponto de Kick-Off
(KOP) até o ponto horizontal, e um cronograma linear a partir do ponto horizontal até o final da
coluna. A fim de construir o gráfico, devem ser conhecidas a profundidade vertical e a profundidade
medida em vários pontos ao longo dos raios do ângulo da construção. Como declarado
anteriormente, os avanços dos instrumentos de fundo de poço e da tecnologia têm tornado
possível que supervisores tenham acesso a dados indisponíveis há apenas alguns anos. Programas
de computador e planilhas eletrônicas podem prever com precisão as pressões de circulação.

A principal vantagem do Método do Engenheiro em poços verticais é que ele pode resultar em
pressões mais baixas sendo exercidas no poço aberto, se o fluido de matarentrar no anular antes
que o influxo de gás alcance a superfície. Em poços horizontais ou de alto ângulo, o efeito do
aumento da pressão hidrostática, devido ao fluido de matarno anular, não é percebido até que o
fluido mais pesado comece a entrar na seção vertical do poço no espaço anular. Se o volume da
coluna de perfuração, mais o volume anular, da profundidade desejada até o ponto horizontal, for
maior do que o volume anular do ponto horizontal até a superfície, então o influxo será circulado
para fora do poço antes que a lama de matarentre no anular vertical. O maior benefício em utilizar
o Método do Engenheiro em poços altamente desviados é a possibilidade de amortecer o poço em
uma circulação, porque as pressões da superfície já terão alcançado seus maiores valores.

A discussão a seguir descreve as considerações que se aplicam quando se utiliza o Método do


Engenheiro em poços com alto ângulo, sem o auxílio de programas de computador. Se a diferença
entre a pressão para o KOP em um cronograma padrão de pressão e a pressão calculada no KOP
for maior do que 100 psi, então um gráfico de pressão para um poço com desvio, provavelmente, é
justificável. Se for menor do que 100 psi, pode ser melhor usar o método padrão de cálculo do
cronograma de pressão, a menos que SICP se aproxime da MAASP. O quadro a seguir ilustra as
diferenças na pressão de circulação no EOB sob diferentes condições no poço. Nota-se que a
mudança de cálculo para uma pressão especial de desvio não deve ser empregada quando o
ângulo médio for inferior a 60°, e/ou a densidade equivalente do kick for menor do que 1,0 libra
por galão em comparação com a densidade do fluido original.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Comparação da Discrepância Máxima de Pressão x Registros de Pressão em Poços
Verticais e com Alto Ângulo

MD (pés) TVD do Intensidade Média dos Método com Método com Método com
EOB (pés) do Kick(ppg) Ângulos Poço Vertical Poço Poço Vertical
Ponto A (psi) Desviado A-B psi
Ponto B (psi)
12000 7654 1,0 60 878 825 53
5786 1,0 75 804 721 83
3910 1,0 90 738 622 116
7654 2,0 60 1156 1051 105
5786 2,0 75 1008 841 167
3910 2,0 90 876 643 233
7654 3,0 60 1435 1276 159
5786 3,0 75 1212 961 251
3910 3,0 90 1014 659 355
15000 9154 1,0 60 959 900 59
6563 1,0 75 828 757 95
3910 1,0 90 738 583 155
9154 2,0 60 1316 1200 119
6563 2,0 75 1104 914 190
3910 2,0 90 876 635 241
9154 3,0 60 1679 1500 179
6563 3,0 75 1356 1071 285
3910 3,0 90 1054 652 402
Figura 7 - 2: Comparação da Discrepância Máxima de Pressão x Registros de Pressão em Poços Verticais e com Alto Ângulo

Os cálculos do quadro consideram:


• 11,5 ppg fluido original
• 3º /100 pésde margem de ângulo
• 2000 pés KOP

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 6


Pressão de Circulação calculada no EOB
Para aplicar os dados do quadro, os cálculos a seguir devem ser usados como uma forma de
estimar a diferença para a pressão de circulação entre um cronograma de pressão vertical padrão e
um para poços com desvio, quando o MD e o TVD são conhecidos em vários pontos ao longo do
raio do ângulo estabelecido.

1. Calcular o aumento da perda de carga por cada pé na coluna de trabalho.


aumento na fricção (psi/pé) = (PFC (psi) – PRC original (psi)) ÷ comprimento da coluna (pés)

2. Calcular o ganho na pressão hidrostática na seção vertical.


Ganho na PH (psi/ft) = SIDPP (psi) ÷ TVD do poço
Ou
*Ganho na PH (psi/ft) = (ρ lama de matar (ppg) – ρ lama original (ppg)) x 0,052

*Observação: Este resultado pode ser maior do que o calculado usando-se SIDPP, devido aos
critérios de arredondamento de decimais para calcular o peso da lama de matar.

3. Calcular a pressão de circulação a uma dada profundidade (requer a MD e a TVD em vários


pontos ao longo do poço).

Pressão de circulação (psi)=PIC(psi)+(aumento na Fricção (psi/pé) x MD (pés)) -

(Ganho na hidrostática (psi/pé) x TVD (pés))

O cálculo 3 é repetido para diversos comprimentos iguais ao longo do raio do poço direcional, para
determinar a pressão de circulação correta. Quando o comprimento horizontal é mais longo do que
a parte vertical do poço, a pressão de circulação no KOP pode efetivamente ser menor que o valor
da PFC. A pressão irá aumentar desse ponto para PFC, como resultado do aumento da perda de
carga conforme o fluido de matarse aproxima do final da coluna. O efeito hidrostático do fluido de
matar é percebido no KOP, porém a perda de carga continua a aumentar até que o fluido mais
pesado entre no anular. A Figura 7-2 ilustra um método gráfico passo-a-passo de determinação da
queda de pressão necessária para deixar a pressão da formação em condição de balance ou
overbalance enquanto bombeia-se lama de matar da superfície para a broca, em um poço
desviado.

1. Ambas PIC e PFC x strokes (ou volume) são traçadas no papel de gráfico.
2. Determinar a maior discrepância que pode ocorrer na proximidade do final do ângulo do poço.
O cálculo 3 acima irá prever a pressão de circulação.
3. Traçar a pressão de circulação em relação ao volume (usando MD).

A diferença máxima entre o cronograma padrão de bombeio e o cronograma de desvio pode então
ser determinada. Independente do gráfico de pressão a ser usado, PIC e PFC são as mesmas como
determinado pela kill sheet padrão.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


PRESSÕES DE POÇOS COM ALTO ÂNGULO X POÇOS VERTICAIS

A diferença entre os cálculos de controle PIC

de um poço vertical e poços


desviados/horizontais ocorre entre a VERTICAL
PIC e PFC, com a maior discrepância no
final do ângulo do poço. DIRECIONAL

PONTO DE
KICK -OFF

HORIZONTAL PFC

PONTO
HORIZONTAL

Figura 7 - 3: Pressões de Poços com Alto Ângulo x Poços Verticais

Figura 7 - 4: Kill Sheet Horizontal 1

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 8


psi 0 stks/mi

psi stks/min

psi stks/min

psi stks/min

psi stks/min

Poços com Alta Pressão e Alta TemperaturaFigura


(HPHT)
7 - 5: Kill Sheet Horizontal 2

Um poço com Alta Pressão e Alta Temperatura (HPHT) é definido como qualquer poço no qual a
temperatura no fundo seja maior do que 300°F e onde nem a máxima pressão de poros prevista de
qualquer formação permeável exceda 0,8 psi/pé (15,4 ppg), ou um poço que precise de
equipamentos de controle de pressão com uma classificação de pressão de trabalho maior do que
10000 psi. Poços HPHT são perfurados com margens estreitas entre a pressão da formação e
pressão de fratura. E é difícil controlar as pressões do poço tanto em condições estáticas quanto
dinâmicas. Pequenas alterações na pressão no fundo do poço podem resultar em kicks, ballooning
e/ou perda de circulação. Estatísticas indicam uma probabilidade de 100% para a ocorrência de
pelo menos um kick durante a perfuração de uma seção HPHT do poço.

As operações em HPHT foram classificadas em 3 níveis separados:

Nível I
Poços com pressões de reservatório de até 15000 psi e temperaturas de até 350°F. A maioria das
operações HPHT tem sido realizada sob as condições no Nível I.
Nível II
Poços Ultra HPHT são poços caracterizados por pressões de reservatório de até 20000 psi e/ou
temperaturas de até 400°F. Certos poços no Golfo do México se enquadram no Nível II.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Nível III
Poços Extreme HPHT são poços com pressões de reservatório de até 30000 psi e/ou temperaturas
de até 500°F. O Nível III é a classificação HPHT com as lacunas de tecnologia mais significativas.
Diversos reservatórios de gás na América do Norte e no Golfo do México se enquadram nesta
categoria.

Exceto as classificações de nível listadas acima, os princípios e as técnicas usados para perfurar
poços HPHT são os mesmos daqueles para perfuração convencional. As práticas de perfuração
convencional adaptadas para poços HPHT e cada um destes projetos de perfuração têm seus
próprios desafios.

A preparação e planejamentometiculosos, incluindo o treinamento da equipe, são cruciais para o


sucesso de qualquer projeto HPHT. Ao contrário dos poços convencionais, o comportamento do
fluxo na superfície em poços HPHT pode não refletir o que está acontecendo realmente na parte
inferior do poço.

Esta discussão trata de 4 das principais preocupações no planejamento de um poço HPHT:


• Fluidos de perfuração
• Práticas de perfuração
• Detecção de Kick
• Equipamentos de controle de pressão

Fluidos de perfuração
Operações HPHT geralmente exigem fluidos de alta densidade. Os efeitos observados na superfície
não refletem com precisão as condições do fundo do poço, devido ao ambiente de fundo dos poços
HPHT. A maioria das lamas com base água que é usada em poços convencionais, que não são
HPHT, não irá funcionar em condições extremas que existem na parte inferior de poços profundos e
mais quentes. A margem de pressão entre levar um kick e perder retorno pode ser tão baixa, entre
1,0 ppg e 2,0 ppg. Em comparação, a margem de pressão em poços que não são HPHT pode variar
de 3,0 ppg até 5,0 ppg em alguns poços. Administrar a pressão no fundo em condições de HPHT
exige atenção constante e conhecimento sólido de hidráulica de fundo de poço.

Lamas com base água /Bentonita (gel)


Temperaturas altas irão dispersar e flocular suspensões de água/bentonita à medida que a
temperatura e a pressão aumentam. O resultado é o aumento na viscosidade do fluido. Se não
houver produtos químicos defloculantes suficientes no fluido, ou se o próprio defloculante romper,
pode ocorrer uma grave floculação e alta força gel. Esta condição normalmente ocorre em
manobras e pode causar problemas quando a circulação for restabelecida. Resistências excessivas
ao gel irão ocorrer em um sistema simples de água doce e bentonita conforme a temperatura se
aproxima de 250°F. A temperatura real que desencadeia a floculação térmica depende da
composição do fluido. Uma alta força gel pode se desenvolver nessas situações e, no pior dos
casos, o fluido de perfuração pode, na verdade, solidificar.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 10


Lamas com BaseÓleo e Lamas Sintéticas (SBM)
A lama com base óleo normalmente é necessária para perfuração de formações em alta
temperatura, acima de 270ºF. Entretanto, as propriedades da lama com base óleo também levam
a uma série de problemas de controle em poços de gás de alta pressão. O que complica o flow
check e pode mascarar os primeiros sinais de alerta de kick, isto é, fluxo contínuo e ganho de
volume quando a circulação é interrompida.

Os principais problemas causados por kicks de gás quando a lama com base óleo é
utilizada são:
• A solubilidade do Gás/Óleo afeta a detecção do kick.
• Pode haver problemas de manipulação do gás em solução na superfície.
• Os kicks geralmente são maiores devido à compressibilidade do óleo.
• Pressão trapeada após o fechamento, devido à expansão térmica da lama com base óleo.
• Pressões do revestimento ficam mais altas quando o gás alcança a superfície.
• Separador lama-gás (Bernardão) pode ser sobrecarregado com gás em solução a jusante do choke.

A margem de pressão pequena também aumenta a probabilidade de perda de circulação e


problemas associados. Quando utilizando a lama com base óleo a perda de circulação é mais difícil
de controlar ou remediar por várias razões.

As razões são:
• A salinidade da fração de água na lama com base óleo previne a reação e o inchaço do xisto e
a subsequente cicatrização das fraturas.
• Há uma quantidade limitada de fluido base disponível no local.
• A disponibilidade de fluido base pode se tornar um problema.

Ambas as perdas de água HPHT e API aumentam com a elevação da temperatura. Isto é devido,
principalmente, à perda de eficácia do produto e a mudanças na compressibilidade do reboco com
as alterações de temperatura. Da mesma forma, conforme a temperatura aumenta as reações
químicas do fundo do poço mudam. Os efeitos de quaisquer contaminantes serão aumentados de
modo significativo à medida que a energia térmica afeta as reações. Seja qual for a causa, o
resultado final é que um fluido de perfuração antes estável pode se tornar difícil de controlar a
temperaturas mais altas.

A pressão do poço é mais difícil de administrar com lama com base óleo, devido à alta compressão
mecânica e as propriedades de expansão térmica do óleo base. Conforme a lama é circulada
através do poço, estas mudanças na densidade e viscosidade da lama podem resultar em variações
significativas na pressão hidrostática e na densidade equivalente da circulação (ECD). Os efeitos
combinados de pressão e temperatura na lama com base óleo podem variar a pressão hidrostática
de fundo em até 300 psi a profundidades de 15.000 a 20.000 pés. À medida que a temperatura do
fluido muda, a pressão hidrostática também é alterada.

Normalmente há uma diferença entre a pressão no fundo calculada e os dados dos instrumentos do
PWD (Pressure While Drilling - Pressão Durante a Perfuração) devido aos efeitos de variação de
temperatura e de compressibilidade. A compressão do fluido irá aumentar a pressão no fundo,
enquanto a expansão térmica irá diminuir a pressão no fundo. Se a seção HPHT é profunda, mas a
alta temperatura não é um problema, a pressão no fundo será maior do que o esperado. De forma
alternada, se a seção HPHT está a uma profundidade média, mas com temperaturas mais altas, a
pressão no fundo será menor do que o esperado.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Kicks de gás liquefeitos rapidamente se dissolvem nalama com base óleo. Pequenos volumes de
gás não detectáveis, tão pequenos quanto dois barris, podem entrar no poço e permanecer em
solução líquida até que circulado para seu ponto de pressão de bolha, antes da ruptura da solução
próxima à superfície. Quando o gás sai da solução a jusante do choke, ele pode rapidamente
sobrecarregar o Separador lama-gás resultando em um escapamento de gás na superfície do
sistema de lama.

Práticas de Perfuração
A transição para a zona HPHT apresenta o maior desafio ao perfurar poços HPHT. O rápido
aumento na pressão intersticial pode levar a uma situação sub-balanceada perigosa devido à
natureza expansiva dos influxos de gás HPHT. A margem entre a pressão da formação e a pressão
de fratura diminui com a profundidade do poço conforme a perfuração progride. Recomenda-se que
as válvulas de contrapressão (BPV) com porta sejam usadas na coluna de perfuração para
operações de perfuração HPHT. A principal razão para usar uma válvula float com porta versus
uma válvula sem porta é garantir a pressão de fechamento através do tubo bengala (SIDPP) exata
se o poço for fechado em um kick.

Práticas de perfuração que são mais ou menos padronizadas para poços convencionais são
alteradas e adaptadas para atender as especificações de um poço HPHT.

Interrompendo a Circulação
• Muito cuidado ao interromper a circulação depois de uma manobra, ou de longos períodos
estáticos, a fim de evitar pressão excessiva no poço aberto, reduzindo a chance de ballooning
e/ou fratura da formação. Um procedimento padrão semelhante ao descrito abaixo deve ser
desenvolvido.
• Revisar a memória dos dados da ferramenta de PWD para indicações de picos de pressão
antes de interromper a circulação.
• Caso seja possível, girar a coluna de perfuração lentamente antes de iniciar a bomba.
• Interromper a circulação lentamente, usando apenas uma bomba a uma taxa reduzida de
circulação (10 spm), até que a circulação seja confirmada.
• Aumentar a taxa de bomba vagarosamente, em incrementos de 10 spm, até alcançar a
velocidade de bombeio desejada.
• Trazer a segunda bomba gradualmente até que também esteja a uma velocidade normal de
bombeio.

Perfuração controlada
O principal objetivo da perfuração controlada em poços HPHT é controlar o carregamento de
cascalhos no anular. Taxas de alta penetração aumentam a carga de cascalhos no espaço anular,
que resulta em uma ECD mais alta e pode induzir ao ballooning da formação ou à perda de
circulação. Conforme a densidade equivalente de circulação (ECD) aumenta, uma circulação pode
ser necessária para remover o excesso de cascalhos no espaço anular. Varreduras de limpeza no
poço devem ser selecionadas de acordo com o POP (Procedimento Operacional Padrão) do
operador e baseada na geometria do poço. O retorno de cascalhos e ROP devem ser monitorados e
controlados de modo a não sobrecarregar o espaço anular com cascalhos. Outros fatores, tais
como o modelo do BHA e a rotação também podem afetar a ECD.

Não é incomum ter um determinado volume de fluxo de retorno em poços HPHT quando as bombas
são paralisadas. O retorno de fluxo acontece devido, principalmente, à compressibilidade da lama
com base óleo. Além disso, ao longo do tempo a expansão térmica pode criar pequenos fluxos que
podem ser mal interpretados como falsos kicks.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 12


Os procedimentos devem ser desenvolvidos para determinar de forma precisa todos os ganhos e
perdas de volume do tanque ativo, de modo que as perdas e ganhos de volume devido ao
ballooning possam ser identificados. Esses procedimentos, chamados de fingerprinting ou retrato
do comportamento do poço, são incorporados ao programa geral de práticas de perfuração de
poços.

Os testes de fingerprinting são utilizados para quantificar os diferentes efeitos físicos das condições
HPHT no fluido de perfuração, que podem ser observados na superfície.

Estes efeitos incluem:


• Flow back
• Pressão trapeada
• Compressão da Lama
• Expansão Térmica

Todos os medidores de pressão e instrumentação do volume do tanque devem ser calibrados e


checados antes de realizar testes de fingerprinting. O manômetro no painel do choke normalmente
é indicado como o manômetro primário para todas as pressões registradas. Se alguns manômetros
não estiverem calibrados, eles devem ser reparados e calibrados novamente antes da perfuração
de uma zona HTHP.

Os dados dos testes de fingerprinting auxiliam a determinar se um influxo entrou ou não no espaço
anular e também ajuda a determinar as pressões de fechamento precisas em caso de um influxo
no poço. Os testes normalmente são realizados antes da perfuração da sapata do revestimento e
quando é circulada uma nova lama no poço. Os dados resultantes dos testes devem ser
apresentados em tabelas que mostrem a instrumentação do sondador e do mud logger (registrador
de lama).

Teste de Flow Back(Fluxo de Retorno)


O teste de Flow back é realizado nos limites mais altos e mais baixos das taxas de fluxo de
perfuração esperadas. Sua finalidade é ajudar a diferenciar um influxo da formação do fluxo de
retorno normal e de ballooning quando as bombas são desligadas. O flow back inicial é devido à
descompressão da lama. O fluxo residual pode ser lento devido à expansão térmica. A pressão da
expansão térmica irá se estabelecer a uma taxa semelhante da determinada pelo teste de
fingerprinting. Se o fluxo residual for um possível kick, o poço deve ser fechado e as pressões
avaliadas. A circulação de um bottoms up através do choke irá confirmar se o fluxo se deve a um
influxo ou a uma expansão térmica. Registros de todos os flow backs irão auxiliar a estabelecer
suas tendências, o que permite uma verificação rápida de quais taxas e volumes aceitáveis de flow
back.

As características de fingerprinting do flow back irão alterar durante as operações de perfuração


conforme o fluido de perfuração é circulado, permitindo que as propriedades dos fluidos e
temperaturas normalizem. Volumes de flow back devem ser registrados e plotados sempre que a
circulação é interrompida, por exemplo, durante o flow check ou ao fazer uma conexão. Os picos
de gás durante um bottoms up devem ser previstos. Gráficos de comparação devem ser
disponibilizados pelos Mud Loggers para auxiliar na detecção de um influxo.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Método de teste de flow back
Depois de garantir que nenhum tool joint esteja nas gavetas, o sondador desliga as bombas.
Quando a pressão do standpipeé zero, o fluxo é desviado para o tanque de manobra. O ganho de
volume é registrado em intervalos de um minuto, até que o fluxo pare e o volume do tanque de
manobra se estabilize. Mud Loggers também devem registrar este procedimento. Os dados são
traçados em um gráfico de volume x tempo.

Conexões Dummy
O objetivo de uma conexão dummy é determinar se um influxo irá entrar no espaço anular quando
as bombas são desligadas. A intenção é determinar se a pressão de poros tem ou não aumentado
ou se aproximado da coluna hidrostática de lama, mas é menor do que o ECD. Conexões dummy
devem imitar uma conexão real, tanto quanto possível e devem ser realizadas sempre que as taxas
de gás de conexão aumentarem. O gás que é acumulado no poço durante as conexões dummy
deve ser circulado completamente para fora do espaço anular antes que outra conexão seja feita.

Teste para resposta de controle de poço


Em poços HPHT profundos onde a lama com base óleo compressível é utilizada, o tempo de atraso
entre fazer um ajuste do choke até que ele seja evidente no indicador de pressão da coluna pode
ser considerável. O exercício prático de tempo de resposta auxilia a antecipar a ação durante a
circulação de um kick.

Método de teste de resposta


Com o fechamento do poço, a HCR aberta e o choke fechado, 500 psi são aplicados ao poço.
Depois que a pressão do revestimento se estabilizar, a bomba é ligada à taxa reduzida de
circulação selecionada, enquanto o operador de choke mantem a pressão do revestimento
constante. Quando a bomba estiver na taxa selecionada e a pressão do revestimento estiver
correta, o choke é manipulado para que a pressão da drill pipereduza para 400 psi. Após a
estabilização da pressão do drill pipe, o choke é fechado para que a pressão do drill pipe retorne
para 500 psi. O tempo de atrasode cada manipulação do chokeé registrado. O teste é concluído
através do desligamento da bomba, enquanto se mantém a pressão de revestimento em 500 psi.

Teste de pressão trapeada


O objetivo do teste de pressão trapeada é determinar os valores parapressão trapeada com o
fluido específico e a configuração da coluna de perfuração a ser usada para a perfuração da seção
do poço aberto. O teste é válido para kicksem underbalance em lamas tanto com base óleo com
base água.

Método do teste de pressão trapeada


O poço é circulado à taxa de bombeio de perfuração até que o peso da lama no tanque de sucção e
na flowline tenha se equalizado. O Sondador suspende a coluna de perfuração e fecha o poço,
utilizando o método hard de fechamento. A pressão de fechamento através do revestimento (SICP)
é registrada a partir do painel de choke, assim como da unidade de mud log e o tempo de
fechamentodo preventor anular. A pressão é então drenada. O volume drenado e o tempo
necessário para interromper o fluxo são registrados. Depois de completar o teste acima o choke é
aberto, deixando o preventor anular fechado e o teste é repetido a diversas taxas reduzidas,
registrando as pressões de fechamento em intervalos de um minuto até que as mesmas se
estabilizem.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 14


O intervalo entre a parada da bomba o completo fechamento dochoke também é registrado. Os
resultados deste teste devem ser registrados em uma tabela e armazenados com uma cópia
impressa.

Se um poço HPHT é fechado sob a suspeita de um kick, recomenda-se que o volume obtido na
fingerprint da pressão trapeada seja drenado. O volume drenado não deve exceder 5bbls por ciclo.
Se o ballooning for evidente, o volume total a ser drenado será mais alto do que o indicado pelo
teste. Se a pressão depois após a drenagem for mais alta do que a pressão inicial, a pressão de
fechamento real foi alcançada.

Teste de expansão térmica


O teste de expansão térmica é realizado depois da circulação completa do poço revestido, de forma
a determinar se haverá aumento ou diminuição na pressão de fechamento devido a mudanças na
temperatura da lama. O BOP é fechado e 500 psi são aplicados no espaço anular. A pressão de
superfície x tempo é registrada a cada 5 minutos ou em intervalos determinados pelo Supervisor
de Perfuração.

A Figura 7-6 é uma comparação entre a expansão do gás em lama com base óleo e lama com base
água. Se o Sondador não detectou o influxo inicial, ele não verá outra indicação do problema até
que o gás alcance o ponto de bolha e comece asair da solução. Quando o gás solúvel na lama com
base óleo alcança o ponto de bolha, conforme o fluido é circulado em direção à superfície, o gás
pode entrar em erupção, fluindo sobre a mesa rotativa.

O espaço anular deve ser circulado sempre que houver dúvida acerca de um sinal de alerta de kick,
tal como um flow check, um aumento no gás de fundo (gás de background), uma quebra na taxa
de penetração (drilling break), ganhos inexplicáveis de tanque, aumento na taxa de fluxo ou
redução do peso da lama. Se houver suspeita de que as pressões de fechamento são uma
consequência dos efeitos de HPHT, a lama deve ser circulada através do choke com o preventor
anular fechado. Muita atenção deve ser dada para o sensor de fluxo conforme o bottomsupé
circulado e a lama se aproxima do ponto de bolha. Qualquer aumento rápido no fluxo pode ser uma
indicação de que o gás esteja saindo da solução. O Separador lama-gás deve alcançar a capacidade
máxima, a taxa de bombeio e a abertura dochoke podem ser temporariamente reduzidos. Uma vez
que o gás seja removido, a taxa de bombeio e a posição dochoke retornam ao normal.

Flow check durante a perfuração


A identificação do kick pode ser difícil em poços HPHT. Apesar de os primeiros sinais de alerta de
um kick não se diferenciarem entre poços convencionais e HPHT, o procedimento padrão de flow
check é um pouco modificado. Espera-se que os sondadores reajam a qualquer ganho de volume
inesperado fechando imediatamente o poço, seguindo as práticas estabelecidas para as operações
em curso. O sensor de fluxo de retorno deve ser calibrado para registrar o fluxo de retorno como
uma porcentagem da taxa de bombeio da lama. O sensor de fluxo de retorno não deve ser usado
para flow checks.

O poço deve ser fechado, sem necessidade de um flow check, sempre que houver dúvida acerca de
um influxo devido aos sinais de alerta questionáveis de kick ouflow checkduvidoso. A duração de
um flow check deve ser de pelo menos 15 minutos ou mais se houver qualquer dúvida.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


DETECÇÃO DE KICK DE GÁS EMLAMA COM BASE ÓLEO

LAMA COM BASE ÁGUA LAMA COM BASE ÓLEO

POÇOS IDÊNTICOS

____ bbl ganho? ______ bbl ganho?

10.0 BBLS DE GÁS

0% GÁS DISSOLVIDO 100% GÁS DISSOLVIDO

GÁS EM SOLUÇÃO: Gás que tenha se dissolvido no óleo base da LAMA COM BASE ÓLEO.
Apenas ______ % do volume do gás dissolvido é disfarçado pela solução.

COMPARAÇÃO DE FECHAMENTO LAMA COM BASE ÓLEO X ÁGUA

Expansão do Gás em Lama com base água Expansão do Gás em Lama com base óleo

0’ 0’

Ponto de
Bolha
2,000’ Pressão do Ponto de Bolha: A
Profundidade

Profundidade

5,000’ combinação de pressão/ temperatura

5,000’ na qual o gás quebra a solução

À medida que o gás é bombeado (1,000’ à 2,000’ abaixo da linha de

10,000’ para superfície, a expansão produz fluxo).Ganho de tanque detectável

um ganho de tanque detectável, À medida que o gás da solução é

bem antes de o gás atingir a bombeado para superfície, ele se

15,000’ superfície. 10,000’ comporta como fluido e não se

expande à medida que a pressão

é reduzida.

20,000’ Ganho de Volume 15,000’

Detectável

2 5 BBLS 1,020 20,000’ 2 5 BBLS 1,020

Figura 7 - 6: Comparação no Fechamento

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 16


Procedimento de flow check (Durante a perfuração)
• Interromper a perfuração e suspender a coluna para garantir que não haja tool joints no BOP
stack.
• Desligar as bombas.
• Desviar o fluxo de retorno para o tanque de manobra.
• Iniciar lentamente a rotação e monitorar o nível do taque de manobra até que se decida se o poço
está ou não fluindo, referindo-se aos dados anteriores dofingerprintdo retorno de fluxo.
• Se o poço estiver fluindo, fechá-lo imediatamente com o método de fechamento hard.
• Registrar SICP e SIDPP.
• Verificar pressão trapeada, efeitos de expansão térmica e/ou sobrecarga da formação.

Práticas de Manobra
SEPARADOR LAMA-GÁS
Em todos os casos, é essencial que as práticas
de manobras sejam consistentes e que seus
registros sejam mantidos de modo que uma
comparação possa ser feita com uma manobra
anterior. As pressões de pistoneio e surge SEPARADOR ABASTECI

devem ser modeladas antes que qualquer


VENTLINE LAMA- MENTO
(8”MINIMO) GÁSOPERATING

manobra sejaplanejada. Se estiver bombeando


para fora do poço, é recomendável que seja a DO CHOKE
MANIFOLD
uma taxa significativamente maior do que o PARA O
TANQUE OU
volume de aço sendo removido do poço, como OVERBOARD

uma forma de precaução contra o pistoneio. A VÁLVULA DE


ALÍVIO

manobra deve ser suspensa enquanto estiver


enchendo ou esvaziando o tanque de 4”SYPHON BREAK

manobra. Uma vez que a coluna de perfuração


esteja sendo removida até a sapata (ou até o
ponto calculado para a manobra seca) o
volume do tanque deve ser verificado para
PENEIRAS

garantir que seja o mesmo volume de quando


a broca estava no fundo, menos o volume DO TANQUE DE LAMA
SELO
bombeadodo tubo sendo removido HIDRÁULICO
(10’MINIMUM)
(deslocamento da coluna). O fluxo deve ser
verificado neste ponto e se houver
discrepâncias, deve-se fechar o poço. Se
houver uma discrepância entre o volume
DRENO
calculado e o volume real na manobra, se o
flow check permanecer duvidoso, ou se houver Figura 7 - 7: Separador Lama-Gás
qualquer dúvida em relação aos volumes, a coluna deve ser descida de volta ao fundo e o espaço
anular deve ser circulado. A manobra não deve ser retomada até que o poço esteja em overbalance.

Equipamento
O equipamento de superfície deve ser avaliado quanto à sua conformidade para a perfuração de
HPHT durante a fase de planejamento. O modelo do BOP, incluindo as peças de reposição
disponíveis, deve seguir os critérios para Equipamentos de Controle de Pressão estabelecidos na
API RP 53.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Especificações de temperatura para elementos de vedação de diferentes fornecedores variam.
Dados para o BOP em uso devem estar disponíveis e verificados conforme adequado para o poço
planejado. É recomendado que pelo menos uma gaveta da tubulação, revestida para a maior parte
da coluna de trabalho em uso, atenda a maior temperatura prevista da superfície do poço, e que a
gaveta cega/cisalhante esteja revestida para a maior temperatura prevista da superfície do poço e
também que as vedações internas do elastômero para cada gaveta no stack sejam classificadas
para a maior temperatura prevista da superfície do poço.

Separador lama-gás
Há grande probabilidade de encontrar grandes volumes de gás na superfície durante operações de
perfuração HPHT. O separador lama-gás separa gases livres da lama de perfuração quando
circulando através do choke.

Muita atenção deve ser dada para o indicador do selo hidráulico quando o gás estiver próximo da
superfície, de modo a não sobrecarregar o separador lama-gás. Caso o separador lama-gáscomece
a sobrecarregar, a taxa de bombeio e a abertura do choke devem ser ajustados. A taxa e o choke
podem voltar ao normal depois de o gás ser ventilado.

Nota: Este procedimento só é utilizado paraa circulação de


gasesem um poço de fechado com o choke aberto. Não deve
ser confundido com procedimentos padrão de controle de
poço.

Instrumentação do Separador Lama-Gás


O separador lama-gás deve ter uma instrumentação
adequada para indicar a presença de gás no selo hidráulico
devido à pressão excessiva. Se a vedação hidráulica for
removida, gás e lama irão para as peneiras. Conforme
discutido anteriormente, o gás é rapidamente liberado
dalama com base óleo quando ele alcança seu ponto de
bolha (aproximadamente ± 1,500 pés abaixo da mesa
Figura 7 - 8: Monitor do Selo Hidráulico
rotativa).

Hot Loop Separador Lama-Gás


Nos casos onde a capacidade de tratamento de gases do separador lama-gás seja excedida, um
selo de lama deve ser fornecido como uma barreira final entre o separador e o sistema de
processamento de lama a jusante. A capacidade de by-passdo sistema é determinada pela altura
do selo hidráulico e o diâmetro da linha de ventilação. O selo hidráulico pode ser contaminado por
hidrocarbonetos produzidos, que podem reduzir a eficácia deste selo. A circulação da lama limpa e
fresca dos tanques através do selo hidráulico pode ajudar a evitar o comprometimento da
capacidade de tratamento dos gases. Este fenômeno é conhecido como “hot loop”

Float Valves
É recomendado que float valves com portas sejam usadas para as operações de perfuração de
HPHT. A razão principal do uso de float valve com porta em relação a uma válvula sem porta é a
avaliação precisa da pressão de fechamento do drill pipe (SIDPP). Além disso, ao puxar o tubo, não
haverá lama no drill pipe. Puxar o drill pipe molhado apresenta um risco adicional de segurança,
lama quente respingando na equipe, assim como a queda da pressão hidrostática no poço. A única
desvantagem de usar uma float valve com porta é que os volumes de manobra apresentarão uma
margem de erro para as primeiras seções removidas do poço.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 18


Drop in Sub (Dart Sub) DROP IN SUB (DARTSUB)

Um drop-in sub, localizado logo acima da extremidade


DART
inferior da coluna de perfuração (BHA – Bottom Hole DESCENDO AO
Assembly), pode ser descido como uma contingência caso SUB DE BASE

haja um alto risco de entrada de gás na coluna.

Seções de Perfuração e Conjunto de Kill


O objetivo de usar uma seção de perfuração (drilling stand) SUB DE BASE

e um conjunto de kill (kill assembly) é mitigar o risco de


ocorrência dekick em situações onde as pressões iniciais de
circulação possam exceder a pressão de trabalho DART
ASSENTADO
classificada do sistema de circulação. NO SUB

Sistema de injeção de inibidores de hidratos


Hidratos podem se formar na presença de gás metano que Figura 7 - 9: Drop in Sub
flui a temperaturas baixas a jusante do choke.
Se a linha para o separador lama-gás
DRILLING STAND CONJUNTO DE KILL
estiver obstruída por hidratos, o
acúmulo de pressão resultante a • Facilmente acessível
• A operação de controle pode ser combinada
jusante do choke pode causar uma com a bomba de cimento
falha catastrófica nos equipamentos, DRILLPIPE
• A bomba de cimento pode ser usada com
uma taxa bem reduzida
porque a classificação dos • TDS pode ser isolada se a pressão de trabalho
equipamentos a jusante do choke é da bomba de lama for excedida
bem menor do que a montante.
10/15K
Injeção de glicol ou metanol é usada FOSV
10’ PUPJOINT
para evitar o aumento de hidratos
nestas linhas.
DRILLPIPE FOSV
Ao usar uma lama com base óleo nos
poços de HPHT, a temperatura da linha
de fluxo pode se aproximar do ponto 10/15K
10’ PUPJOINT

de fulgor do óleo base. Conforme o FOSV


tamanho do poço é reduzido, a SUB DE ENTRADA
velocidade com a qual a lama retorna LATERAL
FOSV
para a superfície aumenta, trazendo, DRILLPIPE
FOSV PARA
portanto, mais calor para a superfície. SEÇÃO
Vários fatores podem afetar as
temperaturas da lama na superfície, 10/15K
FOSV
portanto elas devem ser monitoradas SAVERSUB
de perto nos poços de HPHT.
Figura 7 - 10: Drilling Stand e Conjunto de Kill

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais& Complicações7-19


Equipamentos de Monitoramento de Temperatura
Altas temperaturas de lama no retorno podem ter um
efeito contrário nos elementos de vedação do BOP e
podem produzir altos volumes de fumaça que, por sua vez,
apresentam um risco de incêndio. Temperaturas
extremamente baixas podem ser vistas quando o gás se
expande através do choke e manifolds excedendo a
especificação da baixa temperatura do manifold dochoke,
reduzindo a classificação de pressão do aço. Um sistema
de monitoramento de temperaturas deve ser instalado
para assegurar que a temperatura contínua do sistema
não seja excedida. As temperaturas devem ser
monitoradas na flowlinede retorno, a jusante e a montante
do choke e na linha de fluxo a montante de todos os Figura 7 - 11: Unidade de Injeção de Glicol
chokes.

Resumo para HPHT


Já que a indústria continua a perfurar poços mais
profundos e mais quentes, novas técnicas devem ser
aplicadas às práticas convencionais de perfuração e aos
equipamentos utilizados. Os poços HPHT apresentam
várias complicações devido ao ambiente do fundo do poço.
Lamas com base água não conseguem resistir a longas
exposições a temperaturas de fundo acima de 300ºF. A
característica de lamas com base óleo compressiva-
expansiva (óleo ou óleo sintético), embora resistente a
temperaturas altas, complica o controle da pressão no
fundo do poço. A detecção de kicks é frequentemente mais
difícil. Parâmetros observados na superfície podem não
refletir as condições reais do fundo do poço. Instrumentos
modernos de compilação de dados de fundo,integrados à
Figura 7 - 12: Equipamento de Monitoração
geração de software de computadores, são usados para de Temperatura
apresentar informações em tempo real na superfície. Cada
projeto de perfuração de poços HPHT é diferente, portanto
um planejamento e preparação meticulosos são cruciais
para o sucesso de qualquer projeto de HPHT.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 20


Perda de Circulação/Blowouts Subterrâneos
Fatores de segurança durante a circulação
Muitas pesquisas têm sido feitas em relação à conveniência de adicionar o fator segurança ao
controlar um poço emkick. A questão levantada é “Qual é o fator de segurança adequado e como
ele é selecionado e aplicado?” É importante entender que o fator segurança, aplicado através da
manipulação dochoke, não apenas aumenta a pressão no fundo do poço. A pressão extra é
exercida ao longo do poço, e também na sapata do revestimento, frequentemente considerada a
área mais frágil do poço aberto. Outro meio de adicionar o fator segurança é circular uma lama de
matar mais pesada do que a calculada a fim de criar um overbalance sobre a formação. Circular o
fluido mais pesado resultaria também em uma pressão maior do que a da lama de matar calculada
na base do revestimento. No entanto, se o aumento da pressão hidrostática fosse subtraído da
perda de carga no anular, não haveria fator de segurança exercido sobre a formação. A pressão
total na sapata do revestimento pode ser, na verdade, menor, devido ao aumento da pressão
hidrostática no espaço anular (P sapata = PHsapata + P Revestimento). O tempo de circulação seria
diminuído se o fluido de matar mais pesado representasse uma margem de segurança de manobra.
Se por alguma razão o poço precisasse ser fechado após o fluido de matar preencher a coluna de
perfuração, a pressão na sapata do revestimento apresentaria um valor maior do que o inicial.
Operadores consultados sobre este assunto têm preferência pelo controle do poço com o fluido de
matar calculado, para apenas depois da operação de controle adicionar margens de segurança,
como a de manobra, por exemplo, uma vez que a segurança dos funcionários e os equipamentos
tenham sido assegurados, fazendo com que a prevenção de blowouts subterrâneos seja o objetivo
principal da operação.

Retornos de Perdas Parciais


Nem sempre é fácil diagnosticar uma circulação parcialmente perdida quando ela começa
inicialmente durante uma operação de controle de poço. Embora a pressão do revestimento possa
flutuar, a pressão da circulação pode não dar uma indicação imediata porque o problema em
desenvolvimento está no espaço anular; a fricção da circulação não mudará apreciavelmente. Se
houver gás associado ao kick, o gás vai expandir conforme se levanta no poço. Nesse caso, um
aumento no volume do tanque seria esperado e pode ser considerado como “normal”. Se a barita
estiver sendo adicionada ao sistema, ela irá causar o ganho de tanque de aproximadamente 1
barril para cada 15 sacas (1500 lbs) misturadas. Uma vez que não é possível saber qual seria um
ganho “normal”, pode ser difícil identificar perdas parciais. Em algum momento, à mediada que as
perdas continuam a piorar, a pressão do revestimento vai cair de forma constante, seguida de uma
queda na pressão do drill pipe. Fechar o choke, a fim de manter a pressão da circulação correta,
poderia aumentar a quantidade de fluido perdido para a formação, piorando a situação. Quando
chegar a hora que essa situação for percebida, a formação pode estar tomando fluido de uma
forma constante.

Blowouts subterrâneos
Blowouts subterrâneos (underground blowouts) acontecem quando há uma zona dekick e uma
zona de perda de circulação no mesmo poço aberto. A zona de perdapode estar acima ou abaixo da
zona dekick. Ambos os casos são, por vezes difíceis de identificar prontamente e quase sempre
difíceis de controlar ou sanar. Uma vez que um blowoutsubterrâneoocorre, os custos que o
acompanham podem ser extremamente altos. O dano em potencial para o meio ambiente é
inaceitável e a produção futura do poço pode ser completamente comprometida.

No caso de perda total de retornos, dependendo da gravidade do blowout subterrâneo em


desenvolvimento, as pressões do poço podem mudar rapidamente, resultando na possibilidade de a
pressão do revestimento exceder a MAASP.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 -21


Os sinais abaixo podem vir acompanhados de um blowout subterrâneo:
• Comunicação entre o drill pipe e o espaço anular pode ser perdida. A pressão do drill pipe,
depois de cair repentinamente, pode apresentar um vácuo.
• Suspender e descer a coluna pode acabar não causando nenhuma alteração na pressão do
revestimento.
• Pode haver uma vibração repentina do drill pipe ou resistência ao mover o tubo contra zonas
de erupção.
• O conjunto de BOP pode vibrar violentamente.
• As pressões de fechamento serão mais baixas do que o esperado.
• A pressão do anular pode começar a aumentar devido à migração do gás conforme o fluido
da formação entra o poço. Pode haver a necessidade de bombear através do anular para
manter a pressão abaixo das limitações da superfície e/ou revestimento.

Não existe uma única solução recomendada para a perda total de circulação em um poço com kick
porque não existe uma comunicação precisa entre a pressão da circulação e a pressão do
revestimento. O modelo de tubo em U não se aplica, portanto, métodos de pressão no fundo do poço
constante não podem ser usados. Se o bombeio através da coluna não causar um aumento da pressão
no espaço anular, o poço deve ser fechado. A causa é, provavelmente, um blowout subterrâneo.
Algumas técnicas que têm sido usadas com sucesso estão listadas abaixo, no entanto, não há
substituto para experiência específica em campo. Uma técnica que foi bem-sucedida em uma área
pode não ter o mesmo sucesso em outra.
• Se uma pressão extra foi mantida no poço com uma margem de segurança, ela deve ser
removida. É possível que, caso a pressão extra seja removida, especialmente quando as
perdas começaram primeiro, a zona de perdairá se “curar” e o procedimento de controle pode
continuar conforme planejado.
• A taxa de circulação pode ser reduzida a fim de diminuir a perda de carga no anular (Δanular)
exercida sobre o poço. Isso é feito mantendo a pressão do revestimento em seu valor atual à
medida que a taxa de bombeio é ajustada. Quando a taxa de bombeio estiver correta, assim
como a pressão do revestimento, a nova pressão de circulação estará correta.
• Permitir que o poço “descanse”. Suspender a coluna e fechar o poço. Às vezes a zona de
perdairá se “curar”.
• Durante esse período estático, os manômetros devem ser cuidadosamente monitorados e
quaisquer mudanças na pressão devem ser documentadas. Se a pressão do poço começar a
aumentar, a pressão no fundo poderá ser controlada drenando-se o fluido pelo choke,
mantendo a pressão do drill pipe constante.
• Em algumas áreas um tampão pesado tem sido utilizado, bombeando-o até o fundo, a fim de
suprimir ou matar o kick. Embora seja raro, isso tem funcionado em certas áreas e onde o
kick é pequeno e a zona de perda está acima da zona do kick. Uma vez que a formação com
kick seja controlada, medidas podem ser tomadas para reparar a zona de perda que está
mais acima.
• Embora o LCM seja comumente utilizado nessa situação, existem duas preocupações básicas
que devem ser consideradas:1) Circularo LCM faz com que a perda de carga no anular
aumente, 2.) O LCM pode obstruir o BHA e/ou os jatos da broca.

Se essas tentativas iniciais falharem, azona de perdadeve ser identificada a fim de tentar recuperar o
controle do poço. Na maioria dos casos, perfis elétricos são descidos em um wireline para localizar a
zona de perda. Uma vez que a zona de perda tenha sido definida, várias técnicas podem ser usadas
para reestabelecer a circulação.
1. Empresas de serviço de cimentação podem fazer cimentos especiais destinados a interromper
os fluxos subterrâneos.
2. Tampões de barita, uma mistura de barita e água, são às vezes usados para obstruir o poço
acima da zona de kick e parar o fluxo para dentro do poço. O tempo que a barita leva para se
assentar torna difícil conseguir um bom tampão com um grande fluxo de água. No entanto,
tampões de barita frequentemente funcionam bem com influxos de gás. O deslocamento

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 22


correto é crítico porque a barita vai irá assentar rapidamente quando a bomba for desligada.
Jatos da broca podem ficar obstruídos ou o BHA pode ficar aprisionado.

3. Um tampão do tipo gunk plug, uma mistura de bentonita e óleo diesel, pode ser eficaz no
controle temporário de um fluxo de água. Quando a substância viscosa entra em contato com
a água, a bentonita age como um cimento de argila grosso. Gunk plugs enfraquecem ao longo
do tempo. Se o gunk plug for eficaz, um tampão de cimento permanente pode ser colocado
acima dele.
4. Às vezes é possível controlar um poço de forma dinâmica através do bombeio em alta vazão a
fim de dominar a zona de erupção gerando uma alta fricção anular.
5. Em casos mais graves, poços de alívio são perfurados e técnicas dinâmicas são implementadas.

Kicks acima do fundo


Kicks quando a coluna de trabalho está fora do fundo
Kicks detectados quando a coluna de trabalho está suspensa são
normalmente resultantes do pistoneio nas manobras ou descidas contínuas
com ferramentas de wireline quando a coluna de trabalho está
completamente fora do poço. Em ambos os casos, o kick deveser detectado
medindo-se o volume bombeado durante a manobra ou monitorando-se o
espaço anular. A fim de finalizar o controle do poço em kick, deve-se ter: 1)
a coluna de trabalho abaixo do influxo e, 2) possibilidade de circulação
através da mesma.

Quando um poço é fechado com a coluna fora do fundo, as pressões de


fechamento (SIDPP e SICP) serão provavelmente iguais. Supondo que o kick
esteja abaixo da coluna de trabalho, o tubo em U não será mais aplicado. Se
o poço fosse circulado com a broca acima do fundo,haveria pouca ou
nenhuma diferença. A coluna deve ser descida até uma profundidade abaixo
do kick e, depois, circular o influxo para fora do poço. A única forma segura
de se realizar esta operação é descendo a coluna através do preventor
fechado enquanto a pressão no fundo do poço é controlada (stripping
volumétrico).

Outras técnicas, além do stripping, têm sido usadas em certas áreas. Por
exemplo, realizar um stage-back para dentro de um poço e circular em cada
estágio, ou a técnica de “top kill”, preenchendo o espaço anular em ciclos ao
manobrar para fora do poço. Essas técnicas têm sido desenvolvidas através
da experiência de campo em áreas específicas. Elas não são geralmente Figura 7 - 13: Drill Pipe
recomendadas e estão além do escopo desse texto. no Stack

Se o volume do fluido bombeado no poço for menor do que o volume pré-determinado correto de
deslocamento do tubo (considerando as características normais do poço) em uma manobra de
retirada de coluna, a manobra deve ser interrompida imediatamente. A válvula de segurança de
abertura plena (FOSV) deve ser conectada na coluna de trabalho e um flow check deve ser
realizado. Se o poço estiver fluindo, ele deve ser fechado para que o fluxo seja interrompido o mais
rápido possível e para que a situação possa ser analisada sob condições estáticas. Mesmo que o
poço não esteja fluindo, uma vez que tenha sido determinado que o fluido da formação tenha sido
pistoneado, o tubo deve ser descido novamente para o fundo e o influxo circulado usando-se o
método de pressão no fundo do poço constante.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 -23


ESTÁGIO 1
Ultrapassando um kick (exemplo)
Descer de volta para o fundo em um poço aberto, 3,500

ou seja, tentar “ultrapassar o kick” já levou a 4,500 HIDROSTÁTICAA

muitos blowouts desastrosos. Se estiver seguro


5,500
para descer a coluna, desde que o poço não esteja

PROFUNDIDADE
fluindo “muito”, então o “muito” precisa de uma 6,500
PRESSÃO DE PO ROS

definição. Quanto é “muito”? Os exemplos 7,500

seguintes ilustram como um incidente comum de


8,500
pistoneio pode se tornar um evento perigoso de 9, 186ft

controle do poço. 9,500 494 psi

10,500

11,500
PRESSÃO

Figura 7 - 14: Estágio 1

ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3

3,500 3,500

4,500 4,500

5,500 5,500
5,577pé
PROFUNDIDADE

6,500 6,500
DEPTH(pé

7,218pé
7,500 7,500
s)

8,500 8,500
9, 9,
186pés 186pés
9,500 290 psi 9,500

10,500 10,500

11,500 11,500
PRESSÃO PRESSÃO

Figura 7 - 16: Estágio 2 Figura 7 - 15: Estágio 3

ESTÁGIO 4 ESTÁGIO 5

3,500 3,500

4,500 4,500

5,500 5,500
PROFUNDIDADE

6,500 6,500
DEPTH(pé

7,500 7,500
7,874p 7,874p
és és
s)

8,500 8,500
9, 186ft 9,
186pés
9,500 9,500

10,500 10,500

11,500 11,500
PRESSÃO PRESSÃO

Figura 7 - 18: Estágio 4 Figura 7 - 17: Estágio 5

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 24


Operações de Stripping LAYOUT DA SONDA PARA MÉTODO VOLUMÉTRICO
ESTÁTIcO E STRIPPING COMBINADOS

Operações de stripping podem ser definidas como a


movimentação do tubo para dentro ou para fora do poço,
através de um preventor fechado, contra a pressão do ACCURATEPRESSURE
GAUGES
poço, quando as forças ascendentes,provenientes do poço (VARIOUSRANGES)

forem menores que o peso do tubo. A expressão


usadapara descrevera situaçãoque requer uma operação
ADJUSTABLE
de stripping é “tubo pesado”. Se as forças do poçoforem CHOKE
CALIBRATED
TRIPTANK

maiores do que o peso do tubo,a situação é considerada ANNULAR PREVENTER


(SEEDETAIL)
“tubo leve”. Em condições de tubo leve, a operaçãode
movimentação do tubopara dentro do poço é conhecida
como snubbing. Snubbing é uma operação especializada
que requer equipamentos diferenciados, como uma
unidade de workoverhidráulico ou unidades de flexitubo,
os quais não serão cobertos nessa discussão.
CALIBRATED
STRIPPINGTANK

Práticas de stripping seguras envolvem duas preocupações


principais: 1) Operação mecânica, que consiste da
instalação e operação do equipamento, atribuições
específicas para a equipe, deslocamento e cálculos de Figura 7 - 19: Layout da sonda para o
volume cuidadosos. 2) Migração de gás durante a Método Volumétrico Estático e Stripping
Combinados
operação, o gás está associado à maioria dos fluidos da
formação, logo, deve-se considerar a controle da pressão
no fundo do poço caso haja migração do mesmo. TANQUE DE MANOBRA

Embora as duas questões sejam discutidas ANNULUS


HANDADJUSTABLE
CHOKE

simultaneamente durante as operações reais, serão


BLEEDLINE

FLUID LEAKING
PASTPREVENTERS
discutidas separadamente por motivos de simplicidade e
clareza.

Os requisitos de equipamentos básicos para operações de CALIBRATED MEASURINGTANK


(TRIPTANK)

stripping, usando um preventor anular contra uma pressão


relativamente baixa são:
• Um sistema de descarga de fluido a partir da cabeça
do poço (BOP) em um tanque exclusivo e
precisamente calibrado, para permitir medição
meticulosa dos ciclos de drenagem. Figura 7 - 20: Tanque de Manobra

• Um sistema de controle do BOP que permita resposta


rápida e garanta vedação quando otool joint passar
pelo elemento de vedação do preventor. Requisitos de Equipamentos para Stripping com um Preventor
Anular

• Equipamentos extras usados para garantir operações PRE-CHARGEFITTING

eficazes. NITROGEN-CHARGED BAG-TYPE ACCUM ULA TOR


(3,000psiWP10GALCA PACITY)
PRE-CHARGEDTO400psi

É muito importante que os supervisores conheçam o limite


dos seus equipamentos e que manuais de manutenção e BALLVALVE

operação estejam prontamente disponíveis. Danos aos OPENING LINE

CLOSING LINE TO

elementos de vedação dos preventores durante operações TRTM REGULATINGVALVE

3000 psiGAUGE

de stripping são causa de mais de um blowout.


REMOVEPLUG TOVENT MAKETHISPIP ING ASSHORT
OPENING CHAMBER AND DIRECT ASPOSSIBLE
DURINGSTRIPP ING

Figura 7 - 21: Requisitos de Equipamentos


para Stripping com um Preventor Anular

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 -25


Uma breve descrição dos requisitos
para equipamentos e limites REGULADORA DA VÁLVULA HCR
operacionais é feita a seguir. A Figura
7-19 é um layout esquemático da
linha de descarga de fluidoda cabeça
do poço, através da linha
dechokeechoke manifold em um
tanque de manobra calibrado. Um ACUMULADOR
strip tank calibrado é usado para
monitorar e registrar os volumesde
deslocamento de tubos fechados que 600

estão sendo descidos no poço. O


3,000

tanque de manobra contém o aumento


LINHA
de volumeda expansão do gáscomo “FECHADA” LINHA
NE “ABERTA”
resultado da manipulação dochoke BOMBA
(Método Volumétrico) e é monitorado VÁLV.
CONTROLE
BOP STACK
e registradoseparadamente do volume ANULAR

de deslocamento do tubo.
REGULANDO PRESSÃO DE AR Outra vantagem da válvula reguladora à
Em muitas operações, algum FLUIDO NORMAL VENTILADO
prova de falha TRTM é o alto fluxo através
vs. Tamanho da válvula devido aos múltiplos
vazamento ocorrerá já que o tool joint PRESSÃO DE CONTROLE REGULADA trajetos de fluxos; assim, ela é responsiva a
passa pelo preventor anular. Esse operações de stripping devido à linha de
3,000 PSI FONTE HIDRÁULICA suspiro com múltiplas portas.
volume de fluido deve ser medidoe
PRESSÃO DO POÇO
adicionado ao volumedrenadodo
espaço anular. A Figura 7-20 ilustra Figura 7 - 22: Reguladora da Vàlvula HCR

uma linha direcionando qualquer


vazamento do preventorde volta ao
tanque de manobra calibrado.

A Figura 7-21 é um layout esquemático de um sistema de regulagem de pressão usado para ajudar
a garantir uma vedação segura e rápida quando o tool joint passar pelo preventor anular. Para
minimizar o desgaste no elemento de vedação, a pressão de fechamento deve ser reduzida ao
máximo possível, sem comprometer a vedação, e o elemento deve poder expandir e contrair
conforme o tool joint passar por ele. O desgaste do elemento pode ser reduzido pela lubrificação do
drill pipe durante toda a operação. Qualquer vazamento de fluido em torno do tubo deve ser
coletado no tanque de manobra e considerado como fluido do poço. A ilustração representa um
cilindro do acumulador de 10 galões, instalado na linha de fechamento o mais perto possível do
preventor. A pressão de pré-carga do acumulador depende do tipo de preventor em uso. Como
regra de ouro, ele deve ser pré-carregado para no mínimo 50% da pressão de fechamento mínima
necessária para o preventor. O cilindro é isolado durante condições de operação normal, e é usado
para facilitar a expansão e contração do elemento de vedação em operações de stripping.

A Figura 7-22 ilustra uma válvula de regulagem do tipo à prova de falha (fail-safe) usada ao operar
os BOPs remotamente. Essa válvula mantém a pressão de fechamento em caso de perda de ar ou
sinais hidráulicos para operar a válvula. Se a pressão piloto for perdida, o parafuso de ajuste
manual continua na posição encontrada, mantendo assim a última configuração de pressão
regulada. Uma característica importante é que o parafuso da trava mecânica permanece travado
para garantir que a última configuração permaneça. A válvula do regulador à prova de falha,TRTM,
permite alto fluxo, versus o tamanho da válvula. Ela possui muitos caminhos de fluxo internos que
ajudam a garantir resposta às operações de stripping devido à linha de ventilação com várias
portas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 26


Válvula de Regulagem à Prova de Falha PREVENTOR DE BLOWOUT
O preventor Hydril GK, ilustrado na Figura 7-23 foi
desenvolvido especialmente para uso nas instalações de LINHA DE
superfície. O Pack-offé atingidopela aplicação de pressão ABERTUR

hidráulicapara a câmara de fechamentoque levanta o


pistão, forçando o elemento de vedaçãoa vedar em torno
do tubo. O GK é projetado para ter o apoio da pressão do
poço (well assisted). À medida em que a pressão do poço
aumenta, a força de fechamento tambémaumenta, logo, o
LINHA
atrito desenvolvidopela movimentação do tuboaumenta. A FECHAM

vida do elemento devedaçãopode ser estendidapela


redução da pressão da câmara de fechamento. As tabelas
do fabricanteestão disponíveis paravárias marcas e SURGE-BOTTLE
(PRE-CHARGEDTO
modelosde preventorese devem ser usadas como guia para 50% OF THE MINIMUM
REQUIRED CLOSINGPRESSURE)
o estabelecimento da pressão de fechamento inicial. O
gráfico na Figura 7-24 ilustra as diferenças nas pressões
de fechamento mínimas recomendadasde vários tipos de
preventores anulares. Figura 7 - 23: Preventor Anular

Exemplos de Stripping PRESSÕES DE FECHAMENTO RECOMENDADAS PELO


FABRICANTE DE ACORDO COM A PRESSÃO DO POÇO
1. O primeiro exemplo considera a mesma
geometria do poço usada na Discussão 1,500
volumétrica anterior, no Capítulo 6, e
um influxo de gás de 10,5 bbls foi COS
• Closingpressuresareaverageandwillvaryslightly
with each packing unit. Use closing pressure shown
CLOSINGPRESSURE(psi)

pistoneado e detectado a 25 sessões at initial closure to establish seal off, and reduce
closing pressure proportionally as well pressure is
increased. Well pressure will maintain closure

(2.325 pés) do fundo. 1,000 apéser exceeding the requiredlevel.

• Closecautiouslytopreventcollapseofcasing.

Nota: SICP no poço de exemplo é 400 psi,


considerando o gás no fundo em torno do 500

BHA. No exemplo a seguir, o kick está na


maior seção do poço, desse modo, o menor
SICP é 220 psi no fechamento inicial.
1,000 2,000 3,000 4,000 5,000
Pressão do poço -psi
Decide-se fazer uma operação de stripping no
poço e circular o kick. Considera-se que lama Figura 7 - 24: Pressões de Fechamento Recomendadas
pelo Fabricante de Acordo com a Pressão do Poço
de 11,5 ppg foi suficiente para manter a
condição de balance com a formação antes do
início da manobra e que o gás não migrará. A
pressão do revestimento de 200 psi é uma
pressão de superfície relativamente baixa, o
preventor anular será usado como um
“strippinghead”, cabeça de stripping. Uma
margem de segurança de 100 psi e uma
margem de trabalho de 50 psi são escolhidas.
Essas considerações podem não refletir uma
situação verdadeira, são usadas para fins
ilustrativos, apenas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 -27


Dados do Poço
POÇO EXEMPLO
Profundidade: 12.100 pés TVD
Revestimento: 9-5/8 pol, 40 lbs/pé, a 10.000 pés 0
psi
Drill pipe: 5 pol, 19,5 lbs/pés, deslocamento fechado
0,02546 bbls/pé fora do fundo, um influxo foi pistoneado
abaixo da coluna de trabalho.
220
Lama: 11,5 ppg psi

Ganho final no tanque após fechamento: 10,5 bbls


Pressão da formação: 7.486 psi
SICP: 220 psi

O deslocamento fechado do drill pipe de 5 pol com tool joints é


0,02546 bbls/pé, logo, cada seção de 93 pés desloca 2,37 bbls
(0,02546 x 93 = 2,37). Após a instalação dos equipamentos 10200
adequados, uma reunião de segurança detalhada é realizada.
Durante essa reunião, a equipe é informada sobre os detalhes da
operação e tarefas individuais são designadas e explicadas. (Veja a
Figura 7-25)

A operação começa fazendo o stripping do drill pipe através do


preventor anular com o choke fechado até que a pressão do 12100
revestimento aumentedentro da margem de segurança (100 psi) e Figura 7 - 25: Operações de
margem de trabalho (50 psi), ou seja, para 370 psi. A partir desse Stripping
ponto, ochokeé aberto conforme o tubo é movimentado para dentro
do poçopara drenar o volume do deslocamento dodrill pipe. O
tanque de manobra deve ter aproximadamente 1/3de sua
capacidade total antes de dar início às operações de stripping.
DESLOCAMENTO DO TUBO
Nessa situação ideal (sem migração) a pressão do revestimento
permaneceria aproximadamente constante conforme a operação
segue, até que o BHA chegue ao topo do influxo. Nesse ponto, a
pressão hidrostática do anular seria reduzida como resultado de um
0 0
psi psi

influxo maior (mais “alto”). A pressão do revestimento aumentaria


refletindo a mudança na geometria do poço. A medição precisa do
fluido deslocado é crucial para a operação e comunicação entre o
operador do choke e o responsável pela medição do deslocamento
do fluido deve ser excelente. A pressão no fundo do poço
permanece constante desde que volume defluido que retorna seja
igual ao deslocamento real do tubo, até que a coluna esteja próxima
ou no fundo do poço. Qualquer mudança na pressão do
revestimento ocorre devido a alterações na pressão hidrostática 220
psi
220
psi

anular conforme o tubo é movido para dentro do poço.

2. A ilustração na Figura 7-26 considera que não há gás


associado influxo pistoneado, logo, não há migração.
No entanto, quase todos os kicks possuem gás e as Figura 7 - 26: Delocamento do Tubo
operações de stripping devem estar preparadas para
controlar a pressão no fundo do poço caso ocorra
migração.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 28


Como a circulação não é possível, o princípio volumétrico é incorporado à operação de stripping.
Nessa situação, há duas preocupações separadas, medição cuidadosa do deslocamento do tubo, e
aplicação do Método Volumétrico para permitir o controle da pressão no fundo do poço com a
expansão do gás.

Ao planejar uma operação de stripping, não é possível considerar cada mudança geométrica no
poço, embora o gás migrando possa se mover por diferentes espaços anulares, por exemplo, acima
do BHA. Conforme mencionado, deve-se considerar a mudança de pressão potencial que
provavelmente ocorrerá quando o BHA alcançar o kick de gás. Se o comprimento vertical do gás
aumentar, ocorrerá uma diminuição na pressão hidrostática efetiva do anular, o que por sua vez
resultará no aumento da pressão do revestimento. É importante observar que esse aumento na
pressão da superfície não se dá à migração do gás.

Embora seja possível estimar a taxa de migração, não é possível garantir que a taxa permanecerá
a mesma. O topo (ou fundo) exato do gás não pode ser identificado mesmo se estivesse em uma
bolha unificada. Como o poço pode ter o espaço anular dividido em diferentes diâmetros, a pressão
hidrostática por barril de fluido irá variar, dependendo da posição da bolha. Ao selecionar um valor
de pressão hidrostática pelo volume a ser usado (psi/bbl), alguns operadores simplificam as
questões usando o espaço anular entre o BHA e o poço aberto, considerando o menor espaço
anular como o mais seguro. Outros usam uma média, ou o espaço anular mais longo. Na maioria
dos poços, as diferenças de pressão por barril entre diferentes diâmetros do espaço anular são
pequenas. Em qualquer taxa, o operador do choke deve antecipar uma mudança de pressão
significativa quando o BHA entrar na bolha de gás.

A escolha de margens de segurança e trabalho apropriadas também varia de acordo com as


características específicas do poço. Por exemplo, a pressão máxima que a formação suporta
(MAASP) é sempre uma preocupação quando há uma seção de poço aberto exposto. Não existe
uma regra fixa, mas se a MAASP for 1.200 psi, e o SICP for 800 psi, a seleção de uma margem de
200 psi provavelmente seria segura, pois 1.200 – 800 = 400 psi, o que fornece certa tolerância. Se
a pressão do revestimento não aumentar após algumas seções descidas, pode significar que o poço
já está perdendo fluido, e que a pressão de fratura foi excedida. Quando for estabelecido que o
poço está perdendo, a operação de stripping pode continuar drenando o volume de fluido suficiente
para igualar o deslocamento total do tubo. Nessa situação, menos fluido seria forçado para dentro
da formação e as perdas podem parar quando o gás estiver acima do ponto de fratura.

Algumas considerações básicas são feitas no seguinte exemplo:


• O preventor anular é usado para as operações de stripping.
• O influxo será considerado como um influxo de gás, logo, uma contrapressão será adicionada,
permitindo a migração e expansão como no Método Volumétrico.
• O influxo permanece em uma bolha única, ocupando toda a seção transversal do espaço anular.
• Margens de segurança e de trabalho serão adicionadas bem no início da operação. Uma média
de psi/bbl será usada para diretrizes volumétricas. Aqui a média foi determinada dividindo a
pressão da formação, 7.487 psi, pelo volume total do anular quando a coluna no fundo, 559
bbls.

Algumas considerações adicionais necessárias são: estimativa da posição da bolha, pressões


máximas permitidas, comprimento do poço aberto em relação à base do revestimento. Supõe-se
que a equipe tenha recebido ordens para fazer stripback para o fundo antes de circular o influxo de
gás para fora.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 -29


Durante operação de stripping de volta para o fundo, é provável que o gás migre para cima no
poço. Simultaneamente, um pouco de fluido será drenado na superfície.

O poço é fechado com uma pressão no revestimento de 220 psi. Ao planejar uma programação os
volumes drenados, uma margem de segurança e uma margem de trabalho são escolhidas. Nesse
exemplo, decidimos usar 200 psi como margem de segurança (devido à perda hidrostática de 100
a 150 psi associada à broca “entrando” no kick) e uma margem de trabalho de 50 psi. Em outras
palavras, o choke não será aberto para drenar fluido até que a pressão do revestimento suba para
470 psi. Durante o primeiro ciclo de drenagem, a pressão do revestimento será mantida dentro da
margem de trabalho, ou seja, entre 420 e 470 psi. É necessário medir cuidadosamente qualquer
fluido retirado do poço, e estimar sua pressão hidrostática equivalente. O drill pipe possuirá pelo
menos uma válvula de retenção (float valve), desta forma, o deslocamento total será
correspondente ao diâmetro externo completo.

1. 0,02546 bbls/pés x 93 pés = 2,37 bbls/seção: deslocamento com tubo fechado.


2. 7.486 psi ÷ 559 bbls = 13,4 psi/bbl, ou 14 psi: pressão equivalente escolhida para ajustes
volumétricos.
(Veja Capítulo 6)
3. 50 psi ÷ 14 psi/bbl = 3,57: bbls margem de trabalho equivalente em barris.
4. 4 bbls deve ser equivalente a 50 psi.

Com essas informações, um cronograma de stripping/drenagem é criado. Usando o cronograma, os


passos a seguir descrevem o procedimento quando o drill pipe passa por stripping contínuo para
dentro do poço.

1. Fazer o stripping para dentro do poço sem drenar fluido até que a pressão do revestimento
suba 250 psi (200 psi para margem de segurança e 50 psi para margem de trabalho) de 220
psi para 470 psi.
2. Assim que a pressão do revestimento atingir 470 psi, continue drenando a uma taxa que
mantenha a pressão do revestimento entre 470 e 420 psi. Após drenar o volume equivalente
a 50 psi (margem de trabalho), 4 bbls, permitir que a pressão do revestimento aumente mais
50 psi, atingindo 520 psi.
3. Conforme o tubo é descido, drenar cuidadosamente o volume correspondente ao
deslocamento do tubo (2,37 bbls por seções de 93 pés). A pressão do revestimento pode
aumentar. Se a pressão do revestimento não aumentar 50 psi após a descida, feche o choke,
e faça a conexão da próxima seção. Continue drenando apenas do deslocamento do tubo
quando a seção conectada for descida.
4. Quando a pressão do revestimento atingir 520 psi enquanto a operação de stripping continua,
manter a pressão do revestimento entre 520 e 570 psi, até um ganho de 4 bbls ser
observado. Nesse ponto, a pressão do revestimento pode aumentar novamente conforme a
bolha migra e o tubo é descido no poço.

Os passos são repetidos até que o drill pipe tenha sido descido no fundo ou o gás tenha atingido a
superfície. É importante observar que os passos citados não são recomendações, mas demonstram
a complexidade da operação, e a necessidade crítica de preparação minuciosa antes do início da
operação de stripping.

Os três gráficos a seguir (Figuras 7-27, 7-28 e 7-29) ilustram uma simulação computadorizada
usado os dados do exemplo. A Figura 7-27 ilustra a movimentação do BHA para dentro do poço
conforme o kick migra para cima. Algumas considerações foram feitas para desenvolver os
esboços. (1) A bolha está migrando a uma taxa de 250 pés/hora. (2) A operação de stripping é
feita no tubo a uma taxa de 1.000 pés/hora. (3) Cada conexão leva 2 minutos e uma seção é
movida para dentro do poço em 3,8 minutos, totalizando um tempo de stripping de 5,8 minutos
por seção.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 30


STRIPPING NO POÇO
Observe na Figura 7-28, que ilustra apenas o
deslocamento do tubo, que aproximadamente 7,000

em 3 horas na operação a pressão do


TOPBHA

revestimento e a altura do kick aumentam, e


7,500 BITDEPTH

em cerca de 30 minutos começam a diminuir. 8,000


Conforme o BHA entra no gás, o comprimento
(altura) do kick aumenta, reduzindo

Depth-Feet
8,500

efetivamente a pressão hidrostática do anular.


A diminuição na pressão hidrostática é 9,000

compensada pelo aumento resultante na


KICKTOP

9,500
pressão do revestimento. Conforme o BHA KICKBOTTOM

saida bolha de gás, o kick se torna mais 10,000


1hr 2hrs 3hrs 4hrs
curto, a pressão hidrostática da lama Time -Hours

aumenta, e a pressão do revestimento


diminui. Quando o gás estiver completamente Figura 7 - 27: Stripping no Poço
acima do BHA, o gás ocupará um espaço
anular mais largo, em torno no drill pipe. BROCA ENTRANDO NO KICK
Nesse ponto, considera-se que a altura do
600
kick permanecerá constante. Nenhum volume FOR ILLUSTRATIVEPURPOSES:
Bleedingforpipedisplacement+capacityonly

é drenado para compensar a migração do 500


NOBleedingforkickmigration!

kick. A pressão hidrostática é constante, e a BHA BEGINS TOEXIT

pressão do revestimento aumenta conforme o


BOTTOM OFGAS
PRESSURE(psi)ORHEIGHT(pés)

400

kick sobe em direção à superfície. É CASINGPRESSURE GASCOMPLETELY


ABOVEBHA
300
importante entender que ocorrerá flutuação
na pressão do revestimento conforme o BHA
KICKHEIGHT
BHA ENTERINGGAS
200

passa pela bolha de gás. Esse é um dos


motivos pelo qual a operação de stripping se 100

baseia em cálculos de volume, ao invés de


0
mudanças forçadas na pressão do 1hr 2hrs 3hrs 4hrs
Time -Hours
revestimento.
Figura 7 - 28: Broca entrando no Kick
O esboço na Figura 7-28 foi feito usando 2,4
bbls/seção, conforme calculado. É STRIPPING VOLUMÉTRICO
interessante observar que, se o deslocamento
fechado do tubo for arredondado para 3 6,800
BIT ONBOTTOM
bbls/seção, um ajuste aparentemente
6,750
pequeno, o poço estaria em underbalance de
150 psi enquanto a broca estiver no fundo. 6,700

O gráfico de pressão no fundo do poço x 6,650

tempo, na Figura 7-29 considera três


BOTTOM-HOLEPRESSURE-(psi)

MIGRATIONRATE/STRIPPINGRATE(pés/hr)
migrações de gás e taxas de stripping
6,600
250 /1,000
500 /500

diferentes. 6,550
1,000 /250

6,500
1hr 2 hrs 3 hrs4hrs 5 hrs6hrs 7 hrs8hrs 9 hrs 10hrs
Time -Hours

Figura 7 - 29: Strpping Volumétrico

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 31 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


O gráfico foi gerado usando as seguintes considerações:
• Margem de segurança – 100 psi
• Margem de trabalho – 50 psi
• Volume drenado para operação de stripping – 2,4 bbls/seção
• Volume drenado para migração – 3,9 bbls para os 50 psi de pressão de trabalho
• Tempos de conexão considerados 2, 5 e 8 minutos para taxas de stripping de 1.000, 500, e
250 pés/hora respectivamente.

As margens de segurança e de trabalho foram estabelecidas apenas pela migração. Nenhuma


operação de stripping deve começar até que a pressão no fundo do poço aumente para 7.637 psi.
Observe que na taxa mais lenta de migração considerada (em vermelho no gráfico), cerca de 2
horas foram necessárias para atingir o overbalance de 150psi. Continuando com a taxa de 250
pés/hora, pode-se observar que o BHA foi descido através do gás em cerca de 4 horas, e que em
menos de 5 horas, a broca estava no fundo, embora a margem de trabalho de 50 psi (3,76 bbls)
ainda não tivesse sido drenada. Dobrando a taxa de migração para 500 pés/hora e reduzindo o
tempo de stripping pela metade, ou seja, 500 pés/hora, foram necessárias aproximadamente 5
horas para atingir o fundo, mas ainda assim, a margem de trabalho equivalente não foi
completamente drenada.

Nesse terceiro caso (linha azul), a taxa de migração aumentou 4 vezes enquanto a velocidade do
stripping reduziu apenas 250 pés/hora. A operação levou cerca de 9 horas antes que 3,76 bbls
fossem drenados do poço. Menos de uma hora depois, a broca estava no fundo. O aumento no BHP
após 3,76 bbls (por migração) é alcançado devido ao stripping e a drenagem do volume
correspondente ao deslocamento do tubo apenas, reestabelecendo a margem de trabalho. Pode-se
observar, a partir dessas ilustrações, que o stripping volumétrico pode ser uma operação
complicada, e que é impossível prever exatamente o que acontecerá quando a operação começar.
Embora os dados no gráfico tenham sido gerados por modelagem computadorizada, não a partir de
estudo de caso real, eles demonstram a complexidade das operações seguras de stripping,
enquanto a pressão no fundo do poço é mantida dentro de uma faixa estabelecida ou “janela” de
segurança, protegendo, não apenas a equipe e equipamentos, mas também o meio ambiente.

Os passos a seguir representam um resumo dos procedimentos de stripping de baixa pressão


recomendados, desenvolvidos pelo operador. Eles são apresentados aqui apenas como informação,
pois procedimentos específicos diferem entre os operadores.

1. Após o fechamento de um poço, a pressão do revestimento é monitorada cuidadosamente. A


pressão é registrada a cada 5 minutos para determinar se o influxo está migrando.
2. Realizar a conexão dos equipamentos para stripping e a preparação do cronograma,
determinando as margens de segurança e de trabalho, o deslocamento com tubo fechado, os
cálculos de psi/bbl, etc.
3. Reduzir a pressão de fechamento no preventor anular e abrir o cilindro do acumulador.
4. Conduzir uma reunião de segurança para toda a equipe, explicando as operações, designando
tarefas e estabelecendo caminhos de comunicação para a operação.
5. Instalar umainside BOP (IBOP) no topo da válvula de segurança de abertura plena (FOSV).
6. Abrir a FOSV devagar, verificando se a IBOP está suportando a pressão. Se uma válvula de
retenção sem portas (float valve) estiver no BHA, é improvável que haja pressão abaixo da
FOSV.
7. Considerar circular por pouco tempo para confirmar se a coluna não está presa antes de
começar a operação de stripping.
8. Garantir que a linhas de choke e o manifold estejam adequadamente alinhados para
direcionar o fluido drenado para o tanque de manobra, e se o tanque de manobra está
aproximadamente 1/3 cheio.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 32


9. Instalar uma seção do drill pipe, certificando-se de que as borrachas do tubo sejam
removidas, as marcas da chave flutuante e cunhas estejam polidas o máximo possível, e os
tool joints sejam lubrificados.
10. Permitir que a pressão do revestimento aumente até se igualar a SICP + margem de
segurança + margem de trabalho, enquanto o stripping da primeira seção é feito.
11. Preencher cada seção inserida com fluido do sistema ativo.
12. Mover os tool joints vagarosamente pelo preventor, evitando excessivas pressões excessivas de surge.
13. Durante as operações de stripping, o volume aumenta devido ao deslocamento com o tubo
fechado e expansão, este volume é drenado para o tanque de manobra. Após o stripping da
seção, o volume de deslocamento é drenado para o tanque de stripping. Isso garante que
qualquer aumento no volume do tanque de manobra seja devido à expansão de gás
resultando na perda de carga hidrostática no poço.
14. Ao fazer o stripping da próxima seção, permitir que a pressão do revestimento aumente do
valor presente mais a margem de trabalho.
15. Continuar a operação de stripping, repetindo os passos 11-15 conforme necessário,
permitindo a migração e controle volumétrico até que a coluna esteja próxima ao fundo.
16. Antes da circulação, fechar o preventor de gaveta para ter integridade de fechamento quando
o gás estiver próximo à superfície.
17. Direcionar o retorno do espaço anular para o separador lama/gás.
18. Assim que o influxo for circulado para fora do poço, e antes de abrir o preventor, verifique se
hápressão trapeada no BOP stack e/ou abaixo da IBOP.

Stripping de Alta Pressão


As discussões prévias descreveram os princípios básicos para operações de stripping contra uma
pressão proveniente do poço relativamente baixa, usando um preventor anular. Em situações de
alta pressão, dois preventores são utilizados. Quando dois preventores são usados, a operação é
mais crítica e muito mais complexa. Stripping de alta pressão é discutido brevemente abaixo, mas
devemos enfatizar que cada poço é diferente, e uma explicação detalhada das operações de
stripping de alta pressão está além do escopo desse texto.

Stripping com um Preventor Anular e um Preventor de Gaveta


Se a força necessária para mover a combinação FOSV, IBOP e tool joint pelo preventor anular for
muito alta, ou seja, se a coluna não tiver peso o suficiente, um preventor tipo gaveta pode ser
usado em conjunto com o preventor anular fornecendo espaçamento.

Os passos são os seguintes:


1. Fechar a gaveta apropriada.
2. Drenar a pressão trapeada entre o anular e a gaveta.
3. Diminuir a pressão de fechamento da gaveta para o valor pré-determinado.
4. Abrir o preventor anular.
5. Fazer o stripping vagarosamente pela gaveta, até que o ressalto do tool joint toque o
bloco da gaveta.
6. Levantar a carga original do gancho e fechar o preventor anular.
7. Aplicar uma pressão entre os preventores fechados igual à pressão do revestimento,
usando uma bomba de baixa vazão.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 33 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


8. Abrir a gaveta.
9. Usar tags para indicar qual preventor está contendo a pressão do poço.
10. Continuar repetindo o ciclo até que a coluna tenha peso suficiente para realizar a
operação de strippingsomente com o preventor anular.

Stripping para Dentro do Poço com as Gavetas de Tubo


Operações de stripping de alta pressão e BOP stacks adequadamente dispostos são necessários
para stripping de gaveta para gaveta. Normalmente, a operação é conduzida por uma equipe de
stripping treinada. A disposição do BOP stack é crucial. As gavetas devem ser espaçadas com
distância suficiente de forma que ostool joints não fiquem presos em nenhuma gaveta enquanto
estas estiverem fechadas. Isso exige uma única gaveta com um espaçador no stack. Gavetas
adjacentes em conjuntos duplos ou triplos não podem ser usadas para stripping. Se as gavetas
inferiores estiverem reservadas como uma válvula master, ou gaveta de segurança, o stripping de
gaveta para gaveta requer um stack de quatro gavetas.

Embora os elementos de vedação nos blocos de gavetas de tubo sejam projetados para manter o
selo por um longo período de tempo, a pressão no lado do fechamento das gavetas é reduzida para
evitar que o elemento se “queime” conforme o tubo desliza por ela. Não há regras para a pressão
no lado do fechamento das gavetas, mas alguns operadores recomendam 400-500 psi. O conjunto
superior de gavetas é usado para a maioria das operações de stripping, e o conjunto inferior é
usado principalmente para vedar o poço conforme os tool joints passam por ele. A pressão no
fundo do poço é controlada pela medição minuciosa do fluido de retorno, e pelos cálculos
volumétricos necessários.

Stripping para Fora do Poço


Antes de realizar esta operação de stripping, deve-se considerar o fato de que em algum ponto não
haverá peso suficiente de tubo para que ele permaneça no poço contra a pressão do próprio poço.
Os cálculos são feitos para estimar o ponto de equilíbrio. A equipe e os equipamentos devem ser
completamente preparados para lidar com as mudanças nas condições do poço. Antes do início da
operação, deve-se tomar precauções para garantir que a coluna de trabalho esteja fechada.
Válvulas de Contrapressão (BPV)do tipo pump-down, corretamente assentadas são normalmente
usadas para este fim. Válvulas de segurança, instaladas na coluna, são mantidas abertas ao puxar
o tubo, pois caso haja vazamentos na BPV, a pressão não irá forçar a coluna para cima. O fluido é
bombeado dentro do espaço anular para manter o poço cheio. Há várias maneiras de se fazer isso.
Uma técnica comum é planejar a circulação ao longo do BOP stack a partir da linha de kill para a
linha de choke. Uma bomba de baixa vazão, como uma bomba de cimentação, geralmente funciona
melhor do que as bombas da sonda. A bomba é mantida em funcionamento durante toda operação
de stripping.

A contrapressão, maior do que a pressão do revestimento, é controlada através do ajuste do


choke. O poço é mantido cheio conforme o BOP stacké circulado. Fluido é bombeado de um único
tanque precisamente calibrado. Após cada seção, o deslocamento total do tubo é comparado ao
fluido realmente retirado do poço.

A pressão do revestimento é mantida constante, e as correções no volume bombeadas para dentro


do poço podem ser feitas por ajustes no choke. A pressão do revestimento diminuirá conforme o
BHA de maior diâmetro é puxado para fora do influxo. No entanto, a migração do gás para cima e
algum arraste pode aumentar a pressão do revestimento. As correções na pressão do revestimento
são feitas de acordo com os princípios do Método Volumétrico.
Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 34
Pode ser necessário usar as gavetas de tubo conforme protetores de borracha são puxados através
de um preventor anular aberto. A pressão entre a gaveta de tubo e o preventor anular é liberada
antes que o preventor anular seja aberto.

Resumo das Operações de Stripping


Operações de stripping podem variar entre operações de baixa pressão, relativamente simples com
um kick de água salgada, e situações de gás de alta pressão extremamente perigosas. Cada caso é
diferente, assim como cada poço. Na maioria dos casos de baixa pressão, pode-se fazer
ostrippingdo tubo para dentro do poço mais rápido do que a migração do gás. Alguns operadores
podem escolher circular o gás para fora do poço,uma vez que o tubo esteja dentro do influxo, ou
abaixo. Procedimentos detalhados para várias operações de stripping estão além do escopo desde
texto, no entanto, três afirmações universais valiosas podem ser feitas: 1) a prevenção é sempre
melhor do que a cura, 2) tentar “ultrapassar” um kick no fundo não é uma prática segura, e 3)
nada substituio planejamento minucioso antes do início das operações de stripping.

Perfuração de um Poço Estreito

As definições de perfuração de poços


estreitos são, de alguma forma, vagas. DIFERENÇA NA GEOMETRIA DO POÇO
Em geral, poços perfurados com tamanhos
de broca menores do que aqueles usados
em poços padrão na mesma profundidade POÇO PADRÃO ESTREITO ULTRA ESTREITO

são considerados poços estreitos. Uma


CASING CASING CASING
completação em miniatura refere-se a um 103/4” 7” 5”

poço no qual o revestimento de produção


tenha menos de 4,5 pol de diâmetro. Para
essa discussão, poços com menos de 7 pol
são considerados estreitos, e poços com 4
½ pol ou menos são considerados ultra
estreitos. D.P. D.P. D.P.
41/2” 31/2” 23/8”

A principal diferença entre operações em


poços estreitos e operações padrão é o
potencial para que as coisas aconteçam muito
mais rápido em um espaço anular menor.
Qualquer entrada de fluidos da formação no BHA
61/2”
BHA
43/4”
BHA
31/2”

poço, principalmente entorno do BHA,


BIT BIT BIT
rapidamente deslocará o fluido de perfuração 77/8” 61/4” 41/2”

do espaço anular. Um kick em um poço Figura 7 - 30: Diferença na Geometria do Poço


estreito, se não for reconhecido e
imediatamente fechado, pode rapidamente se
tornar extremamente perigoso.

As equipes devem trabalhar com atenção redobrada, fazendo conexões da forma mais segura e
rápida possível. Todos os equipamentos de detecção de kick devem estar nas melhores condições.
Os vários sinais de alerta de kick, que se aplicam a poços padrão, também se aplicam a poços
estreitos. Os alarmes nos equipamentos de monitoramento, ou seja, sensores de fluxo, PVTs,
detectores de gás, etc. devem ser configurados com muito cuidado para fornecer um alerta
imediato se houver mudança nas condições do fundo do poço.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 35 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


As perdas de carga no anular (Δanular) são altas em espaços anulares pequenos e podem ser uma
grande preocupação no trabalho em poços estreitos. Os gráficos a seguir (Figuras 7-31, 7-32 e
7-33) comparam as densidades equivalentes de circulação (ECD) entre a perfuração de poços
padrão, estreitos, e ultra estreitos. Os valores nos gráficos assumem que a sonda perfura com
uma taxa de circulação de 250 gpm (5,95 bbls /min) e ROP média de 25 pés/hora.

Exemplo de ECD
Dados com base em 250 gpm, ROP 25 pés/hora
Poço Padrão –ρ lama 9,5 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 9,68 9,77
Se TD 9.250 9,76 9,85
Se TD 11.040 9,76 9,85

Poço Estreito –ρ lama9,5 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 9,8 9,84
Se TD 9.250 9,89 9,93
Se TD 11.040 9,89 9,93

Poço Ultra Estreito –ρ lama9,5 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 9,71 9,74
Se TD 9.250 10,57 10,6
Se TD 11.040 10,57 10,6
Figura 7 - 31: Dados de Exemplo de ECD

Consultando o quadro acima, o ECD é 9,89 ppg ao perfurar com fluido de 9,5 ppg na TD de 9.250
pés.

Quando a bomba é desligada, como durante uma conexão, a pressão no fundo do poço seria
reduzida em 187 psi [(9,89 – 9,5) x 0,052 x 9.250 = 187 psi], ou seja, o valor da Δanular. Se o
volume dos cascalhos transportados no fluido for considerado, o ECD é 9,93 ppg, o equivalente a
207 psi a 9.250 pés de profundidade. Pode-se observar que essas altas pressões no anular
experimentadas no trabalho em poço estreito poderiam, não apenas aumentar a probabilidade de
perda circulação, mas esconder um potencial kick. Se a pressão hidrostática for de
aproximadamente o mesmo valor da pressão da formação, o poço será controlado pela Δanular
durante a circulação. Quando as bombas são desligadas, o poço fica em underbalance.

Observe que, conforme a densidade da lama aumenta, a diferença entre o ECD e o peso da lama
também aumenta. Veja a Figura 7-32. Se a mesma sonda estava perfurando com fluido de
10,6ppg, o ECD, como resultado do bombeio e rotação, seria de 11,23 ppg sem cascalhos; um
aumento de 303 psi no fundo. A perda rápida deste overbalance de 300 psi quando a circulação é
interrompida resultaria em uma taxa de fluxo de gás para dentro do poço extremamente alta. Na
verdade, a pressão de circulação pode realmente aumentar conforme o gás entra no espaço
anular; o oposto de um sinal de alerta ao perfurar um poço padrão. Nesse caso, deve-se considerar
fechar o poço imediatamente sem realizar um flow check de rotina.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 36


Exemplo de ECD
Dados com base em 250 gpm, ROP 25 pés/hora
Poço Padrão –ρ lama 10,6 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 10,91 10,97
Se TD 9.250 11,04 11,09
Se TD 11.040 11,04 11,09

Poço Estreito –ρ lama10,6 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 11,0 11,13
Se TD 9.250 11,23 11,27
Se TD 11.040 11,23 11,27

Poço Ultra Estreito –ρ lama10,6 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 10,96 10,98
Se TD 9.250 11,85 11,87
Se TD 11.040 11,85 11,87
Figura 7 - 32: Exemplo de ECD

Exemplo de ECD
Dados com base em 250 gpm, ROP 25 pés/hora
Poço Padrão –ρ lama10,0 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 10,28 10,35
Se TD 9.250 10,38 10,45
Se TD 11.040 10,38 10,45

Poço Estreito –ρ lama10,0 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 10,44 10.47
Se TD 9.250 10,55 10.58
Se TD 11.040 10,55 10.58

Poço Ultra Estreito –ρ lama10,0 ppg

Profundidade Pés ECD (ppg) ECD + Cascalhos (ppg)


Sapata do Rev. 1.500 10,32 10,34
Se TD 9.250 11,07 11,09
Se TD 11.040 11,07 11,09
Figura 7 - 33: Exemplo de ECD

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 37 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Conforme as tabelas indicam, as taxas de
5 bbls de kick de gás
bombeio são uma parte crítica de poços
estreitos. As perdas de carga no anular devem POÇO PADRÃO ESTREITO

ser consideradas ao selecionar as taxas reduzidas SIDPP


240
SIDPP
240
SIDPP
240

de circulação. Quando as ferramentas de


medição do fundo do poço, em conjunto com SICP
308
SICP
344
SICP
441

programas computadorizados sofisticados,


estiverem disponíveis, podem ser usadas para
fornecer dados em tempo real, extremamente
úteis conforme a perfuração progride.

As taxas de migração de gás são muito mais 1,500 pés


TVD
1,500 pés
TVD
rápidas em poços estreitos do que em poços
padrão. Em um teste, 0,34 barril de nitrogênio
(87 pés de altura) foi introduzido no fundo de um
poço que estava circulando uma lama de 9.3ppg 9.3ppg

perfuração relativamente leve. O fluxo foi muito


difícil de detectar durante o bombeio, e nos dois
ou três minutos necessários para fazer um flow
check convencional, um influxo significante de 263p 318pés 500p
és és
gás entrou no poço antes que este pudesse ser 11,040TVD

fechado. A taxa registrada de migração de gás


no poço aberto foi de 366 pés/min. O gás Pressão da Formação 5.570psi

continuou a migrar a uma taxa de 6,7 pés/min Figura 7 - 34: 5 bbls de gás
depois do fechamento do poço.

Conforme os fluidos da formação fluem para 30 bbls de kick de gás


dentro de um poço estreito, cada barril de influxo POÇO PADRÃO ESTREITO ULTRA ESTREITO

subirá em direção à superfície muito mais rápido


do que em um poço padrão, o que, por sua vez, SIDPP
240
SIDPP
240
SIDPP
240

resulta emum SICP inicial muito maior e maiores


pressões em pontos mais fracos ao longo do SICP
607
SICP
743
SICP
1118

poço (contanto que o influxo esteja abaixo


desses pontos). As Figuras 7-34 e 7-35 ilustram
a relação entre vários volumes de kick e o SICP
resultante.

A detecção de kick em poços estreitos não é 1,500 pés


TVD
1,500 pés
TVD
essencialmente diferente da detecção em poços
convencionais, a exceção são alterações
inexplicadas na pressão de circulação, que
devem ser verificadas imediatamente. Alguns 9.3ppg 9.3ppg

operadores sugerem que os procedimentos de


fechamento para trabalhos em poços estreitos
sejam modificados para eliminar os
procedimentos de flow check convencionais. Essa 518p 1,686pés 2,318p
mudança radical está além do escopo desse és
11,040TVD
és

texto e não é recomendada.


Pressão da Formação 5.570psi

Figura 7 - 35: 30 bbls de gás

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 38


Podemos dizer que todos os membros da equipe de perfuração devem estar cientes que o tempo é
crucial e todo esforço deve ser feito para manter a perda de carga anular (Δanular) no poço, se
possível, sem permitir que uma pressão extra seja trapeada quando o poço for fechado.

Quando um kick de gás for circulado no espaço anular de um poço relativamente estreito, atingirá
a superfície muito mais rapidamente, se comparado a um poço padrão, empurrando o fluido acima
do influxo conforme a taxa de expansão aumenta. Altas taxas de fluxo de gás na superfície exigem
ajustes rápidos e frequentes no choke para manter o controle da pressão no fundo do poço.

Quando a coluna de trabalho é movida para cima ou para baixo em um poço estreito, como em
uma manobra, pressões de surge e pistoneio são significantes devido à limpeza ineficaz no fundo
do poço. Em alguns casos, a única maneira de evitar o pistoneio durante a manobra é bombear
para fora do poço. Boas práticas de manobra são sempre uma prevenção importante contra
blowouts, e devem ser uma preocupação especial em operações com poços estreitos.

Dois dos três principais fatores que contribuem para as pressões de surge e pistoneio são a
velocidade na qual a coluna de trabalho é movida e limpeza do fundo do poço. Os efeitos dos dois
são ampliados quando se trabalha em poços estreitos. A Figura 7-35 ilustra os efeitos da
movimentação do tubo com relação a mudanças na pressão no fundo do poço. Os dados foram
coletados em poços de teste na região Rocky Mountain, considerando 90 pés de movimentação de
tubo em um fluido de perfuração com base água de 14,2 ppg, com um revestimento de 5 pol de
diâmetro externo.

Quando instrumentos sofisticados de fundo de poço e dados hidráulicos gerados por computador
estão disponíveis, informações cruciais podem ser enviadas para a superfície em tempo real. Mas
independente da disponibilidade dessas ferramentas, a chave para operações seguras em poços
estreitos é a conscientização da equipe.

Perfuração em Underbalance (UBD)


Perfuração convencional é definida como a perfuração quando os fluidos de trabalho exercem
pressão hidrostática igual ou maior do que a pressão da formação. A densidade do fluido de
perfuração é a principal barreira que controla a formação. Sistemas convencionais são projetados
para controlar os poços em condições estáticas. Embora haja uma certa perda de carga enquanto o
fluido é circulado, a perda de carga resultante não é considerada um meio de controle de pressão.

Perfuração em Underbalance (UBD) refere-se a operações de perfuração nas quais a pressão de


circulação anular no fundo do poço, exercida pelo fluido de perfuração, é menor do que a pressão
de poros da formação sendo perfurada. Quando condições de underbalance são mantidas durante a
perfuração, os fluidos da formação podem entrar no poço através de formações permeáveis. O
operador pode escolher e produzir enquanto perfura (PWD). A sonda de perfuração e os
equipamentos devem ser capazes receber a produção na superfície. Como a pressão hidrostática
do fluido de perfuração é mantida em um valor inferior ao da pressão da formação, as principais
barreiras de controle do poço são uma cabeça rotativa e o choke de perfuração. O BOP é
considerado uma barreira secundária.

Sistemas de Underbalance são projetados dinamicamente e a pressão no fundo do poço é


controlada pela combinação da pressão hidrostática, perda de carga e pressão da superfície. O
sistema da superfície é fechado para segurança e proteção ambiental.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 39 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Perfuração em balance remove as margens convencionais de segurança hidrostática e
contrabalanceia a pressão da formação com a densidade equivalente de circulação (ECD) do fluido
de perfuração. O diferencial de pressão no poço é mantido próximo de zero e o sistema é projetado
de forma que nenhum fluido da formação seja circulado para a superfície. A principal diferença
entre perfuração em overbalance e underbalance é que o sistema balanceado pode lidar com
fluidos de perfuração na superfície em caso de fluxo inesperado.

Avanços na tecnologia UBD demonstram que um poço projetado para o underbalance pode ser
perfurado através de intervalos de produção enquanto causa danos mínimos à formação que se
deseja atingir. Por esse motivo, houve um grande aumento na perfuração underbalance
recentemente. Esse aumento nas operações UBD, por sua vez, intensificou as preocupações com o
desenvolvimento e implementação de normas de segurança adequadas.

Classificação IADC UBO


Para quantificar o nível de risco associado a poços perfurados em underbalance, o IADC adotou um
sistema de classificação de três níveis. O primeiro nível é usado para gestão de risco. Seis níveis
são distribuídos, com base na capacidade do poço de fluir e a classificação de pressão comparativa
da principal barreira em relação à pressão máxima antecipada de superfície. O segundo nível é
usado para descrever o poço como um verdadeiro projeto underbalance, ou como um projeto
balance. O terceiro nível é usado para descrever o sistema de fluidos utilizado. As categorias 1 e 2
são ilustradas na tabela abaixo.

Sistema de Classificação do Comitê IADC UBO para Poços Underbalance

Nível 1- Gestão de Risco


Nível Descrição
0 Apenas melhoria no desempenho; sem zonas contendo hidrocarbonetos
1 Poço incapaz de fluir naturalmente para a superfície, inerentemente estável, e de baixo
risco do ponto de vista de controle de poço.

2 Poço capaz de fluir naturalmente para a superfície, mas que viabiliza métodos
convencionais de controle de poço, com consequências limitadas em caso de falha
catastrófica dos equipamentos.
3 Produção geotérmica e sem hidrocarbonetos. Pressões máximas de fechamento
menores que a classificação de pressão de operação dos equipamentos UBD. Falha
catastrófica possui consequências graves imediatas.

4 Produção de hidrocarbonetos. Pressões máximas de fechamento menores que a


classificação de pressão de operação dos equipamentos UBD. Falha catastrófica possui
consequências graves imediatas.
5 Pressões máximas projetadas da superfície excedem a pressão de operação UBO, mas
estão abaixo da classificação do BOP stack. Falha catastrófica possui consequências
graves imediatas.

Nível 2
Underbalance A
Balance B
Figura 7-36: Sistema de Classificação do Comitê IADC UBO para Poços Underbalance

Há uma variedade de aplicações underbalance, dependendo dos objetivos operacionais e das


inúmeras técnicas empregadas. As principais técnicas underbalance são descritas a seguir.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 40


Perfuração com Gás
A perfuração com gás seco é o sistema de perfuração underbalance mais simples e menos custoso,
e pode atingir a pressão de fundo (BHP) mais baixa de todas as técnicas usadas. Sistemas de gás
incluem ar, nitrogênio, gás natural e CO2. A maior desvantagem nos sistemas de perfuração com
gás seco é a intolerância a influxos de água. Se água for produzida durante as operações com gás
seco, a água se misturará aos cascalhos perfurados, formando um “anel de lama”. Os anéis de
lama podem criar uma obstrução no espaço anular, levando à perda de circulação e incêndios no
fundo do poço. Devido às limitações da perfuração com gás seco, ela é normalmente usada para
perfurar formações com pouca ou nenhuma permeabilidade. É aleatoriamente usada para perfurar
uma zona produtiva. A perfuração com gás seco não pode ser usada em ambiente com H2S.

Perfuração com Névoa


Sistemas de perfuração com névoa são uma combinação de gás e pequena proporção de água. Os
sistemas normalmente possuem menos de 2,5% de água. O gás é o fluido base e possui bolhas de
fluido dispersas nele. A principal vantagem de um sistema de névoa é a maior tolerância a influxos
de água. Isso elimina a formação de anéis de lama durante a perfuração. Os sistemas de névoa
exigem mais gás para atingir a mesma BHP. Eles possuem maiores taxas de corrosão, e podem
potencialmente ter efeito adverso em formações de xisto sensíveis à água.

Sistemas de Espuma
Sistemas de espuma são criados quando água e gás são misturados com agentes ativos da
superfície (surfactantes). Os surfactantes se ligam ao gás dentro da estrutura de fluido. Como o
gás está dentro do fluido, os dois se movem juntos. Isso aumenta a velocidade do fluido. Sistemas
de espuma possuem excelente capacidade de transporte de sólidos. Na verdade, eles possuem
melhor característica de limpeza do poço do que a lama de perfuração convencional. A velocidade
anular mínima (a/v) para uma limpeza de poço adequada aceita é 100 pés/min. Velocidades do
anular baixas, como 30 pés/min, foram bem-sucedidas com espuma em pequenas distâncias.
Conforme a qualidade da espuma (proporção de gás e fluido) aumenta, a capacidade de transporte
também aumenta. Eficácia de transporte de até 97,5% pode ser atingida. Além desse ponto, a
espuma pode se quebrar em névoa e a capacidade de transporte será significantemente reduzida.

Fluidos Aerados
Fluidos aerados são uma combinação de fluido e gás em fase contínua. Fluidos aerados não usam
surfactantes. As suas principais vantagens são o menor custo e a capacidade de reciclar os
líquidos, resultando em menor impacto ambiental.

Perfuração com Líquidos


Se a pressão da formação for maior do que o gradiente de pressão normal, uma condição de
underbalance pode ser atingida com uma única fase de fluido. Isso permite um sistema simples, no
qual o poço possa fluir durante as operações de perfuração. A perfuração com fluido é
normalmente chamada de perfuração com fluxo.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 41 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Perfuração MudCap (Capa de Lama)
A perfuração Mudcap é um método usado para perfurar com segurança através de zonas de
produção sem levar retornos para a superfície. Fluido (normalmente água) é bombeado para baixo
pelo drill pipe a uma taxa suficiente para resfriar a broca e transportar os cascalhos para cima para
a zona de perda. Simultaneamente, o fluido é bombeado para baixo pelo espaço anular a uma
taxa suficiente para evitar que os fluidos produzidos migrem para a superfície. O fluido do anular é
chamado de “mudcap” porque evita que o fluido de perfuração e os fluidos da formação migrem
para cima pelo espaço anular em direção à superfície. Os cascalhos, fluido de perfuração e fluidos
produzidos são bombeados de volta para dentro da formação na zona de perda.

Dependendo da pressão da formação, a perfuração mudcap pode ou não ser uma forma de UBD.
Em geral, a pressão do fluido do anular causa uma condição de overbalance na seção entre a
superfície e a zona de perda. Condições de underbalance são mantidas entre a broca e a zona de
perda. Há dois métodos de perfuração mudcap: flutuante (floating mudcap drilling) e pressurizado
(pressurized mudcap drilling).

No floating mudcap drilling o fluido do anular tem uma densidade maior que o gradiente de fatura
da formação, induzindo a perda de fluido para dentro da formação. Isso evita a migração do gás
produzido para regiões acima da zona de perda. No entanto, nesse método, a manutenção do
mudcap adequada é por tentativa e erro. A migração de gás para a superfície é difícil de ser
detectada e exige observação constante.

No pressurized mudcap drilling o fluido do anular tem uma densidade é menor do que o gradiente
de fatura e uma pressão de superfície é aplicada através do para forçar o fluido e os cascalhos para
dentro da zona de perda. Um sistema mudcap pressurizado usa uma cabeça de controle rotativa
para manter a pressão do anular constante. A vantagem é o melhor controle da pressão de
superfície para monitorar a migração dos fluidos para dentro da zona de perda. A taxa com que os
fluidos são bombeados para baixo através do espaço anular pode ser otimizada, logo, a perda de
fluido para a formação será mais leve, mais barata, e potencialmente menos danosa para a
formação.

Perfuração e Produção (PD)


Perfuração e Produção é o termo usado para descrever perfuração underbalance em intervalos de
produção com fluido de fase única. Nessa aplicação, a densidade do fluido do anular é mantida
abaixo da pressão da formação. É permitido que haja fluxo de fluidos produzidos para a superfície,
onde serão separados dos fluidos injetados no poço. Na maioria das aplicações de Perfuração e
Produção, os fluidos produzidos são armazenados e enviados para venda.

Todos os poços em underbalance são controlados dinamicamente, ou seja, o sistema é projetado


para levar em conta a perda de carga, a pressão de superfície e fluxo. Embora sistemas em
underbalance permitam que os fluidos do reservatório fluam para o poço, isso não significa que há
menos controle sobre a pressão no fundo do poço. Embora a pressão no fundo do poço seja
mantida abaixo da pressão da formação, o controle da pressão no fundo do poço ainda é crítico, e
não deve cair abaixo do valor pré-determinado.

O controle da pressão no fundo do poço deve considerar as flutuações de pressão que ocorrem
durante as conexões, slugs alternados de gás e fluido no poço, e outros efeitos transientes devido
à presença de fluido comprimido no espaço anular. Um excelente controle da pressão no fundo do
poço garante que as taxas de fluxo e pressão do fluido resultante da formação fiquem dentro dos
limites dos equipamentos, e que o poço permaneça estável durante todo o intervalo. Quando
comparada à perfuração convencional, sistemas underbalance exigem um maior grau de design e
controle, pois hidrocarbonetos são produzidos durante a operação. Questões como: material
inflamável e descarte adequado dos fluidos de retorno devem ser discutidos tanto no projeto
quanto na sua implementação.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 42


Em operações UBD, a densidade do fluido é reduzida para permitir que a formação flua.
Parâmetros como a perda de carga e taxas de bombeio são modificados para alterar a densidade
efetiva do fluido no poço.

Diverter ou Cabeça de Controle Rotativa


A diferença mais visível entre a perfuração convencional e underbalance é o uso de uma cabeça de
controle rotativa (RCH) ou diverter giratório (RD), que são normalmente colocados acima do BOP
stack convencional para todas as operações underbalance. O principal objetivo da cabeça de
controle rotativa é direcionar o fluxo de retorno do poço durante a operação (perfuração, conexões
e manobra). Para operações underbalance, a cabeça de controle rotativa em conjunto com um
choke de controle de fluxo, que forma a principal barreira para controle do poço. O controle da
pressão na perfuração em underbalance se dá em condições dinâmicas. A cabeça de controle
rotativa é normalmente instalada no topo do preventor anular existente na sonda, logo, deve haver
um certo espaço na subestrutura abaixo, o piso da sonda, para acomodar esse equipamento extra.
O espaço necessário depende do modelo selecionado de cabeça de controle rotativa.

Quase todas as cabeças de controle rotativas funcionam com o mesmo design. Todas possuem
elementos de vedação que formam um selo em torno do drill pipe. Eles elementos são expansíveis
e devem ser trocados se estiverem desgastados. Para a maioria das cabeças em uso atualmente, o
elemento de vedação corre em um sistema de rolamento que permite que o packer gire em torno
do tubo. Ainda há várias marcas de diverters rotativos para os quais o elemento do packer não gira
com o tubo. Um exemplo desse tipo de equipamento é o Preventor Anular Duplo da Weatherford
que usa dois preventores não rotativos.

O design possui implicações de segurança críticas, pois a cabeça de controle rotativa age como
uma das principais barreiras para a pressão do poço. Cabeças rotativas possuem três importantes
especificações:
1. Capacidade de pressão dinâmica ou pressão máxima de superfície permitida enquanto o drill
pipe está em movimento (perfuração, manobra, etc.)
2. Classificação de pressão estática, ou pressão máxima de superfície permitida quando o drill
pipe está estático (em situações de fechamento)
3. Classificação de temperatura, ou temperatura máxima permitida do fluido de retorno, o que é
normalmente uma função dos componentes elastoméricos usados na fabricação da cabeça de
controle rotativa.

Os BOPs usados para perfuração convencional não são projetados para suportar pressões de
produção e são raramente testados com gás. BOPs para operações UBD devem ter seus selos e
elementos de vedação cuidadosamente avaliados para garantir que sejam adequados para o
serviço. É normalmente recomendado que o BOP stack e manifold de injeção da sonda sejam
testados com gás antes de começar operações underbalance.

Uma consideração essencial para o design de BOPs para perfuração underbalance é que cabeças de
controle rotativas não são preventores anulares certificados pela API. Pode ser necessário reduzir a
altura do componente do BOP quando a sonda estiver sendo projetada. Alguns operadores podem
escolher remover o preventor anular convencional e usar a cabeça de controle como substituto.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 43 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Uma grande questão com perfuração underbalance é a capacidade de manter uma política de duas
barreiras durante toda a operação. Operações que exigem equipamentos para fazer bypass em
uma das duas barreiras criam um problema potencial. Camisas com ranhuras efetivamente
realizam bypass na barreira principal (diverters rotativos não podem vedar em torno dos slots) e,
na barreira secundária, ranhuras permitem fluxo pelo BOP. Procedimentos foram desenvolvidos
para permitir a descida de camisas com ranhuras e equipamentos de completação, mas duas
políticas são difíceis para se manter.

Para a maioria das operações underbalance, o número de gavetas usadas é o mesmo para
operações convencionais, no entanto, o layout das gavetas pode ser diferente. A colocação de
gavetas cisalhantes é considerada dentro do plano de operação geral. As gavetas cisalhantes serão
a válvula de isolamento do poço a menos que a válvula de controle de fluxo do fundo do poço seja
usada. Se a altura permitir, deve-se considerar o uso de uma gaveta cega adicional a ser colocada
diretamente acima da cabeça de poço. Isso permitirá altura de lubrificação extra para colocar o
conjunto do fundo do poço dentro do poço. Todos os sistemas do BOP sub-balanceados devem
possuir uma linha de equalização que conecta a linha de fluxo principal e o BOP mais baixo. O
sistema principal do BOP permanece sendo a barreira secundária em situações de controle de
emergência.

Com relação à perfuração convencional, um kick pode ser definido como um influxo inesperado e
indesejado de fluidos da formação para dentro do poço. Operações UBD exigem uma modificação
na definição.

Com relação ao controle de pressão em operações UBD, um kick ou, mais precisamente, um
incidente de controle de poço, é definido quando uma das seguintes situações estiver presente:

• Presença de pressão da formação mais alta que a esperada.


• Permeabilidade maior que a esperada.
• Controle do choke inadequado, resultando em pressão ou taxa de fluxo que excede a janela
operacional.
• Erros de engenharia que resultem em pressão ou taxa de fluxo que excedem a janela
operacional de contrapressão (pressão do revestimento ou cabeça do poço) para a operação.

Monitoramento de Volumes de Fluido na Superfície


Como um poço underbalance possui contribuições de fluxo dinâmico do poço, métodos tradicionais
de detecção de problemas, como verificação de fluxo com as bombas desligadas, não se aplicam. A
melhor maneira de detectar problemas de controle do poço é monitorar ativamente as tendências
de dados x tempo. As linhas de tendência devem ser estabelecidas e comparadas à janela
operacional da modelagem antes das operações, e atualizadas com os dados do campo para
calibrar as curvas. Sempre que as linhas de tendência começarem a se desviar da janela
operacional, uma ação deve ser tomada para que o poço volte aos parâmetros esperados. Se uma
ferramenta de PWD estiver disponível, ela deve ser usada para estabelecer uma pressão no fundo
do poço constante até que as pressões do anular sejam estabilizadas.

O indicador inicial de uma situação de controle do poço é uma mudança no fluido de retorno ou
taxas de gás na superfície. Essa alteração será acompanhada por um aumento na pressão da
superfície, considerando que a posição do choke não tenha sido alterada.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 44


Outros indicadores podem ser:
• Um aumento na taxa de penetração (devido a um aumento na pressão diferencial ao longo da
superfície da rocha ou um aumento na permeabilidade).
• Um aumento no ganho dos tanques (devido a um aumento no volume de fluidos produzidos
ou descarregamento dos fluidos injetados).
• Um aumento no volume dos fluidos do reservatório no fluxo de retorno (devido à maior
pressão diferencial entre a pressão no fundo e do reservatório).
• Aumento nos sólidos que retornam do poço (devido aos efeitos de estabilidade do poço).

Avaliação de Perigo e Operabilidade (HAZOP)


HAZOP é um método sistemático para identificação de possíveis problemas operacionais,
problemas operacionais perigosos ou situações perigosas que podem ocorrer durante a operação
normal da planta ou períodos momentâneos de operação, como partida, paralisação,
comissionamento e manutenção.

Há muitos métodos para realizar uma avaliação HAZOP. O principal objetivo é realizar uma revisão
sistemática do processo que identifica desvios dos parâmetros de projeto, identifica a consequência
de uma ocorrência, identifica as proteções que devem estar em vigor, quantifica a probabilidade de
ocorrência, e quantifica a consequência se algum desvio ocorrer (risco à propriedade, meio
ambiente e/ou vida). Se a combinação das probabilidades de ocorrência e consequências da
ocorrência estiverem fora das diretrizes estabelecidas pela empresa, um plano deve ser identificado
para que tudo esteja conforme as diretrizes. As tabelas abaixo ilustram exemplos de desvios, um
método de quantificação de riscos e um método de quantificação das consequências.

Diretrizes e Desvios HAZOP

Diretriz Desvio
Pressão Mais
Menos
Fluxo Mais
Menos
Reverso
Temperatura Mais
Menos
Nível Mais
Menos
Corrosão
Ar
Energia
Ambiental
Comunicação
Manutenção Preventiva/Inspeção
Figura 7-37: Diretrizes e Desvios HAZOP

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 45 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Diretrizes de Quantificação para Probabilidade de Ocorrência HAZOP

Diretrizes e Desvios HAZOP

A B C D
Improvável Ocasional Provável Frequente
Pode acontecer Pode acontecer Pode acontecer neste Pode acontecer
na indústria uma na empresa projeto pelo menos nesse projeto
vez. pelo menos uma vez ou na várias vezes.
uma vez. empresa muitas
vezes.
R 4
I 3
S 2
K 1

Intolerável Maior Prioridade Necessária

Excessivo Mais avaliação necessária

Gerenciável Mais avaliação necessária

Insignificante Nenhuma ação necessária

Figura 7-38 : Diretrizes para Quantificação de Probabilidade de Ocorrência HAZOP

Diretrizes para Quantificação de Consequências HAZOP

Risco/Gravidade

4 3 2 1

Catastrófico Crítico Marginal Insignificante

Danos ao Ativo: Danos ao Ativo: Danos ao Ativo: Danos ao Ativo:


> $100 MM $10-$100 MM $1-10 MM < $1 MM
Impacto Ambiental: Impacto Ambiental: Impacto Ambiental: Impacto Ambiental:
Irreversível Reversível em 5 anos Reversível em 30 dias Nenhum
Fatalidade fora do Fatalidade no Local: Ferimentos no Local: Ferimentos no Local:
Local:
Problemas permanentes Problemas permanentes Pequenos Nenhum
Lesões Lesões < 5
5 + fatalidades no local
Downtime: Downtime: Downtime: Downtime:
> 90 dias 14-90 dias < 14 dias Nenhum
Preocupação Pública: Preocupação Pública: Preocupação Pública: Preocupação Pública:
Catastrófica Grande Pequena Nenhuma

Figura 7-39: Diretrizes para Quantificação das Consequências HAZOP

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 46


Complicações
Sempre que uma sonda de perfuração ou workover sofrer um kick ou se deparar com um incidente
de controle de pressão, as operações de rotina devem ser suspensas até que o problema seja
resolvido com segurança. Sendo esse o caso, qualquer incidente de controle de poço pode ser
corretamente chamado de “complicação”. Essa seção discute algumas das várias complicações que
podem surgir ao circular um kick usando um método de pressão no fundo do poço constante.
Infelizmente, a famosa e pessimista Lei de Murphy se aplica, “Tudo que puder dar errado, dará
errado”. Alguns dos problemas discutidos aqui são relativamente fáceis de diagnosticar e corrigir.
Outros são bem mais difíceis, logo, mais perigosos. Qualquer problema que não seja reconhecido
rapidamente, diagnosticado corretamente, e seguido de ação adequada, pode resultar na pior
tragédia do campo do petróleo — um blowout.

O quadro de identificação de problemas abaixo, publicado na API RP 59, pode ser usado como
referência rápida para diagnosticar algumas das complicações mais comuns que ocorrem em
operações de controle. As discussões a seguir abordam brevemente algumas dessas complicações
mais comuns. O gráfico menciona as 5 principais áreas que são monitoradas ao circular um kick
para fora. Assume-se que o kick seja 100% de gás (o pior caso possível). Métodos de pressão no
fundo do poço constante se baseiam em uma taxa constante de bombeio. Qualquer mudança
abrupta e inesperada nas pressões deve levar a verificações imediatas em busca de alterações na
taxa de bombeio e no sistema ativo de lama.

Sintoma Pressão Pressão Peso da Nível do Taxa de Pressão no


Drill pipe do Coluna Tanque bombeio fundo
Choke obstruído ▲ Revestime
▲ ٧
Lavagem do Choke ▼ ▼ ▲ ٨
Jato de Broca obstruído ▲ ▬ ٧
Jato de Broca lavado ▼ ▬ ٨
Lavagem na Coluna ▼ ▬ ٨
Coluna partida ▼ ▬ ▼ ٨
Vazão de bombeio ٧ ٧ ٨
reduzida (dano)

Entrada de gás ▬ ٨ ٨ ▲
Gás na superfície ▼ ▼ ٧ ▼ ٨
Perda de circulação ▼ ٧ ▲ ▼ ٨
Poço packed off ▲ ٧ presa ٧ ٧

Figura 7-40: Quadro de identificação de problemas em operações de controle

Legenda
▲ Forte indicador
٨ Indicador mais fraco
▬ Pouca ou nenhuma mudança

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 47 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Problemas no Choke
A maioria das sondas atualmente possui pelo menos um choke hidráulico remoto que é usado
durante operações de controle de pressão. Embora os designs do choke possam diferir entre os
fabricantes, todos atingem o mesmo objetivo: eles permitem um ajuste preciso do orifício do choke
a partir de uma localização segura, longe do manifold. Esses chokes são extremamente confiáveis
e precisam de pouca manutenção. Todos possuem um tipo de sistema de backup manual em caso
de falha do sistema hidráulico ou pneumático. Alguns dos chokes remotos mais modernos estão em
conjunto com sistemas computadorizados sofisticados e podem ser ajustados automaticamente e
auto ajustar-se para controlar as pressões durante a operação de controle.

Obstrução
Se um choke ficar completamente obstruído durante uma operação de controle, o efeito seria o
mesmo do bombeio em um tubo fechado, ou seja, ambas as pressões (drill pipe e revestimento)
aumentariam drasticamente e a taxa de bombeio provavelmente diminuiria. Nesse caso, o poço
deve ser fechado o mais rápido possível para evitar sobrecarregar as válvulas de alívio da bomba
(pop-off) e/ou danificar a choke manifold. Assim que o poço estiver fechado com segurança, a
pressão trapeada deve ser aliviada cuidadosamente e a obstrução localizada e removida. É
provável que as pressões comecem a aumentar de forma imprevisível, antes de realmente obstruir
todo o fluxo, conforme a obstrução vai se formando no sistema.

Similar à obstrução do choke, é possível que o espaço anular desmorone ou fique obstruído
durante uma operação de controle. Dependendo da localização do bloqueio, a pressão de circulação
provavelmente aumentaria drasticamente, junto com uma queda de pressão no espaço anular. Não
há ação corretiva padrão neste caso, mas a melhor ação imediata é tentar movimentar a coluna,
continuar a bombear se possível, esperando que a obstrução melhore.

Quando gases hidrocarbonetos (metano na maioria das vezes) forem liberados na superfície, a
alteração rápida no seu volume e pressão pode resultar em uma queda drástica da temperatura.
Se houver a presença de água, estruturas parecidas com gelo, chamadas hidratos, podem se
formar ao longo das linhas de choke. O mesmo efeito pode ser visto quando CO2 é liberado de um
extintor de incêndio na temperatura ambiente. A obstrução por hidratos não é comum em unidades
terrestres ou ancoradas, mas quando o “gelo” se forma, não é facilmente removido.

Erosão
O Capítulo 6 discutiu as dificuldades no controle da pressão no fundo do poço quando um grande
volume de gás repentinamente é liberado próximo à superfície. É possível sobrecarregar o
separador lama/gás, o que pode resultar na passagem de gás para o sistema ativo de lama (ver
Capítulo 9, Equipamentos de Superfície).

O interior dos chokes ajustáveis que são usados nas operações de controle de poço é feito de um
material forte e resistente a abrasões (aço macio pode ser usado se gás sulfídrico for esperado). É
improvável que o choke repentinamente seja estourado, mas, se isso ocorrer, a pressão do
revestimento imediatamente diminuiria, seguido por uma diminuição na pressão do drill pipe.
Dependendo do sistema de controle da bomba, a taxa da bombeio pode aumentar.

É possível que, após um longo e contínuo período em funcionamento, o choke comece a sofrer
erosão devido à abrasão. Nesse caso, os sintomas seriam mais sutis e exigiriam uma análise
minuciosa. À medida que o orifício do choke sofre erosão, a pressão do revestimento diminui e,
após o tempo de trânsito normal, a pressão do drill pipe também diminui, levando o operador do
choke a fechar o choke e corrigir a pressão de circulação. A pressão no fundo do poço seria
retomada. Esse ciclo se repetiria muitas vezes conforme a erosão no chokecontinua.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 48


Um operador do choke experiente esperaria ter que abrir o choke de tempo em tempo à proporção
que o gás associado ao kick sobe em direção à superfície, para aumentar as pressões. A questão
seria: “Por que eu estou consistentemente fechando o choke ao invés de abri-lo?” Obviamente,
esse tipo de análise não pode ser ilustrada em um simples quadro de identificação de problemas.

Complicações: Problemas na Coluna de Perfuração


Coluna de Perfuração: Obstrução
ANTES E DEPOIS DE UM BLOQUEIO PARCIAL NA COLUNA. SE
Se um jato da broca fosse obstruído A VAZÃO DA BOMBA E A PRESSÃO DO REVESTIMENTO NÃO
enquanto um kick estivesse sendo MUDAREM, BHP PERMANECE CONSTANTE.
circulado para fora, a pressão de
circulação aumentaria repentinamente,
mas a pressão do revestimento não
sofreria alteração significativa. Se a taxa
de bombeio e a pressão do revestimento
não alterarem consideravelmente, a
pressão no fundo do poço (BHP)
permanecerá constante, já que a maioria
da pressão de circulação é resultado da
perda de carga na coluna de perfuração.
O operador do choke deve resistir à
tentação de abrir o choke, o que levaria à 30SPM 30SPM
diminuição da pressão no fundo do poço,
induzindo, assim, outro kick. Figura 7 - 36: Antes de Depois de um Bloqueio Parcial na Coluna
Considerando o Método do Sondador,
se a nova pressão de circulação não for considerada muito alta, a pressão mais alta é,
teoricamente, a correta considerando que não haja alteração na taxa de bombeio. O operador do
choke, simplesmente, manteria a nova pressão mais alta do drill pipe como a correta pressão de
circulação. No entanto, a causa da obstrução do jato é desconhecida. Um pedaço de incrustação de
metal quebrou de dentro da parede do tubo? A sucção da bomba puxou cascalhos ou outros
sólidos do tanque? Em vista dessas questões, o melhor procedimento seria fechar o poço com
segurança, analisar a situação, e então recomeçar, mantendo a pressão do revestimento constante
até que a bomba atinja a taxa selecionada. Quando a taxa de bombeio estiver correta, e a pressão
do revestimento estiver no valor de fechamento, a nova pressão de circulação estará correta. Se
um jato for obstruído durante o bombeio do fluido de matar pela coluna usando o Método do
Engenheiro, o cronograma de bombeio deve ser ajustado par acomodar a nova pressão de
circulação e o cronograma de pressão do drill pipe.

Coluna de Perfuração: Jatos Lavados


As indicações de jatos erodidos ou lavados são o oposto de um choke obstruído, ou seja, a pressão
do revestimento não sofreria alteração significativa, mas a pressão no drill pipe diminuiria,
indicando que o problema foi uma alteração na perda de carga. Após verificação e ajuste da taxa
de bombeio, se necessário, o poço pode ser fechado e uma nova pressão de circulação
determinada.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 49 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Coluna de Perfuração: Lavagem
Se a coluna de perfuração estiver lavada durante uma operação de controle, a indicação é similar à
situação de um jato da broca lavado, mas o problema é muito mais grave. A pressão de circulação
diminuirá, mas a pressão do revestimento não mudará significativamente, indicando que o
problema está na coluna. O poço deve ser fechado imediatamente e a situação analisada.

Se o Método do Sondador estiver sendo aplicado e a lavagem estiver abaixo do kick, as pressões
de fechamento serão iguais. Como um kick que ocorre quando a coluna não está no fundo, o
modelo de tubo em U também não se aplica neste caso. Por outro lado, se o kick estiver acima da
lavagem, SIDPP será menor do que SICP. A circulação pode recomeçar determinando-se uma nova
pressão de circulação, pois a perda de carga foi alterada, e finalizando-se a operação mantendo a
taxa de bombeio e a nova pressão de circulação constantes através da manipulação do choke. No
entanto, isso pode não ser uma boa decisão. É lógico considerar que a lavagem na coluna crescerá
conforme o fluido de circulação continua a causar erosão na área mais fraca do tubo. Inúmeras
questões devem ser respondidas antes que alguma ação seja tomada, por exemplo:

• Qual é a condição geral da coluna de perfuração? Outras lavagens são prováveis?


• Em que profundidade ocorreu a lavagem? Há fluido de matar retornando para a superfície?
• A operação de controle pode ser concluída após o estabelecimento da nova taxa de bombeio e
pressão de circulação? Se sim, essa seria a melhor opção.
• Quão grave (tamanho, SICP) é o kick? Quanto gás está associado ao kick?
• O gás migrará? Ele pode ser trazido para a superfície usando o Método Volumétrico?
• Pode-se realizar com segurança uma operação de stripping para remover o tubo?
• Quais são as chances de partir a coluna se a operação de controle continuar? Se a coluna
partir e cair durante a circulação, as pressões diminuiriam de repente, assim como o peso de
flutuação da coluna.

A análise se torna ainda mais complexa se o Método do Engenheiro estiver sendo usado, pois a
posição do fluido de matar influenciará nas pressões de fechamento. Pode ser difícil, ou mesmo
impossível determinar as pressões de forma precisa, ou a relação entre as pressões de
fechamento.

Problemas com a Bomba


Como os métodos de circulação com a pressão no fundo do poço constante se baseiam em uma
taxa de bombeio constante, assume-se que o desempenho da bomba será monitorado durante
toda operação. Se ocorrer um problema mecânico na bomba, como vazamento ou problemas nas
válvulas, isso seria indicado por um aumento na taxa de bombeio, acompanhado por diminuição
nas pressões do drill pipe e revestimento. A maioria das sondas possui pelo menos duas bombas de
lama disponíveis. A ação adequada é fechar o poço com segurança de acordo com os
procedimentos normais, analisar as pressões de fechamento, e então recomeçar a operação
usando a bomba reserva. Os procedimentos de partida são sempre os mesmos; manter a pressão
de revestimento constante pelo ajuste do choke até que a taxa reduzida de circulação esteja
estabilizada, momento no qual a pressão de circulação se tornará a pressão do drill pipe que
controla a pressão no fundo do poço. O cronograma de pressão x volume do drill pipe usado para o
Método do Engenheiro deve ser revisto antes do início da circulação.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 50


Se não houver uma bomba reserva disponível, ou se o sistema de controle da bomba falhar,
bombas de baixa vazão, como a das unidades de cimentação, podem ser usadas. Nesse caso, as
medições do volume serão convertidas de spm para barris ao se revisar a Kill sheet.

Entrada de Gás
É teoricamente impossível a entrada de gás no poço desde que a pressão no fundo do poço
permaneça igual ou maior do que a pressão da formação. Se algum gás entrar no poço enquanto
um kick está sendo circulado, isso significa que algo inesperado está ocorrendo. Pode ser difícil
diagnosticar pequenas quantidades de gás entrando no espaço anular. O gás pode estar
comprimido devido às pressões no fundo, e parte desse gás pode se dissolver na lama e não ser
detectado até que se aproxime mais da superfície. Em qualquer taxa, embora a pressão do
revestimento e o volume do tanque aumentem um pouco, será difícil ou impossível atribuir esses
aumentos à entrada de gás. Ambas as reações são esperadas ao circular kicks de gás. Se gás
suficiente entrar no poço, certa flutuabilidade será perdida, resultando em um leve aumento no
peso da coluna de perfuração. Se o operador do choke estiver mantendo a pressão do drill pipe
constante, e não houver falha aparente nos equipamentos, há várias outras possibilidades a serem
consideradas. É possível que o peso da lama ou pressões de circulação calculadas e margens de
segurança estejam incorretos.

Problemas no Manômetro
Um ou ambos os manômetros podem estar danificados, ou precisando de calibração. Manômetros
analógicos tradicionais são calibrados de forma que a faixa intermediária seja a mais precisa, pois
não é possível atingir precisão em toda a faixa do medidor. Manômetros digitais modernos não
apresentam os mesmos problemas de calibração desde que estejam funcionando adequadamente,
no entanto, como todos os equipamentos, eles podem ficar imprecisos ou falhar. Seja qual for o
caso, manômetros extras devem estar prontamente disponíveis caso haja suspeita de problemas.

Vazamentos nos Equipamentos da Cabeça do Poço


Quando um poço é fechado com o preventor anular, muitos operadores diminuem a pressão de
fechamento levemente, para prolongar a vida do elemento de vedação. Às vezes a coluna de
perfuração será movimentada para cima e para baixo (mas nunca girada) vagarosamente enquanto
um kick estiver sendo circulado. Todos os componentes do BOP stack devem ser monitorados ao
longo da operação. Um pequeno vazamento pelo preventor anular pode ser normalmente corrigido
aumentando a pressão de fechamento. Se o aumento da pressão de fechamento não interromper o
vazamento, ou se continuar piorando, as gavetas de tubo superiores devem ser fechadas.

Preventores do tipo gaveta têm orifícios, conhecidos como orifícios chorão, que indicam que a
pressão do poço está vazando dentro da câmara de controle. Tais vazamentos podem ser
temporariamente interrompidos energizando um selo plástico secundário. Um conjunto inferior de
gavetas deve ser fechado quando reparos forem feitos em qualquer preventor acima das gavetas
fechadas.

O número de gavetas em um stack e onde elas são colocadas, varia de acordo com o poço. Uma
discussão mais completa sobre os equipamentos de cabeça de poço pode ser encontrada no
Capítulo 9, Equipamentos de Superfície. Falhas catastróficas nos componentes de um sistema de
cabeça de poço, como o vazamento de flanges, etc. são normalmente sanadas por empresas de
prestação de serviços especializadas em problemas de controle de pressão em emergências.

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 51 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


EXERCÍCIOS

1. O poço foi fechado após a ocorrência de um kick na seção horizontal de um poço. Há pouca ou
nenhuma diferença entre SIDPP e SICP. Por quê?
A. As fraturas nas formações horizontais são normalmente verticais ao invés de horizontais.
B. SICP é sempre maior do que SIDPP.
C. As ondulações nas seções horizontais causam pressões de fechamento imprecisas.
D. Os manômetros refletirão a pressão hidrostática no TVD do ponto horizontal (HOP).

2. Qual método de controle é o mais frequentemente usado e poços com alto ângulo?
A. O Método do Engenheiro
B. O Método Volumétrico
C. O Método do Sondador
D. O Método de Pouco Ajuste no Choke

3. De acordo com nosso texto, as estatísticas indicam que a probabilidade de ocorrência de pelo
menos um kick ao perfurar um poço com alta pressão / alta temperatura (HPHT) é …
A. 25%
B 100%
C. 50%
D. 75%

4. Por que é mais difícil controlar as pressões em poços HPHT do que nos poços mais comumente
perfurados?
A. Em poços HPHT, a margem entre a pressão da formação e a pressão de fratura é estreita.
B. Poços HPHT são sempre altamente desviados.
C. Poços HPHT exigem preventores de blowout extras.
D. Kicks de gás são difíceis de detectar em lamas com base óleo, usadas em poços HPHT.

5. Duas coisas são necessárias para se obter controle completo de um kick; a coluna de trabalho
deve estar abaixo do influxo e .
A. Os supervisores devem ser experientes.
B. Reuniões de segurança devem ocorrer diariamente.
C. Todos os regulamentos e políticas devem ser aplicados rigorosamente.
D. Deve ser possível circular.

6. Qual o significado da expressão “tubo leve”?


A. Um termo usado para descrever a descida ou a flutuação de uma coluna de revestimento
no poço.
B. A pressão do poço é maior do que o peso de flutuação do tubo.
C. Perfurar com uma coluna de trabalho com seções de diferentes diâmetros (coluna
combinada)
D. Fazer a operação de stripping em um poço através do kick.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 52


7. Do ponto de vista do controle do poço, qual a principal diferença entre operações de perfuração padrão
e operações em poços estreitos?
A. Os tubos menores usados em poços estreitos resultam em tempos menores para de manobra.
B. Os pequenos (leves) conjuntos de fundo (BHA) usados na perfuração em poços estreitos
resultam em baixas taxas de penetração.
C. Em operações em poços estreitos tudo acontece muito mais rápido do que em operações
padrão.
D. Densidades equivalentes de circulação são muito mais lentas que em operações de perfuração
padrão.

8. A perda de carga no anular (Δanular) é muito maior na perfuração em poços estreitos do que em
operações padrão. Como isso afeta a detecção de kick?
A. A alta Δanular pode “mascarar” o potencial kick. Quando as bombas são paralisadas, a pressão no
fundo do poço é reduzida pelo valor da Δanular.
B. A Δanular possui pouca ligação com a detecção de kick.
C. Uma alta pressão no anular poderia causar problemas de tubo preso.
D. O gás pode migrar mais rápido em poços estreitos.

9. Como a pressão no fundo do poço é controlada durante operações de perfuração em underbalance?


A. Mantendo uma contrapressão pré-calculada com um choke ajustável
B. Pela pressão hidrostática no poço
C. Pela pressão hidrostática total mais a Δanular
D. Nenhuma das opções acima

10. Qual das opções a seguir é usada como fluido de trabalho durante operações de em underbalance?
A. Névoa (gás e água)
B. Espuma
C. Fluido
D. Todas as opções acima

11. Se as pressões de circulação e do revestimento aumentarem de repente durante a circulação de um


kick, qual poderia ser a provável causa?
A. Um jato da broca obstruído
B. Um choke obstruído
C. Perda de circulação
D. Uma lavagem na coluna de trabalho

12. Quais são os prováveis sintomas de uma lavagem na coluna de perfuração que ocorreu durante a
circulação de um kick?
A. Um aumento na pressão do de circulação; nenhuma alteração na pressão do revestimento
B. Um aumento na pressão de circulação e leve diminuição na pressão do revestimento
C. Uma diminuição da pressão de circulação e pouca ou nenhuma alteração na pressão do
revestimento
D. Uma diminuição nas pressões de circulação e do revestimento

Tópicos Especiais e Complicações 7 - 53 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Tópicos Especiais e Complicações 7 - 54
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 8
FLUIDOS DE PERFURAÇÃO

O princípio básico da perfuração rotativa não mudou desde que foi criado e aplicado no campo
petrolífero há mais de 100 anos. A ideia de bombear um líquido através de um tubo giratório ao qual
uma broca é presa, fornecendo meios de remoção do solo simultaneamente à perfuração de um
buraco na terra. Independente da grande tecnologia e avanços científicos no decorrer dos anos, o
princípio permanece o mesmo e o fluido utilizado para perfuração é o principal componente de cada
programa de perfuração rotativa. Nos primeiros poços o fluido era água. Quando a água bombeada
retornava à superfície junto aos cascalhos da broca, formava a mistura de água/argila, lama, que é
como os trabalhadores chamavam. Atualmente, apesar de os fluidos modernos de perfuração
possuírem misturas químicas complexas, são comumente referidos como "lama". “Peso da lama”,
“engenheiro de lama”, “programa de lama” e “registrador de lama” são frases comuns usadas na
área de perfuração em todo o mundo.

Apesar de adequadamente projetada e mantida, a lama de perfuração pode fornecer de oito a dez
funções benéficas para o conjunto das operações de perfuração em geral, e apenas três dessas
funções pertencem diretamente à prevenção de blowout.

São elas:
• Controle da pressão da formação (densidade do fluido)
• Eficiência na limpeza do poço e pressões de bombeio relacionadas (viscosidade)
• Suspensão de sólidos quando o fluido não está sendo circulado (força gel)

FLUIDOS COM BASE ÁGUA


Os fluidos de perfuração são misturas de um fluido base ao qual o material sólido é adicionado. Os
engenheiros de lama chamam de fase “líquida” e fase “sólida”. Os sólidos adicionados criam a lama
completa. Os sólidos determinam a densidade do fluido e sua espessura relativa, ou viscosidade. A
viscosidade pode ser pensada como a resistência do fluido ao fluxo. Essa definição, embora não
científica e, de certa forma, incompleta, é suficiente para o uso prático no campo. O estudo dos
fluidos em movimento é chamado reologia e, embora os engenheiros de lama e trabalhadores da
sonda não trabalhem especificamente com reologia, quando algum material é adicionado ou
removido do fluido, as propriedades de fluxo, ou seja, as características reológicas do fluido, mudam.
As propriedades de fluxo são inter-relacionadas; uma alteração em qualquer uma delas altera as
outras.

A água usada para compor os fluidos com base água pode variar de água doce, essencialmente livre
de minerais, à água saturada com um ou mais sais. Água doce é, às vezes, tratada com produtos
químicos para reduzir o conteúdo de minerais antes da adição de sólidos, para criar as propriedades
de lama desejadas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Fluidos de Perfuração 8 - 2


O principal agente para aumentar a viscosidade em lamas com
base água é a bentonita de sódio, também conhecida como “gel”
no campo. A bentonita é um tipo único de argila, a qual é
hidrofílica devido à forma que “incha”, ou hidrata, quando
misturada com água doce. Quando bentonita fina é misturada
com água, sendo constantemente agitada e misturada, as
pequenas partículas de argila de bentonita se dispersam no
fluido, resultando em uma mistura mais espessa. A bentonita,
quando misturada com a água, torna a solução mais viscosa.
Outros aditivos também podem ser misturados para atingir as
Figura 8 - 1: Kit para Testes da Lama
propriedades necessárias. O conteúdo mineral da água
produzida inibe a capacidade que a bentonita possui de tornar a
mistura mais viscosa. Quando esse for o caso, outros agentes
viscosificantes podem ser usados, assim como a bentonita. Às
vezes bentonita pré-hidratada é adicionada a sistemas
saturados com mineral para outros benefícios além da
viscosidade. Assim que a viscosidade desejada for atingida, o
material adensante pode ser adicionado para aumentar a
densidade do fluido (peso da lama).

O aditivo mais comum usado para aumentar o peso do fluido de


perfuração é o sulfato de bário (BaSO4). BaSO4 é conhecido no
campo por muitos nomes, por exemplo, barita, bar, ou
simplesmente material adensante. O termo “barita” é o mais
comum e será usado nessa discussão. Barita, como a bentonita,
também é um tipo de argila, mas, diferente da bentonita, é
inerte. A barita não reagirá com outros ingredientes do fluido. O
valor da barita para os fluidos de perfuração é sua densidade.
As argilas mais naturais possuem gravidade específica de
aproximadamente 2,5, ou seja, são 2-1/2 vezes mais densas
que a água. A gravidade específica da barita recomendada pela
API é de aproximadamente 4,25; logo, a densidade efetiva do
fluido resultante é aumentada quando a barita é misturada ao
fluido. Figura 8 - 2: Viscosímetro Fann

Fluidos de perfuração com bentonita possuem pseudo-plasticidade, o que significa que quanto mais rápido
se movem, menos viscosos se tornam. Não há uma viscosidade única e verdadeira para fluidos com
pseudoplasticidade. Por exemplo, o fluido em torno do BHA terá menor viscosidade do que o fluido se
movendo mais devagar em espaços anulares mais largos em torno da coluna de perfuração. O fluido com
bentonita flui livremente conforme a lama circula em um poço, mas quando o movimento é interrompido,
como durante uma conexão, o fluido fica mais espesso e forma uma estrutura parecida com um gel. Essa
tendência para “engrossar” conforme o movimento diminui é chamada tixotropia. A natureza tixotrópica
da lama evita que os cascalhos da broca caiam em torno do BHA.

Fluidos de Perfuração 8 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Quando o pessoal do campo pensa sobre viscosidade, eles
normalmente pensam no Funil Marsh. O viscosímetro Funil
Marsh é encontrado em quase todas as sondas, junto com
uma balança de lama e um kit medidor de conteúdo de
areia. Esses itens são as principais ferramentas da sonda
usadas para testar a lama. Embora o Funil Marsh seja útil,
os engenheiros de lama usam um instrumento chamado
viscosímetro rotacional, ou Fann VG, para analisar a
viscosidade da lama. Os medidores Fann são portáteis e
resistentes o suficiente para uso em campo. São usados
para aplicar força rotacional em uma amostra de fluido em
várias velocidades. Duas propriedades do fluxo são
determinadas, a viscosidade plástica e ponto de
escoamento. A força gel também pode ser determinada
usando um medidor Fann. A viscosidade relativa da lama
em duas velocidades de rotação é o resultado da
porcentagem de sólidos na mistura e da atração química
entre as partículas sólidas. Os engenheiros de lama fazem
algumas recomendações de tratamento com base nesses Figura 8 - 3: Análise da Lama

testes.

A viscosidade plástica é o reflexo do conteúdo de sólidos (desejáveis ou não) na lama. Quanto maior
o teor de sólidos, maior a viscosidade. O ponto de escoamento representa uma força (lbs/100 pés2)
e é reflexo da atração eletroquímica entre as partículas sólidas na lama.

O ponto de escoamento e a força gel possuem relação próxima; quanto mais perfeitamente os sólidos
da lama forem dispersos no fluido, menor será o ponto de escoamento e a força gel.

As perdas de carga em um sistema de circulação são determinadas principalmente pela taxa de


bombeio e propriedades de fluxo do fluido. Quando a barita é adicionada ao sistema para aumentar
o peso da lama, a viscosidade plástica também aumentará, pois a barita é um sólido inerte. O ponto
de escoamento e a força gel também podem aumentar, mas em proporção menor. Normalmente,
uma pequena quantidade de água é adicionada à lama quando a barita é misturada para compensar
a desidratação, o que resulta em um aumento nos valores das propriedades de fluxo. A pressão de
circulação aumentará conforme a bomba move o fluido mais pesado a uma taxa constante. O
aumento na pressão devido ao fluido mais denso pode ser estimado com a seguinte fórmula:

P2 = ρ2 ÷ ρ1 x P1

Onde:
P1 = Pressão original
P2 = Nova pressão
ρ1 = Peso original da lama
ρ2 = Novo peso da lama

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Fluidos de Perfuração 8 - 4


Considere que a pressão do standpipe é 2500 psi a 60 strokes/minuto (spm) ao circular um fluido de
10,2 ppg. Qual seria a nova pressão se o peso da lama aumentasse para 10,6 ppg?

O aumento na densidade do fluido


PARTES DA BALANÇA DE LAMA
causou o aumento na pressão de
circulação em 98 psi. Conforme o TAMPA
PARAFUSO DA
TAMPA
fluido é circulado através da coluna e
VISOR DE NÍVEL PARAFUSO DE AJUSTE
retorna pelo espaço anular, está RIDER

sujeito a várias condições que afetam


suas propriedades. Deve tolerar o BRAÇO DA BALANÇA

aumento das temperaturas e pressões PESO


COPO BASE
do fundo do poço enquanto leva os
cascalhos perfurados para a superfície.
Figura 8 - 4: Balança de Lama
De fato, a lama retornando pela linha
de fluxo não é a mesma lama no tanque de sucção. Os engenheiros de lama realizam uma variedade
de testes no fluido que os guia na definição das recomendações para tratamentos químicos e
mecânicos, com o objetivo de recondicionar a lama antes que ela seja bombeada novamente para o
poço. O objetivo é aumentar o volume conforme o poço é perfurado, ao mesmo tempo em que a
estabilidade geral e desempenho do fluido são mantidos.

Lamas com base água são altamente sensíveis a alterações repentinas nas condições do fundo do poço.
Se os fluidos da formação entram no poço de maneira não intencional, as propriedades de toda a lama
podem mudar drasticamente. Em caso de influxos de água, especialmente água salgada, grandes
mudanças nas propriedades do fluxo são prováveis. A água irá diluir a lama, levando a perda de
densidade. O conteúdo de sal do fluido que está entrando causará uma mudança na base química das
partículas de bentonita.

Os sólidos irão flocular, ou seja, vão se juntar em “flocos”. Quando isso acontece, a lama se torna
muito espessa na área do influxo e talvez perca sua capacidade de “sustentar” a barita. A viscosidade
plástica provavelmente diminuirá, mas o limite de escoamento irá aumentar rapidamente. Quando a
circulação for interrompida e o BOP for fechado, o fluido formará um gel grosso. Quando a água
salgada entra no poço pela primeira vez, a pressão de circulação provavelmente diminui devido à
densidade relativamente baixa do influxo. No entanto, mais pressão pode ser necessária para retomar
a circulação e superar a alta força gel causada pela floculação. Em caso de kicks de gás, a densidade
extremamente baixa do gás provavelmente causará maior diminuição na pressão de circulação do
que kicks de água. Há normalmente um aumento na salinidade associado a todos os fluidos na
formação, mas uma lama quimicamente tratada e altamente dispersa pode minimizar a tendência de
floculação da bentonita.

Fluidos de Perfuração 8 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


FLUIDOS COM BASE ÓLEO (OBM)
A fase líquida dos fluidos de perfuração com base óleo é normalmente óleo diesel, embora outros
óleos, por exemplo óleo mineral ou hidrocarbonetos sintéticos, possam ser usados. Lamas de óleo
são efetivamente emulsões de óleo e água. Uma pequena quantidade de água, normalmente
saturada com sal, é emulsificada e dispersa em pequenas gotas em todo o sistema.

Vários químicos e agentes de emulsificação foram desenvolvidos para uso em sistemas de lama com
base óleo. Embora lamas de óleo sejam mais caras para fazer e manter do que as lamas de água,
em certas áreas, esses custos, incluindo o treinamento de segurança do pessoal e questões
ambientais, são compensadas por taxas de perfuração melhores e danos minimizados às formações
de produção. Lamas de óleo normalmente possuem viscosidade menor do que lamas de água da
mesma densidade. Valores da viscosidade plástica são aproximadamente os mesmos para fluidos
com base água, mas o limite de escoamento e a força gel são menores. Adição de água às lamas de
óleo aumentam a viscosidade, enquanto adições de óleo a reduzem. Engenheiros de lama se
preocupam especialmente com a estabilidade da emulsão, logo, o volume é normalmente produzido
pela adição gradual de lama pré-misturada ao sistema.

Kicks de gás em lamas com base óleo podem ser perigosos devido à solubilidade do gás na fase
líquida da lama. O volume do influxo pode ser surpreendentemente baixo quando o kick entrar no
poço com a pressão no fundo do poço, com isso a pressão de circulação pode não ser muito afetada
nesse momento. Quando o kick é circulado para cima no espaço anular, onde a pressão hidrostática
é menor, o gás expandirá rapidamente, dificultando o controle.

Kicks de algum material líquido em fluidos com base óleo podem quebrar a emulsão. A água pode
se separar completamente do óleo. Nesse caso, o fluido pode se separar em três colunas, a barita e
os sólidos da perfuração no fundo, a água acima dos sólidos e o óleo no topo. Tal separação
complicará o controle do poço drasticamente, dificultando ainda mais as operações.

MEDIÇÃO DA DENSIDADE DO FLUIDO


O instrumento na sonda usado para determinar a densidade da lama é chamado de balança
densimétrica de lama, muitos trabalhadores referem-se a esta ferramenta apenas como “balança de
lama” pois é usada para “pesar a lama”. Embora a balança de lama seja usada por quase todo o
pessoal da sonda, ocasionalmente deve-se observar que há boas práticas a serem seguidas ao
verificar a densidade da lama, e algumas práticas inadequadas a serem evitadas. O uso adequado
desta ferramenta simples é uma das primeiras linhas de defesa contra blowouts.

O braço da balança de lama possui quatro escalas de densidade inscritas no metal. A densidade pode
ser lida diretamente em libras por galão, libras por pé cúbico, psi por 1000 pés, e gravidade
específica. Na parte inferior da balança, perto do recipiente, há uma marca longa e profunda. Se a
balança estiver corretamente calibrada, essa marca representa a densidade da água doce a 70ºF. A
precisão da balança deve ser verificada a cada troca de turno, e quando o instrumento tiver sofrido
uma queda ou tiver sido rudemente manuseado. A pessoa responsável pela pesagem da lama deve
observar qualquer pequena imprecisão e reportar o peso da lama corrigido. Também é importante
que qualquer erro conhecido seja passado para o próximo trabalhador na troca de turno.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Fluidos de Perfuração 8 - 6


Na extremidade da balança, seja na ponta do braço ou do outro lado, há um parafuso sextavado.
Abaixo deste parafuso, há uma câmara a ser preenchida com várias quantidades para calibração
fina. Normalmente não é uma boa ideia tentar remover ou adicionar quantidades na sonda. As peças
são tão pequenas que, se adulteradas, provavelmente danificarão a balança. Se a balança apresentar
um grande erro, ela deve ser substituída. Também é possível solicitar que o fabricante faça a
recalibragem da balança de lama. O furo da tampa é feito em tamanho preciso. Ele deve ser mantido
limpo para pesagens precisas e não deve nunca ser alargado. Nenhum metal deve ser removido.

A balança é normalmente feita de alumínio e oxidará, ou sofrerá corrosão se não for mantida seca.
Essa corrosão é muito rápida quando a balança é usada em lamas salgadas. Na verdade, a única
manutenção real necessária para que a balança fique em boas condições é que seja mantida limpa
e seca quando fora de uso. Para pesar lama, pegue uma amostra de fluido (os cascalhos devem ser
filtrados) e coloque-a no recipiente seco da balança até que ele transborde livremente. Isso é para
garantir que o recipiente seja completamente preenchido e que qualquer ar residual seja removido.
Mergulhe a tampa na amostra, cubra-a com lama, e então a deslize devagar e gentilmente sobre o
recipiente. A única lama expelida deve ser através do furo na tampa. Quando a tampa estiver firme,
bloqueie o furo com o dedo e cuidadosamente lave e seque toda a balança. Deslize o contrapeso
para a outra extremidade do braço da balança e coloque a régua do braço no pedestal. Observando
a bolha de ar no visor, deslize o contrapeso vagarosamente em direção ao recipiente até que a bolha
esteja centralizada. Leia o peso da lama na escala apropriada. Embora os passos acima sejam
relativamente simples, há dois pontos importantes a serem destacados:

1. Se a lama for pesada em uma balança parcialmente ou totalmente molhada, os resultados


não serão precisos. Isto eventualmente causará mais trabalho, bem como desperdício de
fluido. Se isso for feito intencionalmente para “acertar o peso”, isso é pior do que um erro:
é uma inverdade potencialmente perigosa que trai a confiança do empregador.
2. É importante não fazer o pré-ajuste do contrapeso para o peso desejado antes de colocar a
balança sobre o pedestal. Essa é outra maneira de “acertar o peso”. O olhar deve ser mantido
na bolha no visor até que o instrumento esteja equilibrado.

A balança de lama descrita acima é comum à maioria das sondas de workover e perfuração. Há
várias outras balanças disponíveis. A balança pressurizada, por exemplo, é grande, pesada, e possui
um êmbolo para comprimir o ar ou outros gases que podem estar presentes no fluido. Quando o ar
é comprimido a um volume insignificante, uma densidade precisa pode ser determinada. Uma “mini-
balança” também está disponível para verificações rápidas de densidade. A mini-balança é feita de
plástico e é pequena o suficiente para caber no bolso para fácil portabilidade. Esse método de
verificação do peso da lama não muda, independentemente do tipo de balança sendo usado.

Grandes sondas terrestres normalmente possuem mais de três tanques usados para o sistema de
lama ativa. Essas sondas mantêm um ou mais tanques de lama pré-misturada que é adicionada ao
sistema ativo a taxas controladas. Alguns fluidos, como a lama com base óleo ou salmouras mais
pesadas, são difíceis de misturar e controlar pela adição manual de ingredientes através de funis. Às
vezes, tanques de reserva podem ser usados para armazenar lama de matar pré-misturada. Outros
tanques podem ser mantidos limpos e vazios, caso misturas especiais precisem ser feitas. Nessas
sondas, barita, cimento e outros aditivos secos são mantidos em grandes tanques pressurizados. O
material é inserido por pressão de ar pela tubulação para os funis de mistura.

Fluidos de Perfuração 8 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Os sistemas mais modernos, encontrados em algumas unidades flutuantes são completamente
fechados e as válvulas e manifolds, propriedades do fluxo e mistura são direcionados e controlados
hidraulicamente através de computadores.

RESUMO
Há muitos tipos de fluidos de perfuração diferentes. Eles são normalmente separados em dois grupos
de acordo com o fluido usado como fase líquida, água ou óleo. Dentro desses dois grupos principais,
há vários subgrupos que são desenvolvidos e mantidos de acordo com os requisitos de um
determinado programa de perfuração específico. As duas principais propriedades da lama de
perfuração são a densidade do fluido, que é a principal barreira contra incidentes de controle do
poço, e a viscosidade, que controla o desempenho e a estabilidade do fluido. As várias propriedades
reológicas dos fluidos de perfuração são inter-relacionadas. Quando fluidos da formação entram no
poço, como quando ocorre um kick, o fluido pode se tornar gravemente contaminado, o que pode
complicar a retomada do controle do poço.

EXERCÍCIOS
1. Qual o principal viscosificante usado em fluidos de perfuração com base água?
A. Sulfato de bário
B. Hidróxido de sódio
C. Barita
D. Bentonita de sódio

2. Qual é a gravidade específica (densidade) da barita recomendada pela API usada em fluidos de
perfuração?
A. Aproximadamente 4,25
B. Aproximadamente 2,5
C. 2,45
D. Nenhuma das opções acima.

3. A viscosidade plástica é um reflexo da/do na lama de perfuração.


A. Alcalinidade
B. Conteúdo de sólidos
C. pH
D. Atração química entre as partículas sólidas dentro do fluido.

4. Qual propriedade da lama de perfuração fornece a principal barreira contra os incidentes de controle
de poço?
A. Ponto de escoamento
B. Viscosidade Plástica
C. Densidade
D. Viscosidade

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Fluidos de Perfuração 8 - 8


5. Quantas escalas de densidade diferentes (unidades de medida) podem ser lidas em uma balança de lama
comum na sonda?
A. Uma
B. Duas
C. Três
D. Quatro

6. Como kicks de gás em lamas com base óleo diferem daqueles em lamas com base água?
A. Gás é altamente solúvel em fluidos com base óleo.
B. Gás é insolúvel em fluidos com base óleo.
C. O tipo de lama possui pouca influência sobre o controle do poço.
D. H2S é mais denso que o metano, o gás mais encontrado na formação.

7. A viscosidade é normalmente em lamas com base óleo do que em lamas com base água.
A. Maior
B. Menor
C. A fase líquida normalmente não afeta a viscosidade dos fluidos de perfuração.
D. Nenhuma das opções acima está correta.

Fluidos de Perfuração 8 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Fluidos de Perfuração 8 - 10
Capítulo 9
Capítulo 9
EQUIPAMENTOS DE SUPERFÍCIE

A principal fonte para o material encontrado neste capítulo é o APIRP53, Práticas


Recomendadas para Equipamentos de Prevenção de Blowout em Perfuração de Poços. Os
preventores de Blowout (BOPs) são considerados uma barreira secundária contra blowouts. As
discussões que se seguem descrevem brevemente uma variedade de equipamentos de
prevenção de blowout e suas aplicações. O capítulo também discute equipamentos de controle
de pressão associada usados na superfície, por exemplo, chokes, desgaseificadores, etc.
Nenhuma das informações aqui apresentadas devem ser vistas como sugestões ou
recomendações de qualquer equipamento ou de montagem de equipamentos. Os manuais dos
fabricantes e publicações da indústria devem ser consultados para informações específicas.

BOP stack
O BOP stack é o conjunto de equipamentos de controle de
poço, incluindo preventores, carreteis (spools), válvulas e
nipples conectados à parte superior da cabeça do poço.
Sua finalidade é interromper o fluxo de um poço quando
um kick ocorrer e permitir maior flexibilidade para
operações subsequentes. O stack deverá ter uma pressão
de trabalho, pelo menos, igual à pressão máxima de
superfície prevista para o poço no qual ele está instalado.
A API estabeleceu os seguintes códigos para designar os
componentes do stack.

A = BOP tipo anular


G = cabeça rotativa
R = preventor tipo gaveta simples com conjuntos de
gavetas, sejam cegas ou de tubo, como o operador
preferir. Figura 9 - 1: Sonda de Perfuração
Rd = preventor tipo gaveta dupla com dois conjuntos de
gavetas, posicionados como o operador preferir.
Rt= preventor tipo gaveta tripla com três conjuntos de
gavetas, posicionados como o operador preferir.
S=carretel com conexões de saídas laterais para as linhas
de choke e kill.
M(K)=Taxa de pressão de trabalho de 1.000psi.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 2


Usando o código e descrevendo o stack de baixo para cima, um stack de classificação de 10.000 psi com
um diâmetro de 13-5 / 8 polegadas, um carretel, duas gavetas duplas, e um preventor anular seriam
codificados como:

10m-13-5/8”-SRRA

Preventor anular
O BOP anular é uma grande válvula, que
ARRANJOS TÍPICOS DO BOP STACK
geralmente é instalada acima dos
preventores tipo gaveta em um BOP
stack. Quando fechado, forma uma
vedação no espaço anular entre o tubo e a
parede do poço. Se não houver nenhum
tubo no poço, alguns preventores anulares
são projetos para vedar o poço aberto. O G
preventor consiste de um elemento
circular revestido de borracha, um pistão, A A A
corpo e cabeça. Quando o fluido hidráulico
é bombeado para dentro da câmara de R R
R
fechamento, desloca o pistão para cima
R R
contra o packer, forçando o elemento do R
packer a uma constrição interna, fechando S R
S
o espaço anular. O packer vai moldar-se
em quase todas as formas: tubulação de R S
R
perfuração, tool joints de ferramentas,
kellys ou cabos de perfilagem, e Casing
Spool
Casing
Spool Casing

efetivamente vedar o anular. Esta


Spool

versatilidade é a principal razão pela


qual os preventores anulares são,
muitas vezes, os escolhidos quando
inicialmente se fecha um poço. Figura 9 - 2: Arranjos Típicos do BOP Stack

A maioria dos preventores anulares são


projetados para uma pressão de
fechamento máxima recomendada de
1.500 psi, embora alguns BOPs anulares
tenham uma pressão de trabalho máxima
da câmara operacional de até 3.000 psi. A
válvula reguladora que fornece a pressão
de fechamento para os BOPs de superfície
permite o fluxo em ambas as direções.
Essa é uma característica importante para
operações de stripping em tubos e tool
joints através do preventor, mantendo
uma pressão de fechamento constante, e
assim, mantendo a vedação do tubo. O
Figura 9 - 4: Preventor Anular Figura 9 - 3: Preventor Anular
elemento de vedação de borracha é
aparte crítica do preventor e sua vida é reduzida quando operado contra a alta pressão. Ao mover o tubo
através do elemento de vedação fechado, como durante as operações de descida ou remoção da
tubulação, a pressão reguladora pode ser reduzida, a fim de aumentar a vida do elemento de vedação.

Equipamentos de Superfície 9 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Alguns modelos são altamente energizados pela pressão do poço, ou
seja, a pressão do poço empurra o pistão para cima e proporciona
uma força de vedação adicional. O uso de uma pressão de operação
alta no preventor anular é uma importante fonte de desgaste e falha
do elemento de vedação. Se a pressão excede a pressão de trabalho
do preventor e um selo falhar, a pressão do poço pode ser
descarregada através do regulador de linha de fechamento de volta
para o reservatório acumulador.
Os fabricantes fornecem pressões de fechamento recomendadas
específicas, de acordo com o tamanho do tubo e pressão do poço
a ser contido. A pressão suficiente deve ser exercida sobre o
elemento de vedação para assegurar uma boa vedação, mas a Figura 9 - 5: Preventor Anular
pressão não deve ser tão elevada a ponto de provocar desgaste
excessivo. Há situações em que uma vedação positiva é
necessária, como quando se fecha o cabo de perfilagem ou o
kelly, ou quando o gás H2S estiver presente. Essas situações irão
resultar na redução da vida útil do elemento de vedação. É
altamente recomendado usar uma pressão de operação tão baixa
quanto possível com segurança.
Se for necessário trocar um elemento de vedação desgastado ou
danificado quando a coluna não puder ser removida do poço, o
elemento pode ser partido e removido. Elementos de vedação
partidos também são disponíveis pelos fabricantes. É preciso mais
fluido hidráulico para fechar um preventor anular do que
preventores do tipo gaveta; consequentemente, leva-se mais
tempo para fechá-lo. Figura 9 - 6: Preventor Anular

Uma pressão de fechamento mais elevada não irá reduzir o tempo de fechamento, assim como linhas de
operação com diâmetros maiores, encaixes maiores ou reguladores.

Elementos de Vedação

Fabricantes de preventores fornecem elementos de vedação com diferentes composições que são projetadas
para uso em ambientes específicos do poço. Ambientes onde altas temperaturas estejam presentes, onde
houver gases como H2S e CO2 e onde o óleo estiver presente, pode ser necessário que um elemento de
vedação especial seja instalado em todo o BOP stack. A não utilização de elementos de vedação projetados
para o ambiente do poço pode levar à falha do BOP e perda de controle do poço.

Tipos padrão de borrachas usadas para BOPs incluem:


• Borracha natural (NR)
• Borracha nitrílica (NBR), e
• Borracha neoprene (CR).

De acordo com o IADC:


• Elementos de borracha natural são para uso em aplicações de lama com base água, com temperaturas entre
30° e 225°F.
• Elementos de borracha nitrílica são utilizados em aplicações de lama com base óleo, com temperaturas entre
32° e190°F.

• Elementos de borracha neoprene são para uso em aplicações de lama com base óleo, com temperaturas
entre 30° e170°F.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 4


Ainda que um preventor anular feche e forme uma PRESSÕES DE FECHAMENTO RECOMENDADAS PELO
vedação em várias ferramentas, ele é testado FABRICANTE DE ACORDO COM A PRESSÃO DO POÇO
usando a coluna de trabalho. Práticas 1,500
recomendadas demonstram que o preventor anular
deve ser testado a uma pressão baixa (200-300 psi) COS
• Closingpressuresareaverageandwillvaryslightly
with each packing unit. Use closing pressure shown

CLOSINGPRESSURE(psi)
e, em seguida, a uma pressão mais elevada. O teste
at initial closure to establish seal off, and reduce
closing pressure proportionally as well pressure is
increased. Well pressure will maintain closure

de alta pressão deve ser, no mínimo, de 70% da 1,000 apéser exceeding the requiredlevel.

• Closecautiouslytopreventcollapseofcasing.

pressão de operação nominal do preventor.

Algumas orientações gerais estão listadas 500

abaixo:
1. Armazene os elementos de vedação em áreas
escuras, secas, frescas e longe de motores
1,000 2,000 3,000 4,000 5,000
elétricos. Pressão do poço -psi
2. Nunca use mais pressão sobre a unidade de
Figura 9 - 7: Pressões de Fechamento Recomendadas
fechamento do que o necessário, especialmente
enquanto o tubo estiver sendo deslocado
através do preventor fechado.
3. Teste o elemento de vedação para a pressão
exigida pelas operações quando o mesmo for
instalado no preventor e de acordo com os
regulamentos estaduais ou federais.
4. Verifique o manual do fabricante para os dados
operacionais de vários modelos já que pode haver
diferenças consideráveis entre os vários Figura 9 - 8: Elementos de Vedação
preventores.

Preventores
A maioria dos fabricantes de equipamento de BOP oferece uma variedade de
preventores anulares de propósito especial. A função específica de cada um é
indicada pelo seu nome, por exemplo, cabeças rotativas, tubing strippers,
wireline strippers, strippers de haste, caixas de vedação (stuffing boxes) e
cabeças de circulação (circulating heads). Este grupo de equipamentos permite a
retirada, inserção e /ou rotação dos tubos, wireline ou hastes de bombeio
enquanto o poço estiver sob pressão. Os elementos de vedação são projetados
para serem flexíveis o suficiente, expandir e contrair mantendo uma vedação de
pressão. Tool joints, colares, e outros grandes componentes da coluna são
retirados lentamente, a fim de evitar a falha prematura dos elementos de
vedação. Estes preventores, às vezes, são usados no lugar de preventores
anulares padrão.

Dependendo do tipo e modelo, eles podem ser de funcionamento manual,


hidráulico ou ter um elemento de enchimento para vedação permanentemente
fixado e fechado.
Figura 9 - 9: Cabeça
Cabeças Rotativas de Stripping

Cabeças rotativas desviam o fluxo de líquidos e gases do espaço anular para longe do piso da
sonda. A cabeça rotativa constantemente faz um selo em torno do kelly, tubo de perfuração,
tubos, comandos de perfuração e tool joints. As principais aplicações das cabeças rotativas são
(1) quando o ar ou gás é utilizado como fluido de trabalho (2) em operações com vapor, e (3)
quando se utiliza fluidos aerados.

Equipamentos de Superfície 9 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Cabeças rotativas têm sido utilizadas com sucesso na manutenção de reservatórios de gás
profundos e secos que não suportam uma coluna cheia de líquido. Em vez de bombear água para
dentro do poço, o que poderia danificar gravemente o reservatório, o uso de uma cabeça rotativa
permite que a água seja aerada. Fluidos aerados são menos densos, portanto eles permitem que o
poço seja circulado normalmente. Quando um fluido não é utilizado, as cabeças rotativas
permitem que os gases produzidos sejam desviados de forma segura para longe da sonda. A
manutenção e substituição das borrachas é relativamente simples e rápida, em comparação com o
preventor anular padrão.

Sistemas de Diverter
Sistemas de Diverter são usados quando um poço ARRANJO TÍPICO DO DIVERTER
não pode ser fechado devido ao risco de perda de
circulação ou fratura. Estes sistemas consistem
LINHA DE
de um BOP (geralmente do tipo anular) e linhas VENTILAÇÃO

de ventilação de grande diâmetro, instaladas DEGASEFICA

abaixo do preventor. O sistema é projetado para


DOR RISER

SEPARADOR
PACKER
proteger o pessoal e equipamentos do fluxo de LAMA GÁS RISER
DEGASSER
LINHA DE
ENCHIMENTO
gases rasos que pode ocorrer antes da instalação
VALVE DIVERTER

LINHA DE FLUXO VÁLVULA DE


do BOP stack. E não são usados para parar o PARA O AGITADOR RETENÇÃO

SELO LÍQUIDO PARA O


fluxo de um poço. Quando o sistema é ativado AGITADOR VÁLVULA DA LINHA
DE VENTILAÇÃO
LINHA DO TANQUE
DE MANOBRA
hidraulicamente, válvulas totalmente abertas JUNTA
FLEXÍVEL HOUSING
abrem as linhas de ventilação antes que o VÁLVULA
SUPERIOR DO DIVERTER

elemento de vedação seja fechado, desviando,


OVERBOAR DE
ESTIBORDO

assim, o fluxo para longe do equipamento. Os SLIP


JOINT
PORT LINHA DE VENTILAÇÃO
controles do diverter normalmente são dispostos STARBOARD

como um único controle para evitar confusão, já


que estas operações devem ser realizadas
rapidamente. A alavanca de comando sobre o
Figura
acumulador está acoplada aos controles para a linha deventilação, de 9 - 11:
modo queArranjo Típicodo
o anular do Diverter

diverter não possa ser fechado antes de as linhas de


ventilação serem abertas. Duas (ou mais) linhas de
ventilação são usadas e a disposição das válvulas
permite que o sondador pré-selecione as linhas a favor
do vento.

As normas regulamentadoras exigem o uso de diverters


durante a perfuração top-hole em todas as plataformas
offshore; em unidades flutuantes eles são um
componente permanente do LMRP (Lower Marine Riser
Package) do riser submarino e são usadas para liberar o
gás que possa estar preso no riser.

Sistemas de diverter são projetados para breves


períodos e altas taxas de fluxo, portanto, a erosão deve
ser considerada. As linhas de ventilação devem ser
simples e possuir o maior diâmetro possível, com o mínimo
de curvas e voltas. A API recomenda linhas com um Figura 9 - 10: Conector Vetco H-4 com Selo de Hidrato
diâmetro interno mínimo de 10 pol. para instalações

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 6


offshore, e 6 pol. para sondas terrestres. Algumas operações usam tanto um preventor anular como
uma gaveta acima das linhas de ventilação, antecipando as altas taxas de fluxo. Os testes de
sistemas de diverter incluem um teste funcional, bombeando água a uma taxa máxima para
garantir que o sistema não esteja bloqueado, e um teste de baixa pressão, conforme as normas
regulamentadoras e políticas da empresa. As recomendações da API para testar estes sistemas
podem ser encontradas no Apêndice D. Para mais informações sobre os sistemas de diverter veja a
API RP 64s.

Preventores de gaveta
Gavetas são os principais componentes de fechamento e
vedação em um BOP. Um dos vários tipos de gaveta pode
ser instalado no corpo do preventor: de tubo, cega,
cisalhante, cega/cisalhante e de diâmetro variável. Um
conjunto, que consiste em dois blocos de gaveta (que
contenham os elementos de vedação) é montado em
eixos opostos no preventor de cada lado do poço. Quando
o preventor é ativado os eixos juntam as gavetas,
formando uma vedação para fechar o poço. Gavetas são
fabricadas em vários tamanhos e classes de pressão.
Algumas são construídas sob encomenda ou
especialmente projetadas para aplicações específicas. Elas
podem variar de simples conjuntos de gavetas manuais
para blocos de gavetas múltiplas. As gavetas mais
Figura 9 - 12: BOP de gaveta tripla da
simples consistem de uma haste polida que se fecha Shaffer
rotacionando as alavancas em ambos os lados, a fim de
empurrar a gaveta para dentro do poço, fechando-a.
Complexos conjuntos múltiplos de gavetas podem ser
alojados no corpo de um único preventor e operados
hidraulicamente de forma remota. Embora alguns
sistemas de fechamento do BOP de gaveta usem um
dispositivo manual para fechamento das gavetas, a
maioria dos sistemas de BOPs são fechadas por pistões
hidráulicos. A haste do pistão é vedada contra o poço
por um selo primário, que é instalado no bonnet e onde
a haste passa. Se a pressão do poço ultrapassar a
vedação primária e entrar no cilindro de operação, a
abertura da gaveta pode acabar sendo forçada. Para Figura 9 - 13: BOP de gaveta simples
da Hydril
evitar tal situação, uma série de vedações secundárias e
métodos de detecção são fornecidos, incluindo os "O" rings de
backup, selos plásticos de injeção e um orifício de ventilação
para a atmosfera (orifício chorão). Se for verificado algum
vazamento de fluido no BOP, o selo plástico secundário ou
auxiliar deve ser energizado contra o eixo do pistão. Em caso de
falha do sistema hidráulico, a maioria das gavetas pode ser
fechada manualmente. Quando fechadas, as gavetas podem
Figura 9 - 14: BOP de gaveta simples
ser bloqueadas por travas hidráulicas ou manuais (volante). da Cameron

Selos secundários consistem de:


• O-rings backup
• Selos plásticos de injeção para vedação
• Um orifício chorão (weephole) para a atmosfera

Equipamentos de Superfície 9 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Os blocos de gaveta têm uma borracha ou selo superior, que consiste de um elastômero encaixado no lado
de cima do bloco. Quando as gavetas são fechadas, a pressão do poço pressiona o selo superior para cima
contra o corpo do preventor. A gaveta não é projetada para vedar quando a pressão é exercida a partir do
topo. Apesar de parecer improvável, há casos em que preventores de gaveta foram instalados de cabeça
para baixo e, consequentemente, não conseguiram selar adequadamente. O nome do fabricante deve
sempre estar virado para cima, e as portas de circulação ou saídas devem estar localizadas abaixo da
gaveta. Ao se fazer as trocas dos selos da gaveta, é uma boa prática inspecionar e substituir o bonnet ou
selos da porta quando as gavetas são alteradas ou as portas estão abertas. A maioria dos preventores de
gaveta é fechada com uma pressão operacional de 1.500 psi, mas podem funcionar com pressões mais
baixas.

Gavetas de Tubo

Blocos de preventores de gaveta de tubo são


projetados para fechar em torno de um tamanho
específico de tubo. Guias centralizam a tubulação
conforme as gavetas fecham e um selo de
borracha na frente do bloco de gavetas, que forma
uma vedação em torno do tubo. Quando as
gavetas fecham, o espaço anular em torno do tubo
é eficazmente selado e a pressão do poço energiza
o selo superior contra o corpo do preventor.

Embora as gavetas de tubo possam formar uma Figura 9 - 12: Gaveta de Tubo Fixo
vedação em torno de uma leve conicidade, se
elas forem fechadas em diâmetros maiores, por
exemplo em um tool joint, a junta será esmagada
e a vedação frontal da gaveta será danificada.
Deve-se ter cuidado ao fechar gavetas de tubo
próximas ao stool joints, especialmente com tubos
de alumínio, que apresentam uma conicidade
maior do que a tubulação de aço.

Algumas operações requerem que o tubo seja


"pendurado" (operações de hang-off) nas gavetas
para aliviar o peso da coluna até que o tool joint Figura 9 - 13: Gaveta Cega

esteja sobre a gaveta fechada. Uma operação de


stripping pode ser feita para posicionar ou
remover o tubo, no entanto, girar a coluna pode
causar um desgaste excessivo do selo e,
geralmente, não é recomendado. O movimento do
tubo através das gavetas fechadas deve ser
minimizado ao máximo. A pressão de fechamento
do acumulador, às vezes, é reduzida
(considerando a segurança) quando a operação
exige um movimento contínuo do tubo, como nas
operações de inserção ou retirada da coluna.
Testes funcionais não devem ser feitos, a menos
que um tubo de tamanho apropriado esteja no Figura 9 - 17: Gaveta Cisalhante
poço. Da mesma forma, elas não devem ser
fechadas no espaço anular aberto, devido à extrusão e possível dano ao selo.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 8


Gavetas Cegas
Gavetas cegas, como o nome indica, não têm um corte para
tubulação na face de seus blocos. As gavetas fecham e
selam uma contra a outras para fechar completamente um
poço aberto.

Gavetas Cisalhantes e Cegas/Cisalhantes


Gavetas cisalhantes são gavetas especiais com lâminas que
são usadas em caso de emergência para cortar a coluna de

perfuração em um poço. Dependendo da gaveta e da Figura 9 - 14: Gaveta Cega/Cisalhante


tubulação a serem cortadas, pressões mais elevadas do que
as normais podem ser necessárias para realizar o corte.
Embora gavetas cisalhantes nem sempre sejam utilizadas
em BOPs stack de superfície, elas sempre serão um
componente de um stack submarino. Gavetas cisalhantes
não devem ser totalmente fechadas com alta pressão
quando estiverem sendo testadas. Elas devem ser operadas
com uma pressão reduzida. Gavetas cegas/cisalhantes
combinam as funções de corte do tubo e fornecem uma
forte vedação do poço após o corte.

Quando gavetas cegas/cisalhantes passam por testes de Figura 9 - 15: Detalhe da Gaveta de Tubo Variável

pressão, ocorre uma extrusão do selo, como o selo destas


gavetas é pequeno, poucos testes de pressão podem ser feitos para que a integridade dos selos seja
mantida. A grande vantagem das gavetas cegas/cisalhantes é que um único conjunto de gavetas faz o
trabalho de duas gavetas separadas. Gavetas cisalhantes são as principais gavetas em stacks
submarinos.

Gaveta Variável (VBR)


Gavetas variáveis selam tubos de vários tamanhos e,
dependendo do tipo da gaveta, até modelos de kelly
hexagonais. Elas também podem servir como
gavetas primárias para um tubo de determinado
tamanho e como backup para outro. Em poços com
colunas cônicas em que o espaço (altura) é uma
preocupação, podem ser utilizadas gavetas variáveis.
Um conjunto de gavetas variáveis em um BOP stack
pode evitar a necessidade de subida e descida de um
BOP stack, porque as gavetas não precisam ser Figura 9 - 20: Gaveta de Tubo Variável

alteradas quando sequências de tubos de diâmetros diferentes são usadas ou quando o revestimento é
assentado.
Em um tipo gaveta variável, o selo contém inserções de aço para reforço, semelhantes às de um elemento
de vedação do preventor anular. As inserções giram internamente quando as gavetas são fechadas; o aço
oferece suporte para a borracha, que veda o tubo. Em testes de fadiga padrão, os selos das gavetas
variáveis tiveram um desempenho comparável aos das gavetas de tubo, e as variáveis também são
adequadas para operações com a presença de H2S. Outro tipo de gaveta variável consiste em várias

Equipamentos de Superfície 9 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


pequenas placas de tubos que deslizam no caminho da tubulação de maior diâmetro até que se
feche em torno do tubo. Selos são colocados entre cada placa para oferecer vedação.

Range de Vedação de uma Gaveta Variável

Diâmetro do Preventor (ins.) Diâmetro do Tubo (ins.)


7-1/16 2-7/8 a2-3/8
7-1/16 3-1/2 a2-3/8
7-1/16 4 a2-7/8
11 2-3/8 a3-1/2
11 5 a2-3/8
13-5/8 5 a2-7/8
13-5/8 5-1/2 a3-1/2
13-5/8 6 a3-1/2
13-5/8 6-5/8 a5
16-3/4 5 a2-7/8
16-3/4 7 a3-1/2
18-3/4 5 a2-7/8
18-3/4 5 a3-1/2
18-3/4 7-5/8 a3-1/2
Figura 9 - 21: Range de Vedação de uma Gaveta Variável

Disposição comum de um BOP stack


Muitas configurações de stack são possíveis. Apesar de a pressão de operação ser o elemento
principal a ser considerado ao projetar um stack individual, existem também outras considerações.
Por exemplo, o quão alto será o stack? Os carreteis (spools) não só fornecem saídas para as linhas
de kill e choke, como também aumentam a altura total do stack, que pode ou não ser uma
vantagem. Obviamente, o stack deve caber debaixo da subestrutura da plataforma. Outras
considerações são a temperatura, fluidos da formação esperados e custo efetivo. O "melhor"
arranjo de stack para uma tarefa é aquele adequado ao trabalho específico em questão. A maioria
das plataformas tem BOPs que são adequados para uso em uma ampla área geográfica, com um
mínimo necessário de alterações no stack.

A classe de pressão de um BOP e equipamentos de controle de poço associados deve ser igual ou
maior do que a classificação de pressão ajustada da última coluna de revestimento e da cabeça do
poço. Em todas as situações, a pressão de operação nominal dos componentes deve ser adequada
para conter a pressão de superfície anular máxima antecipada (MASP – Maximum Anticipated
Surface Pressure). Vários fatores são considerados durante a escolha do BOP, incluindo:

• Pressão de operação interna do revestimento


• Classe de pressão do equipamento da cabeça do poço
• MASP se o poço entrar em kick
• Profundidade da zona de óleo e gás exposta
• Peso e altura do BOP stack

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 10


Classificação do BOP
BOPs são divididos em cinco categorias de serviços, que vão desde rod jobs de baixa pressão a
operações nas quais as pressões podem exceder 10.000 psi. O equipamento BOP primário inclui
equipamentos como preventores anulares, preventores de gavetas e válvulas. Todos os
preventores do stack são equipados com saídas laterais e todos preventores de gaveta são
equipados com dispositivos de travamento, sejam volantes de extensão ou travamento hidráulico.
Válvulas externas são usadas para controlar a pressão; válvulas internas são consideradas válvulas
mestras e não são abertas ou fechadas sob pressão, a menos que a válvula externa esteja fechada.
Carreteis com saídas laterais são usados em um stack em todas as operações que precedem uma
circulação mais prolongada. Os equipamentos do BOP, incluindo choke manifolds utilizados devem
atender ou exceder os requisitos da categoria de pressão do poço onde estão sendo usados.

POÇOS CATEGORIA I
Os poços de Categoria I (CAT I) são operações de workover com recolocação da haste (rod Jobs)
quando o tubo de produção não é removido do poço. Poços nesta classificação geralmente usam
um BOP stack Cat I sem manifold. Os BOPs stack são projetados apenas para rod Jobs de sucção.
O stack pode ser constituído por um preventor de gaveta com haste operada manualmente,
instalada no lugar de uma árvore de produção, ou pode também ser equipado com um preventor
anular ou stripper em vez de uma única gaveta de tubo simples. As conexões rosqueadas podem
ser utilizadas, desde que a pressão de superfície máxima antecipada seja menor do que 2.000 psi.

POÇOS CATEGORIA II
Poços CAT II são poços de workover onde o tubo de produção é removido, eles são incapazes de
fluir para a superfície e zonas de gás não são esperadas. A pressão máxima de superfície
antecipada é inferior a 2.000 psi. Um choke manifold CAT II deve ser instalado.

Os BOPs stack para estes poços, onde a MASP é menor do que 2.000 psi e não se espera gás,
podem ser compostos por um único preventor anular operado hidraulicamente e uma única gaveta
cega ou em uma configuração alternativa, uma única gaveta de tubo pode ser substituída por um
preventor anular. Linhas de choke e kill são instaladas diretamente sobre as saídas laterais da
cabeça de poço, ao invés de cabeças de revestimento. As linhas devem ter um diâmetro interno
mínimo de 2 polegadas e conexões rosqueadas podem ser utilizadas.

POÇOS CATEGORIA III


A designação CAT III inclui poços que têm uma pressão de superfície máxima antecipada (MASP)
de 2.000 a 5.000 psi, ou onde zonas de gás são esperadas. Poços nesta classificação devem usar
um BOP stack CAT III e um choke manifold CAT III. Poços CAT III incluem poços de menor pressão
nos quais o gás é esperado e a coluna de trabalho não é cônica, no entanto gavetas variáveis
podem ser utilizadas.

Todas as saídas laterais nos preventores ou carreteis devem possuir conexões do tipo flange,
estojo ou clamp. Uma linha de kill de emergência pode ser instalada na cabeça do poço. Se o
espaço for limitado, um preventor de gaveta dupla pode ser utilizado desde que o choke manifold
esteja conectado a uma saída flangeada entre os preventores de gaveta.

Nesta instalação, as gavetas de tubo são consideradas gavetas mestre e não podem ser usadas para
circular um kick rotineiramente.

Equipamentos de Superfície 9 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


POÇOS CATEGORIA IV
A classificação CAT IV descreve os poços com uma pressão de superfície máxima antecipada entre
5.000 e 10.000 psi. Todos os poços localizados nos onshore ou offshore (plataformas fixas ou
flutuantes) ou onde há o risco de concentrações letais de H2S são designados CAT IV (ou CAT V).
BOPs stack CAT IV são projetados para operações nas quais a coluna de perfuração não seja
cônica, a menos que sejam utilizadas gavetas variáveis. Se o stack for usado com uma coluna
cônica, gavetas variáveis devem ser instaladas como gavetas de tubo superiores e as gavetas de
tubo maiores devem ser instaladas na parte inferior. As linhas de choke e kill são instaladas no
carretel e devem ter um diâmetro interno mínimo de 3 polegadas. Todas as saídas laterais nos
preventores ou no carretel devem ter conexões do tipo flange, estojo ou clamp. Uma linha de kill
de emergência pode ser instalada na cabeça do poço.

POÇOS CATEGORIA V
Uma designação CAT V é atribuída a todos os poços que possuem uma pressão de superfície
máxima antecipada superior a 10.000 psi. A designação CAT V também é dada a qualquer poço
CAT IV com colunas cônicas, onde gavetas variáveis não são instaladas ou onde colunas de tubos
duplos são executadas simultaneamente. As linhas de choke e kill são instaladas no carretel e
devem ter um diâmetro interno mínimo de 3 polegadas. Todas as saídas laterais nos preventores
ou no carretel devem ter conexões do tipo flange, estojo ou clamp. Uma linha de kill de emergência
pode ser instalada na cabeça do poço. Preventores de gaveta duplos podem ser utilizados para
reduzir a altura do stack, mas um carretel deve ser usado em todas as ocasiões.

Instalação do stack
As conexões são os pontos mais fracos em
qualquer sistema de tubos ou válvulas e o BOP
stack não é uma exceção. Os flanges e as
gaxetas de vedação estão sujeitos a uma carga
acumulado no processo de inserção e retirada da
coluna que podem levar à falha. Uma das
principais fontes de falhas é o atrito ou vibração
das juntas do anel, sulcos e superfícies de
contato quando movimentando o conjunto.

Figura 9 - 22: Limpeza das Ranhuras do Anel


O propósito deste texto não é descrever a
instalação do stack em detalhes, entretanto existem algumas boas práticas que se aplicam e, como
segurança é sempre um ponto chave, vale a pena mencioná-las.

• Ranhuras do anel e superfícies de contato devem ser limpas com água e sabão e
inspecionadas cuidadosamente antes da instalação. Em alguns casos de tolerância ring-to-
groove, pode ser necessário aplicar uma fina camada de óleo para auxiliar o assentamento
adequado do anel.

• Escovas de arame e raspadores nunca devem ser usados em superfícies de


acoplamento e nas ranhuras do anel.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 12


• As portas hidráulicas de abertura e fechamento devem ser mantidas limpas. Lixo e sujeira no
sistema hidráulico irão, eventualmente, causar a avaria do sistema.

• Ao se montar um stack com um componente de cada vez, todos os parafusos devem ser
apertados à mão antes serem torqueados.

Os anéis do tipo X, que são energizados por pressão, ajudam a manter os flanges apertados, mas,
ainda assim, eles devem ser verificados e reapertados conforme necessário. As gaxetas de anéis
RX e BX são utilizadas em juntas do tipo auto-energizada ou em ranhuras.

Anéis de vedação R não são auto-energizados e, portanto, não são recomendados para uso em
equipamentos de controle de poço. Os anéis de vedação RX são usados com flanges tipo 6BX e
hubs 16B. Anéis de vedação tipo BX são usados com flanges tipo 6BX e hubs 16BX. Conexões API
do tipo clamp e hub são compostas por dois hubs colocados contra um anel de vedação de metal
por um clamp de duas ou três peças. Esta conexão requer menos parafusos na construção e é mais
leve, mas não é tão forte quanto a conexão de flange API para tensão, curvatura ou carga
combinada. No entanto, conexões hub ou clamp podem ser iguais ou superiores à conexão de
flange API para carga combinada.

Anéis Comuns de Vedação do tipo Ring Joint


Anéis do tipo Ring Joints API R não são
energizados por pressão interna. A vedação
RIG JOINT GASKETS
ocorre ao longo de pequenos grupos de contato
entre as ranhuras e a gaxeta tanto no OD
TIPO RX
quanto no ID. O anel de vedação pode ser
octogonal ou oval em secção transversal. O
anel do tipo R não permite contato face-a-face
entre os hubs ou flanges. As cargas externas
são transmitidas através das superfícies de
vedação do anel. A vibração e as cargas TIPO R
externas podem fazer com que as ranhuras do
anel se deformem plasticamente, a gaxeta
pode desenvolver um vazamento, a menos que
o parafuso do flange seja apertado
semanalmente.
TIPO RX
No anel de vedação API RX energizado por FACE A FACE

pressão, o selo tem lugar ao longo pequenos


grupos de contato entre as ranhuras e o OD
da junta. O anel de vedação tem um diâmetro
ligeiramente maior do que as ranhuras, e é
ligeiramente comprimido para atingir vedação
inicial, conforme a junta é apertada. O
modelo RX não permite contato face-a-face
Figura 9 - 23: Ring Joint Gaskets
entre os hubs porque o anel tem superfícies
de carga em seu diâmetro interno para
transmitir cargas externas sem deformação
plástica das gaxetas.

Equipamentos de Superfície 9 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Um novo anel deve ser usado cada vez que a junta é montada. Os anéis de vedação API RX (e BX)
têm um orifício para proporcionar a passagem da pressão através do anel. O anel do tipo ring joint
API RX face-a-face energizado por pressão foi adotado pela API como o anel padrão para hubs de
conexões clamp. A vedação ocorre ao longo de pequenos grupos de contato entre as ranhuras do
anel e do OD da junta. O anel de vedação tem um diâmetro ligeiramente maior do que as ranhuras
e é comprimido até certo ponto para conseguir a vedação inicial, conforme a junta é apertada. O
aumento da largura da ranhura garante contato face-a-face entre os núcleos, mas isso deixa o anel
sem suporte em seu ID. Sem o apoio do ID dos sulcos do anel, a junta pode não permanecer
perfeitamente redonda quando a articulação for apertada. Se a junta se curvar ou ficar achatada,
pode apresentar vazamentos.

A Cameron Iron Works (CIW) modificou as


ranhuras do anel tipo ring joint API RX face-a-face ANÉIS DO TIPO RING JOINT
energizado por pressão para evitar vazamentos
TIPO BX
causados por distorções da junta na ranhura API.
Os mesmos anéis ring joint API tipo RX face-a-
face energizados por pressão são utilizados com
esses sulcos modificados. A vedação ocorre ao
longo de pequenos grupos de contato entre as
ranhuras e o OD do anel. O anel de vedação tem TIPO RX
um diâmetro ligeiramente maior do que as MODIFICADA CAMERON

ranhuras e é comprimido até certo ponto para


conseguir a vedação inicial, conforme a junta é
apertada. O ID do anel também entrará em
contato com as ranhuras quando for montado.
Este confinamento do anel de vedação impede
qualquer vazamento causado pela deformação do
mesmo. Uma tolerância de 0,022 polegadas é Figura 9 - 24: Anéis do tipo Ring Joint
mantida no interior do hub de contato face-a-face
do anel e da ranhura.

O anel tipo ring joint API BX energizado por pressão foi projetado para contato face-a-face dos
hubs ou flanges. A vedação ocorre ao longo de pequenos grupos de contato entre as ranhuras e o
OD do anel. O anel de vedação tem um diâmetro ligeiramente maior do que as ranhuras do anel. É
comprimido com pouca intensidade para atingir a vedação inicial, conforme a junta é apertada. A
intenção do design BX era o contato face-a-face entre os hubs ou flanges. No entanto, as
tolerâncias de ranhuras e do anel de vedação adotadas são projetadas de forma que, se a
dimensão do anel estiver na faixa mais alta do intervalo de tolerância e a dimensão do sulco
estiver na faixa mais baixa, o contato face-a-face pode ser difícil de alcançar. Sem o contato face-
a-face, a vibração e as cargas externas podem causar deformação plástica do anel e podem,
eventualmente, resultar em vazamentos. Ambos os anéis BX para conexões clamp ou flange estão
igualmente propensos a esta dificuldade. O anel BX é frequentemente fabricado com orifícios
axiais para garantir o equilíbrio de pressão, uma vez que o ID e o OD do anel podem entrar em
contato com as ranhuras.

Com anéis da Cameron AX e Vetco VX energizados por pressão, a vedação acontece ao longo de
pequenos grupos de contato entre as ranhuras e o ID do anel. O anel de vedação tem um
diâmetro ligeiramente maior do que as ranhuras e é comprimido para conseguir a vedação inicial,
conforme a junta é apertada. O ID do anel é suave e é quase nivelado com o orifício do hub. A
selagem ocorre no diâmetro, que é apenas ligeiramente maior do que o diâmetro do orifício do
hub, de modo que a carga de pressão axial sobre o conector do aro é mantida em um mínimo
absoluto.
Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 14
A correia no centro do anel de vedação previne a flambagem ou inclinação conforme a junta é montada.
O OD do anel de vedação possui ranhuras para permitir o uso de pinos retráteis ou travas para reter
positivamente o anel na base do aro do conector quando os hubs são separados.

O design dos anéis AX e VX permite que o


contato face-a-face entre os hubs seja atingido RIG JOINT GASKETS
com a força de um aperto mínimo. Elas são TIPO AX ou VX

usadas na base do aro do conector, porque o


anel inferior deve ser retido de forma positiva
no conector quando os polos são separados.
Seu design garante que a carga de pressão
axial no aro do conector seja mantida em um
mínimo absoluto. As cargas externas são
transmitidas inteiramente através das faces do
hub e não podem danificar o anel. Os anéis AX
e VX também são adequados para as saídas CAMERON TIPO CX
laterais de um BOP stack uma vez que essas
saídas não estão sujeitas a condição de key
seating. Os anéis do tipo ring joint da Cameron
CX energizados por pressão permitem o contato
face-a-face entre os hubs com uma força
mínima de aperto. A vedação ocorre ao longo
de pequenos grupos de contato entre as
ranhuras e o OD da junta. As cargas externas
são transmitidas exclusivamente através das
Figura 9 - 25: Ring Joint Gaskets
faces do hub e, por conseguinte, não podem
danificar a vedação. O anel de vedação tem um diâmetro ligeiramente maior do que as ranhuras e
é comprimido para conseguir a vedação inicial, conforme a junta é apertada. O anel é modelado
após o anel AX, mas é recuado, em vez de se alinhar com o furo do hub, para a proteção contra key
seating. Os selos vedam aproximadamente o mesmo diâmetro que os anéis RX e BX.
A correia, no centro do anel de vedação, previne a flambagem ou inclinação conforme o BOP ou
riser é constituído. Os parafusos do flange da cabeça do poço são particularmente críticos em
stacks de unidades jackup de águas profundas, porque o movimento do longo tubo condutor para o
fundo do mar é contido na extremidade superior prendendo o stack à plataforma. Em qualquer
plataforma, se apenas o stack é amarrado, tremendas forças podem agir contra o flange da cabeça
do poço onde toda a flexão está concentrada. É uma boa prática amarrar o condutor contra a
plataforma sempre que possível. Deve-se manter a torre centrada sobre o poço, a fim de minimizar
o contato entre a coluna de trabalho e o stack. A coluna deve descer pelo centro do BOP stack sem
contato. Plataformas pode se mover; esse ajuste pode fazer com que a torre fique fora do centro.
Se a torre não for perpendicular a partir da base, sua parte superior pode ficar vários pés fora do
centro do poço. O efeito de desgaste não é imediato porque as gavetas e preventores anulares irão
fechar e controlar. No entanto, os danos em longo prazo podem ser graves. Isso pode resultar em
desgaste fora do centro do stack e de brocas e ferramentas no stack, nas gavetas ou na superfície
dos anulares. O desgaste e danos podem também ocorrer no revestimento e na cabeça de poço.
Os danos menores podem ser vedados durante um teste, mas há sempre a chance de que mais
danos ocorram e o stack não vede durante um kick.

Equipamentos de Superfície 9 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Além disso, o reparo do stack é um trabalho para a fábrica, que é longo e dispendioso. Geralmente,
o uso de anéis ou buchas minimiza o desgaste e danos internos.

Linhas de Enchimento
Uma linha de enchimento acima do preventor superior (normalmente incorporadas no bell nipple) é
recomendada. O objetivo da linha de enchimento é encher o poço durante as manobras e quando o
poço não estiver sendo circulado. É necessária pouca manutenção, além de garantir que a linha
não fique entupida ou seriamente corroída.

Acumuladores (unidades de controle do BOP)


BOPs eram fechados e travados manualmente nos primórdios da perfuração e, apesar de algumas
pequenas plataformas ainda operarem os BOPs manualmente, a maioria das plataformas opera o
stack hidraulicamente, por meio de uma unidade acumuladora. Um acumulador é um dispositivo
que armazena fluido hidráulico sob pressão em reservatórios especiais (garrafas) e fornece um
método para fechar e abrir os preventores rapidamente e de forma confiável. Uma unidade
acumuladora típica e os seus principais componentes estão representadas nas figuras abaixo.

Unidades acumuladoras usadas com sistemas de BOPs de


superfície consistem de bombas, válvulas especiais, um
reservatório de fluidos e vários bancos de garrafas. As
garrafas são pré-carregadas com nitrogênio a uma pressão
específica e, em seguida, fluido hidráulico é bombeado
para dentro da garrafa, comprimindo o nitrogênio até que
a pressão na garrafa esteja na pressão de operação do
sistema. Quando um componente do BOP é operado, as
válvulas das garrafas abrem e o nitrogênio se expande,
agindo como uma mola, e forçando o fluido da garrafa a
fazer o trabalho mecânico do funcionamento do preventor.

A pré-carga de nitrogênio mais comum para um sistema


Figura 9 - 26: Acumulador
de 3.000 psi é de 1.000 psi ± 10%. O fluido de controle é
normalmente um fluido hidráulico ou, em alguns casos,
óleos solúveis em água. Bactericidas ou fungicidas são por
vezes adicionados aos fluidos com base água para prevenir
o crescimento de matéria orgânica. O uso de óleos
impróprios ou águas corrosivas irá prejudicar a unidade
acumuladora e os elementos de fechamento do BOP stack.
Óleos hidráulicos não-solúveis em água não devem nunca
ser misturados a um sistema solúvel em água. As
emulsões formadas no sistema resultarão na perda de
eficiência do fluido, degradação do selo e problemas, tais
como formação de espuma. Os sistemas de controle de
acumuladores em diversas plataformas podem requerer
diferentes tipos de fluidos, misturados em proporções Figura 9 - 27: Acumulador
diferentes. Sempre use fluidos que atendam às
especificações do fabricante para garantir o funcionamento
hidráulico ideal. Alguns componentes importantes de um
sistema de acumulador são descritos a seguir.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 16


• Bomba primária: A bomba principal é uma bomba de deslocamento positivo acionada
eletricamente que mantém a pressão do sistema. Um pressostato (geralmente definido para
aproximadamente 2.700 psi), detecta a pressão do sistema e liga ou desliga a bomba,
conforme necessário.

• Bombas de ar comprimido: bombas de ar comprimido são fornecidas como um backup no


caso de perda de energia elétrica.

• Redutoras de pressão / válvulas reguladoras: Uma válvula reguladora é utilizada para reduzir
e fornecer pressão no manifold (geralmente 1.500 psi) para operar as gavetas e válvulas.
Uma válvula reguladora separada fornece a pressão para o preventor anular. A pressão de
funcionamento do anular varia, dependendo do tipo de preventor anular em uso, da política
da empresa e das operações.

• Válvulas de 4/3 vias: As válvulas de 4/3 vias são usadas para operar os preventores e
válvulas hidráulicas associadas. As válvulas têm três posições; abrir, fechar e neutro (block).
Quando a válvula está na posição neutra é bloqueada; o equipamento associado não pode ser
acionado a partir de locais remotos.

• Manômetros: Três medidores são montados na unidade. A pressão do sistema, pressão de


admissão e a pressão no preventor anular são exibidos.

• Painéis de controle remoto: Os preventores podem ser acionados do piso da plataforma por
meio de um painel de controle remoto. Pode haver outros painéis remotos na plataforma, por
exemplo na sala do operador ou do encarregado da sonda.

O sistema do acumulador deve ter capacidade suficiente para fornecer o volume necessário para
atender ou exceder os requisitos mínimos dos sistemas de fechamento. O fluido útil é definido
como "fluido hidráulico recuperável a partir do sistema do acumulador entre a pressão máxima de
funcionamento do acumulador e 200 psi acima da pressão de pré-carga." O sistema deve ter um
volume hidráulico útil suficiente de fluido (sem as bombas) para fechar um preventor anular, as
gavetas e uma HCR (válvula operada hidraulicamente) na linha de choke e ainda manter 200 psi
acima da pré-carga. Portanto, um sistema de 3.000 psi com garrafas adequadamente pré-
carregadas para 1.000 psi, deve ter uma pressão mínima de 1.200 psi restante após os BOP serem
acionados. Podemos verificar que o nitrogênio pré-carregado é um elemento crítico na manutenção
do fluido útil. Se o nitrogênio pré-carregado for esgotado, o fluido útil é perdido. Boas práticas,
bem como regulamentos, ditam que a pré-carga em cada garrafa deve ser verificada e registada
pelo menos a cada 30 dias, ou antes de a perfuração de um novo poço, o que ocorrer primeiro.

A RP API 53 detalha a matemática envolvida no cálculo do volume mínimo recomendado. O


BOEMRE (Bureau of Ocean Management Regulation and Enforcement) exige 1,5 vezes o volume
(um fator de segurança de 50%) necessário para fechar e manter fechadas todas as unidades do
BOP, e ainda manter uma pressão mínima de 200 psi acima da pressão de pré-carga.

Agências governamentais ou estaduais ou as políticas da empresa podem ter requisitos de volume


diferentes. Uma vez que seja preferível ter mais do que o volume mínimo, a maioria dos
operadores preferem usar um fator de três vezes o volume necessário para fechar todos os
elementos do stack. O objetivo é ter energia reserva suficiente para o sistema do acumulador
operar o stack e ainda ter mais do que o nitrogênio pré-carregado restante.

Uma estimativa rápida de fluido útil em um sistema típico de 3.000 psi com 1.000 psi de pré-carga
é a utilização de metade do volume da garrafa do acumulador. Os cálculos mostram que cerca de
metade do volume total da garrafa pode ser utilizado antes que a pressão caia para 200 psi acima
da pré-carga.
Equipamentos de Superfície 9 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Por exemplo, uma garrafa de 20 galões, adequadamente pré-carregada, tem um volume útil de
cerca de 10 galões. Unidades maiores normalmente têm um volume de 80 galões e um volume útil
de 40 galões.

Requisitos para o volume estimado do acumulador com fator de


segurança de 1,5
USANDO OS MANUAIS DOS FABRICANTES, ASSUMA UM STACK COMPOSTO POR:

Um preventor anular Cameron tipo D:

21-¼pol, 40,5 galões para fechar, 28,4 galões para abrir

Três Gavetas Cameron tipo U:

21-¼pol, 26,9 galões para fechar, 24,5galões para abrir (cada)

Uma válvula HCR:

Válvula HCR de 4-1/16pol, 1,6galões para fechar, 1,6galões para abrir (cada)

Volume total requerido para fechar:

40,5 + 80, 7 + 1,6 = 122,8 galões

Requisito BOEMRE de fator de segurança de 50%, então:

122,8 x 1,5 = 184,2 galões de fluido útil

184,2 galões são arredondados para o próximo múltiplo de 10, um total de 190 galões de fluido
útil. Neste exemplo, seria necessário ter dezenove garrafas de 20 galões; arredondando para um
mínimo de 20 garrafas (190 ÷ 19 = 10), alguma combinação que dê um total mínimo de 190
galões de fluido útil.

Em ambientes extremamente frios, deve-se ter o cuidado de evitar que a temperatura do sistema
do acumulador caia abaixo de zero. As borrachas no interior das garrafas, as bexigas, tornam-se
frágeis e podem estourar. O sistema do acumulador deve passar por uma manutenção pelo menos
a cada 30 dias ou a cada poço, o que ocorrer primeiro. O calendário de 30 dias que se segue é um
guia, mas pode não ser suficiente para algumas operações.

• Limpe e lave o filtro de ar.


• Encha o lubrificador de ar com óleo de peso 10 (ou outro peso especificado).
• Verifique o revestimento da bomba de ar comprimido. O revestimento pode estar frouxo o
suficiente para que o pistão seja lubrificado, mas não frouxo o suficiente para escorrer.

• Verifique o revestimento da bomba elétrica.

• Remova e limpe os filtros de sucção. Eles estão localizados na sucção das bombas de ar e
elétrica.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 18


• Verifique o óleo da unidade de corrente na bomba elétrica. Ela deve ser mantida cheia de óleo
de corrente.

• Verifique se há água na parte inferior do reservatório.


• O volume de fluido no reservatório hidráulico deve estar no nível operacional (de dois terços a
três quartos cheios).

• Remova e limpe os filtros hidráulicos de alta pressão.


• Lubrifique as válvulas 4/3 vias. Há pontos de lubrificação do suporte de montagem e,
geralmente, um copo de graxa para a haste do pistão.
• Limpe o filtro de ar na linha de regulagem.

• Verifique a pré-carga das garrafas dos acumuladores individuais (entre 900 a 1.100 psi).

Para verificar a pré-carga do acumulador:


• Desligue o ar para as bombas de ar e a alimentação da bomba elétrica.
• Feche a válvula de corte do acumulador.
• Abra a válvula de purga e dreno do fluido de volta para o reservatório principal.
• A válvula de purga deve permanecer aberta até que a pré-carga seja verificada.
• Remova a tampa de proteção da válvula de pré-carga da garrafa do acumulador. Aparafuse o
conjunto do medidor.
• Abra a válvula de pré-carga do acumulador, enroscando o cabo T para baixo. Verifique a
pressão de pré-carga. O medidor deve ler 1.000 psi ± 10%. Se for muito alta, drene o excesso
de pressão; se for muito baixa, recarregue com nitrogênio até a pressão adequada.
• Feche a válvula de pré-carga, desenroscando a barra T, em seguida, remova o conjunto do
medidor. Volte a colocar a tampa.
• Abra a válvula de corte de acumulador.
• Ligue o ar e a energia. A unidade deve recarregar automaticamente.

O procedimento indicado aqui é para uma unidade de fechamento típica. Variações ocorrerão com
equipamentos e operações especializadas. Por exemplo, BOPs stack submarinos têm garrafas de
acumulador no stack. A pré-carga dessas garrafas, em águas profundas, é a pressão hidrostática
da água do mar calculada mais 1000 psi, mais uma margem de segurança para a infiltração ou
temperatura. Garrafas de alta pressão especiais são usadas para evitar explosão em pré-carga
sobre a superfície. Procedimentos recomendados para teste das unidades acumuladoras aparecem
no Apêndice D.

Linhas de Kill
A linha de kill é uma linha de emergência usada para bombeio de alta pressão com o poço fechado
quando a circulação na coluna não pode ser estabelecida. Esta situação ocorre mais
frequentemente quando não há tubo no poço ou quando a coluna está obstruída, e o bullheading
do espaço anular é necessário.

A linha de kill principal é ligada ao standpipe ou manifold de circulação e é a primeira escolha para
o bombeio no poço. Além disso, uma linha de kill remota, que se ramifica a partir da linha
primária e passa para um local que está a uma distância segura da plataforma, pode ser instalada.
Às vezes, uma linha de kill de emergência é instalada no poço, mas não é normalmente usada, a
menos que as linhas de kill primárias e remotas se tornem inoperantes.

Equipamentos de Superfície 9 - 19 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Linhas de kill são uma parte integrante do equipamento de controle do poço e devem ser
instaladas, inspecionadas, testadas e mantidas da mesma forma que outras componentes do
equipamento de controle de poço.

Válvulas de inspeção são instaladas em conexões da linha de kill para impedir o fluxo de volta para
a bomba. O princípio de funcionamento de uma válvula de inspeção (mecânico ou, por vezes,
hidráulico ou carregado por mola) é simples: o fluido pode ser bombeado através da válvula, mas
ela evita que o fluido flua para fora do poço, e através da linha na qual a válvula esteja instalada. A
pressão da bomba move a válvula da sua posição original e permite que o fluido passe através da
válvula. Quando o bombeio para, uma mola força a válvula de volta para sua posição.

Especificações da Linha de Kill

As especificações gerais abaixo se aplicam a todas as linhas de kill.


• Todos os componentes da linha de kill que possam ser expostos à pressão do poço devem ter
uma classificação de pressão de trabalho igual ou maior à do stack em uso.
• O diâmetro interno nominal mínimo de todos os componentes da linha de kill é de 2
polegadas, que inclui linhas, conexões e válvulas.
• Linhas de kill devem ter o design o mais reto possível, com um mínimo de voltas. Todas as
voltas devem ser orientadas na direção do bombeio para o poço.
• Linhas de kill devem ser firmemente ancoradas para reduzir as vibrações durante a
circulação.
• Todas as válvulas da linha de kill devem ser válvulas de gaveta de abertura plena.
• Todos os medidores devem ter a classificação de pressão adequada.
• Duas válvulas devem ser instaladas. Embora seja raro, já houve problemas durante o
bombeio de LCM em válvulas de retenção da linha de kill.

CHOKE MANIFOLDS
O objetivo do manifold é permitir uma alternativa para a circulação a partir do BOP stack sob uma
pressão controlada. O manifold fornece rotas alternativas para que chokes e válvulas possam ser
retiradas ou reparadas. A norma API RP 53 fornece uma descrição do choke manifold e as práticas
recomendadas para seu planejamento e instalação.

As recomendações incluem:
• Equipamentos do manifold sujeitos à pressão do poço e/ou de bombeio (normalmente a
montante e incluindo os chokes) devem ter uma pressão de trabalho, pelo menos, igual à
pressão de funcionamento nominal do BOP (gavetas) em uso. Este equipamento deve ser
testado quando instalado em pressões iguais à pressão de trabalho do BOP stack em uso.

• Os componentes devem cumprir com as especificações da API aplicáveis para acomodar a


pressão antecipada, temperatura, abrasividade e corrosividade dos fluidos da formação e
fluidos de perfuração.

• Para pressões de trabalho de 3000 psi (3M) e acima, apenas conexões flangeadas, soldadas ou
do tipo clamp devem ser utilizadas com os componentes submetidos à pressão do poço.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 20


• O choke manifold deve ser colocado
em um local acessível, de
preferência fora da subestrutura da
plataforma
• A linha de choke (que liga o BOP
stack ao choke manifold) e as linhas
a jusante do choke devem:
- Ser tão retas quanto possível;
voltas, se necessárias, devem ser
direcionadas.

- Estar firmemente ancorada para


evitar vibrações excessivas.
- Ter um diâmetro interno de
dimensão suficiente para evitar a
erosão excessiva ou atrito com o fluido. Figura 9 - 16: Choke Manifold

• O tamanho mínimo recomendado para as


linhas de choke são 3 polegadas de diâmetro nominal. Duas polegadas de diâmetro nominal
são aceitáveis para instalações de 2.000 psi (2m)

• O tamanho mínimo recomendado para linhas de ventilação a jusante do choke são diâmetros
nominais de 2 polegadas.

• Para grandes volumes e operações de perfuração com gás ou ar, linhas de 4 polegadas de
diâmetro nominal (ou maior) são recomendadas.

• O fluxo alternativo e rotas de ventilação (linhas de flare) a jusante da linha de choke devem
ser fornecidos de forma que partes erodida, entupidas ou peças com defeito possam ser
isoladas para reparo sem que o controle do fluxo seja interrompido. Deve ser dada atenção às
propriedades de baixa temperatura dos materiais utilizados em instalações que serão
expostas a temperaturas anormalmente baixas.

• A linha de dreno (a linha de ventilação que não passa pelos chokes) deve ter um diâmetro
pelo menos igual ao da linha de choke. Esta linha permite a circulação do poço com
preventores fechados, mantendo, ao mesmo tempo, um mínimo de contrapressão. Ele
também permite drenar um alto volume de fluidos do poço para aliviar a pressão do
revestimento com os preventores fechados.

Embora não esteja representado nas ilustrações dos equipamentos, tanques de amortecimento
(buffer) são, por vezes, instalados a jusante do choke para conectar as linhas de dreno. Quando os
tanques de amortecimento são empregados, é necessário prever uma forma de isolar uma falha ou
mau funcionamento que o controle do fluxo seja interrompido.

VÁLVULAS
VÁLVULAS DE GAVETA
Dois tipos de válvulas de gavetas serão apresentados a seguir. Válvulas de gaveta vedam e retêm pressão
por meio de uma gaveta sólida operando dentro do corpo da válvula. Uma válvula de gaveta é
preferível para uso no controle de poço e montagem de produção. Vários projetos de válvulas de
gaveta estão disponíveis, mas nenhuma preferência clara por um projeto ou modelo em detrimento
de outro é recomendada.

Equipamentos de Superfície 9 - 21 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Enquanto um fabricante ou modelo específico é usado
quase exclusivamente em algumas áreas, todos os
modelos de vários fabricantes cumprem os critérios de
projeto e testes estabelecidos pela API RP 6A. É
importante entender como cada tipo de válvula opera e
saber qual projeto usar.

VÁLVULA DE GAVETA BIPARTIDA


A gaveta de uma válvula de gaveta-bipartida consiste em
duas placas separadas. À medida que a válvula é fechada,
uma cunha, ou expansor, empurra as gavetas contra as
sedes. Uma vez que ambas as gavetas entram em contato
com um selo de metal em cada lado do corpo da válvula, é
possível manter uma pressão igual à do poço a partir de
ambos os lados. Outras vantagens deste projeto são que ele
não depende de pressão para realizar uma vedação inicial e
fornece as melhores características gerais de vedação para
aplicações de alta e baixa pressão. Em uma válvula de
gaveta-bipartida, uma vez que a válvula se fecha, uma Figura 9 - 29: Válvula gaveta
melhor vedação é obtida quando a alavanca da válvula é bipartida
girada com força. Uma melhor vedação se dá quando a
gaveta é impulsionada de forma mais apertada ou mais
profunda entre os elementos vedantes.

VÁLVULA GAVETA FLUTUANTE


A gaveta de uma válvula de gaveta flutuante é uma
gaveta sólida com uma peça que flutua lateralmente
dentro do corpo da válvula e veda quando a gaveta entra
em contato com um dos dois selos que estão localizados
em cada lado do corpo. Esse design é do tipo pressão
assistida e se baseia na pressão diferencial através da
válvula para realizar a vedação. Uma válvula de gaveta
flutuante tem provado ser extremamente eficaz e é feita
por vários fabricantes.

Esta válvula deve ser fechada até o fim. Em seguida, deve


ser recuada de um quarto a metade de uma volta. O recuo é
necessário para completar a vedação. Fechar uma válvula de
gaveta flutuante girando a alavanca o mais forte possível,
força a gaveta para a parte inferior do corpo da válvula e não
permite que a mesma se mova ou flutue.

VÁLVULAS DE GAVETA DE HASTE Figura 9 - 30: Válvula gaveta de


ASCENDENTE E NÃO ASCENDENTENTE haste não ascendente

Uma válvula de haste ascendente é projetada de modo


que a haste esteja fixada à gaveta. Conforme a alavanca
vira, a haste e a gaveta irão se mover simultaneamente.
Este movimento simultâneo indica a posição da gaveta; aberta ou fechada. No entanto, a haste
para fora não indica que a válvula esteja aberta, porque alguns modelos de válvulas têm uma
gaveta invertida. Em um modelo de gaveta inversa, a abertura através da gaveta está na porção
superior da válvula e não na parte inferior. Assim, quando a haste estiver para fora, a válvula está
fechada.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 22


Em uma válvula de haste não-ascendente, como a alavanca e a haste são viradas, a gaveta sobe e
desce na haste. A haste não se move verticalmente. Portanto, em uma válvula de haste não-
ascendente, a haste não indica a posição da válvula.

Muitas válvulas de gaveta modernas dispõem de contra vedação. Se a válvula começa a vazar
através da vedação da haste, a contra vedação na alavanca fornece um selo que veda contra a
haste. A vedação da haste, localizada acima deste selo, pode ser removida e substituída, após o
que a válvula está pronta para ser colocada de volta em seu modo operacional normal.

VÁLVULAS HCR

A válvulas HCR (high close ratio) são, essencialmente, válvulas de gaveta que são equipadas com
um atuador hidráulico, o que permite que a válvula seja operada remotamente. O termo HCR é
derivado do desenho do sistema hidráulico de seus pistões de fechamento. Uma HCR recebe fluido
de alimentação da unidade acumuladora e é operada a partir dos painéis de controle do BOP. Estas
válvulas também podem ser equipadas com um conjunto à prova de falhas, que fecha
automaticamente a válvula nos casos em que o fluido de alimentação (pressão de abertura) seja
perdido. A pressão de operação típica é de 1.500 psi. Válvulas HCR normalmente possuem uma
haste ascendente e não têm provisão contra vedação.

CHOKES
O choke é um dispositivo com um orifício, instalado na
linha para restringir o fluxo de fluidos. Ao restringir o fluxo,
uma fricção extra ou contrapressão é colocada no sistema,
proporcionando, assim, um meio de controlar a taxa de
fluxo e pressão no poço. Chokes usados para controle de
poço são diferentes dos chokes de produção. Chokes de
produção não são adequados para operações de controle
porque o orifício não pode ser variado. Chokes ajustáveis,
tanto manuais quanto hidráulicos, são utilizados para
operações de controle do poço porque a contrapressão
pode ser controlada dentro dos limites da classificação do
choke.

Chokes fixos são parte da árvore de produção de um


poço e contém um nipple estrangurador, ou inserção
(bean), com um orifício de diâmetro pequeno, que serve
para restringir o fluxo do poço.

Um choke de ajuste manual possui uma barra cônica e


vedação. À medida que a barra se aproxima da área de
vedação, há menos espaço livre para a passagem de
fluido, produzindo assim mais contrapressão no poço.
Todos os choke manifolds de perfuração estão equipados
com um ou mais chokes de ajuste manual. Em Figura 9 - 31: Choke de
produção
plataformas que usam um choke ajustável remoto como
choke primário, o de ajuste manual serve como back-up.
Ele deve ser utilizado com frequência para garantir que está
em boas condições de funcionamento e testado durante os
testes do BOP.

Equipamentos de Superfície 9 - 23 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Chokes ajustáveis remotos são os preferidos para
operações de perfuração e para trabalhos relacionados.
Eles fornecem a capacidade de monitorar as pressões, o
volume bombeado e ajustar o orifício de estrangulamento
a partir de um painel, normalmente localizado no piso da
plataforma. Existem dois tipos básicos de chokes
ajustáveis remotos. Um tipo usa uma barra que se move
para dentro e fora de uma gaveta de estrangulamento
cônica. Quando o choke está totalmente aberto, a barra
fica totalmente fora da gaveta e fornece uma abertura de
duas polegadas. O mecanismo de funcionamento é um
cilindro de dupla ação operado por pressão hidráulica a
partir do painel do choke. Vários fabricantes fornecem este
tipo de choke.

O SWACO Super Choke usa duas placas revestidas de


carboneto de tungstênio, cada uma com uma abertura em
meia-lua, uma fixa e outra rotativa conforme o choke é
operado. Quando as duas meias-luas estão alinhadas, o choke
está completamente aberto com um pouco menos do que a
área completa de um choke de duas polegadas. O choke
SWACO vai fechar e selar firmemente para atuar como uma
válvula. O mecanismo de funcionamento é um conjunto de
cilindros de dupla ação que operam uma placa que um pistão Figura 9 - 32: Choke manual
ajustável
que movimentam a placa de estrangulamento superior. A
pressão hidráulica é fornecida pelo painel do choke.

Ambos os tipos de choke ajustável


remoto são comumente classificados
para pressões de operação de 10.000
psi. Chokes ajustáveis de classificação
15.000 psi e até 20.000 psi podem
ser construídos sob encomenda.
Todas os chokes remotos estão
disponíveis com acessório para H2S e
todos têm painéis operacionais que
incluem a posição do choke, o volume
bombeado, manômetros para pressão
de circulação (drillpipe) e do
revestimento, uma bomba para
operação hidráulica e um interruptor Figura 9 – 33: Choke remoto
on-off. É uma boa ideia operar os ajustável
chokes remotos hidráulicos em cada
mudança de turno para garantir que
eles estejam funcionando
corretamente.

Alguns operadores realizam exercícios com os chokes remotos (choke drill), onde a lama é
bombeada através do choke manifold. O objeto do treinamento é familiarizar o pessoal com a
técnica de controle da pressão do drillpipe através do ajuste do choke a uma taxa de bombeio
constante.
Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 24
Sistemas de Circulação
Um sistema de circulação típico de uma plataforma de perfuração é composto por bombas, linhas
de superfície, standpipe, mangueira kelly, swivel, kelly ou top drive, coluna de trabalho, espaço
anular do poço, peneiras, tanques de fluidos e manifolds associados.

Bombas de deslocamento positivo são usadas para mover o fluído através do sistema de
circulação. Bombas duplex têm dois cilindros e bombas triplex têm três. As bombas têm
revestimentos que podem ser trocados devido ao desgaste, a fim de evitar danos no próprio corpo
da bomba. Hoje em dia, bombas triplex são usadas na maioria das sondas devido ao deslocamento
suave ao mover grandes volumes. Bombas triplex são super-carregadas com bombas centrífugas
e, quando em boas condições, uma bomba triplex super-carregada irá descarregar com quase
100% de sua eficiência. Considera-se uma boa prática estimar a eficiência da bomba, muitas
vezes, bombeando um volume conhecido de fluido e comparando o deslocamento real com o
deslocamento teórico.

As bombas da sonda são equipadas com um ou


mais contadores de stroke que são essenciais para a
medição de deslocamento de volume. Existem
vários tipos de contadores de strokes disponíveis,
que variam de simples dispositivos mecânicos aos
mais complexos dispositivos eletrônicos. Alguns
cuidados devem ser tomados para remontar
corretamente e configurar os contadores se eles
forem removidos por algum motivo. Se os
contadores de stroke não estiverem disponíveis,
medir o tempo de uma bomba a uma taxa
constante é a única maneira de controlar o volume
bombeado.

Manifolds de circulação são usados para selecionar Figura 9 - 17: Dispositivo de Monitoração de H2S

vários caminhos para o fluxo de lama dentro do


sistema de lama de superfície. O standpipe manifold direciona
o fluido das bombas para o piso da sonda e até a torre para
se conectar com a mangueira rotativa. A mangueira rotativa
faz uma conexão flexível entre o standpipe e o swivel e
permite que a coluna de trabalho se mova para cima ou para
baixo, enquanto ocorre o bombeio. O swivel é o dispositivo
que permite que o kelly gire durante o bombeio. Os retornos
podem ser encaminhados para o tanque a partir do bell nipple
no BOP stack de superfície ou através de um manifold de kill
ligado ao BOP. Os sistemas de manifold de circulação em
algumas plataformas maiores podem ser extremamente
complexos. Por exemplo, bombas de cimentação e/ou linhas
chicksan podem ter alinhamentos específicos, diferentes das
bombas e caminhos de retorno convencionais.

Figura 9 - 18: Detector de Gás

Detectores de gás

Detectores de gás têm sensores que são instalados em um pequeno tanque (conhecido como possum
belly) na parte de trás das peneiras. Os sensores detectam e medem o teor de gás que é transportado
para a superfície pela lama de retorno.

Equipamentos de Superfície 9 - 25 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Alguns detectores de gás especiais podem ser colocados em áreas onde gases tóxicos, tais como H2S,
podem se acumular. Se não houver um mud logger no local, as equipes devem fazer a manutenção e
calibração necessárias, de acordo com as especificações do fabricante. Detectores de gás são, algumas
vezes, instalados nos tanques de lama, bem como na linha de fluxo quando os tanques estão
localizados em uma área fechada.

Sensores da Linha de Fluxo)


Dispositivos de monitoramento da linha de fluxo detectam
precocemente alterações no padrão de fluxo do sistema de
fluidos. Instalados na linha de fluxo, eles sentem e
respondem a mudanças no fluxo de retorno do poço antes
que mudanças no volume do tanque possam ser detectadas.
Sensores da linha de fluxo têm alarmes sonoros e visuais que
podem ser definidos para alertar a equipe sobre alterações
na taxa de fluxo. Estes dispositivos devem ser instalados e
mantidos em funcionamento contínuo, mesmo quando não
houver coluna de trabalho no poço.

Dois tipos populares de indicadores de fluxo existem hoje


no mercado:(1) o medidor de vazão diferencial elétrico e Figura 9 - 36: Indicador de
(2) do sensor de vazão mecânico. O medidor de vazão fluxo de retorno
diferencial mede a diferença entre o fluxo de entrada e de
retorno, e registra a diferença em um gráfico.
O sensor de vazão mecânico utiliza uma pá instalada na linha de fluxo, que é defletida pelo
aumento do fluxo de lama de retorno. Sensores mecânicos de linha de fluxo são simples e
requerem pouca manutenção, além da verificação da movimentação completa da pá e manutenção
da linha de fluxo para evitar o acúmulo de sólidos. Algumas plataformas atuais têm sistemas de
medição de fluxo extremamente precisos, pois utilizam uma moderna tecnologia de feixe de laser.
Outras usam um sonar para medições de fluxo direto e ainda há um outro fabricante que
comercializa um sensor do tipo coriolis.

Tanques de Lama
A função dos tanques de lama interconectados é manter o
fluido de perfuração na superfície e proporcionar tempo e
meios para separar os sólidos e misturar quaisquer
aditivos necessários. A maioria das plataformas tem três
tanques usados como sistema ativo. A lama é
encaminhada através das linhas de fluxo de retorno que
interligam o sistema de tanques, igualando as linhas de
tanque para tanque, ou usando manifolds de circulação e
de mistura. À medida que a lama retorna do poço,
passando pela flowline, ela cai em uma ou mais telas
(peneiras). Abaixo das peneiras há um pequeno tanque
chamado de coletor de areia (sand trap). O coletor de Figura 9 - 37: Tanque de lama

areia é um tanque de decantação que separa algumas das


partículas sólidas indesejáveis e as impede de entrar nos
tanques do sistema ativo.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 26


O ar, gases e sólidos existentes são removidos à medida que a lama entra nos tanques de separação
ou nos tanques de teste. Amostras do fluido são retiradas no tanque de separação e testadas para
determinar qualquer tratamento que possa ser necessário antes de a lama ser bombeada de volta
para o poço.

O segundo tanque do sistema ativo é usado para a adição de quaisquer líquidos e/ou aditivos
sólidos para "condicionar a lama". A maioria dos aditivos de lama é misturada através de um funil
de mistura. O material é arrastado e misturado à lama por meio do efeito venturi, criado através
do bombeio de um ou mais jatos de lama, na extremidade inferior do funil.

O terceiro tanque do sistema ativo de lama é chamado de tanque de "sucção" ou "verificação". O


fluido neste tanque é direcionado para as bombas e movido para o poço através da coluna de
perfuração. Neste tanque, as propriedades da lama, especialmente o peso da lama e viscosidade,
devem ser verificadas com frequência para certificar-se de que o fluido esteja devidamente
controlado dentro dos limites do programa de lama.

Sistema Totalizador de Volume (PVT)


Há vários dispositivos que indicam ganho ou perda de lama
nos tanques de lama disponíveis. Os volumes de todos os
tanques devem ser integrados ou totalizados para serem
lidos em um gráfico localizado perto do Sondador. Os
dispositivos de aviso, tais como sirenes e luzes são
necessários para alertar a equipe sobre alguma mudança
no volume dos tanques. Vários desses gráficos e
dispositivos de alarme são instalados em vários dos locais.
Um local recomendado é o escritório da plataforma. PVTs
devem ser instalados em todas as plataformas que operam
em áreas onde o poço seja capaz de fluir para a superfície.
Ele deve permanecer ativo mesmo quando a coluna estiver
Figura 9 - 38: Totalizador de
fora do poço, quando as ferramentas estiverem sendo volume dos tanques
modificadas ou durante a perfilagem.

PVTs geralmente usam pressão pneumática ou sinais elétricos para controlar o volume dos tanques.
Qualquer alteração ou transferência de fluidos para dentro ou para fora dos tanques deve ser calculada e a
supervisão deve ser informada com antecedência. O tipo mais simples de totalizador de volume do tanque
é, provavelmente, um sistema de flutuadores, mas conjuntos modernos podem incluir um tubo em U ou
sistemas sônicos. Embora geralmente confiáveis, todos os sistemas têm limitações. Por exemplo, um
flutuador pode ficar preso ou desligar e sistemas sônicos podem não ser precisos se o fluido for espumoso.
Deve haver sempre um membro da equipe responsável por observar a área dos tanques de lama
rotineiramente e relatar mudanças no volume de superfície. Nas grandes plataformas modernas, como por
exemplo, unidades flutuantes de águas profundas, a distância entre os tanques de lama e os equipamentos
de monitoramento de lama pode ser significativa, os membros da equipe devem estar cientes do possível
atraso nas leituras dos instrumentos.

Separadores Lama-gás
Um separador lama-gás (bernardão, poor boy, separador atmosférico) é um dispositivo projetado para
separar o gás livre da lama que retorna de um poço conforme um kick é circulado. Ele é geralmente
ligado à extremidade do choke manifold ou linha de choke em um ponto imediatamente antes de o
fluido entrar na parte de trás da peneira ou da linha de retorno.

Equipamentos de Superfície 9 - 27 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


Dessa forma, a maior quantidade de gás trazida por um kick será separada do fluido a jusante do
choke. O separador direciona o gás livre para uma linha de flare ou para um ponto a uma distância
segura da plataforma. O projeto de um separador lama-gás varia de cilindros simples, cilindros
abertos usados com alguns manifolds a separadores mais complexos. A separação é mais eficiente
em fluidos leves, de baixa viscosidade do que em fluidos mais viscosos.

Gas blow-by é um termo usado para descrever


a sobrecarga nos separadores lama-gás,
SEPARADOR LAMA-GÁS(MGS)
permitindo assim que o gás ultrapasse o selo
hidrostático e escape para a área dos tanques.
Em alguns separadores o tempo de retenção
no reservatório é controlado unicamente pela
pressão hidrostática no tubo em U (o selo PRESSÃO DE
FORNECIMENTO
DE AR DA

hidrostático) que conduz aos tanques. A


LINHA DE VENTILAÇÃO OPERAÇÃO MGS PLATAFORMAMA
(MÍNIMO 8”)

pressão no interior do separador deve ser


monitorada e a taxa de bombeio deve ser DO CHOKE
MANIFOLD

controlada a uma taxa que evite uma condição PARA TANQUE


RESERVA OU AO

de blow-by. Alguns cuidados devem ser


MAR
VÁLVULA DE
tomados para garantir que a linha de ALÍVIO DE
PRESSÃO

ventilação de gás não entupa. Uma restrição SIFÃO DE RUPTURA DE


4” (PARA O TOPO DO
nesta linha pode resultar na rápida elevação NAVIO)

da pressão, possivelmente fazendo com que o


vaso se rompa.
PARA OS MISTURADORES

Tubo em U do Separador
DO TANQUE DE LAMA
TUBO DIP CONEXÃO HOT-LOOP
(VEDAÇÃO LÍQUIDA)
(MÍNIMO 10’)

No caso em que a capacidade de tratamento de


gás do separador seja excedida, uma vedação
de lama deve ser fornecida como uma barreira
final entre o separador e o sistema de
processamento a jusante lama. A capacidade VÁLVULA DRENO

de by-pass do sistema é determinada pela


pressão hidrostática do selo e o tamanho da Figura 9 - 39: Separador Lama-Gás
linha de ventilação. O selo hidrostático pode estar contaminado com hidrocarbonetos líquidos produzidos
que podem reduzir a pressão hidrostática eficaz. Ao circular lama limpa dos tanques através do tubo em U
pode ajudar a evitar o comprometimento da capacidade de separação de gás. Muitas vezes, este processo
é chamado de "hot loop".

Desgaseificadores
Desgaseificadores são utilizados para remover o gás existente na
lama após a passagem pelo separador lama-gás. Como o
equipamento de separação de sólidos em um sistema de lama,
desgaseificadores usam bombas centrífugas para processar o
fluido. As bombas centrífugas e linhas e tanques associadas são
dimensionados para que a lama passe 1-1/2 vezes antes de ser
transferida para o sistema ativo de lama. Como acontece com
todos os equipamentos de separação de sistemas de lama, a
eficiência do desgaseificador é reduzida ao manusear fluidos de
alta viscosidade. Há diversos projetos diferentes de Figura 9 - 19: Desgaseificador
desgaseificadores. Alguns modelos utilizam uma câmara de vácuo

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 28


pressurizada, outros um pulverizador centrífugo ou uma combinação de ambos. Desgaseificadores requerem
pouca manutenção, além da lubrificação de rotina de peças móveis e de assegurar que o reservatório e as
linhas estejam limpos e livres de obstruções.

Sistema de Preenchimento Durante as Manobras


Um sistema de preenchimento é utilizado para
medir a lama bombeada para dentro do espaço
anular em manobras de retirada de coluna. É
constituído por uma combinação do sensor da
linha de fluxo e contador de strokes da bomba.
O painel do sensor de vazão na estação do
sondador tem um interruptor "mode". Para
operar o dispositivo, o interruptor do sensor de
vazão no painel do Sondador deve estar ligado
em "trip" e uma das bombas deve estar alinhada
com a linha de enchimento. Depois de puxar
uma ou mais seções, o Sondador liga a bomba.
A bomba desliga-se automaticamente quando o
sensor da linha de fluxo indica retorno do poço.
O número de strokes calculados por seção,
necessários para preencher o poço é comparado
com a quantidade de strokes realmente
bombeada.

O número de strokes normalmente é registrado Figura 9 - 20: Tanque de Manobra

de duas formas, os strokes totais para preencher o poço, e o número de strokes necessário para o último
preenchimento. É importante verificar o poço durante o primeiro preenchimento assegurar que o contador
de strokes da bomba desliga quando começa o fluxo.

Tanques de Manobra

Tanques de manobra são pequenos tanques que permitem uma medição precisa do fluido que é bombeado para
dentro ou deslocado de um poço em manobras. À medida que cada seção do tubo é inserida ou retirada do poço, o
nível de fluido no poço muda; a mudança é medida através do tanque de manobra calibrado.

Existem vários tipos de tanques de manobra. Um tanque de manobra simples alimentado por gravidade
inclui um pequeno tanque no piso de perfuração ou em um ponto acima da linha de fluxo. A válvula é usada
para liberar o fluido, que é drenado para o Bell nipple acima da linha de fluxo. A válvula é aberta
manualmente, e, em seguida, fechada quando o poço estiver cheio. O volume de enchimento é registrado e
comparado com os cálculos teóricos de enchimento. Versões automatizadas de tanques de manobra
alimentados por gravidade tem uma bomba acionada pelo sondador, que desliga automaticamente quando o
sensor da linha de fluxo indica que o poço está cheio. Este tipo de configuração não permite que o volume
seja medido enquanto a coluna é descida.

Tanques de manobra de enchimento contínuo circulam automaticamente a partir do tanque, em todo o poço,
durante a manobra. O volume de fluido é medido e transmitido para um registrador no piso de perfuração
para que seja comparado com o volume teórico calculado necessário para o enchimento.

Se o tanque for utilizado para medir o fluido deslocado na manobra para dentro do poço, ele fica
normalmente posicionado abaixo do nível da linha de fluxo. O fluido deslocado é, em seguida,
encaminhado da linha de fluxo para o tanque de manobra, onde é medido e comparado com o
Equipamentos de Superfície 9 - 29 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
deslocamento teórico no tubo. É uma boa prática ligar a bomba do tanque de manobra para que o fluido
circule continuamente durante a manobra, de modo que o enchimento do poço possa ser monitorado em
todos os momentos. O enchimento intermitente só fornece informações de enchimento uma vez a cada
várias seções.

Em plataformas sem tanques de manobra, bombas e strokes também podem ser usados. Antes do começo
de uma manobra, a bomba deve ser ligada para determinar o número mínimo de strokes necessários para
encher o Bell nipple e disparar o sensor de fluxo. Na ausência de um tanque de manobra, um contador de
strokes oferece à equipe da plataforma um meio alternativo de medição do volume de fluido usado para
preencher o poço. Para usar o contador de strokes corretamente, o sondador deve conhecer o
deslocamento do tubo, o tamanho do poço e o volume descarregado por stroke da bomba em operação.
Estas informações dão ao Sondador a capacidade de verificar os volumes corretos para enchimento
durante a manobra. Alinha de kill é uma peça de emergência do equipamento e nunca deve ser
rotineiramente usada para o enchimento do poço durante as manobras.

Sistemas de Informação
Como a própria sociedade, a indústria de
perfuração e workover está se movendo
rapidamente em direção a era dos
computadores e comunicações via
satélite. Ferramentas de medição de
fundo de poço (MWD) que transmitem
uma série de dados em tempo real foram
desenvolvidas e são agora utilizadas em
locais de perfuração em todo o mundo.
Computadores levam informações para
locais distantes da plataforma. Um
sondador em um equipamento moderno

pode achar que a familiar alavanca do Figura 9 - 21: Sistema de Informação do Sondador
freio foi substituída por um joystick,
operado a partir de um painel, que exibe e registra todos os vários dados operacionais que ficavam
reunidos em um registrador de perfuração, além de informações do fundo do poço, como a pressão
de poros, temperatura e até mesmo informações geológicas. Toda a operação pode ser monitorada
simultaneamente em vários locais, por meio de computadores.

Em muitos casos, medidores analógicos foram substituídos por medidores digitais mais
confiáveis e mais precisos. Muitas plataformas ainda usam registradores de perfuração padrão
e medidores analógicos, mas as empresas de serviços têm desenvolvido uma variedade de
instrumentos que podem ser alugados e instalados para ampliar os equipamentos
permanentes da sonda. Medidores analógicos estão sujeitos a danos e erros de calibração,
devido à vibração e a aspereza geral do trabalho no piso de perfuração. A precisão de um
medidor analógico é suspeita na faixa inferior. Normalmente, os medidores de alta pressão
(standpipe, revestimento, etc.) são calibrados de modo que o range médio do indicador seja
quase exato. Os ranges máximo e mínimo são um pouco menos precisos. Medidores digitais
não têm partes móveis, portanto, a sua calibração não é seriamente afetada pela pulsação,
vibração e atividades de rotina no piso de perfuração. Apesar de não ser considerado um
equipamento que exige muita manutenção, eles devem ser inspecionados periodicamente para
verificação de bexigas danificadas com baixo teor de óleo e imprecisão.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 30


A altura em que um medidor é montado pode afetar a sua precisão geral. No que diz respeito
ao controle do poço, os manômetros mais críticos da plataforma são: os manômetros de
pressão montados nas bombas de lama, o manômetro do standpipe no piso de perfuração e os
manômetros da coluna de perfuração e do revestimento (espaço anular) que ficam localizados
no painel de controle remoto do choke.

Sistemas de Top Drive


Os sistemas de top drive substituem a mesa rotativa
convencional utilizada para girar a coluna de
perfuração. Top drives modernos combinam os
elevadores, chaves flutuantes, o swivel e o gancho. A
mesa rotativa, no entanto, foi mantida a fim de
proporcionar um lugar para assentar as cunhas e
suspender a coluna. Sistemas de top drive oferecem
uma melhora significativa na tecnologia rotativa
porque várias juntas de tubo podem ser usadas de
uma só vez. Desde que o sistema suporte uma seção
completa de tubo, é possível circular e alargar o poço
sempre que necessário. A segurança é reforçada
durante as operações de rotina não emergenciais, já
que o número de conexões é reduzido. Se um
Figura 9 - 22: Top Drive
incidente de controle de poço se desenvolver, o
sondador pode rapidamente fixar o tubo nas cunhas, inserir o top drive na coluna,
girar e apertar a conexão com assistência mínima da equipe da plataforma. Os
sistemas de top drive empregam duas válvulas de segurança de abertura plena;
uma válvula operada hidraulicamente, na parte superior, e uma válvula manual, na
extremidade inferior, em substituição às válvulas do kelly.

Power Swivel
Power swivels são equipamentos rotativos operados hidraulicamente e projetados para a
perfuração leve e as operações de workover. Em plataformas de workover, as bombas do sistema
hidráulico são normalmente usadas. Unidades hidráulicas portáteis ou montadas sobre skids ou
trilhos também estão disponíveis. A barra ou braço de torque telescópico deve estender-se a um
guia ou uma parte rígida do equipamento, devido aos efeitos do torque gerados pela rotação.

Equipamentos de Segurança
Kelly Cocks Superiores
A finalidade de um a kelly cock superior é proteger a mangueira de kelly, o swivel e os
equipamentos de superfície das altas pressões do poço. A Kelly cock superior da OMSCO,
observada na figura, tem uma válvula unidirecional integral. Outros podem ter válvulas esfera,
flapper ou plug. Os procedimentos de teste do BOP incluem um teste de pressão da Kelly cock
superior.

Equipamentos de Superfície 9 - 31 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


SPIRALWOUND UPPERSPLIT
RETAINERRING RETAINERRING

RETAINERRING
UPPERO-RING
WITHBACKUPS

UPPERSEAT
LOWERSPLIT
RETAINERRING

BALL

LOWERSEAT

OPERATING
CRANK

LOWERSEAT
SPRING
CRANKSLEEVE

BODY
LOWERO-RING
WITHBACKUPS

Figura 9 - 46: Kelly cock inferior

Figura 9 - 44: Unidade Power Swivel

Figura 9 - 47: FOSV

Figura 9 - 45: Kelly Cock Superior

Figura 9 - 48: IBOP

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 32


Kelly Cock Inferior
Uma kelly cock inferior (Figura 9-46) é uma válvula completamente aberta usada como um backup
para a kelly cock superior. Ela permite a remoção do kelly quando a pressão sobre a coluna for
maior do que a classificação do equipamento de superfície. Em muitas plataformas é uma prática
comum utilizar a kelly cock inferior como uma válvula de proteção da lama. O uso contínuo da kelly
cock inferior tem consequências variadas. A válvula é operada em cada ligação, portanto é pouco
provável que a válvula "congele". Além disso, a equipe poderá aprendera operar a válvula e o
torque sempre está disponível. Por outro lado, utilizar repetidamente a válvula irá reduzir sua vida
operacional. As roscas podem ser danificadas pelas desconexões e conexões contínuas. Usar um
conector de desgaste (saver sub) irá minimizar as chances de danificar as roscas. As roscas devem
ser inspecionadas e aferidas com frequência para sinais de escoriações e arranhões.

Válvulas Stabbing ou Válvulas de Segurança de Abertura Plena (FOSV)


FOSVs (Full Opening Safety Valves) (Figura 9-47) são válvulas esfera projetadas para altas
pressões. Elas são chamadas de válvulas de segurança de abertura plena, porque o orifício da
esfera tem um ID suave quando está na posição aberta. A maioria destas válvulas não é projetada
para manter a pressão em ambos os sentidos. Note que uma FOSV é, às vezes, chamada de TIW,
que vem de Texas Iron Works, que é o nome de um dos fabricantes originais de tais válvulas.

Um componente importante de uma FOSV é a chave usada para operar a válvula. As FOSVs devem
ser mantidas sobre o piso da plataforma em uma posição aberta para permitir que a válvula seja
instalada na coluna de perfuração se o poço começar a fluir durante a manobra do tubo. Após a
válvula ser instalada, pode, então, ser fechada, para também fechar o poço. Deste modo, a chave
é vital para que a válvula seja fechada e deve estar facilmente acessível a qualquer momento.

Uma operação segura exige que as válvulas de segurança de abertura plena se adequem a cada
tamanho de tubo, tubos de perfuração e drill collars em uso e estejam disponíveis no piso de
perfuração pronta para uso. Consequentemente, se o poço começa a fluir durante uma manobra,
ou ao fazer conexões, o tamanho correto pode ser instalado. É uma boa prática instalar uma
válvula, como medida de precaução, quando o tubo for deixado nas cunhas durante reparos na
plataforma, em tempo ocioso ou se o poço permanecer fechado durante a noite. Alguns cuidados
devem ser tomados para que todas as válvulas tenham as roscas adequadas e passem pelo BOP e
revestimentos, de forma que possam ser feitas operações de stripping para dentro do poço, abaixo
de uma válvula de contrapressão ou uma inside BOP.

Algumas destas válvulas são grandes e pesadas e podem ser difíceis de manusear. Algumas
plataformas usam um guindaste ou um sistema de contrapeso para auxiliar a equipe no manuseio
da válvula. Às vezes uma alça removível é instalada em um ponto de equilíbrio para que a válvula
possa ser montada em cima da coluna mais facilmente. Válvulas stabbing requerem pouca
manutenção, mas elas devem ser operadas com frequência para evitar o efeito de "congelamento".

Inside BOP (IBOP)


Uma inside BOP (também conhecida como "válvula gray") é uma válvula sem retorno ou válvula de
retenção. Isto é, possui um sentido único. Operada por mola, pode ser bloqueada na posição
aberta por um parafuso de bloqueio da haste removível. Seu principal uso é para fazer um
stripping para dentro de um poço. AIBOP permite a circulação convencional para baixo através da
válvula, mas impede o fluxo de retorno pela coluna.

IBOPs não possuem abertura plena. O diâmetro interno é restrito, portanto, os cabos de perfilagem
não podem passar através da ferramenta.
Equipamentos de Superfície 9 - 33 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
A IBOP não deve ser encaixada na coluna de perfuração se houver fluxo de retorno na coluna. Se
necessário, ela pode ser colocada depois que o fluxo for interrompido com uma válvula de
segurança. Uma IBOP deve ser mantida no piso da plataforma (na posição aberta) em todos os
momentos.

Válvulas Drop-in Dart/Pump Down


Outro tipo de válvula de retenção é a do tipo drop-in dart. Nesta válvula, um sub especial de
assentamento é instalado no equipamento de fundo de poço quando a coluna de trabalho é
descida. Então, quando necessário, a válvula drop-in dart é bombeada através da coluna. O dart
repousa e assenta no sub de assentamento. O dart é utilizado para manter a ferramenta na
posição aberta, tornando possível a instalação da ferramenta enquanto o poço estiver fluindo.
Liberar o dart faz com que a válvula feche. O sub superior é, em seguida, removido e o tubo
adicional pode ser colocado como desejado.

Atenção quanto ao uso de uma bomba e sub de assentamento em operações críticas e operações
em underbalance.

Válvulas de Contrapressão (Backpressure valves)


Válvulas de não-retorno, válvulas de contrapressão (BPV –
backpressure valves), válvulas de retenção, float valves,
todas desempenham a mesma função. Elas permitem o
fluxo em uma única direção e são usadas para impedir que
o fluxo volte para cima através da coluna em um poço em
underbalance. A nomenclatura muda de acordo coma
construção e utilização da válvula, bem como com
expressões de campo locais. É comum instalar uma float
valve acima da broca durante a perfuração em
profundidades rasas e alguns operadores optam por utilizá-
las ao longo de toda a operação de perfuração.

Os dois tipos mais comuns de float são as operadas por


mola e pistão e aquelas do tipo flapper. Float valves tipo
pistão são confiáveis, mas não são completamente
abertas. Ambos os tipos estão disponíveis em modelos com
trava, para a descida da coluna com a válvula na posição
Figura 9 - 49: válvula
aberta. Bombear através da coluna libera a trava e faz com de contrapressão
que a válvula retorne para o modo unidirecional.
Em poços em que aparelhos de
inspeção são utilizados, uma
ferramenta é usada para receber o
instrumento de inspeção e é instalada
acima da float para evitar que o
Figura 9 - 50: esfera de verificação da válvula de
instrumento de inspeção fique preso contrapressão
na válvula. Alguns operadores
Utilizam floats com orifícios. Uma float valve com orifício é uma válvula do tipo flapper com uma
pequena abertura na parte inferior para que, se o poço for fechado em kick, a pressão de
fechamento da coluna de perfuração possa ser lida, mas o orifício é pequeno o suficiente para
restringir o fluxo potencial da formação a um volume desprezível.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 34


RESUMO
Uma plataforma de perfuração é muito parecida com uma grande fábrica industrial. É composta por
vários sistemas diferentes de geração de energia e equipamentos. Cada sistema, e os
equipamentos em seu interior, é desenhado para trabalhar em conjunto com outros sistemas, a fim
de produzir de forma segura e eficiente. Quando qualquer elo da cadeia opera com menos do que
seu desempenho normal, toda a operação é afetada. A manutenção dos equipamentos consiste na
observação de rotina, manutenção programada, de acordo com as recomendações do fabricante e
com a política da empresa, bem como a reparação e substituição das peças. Quase todos os
acidentes industriais resultam de uma cadeia de eventos, em vez de um evento independente. Este
fato aplica-se a incidentes de controle de poços. Não há substituto para um bom equipamento
operado por uma equipe bem treinada.

EXERCÍCIOS
1. Por qual razão os preventores anulares do BOP são, muitas vezes, o preventor utilizado para se
fechar o poço inicialmente?

A. Preventores de gaveta necessitam de mais fluido hidráulico para fechar do que


preventores anulares.
B. Preventores anulares fecham mais rápido do que outros tipos de equipamentos de cabeça
de poço.
C. O elemento de vedação dos preventores anulares veda uma variedade de tipos de tubos.
D. A pressão de fechamento de um preventor anular normalmente é menor do que de
preventores de gaveta.

2. O Instituto Americano de Petróleo (API – American Petroleum Institute) publicou uma variedade
de recomendações para práticas de perfuração de óleo e gás. Qual publicação da API trata de
equipamentos de prevenção de blowout de superfície?
A. APIRP16E
B. API RP14A
C. APIRP23B
D. API RP53

3. Qual símbolo API abaixo designa uma cabeça rotativa?


A. G
B. A
C. Rd
D. RG

4. É recomendado que todos os equipamentos da cabeça do poço, exceto preventores anulares, sejam
testados na pressão de trabalho total do equipamento. Qual a recomendação para testar
preventores anulares?
A. Até80% da pressão de trabalho máxima
B. Até70% da pressão de trabalho máxima
C. Até100% da pressão de trabalho máxima
D. Todos os equipamentos de cabeça de poço devem ser testados semanalmente.
Equipamentos de Superfície 9 - 35 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
5. Em qual das seguintes aplicações a cabeça rotativa pode ser usada?
A. Quando se utiliza gás ou ar como fluido de trabalho
B. Em operações de perfuração em underbalance
C. Em reservatórios que possam não suportar uma coluna completa de fluido
D. Todas acima

6. Qual é o proposito primário dos sistemas de diverter?


A. Fornecer um back-up para o preventor anular
B. Fechar o poço em kick com segurança e o mais rápido possível
C. Proteger a equipe e a plataforma, desviando o fluxo de gás raso do piso da sonda
D. Fornecer um método alternativo para tratar um kick.

7. Qual é a pressão de acumulador necessária na câmara de fechamento da maioria dos


preventores tipo gaveta?

A. 1,000 psi ± 10%


B. 3,000psi
C. 1,500psi
D. Menos de1,500psi

8. Por que é preciso ter ciência das distâncias entre os tool joints do tubo de perfuração (spaceout),
especialmente quando um tubo de alumínio está sendo utilizado como coluna de trabalho?
A. Porque o alumínio é mais leve que o aço
B. Porque o alumínio tem uma classificação de colapso menor que o aço
C. Alumínio tem uma classificação de tensão maior que o aço.
D. Tubos de perfuração de alumínio têm tool joints mais longos que tubos de aço.

9. Qual o propósito do selo superior nos blocos de preventores do tipo gaveta?


A. A pressão do poço vinda de baixo energiza o selo superior contra o corpo do preventor.
B. Todas as gavetas são projetadas para vedarem a pressão vinda de cima e/ou debaixo dos blocos.
C. O selo superior previne vazamentos pelo eixo da gaveta.
D. Para fornecer uma vedação extra no caso de falha da vedação frontal.

10. Qual é o proposito primário da inside BOP?


A. Permitir que as ferramentas de wireline passem através da coluna de perfuração mesmo com o poço
pressurizado
B. Tornar possível a operação de stripping para dentro do poço mesmo com o poço pressurizado
C. Conectara inside BOP no topo da coluna de perfuração é o primeiro passo quando um kick
é detectado em uma manobra.
D. Nenhuma das alternativas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 36


11. Qual dos termos abaixo se refere a uma válvula unidirecional instalada na coluna de perfuração?
A. TIW
B. BPV
C. IBOP
D. Todas as respostas acima.

12. Qual dos equipamentos listados abaixo é projetado para remover o gás em solução na lama que retorna do poço?
A. Separador lama-gás
B. Desgaseificador
C. Centrífuga de gás
D. Separador atmosférico

13. A que se refere o termo “gás blow-by”?


A. Um decréscimo na pressão do standpipe devido a taxas de bombeio excessivas
B. Sobrecarga do detector de gás montado atrás das peneiras vibratórias
C. Sobrecarga do separador lama-gás
D. Sobrecarga do desgaseificador

14. Qual é a pré-carga de nitrogênio padrão nas garrafas do acumulador em um sistema de


3.000psi?

A. 1.500 psi 10%


B. 1.200 psi 10%
C. 1.250 psi 10%
D. 1.000 psi

15. Qual é o propósito das bombas pneumáticas no sistema de acumulador de superfície?


A. Servir como back-up no caso de perda de energia
B. Operar os BOPs de gaveta
C. Detectar automaticamente quando a pressão do sistema é reduzida para menos de 2.700psi
D. Nenhuma das alternativas.

16. Qual é a frequência de manutenção recomendada para sistemas de acumuladores de superfície?


A. A cada sete dias para cada equipe
B. A cada 30diasou a cada poço, o que ocorrer primeiro
C. Antes de perfurar mais de 50pés abaixo de uma nova coluna de revestimento
D. Antes de a pressão hidrostática ser reduzida em mais de 75psi

17. Qual é o diâmetro interno nominal mínimo para linhas de ventilação a jusante dos chokes em um choke manifold?
A. Quatro polegadas
B. Três polegadas
C. Duas polegadas
D. Uma polegada

Equipamentos de Superfície 9 - 37 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover


18. Quantas posições podem ser selecionadas em uma válvula do sistema de acumuladores de 4/3 vias?
A. Uma
B. Duas
C. Três
D. Quatro

19. Qual a quantidade de fluido útil disponível em uma garrafa de20galõesque está instalada em um
sistema de 3.000 psi com uma pré-carga de 1.000 psi?
A. 4 galões
B. 8 galões
C. 10 galões
D. Informações insuficientes

20. Qual afirmativa abaixo é verdadeira no que se refere à instalação do BOP stack?
A. Escovas de arame sempre devem ser usadas para limpar as superfícies de contato.
B. As ranhuras do anel devem ser limpas com água e sabão antes da instalação.
C. Anéis tipo RX e BX devem ser completamente revestidos com graxa antes do aperto e
torque das conexões.
D. Todas as afirmativas acima são falsas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Equipamentos de Superfície 9 - 38


CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 10
CONTROLE DE PRESSÃO PARA OPERAÇÕES
SUBMARINAS
Os capítulos de abertura desse manual discutiram os princípios básicos do controle de pressão
de acordo com as técnicas usadas em plataformas ancoradas ao fundo do mar. Uma ênfase
especial foi dada para a importância da detecção precoce de kicks, seguida por ações
imediatas para interromper o influxo de fluidos da formação o mais rápido possível. As
operações submarinas são aquelas conduzidas por unidades flutuantes, pois os BOPs e
equipamentos associados devem ser instalados abaixo da linha d’água, sobre o leito marinho.
Isso cria desafios únicos em todas as fases da perfuração, incluindo a prevenção de blowout.
No entanto, as noções básicas do controle de pressão não mudam. O reconhecimento imediato
de kicks e os procedimentos de fechamento continuam sendo vitais para evitar blowouts.

SONDAS FLUTUANTES DE PERFURAÇÃO


Há duas categorias gerais de sondas de
perfuração flutuantes (floaters): navio sonda e
semissubmersível (semis). Navios sonda,
conforme diz o nome, são navios de fato, com
um capitão licenciado e tripulação de marinharia
a bordo. Semissubmersíveis são plataformas do
tipo flutuante. Todos os decks dos topsides são
acima da linha da água, e os pontoons
(flutuadores) abaixo da linha da água fornecem
flutuação. Os dois tipos usam sistemas globais

de posicionamento por satélite (GPS) para Figura 10 - 1: Discoverer Seven Seas

determinar a localização da sonda com relação à cabeça do poço submersa. Elas usam um dos
tipos de sistema de manutenção de posicionamento: elas podem estar atracadas sobre o poço
por um conjunto de âncoras, ou podem usar sistemas de posicionamento dinâmico (DP).
Unidades ancoradas mantêm o posicionamento fazendo ajustes nos cabos das âncoras com os
guinchos. Sistemas de DP utilizam thrusters submersos. A energia é usada para gerar a
propulsão na direção necessária para manter o posicionamento. Em alguns casos, os dois
tipos de sistema de manutenção de posicionamento são usados. Embarcações ancoradas são
normalmente usadas em águas rasas, mas esse não é sempre o caso; algumas embarcações
ancoradas podem operar em profundidades de até 6.000 pés.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 2
Geralmente, as unidades semissubmersíveis usam um sistema de ancoragem para a manutenção do
posicionamento com mais frequência do que sistemas de DP, a menos que estejam trabalhando em águas
profundas (2.000 a 5.000 pés) ou ultra profundas (mais de 5.000 pés) de água. Há uma área aberta no centro dos
decks comum a todos os decks, exceto o deck de perfuração, chamada moonpool, através da qual as atividades
de perfuração e outros trabalhos no poço podem ser conduzidos. Navios sonda normalmente possuem uma
desvantagem, pois o espaço do deck perto do moonpool é limitado de certa forma. Eles normalmente possuem
sistemas de DP, mas aqueles que operam em águas moderadas ou rasas podem usar o sistema de ancoragem com
turret, o que permite que o navio seja continuamente aproado na direção do vento. Navios sonda são mais
sensíveis às movimentações do mar, o que, em climas adversos, pode afetar a operação eficaz, mas possuem uma
vantagem sobre as semissubmersíveis no que se refere à mobilidade, pois podem se mover rapidamente com
energia própria, enquanto as semis devem ser rebocadas.

PERFURAÇÃO SEM RISER


A perfuração do topo do poço, antes da instalação do BOP, é geralmente conduzida sem um riser. Logo, os
retornos são circulados para o leito marinho em águas rasas de até 600 pés ou em águas mais profundas, onde
a sonda usa posicionamento dinâmico para a manutenção do posicionamento sobre a cabeça do poço. A
perfuração sem riser pode apresentar desafios porque não há o monitoramento de retornos. A água salgada é
normalmente utilizada como fluido de perfuração. Com a perfuração sem riser, um veículo operado
remotamente (ROV) se torna a ferramenta mais confiável para a detecção de kicks. Uma câmera no ROV é
usada para monitorar a presença de bolhas de gás ou aumento da turbulência na saída da cabeça do poço.
Verificações frequentes do fluxo também são usadas para determinar se o fluxo continua saindo do poço
quando as bombas são desligadas. Em águas profundas, qualquer coluna de gás que se desenvolva como
resultado de gás de superfície será dissolvida na água do mar, ou subirá para a superfície em alguma distância
da sonda, reduzindo o perigo para a tripulação e sonda. Mesmo em águas relativamente rasas, uma
embarcação em DP pode se mover para longe da localização rapidamente, principalmente sem umriser para
desconectar.

Zonas de areia altamente permeáveis contendo água e/ou gás são normalmente encontradas durante a
perfuração em sedimentos fracos e rasos offshore. A permeabilidade dessas zonas pode ser de 2 a 5 darcies, e
as pressões são de 80% a 90% da sobrecarga (overburden). Os fluidos variam de água salgada com pequenas
porcentagens de gás a gás seco. Ao perfurar com água salgada, uma condição de underbalance ocorrerá, e a
zona fluirá para dentro do poço, deslocando rapidamente a lama e criando um fluxo descontrolado para a
cabeça do poço (ou para a superfície, se a perfuração for com um riser).

Em algumas áreas, esses fluxos de superfície resultam da perfuração de hidratos, os quais são cristais
parecidos com gelo normalmente encontrados em pequenas profundidades em águas profundas, onde a
pressão é alta e a temperatura é relativamente baixa. Conforme os cascalhos são circulados para cima
em direção ao solo marinho, a pressão é reduzida e a dissociação dos hidratos libera gás, reduzindo ainda
mais as pressões do poço, gerando uma condição de underbalance. Qualquer concentração mais profunda
de gás raso ou água que não esteja na forma de hidrato, começa a fluir para dentro do poço.

Todas as sondas flutuantes possuem sistema de diverter constantemente instalado. Ao usar um


riser antes da instalação do conjunto do BOP, o diverter e os equipamentos associados são o
principal sistema de controle do poço. O objetivo é direcionar os retornos para fora do piso da
sonda. O objetivo do sistema do diverter, após a instalação do BOP, é tratar o gás que pode estar
inadvertidamente preso no riser acima do BOP fechado.

A melhor maneira de lidar com um fluxo de gás ou água de superfície é evitá-lo. Pesquisas geológicas
podem ser usadas para selecionar a melhor localização para perfuração ou para selecionar as
profundidades da configuração dos revestimentos antes de atingir uma zona com potencial de fluxo de
superfície.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 3 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O último nem sempre é possível porque a integridade da formação acima das zonas de fluxo de
superfície pode não ser grande o suficiente para permitir o fechamento do poço.

Outra técnica de prevenção é perfurar desde o início com lama, em vez de água salgada. Isso é caro,
mas reduz a probabilidade de que a água (e qualquer gás) dilua o peso da lama o suficiente para criar
um underbalance. Ao manobrar algum tubo para fora do poço, após a perfuração do poço para o
revestimento de superfície, deve-se considerar preencher o poço com lama pesada para reduzir a
probabilidade de pistoneio.

INDICADORES, MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO

Quando um fluxo de superfície é encontrado, é normalmente detectado por uma diminuição na pressão
de bombeio e um aumento da sua velocidade. Os fluxos de água com baixas concentrações de gás são
mais difíceis de serem detectados, pois a diminuição da pressão de circulação é muito menor do que a
de um fluxo de gás. Conforme o fluxo descarrega a lama de perfuração no espaço anular, a presença de
gás de superfície se torna mais óbvia e facilmente confirmada. Fluxos de água de superfície podem ser
mais difíceis de detectar com a câmera do ROV porque a velocidade de saída e os níveis de turbulência
são muito menores. Um fluxo de superfície não é detectado em alguns casos até depois da descida do
revestimento e cimentação. Esses fluxos de água podem posteriormente atingir a superfície a uma
distância considerável do poço, logo, a câmera do ROV deve continuar a observar a superfície nas
proximidades do poço regularmente.

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DO POÇO PARA FLUXOS DE SUPERFÍCIE

O procedimento padrão para o tratamento de fluxo de superfície é um amortecimento dinâmico. Antes


de perfurar a parte superior do poço, um volume de lama de matar é preparado (normalmente 500
barris de 10,0 a 11,0 ppg) e fica pronto para bombeio, caso o fluxo de gás de superfície seja
encontrado. Assim que for determinado que o poço está fluindo, o sondador troca a sucção da bomba
para o tanque de lama de matar e a taxa da bombeio é imediatamente aumentada para o máximo
possível. Duas ou mais bombas de lama podem ser usadas. O fluido de matar é injetado no fundo do
poço e se mistura com a água e/ou gás. Essa mistura aumenta a pressão hidrostática e a perda de
carga no espaço anular. O poço é fechado através de uma combinação dessas duas pressões
hidrostáticas, e acabará criando um overbalance contra a pressão da formação da água/gás fluindo.

Depois que o fluxo é interrompido, o bombeio é encerrado e busca-se o equilíbrio (balance) do poço. A
lama de matar enche o poço até que se alcance um nível suficiente para a lama de matar agir pelo
efeito do tubo em U, movimentando-se do drill pipe em direção aos sedimentos da superfície,
preenchendo-os. A água salgada irá retornar da superfície e o equilíbrio será alcançado. Na maioria dos
casos, a seção do topo do poço será perdida devido à erosão. O poço será, então, preenchido com
cimento e abandonado. A sonda se moverá para um local diferente.

Deve-se observar que não há garantia de sucesso no uso da técnica de amortecimento dinâmico. Em muitos
casos, a erosão do poço será tão grande que a pressão hidrostática combinada com a perda de carga não será
suficiente para superar a pressão da formação. Nesses casos, as formações que estão fluindo ficarão
esgotadas ou transbordarão, mas o processo pode levar vários dias.

Outra técnica para perfurar a parte superior do poço que aumenta a probabilidade de sucesso de um
amortecimento dinâmico é perfurar um poço piloto. Normalmente, poços pilotos de 9-7/8 pol ou 8-1/2
pol são perfurados e posteriormenteabertos antes da descida do BOP e do revestimento de superfície. O
diâmetro pequeno do poço piloto aumenta a pressão de atrito durante a operação de amortecimento e
minimiza o volume total de lama de matar necessária. Alguns operadores usam longas seções de drill
collars de grande diâmetro externo (OD) para criar um espaço anular longo e estreito para aumentar a
perda de carga durante o amortecimento dinâmico.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 4
Às vezes um alargador colocado vários pés acima da broca é usado enquanto se perfura um poço piloto,
mas se o alargador for colocado muito perto da broca, a vantagem de se ter um poço piloto é perdida.
Em ambos os casos, a erosão ocorrerá muito rapidamente, especialmente se as concentrações de gás
forem grandes e a velocidade do poço for alta. É importante que o amortecimento dinâmico seja iniciado
o mais rápido possível.

PERFURANDO COM RISER


Um riser é sempre usado após a perfuração até uma profundidade suficiente par atingir uma formação
competente, onde o poço possa ser fechado com o BOP. Em algumas situações onde há a ocorrência de
água de superfície (shallow water flow), uma análise de risco pode revelar que é prudente perfurar o
poço de superfície com riser, mas sem o BOP. Nesse caso, o diverter se torna o principal dispositivo de
controle do poço. A perfuração em águas rasas com embarcação ancorada é uma situação na qual um
riser pode ser usado, porque a embarcação ancorada não pode se mover e sair da localização
rapidamente. O diverter e o riser podem ser menos arriscados devido à eliminação da coluna de gás que
pode se desenvolver sob uma plataforma e na área do moonpool se os retornos forem para o leito
marinho. Por outro lado, o risco associado ao trazer hidrocarbonetos diretamente para a superfície com
o sistema riser/diverter deve ser considerado.

RISER SUBMARINO
O conjunto do BOP é descido no riser submarino. O riser é
fixado no topo do conjunto do BOP e aodiverter e linha de DESENHO ESQUEMÁTICO DA JUNTA
fluxo, a qual é presa solidamente à embarcação. Uma TELESCÓPICA DO RISER (SLIP JOINT)
junta telescópica (slip joint) é usada para compensar o
movimento de heave da sonda flutuante. A junta
TENSÃO

telescópica é essencialmente uma sessão do riser com um DIVERTER


CABOS

tubo dentro de outro (dois barriletes concêntricos) para


FLEX/BALL
permitir um movimento telescópico, expandindo seu JOINT

comprimento conforme a embarcação oscila para cima.


Não há comprimento de barrilete específico para uma
junta telescópica, mas ela deve ser projetada para
acomodar a oscilação antecipada máxima e compensação BARRIL

horizontal (offset) permitida pelo sistema de manutenção INTERNO SELO


S

de posicionamento. Selos da vedação secundária


controlados pneumaticamente e/ou hidraulicamente são
colocados entre os dois barriletes. Durante operações
normais de perfuração, o selo é energizado com pressão BARRIL
EXTERNO
pneumática (35 a 50 psi). Com relação à pressão de
contenção, o selo da junta telescópica é o ponto mais fraco
no riser.

Figura 10 - 2: Junta Telescópica do Riser

Na extremidade superior do riser, uma junta flexível (flex joint) é normalmente instalada imediatamente
abaixo do diverter para minimizar as tensões de curvatura na junta telescópica. As juntas flexíveis do
diverter e as submarinas devem ser projetadas para altas cargas devido à rotação (direcionamento
conforme o vento) do navio sonda quando são usados nessa aplicação. Em casos raros, uma junta
flexível intermediária é adicionada ao longo do riser para minimizar as tensões de curvatura no
riser e acoplamentos.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 5 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O riser submarino é o condutor da coluna para a
superfície, através do qual a perfuração é conduzida. O CONEXÕES DE CHOKE/KILL EM TORNO DA JUNTA
FLEXÍVEL EM LMRP TÍPICA
riser consiste de juntas acopladas, cada uma
normalmente na faixa de 50 a 75 pés, com diâmetro
externo de 20-22 polegadas, e interno de RISER RISER RISER

aproximadamente 18,75 polegadas, dependendo da


classificação de pressão de projeto para colapso e CIRCUITOS
DE CIRCUIT
OS
EXPANSÃ

resistência do riser. As juntas do riser possuem


O HELICOI
VERTICAL DAIS (2)
LINHA DE (2)

acoplamentos especiais, que consistem de pontas em


CHOKE
OU KILL
FLEXÍVEL JUNTA
FLEXÍVEL

pino e caixa, com um anel interno com selos que OU JUNTA


JUNTA
vedam firmemente cada parte do acoplamento. Os
TIPO ESFERA
FLEXÍV
EL OU JUNTA TIPO ESFERA

acoplamentos são normalmente presos com flanges e


LMRP LMRP LMRP

JUNTA
FLEXÍV
EL
parafusos especiais, ou inserções que mantêm os
CONECTOR OU JUNTA TIPO ESFERA CONECTOR CONECTOR
STAB SUB STAB SUB STAB SUB

BOP
DO
flanges juntos. ANU
LAR
BOP
DO BOP
MANGUEIRAS FLEXÍVEIS E DUAS POSSÍVEIS DISPOSIÇÕES DA
DO
ANU
LAR
TUBULAÇÃO SÓLIDA.
ANU
LAR
As linhas de choke e kill são rigidamente presas à
parte externa das juntas do riser. Figura 10 - 3: Conexões de Choke e Kill em torno da junta
flexível
Uma extremidade de cada junta possui os pinos das linhas de
choke e kill que se encaixarão em caixas com selos nas
extremidades de conexão do flange de acoplamento. Uma
booster line de lama e um ou mais dutos usados para fornecer
energia hidráulica para os controles do BOP submarino são
normalmente acoplados ao riser.

Um segundo tipo de acoplamento do riser marítimo possui


uma trava, normalmente chamado de conector CLIP. As
vantagens do conector CLIP são a facilidade e a velocidade da
conexão, o que resulta em menores tempos para a operação
de descida do riser. Uma conexão rápida é feita primeiro
alinhando o pino à caixa, girando o anel (o “clip”) um oitavo Figura 10 - 4: Riser de Perfuração
de volta. Parafusos não são necessários.

Figura 10 - 6: Conexão do Riser Figura 10 - 5: Aker


Flangeada Kvaerner (CLIP) conector
do riser

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 6
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESIGN DO RISER
As principais considerações de design para um riser

marítimo são:

• Carga de Tensão (tensão)


• Corrosão
• Capacidade de transporte de sólidos
• Vibração
• Movimento vertical da embarcação (heave)
• Tensões de Flexão
• Fadiga
• Limites de ruptura e colapso

A API recomenda que o sistema do riser passe por uma análise.


Um exemplo de análise pode ser encontrado na API RP 16Q.

Figura 10 - 7: Riser com vida estendida da


Shaffer. Sistema do Tensionador
TENSÃO

O riser deve ser mantido sob tensão para suportar o peso


do riser em si e do fluido de perfuração. A tensão aplicada
na superfície pode ser maior do que dois milhões de libras
em operações em águas profundas. O riser é apoiado por
um sistema de tensionadores, com cabos, polias, cilindros
hidráulicos e controladores pneumáticos. Os cabos
tensionadores são presos ao anel do tensionador no
barrilete inferior (externo) da junta telescópica.

CORROSÃO

As superfícies internas e externas do riser estão sujeitas à Figura 10 - 8: Compensador da Sonda


corrosão devido à exposição à água salgada e vários fluidos de
perfuração e completação, bem como fluidos da formação.
Externamente, uma das maiores preocupações de corrosão são
os parafusos/inserções do acoplamento. Já houve casos em
que o riser se partiu devido à utilização de material
inadequadopara os parafusos do acoplamento. Os risers devem
passar por uma limpeza periódica, normalmente são lavados
enquanto estão no deck, mas às vezes são utilizadas buchas
mecânicas, que são passadas dentro das juntas (pig).
Osrisersmais novos possuem um revestimento interno de
cerâmica para evitar corrosão. Juntas revestidas em cerâmica
nunca devem ser submetidas à limpeza mecânica áspera. Figura 10 - 9: Controle do Compensador

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 7 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
CAPACIDADE DE TRANSPORTE DE SÓLIDOS E LINHAS AUXILIARES

Embora altas taxas de circulação sejam usadas durante a perfuração, a velocidade do anular ao transportar
cascalhos para a superfície dentro de umriser de grande diâmetro é baixa. A booster linefoi projetada para injetar
fluido de perfuração na base doriserpara aumentar a velocidade, melhorando, assim, a remoção de cascalhos. A
booster line também pode ser usada para bombear fluido com peso de matarno riserem determinadas operações
de controle de poço. Uma booster line típica possui diâmetro interno de 4 pol e é classificada para 5.000 psi.
Risers antigos, que não possuem uma booster line, devem confiar em uma linha de choke ou kill para realizar o
trabalho que uma booster line exclusiva faria.

A booster linenormalmente possui uma válvula de retenção ou uma válvula gaveta operada
hidraulicamente bem acima do ponto de injeção, para evitar que qualquer gás do riser entre nesta linha.
Algumas empresas de perfuração preferem uma válvula de retenção devido a sua simplicidade e
operação automática. Quando válvulas remotamente operadas são usadas, elas normalmente são
idênticas às válvulas da linha de choke e killno BOP stack, mas podem ter uma classificação de pressão
menor, dependendo da profundidade da água e densidade da lama.

TENSÕES DE FLEXÃO, JUNTAS FLEXÍVEIS DO RISER (SUBMARINO, DIVERTER E


INTERMEDIÁRIA)

Cargas que exercem força de uma


direção perpendicular ao eixo vertical
do riser criam tensões de flexão na
estrutura do riser e do BOP
stacksubmarino. Uma “junta flexível” é
geralmente instalada entre a ponta
inferior do riser e o preventor anular
superior no LMRP, para minimizar
essas tensões de flexão. O LMRP
normalmente consiste de um
adaptador do riser, uma junta flexível,

um preventor anular, e um conector riser-coluna. Juntas flexíveis do Figura 10-10: Juntas Flexíveis

tipo ball joint são encontradas em algumas sondas antigas,


normalmente juntas flexíveis são usadas, pois exigem menos
manutenção e são mais confiáveis.

Uma junta flexível também é normalmente instalada imediatamente abaixo da caixa do diverter na
extremidade superior do riser, para minimizar as tensões de flexão na junta telescópica. As juntas flexíveis do
diverter e submarinas devem ser projetadas para compensar a movimentação de um navio sonda devido às
condições do mar. Em algumas ocasiões raras, outra junta flexível intermediária é adicionada ao longo da
coluna do riser para minimizar as tensões de flexão no riser e acoplamentos.

FLUTUABILIDADE

Muitas das juntas do riser superior possuem uma grossa camada de material flutuante, geralmente espuma,
preso à superfície externa, para reduzir a carga de tensão e tensões no riser. Recipientes de ar também podem
ser usados em águas ultra profundas, pois o material de espuma perde sua eficácia em grandes profundidades.
Mas os recipientes com ar também possuem seus próprios problemas, conforme a pressão hidrostática
aumenta com a profundidade, os requisitos do compressor de ar são maiores. A flutuabilidade é aplicada às
juntas superiores de um riser e não nas inferiores para fins de estabilidade. API recomenda que a flutuabilidade
seja usada em profundidades maiores que 2.000 pés.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 8
Outra alternativa para a redução do peso do riser é usar um material leve, como
alumínio, para construir o riser. Há várias colunas de riser de alumínio atualmente.

RESISTÊNCIA CONTRA COLAPSO

A resistência contra colapso e rompimento de risers submarinos é controlada principalmente


pela espessura da parede, diâmetro, e material usado para construir o tubo do riser. Os limites
de ruptura são uma questão quando o riser deve transportar fluido de perfuração pesado, pois a
grande diferença nas pressões hidrostáticas na extremidade inferior do riser cria uma grande
diferença de pressão entre a parte interna e externa do riser. Colapso é uma questão quando o
riser fica parcialmente “esvaziado”e a pressão hidrostática externa da água do mar cria uma
pressão contra o riser. Os limites de ruptura e colapso são grandes preocupações conforme a
profundidade da água aumenta.

Uma válvula de enchimento do riser, ou válvula anti-colapso, também conhecida como riser
fill-up valve, pode ser colocada na parte superior da coluna do riser para evitar o seu
colapso em caso de perda drástica do fluido de perfuração de dentro do riser. As válvulas
são configuradas para abrir em diferencial de pressão especificado e permitir que a água do
mar entre e preencha o espaço vazio no riser. Um cuidado considerável deve ser exercido
nessa aplicação. Se a pressão diferencial de “acionamento” configurada for muito baixa, Figura 10 - 7:
água do mar entrará desnecessariamente e contaminará o fluido de perfuração. Válvula fill-up da
Cameron (válvula
Algumas empresas contratadas e operadoras de perfuração escolhem omitir essas válvulas, anti-colapso)

preferindo projetar o riser com paredes mais


grossas para maior resistência contra colapso.

Em algumas sondas flutuantes, há um


separador de lama/gás especial
(desgaseificador do riser) para ser usado
para evitar a perda de fluido quando o
diverter é usado para lidar com o gás dentro
do riser, pois o fluido de perfuração, por
vezes, é bem caro. Deve haver também uma
linha de preenchimento abaixo do diverter, a
partir dos tanques de lama, a qual permita o
preenchimento do riser com fluido de
perfuração conforme ele é descido, ou com
lama de matar durante certas operações de
controle do poço. Uma linha do tanque de
manobra também é necessária para manter
o poço cheio durante operações de manobra.
Um desenho mostrando a disposição típica
de um sistema de diverter com um
removedor de gás do riser e linhas de
preenchimento é ilustrado na Figura 10-12.

Figura 10 - 8: Arranjo Típico do Diverter

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 9 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
CONECTORES
A perfuração a partir de sondas
flutuantes requer o uso de vários
conectores controlados hidraulicamente;
conectores de cabeça de poço
submersos,conectores do LMRP, e “mini-
conectores” usados nas linhas de choke
e kill.

O BOP stack deve ser ancorado à


cabeça do poço com um conector
acionado remotamente para permitir a
descida do BOP stack e sua conexão
na cabeça do poço, e então, sua
desconexão quando o poço for
completado. Fornecedores de
conectores de cabeça de poço
submarino incluem a Vetco, Cameron
e Dril-Quip. Muitos conectores de
cabeça de poço possuem um selo de
hidrato de gás para evitar que gás
(que pode vazar do solo marinho)
entre no mecanismo de travamento do
conector, formando hidratos, e, assim,
tornando o conector inoperante. Uma Figura 10 - 13: Conector com selo de hidrato de gás da Vetco
ilustração do conector da Vetco com Gray SHD H-4

selo de hidrato de gás se encontra na


Figura 10-13.

CONECTORES DO LMRP

Conectores doLMRP são necessários para conectar o riser e


o LMRP à seção principal do BOP stack. Deve haver a
possibilidade de desconectar/reconectar o riser à seção
principal do BOP stack, de forma que o riser possa ser
desengatado e a sonda possa se mover para fora da
localização em caso de tempestade ou para fazer reparos
no preventor anular e pods de controle submarino. Um
exemplo de um conector do LMRP frequentemente usado é
o conector da Cameron HC, exibido na Figura 10-14.

Figura 10 - 14: Conector Collet do LMRP da


Cameron

MINI-CONECTORES
As conexões das linhas de choke e kill no LMRP devem ser desengatadas antes de puxar ostack. Mini-
conectores são usados para esse fim. Eles são versões pequenas dos conectores collete são
hidraulicamente operados. Muitos são projetados com anulação mecânica, de forma que possam ser
desconectados sem energia hidráulica, usando força de tração aplicada pelo riser. Se forem
desconectados apenas com a força de tração, pode ocorrer falha mecânica, e reconectar o selo pode não
ser possível.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 10
O SISTEMA DO DIVERTER
O sistema do diverter consiste de:

• Um diverter
• Linhas do diverter
• Válvulas para controlar o fluxo do poço para as linhas do diverter
• Um sistema de controle.

HÁ QUATRO CLASSES GERAIS DE DIVERTERS:

1. Anular: Um diverter do anular é essencialmente uma espécie de preventor anular de baixa pressão
que possui capacidade limitada para vedar um poço aberto.
2. Inserção: Um diverter tipo inserção contém um packer de inserção que veda o tubo, mas não
vedará em poço aberto.
3. Camisa rotativa: Um diverter tipo camisa rotativa contém uma camisa interna com rolamentos e selos
que permitem que o tubo seja girado enquanto o diverter é fechado, mantendo um selo em torno do
tubo.
4. Sequenciamento integral: Um diverter de sequenciamento integral é um diverter anular com uma
extensão com portas para o pistão de operação que abre a linha do diverter e fecha a flowline.

Os diâmetros da linha do diverter devem


ser de no mínimo 10 polegadas em LINHAS DO DIVERTER EM SONDAS FLUTUANTES
embarcações de perfuração flutuantes,
especialmente quando o diverter é usado
como principal sistema de controle do DIVERTER
FLOW
poço. A maioria das linhas de ventilação LINE

do diverter possui diâmetro de 12 ou 16 HYDRAULICALLY OR

polegadas para minimizar a PNEUMATICALLY


VENT LINE

contrapressão dentro do diverter e da OPERATED VALVES

junta telescópica. Deve haver no mínimo HYDRAULICALLY OR PNEUMATICALLY

duas linhas de ventilação, geralmente VENT LINE


OPERATED VALVE (NORMALLY
uma a bombordo e outra a boreste. Isso CLOSED)

garante que uma das linhas esteja a FLEX/BALL JOINT

favor do vento. A exceção são os navios- HYDRAULICALLY OR

sonda, ancorados por turret ou PNEUMATICALLY


OPERATED VALVE

posicionados dinamicamente, onde é


aceitável direcionara linha de alívio da
SECTION A-A
popa, pois navios-sonda são sempre TELESCOPIC (SLIP) JOINT

aproados a favor do vento durante


DIVERTER

condições marítimas normais. A

As linhas de ventilação do Diverter A


FLOW LINE
podem se localizar abaixo da flowline TO SHALE SHAKER
FLEX/BALL JOINT

ou na altura da flowline, conforme VENT LINE

mostra a Figura 10-15As linhas de


ventilação devem ser mais curtas e
retas quanto possível. Se curvas forem TELESCOPIC (SLIP) JOINT
necessárias, elas devem ser feitas com
um raio longo.

Figura 10 - 15: Locais das linhas do diverter em sondas de perfuração


flutuantes

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 11 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Deve haver válvulas em cada linha de SISTEMAS DO DIVERTER DE SEQUENCIAMENTO INTEGRAL
ventilação do diverter e na flowline, de
forma que os caminhos do fluxo sejam
corretamente alinhados quando o
diverter estiver fechado. Válvulas tipo
esfera com acionadores giratórios são
preferidas, mas em qualquer caso, as
ANNULAR
válvulas devem ser de abertura plena. SEALING ELEMENT

PISTON
Durante operações de perfuração de
rotina, a flowline fica aberta, o diverter
fica aberto, e as linhas de ventilação DIVERTER
CLOSE
PORT
overboard do diverter ficam fechadas.
SPOOL VALVE
Se fluxo de gás de superfície for SEAL
VENT LINE
encontrado ao perfurar o poço da
FLOW LINE

superfície com um riser, mas sem SPOOL

BOPs, o diverter é o principal


dispositivo de controle do poço. A
flowline deve ser fechada e a linha de
ventilação overboard a favor do vento
deve ser aberta quando o diverter Figura 10 – 16: Sistemas do diverter de seqüenciamento integral
estiver fechado.

A sequência é crítica; caso contrário, o diverter fechará o poço. Conforme o diverter fecha, a
pressão de operação no pack-off da junta telescópica deve ser aumentada para ajudar a garantir que os
selos da junta não falhem.

Se o BOP stack é o principal dispositivo de controle do poço, e o objetivo é usar o desgaseificador do


riser para lidar com pequenos volumes de gás que podem ficar presos no riser, então a linha da flowline
para a peneira deve ser fechada, a linha do desgaseificador do riser deve ser aberta, e as válvulas da
linha de ventilação do diverter devem permanecer fechadas. Se não houver um desgaseificador no
sistema, então a linha de ventilação a favor do vento deve estar aberta quando o diverter e a flowline
estiverem fechados. Obviamente, a última operação é altamente indesejável quando fluidos de
perfuração caros e/ou não ecológicos estiverem sendo usados.

Para uma operação adequada das válvulas, o sistema de controle nas embarcações flutuantes é automatizado, para
garantir que as válvulas corretas sejam fechadas na sequência correta quando a função “fechar diverter” for
executada no painel de controle. Outra abordagem mais recente para garantir que as linhas de ventilação do diverter
abram e a flowline feche quando o diverter for operado, é o Diverter de Sequenciamento Integral. Uma camisa
deslizante, presa ao fundo do pistão de fechamento anular do diverter, move-se para cima para bloquear a flowline e
abrir a as linhas do diverter quando o diverter é fechado. Uma ilustração da operação do Diverter de Sequenciamento
Integral está na Figura 10-16.

O sistema do diverter não deve operar por longos períodos em altas taxas de fluxo. Diverters que são
projetados para fechar em poço aberto, não devem permanecer fechados com altas taxas de gás/lama
por mais do que algumas horas. O diverter tipo anular não vedará no poço aberto se o elemento de
vedação sofrer grande desgaste ou perda de partes da borracha em atividades anteriores. O diverter
tipo inserção não fechará no poço aberto. Além disso, os selos do pack-off na junta telescópica perderão
rapidamente a integridade devido ao desgaste por fricção quando altas pressões de operação forem
aplicadas, especialmente em mares agitados onde os strokes da junta forem longos.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 12
BOP STACK SUBMARINO
O trabalho pesado do equipamento de
controle de pressão em uma operação BOP STACK SUBMARINO TÍPICO
de perfuração flutuante é do BOP
stack. O BOP stack submarino possui o
mesmo objetivo do BOP stack de RISER
ADAPTE
KILL R CHOKE
superfície em sondas de perfuração LINE LINE

ancoradas; que é interromper o fluxo KILL LINE


RISER
FLEX KILL LINE LMRP
UPPER
JOINT
para o poço, fornecer meios para
TEST TEST
VALVE ANNULA VALVE
R

remover um influxo indesejável com GAS BLEED LMRP LMRP


PLATE
segurança, e proteger a equipe de
VALVES CONNECTO
R

perfuração, equipamentos e meio MINI


CONNECTO
LOWER
ANNULA
MINI
CONNECTO
BOP R R R
ambiente de um fluxo descontrolado FRAME
TOP PLATE
de fluidos da formação. Um desenho BLIND/SHEARING RAM

esquemático de um BOP stack


submarino típico se encontra na Figura BOP
STAC
K
10-17. Um stack submarino é dividido MIDDLE (HANG-OFF)
RAM

em dois componentes separados, o UPPER PIPE RAM

conjunto do riser submarino inferior


(LMRP) e o BOP stack principal. O
motivo para esta divisão é fornecer
CHOKE/KILL LINE

meios para desconectar o riser durante


LOWER PIPE RAM FAIL SAFE
VALVES Figura 10 - 17: Subsea BOP stack
uma situação de emergência ou para
recuperar componentes para reparo
e/ou manutenção. Durante esse WELLHEAD
CONNECTO

período em que o riser estará


R

desconectado, o poço estará protegido


através do BOP stack principal no
fundo. O adaptador do riser é
basicamente um flange, projetado
para conectar o riser ao LMRP. Outros
componentes importantes do LMRP são
as válvulas de teste das linhas de
choke e kill e mini conectores para
conectar as linhas do LMRP ao stack
inferior. Dois pods submarinos de
controle e uma instrumentação para
medir a inclinação do riser controlam a
operação. Os pods de controle são
idênticos e fornecem redundância no
controle do BOP, conectores e válvulas
no LMRP e no stack inferior. Figura 10 - 18: LMRP em um BOP stack da Cameron

Componentes opcionais no LMRP são um segundo preventor anular e um par de válvulas de dreno de
gás abaixo do preventor anular que é conectado à linha de choke. O objetivo da linha de dreno de gás é
remover o gás preso abaixo do preventor anular após a circulação de um kick antes da abertura do
preventor anular superior. Pode-se observar um LMRP em um BOP stack da Cameron, em montagem, na
Figura 10-18.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 13 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
As seções das linhas de choke e kill que
conectam as linhas rígidas no BOP stack
e aquelas instaladas no riser submarino, CONEXÕES DE CHOKE/KILL EM TORNO DA JUNTA
devem ser capazes de dobrar conforme a
FLEXÍVEL EM LMRP TÍPICO
junta flexível submarina atua, de acordo
com as mudanças de inclinação do riser.
Há dois métodos principais para isto: RISER RISER RISER

(1) uso de tubos flexíveis (mangueiras), CIRCUITOS


DE CIRCUITO
S

e (2) uso de tubos sólidos de aço pré-


EXPANSÃO
VERTICAL HELICOID
(2) AIS (2)

fabricado sna forma de uma espiral ou


LINHA DE
CHOKE OU
KILL
FLEXÍVEL JUNTA

bobina em torno do preventor anular e


FLEXÍVEL

JUNTA
FLEXÍVEL
junta flexível submarina. A Figura 10-19
OU JUNTA
TIPO ESFERA
BOP DO OU JUNTA TIPO ESFERA

ANULAR
ilustra as mangueiras flexíveis e duas
JUNTA
LMRP LMRP

FLEXÍVE
CONNECTO CONNECTOR

possíveis organizações de tubulação L


R
BOP
DO
OU JUNTA TIPO ESFERA
STAB SUB STAB SUB ANUL
AR STAB SUB

sólida. Independentemente do método LMRP


CONNECTOR

usado, essas seções de linhas flexíveis BOP


DO
FLEX HOSES AND TWO POSSIBLE ARRANGEMENTS OF SOLID

de choke e kill devem ter uma ANUL


AR
PIPING.

classificação de pressão equivalente à


dos preventores de gaveta. Figura 10 - 19: Conexões de choke/kill em torno da flex joint
em LMRP típico

O stack inferior, ou principal, inclui os preventores tipo


gaveta, válvulas da linha de choke e kill, a estrutura do BOP
stack, painéis de controle (ROV), e o conector de cabeça de
poço-stack. Os painéis do ROV fornecem um backup de
emergência para o sistema de controle do BOP, com portas
hot stab para injeção e fluido de controle para operar uma ou
mais funções do BOP. Os painéis são normalmente fornecidos
para permitir a operação das gavetas cegas/cisalhantes,
conector LMRP, conector da cabeça do poço e, em sondas em
águas ultra profundas, liberam o fluido do acumulador de alta
pressão antes que os cilindros do acumulador sejam trazidos
para a superfície.

Em alguns casos, um preventor anular opcional será localizado


no topo do stack inferior, ao invés de no LMRP. A maioria das
sondas de perfuração flutuantes possui no mínimo quatro
preventores tipo gaveta, com uma gaveta cega/cisalhante
colocada na gaveta superior. Alguns stacks atuais
Figura 10 - 20: Painel de controle de
intervenção do ROV

Possuem aproximadamente seis preventores tipo gaveta, geralmente configurados com uma gaveta
cisalhante de revestimento imediatamente abaixo da gaveta cega/cisalhante ou duas gavetas
cegas/cisalhantes. As gavetas cisalhantes de revestimento não vedarão após o cisalhamento, portanto,
as gavetas cegas/cisalhantes devem ser fechadas para vedar o poço. Quando há duas gavetas
cegas/cisalhantes, a inferior é usada para cisalhar o tubo, e a superior serve como backup, pois
experiências no campo já apresentaram falhas nas gavetas cegas/cisalhantes após o cisalhamento de
um tubo.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 14
Os elementos da gaveta que são geralmente instalados nos preventores são projetados para vedar em vários
tamanhos de tubos dentro de um range pré-especificado. Essas gavetas de diâmetro variável são úteis para
a perfuração de um poço no qual o tamanho do drill pipe possa variar durante a operação ou quando uma
coluna com tubos de vários tamanhos é usada. O custo para a subida do stack e do riser para troca de
elementos da gaveta pode ser de milhões de dólares em águas ultra profundas.

Há ocasiões onde é importante fazer o hang-off do drill pipe nas gavetas durante uma operação de controle
do poço ou em uma situação de desconexão de emergência. As gavetas de diâmetro variável devem ter
capacidade suficiente para suportar o peso da coluna de perfuração em uso. Capacidade reduzida de carga
de hang-off e baixo desempenho, após o stripping do tubo pelas gavetas fechadas, são os dois principais
aspectos negativos associados ao uso de gavetas de diâmetro variável.

As válvulas da linha de choke e kill são instaladas diretamente nas saídas dos preventores de gaveta, duas
por saída, em série para redundância. Essas válvulas são normalmente conhecidas como válvulas à prova de
falha, pois possuem uma mola para retornar para a posição fechada caso não haja pressão de operação na
câmara de fechamento. Conforme a profundidade da água aumenta, os designs das válvulas mudam para
suportar a maior pressão hidrostática da água do mar na parte aberta das válvulas, quando ventiladas. Para
águas muito profundas, as válvulas à prova de falhas devem ser testadas no momento da compra para
ajudar a garantir que estarão sempre fechadas quando submersas em pressão hidrostática equivalente à
profundidade de perfuração máxima do projeto.

Outra característica importante dos preventores tipo gaveta usados em stacks submarinos é a capacidade de
travar remotamente (e/ou destravar) as gavetas de forma mecânica, quando ela foi fechada para fins de
controle de poço ou operação de hang-off. Se a pressão da câmara de fechamento for perdida, a gaveta
deve permanecer fechada para manter o poço seguro. Por exemplo, a recuperação do LMRP para
manutenção nos pods de controle, troca do elemento de vedação do anular desgastado, ou movimentação
da embarcação para fora da localização devido a condições climáticas adversas. Nesses casos, as gavetas
cegas/cisalhantes e gavetas para hang-off (se o tubo for deixado no poço) devem ser fechadas e
permanecer fechadas pelo tempo necessário. Com os pods de controle submarino no LMRP, não haveria
como monitorar e garantir uma pressão positiva de fechamento continuamente aplicada, então as gavetas
devem ser mecanicamente travadas. Há vários sistemas de travamento de gavetas em uso nos dias de hoje,
conforme descrito no Capítulo 9, Equipamentos de Superfície.

Outra consideração importante para preventores de gaveta submarinos é sua capacidade de suportar a pressão
que é aplicada externamente. A pressão externa aplicada às gavetas depende da profundidade da água. Em
algumas situações, é possível que a pressão interna do BOP e do poço se tornem menor do que a pressão
hidrostática da água do mar. Isso pode ocorrer ao perfurar com fluido de perfuração muito leve para evitar a
fratura da formação, ou se gás entrar no riser e deslocar grande volume de fluido de perfuração. Já houve
incidentes onde a pressão hidrostática empurrou o selo do bonnet da gaveta para dentro do corpo e permitiu a
entrada de água do mar. Se a gaveta precisasse ser fechada em um kick posteriormente, o fluido do poço vazaria,
então, para o mar. Os fabricantes de BOP cobriram esse problema reprojetando o anel que suporta o selo do
bonnet.

O tipo de plataforma (ancorada ou DP) geralmente não afeta a configuração do BOP stack, mas influencia o
tipo de funções de emergência que devem ser executadas pelos sistemas de controle do BOP. Os BOP stacks
e sistemas de controle para sondas de DP devem ser capazes de executar uma desconexão rápida de
emergências e os thrusters funcionarem inadequadamente e causarem uma movimentação para fora da
localização ou falharem ao posicionar a embarcação sobre o poço durante condições climáticas adversas. O
sistema de manutenção de posicionamento monitora continuamente e alerta o deck de perfuração com
alarme sonoro e visual. Quando a inclinação do riser exceder determinado valor, o sondador deve executar
uma desconexão do riser para garantir que sua capacidade de tensão não seja excedida. Outras
características opcionais no stack inferior incluem controles acústicos do BOP (um requisito em algumas
regiões do mundo) com sistema independente de acumuladores para fornecimento de pressão hidráulica, e
instrumentação para a medição da temperatura e pressão do fluido dentro do stack inferior.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 15 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O diâmetro de um BOP stack submarino é normalmente 18-3/4 polegadas, embora algumas sondas
possam ter um diâmetro de 16-3/4 polegadas. Os risers usados para perfurar as seções superiores no
“modo diverter” podem ser de diâmetros maiores (22 ou 24 polegadas de diâmetro externo - OD). Como
algumas empresas contratadas de perfuração preferem que seus BOP stacks se apliquem a todas as
prováveis situações, a classificação de pressão dos preventores de gaveta em sondas de águas ultra
profundas é normalmente 15.000 psi, e os preventores anulares possuem classificação de 10.000 psi.
Vários BOPs stacks com capacidade de operação em profundidades de água limitadas são classificados
para apenas 10.000 psi, com preventores anulares classificados para 5.000 psi. Há alguns stacks
submarinos com diâmetro de 11 polegadas e pressão de trabalho de 20.000 psi que são usados para
perfurar seções profundas de poços de alta pressão/temperatura (HPHT).

SISTEMAS DE CONTROLE DO BOP


Há três tipos de sistemas de controle e dois tipos de sistemas de backup usados em operações flutuantes.

A MAIORIA DOS TIPOS DE SISTEMAS DE CONTROLE SUBMARINO SÃO:

• Hidráulicos diretos
• Eletrohidráulicos
• Mulitiplexados (MUX)

Os dois tipos de sistemas de backup para todos os três tipos de sistema de controle principal são:
acústico e intervenção com ROV. Sistemas MUX possuem dois sistemas de backup especiais:
sistemas de auto cisalhamento e deadman.

HIDRÁULICOS DIRETOS

Sistemas Hidráulicos Diretos são o primeiro tipo de sistema de controle projetados para perfuração
flutuante. Uma unidade de energia hidráulica (HPU – hydraulic Power unit) similar àquela encontrada
nos BOPs stacks de superfície é usada para gerar e armazenar o fluido de controle hidráulico. A HPU de
superfície para perfuração flutuante inclui as mesmas válvulas 4/3 vias, usadas para controlar as
funções do BOP nos BOPs de superfície. As três posições da válvula são “aberta”, “bloqueada” e
“fechada”. A posição bloqueada bloqueia qualquer fluxo através da válvula.

A HPU PARA PERFURAÇÃO FLUTUANTE DIFERE DAQUELA USADA PARA STACKS DE SUPERFÍCIE DE TRÊS FORMAS
DISTINTAS :

1. Como os reguladores de pressão de fluido hidráulico ficam submersos, a pressão piloto é aplicada
a partir da superfície e é usada para ajustar os reguladores.
2. Fluido hidráulico não passa pela válvula 4/3 vias da superfície diretamente para as funções do BOP.
3. A instalação de uma válvula de 4/3 vias na linha primária de fluido hidráulico na posição
“bloqueada” bloqueará a energia hidráulica para todas as operações do BOP submarino.

Um pequeno volume de fluido piloto passa para a porção submersa do sistema de controle. Uma linha
separada e maior fornece fluido hidráulico para o sistema submarino, onde é distribuído pela porção
submersa do sistema de controle. A instalação de uma das válvulas4/3 vias em uma única função do
BOP, na posição “bloqueada”, apenas bloqueia o sinal piloto para tal função. Um medidor de fluxo dentro
da HPU fornece uma medição do volume de fluido de controle usado para executar uma determinada
função, e quando a leitura é comparada com o volume teórico para executar a função, pode-se
determinar se a operação foi concluída.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 16
Como o fluido de controle não retorna para o reservatório
da superfície, como em sondas ancoradas, o fluido deve ser
ecologicamente correto. O fluido é uma mistura com base
água de alguns lubrificantes, glicol, e bactericida para
controlar o crescimento de algas no reservatório de
fornecimento da HPU. O fluido hidráulico é fornecido ao BOP
através de um feixe de mangueiras hidráulicas na superfície
para o pod de controle submarino. Há, na verdade, dois
feixes de mangueiras, bobinas e pods de controle
submarino para fornecer redundância. 100% de Figura 10 - 21: Feixe de mangueiras para
redundância é necessário, pois os componentes de controle o sistema de controle hidráulico do BOP

submarino não podem ser convenientemente acessados


para identificação e solução de problemas ou reparos.

A disposição de um feixe típico de


mangueiras se encontra na Figura 10-21. TÍPICO LAYOUT DA VÁLVULA SPM
Além do conduíte de fluido hidráulico
(normalmente com ID de 1 pol), cada
feixe inclui diversos tubos de diâmetro
pequeno (normalmente com ID de 3-
1/16 pol) que transmitem sinais piloto
que operam as válvulas de controle
localizadas nos pods de controle
submarino. Cada função executada pelo
BOP stack possui sua própria linha piloto
e válvula de controle submarino no pod
submarino. A válvula de controle PILOT FLUID VENT
SEAWATER
submarino, normalmente chamada HYDROSTATIC PRESSURE

válvula SPM (sub plate mounted), é PILOT FLUID IN


operada pelo sinal piloto que abre ou
UPPER
fecha a válvula e direciona o fluido SEAT
POWER FLUID VENT
hidráulico para a função do BOP HYDROSTATIC
PRESSURE
associada. Por exemplo, se um BOP
muda de “aberto” para “fechado”, o PILOT FLUID
IN
fluido hidráulico inicialmente aplicado
LOWER
para a função “abrir” é ventilado para o SEAT

mar pela válvula SPM que controla essa


função. A operação de uma válvula SPM
típica se encontra na Figura 10-22.
Figura 10-22: Layout da válvula SPM

O pod ativo é selecionado na superfície, o qual determina qual pod receberá o fluido hidráulico. O pod
inativo ainda recebe os sinais piloto, de forma que as válvulas SPM mudam assim como no pod ativo,
mas não há energia hidráulica oferecida ao BOP para aquele pod. O pod inativo copia o ativo o tempo
todo, de forma que se o controle for alterado de um para o outro, suas válvulas SPM estarão na posição
correta para assumir a operação dos BOPs.

Há mangueiras de controle em cada pod que fornecem a energia hidráulica para cada função do
BOP. Na função do BOP em si, pode exemplo, “fechar um preventor anular”, há uma válvula
shuttle, a qual faz a troca e permite que o fluido passe do pod ativo para a câmara de fechamento
do BOP. Historicamente, os dois pods de controle submarino são normalmente identificados como
“pod azul” e “pod amarelo”.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 17 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Os nomes (e cores) foram selecionados pois
experimentos prévios identificar a mesmas
cores como os mais facilmente distinguíveis
embaixo d’água. Os pods de controle se
localizam no LMRP. Os pods possuem dois
stingers, que podem se estender ou retrair.
Um stinger, quando estendido, permite que o
fluido de controle passe do pod para os
conectores, anulares e válvulas no LMRP. O
outro stinger permite que o fluido de controle
passe para os preventores, conectores e
válvulas no BOP stack quando estendido.

A profundidade da água é a principal


limitação para sistemas hidráulicos diretos.
Esses feixes de mangueiras são largos em Figura 10 – 23: Diagrama do sistema MUX
diâmetro (normalmente 3 polegadas ou
mais), e se tornam ainda mais largos quando mais funções e linhas piloto são necessárias para
operar os sistemas do BOP em águas profundas. Os largos feixes de mangueiras exigem bobinas
maiores e aumentam os problemas associados à gestão das mangueiras. No entanto, a maior
desvantagem dos sistemas hidráulicos diretos é que, conforme a profundidade da água aumenta, o
tempo de resposta é afetado quando o BOP é operado, devido à diminuição das taxas de fluxo e
aumento das perdas de carga nas mangueiras.

SISTEMAS ELETROHIDRÁULICOS

Sistemas eletro hidráulicos foram desenvolvidos para reduzir o tempo de fechamento do BOP e eliminar
as grandes e volumosas mangueiras e bobinas necessárias em aplicações em águas profundas. Nos
sistemas de controle eletro hidráulicos, as linhas piloto da superfície, usadas para operar as válvulas
SPM nos pods, foram substituídas por pares de linhas elétricas conectadas às válvulas solenoides nos
pods. A corrente elétrica passa pelas solenoides e, então, comuta a válvula permitindo a passagem de
um pequeno volume de fluido piloto que opera as válvulas SPM. Os reguladores de pressão submarino
dentro dos pods são ajustados de maneira similar. O resto do sistema é essencialmente idêntico ao
sistema hidráulico direto. Na verdade, pelo menos um fabricante de pods de controle constrói a seção da
válvula solenoide como um módulo que pode ser adicionado ao sistema hidráulico direto convencional.

O feixe de fios elétricos das mangueiras também possibilita a utilização de instrumentos elétricos
que podem medir as pressões do manifold do sistema de controle, medidores de fluxo submarino,
e ângulo de inclinação do riser acima da junta flexível.

SISTEMAS MULTIPLEXADOS (MUX)

Os desenvolvimentos mais recentes nos sistemas de controle do BOP para operações flutuantes são
sistemas de comunicação multiplexados, chamados sistemas MUX. O conceito reduz ainda mais o
tamanho dos cabos e bobinas usados em aplicações em águas profundas, e diminui o tempo de
operação do BOP trocando a mangueira de fluido hidráulico por uma tubulação rígida com diâmetro
maior (2 a 4 pol) que é parte do riser. Os pares de cabos elétricos para cada função do BOP são
substituídos por um número muito pequeno de condutores elétricos (normalmente 4) e linhas de
comunicação (6 a 8) para os pods submarinos. Uma foto mostrando a seção transversal de um
cabo MUX se encontra na Figura 10-24.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 18
Os condutores fornecem energia elétrica
que energiza as válvulas solenoides dos
CABO MUX TÍPICO
pods. A distribuição da energia elétrica
embaixo da água se dá dentro de câmaras
de pressão seladas, que possuem várias
placas de circuito. O sistema é operado por
computador através de comunicação
multiplexada, partindo da superfície para CABOS DE
COMUNICAÇÃO(16)
fundo. Modems e protocolos padrão de
internet são usados para a comunicação.
Comandos múltiplos são passados
simultaneamente através dos cabos de
comunicação enquanto os dados da
instrumentação submarina retornam para a
LINHAS DE ENERGIA
superfície. Em muitos sistemas, cabos de (4)
cobre usados para a comunicação foram
trocados por fibra ótica, aumentando ainda
Figura 10 - 24: Cabo MUX típico
mais a taxa de transmissão e
confiabilidade.

Há vários conjuntos elétricos na superfície, chamados controladores, os quais possuem a tecnologia de


comunicação, chips de computador, placas de circuito e fornecimento de energia, necessários para
enviar e receberas comunicações para dois sistemas de computador idênticos dentro de cada pod
submarino. Esses controladores da superfície são normalmente parte da unidade de controle central
(CCU – central control unit) e incluem os componentes eletrônicos necessários para ajustar os
reguladores na HPU e dentro dos pods submarinos. A energia elétrica é fornecida para a CCU por
fornecimento exclusivo para o sistema MUX, com energia reserva fornecida por um sistema de baterias
com capacidade operacional de duas a quatro horas. Esse sistema é normalmente chamado sistema
ininterrupto de energia (UPS – uninterruptible Power supply). Além da CCU, há o painel de controle do
deck de perfuração (Painel do Sondador) e, em alguns casos, em uma segunda localização remota,
normalmente no escritório do tool pusher, de onde todas as funções do stack podem ser operadas. As
leituras dos medidores de fluxo e pressão do regulador submarino também são exibidas nesses painéis.
Os painéis são projetados para evitar operação acidental e geralmente incluem um botão que deve ser
mantido pressionado enquanto o botão da função desejada é simultaneamente selecionado.

Os componentes eletrônicos submarinos que recebem e interpretam os comandos de comunicação da


superfície, mais os elétricos, para o acionamento das válvulas solenóides e instrumentação submarina,
ficam dentro de dois módulos eletrônicos idênticos, chamados SEM, dentro de cada pod submarino. Os
dois SEMs são selados à prova d’água na pressão atmosférica. Há no total quatro SEMs localizados no
LMRP, dois em cada pod submarino. Os chips estão todos conectados em rede, assim, comandos
idênticos são passados da superfície para os pods submarinos. Na superfície, o operador não seleciona
apenas o pod ativo, mas também qual SEM será usado.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 19 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Figura 10 - 25: Fechamento do BOP anular - circuito básico

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 20
Há dois tipos básicos de tecnologia computadorizada usadas nos sistemas MUX: (1) controlador lógico
programável (PLC – programmable controlled logic) ou (2) software ativo em rede para operação das
funções. Os sistemas PLC possuem a vantagem que, uma vez que a lógica é programada na memória, a
equipe de perfuração não pode alterá-la inadvertidamente. O software em rede possui a vantagem que
as sequências de modificação da lógica do sistema, por exemplo, das funções em algumas operações, é
facilmente feita na CCU pela equipe com treinamento adequado e acesso por senha.

Redundância nos pods submarinos fornece um backup para a porção mecânica do sistema de controle
(válvulas solenoide piloto, válvulas SPM, reguladores, etc.). A redundância nos SEMs ajuda a garantir que as
comunicações e energia elétrica para as válvulas solenoides e outra instrumentação estejam sempre
disponíveis. A maioria das sondas de perfuração em águas profundas e ultra profundas são equipadas com
sistemas MUX para o controle do BOP.

PAINÉIS DE CONTROLE DA SUPERFÍCIE


O API EXIGE QUE OS PAINÉIS DE CONTROLE DA SUPERFÍCIE PARA SISTEMAS
HIDRÁULCIOS DIRETOS INCLUAM:
1. Um painel do deck de perfuração.
2. Operação manual do BOP a partir da HPU.
3. Outro painel remoto em uma área não classificada, caso os itens 1 e 2 estejam em áreas classificadas.

Os itens 1 e 2 acima devem incluir a capacidade de regular as pressões das funções do BOP stack.

OS REQUISITOS API PARA SISTEMAS ELETRO HIDRÁULICOS E MUX INCLUEM :

• Um painel do deck de perfuração.


• Uma CCU controlando a pressão e operação do BOP ou
• Um painel de controle remoto auxiliar

O painel remoto normalmente se


localiza no escritório do tool pusher.

Verde ou vermelho também estarão


acesos para indicar a última posição do
componente do BOP stack. Um botão
separado “push-and-hold” (mantenha
pressionado), que permite o
funcionamento do painel, é
recomendado em todos os painéis para
evitar qualquer tipo de operação
inadvertida de um componente do stack.
Os botões do painel para funções
críticas, como as gavetas cisalhantes,
conector do LMRP, conector da cabeça
de poço e desconexão de emergência (se
aplicável) devem ser cobertos com uma
proteção transparente removível para Figura 10 – 26: Painel auxiliary do BOP
evitar acionamentos acidentais.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 21 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
TEMPOS DE RESPOSTA
De acordo com as especificações API, todos os sistemas de controle do BOP submarino devem ser
projetados para fornecer pressão e volume de fluido de controle suficiente para operar as funções
selecionadas dentro dos tempos de resposta permitidos. Preventores anulares devem fechar em até 60
segundos. Preventores de gaveta devem fechar em até 45 segundos. As válvulas de choke e kill devem
funcionar dentro do tempo de fechamento mínimo da gaveta. O tempo de resposta para a desconexão
do LMRP não deve ser maior que 45 segundos.

ACUMULADORES
A HPU inclui garrafas acumuladoras para armazenar o volume útil necessário de fluido de controle em
alta pressão. A pressão nominal na qual o fluido é armazenado dentro dos cilindros é a pressão de
operação do sistema. Para sistemas hidráulicos diretos e para a maioria dos sistemas eletro hidráulicos
projetados para operar em águas rasas, a pressão de operação do sistema é normalmente 3.000 psi. Já
para sistemas MUX que são projetados para aplicações em águas profundas, a pressão de operação do
sistema é normalmente 5.000 psi. Também pode haver cilindros acumuladores instalados no BOP stack,
para ajudar a atingir os requisitos de tempo de fechamento. O volume de fluido útil é determinado pelos
métodos descritos no API RP 16D. O método de cálculo varia dependendo da pressão de operação do
sistema, profundidade da água, funções a serem executadas, e localização dos acumuladores (superfície
ou submarina).

A HPU deve ter no mínimo dois sistemas de bombas e duas fontes independentes de energia para acionar as
bombas que carregam os cilindros acumuladores. A capacidade de vazão cumulativa dos dois sistemas de
bombas deve (segundo a API) ser suficiente para carregar todo o sistema acumulador, desde a pressão de
pré-carga até a pressão de operação do sistema, em até 15 minutos. Se uma bomba ou uma das fontes
independentes de energia falhar, ou se não estiver disponível, todo o sistema acumulador deve ser carregado
em até 30 minutos. Como para BOP stacks de superfície, os acumuladores são pré-carregados com gás inerte,
normalmente nitrogênio.

Também pode haver cilindros acumuladores submersos exclusivos para operação apenas de algumas
funções ou sequências de funções selecionadas, como as gavetas cisalhantes, sequência de desconexão
de emergência (EDS), e sistema “deadman”. A função EDS é encontrada em quase todos os sistemas
MUX para águas profundas, e é necessária quando DP é usado para a manutenção do posicionamento.
Os requisitos de volume útil para esses cilindros exclusivos também são calculados pelos métodos
descritos no API RP 16D. Cilindros submersos são pré-carregados na pressão de operação do sistema,
mais a pressão hidrostática da água do mar. Alguns sistemas para águas ultra profundas usam gás
hélio, por ser mais eficiente que o nitrogênio em pressões submersas associadas a sistemas de 5.000
psi.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 22
SISTEMAS DE BACKUP DE CONTROLE DO BOP
Há quatro tipos de sistemas de backup de controle do BOP:

• Intervenção com o ROV


• Sistemas de controle acústico
• Sistemas de auto-cisalhamento
• Sistemas automáticos “deadman” com bateria

INTERVENÇÃO COM ROV

O método de backup mais comumente usado para


controlar os BOPs submarinos é a intervenção com o ROV.
Portas chamadas Hot Stab Ports, são instaladas na estrutura
de suporte do BOP stack e fornecem um meio de aplicar
pressão de operação em alguns dos preventores, caso o
sistema principal de controle do BOP falhe ao executar uma
função crítica. O ROV insere uma ferramenta, a Hot Stab,
na porta selecionada no Painel de Intervenção do ROV e
bombeia água do mar dentro dessa função do BOP. Uma
imagem de um painel típico de intervenção com ROV se
encontra na Figura 10-27. Válvulas shuttle separam a linha
de intervenção com ROV das linhas de controle do pod
amarelo e azul, conforme o ROV assume o controle da função
do BOP. As ferramentas hot stab (ponta macho presa no ROV)
e portas no painel do ROV devem ter a “pressão ajustada”
como uma unidade, de forma que não se desengatem quando
a pressão de injeção for aplicada. Usar ferramentas hot stab e
ROVs para operar um BOP quando o Sistema de controle
principal não estiver funcionando é normalmente chamado de Figura 10-27 : Painel de intervenção do ROV
aplicar um override em uma função do BOP.

OVERRIDES COMUNS DO BOP

As funções mais importantes de override (anulação) do BOP são a desconexão do LMRP e do conector da
cabeça do poço. No mínimo, o override do BOP é necessário para essas duas funções críticas em todas
as colunas do BOP submarino. Outra capacidade útil de override inclui, mas não apenas; (1) o
fechamento das gavetas cegas/cisalhantes, o fechamento de uma gaveta de tubos, a abertura e
fechamento de no mínimo um conjunto de válvulas da choke line (normalmente imediatamente abaixo
das gavetas para hang-off), e descarregamento dos cilindros do acumulador submarino antes de
suspender o riser e a coluna.

CONTROLES ACÚSTICOS DO BOP

Sistemas acústicos de controle são frequentemente usados como sistema de backup de controle do BOP.
O Sistema transmite sinais de comando acústicos pelos transponders da superfície para receptores
submarinos instalados. O sistema consiste de um conjunto eletrônico na superfície; transponders
localizados poucos pés abaixo da água na embarcação, um receptor e um conjunto eletrônico
submersos, e um pequeno sistema eletro hidráulico submerso.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 23 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O sistema opera independente do sistema principal de controle do BOP. Os sistemas de controle acústico
são energizados por baterias.

ENERGIA HIDRÁULICA PARA OPERAÇÃO DAS FUNÇÕES ASSOCIADAS AO BOP SÃO PROVENIENTES DE UMA DAS
DUAS FONTES :

1. Um conjunto exclusivo de cilindros acumuladores submarinos com um volume de fluido de controle útil
suficiente para operar as funções associadas (inicialmente carregado pelo sistema principal de energia
hidráulica e então isolado do sistema principal por uma válvula de isolamento).
2. Acumuladores submarinos que são parte do sistema principal de controle do BOP, onde a energia
hidráulica é disponibilizada por um comando do sistema acústico. Deve-se reconhecer que essa
organização não possui energia hidráulica disponível se o volume e/ou pressão do acumulador
submarino do sistema principal for perdido.

É preferível utilizar a primeira fonte, pois o sistema acústico pode funcionar independentemente do que
acontecer com a parte eletrônica ou fluido hidráulico do sistema principal, desde que os acumuladores
exclusivos estejam inicialmente carregados e a válvula de isolamento não vaze.

FUNÇÕES DO BOP QUE SÃO PROJETADAS PARA OPERAÇÃO DE ANULAÇÃO PELO SISTEMA ACÚSTICO DE BACKUP
NORMALMENTE INCLUEM , MAS NÃO ESTÃO LIMITADAS AOS SEGUINTES ITENS :

• Conector LMRP, unlatch (desconectar).


• Gaveta cega/cisalhante, cisalhar.
• Gavetas para hang-off, fechar.
• Sistema de travamento da gaveta, travar, se não possuir travamento automático.

SISTEMAS DE AUTO CISALHAMENTO (AUTOSHEAR)


Sistemas automáticos de cisalhamento (autoshear) e deadman são geralmente opcionais e aplicáveis em
ambientes de águas profundas onde sistemas MUX são usados.

O auto cisalhamento é um sistema de segurança projetado para fechar o poço no caso de uma desconexão
não planejada do riser/LMRP. O auto cisalhamento é normalmente encontrado em um sistema MUX onde há
capacidade para programar a lógica de controle e ativar ou desativar o sistema. Quando ativado, o sistema
fecha a gaveta cega/cisalhante sempre que o LMRP for desconectado, desde que elas ainda não tenham
sido fechadas. Alguns sistemas auto cisalhantes incluem o fechamento de válvulas abertas da linha de
choke e kill e o fechamento da gaveta para hang-off antes de fechar a gaveta cisalhante. Um conjunto
exclusivo de acumuladores instalado na coluna fornece energia hidráulica.

SISTEMAS DEADMAN
Um sistema deadman é um sistema de segurança operado por baterias projetado para fechar o poço se o
riser se partir e todos os controles da embarcação forem perdidos. A lógica é programada no conjunto
eletrônico deadman submarino, e deve fechar a gaveta cega/cisalhante quando houver perda simultânea
da energia elétrica, comunicações, e pressão hidráulica do cabo de fornecimento para ambos os pods. O
sistema deadman é capaz de monitorar continuamente a atividade e o status dos pods para determinar
se, e quando, a sequência deadman deve ser executada.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 24
Alguns sistemas deadman incluem o
fechamento de todas as válvulas da
PERDA DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA
linha de choke e kill e da gaveta para
Perfurando com 12 ppg
hang-off, antes do cisalhamento. Todos
os sistemas de controle do BOP com Lâmina d’água = 5.000 pés

capacidade deadman incluem a função Profund. perfurada = 5.000 pés


ativar/desativar. Estes sistemas
normalmente usam o fluido de controle
hidráulico de um conjunto exclusivo de Qual é a perda de pressão hidrostática se o riser estiver desconectado no leito
marinho? Ignore o gap de ar acima da água.
acumuladores instalados na estrutura do
BOP stack.

A densidade do fluido de perfuração


dentro do riser é geralmente maior do
que a água do mar, exercendo uma
pressão hidrostática na extremidade
inferior do riser maior que a pressão
hidrostática da água do mar. Quando
o riser é desconectado, qualquer fluido
de perfuração dentro do riser sofrerá o
efeito de tubo em U do riser para o
mar até que a pressão hidrostática no PH = (Lâmina d’água + Prof. perfurada) x ρ x 0,052
riser atinja o equilíbrio com a PH = (Lâmina d’ x 8.65 x 0.052) + (Prof. perfurada x ρ x 0,052)

hidrostática da água do mar. Para PH = (5.000 + 5.000) x 12 x 0,052 PH = 5.000 x 8,65 x 0,052 + 5.000 x 12 x 0,052
compensar essa perda de lama,
PH = 6.240 psi PH = 2.249 + 3.120 = 5.369 psi
algumas empresas optam por fechar o
Figura 10-28: Perda de pressão hidrostática
anular superior quando desconectam o
riser. Isso deve ser feito apenas com a Loss of Hydrostatic = 6,240 - 5,369 = 871 psi
Confirmação do fabricante do anular, para garantir que o BOP suporte a pressão hidrostática resultante
aplicada de cima. Após tempo suficiente, a prática normal é trocar o fluido do riser por água do mar
antes de desconectá-lo.

A maior preocupação é perder pressão hidrostática no poço se o riser for desconectado acidentalmente
ou se falhar devido a colapso, quebra e etc. Em águas profundas e ultra profundas, a perda da pressão
hidrostática provavelmente criaria um situação de underbalance, o que faria o poço fluir. Isso é ilustrado
na Figura 10-28.

Uma margem de segurança do riser compensa a perda de pressão hidrostática que resultaria de uma
desconexão não planejada ou falha do riser. Ela representa a perda do peso da lama efetiva no TVD do
poço. Quando a perfuração se limitava a águas mais rasas, os operadores sempre quiseram ter uma
margem de riser suficiente de forma que, se o riser fosse perdido, o poço permaneceria em overbalance.
Em outras palavras, o peso da lama usado na perfuração, menos a margem do riser, resultaria em um
peso efetivo muito maior do que o necessário para equilibrar a pressão da formação. A diferença
relativamente pequena entre a integridade da formação e a pressão da formação em águas profundas
geralmente torna isso impraticável, e até mesmo impossível. O cálculo da margem de riser é feito
através da seguinte fórmula:

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 25 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Perda de pressão, psi =(Peso da Lama [ρ] ppg –
Peso da Água do mar ppg) x Profund. Água pés x
0.052 + (ρ ppg x Gap de Ar pés x 0,052)

Margem do Riser, ppg =Perda de Pressão, psi ÷ [ (TVD pés –


Profund. Água pés – Gap de Ar pés) x0,052 ]

Se o LMRP tiver sido desconectado, o sistema de controle primário não será mais capaz de fechar a
gaveta de tubo ou gaveta cega/cisalhante para proteger o poço. Já houve casos registrados de
desconexão acidental, o que fez com que a indústria passasse a exigir um ou mais sistemas de
controle de backup sempre disponíveis. É importante que todas as desconexões do LMRP normais e
sistemas EDS incluam um passo para fechar as gavetas cegas/cisalhantes antes da execução.

Da mesma forma, após o LMRP ser conectado novamente, o riser deve ser preenchido com fluido
de perfuração de densidade suficiente para produzir uma pressão hidrostática total no poço que
crie uma condição de overbalance nas zonas de hidrocarbonetos, antes de abrir a gaveta
cega/cisalhante ou gaveta para hang-off.

PREVENÇÃO E DETECÇÃO DE KICK


PROBLEMAS NA DETECÇÃO DE KICK AO PERFURAR COM UM RISER

A detecção de um kick pode ser muito mais difícil em sondas flutuantes do que ancoradas, por causa do
relativo movimento entre a sonda flutuante e o BOP stack fixo. Os sistemas complexos de controle do
BOP e problemas potenciais com o riser submarino, incluindo o potencial para colapso do riser, criam
desafios únicos.

É mais difícil medir e rastrear mudanças no volume do tanque de lama em sondas flutuantes
porque o fluido dentro do tanque sobe e desce conforme a movimentação da embarcação. Da
mesma forma, a movimentação da sonda causa o movimento da junta telescópica, o que causa
uma mudança cíclica na taxa de fluxo no topo do sistema do riser. A capacidade do riser muda
conforme a movimentação vertical da sonda; a taxa de fluxo de retorno diminui conforme a
embarcação sobe, e aumenta quando ela desce. Uma movimentação violenta da sonda, devido à
grande ondulação do mar, pode mascarar as duas técnicas tradicionais de detecção de kick; um
ganho no volume do tanque e um aumento no fluxo de retorno. Por motivos óbvios, os efeitos da
movimentação da sonda representam um problema maior para navios sonda do que para sondas
semissubmersíveis.

O potencial para colapso do riser pode estar indiretamente associado à detecção de kick.
Especialmente ao perfurar em águas profundas e ultra profundas, onde o fluido de trabalho é
normalmente fluido com base óleo sintético. Fluidos de perfuração com base óleo sintético
possuem grande capacidade de dissolver gases hidrocarbonetos na solução. Essa característica
aumenta com a pressão. Conforme o gás é circulado no espaço anular e a pressão hidrostática é
reduzida, o gás começa a sair rapidamente da solução. O gás livre faz com que a pressão
hidrostática diminua ainda mais. Conforme o gás sai da solução, se expande ainda mais
rapidamente, e a lama é deslocada do riser. O riser pode se esvaziar rapidamente, e em casos
extremos, criar uma pressão diferencial suficiente (de fora pra dentro) para levar ao colapso do
riser, se não houver uma válvula de preenchimento do riser no sistema (riser fill-up valve).

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 26
O gás dissolvido de um kick aumenta
diretamente a dificuldade na sua
INFLUÊNCIA DO GÁS DISSOLVIDO NA DETECÇÃO
detecção. Em águas profundas, o kick
DE UM KICK (GANHO NO TANQUE)
de gás dissolvido pode causar um
aumento no volume de lama de cerca
de um terço daquele observado se
um kick equivalente entrar em
sistema de lama com base água. Em
outras palavras, um kick de gás de
30 barris em lama com base óleo ou
Tanque Tanque
óleo sintético pode produzir um
Ganho no tanque Ganho no tanque
de 10 bbl de 10 bbl

ganho no tanque de apenas 10 kick is only 3 bbl kick is 10 bbl

barris. Uma ilustração pode ser


encontrada na Figura 10-29.

Alguns kicks podem ser evitados pelo


planejamento cuidadoso do poço e
atenção rigorosa ao processo de
perfuração. Em outras situações,
kicks não podem ser evitados, mas
podem ser detectados precocemente 10 bbl de kick de gás nas 10 bbl de kick de gás
de forma que seus efeitos sejam condições TVD nas condições TVD

minimizados. A prevenção de kick são dissolvidos na lama a não dissolvidos na


base de óleosintético lama a base de
deve ser prioridade nas operações de águasintético

perfuração, pois uma detecção


precoce nem sempre é possível.
Figura 10 - 29: Influência do gás dissolvido na detecção de kick

A probabilidade de ocorrência de kick antes da descida do revestimento de superfície pode ser


reduzida coletando dados sísmicos e geológicos, e escolhendo uma localização que minimize as
chances de gás raso ou reservatórios de água. O uso dos dados do poço para projetar um
programa “conservador” de revestimento pode diminuir a probabilidade de ocorrência de um kick
em zonas mais profundas do poço. Infelizmente, em muitos poços em águas profundas, um
programa conservador de revestimento não é possível, devido às pequenas margens entre a
pressão da formação e a integridade da formação (MAASP) que geralmente existem.

DETECÇÃO PRECOCE DE KICKS

Como nem sempre podem ser evitados, os esforços devem se concentrar na detecção rápida de
kicks, para que uma resposta rápida possa ser dada mediante um sinal de alerta ou indicador. Os
principais métodos de detecção de kick em perfuração offshore é o ganho no tanque e o aumento
na taxa de fluxo de retorno. Uma técnica que é normalmente usada para melhorar a medição de
ganho no tanque em embarcações flutuantes é a localização dos sensores do totalizador de volume
do tanque (PVT – pit volume totalizer) em pontos opostos, de forma que a movimentação da
embarcação seja medida de alguma forma. Com o passar dos anos, a precisão dos sensores de
fluxo de retorno melhorou, mas essas melhorias são apenas eficazes se houver certo gasto com a
manutenção destes sensores. Um terceiro método de detecção de kicks é a observação da pressão
do standpipe. Uma diminuição na pressão de circulação pode indicar que um fluido mais leve que a
lama entrou no poço. O sensor de ganho no tanque, indicador de taxa de fluxo e sensor da pressão
do standpipe possuem alarmes, e cada um deve estar configurado com limites estreitos de alta e
de baixa, proporcionais para as capacidades da sonda e condições esperadas do poço.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 27 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Outro método comumente usado para melhorar a detecção de kicks é simplesmente realizar flowchecks
periódicos para determinar se um kick pode ter entrado no poço. Esse procedimento não deve ser visto
como perda de tempo, principalmente em poços com margens muito pequenas entre a integridade da
formação, geralmente expresso em peso de fratura, e a densidade do fluido de perfuração. Minimizar o
volume do kick pela detecção precoce é ainda mais importante quando há uma diferença muito pequena
entre a MAASP e o peso da lama.

ALÉM DOS MÉTODOS PRINCIPAIS DE DETECÇÃO DE KICK, A DETECÇÃO PODE SER AINDA MAIS EFICAZ ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE:
• Análise dos Dados de Perfuração
• Serviços de Detecção de Pressão
• Gerenciamento da Transição da Pressão
• Práticas Gerais para Gerenciamento da Pressão
• Análise do Fluido de Perfuração
• Simulação de Conexões
• Níveis de Gás na Lama

Os dados de perfuração podem ser examinados para ajudar a identificar as zonas de transição como um
aumento potencial para desenvolvimento de kicks. Os dados podem ser de poços offset, como parte dos
processos de planejamento do poço, ou em tempo real, conforme a perfuração acontece. Os serviços de
detecção de pressão estão disponíveis para registrar a taxa de penetração (ROP), enquanto as medições
do “exponente d” são usadas para identificar o aumento na pressão da formação. Mais recentemente,
sensores do PWD (pressão durante a perfuração) no conjunto do fundo do poço (BHA) foram
identificados como muito eficazes na detecção de kicks ao usar fluidos com base óleo sintético.
Conforme o gás entra no poço e é dissolvido no fluido de perfuração, a densidade local do fluido diminui.
Se essa mudança na densidade ocorre no fluido distribuído em centenas de pés, a densidade média da
coluna no espaço anular pode mudar significantemente e causar uma redução na hidrostática geral. A
diminuição inesperada na pressão do espaço anular, ou ECD, conforme a ferramenta de PWD faz a
medição, é a primeira indicação de kick em muitas operações de perfuração flutuante. As ferramentas
PWD são normalmente um serviço “a mais” nas ferramentas LWD de rotina usadas para avaliação da
formação durante a perfuração. Junto com ROP, o “exponente d” e a análise dos cascalhos, a aplicação
das ferramentas LWD e PWD se tornou uma das “melhores práticas” para a identificação de zonas de
transição e detecção precoce de kicks, quiçá prevenção de kicks.

Outras ferramentas para ajudar na prevenção de kick e detecção precoce incluem a análise do fluido de
perfuração, simulação de conexões e medição da concentração de gás nos retornos de lama. O fluido de
retorno é examinado para identificar mudanças nas concentrações de cloreto, o que é normalmente um
indicador de aumento da pressão da formação. As ferramentas LWD podem medir a temperatura do
fluido no fundo do poço, o que serve como uma medição indireta do aumento da pressão da formação. A
concentração de gás no fluido de retorno é examinada na superfície. Um aumento na concentração de
gás (lama cortada por gás) é um indicador de aumento da pressão da formação e presença de
hidrocarbonetos.

Outra ferramenta para a indicação precoce de um kick é a simulação de conexões. Em uma simulação, a
perfuração é interrompida por alguns minutos e o fluxo de retorno do poço é monitorado com as bombas
desligadas.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 28
PPRÁTICAS DE MANOBRA – CIRCULANDO GÁS DE MANOBRA

Historicamente, uma grande porcentagem de kicks ocorre durante operações de manobra. Além de
aumentar o foco no uso de tanques de manobra, recentemente a equipe de perfuração tem aprendido que
também é importante fazer intervalos durante a manobra para fora do poço, reconectar o top drive ou uma
cabeça de circulação, e circular o poço e o riser. A prática de circulação e monitoramento de gás durante
manobras é particularmente relevante ao usar fluido de perfuração com base óleo ou óleo sintético, os
quais podem “esconder” grandes volumes de gás antes de se aproximarem da superfície, até 1000 ou 300
pés.

PRÁTICAS DE CIRCULAÇÃO EM POÇOS SUBMARINOS

Outra boa prática antes de começar uma manobra é circular um bottoms up para remover qualquer gás
que possa estar no espaço anular e/ou riser. Normalmente, esse gás estará dissolvido na lama com base
óleo ou óleo sintético. Um desgaseificador do riser torna essa prática muito mais interessante, pois há
pouca probabilidade do fechamento do diverter resultar em lama sendo descarregada no mar.

Grandes volumes de gás podem se acumular no poço e no riser ao perfurar zonas de areia com gás. O
fechamento do diverter e a circulação frequente de um bottoms up através do desgaseificador do riser remove
o gás antes que ele seja liberado livremente próximo à superfície. Manter o riser sem gás ajuda a prevenir o
underbalance durante a operação de perfuração.

FORMAÇÕES COM BALLOONING

“Ballooning” é o termo usado para descrever uma formação que parece perder fluido durante a
circulação devido à perda de carga, e então retorna este fluido perdido quando o bombeio é
interrompido, como em uma conexão. Formações com ballooning são umas das mais confusas
características de alguns poços de águas profundas. Como alguns sondadores são treinados para
responder rapidamente quando o poço continua fluindo após a interrupção do bombeio, o ballooning já
resultou em um retorno de mais de 100 barris após parada da circulação.

Muitas operadoras usam a técnica chamada “fingerprinting” para ajudar a distinguir o ballooning de um kick.
O método consiste na medição cuidadosa do volume de fluido perdido conforme a circulação é estabelecida,
e então, quanto de fluido retorna após a interrupção do bombeio. Um pequeno tanque, como um tanque de
manobra, é usado para medir os ganhos e perdas da forma mais precisa possível. A ideia é tentar
estabelecer o comportamento “normal” do poço. A técnica fingerprinting é recomendada para qualquer poço
cuja margem entre a pressão de poros e a pressão de fratura da formação é pequena.

PARA DETERMINAR SE UM POÇO APRESENTA BALLOONING:

1. Perda de fluido é observada quando a circulação começa; as perdas devem ser estabilizadas (e
medidas).
2. Durante um flowcheck, a taxa de fluxo do poço deve eventualmente diminuir, o oposto em um
poço sofrendo kick.
3. Após o fechamento do poço, drenar de 3 a 5 barris de lama através do choke deve causar
diminuição da SICP, e eventualmente uma taxa reduzida de retornos, caso seja ballooning.
Essa prática, embora comum em algumas áreas, deve ser feita apenas mediante autorização
dos supervisores.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 29 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
CONFIRMAÇÃO DE BALLOONING

SICP SICP

Durante perfuração e/ou Fechamento mostra ganho no Sangria de pequeno volume


circulação, há retornos tanque e SICP significantes.
parciais de lama reduz SICP (se
fosse kick, sangria da lama
Taxas de perda talvez variáveis. aumentaria SICP.)

Durante perfuração, toda Não visto pelo sondador, toda Não visto pelo sondador, mais
lama é perdida em micro- lama retorna após circulação lama retornou após sangria da
fraturas. parareECD ser removido. lama pelo choke

Figura 10 - 30: Confirmação de ballooning

Uma ilustração da confirmação de ballooning se encontra na Figura 10-30 acima.

As linhas de choke e kill são essencialmente as mesmas em sondas flutuantes, a única diferença é a
nomenclatura. Os dois tipos de linha são controlados por pares de válvulas HCR, conhecidas como fail
safe valves (válvulas à prova de falhas). Em poços de águas profundas essas longas linhas estão
expostas à água do mar relativamente fria por longos períodos de tempo. O fluido de perfuração deve
apresentar um aumento na viscosidade, ou a formação de uma estrutura tipo gel (tixotrópica) quando
em estática, de forma a manter os cascalhos em suspensão durante conexões ou quando as bombas
estão desligadas. Essa capacidade tixotrópica é especialmente evidente em fluidos de bentonita/com
base água. Se as linhas estiverem cheias de fluido com alta força gel, grossa, quando o poço for fechado
em um kick, isto pode provocar leituras erradas nas pressões de fechamento. Há várias maneiras de a
equipe prevenir este potencial problema. Uma opção é circular pelas linhas de choke e kill várias vezes
ao longo do dia. Outra opção usada para minimizar o problema do gel é encher as linhas de choke e kill
com um fluido menos viscoso, como base água ou base óleo. Nesse caso, os procedimentos padrão
devem ser levemente alterados para incluir o fechamento do preventor tipo gaveta para isolar o poço, e
então trocar o fluido das linhas de choke e kill para o fluido original, circulando pela stack. Caso
contrário, a SICP poderia estar incorreta e a linha de kill não poderia ser usada para monitorar a pressão
no fundo do poço, a pressão dentro do BOP, conforme a bomba atinge a taxa de controle. (Veja
“Compensando a Fricção da Choke Line na Partida”.)

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 30
Altas forças gel também podem se formar no espaço anular durante conexões. Uma boa maneira de
quebrar o gel antes de iniciar as bombas após uma conexão é girar o tubo vagarosamente antes de
começar a bombear. Considerando as pequenas margens entre a pressão de poros e de fratura em
águas ultra profundas, girar dessa maneira ajuda a manter as pressões do anular as menores possíveis.

As operações de controle da pressão são geralmente mais complexas em unidades flutuantes do que em
sondas ancoradas. A equipe de perfuração deve fazer simulações e exercícios práticos frequentemente.
Requisitos regulamentares devem ser considerados. Para que a equipe esteja adequadamente preparada
para responder rapidamente e de forma eficaz, certos dados devem ser coletados e atualizados
continuamente permitindo que os supervisores tenham informações pertinentes em mãos o tempo todo.

ALGUNS DOS DADOS PRÉVIOS NECESSÁRIOS SÃO :

• MAASP atual (integridade da formação).


• Pressões reduzidas de circulação (PRC).
• Perda de carga ou fricção das linhas de choke nas várias taxas reduzidas de circulação.
• Uma kill sheet atualizada, dentro do possível.
• Conhecimento dos alinhamentos do manifold, incluindo linhas do diverter, separadores lama/gás, etc.
• Pressão e limites de fluxo dos separadores lama/gás.
• Gavetas para hang-off.

PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO EM KICK PARA PERFURAÇÃO


SUBMARINA
A preocupação com a contrapressão cobre a formação no fechamento hard não é justificável. O
fechamento hard é recomendado, pois o soft permite que o volume do kick seja maior e,
consequentemente, as pressões na base do revestimento durante a circulação também aumentarão.
Estudos comprovaram que, independentemente da existência da contrapressão durante o fechamento,
com o método hard, elas ocorrem principalmente no BOP stack, com efeito mínimo na sapata do
revestimento.

FECHAMENTO DA GAVETA X ANULAR

A decisão de qual preventor usar para o fechamento inicial depende de várias circunstâncias diferentes.
A maioria das operadoras e contratadas adota um padrão a ser aplicado em um poço específico.

D ENTRE AS CONSIDERAÇÕES :

• Tipo da sonda e lâmina d’água.


• BOPs específicos e equipamentos de controle de pressão associados.
• Força antecipada da formação.
• Tamanho e intensidade do kick.
• Operações que estavam sendo realizadas no momento em que o kick foi identificado.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 31 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Embora o fechamento de uma gaveta resulte em um fechamento muito mais rápido do que com o BOP
anular, há outros fatores a serem considerados ao fazer essa escolha. O fechamento com uma gaveta
requer conhecimento da localização dos tool joints dentro do BOP stack. A localização exata dos tool
joints, em relação à gaveta selecionada, pode ser difícil devido à movimentação da sonda, e devido à
capacidade de tensionamento do riser para compensar tal movimentação, mesmo que medições
cuidadosas das distâncias de espaçamento dos tool joints sejam feitas na superfície. Por outro lado, o
fechamento do BOP de gaveta é rápido e minimiza a quantidade de gás preso abaixo do BOP stack após
a circulação do kick. Outra vantagem do fechamento com uma gaveta é que elas permitem operações de
hang-off do drill pipe, o que prepara o poço para outras emergências, como saída da localização da
embarcação, falha da ancoragem, e desconexão de emergência.

Usar o BOP anular para fechamento inicial requer um pouco mais de tempo do que com a gaveta
(aproximadamente 20 - 40 segundos em comparação a 12 - 17 segundos para a gaveta), mas possui a
vantagem que o elemento vedará o tool joint sem nenhum problema. Se as condições do mar
estiverem adversas após o fechamento do preventor, os tool joints podem entrar e sair do BOP fechado
sem comprometer a vedação.

Duas alternativas podem ser consideradas, fechar o preventor anular, levantar a coluna de perfuração
até que o tool joint toque o fundo do anular, assim o tool joint não estará frente a uma gaveta do BOP
stack, e então fechar a gaveta de hang-off designada, e fazer o hang-off. O indicador de peso da coluna
de perfuração deve exibir um pequeno aumento conforme o tool joint entra no anular e depois de ter
passado por ele. O medidor de fluxo do acumulador deve indicar um pequeno aumento conforme o fluido
adicional entra na câmara de fechamento do anular e veda o drill pipe menor.

FECHAMENTO DURANTE A PERFURAÇÃO

TABELA 1. EXEMPLO DE PROCEDIMENTO PARA FECHAMENTO DURANTE A PERFURAÇÃO

PASSO AÇÃO
1 Quando um sinal de alerta de kick for observado, deve-se suspender a coluna do fundo.
2 Parar a bomba e verificar o fluxo. Ao verificar o fluxo, garantir que a válvula da booster foi
fechada e o bombeio foi interrompido, ou se houver uma válvula de retenção na linha de booster,
apenas interromper o bombeio na booster.

3 Fechar o BOP selecionado (geralmente o anular superior). Os chokes e válvulas


imediatamente à jusante do BOP já devem estar na posição fechada durante as operações de
rotina.
4 Enquanto o BOP estiver fechando, abrir as válvulas das linhas de choke e kill selecionadas
5 (válvulas HCR).
Monitorar o fluxo do poço pelo riser.
Considerar o fechamento do diverter como uma precaução contra gás no riser.
6 Alertar o supervisor.
7 Ler e registrar a pressão de fechamento através do drillpipe (SIDPP), a pressão de
fechamento através do revestimento (SICP) nas linhas de choke e kill e o ganho de tanque.
Monitorar e registar esses dados a cada um ou dois minutos.
8 Se o hang-off for desejado, pode ser iniciado.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 32
FECHAMENTO DURANTE A MANOBRA

TABELA 2. EXEMPLO DE PROCEDIMENTO PARA FECHAMENTO DURANTE A MANOBRA

PASSO AÇÃO
1 Quando um sinal de alerta de kick for observado, devem-se interromper imediatamente
todas as operações e levantar o topo do tool joint aberto até a altura de trabalho no piso da
sonda, e acunhar o drillpipe.
2 Instalar e fechar uma válvula de segurança de abertura plena (FOSV).
3 Verificar se há fluxo no poço. Garantir que a válvula da booster line do riser foi fechada.
4 Se o poço estiver fluindo, fechar o espaço anular fechando o BOP selecionado.
5 Monitorar o fluxo do poço pelo riser. Considerar o fechamento do diverter como uma precaução
6 contra gás
Alertar no riser.
o supervisor.
7 Instalar uma “cabeça de circulação” ou reconectar o top drive para registrar a pressão de
SIDPP.
8 Ler e registrar a pressão de fechamento através do drillpipe (SIDPP), a pressão de
fechamento através do revestimento (SICP) nas linhas de choke e kill e o ganho de tanque.
Monitorar e registar esses dados a cada um ou dois minutos.

9 Preparar para uma operação de stripping através do preventor anular, ou implementar um


procedimento alternativo de controle do poço, como o bullheading.

FECHAMENTO AO FAZER UMA CONEXÃO

Diferente da manobra, a broca já está ou está muito próxima do fundo durante uma conexão. A conexão
deve ser feita o mais rápido possível (se estiver quebrada) após um sinal de alerta ser observado. O
procedimento de fechamento deve ser feito seguindo o procedimento do fechamento durante a
perfuração.

FECHAMENTO ENQUANTO A BROCA ESTÁ ACIMA DO BOP OU FORA DO POÇO

Se indicadores de kick ocorrerem enquanto a coluna de perfuração estiver fora do poço, ou enquanto a
broca estiver acima do BOP stack, a primeira ação deve ser fechar as gavetas cegas/cisalhantes. Isso
deve ser feito o mais rápido possível para evitar a entrada de gás no riser. A tabela a seguir fornece um
exemplo de procedimento de fechamento para um kick quando a broca estiver acima do BOP.

TABELA 3. EXEMPLO DE PROCEDIMENTO PARA FECHAMENTO COM A BROCA LONGE DO


FUNDO OU FORA DO POÇO

PASSO AÇÃO
1 Na primeira indicação de fluxo, deve-se feche a gaveta cega/cisalhante.
2 Enquanto o BOP estiver fechando, abrir as válvulas da linha choke e kill selecionadas
3 Monitorar o fluxo do poço pelo riser.
(válvulas HCR).
Considerar o fechamento do diverter como uma precaução contra gás no riser.
4 Verificar se há vazamentos na superfície. Alertar o supervisor.
5 Ler e registrar a pressão de fechamento através do revestimento (SICP) nas linhas de choke
e kill e o ganho de tanque.

6 Se o drillpipe
Monitorar estiver
e registar acunhado,
esses ficarumalerta
dados a cada para
ou dois o potencial dano por fadiga devido à
minutos.
movimentação de balanço e inclinação da embarcação.
7 Preparar para operação de stripping e/ou bullheading. Implementar o controle de pressão
volumétrico, se necessário.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 33 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
FECHAMENTO DURANTE A DESCIDA DO REVESTIMENTO OU LINER

A localização da sapata do liner/revestimento deve ser rastreada e conhecida enquanto estiver sendo
descida. Se um indicador de kick ocorrer, então o procedimento de fechamento dependerá da existência
das seguintes condições:

• Revestimento/Liner dentro doRiser


• Revestimento/Liner dentro do BOP
• Hanger do Revestimento/Liner abaixo do BOP
• Drillpipe em posição que permita o fechamento do BOP

Se o revestimento ou liner estiver dentro do riser e a sapata estiver acima do BOP, fechar as gavetas
cegas/cisalhantes. Se a sapata do revestimento ou liner estiver dentro do BOP e a ferramenta de descida
(running tool) ou hanger acima do BOP, fechar o preventor anular após garantir que a pressão de
fechamento não danificará o revestimento/liner. Esteja ciente de que a força para cima exercida contra o
tubo pode ser maior que o peso total do revestimento/liner e coluna se houver um flutuador na coluna.
Se a running tool do revestimento/liner estiver abaixo do BOP, fechar o preventor anular na coluna. Não
tente uma operação de stripping no revestimento ou liner em poço aberto. Preparar para matar o poço
com bullheading pelas linhas de choke e kill. Considerar o fechamento do diverter se houver gás acima
do BOP.

Se a SICP parecer anormalmente baixa, a força gel na lama dentro da linha de choke pode estar
mascarando a pressão de fechamento do revestimento. Se essa for a questão, deve haver um
procedimento estabelecido para quebrar a força gel na linha de choke e obter uma leitura da SICP mais
precisa. Um procedimento de exemplo se encontra a seguir.

TABELA 4. PROCEDIMENTO DE EXEMPLO PARA QUEBRA DE GEL NAS LINHAS DE C/K

PASSO AÇÃO
1 Fechar um preventor de gaveta inferior no stack de forma que o caminho da circulação seja
estabelecido entre os dois preventores fechados.

2 Alinhar as válvulas de choke e kill para isolar o poço e possibilitar a circulação da linha de kill
para a linha de choke entre os dois preventores fechados.

3 Circular para baixo pela linha de kill, através do stack, retornando pela linha de choke para
4 Parar a circulação,
quebrar o gel. fechar a válvula lateral do lado da linha de kill que foi circulada, reabrir a
gaveta inferior e medir a SICP.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 34
DIRETRIZES PARA HANG-OFF
Em sondas de perfuração flutuantes, fazer o hang-off do drill pipe em um preventor de gaveta é
normalmente parte dos procedimentos de fechamento. A decisão de fazer um hang-off depende da
operação específica durante a qual o kick foi identificado. É importante garantir que o tool joint não
esteja posicionado do lado oposto das gavetas cegas/cisalhantes. A equipe de perfuração deve ser
treinada nos procedimentos para a execução de uma operação de hang-off segura, de forma que a
operação se torne quase uma rotina.

D EVE-SE CONSIDERAR A OPERAÇÃO DE HANG - OFF DA COLUNA QUANDO :

• O clima estiver criando movimentação vertical excessiva da embarcação e o compensador de movimento não
puder evitar que o drill pipe se mova pelo preventor anular fechado
• A sonda usar DP para manutenção de posicionamento
• A coluna estiver praticamente emperrada
• O ângulo do riser no LMRP for maior do que o limite de operação estabelecido
• O fluxo da superfície indicar que o preventor anular está vazando
• Não for possível estabelecer retorno complete, ou houver evidência de fluxo subterrâneo
• A pressão do revestimento aumentar acima dos limites operacionais para o preventor anular

TABELA 5. EXEMPLO DE PROCEDIMENTO PARA HANG-OFF DA COLUNA

PASSO AÇÃO
1 Os supervisores devem concluir que o hang-off é necessário.
2 Puxar a coluna cuidadosamente até que um aumento gradual de peso seja observado. Isso
confirma que o tool joint está imediatamente abaixo do preventor anular.

3 Fechar a gaveta de hang-off. Normalmente é a gaveta de tubos intermediária em um stack


de 4 gavetas ou uma gaveta que possua saída para choke e kill abaixo e acima dela.
Garantir que o travamento da gaveta seja ativado.

4 Cuidadosamente, apoiar a coluna no bloco da gaveta.


5 Fechar qualquer válvula da linha de choke e kill aberta acima da gaveta de hang-off e abrir
as válvulas da linha de choke abaixo da gaveta. Se as linhas de choke e de kill forem usadas
para circular o kick (útil em águas ultra profundas), ou se a linha de kill for usada para
monitorar a pressão no BOP, abrir a linha de kill também.
6 Reduzir a pressão de fechamento no preventor anular fechado (para evitar desgaste do
elemento) ou abrí-lo. Não fazer nenhum dos dois até que o diverter esteja fechado, para
tratar qualquer gás potencial abaixo do anular ou já no riser.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 35 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
EXEMPLO DE PASSOS PARA HANG-OFF EM GAVETAS DE TUBO
RAM

Well Initally Shut-


In

with Upper
Annular

LOWER CHOKE FAILSAFE

VALVES OPENED TO
READ SICP

1. A equipe decide que o hang-off é necessário.


LEGENDA 2. Puxar coluna até o tool joint entrar no anular fechado.
3. Fechar a gaveta para hang-off.
BOP ANULAR FECHADO 4. Assentar a coluna nos blocos da gaveta de hang-off. Antes de
escolher a gaveta, garantir que a gaveta cega cisalhante não
feche no tool joint.
5. Garantir que todas as válvulas das linhas de choke e kill abertas
sejam fechadas, até aquelas a serem usadas para circulação do
kick.
6. Garantir que o diverter seja fechado antes de reduzir a pressão
de fechamento no anular ou abrí-lo.
GAVETA DE HANG-OFF ABERTA
* O indicador de peso mostra um aumento conforme o tool joint
entra no elemento de vedação fechado. Se a mudança de peso for
perdida e o tool joint puxado, o medidor de fluxo nos controles do
BOP mostrará fluxo para dentro da câmara de fechamento do
anular, conforme ele fecha em torno do DP menor. O tool joint foi
GAVETA PARA HANG-OFF
FECHADA posicionado agora e não se encontra mais dentro da gaveta de
hang-off.

GAVETA CEGA/CISALHANTE
ABERTA
Figura 10 - 31: Hang-off na gaveta de tubo

VÁLVULAS HCR FECHADAS

VÁLVULAS HCR ABERTAS

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 36
TÉCNICAS DE MANUSEIO DE KICK EM PERFURAÇÃO
FLUTUANTE
Há várias técnicas de manuseio de kick poços com stacks submarinos. Elas incluem: (1) Métodos de
Circulação Com a Pressão do Fundo do Poço Constante, (2) Bullheading, (3) Métodos Volumétricos, (4)
Lubrificação Dinâmica e (5) Kill Dinâmico. Restrições físicas geralmente tornam os métodos de circulação
e bullheading as escolhas mais viáveis ao perfurar com riser. O método de controle dinâmico (kill
dinâmico) é a única escolha viável ao perfurar sem riser ou quando o BOP stack ainda não foi instalado
(perfuração das primeiras fases em águas rasas com um riser).

QUESTÕES QUE AFETAM A ESCOLHA DO MÉTODO DE CONTROLE

OS FATORES QUE DEVEM SER CONSIDERADOS AO SELECIONAR UM MÉTODO DE CONTROLE PARA A CIRCULAÇÃO
DE UM KICK INCLUEM :

• Migração de gás
• Propriedades da lama
• Taxa reduzida de circulação e perdas de carga resultantes na linha de choke
• Perdas de fluido de circulação e integridade da formação
• Potencial para formação de hidratos
• Capacidade do separador lama/gás.

MIGRAÇÃO DE GÁS E PROPRIEDADES DA LAMA

Quando fluidos de perfuração com base água são usados, pouco gás entra em solução. O gás livre migra
a uma taxa que depende da densidade e viscosidade do fluido. Se a taxa de migração for alta, as
pressões de fechamento na superfície começam a aumentar rapidamente, aumentando a pressão na
sapata do revestimento. É importante remover o kick o mais rápido possível. Principalmente se a broca
estiver longe do fundo ou se o tubo estiver fora do poço. Se fluidos de perfuração com base óleo ou óleo
sintético forem usados, grandes quantidades de gás se solubilizarão no fluido. Pequenos kicks, ou kicks
que se distribuíram para cima no poço devido à circulação durante a perfuração poderão estar
completamente solubilizados no fluido. O gás em solução não migrará até que seja circulado para cima
em altura suficiente para atingir seu limite de saturação de começar a ser liberado. Nesse caso, é menos
importante remover o kick rapidamente.

Lamas com alta viscosidade aumentam a fricção nas linhas de choke (e kill) quando o kick está
sendo circulado. Alta força gel afetará a pressão necessária para iniciar a circulação e pode exigir
que as linhas de choke e kill sejam periodicamente circuladas.

TAXA REDUZIDA DE CIRCULAÇÃO

Taxas reduzidas de circulação são necessárias, pois o choke não pode ser efetivamente ajustado conforme o
fluido nas longas linhas de choke/kill é substituído por gás e, posteriormente, o gás pelo fluido de perfuração.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 37 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
FRICÇÃO NA LINHA DE CHOKE

As perdas de carga por fricção nas linhas de choke e kill não podem ser ignoradas em operações de
perfuração flutuantes. Conforme a profundidade da água aumenta, a fricção na linha de choke se torna
maior, e é essencial que seja considerado no planejamento da operação de controle. Estimativas da
fricção na linha de choke e kill devem ser previamente conhecidas na circulação de um kick. Em alguns
casos, em águas ultra profundas, a fricção na linha de choke é tão grande que o kick deve ser circulado
através da linha de choke e kill simultaneamente. A circulação nas linhas de choke e kill reduz a fricção
de 50 a 75% na mesma taxa de circulação. Uma maneira de determinar rapidamente se as duas linhas
são necessárias é examinar a SICP e compará-la com a pressão de fricção medida da linha de choke
(ΔPchoke) na taxa de bombeio mais lenta possível. Se a ΔPchoke for maior do que a SICP, então as duas
linhas são necessárias.

INTEGRIDADE DA FORMAÇÃO E PERDA DE CIRCULAÇÃO

O potencial para fraturas levando à perda de circulação e fluxo subterrâneo é sempre uma preocupação
ao lidar com kicks de gás. As pequenas margens entre a força da formação (conforme determinado pelo
LOT) e a pressão aplicada na sapata durante a circulação de um kick, normalmente indica que a
circulação do kick provavelmente levará à fratura da formação. Qualquer pressão extra aplicada pela
contrapressão do choke ou impropriamente contabilizada na ΔPchoke, pode criar perda de retornos ou
fluxo subterrâneo. Se esse for o caso, o operador deve considerar a realização do bullheading como
primeira opção.

HIDRATOS DE GÁS

A possibilidade de formação de hidratos também deve ser considerada ao selecionar o método de


remoção de um kick. Se o kick possui “gás livre” e o BOP se localiza em águas muito profundas (alta
pressão hidrostática), longos períodos de fechamento podem resultar na formação de hidratos nas
entradas das linhas de choke e kill do BOP e cavidades de válvulas.

A formação de hidratos dentro do BOP e/ou válvulas das linhas de choke e kill é muito mais provável ao
usar lamas com base água do que óleo sintético. Lamas com base água podem ter sua resistência contra a
formação de hidratos ampliada pela adição de sal próximo da condição de saturação. A adição de polímeros
e glicerina à lama pode inibir ainda mais a formação de hidratos. O tempo de exposição à alta pressão e
baixa temperatura aumenta a probabilidade de formação de hidratos. Tendo isso em mente, o método do
sondador pode ser uma melhor escolha do que o método do engenheiro se o fluido de trabalho tiver base
água.

A formação de hidratos normalmente não é um problema significativo quando fluidos com base óleo ou óleo
sintético são usados como fluido de trabalho, exceto em profundidades extremas, ou no caso de um grande
kick que contenha “gás livre”. Cerca de 20% de todo o fluido é composto de água do mar saturada, que é
emulsificada no óleo base e inibe a formação de hidratos.

Quando os hidratos se formam dentro do BOP ou válvulas da linha de choke e kill, a remoção é
problemática. Alguns casos foram bem-sucedidos colocando glicol em uma linha dedicada ou nas linhas
de choke/kill logo depois do fechamento. O metanol é muito mais eficaz para quebrar plugs de hidratos,
mas sua toxicidade geralmente inviabiliza sua aplicação.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 38
CAPACIDADE DO SEPARADOR LAMA/GÁS

A capacidade e o limite de ruptura do separador lama/gás devem ser conhecidos pelos encarregados
pelas operações antes de trazer um kick de gás para a superfície. Se for determinado que o separador
não será capaz de suportar o volume e intensidade do kick, um método para “bypassar” o separador
deve ser identificado antes que o kick entre no choke manifold. Se o kick possuir gás sulfídrico, um flare
é necessário no final da linha de ventilação do separador lama/gás ou linha de bypass. A possibilidade
de gás sulfídrico sugere que forte consideração deve ser dada à possibilidade de realizar o bullheading,
para evitar trazer gases altamente tóxicos para a superfície.

MÉTODOS DE PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO CONSTANTE


Os métodos de pressão no fundo do poço constante recomendados para a circulação de um kick em operações
de perfuração flutuante são as mesmas recomendadas para aplicações em perfurações em terra e
plataformas, mas com pequenas modificações que considerem a fricção na linha de choke (ΔPchoke) e as
mudanças de pressão da lama para o gáse do gás de volta para lama conforme o kick entra na longa linha de
choke. Os principais métodos são o do sondador e do engenheiro.

MÉTODO DO SONDADOR E MÉTODO DO ENGENHEIRO

A única diferença na aplicação dos dois métodos em unidades flutuantes, quando comparado a unidades
ancoradas, são os ajustes que devem ser feitos para a fricção na linha de choke e o possível uso das
linhas de choke e de kill ao trazer o kick para a superfície. Conforme a circulação é iniciada, a SICP deve
diminuir (pela operação do choke) de forma que a ΔPchoke não seja aplicada à sapata do revestimento
quando a taxa desejada de bombeio for alcançada.

NÚMERO DE LINHAS DE CHOKE E KILL

Se a SICP for menor do que a ΔPchoke


esperada, então será impossível remover
toda a pressão porque o choke estaria
completamente aberto antes que a bomba
esteja na taxa de reduzida de circulação.
Nesse caso, as linhas de choke e kill
devem ser usadas para circular o kick. A
única alternativa é escolher a menor taxa
reduzida de bombeio possível. A ΔPchoke
deve ser previamente conhecida.

Figura 10 - 32: Choke manifold

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 39 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
MEDIÇÃO DA FRICÇÃO NA LINHA DE CHOKE
Há três métodos para a medição da ΔPchoke e um método para ajuste do valor da ΔPchoke após o aumento
do peso da lama.

MÉTODO DE MEDIÇÃO DA ΔP CHOKE 1

Um bom momento para obter os valores de ΔPchoke durante as medições das pressões reduzidas de
circulação. Muitos operadores são a favor de tirar as medições imediatamente após a descida do
revestimento e cimentação, logo antes de perfurar. Isso protege a formação na sapata contra uma
possível sobre pressão pela ΔPchoke. A Figura 10-33 ilustra esse método. O poço é circulado primeiro de
forma convencional, em três taxas reduzidas de bombeio diferentes, e as pressões de circulação são
registradas – isso fornece os dados da pressão reduzida de circulação. Então o preventor tipo gaveta é
fechado e o poço é circulado nas mesmas três taxas, através do drill pipe e com retorno pela linha de
choke aberta abaixo da gaveta que está fechada. As pressões de circulação são registradas e subtraídas
das pressões reduzidas de circulação para obter os três valores de ΔPchoke.

MEDIÇÃO DA FRICÇÃO DA LINHA DE CHOKE

CIMENTO CIMENTO CIMENTO

Figura 10 - 33: Método 1

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 40
ΔPchoke = PRC via choke (BOP fechado) – PRC via riser (BOP
aberto) Onde:

PRC é a pressão reduzida de circulação.

É prudente repetir a circulação com as linhas de kill e de choke abertas para determinar os valores da ΔPchoke
para a possibilidade de circulação de um kick através das duas linhas simultaneamente. O verso kill sheet
Boots & Coots possui uma seção que ajuda com os cálculos submarinos, veja a Figura 10-34.

FOLHA PARA MEDIÇÃO DA ΔPchoke

PELO MÉTODO 1

CLFP
PRESSÃO DE ATRITO
VELOC. TAXA NA LINHA
VAZÃO DA DE CHOKE
TAXA
CIRC POR (CLFP)
BOP
ABERTO SCR POR
PRESS CIRC
LINHA POR
PRESS CIRC
LINHA
CHOKE
LINE
CHOKE E
KILLLINE
DE KILL BOMBA CIRCULAÇÃO (PSI) (PSI)
CHOKE CHOKE
(STKS/MIN) (BBLS/STK) (BBLS/MIN)
CLFP = (PRESSÃO DE CIRCULAÇÃO PELA LINHA DE CHOKEE/OU KILL)
(PSI) - (PRESSÃO DE CIRCULAÇÃO PELO BOP ABERTO) A PPG
(PSI) &KILL(PSI)

BOMBA

BOMBA
2

FIGURA 10-34: FOLHA DE MEDIÇÃO DA CLFP

MÉTODO DE MEDIÇÃO DA ΔP CHOKE 2

Uma técnica alternativa para medir a ΔPchoke em qualquer momento durante a perfuração é bombear
através da linha de choke enquanto a coluna de perfuração, poço e riser estão sendo circulados
conforme mostra a Figura 10-35. A taxa de bombeio na linha de choke deve ser a mesma da que está
sendo circulada. Esse método também permite que dados da taxa reduzida de circulação sejam obtidos
ao mesmo tempo em que dados da ΔPchoke. O diâmetro interno do riser é tão grande que um pequeno
aumento no fluxo não exercerá pressão extra significativa na sapata do revestimento. A PRC é a pressão
observada no medidor do standpipe e a ΔPchoke é a pressão de bombeio pela linha de choke. Da mesma
forma, a ΔPchoke ao retornar pela linha de choke e kill pode ser obtida pelo bombeio através de ambas as
linhas. Pressupõe-se que metade do fluxo irá pela linha de choke e metade pela linha de kill.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 41 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
MEDIÇÃO DA ΔPchoke MEDIÇÃO DA ΔPchoke

CIMENTO

Figura 10 - 35: Método 2 Figura 10 - 36: Método 3

MÉTODO DE MEDIÇÃO DA ΔP CHOKE 3

Um terceiro método para obter a ΔPchoke é circular pelo BOP stack bombeando através de uma linha com
retorno pela outra linha, com o BOP fechado acima e abaixo das duas linhas, como na Figura 10-36. A
ΔPchoke será metade da pressão de bombeio em determinada taxa reduzida. O principal benefício deste
método é que ele pode ser realizado após um kick ser retirado, quando o poço estiver fechado e a
coluna de perfuração estiver em hang-off nas gavetas. Além disso, se as linhas de choke e kill forem
preenchidas com fluido leve e sem sólidos para minimizar a força gel/obstrução durante operações
normais de perfuração, o fluido leve pode ser deslocado e a ΔPchoke determinada com o fluido usado na
operação de perfuração. Uma desvantagem desse método é que a ΔPchoke não pode ser medida caso não
seja desejável circular o kick para cima pelas duas linhas, nem dados da PRC podem ser obtidos.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 42
ΔPchoke OBTIDA PELO MÉTODO 4

Se a densidade do fluido for alterada, mas não houver alteração significante nas suas propriedades
reológicas (fluxo), uma estimativa da nova ΔPchoke pode ser obtida por simples correções matemáticas.

Nova ΔPchoke = ΔPchoke Antiga x ρnovo /ρoriginal

Onde: ρnovo é o novo peso do fluido

ρoriginal é o peso original do fluido

O sucesso desta estimativa depende de um valor corretamente medido anteriormente da ΔPchoke com o
peso original do fluido.

PROBLEMA 1

Use os dados na Tabela 6 e a planilha na Figura 10-34 para determinar a ΔPchoke para a linha de
choke sozinha, e a linha de choke e de kill juntas, nas três velocidades reduzidas de circulação para
as quais os dados foram coletados para as bombas 1 e 2.

TABELA 6. DADOS PARA AS MEDIÇÕES DA PRESSÃO ΔPchoke


Bomba Peso do Velocidade Pressão Pressão Pressão
de reduzida de reduzida de reduzida de
fluido (ppg) bombeio circulação circulação circulação
com BOP pela choke pela choke
aberto e kill

(SPM)
1 10,5 20 400 500 425
(psi)
1 10,5 30 900
(psi) 1125 960
psi
1 10,5 40 1600 2000 1700
2 10,5 20 380 500 400
2 10,5 30 850 1100 920
2 10,5 40 1550 1950 1640

PROBLEMA 2

Se um kick ocorre após perfurar além do ponto no qual os dados acima foram registrados, e a SICP é
200 psi, o kick poderia ser circulado usando apenas a linha de choke e uma taxa de circulação de 30
SPM?

PROBLEMA 3

O peso do fluido é aumentado para 11,0 ppg, mas não há a chance de se realizar uma nova medição da
ΔPchoke antes de ocorrer um kick. Qual é a ΔPchoke estimada apenas para a linha de choke, usando a
bomba 1 na taxa de 40 SPM?

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 43 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
COMPENSAÇÃO DA FRICÇÃO NA LINHA DE CHOKE NA PARTIDA DA BOMBA

O objetivo dos procedimentos de partida ao usar o método do sondador ou o do engenheiro é manter a


pressão do fundo do poço constante conforme a taxa de bombeio aumenta para a taxa de controle
desejada. Em operações em terra, isso envolve manter a SICP constante conforme a bomba atinge a
velocidade desejada. Com a linha de choke longa e de diâmetro pequeno, a fricção na linha de choke
deve ser considerada. Isso se dá (1) abrindo o choke para matematicamente subtrair a ΔPchoke da SICP
conforme a bomba atinge a velocidade, ou (2) monitorando a pressão no BOP stack com a linha de kill
estática e ajustando o choke de forma a manter a pressão no stack constante. Em alguns casos, há um
transdutor de pressão instalado na saída do BOP no stack (em algum lugar abaixo do BOP fechado) e
essa leitura de pressão do transdutor é mantida constante conforme a bomba atinge a velocidade
escolhida.

A bomba deve atingir a velocidade gradualmente. A velocidade da bomba é primeiro aumentada para
1/2 da taxa de controle, e 1/4 da ΔPchoke (na taxa reduzida de bombeio final desejada) é subtraído da
SICP pelo ajuste do choke. A velocidade da bomba é então aumentada para 3/4 da taxa de controle, e o
choke é ajustado para refletir a ΔPchoke reduzida pela metade. O processo é repetido até 7/8 da taxa de
controle, e novamente a 100% da taxa. A 7/8, a ΔPchoke que deve ser subtraída é 3/4 da ΔPchoke, e
quando o último aumento na velocidade da bomba for feito, toda a ΔPchoke será removida do valor da
SICP pelo ajuste final do choke.

CRONOGRAMA DA PRESSÃO REVESTIMENTO NA PARTIDA DA BOMBA

PARTIDA DA BOMBA (CRONOGRAMA DE


PRESSÃO NO CHOKE

CHOKE LINE ÷4= DROP PER STEP


PSI PSI
FRICTION PRESSURE
PRESSÃO NO CHOKE STROKES

POR MINUTO

(SICP) SHUT-IN
PSI STKS/MIN

.5 X KILL RATE
PSI SPEED STKS/MIN

.75 X KILL RATE


PSI SPEED STKS/MIN

.875 X KILL RATE


PSI SPEED STKS/MIN

KILL RATE
PSI SPEED STKS/MIN

Figura 10 - 37: Procedimento de partida de bomba através da pressão do revestimento

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 44
Esse procedimento para que a bomba atinja a taxa de controle pode ser pensado como um processo de
quatro passos. A kill sheet inclui um espaço que pode ser usado para ajudar nesse procedimento. Veja a
Figura 10-37.

Se a linha de kill ou o transdutor de pressão estiverem sendo usados para monitorar a pressão
dentro do BOP stack, o choke é simplesmente aberto o suficiente par manter essa pressão em
valor constante.

Se os retornos estiverem circulando pelas linhas de choke e de kill, a linha de kill estática não estará mais disponível.

Correções matemáticas do choke são feitas, ou deve haver um transdutor de pressão dentro do BOP
stack que possa ser usado para manter a pressão no fundo do poço constante. (Manter a pressão dentro
do BOP no seu valor de fechamento garante que a pressão no fundo do posso seja mantida constante,
pois há essencialmente zero de perda de carga no espaço anular.)

PROBLEMA 4

Um poço é fechado com uma SICP de 220 psi. Após preencher a kill sheet, foi determinado que um kick
seria circulado a 30 SPM, usando as linhas de choke e de kill. A ΔPchoke foi previamente medida, 100 psi
(circulando para cima pelas duas linhas ao mesmo tempo) a 30 SPM. Quais seriam as pressões do
revestimento e taxas de bombeio conforme a velocidade da bomba aumenta de 0 SPM para 30 SPM?
Dica: Use a folha na Figura 34 para fazer o cronograma.

COMPENSANDO MUDANÇAS NA PRESSÃO HIDROSTÁTICA

NAS LINHAS CHOKE E KILL


Após a bomba atingir com sucesso a taxa de controle através de uma das técnicas acima descritas, o
controle da pressão é mantido mantendo a pressão do drill pipe (standpipe) constante (método do
sondador) ou, seguindo um programa de redução de pressão pré-calculado (método do engenheiro). O
controle é relativamente simples até que gás livre comece a entrar na linha de choke. Conforme o gás
entra na linha de choke, as pressões dentro do BOP stack e no fundo diminuem rapidamente a uma taxa
de bombeio constante, pois a pressão hidrostática na linha de choke diminui conforme o fluido na linha é
substituído por gás mais leve. A coluna gás/lama pode mover-se pela linha de choke de pequeno
diâmetro até 25 vezes mais rápido que no espaço anular. O operador do choke deve estar preparado
para fechar rapidamente o choke para manter a pressão de circulação correta.

O operador do choke deve ter uma estimativa sensata de tempo no qual o kick começará a entrar na
linha de choke. Caso contrário, pode ser impossível evitar uma diminuição repentina da pressão no
fundo do poço e um subsequente kick secundário. Uma maneira de amortecer esse efeito é escolher a
taxa de controle mais lenta para a operação. Uma alternativa é estimar quando o gás estará próximo à
superfície, pausar a operação fechando o poço, e então reiniciar a uma taxa de circulação mais lenta.
Reiniciar não é tão simples quanto seria em operação em terra, pois a partida deve incluir a nova ΔPchoke
a taxa mais lenta. Felizmente, a maioria das operações em águas profundas usa fluidos de perfuração
com base óleo sintético, e quando o kick se aproxima do BOP stack, a maior parte (se não todo) o gás
permanece na solução. Nesse caso não haverá uma perda radical da pressão hidrostática quando o kick
entrar na linha de choke.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 45 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
O operador do choke deve antecipar uma reação no choke oposta quando a lama sem gás, após um
kick, começar a entrar na linha de choke. Nesse ponto, a pressão hidrostática no poço provavelmente
aumentará conforme o gás é deslocado da linha de choke. Principalmente com lamas de base água.
Nesse caso, o choke deve ser rapidamente aberto para manter a pressão no fundo do poço constante.
Felizmente, esse ponto na operação pode ser estimado com certo grau de precisão.

BULLHEADING
Uma alternativa para circular um kick é o bullheading. Os procedimentos usados para este método são
essencialmente os mesmos usados na operação do stack de superfície. Bullheading deve ser considerado para
perda de circulação, perda parcial, fluxos subterrâneos, e kicks que podem conter gás sulfídrico. Bullheading é
frequentemente usado em operações flutuantes em águas profundas, porque a pequena margem entre a
integridade da formação e o ECD torna a circulação do kick arriscada, considerando o potencial para causar um
fluxo subterrâneo. Geralmente, bullheading é mais bem-sucedido quando há um curto intervalo de poço aberto,
porque quanto mais longo o poço aberto, maior o risco de fraturada formação. É possível criar uma fratura que
conecte duas zonas permeáveis, e nesse caso, um blowout subterrâneo é quase inevitável.

Uma modificação na operação de bullheading convencional tem se mostrado bem-sucedida em casos onde já
há fluxo subterrâneo. A técnica envolve bullheading através do espaço anular e coluna de perfuração
simultaneamente, criando o que é normalmente referido como “sanduíche kill”.

MIGRAÇÃO DE GÁS
Quando o drill pipe está no poço e há comunicação de pressão com o espaço anular, a migração de gás
pode ser controlada drenando-se o fluido na superfície enquanto a pressão no drill pipe é mantida
constante, assim como a pressão no fundo do poço. Se o drill pipe ou espaço anular estiver bloqueado,
então o método volumétrico pode ser usado. (Veja o Capítulo 6)

Os métodos volumétrico e de lubricate and bleed (lubrificar a drenar) são aplicáveis em operações
flutuantes, mas apenas até certo grau. A localização da interface líquido/gás normalmente não é
conhecida; logo, a pressão hidrostática por volume de lama bombeado não pode ser estabelecida com
confiança. Se o gás preencher completamente a linha de choke (ou as linhas de choke e de kill) e
também ocupar as seções superiores do poço, então o volume de lama que se iguala à pressão
hidrostática calculada mudará quando o espaço anular estiver cheio. Nesse ponto, a mudança na
pressão hidrostática por barril de lama aumentará drasticamente, devido à menor capacidade da linha
de choke (e kill). É impossível ter certeza da proporção (volume de lama por unidade de pressão
hidrostática) a ser usada; para o espaço anular do poço ou para a linha de choke e kill.

LUBRIFICAÇÃO DINÂMICA
Uma modificação do método lubricate and bleed é a lubrificação dinâmica. A lubrificação dinâmica foi
proposta por J L Matthews e A T Bourgoyne (1983) e um outro experimento posterior por R. R. Ramtahl
(2001). O conceito envolve drenar o gás enquanto simultaneamente a lama é bombeada vagarosamente
(lubrificação) no poço. O processo é contínuo, ao invés de ter passos alternativos de bombeio de lama e
drenagem de gás.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 46
Com um BOP stack de superfície, o fluido poderia ser bombeado pela linha de kill enquanto o gás é
drenado no choke. Uma taxa reduzida de bombeio é escolhida e é feita a drenagem do gás, de modo a
acompanhar uma programação de pressão do espaço anular do revestimento, que continuamente reduz
a pressão do revestimento conforme pressão hidrostática é adicionada ao poço.

A lubrificação dinâmica não é possível em operações flutuantes devido às longas linhas de choke e kill.
Se o volume de gás exceder o volume da linha de choke, então deve haver algum gás no espaço anular
do poço. Quando o espaço anular estiver cheio de lama, cada barril de lama aumenta significantemente
a pressão hidrostática, exigindo uma segunda programação de pressão (drenagem de gás) para evitar
aumento excessivo da pressão no fundo do poço. Prever o ponto no qual a programação de pressão
deve mudar normalmente não é possível.

Uma forma mais viável de lubrificação dinâmica que proteja o fundo e a sapata do revestimento contra
sobre pressão, seria melhor nomeada como lavagem. Uma gaveta de tubos inferior é fechada e o lama
de perfuração é bombeado pela linha de kill, ao longo do BOP stack, e para cima pela linha de choke.
Assim, a gaveta fechada serve para proteger o poço contra sobre pressão. Se uma grande quantidade
de gás permanecer abaixo da gaveta fechada, abrir a gaveta e permitir que mais gás migre para cima
pela linha de choke pode removê-lo. Se não houver tubo no poço, este método também é impraticável
para stacks submarinos que não tenham meios de circulação pelo stack acima da gaveta
cega/cisalhante.

GÁS LIVRE NO RISER


Em operações flutuantes em águas profundas, qualquer gás que entrar no riser é uma grande
preocupação. Ferimentos graves e até morte já ocorreram porque a equipe de perfuração não estava
ciente do gás no riser, ou não entenderam o quão rápido e violento o gás dissolvido sai da solução de
fluido com base óleo e se expande conforme se aproxima da superfície. Procedimentos foram
desenvolvidos para minimizar a possibilidade de gás no riser submarino e como tratá-lo, caso já esteja
presente.

E SSES PROCEDIMENTOS INCLUEM :

• Fechamento do diverter quando o BOP estiver fechado em um kick.


• Alinhamento para ventilar os retornos para o mar ou por um removedor de gás do riser.
• Garantia de que o BOP fechado não está vazando.
• Fechamento do diverter se a lama for perdida do riser.
• Circulação do riser com a válvula booster.
• Remoção do gás preso no BOP stack após a circulação de um kick para fora do poço.

É possível que já tenha passado algum gás pelo BOP quando um kick for identificado, logo, é aconselhável
fechar o diverter depois do fechamento do poço. Se a sonda possuir um separador lama/gás exclusivo para a
remoção de gás do riser, então os retornos do riser devem ser alinhados para este separador. Quando o gás
começar a expandir rapidamente, uma linha de alívio deve ser aberta e a linha do riser para o removedor de
gás fechado. Se não houver removedor de gás no riser, os retornos devem ser direcionados para um tanque
de manobra, o qual será monitorado. Quando a taxa de retorno começar a aumentar rapidamente, uma linha
de alívio pode ser aberta e a linha para o tanque de manobra fechada.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 47 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Se a coluna de perfuração estiver em hang-off, um preventor acima das linhas para hang-off deve ser
fechado e o medidor na linha de kill deve ser usado para monitorar a pressão entre os dois preventores
fechados. Aumento na pressão indica que a gaveta de hang-off está vazando. O fechamento do
preventor acima da gaveta que fechou o poço evita que gás extra entre no riser. Após o fechamento, se
o diverter ainda não estiver fechado, e se a lama no riser tiver sido perdida, o diverter deve ser fechado,
pois a perda de lama reduz a pressão hidrostática pelo riser e gás dissolvido pode ser rapidamente
liberado. O riser deve ser mantido cheio, seja pelo topo ou com a booster line.

Se a sonda possuir uma booster line, há duas alternativas para circular o riser. Isso pode ser feito antes
da circulação do kick, durante o tempo em que os procedimentos de controle do poço estiverem em
progresso. Isso ajuda a garantir que o riser esteja sem gás antes da circulação do kick.
Alternativamente, o riser pode ser circulado pela booster line conforme o poço está sendo circulado. A
segunda alternativa permitiria que o método do sondador fosse rapidamente implementado. Uma
desvantagem é que a equipe teria que focar em dois procedimentos simultaneamente – monitorando o
riser em busca de evidências de liberação de gás enquanto gerencia a circulação do kick.

FLUIDO DE MATAR ORIGINAL CIRCULADO

A circulação de fluido de matar preenche o riser com a densidade correta antes de retomar as operações de
perfuração. Se o riser for circulado, a escolha da taxa de circulação depende do tamanho e capacidade da
booster line, a capacidade de manuseio de líquido e gás dos equipamentos da superfície, e se circular um
fluido com peso de matar, a capacidade do sistema de mistura de fluido.

GÁS PRESO NO BOP STACK

É provável que fique gás preso entre o fundo do preventor anular e a linha de choke após a circulação de um
kick para a superfície. Com algumas configurações de BOP com diâmetro maior, os cálculos mostraram que
até 8 barris de gás poderiam ficar presos em alguns stacks usados atualmente. É possível que o volume
abaixo do anular fechado seja completamente de gás, mesmo que se esteja trabalhando com fluido base óleo
ou óleo sintético, pois o kick pode ter excedido a capacidade de saturação do fluido. Esse volume terá, no
mínimo, uma pressão equivalente à pressão hidrostática do fluido de matar na linha de choke depois da
circulação do kick. Se o kick foi circulado abaixo do preventor anular, pela linha de alívio de gás (gás bleed
line, não disponível em todas as sondas), então o volume será pequeno, e provavelmente não apresentará
nenhum problema. Se o kick foi circulado abaixo de uma gaveta de hang-off, o volume de gás abaixo do
preventor anular pode ou não ser pequeno, dependendo de quanto tempo o kick estava no poço antes da
decisão de fazer o hang-off ser tomada, e da taxa de migração do gás.

Um exemplo de um BOP stack com grande volume de gás preso é ilustrado na Figura 10-38. Aqui o
kick estava abaixo de uma gaveta para hang-off e foi circulado, após ter passado muito tempo
antes da decisão de fazer o hang-off. Há possibilidade de o gás preso preencher o espaço entre o
anular fechado e a gaveta fechada. O máximo de gás preso deve ser removido antes da abertura
do preventor anular. Caso contrário, uma grande quantidade de gás entrará no riser, podendo
migrar para cima. Por fim, se expandiria rapidamente conforme se aproximasse da superfície e,
possivelmente, criaria uma situação inimaginável na superfície.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 48
CONJUNTO TÍPICO DO BOP
SUBMERSO
Kick circulado p/ cima
3 pela Choke Line de
abaixo das gavetas de
tubos

1
Fechamento inicial
poço com o anular
Superior 2
10 horas depois, coluna
de perfuração

Suspenso nas Gavetas de


Tubos

Volume potencial de gás


preso remanescente após

a circulação do kick

Figura 10 - 38: BOP stack submarino

Um procedimento geral para a circulação de gás abaixo do preventor anular é isolar o poço e usar a
energia do gás preso para deslocar o fluido na linha de choke, e então limpar o gás remanescente
circulando pelo BOP stack e finalmente permitindo que a lama sofra o efeito do tubo em U do riser para
a linha de choke. Um procedimento de exemplo para a remoção de gás preso se encontra na Tabela 7.

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 49 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
TABELA 7. PROCEDIMENTO DE EXEMPLO PARA REMOÇÃO DE GÁS PRESO ABAIXO DO BOP

PASSO AÇÃO
1 Isolar o poço do conjunto do BOP que pode conter gás preso (fechar uma gaveta se a zona de
gás preso ainda não estiver isolada).

2 Enquanto uma contrapressão é mantida através do choke, circular água do mar (se estiver
usando fluido com base água) ou o fluido de base (fluido com base óleo ou sintético) através
da linha de kill retornando pela linha de choke, usando as saídas logo acima da gaveta
fechada. Não deixar a contrapressão cair abaixo da pressão hidrostática diferencial entre o
fluido de matar e o fluido leve bombeado para dentro do BOP stack, para evitar expansão
prematura do gás.
3 Após circular, continuar a manter a contrapressão na linha de choke e BOP stack.
4 Fechar as válvulas de segurança da linha de kill (válvulas submarinas).
5 Aliviar a pressão da linha de choke o mais rápido possível, permitindo que a energia do gás
preso retire o fluido de base leve da linha de choke. Isso nem sempre remove
completamente o fluido da linha, mas reduzirá a pressão dentro da área isolada para um
valor bem
Abrir o inferior anular
preventor à pressão hidrostática
e permitir que oda águado
efeito dotubo
mar.em U remova o gás remanescente e
6
o fluido mais da linha de choke, do riser para dentro da linha de choke. Preencher o riser a
partir do topo conforme este deslocamento ocorre.
7 Fechar o preventor anular e bombear fluido de matar da linha de kill para a linha de choke.
Bombear até que o peso do fluido bombeado se iguale ao peso do fluido de retorno.

8 Abrir o preventor anular e bombear o fluido de matar pela linha de choke e de kill ou a mais
baixa dessas linhas, removendo qualquer gás que ainda esteja presente. Deslocar a lama
original em estágios de 25%, pausando a cada 15 minutos após cada estágio de bombeio e
observar se o riser vai fluir.
9 Verificar a pressão abaixo da gaveta fechada. Se houver pressão remanescente, circular
de baixo para cima através da coluna de perfuração para garantir que o poço e as linhas
de choke e kill estejam cheias com fluido de matar. Abrir as gavetas quando as pressões
de fechamento forem zero.

RESUMO
Os princípios básicos de controle de poço usados para perfuração em terra/plataformas se aplicam
a operações de perfuração flutuantes, mas o ambiente offshore introduz inúmeros atributos únicos
nos equipamentos, bem como procedimentos de tratamento de kicks. A colocação do BOP stack no
leito marinho cria complexidade no equipamento, especialmente o sistema de controle do BOP. A
presença de um riser de perfuração submarino transportar retornos do solo marinho, e linhas de
choke e kill longas e verticais também adicionam complexidade às práticas de circulação de kick.

Hidráulica direta é o tipo predominante de sistema de controle do BOP usado em águas rasas, e
sistemas MUX são o principal meio usado em águas profundas e ultra profundas. Esses sistemas de
controle incluem uma capacidade para a realização de uma desconexão rápida do riser do BOP stack,
caso a embarcação inesperadamente se mova para fora da sua localização devido à falha no sistema de
posicionamento dinâmico. Sistemas de controle acústico e capacidade de intervenção com ROV são os
principais meios de backup para os sistemas de controle do BOP.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 50
As perdas de carga por fricção nas longas linhas de choke e kill (ΔPchoke) são significantes, mesmo
nas taxas reduzidas de circulação, e devem ser consideradas ao usar métodos de pressão do fundo
do poço constante. A ΔPchoke deve ser medida e registrada na planilha de controle de kick (kill
sheet), é um item essencial das “informações pré-registradas”. Conforme a bomba atinge a taxa de
controle, a ΔPchoke é compensada: subtraindo-a da SICP durante o processo de partida da bomba,
ou monitorando o manômetro da superfície na kill line estática conforme a bomba atinge a
velocidade desejada.

O topo do poço é normalmente perfurado sem riser, até que uma profundidade suficiente seja
atingida para suportar o fechamento com o BOP e evitar a perda da integridade da pressão nos
sedimentos de superfície. Operações de kill dinâmico lidam com kicks que ocorrem durante a
perfuração das primeiras fases. Um fluido de matar é bombeado a uma taxa alta, geralmente com
duas ou mais bombas, aumentando assim a pressão hidrostática e a perda de carga no poço. Se
um riser estiver sendo usado para perfurar o topo do poço, o diverter é fechado e o kill dinâmico é
executado desviando os retornos para o mar.

EXERCÍCIOS

1. Qual a maneira mais confiável de reconhecer um fluxo de gás (kick) ao perfurar o topo do poço sem um
riser?
A. Monitorar a taxa de fluxo de retorno
B. Usar o veículo operado remotamente (ROV)
C. Controlar cuidadosamente o peso da lama
D. Controlar a taxa de perfuração

2. O que são hidratos?


A. A característica de espessamento da bentonita quando é misturada com água doce.
B. Várias formas de hidróxido de sódio (soda cáustica).
C. A ação de vários sais quando se dissolvem em água doce.
D. Cristais parecidos com gelo que tendem a se formar a partir da liberação de gás em áreas de
alta pressão e baixa temperatura.

3. Quando o sistema do diverter em uma unidade flutuante é descido?


A. Todas as unidades flutuantes possuem sistema do diverter permanentemente instalado
B. Imediatamente após descer e testar o BOP stack.
C. Após estabelecer e testar o revestimento da superfície.
D. Após a descida do revestimento condutor.

4. Quais equipamentos no sistema do riser marítimo são projetados para compensar o heave (oscilação
vertical da embarcação devido a condições do mar) de unidades flutuantes?
A. Um sensor de movimento
B. Uma junta telescópica ou slip joint
C. O sistema de auto-cisalhamento
D. Uma junta tipo esfera

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 51 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
5. Alguns risers submarinos modernos possuem revestimento interno de cerâmica. Qual o objetivo
desse revestimento interno?
A. Resfriar e lubrificar a coluna de perfuração.
B. Melhorar a eficácia da circulação.
C. Reduzir ou evitar os efeitos da corrosão.
D. Diminuir a perda de carga durante a circulação.

6. Qual é o objetivo de uma booster line conectada na extremidade inferior de um riser submarino?
A. Reduzir o tempo de fechamento do BOP.
B. Bombear fluido de matar dentro do riser durante/após um incidente de controle de poço.
C. Bombear fluido dentro do riser para ajudar a carrear os cascalhos da broca para a superfície.
D. As alternativas B e C estão corretas.

7. Por que alguns risers possuem uma camada grossa de espuma presa nas juntas superiores?
A. Para reduzir a carga de tensão (suspensão) do riser.
B. A espuma é usada como substituto de bolsas plásticas cheias de ar.
C. Para reduzir os requisitos do compressor de ar.
D. Nenhuma das opções acima.

8. Qual é a principal função de um sistema de diverter em sondas flutuantes após a colocação do


revestimento de superfície?
A. Verificar a operação de um separador de lama/gás do riser.
B. Limpar o riser de qualquer fluido da formação que possa estar preso acima do stack.
C. Não há motivo para usar um diverter uma vez que o perigo de gás de superfície foi evitado.
D. Evitar a formação de hidratos nas linhas choke e kill.

9. Por que um BOP submarino é dividido em duas partes separadas?


A. Para reduzir o peso ou carga durante a descida ou recuperação.
B. Tornar o uso do ROV mais eficiente para observação.
C. Fornecer meios para a desconexão do riser durante uma emergência ou recuperação.
D. Garantir que nenhum material de kick suba para dentro do conjunto do riser.

10.O que significa hot stab?


A. Injeção de glicol nas linhas de choke e kill para evitar a formação de hidratos.
B. Canhonear com segurança ou entrar em uma zona pressurizada.
C. Um termo da sonda usado ao conectar juntas do riser submarino.
D. Injetar fluido hidráulico dentro da coluna para operar um ou mais controles do BOP stack.

Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 52
11.As colunas do BOP possuem no mínimo ____________ preventores de gaveta.
A. Um
B. Dois
C. Três
D. Quatro

12.Onde ficam as gavetas cegas/cisalhantes no BOP stack submarino?


A. No topo
B. No fundo
C. Imediatamente abaixo do preventor anular
D. Imediatamente abaixo das gavetas cegas

13.O que a API recomenda como tempo mínimo de fechamento para cada elemento do BOP em uma sonda flutuante?
A. 45 segundos para preventores de gaveta
B. 60 segundos para preventores anulares
C. 45 segundos para desconectar o conjunto do riser (LMRP)
D. Todas as opções acima estão corretas.

14.Por que é necessário determinar a fricção nas linhas de choke e kill em uma sonda flutuante?
A. Se não for removido ou reduzido de alguma forma, a fricção na linha de choke e kill seria
exercida no espaço anular aberto durante uma operação de controle.
B. A fricção na linha de choke é apenas uma preocupação nas unidades ancoradas.
C. Se a fricção na linha de choke for muito alta, a taxa de pressão máxima de bombeio pode ser atingida.
D. Seria impossível realizar uma operação de controle com sucesso em um poço sofrendo kick se a fricção da linha de
choke fosse desconhecida.

15.Como um sistema “deadman” opera?


A. Por eletro hidráulica
B. Por bateria
C. Por um sistema multiplexado (MUX)
D. Por acústica

Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 53 Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover
Controle de Pressão para Operações de Perfuração/Workover Controle de Pressão Para Operações Submarinas 10 - 54
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 11
CONTROLE DE PRESSÃO PARA OPERAÇÕES
DE COMPLETAÇÃO/WORKOVER

Operações de completação de poços são atividades e métodos usados para preparar um poço para
produção. Às vezes o sistema de dispositivos no tubo e montagem de ferramentas que fornecem o
trajeto de fluxo da formação para a superfície é chamado de “a completação”. As ferramentas e
técnicas usadas nas operações de completação podem variar muito, dependendo da localização e
do reservatório de interesse. Em algumas regiões mais de um reservatório é completado em um
único poço. Operações de Workover referem-se às atividades realizadas em um poço existente
depois que ele tenha sido perfurado e completado. Operações de tamponamento e abandono
também entram na categoria de workover. Operações de intervenção referem-se a qualquer
trabalho feito em um poço depois deter sido perfurado. Tanto a completação quanto as operações
de workover estão na categoria de intervenções.

A vida de um poço de produção pode estender-se ao longo de um período de muitos anos, durante
o qual os componentes da completação podem ser reparados ou substituídos várias vezes de
acordo com a depleção do poço e o desgaste dos componentes. Todo poço e seus problemas são
únicos. É fundamental que os contratantes e empresas prestadoras de serviço juntem o máximo de
informação possível antes que o trabalho realmente comece. Planilhas de planejamento de trabalho
são usadas para organizar os dados do poço e auxiliar no planejamento. Um exemplo de planilha
de planejamento de trabalho pode ser encontrado abaixo.

ESSE CAPÍTULO É DIVIDIDO EM QUATRO SEÇÕES.


• Seção 1: Operações de Intervenção, aborda alguns dos motivos mais comuns para a
realização de um trabalho corretivo em poços completados e as técnicas empregadas para
resolver diversos problemas.

• Seção 2: Equipamentos de subsuperfície, lista e descreve equipamentos comuns usados para


completar um poço ou trabalhar em um poço completado.
• Seção 3: Métodos de controle de poço, descreve dois métodos usados para controle de pressão
ou amortecimento de um poço completado.
• Seção 4: Fluidos de intervenção, fala sobre fluidos de trabalho para intervenções.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 2


SEÇÃO UM – OPERAÇÕES CORRETIVAS
Embora as preocupações básicas de controle de poço sejam as mesmas, para perfurações de poço
aberto e operações de intervenção, existem alguns problemas que se aplicam mais a uma operação
do que a outra. Quase toda intervenção é feita em poço revestido. Em operações de intervenção, a
equipe tem acesso a informações que não estão disponíveis enquanto o poço está sendo perfurado.
O tamanho do revestimento e todos os componentes na completação são conhecidos. A pressão da
formação é conhecida, assim como a profundidade e posição dos canhoneados. A própria natureza
do trabalho de intervenção, ou seja, lidar com áreas abertas de produção pode ser perigoso do
ponto de vista do controle de poço. Muitos blowouts trágicos aconteceram durante operações
aparentemente rotineiras de completação e workover. Dos vários casos de kicks abordados no
Capítulo 3, cinco dessas causas são especialmente importantes considerando este tipo de operação.

1. DENSIDADE INSUFICIENTE DE FLUIDO

A densidade de fluidos de intervenção é normalmente mantida alta o suficiente para que se


mantenha a formação produtora em condição de balance ou levemente overbalance. Uma redução
aparentemente pequena da densidade do fluido poderia permitir que fluidos indesejados fluíssem da
formação para dentro do poço.

2. MONITORAMENTO INADEQUADO EM MANOBRAS

Muitas unidades de workover são plataformas pequenas com menos tripulantes que as plataformas
de perfuração. Tanques de manobra e outros dispositivos sofisticados de medição de fluidos nem
sempre estão disponíveis nas plataformas de workover. O tanque da plataforma deve ser usado
para monitorar os ganhos e perdas durante as manobras. A fórmula seguinte pode ser usada para
encontrar o volume de um tanque retangular.

Barris por pé=L×W÷5.61

Onde:

L é a extensão do tanque em pés.


Wé a largura do tanque em pés.
5,61 é a constante que converte a área do fundo do
tanque para barris por pé (bbls/pé)

Exemplo:

Um tanque tem 12 pés de comprimento,4pés de largura e6pés de


altura.Qual é a capacidade do tanque em barris por pé (bbls/pé) e barris por
polegada (bbls/pol)?

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 3


3. PISTONEIO/SURGE EM MANOBRAS

Operações de Manobra são muito mais frequentes em intervenções do que em


operações de perfuração. O espaço anular é mais restrito e a densidade dos
fluidos de intervenção é mantida tão baixa quanto possível para evitar danos
ao reservatório de produção. Todos esses pontos contribuem para a
possibilidade de um pistoneio ou surge em manobras.

4. PERDA DE CIRCULAÇÃO

Fluidos de completação e de packers são frequentemente salmouras com


pouca resistência às forças géis ou controle de perda de água. Idealmente,
nenhum sólido é depositado nas faces dos canhoneados. Esses fluidos
(salmouras) são facilmente forçados para dento das formações permeáveis se
a pressão for excessiva.

5. OBSTRUÇÕES NO POÇO

Muitas intervenções são feitas por conta de obstruções no anular e, às vezes,


na tubulação. A instalação de tampões na tubulação, instalação e remoção de
packers no revestimento também são tarefas comuns de workover. Operações
de workover frequentemente necessitam a remoção de areia e detritos do
fundo de um poço, através de circulação. Muitas vezes um poço é circulado
bombeando-se através do anular, com retorno pela coluna de trabalho
(circulação reversa). O resultado é uma circulação mais rápida, pois o tempo
da circulação do fundo para superfície é muito menor do que quando um poço
é circulado convencionalmente. A equipe tem que esperar que o gás chegue à
superfície rapidamente na circulação reversa quando removendo gás do poço.
FIGURA 11-1:
É fundamental que os equipamentos de superfície, isto é, manifolds, chokes, ESQUEMA DE
SWABBING
linhas de ventilação/alívio e linhas do queimador (flare) estejam corretamente
alinhados antes do início da circulação.

OPERAÇÕES DE COMPLETAÇÃO
Existem vários tipos diferentes de completações, variando de uma simples completação de um
poço aberto a completações altamente complexas, de multi-zonas. Na completação mais comum, o
revestimento é colocado e cimentado através da zona produtora. O revestimento é canhoneado na
zona de produção, e um packer é colocado no revestimento acima dessa zona. A tubulação de
produção é introduzida e fixada através do packer. Fluido da formação é produzido na superfície
através da tubulação de produção.

CANHONEIO

Canhoneio é o processo de abertura de furos no revestimento, através da camada de cimento,


para permitir que os fluidos da formação entrem no poço. Às vezes o revestimento é canhoneado a
fim de introduzir cimento entre o revestimento e as paredes do poço.

Originalmente os canhoneios eram feitos por balas de munição (canhoneios do tipo gun
perforation). Balas ainda podem ser usadas em formações suaves, mas a maioria dos canhoneios é

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 4


feita agora através de disparos a jato (canhoneios do tipo jet perforation). Canhões podem ser
descidos na tubulação em poços altamente desviados ou em poços horizontais.

Link Gun CasingGun StripGun TCPGun

FIGURA 11-2: ARMAS PERFURADORAS

Em certas áreas o revestimento é canhoneado em um ambiente em condição de underbalance. Um


diferencial de pressão específico (da formação para o revestimento) é criado. Quando o
revestimento é canhoneado, o diferencial de pressão permite que o fluido da formação escoe para
o poço imediatamente, limpando quaisquer sujeiras ou detritos para fora dos furos. Os detritos
caem no fundo do poço. O fluido no revestimento, ao contrário da zona a ser perfurada,
normalmente é filtrado para garantir que esteja tão livre quanto possível de sólidos a fim de evitar
a obstrução dos canhoneados. O nitrogênio é, às vezes, usado para alcançar a condição de
underbalance desejada devido à sua limpeza e baixa densidade em relação aos líquidos.

O colchão de água é às vezes usado como um fluido de canhoneio, a fim de reduzir a pressão
hidrostática no poço e alcançar o diferencial de pressão necessário. Mesmo com a água, pode ser
necessário fazer um pistoneio no poço para iniciar o fluxo.

Suponha que um poço tenha uma pressão estimada de formação de 4.680 psi em uma
profundidade de 10.000 pés e que o programa do poço precise de um diferencial de 200 psi na
coluna de trabalho, antes de canhonear usando 9,3 ppg de água salgada.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 5


A altura do colchão de água é determinada por:

Água em pés=(FPpsi-PDpsi)÷Gradiente do Fluidopsi/pés

Onde:PF=Pressão de formação,DP=Diferencial de pressão


Colchão de água=(4.680–200)÷(9,3 x0,052)
Colchão de água =4.480÷0,483

Colchão de água =9.275pés

Precauções de segurança especiais são


consideradas quando os equipamentos
de canhoneio estão numa sonda. Esses
equipamentos são manuseados por
funcionários experientes de empresas
prestadoras de serviço. Todos os rádios
são desligados e as atividades de
soldagem são interrompidas. Restrições
especiais de rádio são passadas aos
barcos de trabalho e helicópteros na
área e a maioria dos equipamentos
elétricos da plataforma é desligada, a
fim de diminuir a possibilidade de os
canhões serem disparadas
acidentalmente devido à eletricidade
estática.

As várias operações envolvidas na


completação para iniciar a produção, se
enquadram na categoria de estimulação
de poço. Quase todas as operações de
FIGURA 11-3:TCP
estimulação são supervisionadas pelos
funcionários da empresa que foram
treinados na utilização das suas ferramentas e técnicas específicas. Algumas operações
comuns de estimulação são brevemente discutidas abaixo.

FRATURAMENTO
Fraturamento é o processo de criar uma rachadura em formações pouco permeáveis e então
bombear um material para dentro da rachadura criada com o propósito de “sustentá-la”, a fim de
aumentar a permeabilidade da formação, aumentando assim a produção do poço. As fraturas são
normalmente horizontais nas profundidades rasas, e verticais em poços mais profundos. Essas
fraturas se estendem ao longo do poço. O agente de sustentação mais usado é a areia, mas o
metal ou partículas de vidro também são usados. Os grãos individuais do agente de sustentação
devem ser arredondados tanto quanto possível para garantir a máxima resistência à compressão,
pois eles devem manter a fratura aberta. O agente deve também estar o mais limpo possível não
contendo sólidos finos ou argila.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 6


Vários fluidos são usados como transportadores de agentes de sustentação. Um típico trabalho de
fraturamento começará pelo preenchimento do poço (ou tubulação) com água tratada. Este fluido é
chamado de “pad”. Conforme o pad é bombeado para dentro do poço, a pressão da bomba aumenta
até que a pressão de fratura da formação seja alcançada. Uma taxa estável de injeção é
estabelecida e depois um volume de fluido pad, cuidadosamente preparado, é bombeado.

FIGURA 11-4: TRABALHO DE FRATURAMENTO HIDRÁULICO


É este fluido pad, que transporta o agente de sustentação para dentro do poço. Quando o poço está
cheio, a taxa de bombeamento é estabilizada e o agente de sustentação é adicionado.
A quantidade de agente de sustentação é gradualmente aumentada até que o volume exigido do
fluido e do agente de sustentação tenha sido bombeado. Quando todo o material for injetado, será
seguido de mais fluido para o empurrar para dentro da formação fraturada. O volume final é
cuidadosamente mensurado para garantir que um poço não seja bombeado demais. Um excesso de
bombeio pode resultar em fraturas se fechando novamente próximas do poço.

A própria natureza das operações de fraturamento, ou seja, longas linhas de mangueiras e tubos e
altas pressões de bombeamento tornam os trabalhos potencialmente perigosos. Areia radioativa é
frequentemente usada para que o poço possa ser perfilado a fim de determinar a altura da fratura.
O uso de material radioativo adiciona outra dimensão às precauções gerais de segurança dos
funcionários. Um planejamento minucioso é necessário antes que qualquer trabalho de faturamento
seja iniciado.

Seguem abaixo alguns dos problemas comuns de segurança que devem ser levados em consideração:
• Atribuições, responsabilidades e procedimentos de comunicação dos funcionários.
• Métodos e limites de testes de pressão.
• Planos de contingência caso haja problemas durante a operação.
• Equipamentos de segurança dos funcionários, incluindo vestuário e de proteção individual, proteção de ouvido,
óculos de segurança, luvas de borracha, etc.
• Linhas de comunicação.
• Colocação de sinais e avisos.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 7


• Precauções especiais se o material radioativo for usado.
• Resposta médica de emergência no caso de um incidente com danos pessoais.
• Procedimentos de evacuação do local.

FRATURAMENTO HIDRÁULICO EM FORMAÇÕES DE XISTO

Há muito tempo sabe-se que muitas formações de xisto contêm uma vasta quantidade de gás e às vezes
óleo, mas até recentemente, não tem sido possível recuperar esses hidrocarbonetos em quantidades
comerciais, já que a maior parte das formações de xisto é essencialmente impermeável. Avanços recentes
na perfuração horizontal, junto com a coleta de dados computadorizados, tornaram possível perfurar
lateralmente nesses xistos de óleo/gás. Depois que o revestimento é colocado, canhões são descidos no
poço (frequentemente em um flexitubo) e o revestimento é então canhoneado em vários estágios ao
longo do poço.

A operação de fraturamento é conduzida usando volumes grandes de líquido (água tratada), bombeado a
uma pressão extremamente alta. Essas operações de alta pressão são geralmente referidas como
fraturamento hidráulico, a fim de diferenciá-las dos trabalhos de fraturamento mais comuns. Em alguns
casos, o canhoneio e fraturamento de vários estágios podem ser feitos no mesmo percurso das
ferramentas. A taxa de bombeio em algumas dessas operações pode exceder 100 barris por minuto e
mais de 15.000 psi.

Assim como na maior parte dos trabalhos de fraturamento, depois que um volume pré-determinado de
água é bombeado, ele é seguido de um fluido pad misturado com um agente de sustentação. O
fraturamento hidráulico tem sido realizado com sucesso em várias regiões dos EUA e Canadá, mas exige
um planejamento cuidadoso para que não exceda o gradiente de fratura. A principal preocupação é
proteger o meio ambiente quando se bombeia uma vasta quantidade de água para dentro da formação.
Mais tarde, a água que retorna deve ser tratada de forma ambientalmente segura. É evidente que a
segurança dos funcionários também é um problema chave, assim como em qualquer outra operação de
alta pressão.

ACIDIFICAÇÃO
Um método comum de estimulação do poço é o bombeio de ácido para limpar as canhoneados ou
aumentar a porosidade e permeabilidade da formação. Existem duas técnicas gerais de acidificação.
Trabalhos com ácido matrix realizados para limpar a face dos canhoneios, mas a pressão usada para o
bombeio do ácido é menor do que a pressão de fratura da formação. O ácido penetrará aproximadamente
6 polegadas para dentro dos canhoneados. Uma variedade de ácidos pode ser usada dependendo do tipo
de material que esteja restringindo o fluxo. A escolha do tipo específico de ácido e pressão, assim como o
procedimento da operação, são desenvolvidas pelo operador em conjunto com os representantes das
empresas prestadoras de serviço.

Um trabalho de fraturamento com ácido é feito para aumentar a permeabilidade quando o dano está mais
longe do poço. O ácido é bombeado para dentro da formação, pressurizando o poço de forma a exceder o
limite de fratura da formação. É comum usar ácido clorídrico (HCl) em formações calcárias porque o ácido
dissolve uma parte do calcário, deixando um canal. Em alguns casos, aditivos especiais são misturados
com o ácido a fim de retardar a reação química. Assim como em todos os trabalhos com ácidos, cada
operação é planejada para um poço específico.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 8


Inibidores de corrosão são usados em trabalhos com ácidos para proteger os materiais dos tubos e as
ferramentas de fundo do poço. Surfactantes e solventes também são usados para auxiliar na limpeza da
formação. Eles ajudam a evitar que géis e emulsões se formem quando areias finas e sedimentos se
misturam com a água do fluido ácido.

Agentes e dispositivos de desvio também estão disponíveis para melhorar o trabalho. Uma vez que a
solução de ácido tenha sido mantida no lugar pelo tempo planejado, ela é circulada (reversamente) ou
lavada para fora do poço através da coluna de trabalho. O gás da formação, assim como qualquer outro
gás causado por reações químicas com ácidos, pode alcançar a superfície rapidamente. Um trabalho com
ácido poderia facilmente tornar-se um incidente de controle do poço se a equipe não estiver preparada
para a expansão rápida do gás na superfície. A segurança é um ponto chave durante todas as operações
na plataforma. A combinação de pressões altas com fluidos ácidos torna os trabalhos com ácidos
especialmente perigosos.

Alguns dos pontos a serem discutidos em uma reunião de segurança pré-trabalho incluem:
• Ação a ser tomada no caso de queimaduras, lesão nos olhos, ingestão ou intoxicação por fumaça.
• Nomeação de funcionários essenciais e não essenciais.
• Localização das estações de banho no caso de alguém ter contato com material perigoso.
• Localização dos respiradores e outros equipamentos de segurança.
• Roupa de segurança (EPI).
• Perigo inerente ao respirar ácido ou quaisquer outros fumos tóxicos.
• O ácido deve ser derramado na água, e não a água no ácido.
• Avisos para evitar mistura acidental. Alguns materiais podem causar explosões. Alguns inibidores de
corrosão podem ser fatais, mesmo se absorvidos pela pele. Em alguns casos, ácido sulfídrico (H 2S) e
outros gases tóxicos podem ser formados.
• Derramamentos de ácido devem ser limpos imediatamente.
• Todas as linhas devem ser de mangueiras de aço.
• Todas as linhas devem estar seguramente amarradas.
• Todas as linhas devem ser testadas com pressões que excedam aquelas usadas durante o trabalho
• Medidores de pressão devem ser checados quanto à sua precisão.
• Uma válvula de retenção deve ser sempre instalada na cabeça do poço, com possibilidade de liberação da
pressão presa entre a cabeça do poço e a válvula de retenção.
• A direção do vento deve ser monitorada durante a operação.

OPERAÇÕES DE WORKOVER
A lista de possíveis operações de workover utilizadas para reparar um poço de produção é praticamente
infinita. As decisões quanto a trabalhar um poço ou abandoná-lo são baseadas estritamente na economia.
Abaixo, várias das mais comuns Operações Corretivas são discutidas de uma maneira geral. Do ponto de
vista de Controle do poço, deve-se concluir que todos os poços completados são potencialmente
perigosos. Houve mais de um caso em que um poço supostamente controlado (amortecido) voltou à ativa
e o controle foi perdido. Invariavelmente, a causa poderia ter sido atribuída a erro humano.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 9


CONTROLANDO ÁGUA E/OU GÁS

CONTROLANDO ÁGUA/GÁS

POÇO DESVIADO
TRACKEDWELL

GÁS CIMENTO
AS GÁS

ÓLEO
ÓLEO
ÁGUA
WATER
ÁGUA

O ideal é que aprodução ocorra na seção de


Se a interface de gás/óleo ou óleo/água muda, ou se a área de
óleo, usando uma capa de gás à medida que o
dreno se esgota, o poço pode ser desviado para a zona de óleo
reservatório é acionado e/ou uma nova área de drenagem.

FIGURA 11-5: CONTROLANDO ÁGUA/INTERFACE DE GÁS

Conforme o óleo é esvaziado de uma zona produtora o contato do gás/óleo ou óleo/gás muda. Isso pode
resultar em gás ou água sendo produzidos juntamente com o óleo. Quando um reservatório tiver um
tampão de gás e o tampão estiver sendo produzido, a força propulsora, que é o gás, está sendo esgotada
que por sua vez, reduz o volume do óleo levantado pela unidade do gás.

Quando água em excesso estiver sendo produzida, a corrosão dos equipamentos do poço pode aumentar
drasticamente e o descarte de água na superfície pode tornar-se um problema. Sempre que muita água
for produzida, o controle de areia também pode ser um problema. No entanto, é importante mencionar
que a entrada de areia nos canhoneados pode ocorrer independentemente da quantidade de água
produzida. A erosão do metal causada pela produção de areia pode danificar a cabeça do poço e os
equipamentos de produção, criando um sério risco no local.

Praticamente todas as formações contendo hidrocarbonetos têm água na porção mais baixa do
reservatório e a definição do contato óleo-água é uma consideração básica no desenvolvimento de
qualquer campo. É um erro supor que há uma linha separando o óleo da água ou que o contato é
horizontal ao longo de um reservatório. Na realidade, o contato óleo-água é parte água e parte óleo e
pode se estender de 10 a 15 pés de espessura.

Cone de água ou gás é o termo usado para descrever a tendência natural dos fluidos do reservatório que
vão em direção a uma área de pressão reduzida. À medida que a pressão na área ao redor dos
canhoneados é reduzida devido à produção, os fluidos na zona adjacente se movem para cima ou para
baixo em direção à área de pressão mais baixa. As Figuras 11-6, 11-7 e 11-8 representam ilustrações
simplificadas do cone de água ou gás. No primeiro diagrama o poço está estático; nenhuma produção
aconteceu. O segundo ilustra o óleo sendo produzido em uma baixa taxa de produção e resulta em 100%
de óleo. Nesse ponto nenhum avanço da água aconteceu. No terceiro diagrama o operador tentou
aumentar a produção. O aumento da produção causou a elevação do cone e agora a água é produzida
com o óleo.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 10


Poço Poço
Poço
Cone Cone

Water Óleo Oil

Óleo

Oil

Óleo
Água
Água
Água

FIGURA 11-6: POÇO EM PRODUÇÃO


FIGURA 11-7: POÇO NO INÍCIO DA FIGURA11-8: POÇO SOFRENDO UM CONE
NORMAL
FASE DE CONE

Cone de água e/ou de gás vai ocorrer em qualquer reservatório de hidrocarbonetos se não houver uma
barreira entre o gás e óleo desejados e a água não desejada. O resultado é uma queda na produção de
óleo e um aumento na produção da água ou gás. A queda do óleo ocorre porque a água ou gás ocupa
parte do espaço poroso que uma vez foi ocupado pelo óleo. A quantidade de cones de água e/ou gás está
relacionada à permeabilidade vertical, à mobilidade dos fluidos produzidos e ao diferencial de pressão. A
diferença de densidade entre o óleo e gás também afeta o cone de água e/ou gás. O contato óleo-gás é
normalmente mais fino e mais definido do que o contato água-óleo.

Se as propriedades da rocha e fluido forem bem conhecidas, a taxa de descida acima da qual o cone de
água irá se desenvolver pode ser precisamente estimada. Tentativas de reduzir ou eliminar o cone de
água são frequentemente feitas por compressão de cimento e depois canhoneando novamente. Essas
operações carregam o mesmo potencial para um acidente de controle do poço como nas operações
originais de canhoneio.

COMPRESSÃO DE CIMENTO (SQUEEZE)

Seja ela corretiva, ou secundária, a cimentação é executada para retirar a água ou gás do poço, melhorar
o trabalho básico com cimento, completando novamente uma zona nova, ou reparar revestimentos
corroídos ou danificados. A compressão de cimento é realizada pelo deslocamento do cimento até o ponto
desejado, do lado oposto aos canhoneados. O controle é alcançado com o uso de packers. Às vezes a
existência de um packer permanente, já definido no revestimento, é usada como ferramenta de
compressão. O cimento é circulado para baixo até o ponto de compressão. A ferramenta é então colocada
para isolar e proteger o revestimento da pressão alta. O cimento é bombeado para dentro da área a ser
vedada. Pressão hidráulica é aplicada para forçar, ou comprimir a pasta de cimento contra a formação.

FIGURA 11-9: SQUEEZE PACKER

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 11


Isso pode ser feito tanto em um poço aberto ou através de
canhoneios no revestimento ou na camisa. O excesso de
cimento pode ser revertido para fora do poço, ou perfurado
para fora em uma data posterior.

Em quase todos os casos, o cimento sobe no espaço entre a


formação e o revestimento. Uma vez que o canal anular esteja
fechado, a zona de produção pode ser comprimida. Deve ser
observado que o cimento inteiro não entra nos poros da
formação. É a água do cimento que entra nos espaços porosos
da formação. A água é forçada para dentro da formação sob
pressão, deixando o cimento cobrir toda a face da formação,
mas frequentemente a formação vai também levar o cimento
inteiro. O ideal é a água deixar a pasta e o cimento
endurecerem no lugar. Se uma pressão suficiente for aplicada
para fraturar a formação, o cimento então poderá entrar na
formação através das fraturas.

A maioria dos trabalhos é bem-sucedida quando o cimento é


deixado no revestimento do lado oposto dos canhoneados ou da
área danificada, e não perfurado para fora depois da operação de compressão. Portanto, os trabalhos para
tamponar o poço novamente têm sido muito bem-sucedidos. Resultados ruins têm ocorrido com o chamado
“squeeze de blocos” para interromper a produção de água. Isso acontece especialmente em poços de gás
porque as fraturas são frequentemente verticais, não horizontais, que são camadas e cimento endurecido
irradiando do poço em um círculo.

O pré-requisito mais importante para um bom trabalho de compressão do cimento são canhoneios limpos,
canais limpos, e uma pasta de cimento projetada para atender às condições do fundo do poço e para o
tipo de squeeze a ser realizado. Um bloqueio mínimo e superfícies limpas garantem uma ligação melhor e
mais completa.

Uma das preocupações básicas do operador de cimento durante a compressão é evitar que a água entre
na formação. Ele tem que saber exatamente onde seu fluido está o tempo todo, incluindo os colchões de
água.

Compressões de cimento são realizadas de várias maneiras diferentes, dependendo das condições
específicas do poço e do problema a ser remediado. Algumas técnicas comuns de squeeze estão discutidas
abaixo.

Em um método de compressão do tipo bradenhead squeeze, as válvulas do revestimento estão fechadas e


o poço é pressurizado no revestimento e sobre a coluna de trabalho durante a operação. Não há packer no
poço. A migração do gás pode apresentar um problema para o bradenhead squeeze, portanto a pressão é
aplicada para evitar um possível fluxo. Quando um packer é colocado acima dos canhoneios e todo o fluido
na coluna de trabalho é bombeado para dentro da formação à frente do cimento, essa técnica é chama de
bullhead squeeze. Algumas vezes a pressão é isolada no revestimento, acima do packer, antes que o
trabalho comece. Isso é feito para reduzir o diferencial da pressão sobre o packer. Problemas no controle
do poço são raros, uma vez que o problema é geralmente uma zona de perda de circulação.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 12


O método hesitation squeeze refere-se a uma técnica de bombeio de cimento para fora através de
canhoneios de revestimento e para dentro da área anular entre o revestimento e a formação. As
bombas são então paradas. Depois de alguns minutos, o bombeio é iniciado e depois parado
novamente. O procedimento é continuado até que a pressão desejada seja obtida. Técnicas de
hesitation squeeze são frequentemente usadas em trabalhos de alta pressão e squeezes de baixa
pressão, onde a pressão aplicada pode ser tão baixa quanto 200 psi. Essas operações são feitas
para vedar os canhoneios sem fraturar a formação.

O método circulation squeeze é necessário quando há uma comunicação entre os canhoneios em


zonas diferentes. Um retentor é colocado entre os canhoneios. Quando o cimento está no lugar, a
tubulação é puxada para fora do retentor para um ponto acima dos canhoneios superiores. Faz-se,
então uma circulação reversa para circular o cimento na coluna de trabalho para a superfície. É
possível que um circulation squeeze possa forçar fluidos da formação, especialmente o gás, para
dentro do espaço anular do revestimento acima do retentor. Nesse caso um trabalho rotineiro de
compressão de cimento poderia facilmente se transformar em um acidente sério durante o controle
do poço.

FIGURA 11-11: CAMINHÃO DE CIMENTO

Bombas da sonda são raramente usadas em trabalhos de squeeze devido às altas temperaturas
exigidas. As bombas de baixa vazão das unidades de cimentação são ideais para a compressão.
Empresas de serviços de cimentação devem garantir que todos os fluidos estejam em excelentes
condições antes de um trabalho de squeeze e que eles sejam compatíveis com o cimento e outros
fluidos a serem usados. Uma solução de amortecimento ou espaçadora é bombeada à frente ou
atrás do cimento, quando os fluidos não são compatíveis.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 13


CONTROLE DE AREIA

A produção de areia com fluidos de


reservatório é um grande problema em
algumas áreas. Ela pode cortar ou obstruir o
choke e as flow lines, causar falha nos
equipamentos, dificultar a limpeza do poço, e
causar o mau funcionamento dos
equipamentos no fundo do poço. O descarte
de areia pode também ser um problema em
alguns locais. Os métodos usados para
controlar a produção de areia incluem a
FIGURA 11-12: TELA DE CONTROLE DE AREIA
instalação de telas ou liner rasgado,
empacotamento de areia (areia
especialmente preparada), e consolidação da
areia usando uma resina plástica.

Telas são as mais simples de instalar na maioria dos casos. Um liner rasgado ou uma tela wire wrapped
são colocados do lado oposto ao intervalo de produção de areia. A rede da tela é muito pequena para
permitir que a areia flua para dentro do poço, enquanto ainda permite o fluxo dos fluidos da formação.

Alguns incidentes sérios de controle do poço têm acontecido devido ao pistoneio. Em um caso recente, o
trabalho de gravel pack tinha sido concluído e tudo parecia estar bem conforme a equipe iniciava a
manobra para fora do poço. No entanto, a combinação de um espaço anular muito estreito, juntamente
com a velocidade excessiva na manobra levou ao desastre. Um erro levou ao outro e eventualmente a
unidade inteira foi perdida, pegando fogo até a linha do mar.

RECOMPLETANDO EM UM RESERVATÓRIO DIFERENTE

Poços com zonas múltiplas de produção são normalmente completados primeiro no reservatório inferior.
Quando a produção da zona inferior se torna não lucrativa, o poço pode ser recompletado em uma zona
nova e mais alta. Falha nos equipamentos do revestimento ou do fundo do poço, assim como problemas
de cimento, podem também exigir recompletação em um novo intervalo. Planos para operações
secundárias de recuperação, tais como inundações de água ou vapor frequentemente exigem que um poço
seja recompletado.

Mover um intervalo de completação de uma zona mais baixa para um reservatório mais alto no poço é
conhecido como plugging back. O poço é amortecido e a formação da produção mais baixa ou mais velha
é comprimida. Algumas vezes o squeeze é feito através de um packer antigo permanente. Os selos do
packer são removidos, reparados ou substituídos, e alinhados de volta para dentro do packer. O cimento é
bombeado para baixo da tubulação, através do packer e para fora dentro dos canhoneios. O packer é
então deixado no poço e um plug de cimento é colocado em cima do packer. Regulamentações federais
e/ou estaduais exigem que o cimento seja testado tanto pela aplicação de pressão ou pela colocação de
peso sobre o tampão. Após isolar a seção mais baixa, o novo reservatório superior é canhoneado e
colocado em produção.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 14


WORKOVER EM POÇOS ABERTOS

Há momentos em que as operações de workover incluem trabalhos em um poço aberto. Nessas


situações entram em jogo todas as precauções sobre controle do poço e técnicas discutidas em
capítulos anteriores. Uma vez que as plataformas de workover são geralmente menores do que
plataformas de perfuração e podem ter equipamentos de monitoramento do poço menos
sofisticados, as equipes devem estar especialmente alerta às mudanças nas condições do poço. Os
operadores frequentemente vão alugar equipamentos extras para o trabalho, mas esse não é
sempre o caso.

Operadores normalmente optam por aprofundar seus poços existentes ao invés de ter o esforço de
perfurar novos e a plataforma de workover é frequentemente contratada para fazer esse trabalho.
Se o poço estava em produção antes do projeto, seria necessário disparar os canhoneios. O
cimento então é perfurado, perfilado e testado. Após o poço ter sido perfurado à nova
profundidade, um liner pode ser corrido e cimentado. O liner é então canhoneado e o poço
produzido a partir da zona nova. Dados do poço original, incluindo preocupações pertinentes ao
controle do poço, devem ser considerados quando o programa de aprofundamento for projetado.

Existem momentos em que é necessário abandonar ou ultrapassar a parte inferior de um poço. O


termo para descrever essa operação é sidetrack (desvio). Existem várias razões para o desvio de
um poço. O revestimento pode estar danificado ou ter sofrido um colapso, pode haver “lixo”
perdido no poço, ou a zona de produção pode ter sido danificada por alguma razão.

Um tampão de cimento é colocado acima do ponto de kickoff planejado (KOP) e cortado com uma
broca. Uma janela é cortada no revestimento, depois do qual o furo direcional é perfurado através
da janela. A perfuração direcional usa motores no fundo do poço ou cunhas (whipstocks) para
conduzir a broca de acordo com o programa. Dependendo do tipo de completação a ser realizada, a
seção nova do poço aberto pode ser perfilada, um liner corrido, e um novo intervalo canhoneado e
a produção concluída.

Seja desviando, aprofundando o poço, ou expondo a formação por qualquer motivo, os


supervisores e a equipe têm que alinhar seus pensamentos em relação ao controle do poço uma
vez que a broca entre no poço aberto. Existe um momento na vida de todo poço em que ele não
será produzido de novo e não será viável continuar a produção. O bom senso, assim como agências
regulamentadoras, exige que os poços sejam adequadamente tamponados e abandonados (P&A –
plug and abandon). Se fosse para um poço ser deixado como está, mesmo com a válvula master
fechada, o revestimento deterioraria eventualmente e a migração de fluido de uma zona para outra
poderia acontecer. Qualquer formação de alta pressão contendo água salgada, eventualmente
contaminaria áreas de água doce. Existe a possibilidade de blowouts futuros se o gás ficar preso
no poço de alguma forma. Locais offshore poderiam se tornar perigos permanentes à navegação.

Depois que todos os canhoneios tenham sido comprimidos com cimento, tampões de cimento são
colocados no revestimento conforme a tubulação ou a coluna de trabalho é removida do poço.
Frequentemente o revestimento superior, é cortado e recuperado e depois tampões de cimento são
colocados na área superior do poço. A cabeça do poço é então removida conforme exigido pelas
regulamentações.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 15


DOIS – EQUIPAMENTOS DE SUBSUPERFÍCIE
Equipamentos do fundo do poço, tais como tubulação e revestimento, são projetados e instalados
para atender às condições no momento da instalação. Durante a perfuração e produção de um
poço, os equipamentos do fundo do poço são expostos às condições do poço que podem desgastar,
corroer, e geralmente enfraquecer os equipamentos até que eles falhem. A falha da tubulação ou
talvez de um packer no fundo do poço vai, frequentemente, resultar em pressão presa que, por
sua vez, pode levar a um kick no revestimento. Operações convencionais de controle da pressão
podem ser complicadas nesses casos porque circular a densidade de fluido necessária ao longo do
poço se torna difícil, se não impossível.

Operações de workover incluem o reparo de problemas mecânicos, que podem não estar
diretamente relacionados à formação. Existe uma variedade de ferramentas especialmente
projetadas para realizar operações de workover e completação dentro de um poço. Algumas
ferramentas ficam em um poço ao longo da vida produtiva do poço. Outras são usadas para
trabalhos especiais e depois retiradas. Ferramentas com partes móveis ou que exigem colocação e
liberação em locais exatos, em um poço podem ser operadas por meios de pressão de bombeio,
pressão hidráulica, ou peso. Algumas ferramentas são projetadas para serem usadas por unidades
de wireline. Algumas das centenas de ferramentas mais comuns usadas dentro dos poços de óleo e
gás estão listadas abaixo. Observe que parte do texto nestas discussões está em negrito. O negrito
indica uma preocupação específica por um acidente de controle do poço em desenvolvimento,
baseado em material coletado em campo.

OPERAÇÕES DIURNAS
Em algumas áreas, operações de completação e workover são limitadas às horas do dia. À noite e
durante períodos inativos, os equipamentos da plataforma e o local do poço estão virtualmente
sem supervisão. Casos ocorreram onde o controle de um poço foi perdido à noite quando ninguém
estava no local. É fundamental que os funcionários do local do poço estabeleçam diretrizes para o
fechamento e segurança do poço sobre a suspensão das operações diurnas. Muita cautela deve ser
usada depois que ele for fechado. Sempre há a possibilidade de pressão devido ao gás preso.

Algumas diretrizes incluem:


• Manter um comprimento mínimo da tubulação, ou coluna de kill, no poço.
• Instalar uma válvula de segurança na parte superior da tubulação ou da coluna de kill e depois fechá-la.
• Trancar manualmente os preventores de gaveta do tubo na posição fechada.
• Assentar a coluna de kill e travar o suspensor da coluna (tubing hanger).
• Fechar todas as válvulas nas linhas de choke, kill e de enchimento.

Talvez um dos maiores momentos de exposição seja quando uma árvore de produção é trocada
por um BOP stack. Essa troca é frequentemente um dos primeiros passos nas operações de
workover. Depois, no final do trabalho, o BOP stack é retirado e a árvore de produção reinstalada.
Deve-se garantir que procedimentos seguros sejam usados para minimizar a a chance de o poço
sofrer um influxo nessa hora. O uso de equipamentos auxiliares do BOP, tais como válvulas de
contrapressão e tampões de tubulação podem ser usados para proteger o poço durante essa
operação crítica.
Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 16
ÁRVORE DE NATAL (PRODUÇÃO)
1
A árvore de natal refere-se a válvulas
de controle, medidores de pressão, e Bottomhole
Test Adapter
chokes montados na parte superior de ofLubricator

um poço para controlar o fluxo do óleo Wing valve

e gás, depois que o poço for perfurado Swab (Crown)


Valve
Christmas
e completado. Ela é usada quando a Tree
Choke

pressão do reservatório é suficiente Tee orCross

para fazer com que os fluidos fluam


Upper Master
até a superfície. Embora não seja Valve

estritamente uma parte dos


Lower Master
equipamentos de sub-superfície, a Valve

instalação da árvore de natal TubingHead


Adapter

representa a última fase das


operações de completação. TubingHead
Spool
Wellhead SideOutlets
Uma boa manutenção minimiza or AnnulusOutlets

complicações durante a produção e CasingHead

conduz a consertos e remoções da


Spool

árvore mais suaves. A árvore deve ser


lubrificada regularmente. Um cuidado
CasingHead
Body

extremo deve ser tomado na


instalação da árvore.

FIGURA11-13: COMPONENTES DA ÁRVORE DE NATAL


Os componentes básicos que
compõe a árvore de natal são:

• Medidores de Pressão – Medidores de pressão permitem que as pressões do poço sejam


monitoradas. A pressão da tubulação e as pressões do revestimento ou dos anulares são
monitoradas com esses medidores.
• Flange do Medidor (capa) – O flange do medidor fornece uma vedação para a parte de cima da
árvore e têm provisões para um medidor de pressão. Quando esse flange é removido, ele dá
acesso à tubulação.
• Válvula de pistoneio (crown valve) – A válvula de pistoneio é usada para isolar a pressão e dar
acesso ao poço permitindo que as unidades de wireline, flexitubo e workover sejam instaladas.
• T de fluxo (cross tee) – O T de fluxo é usado para que as ferramentas possam ser corridas para
dentro da tubulação sem desconectar a flow line.
• Válvula Lateral (wing valve) – Uma válvula lateral é usada para fechar o poço na maioria das
operações de rotina. Essas são mais fáceis de trocar caso a válvula esteja danificada ou não
esteja funcionando.
• Choke – O choke controla o volume do fluxo do poço.
• Válvulas master – São as principais válvulas de desligamento. Elas ficam abertas na maior parte
do tempo da vida do poço e são usadas o mínimo possível especialmente a master inferior.
• Suspensor de coluna (tubing hanger) – Um suspensor de coluna suspende e apoia a coluna de
produção, veda o revestimento do espaço anular e permite o fluxo até a árvore.

1
“Um dicionário para a Indústria do Petróleo, Segunda Edição” Serviços de Extensão Petex, Universidade do Texas em
Austin.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 17


• Válvula do revestimento – A válvula do revestimento dá acesso ao espaço anular entre a
tubulação e o revestimento.
• Suspensor de revestimento (casing hanger) – Um conjunto de selo e cunha que suspende e
veda o revestimento no seu suporte.
• Revestimento – Revestimento é uma coluna de tubos que sustenta o poço, para evitar que ele
desabe e evitar a comunicação entre uma zona e outra.
• Tubo de produção – Uma coluna de tubos que permite o fluxo dos fluidos produzidos pela
formação.

REMOÇÃO DE UMA ÁRVORE DE NATAL

Ao planejar a remoção de uma árvore de natal e depois a instalação do BOP no poço, várias
questões são levadas em consideração.

Exemplos dessas questões incluem:


• A árvore será enviada a uma oficina ou será consertada no local, se necessário?
• O representante do fabricante estará presente e, todas as peças que possam ser necessárias
estarão prontamente disponíveis?
• Os equipamentos de BOP da sonda estão prontos para instalação imediata?
• O poço será amortecido ou trabalhado sob pressão?

Dependendo das condições do poço e do tipo de fluido de trabalho, os fluidos do reservatório


(kicks) podem estar presos dentro ou abaixo das ferramentas do fundo do poço tais como um
tampão mecânico (bridge plug) ou packer. As equipes da plataforma devem identificar e lidar
adequadamente com os fluidos e pressões presas, especialmente em áreas onde eles são
conhecidos por se acumularem. Dados sobre o poço, pressões de fluxo, e dados sobre as pressões
de fechamento são valiosos na determinação da pressão do reservatório e na densidade de fluido
necessária.

A coluna pode ser desativada de várias formas, por exemplo, colocando uma válvula de segurança
no fundo do poço ou colocando um tampão em um nipple da tubulação, que pode ser necessário se
a tubulação estiver obstruída com areia e parafina. O volume de fluido preso na coluna pode ser
substancial, dependendo de onde a tubulação foi tamponada.

Fluidos de reservatório podem também acumular no espaço anular da cauda do tubo, abaixo do
packer. Hidrocarbonetos que acumulam nesta área podem permanecer não detectados até que o
packer seja desassentado e removido. Além disso, poços que tenham colunas duplas de produção
podem ter duas áreas (ambos prolongamentos da tubulação) onde os fluidos e pressões ficam
presos. Nesses casos, a pressão do reservatório, a densidade necessária do fluido, e o volume do
kick podem ser determinados usando os dados da produção e os detalhes do poço.

Outras áreas onde os fluidos do reservatório e pressões acumulam ficam abaixo dos tampões
mecânicos e dos retentores de cimento que são postos no revestimento para abandonar
temporariamente um intervalo inferior e abaixo das tubulações tamponadas por areia e detritos. A
quantidade de fluido de reservatório preso depende das profundidades do tampão mecânico e dos
canhoneados. Uma vez que a zona foi previamente testada e produzida, os registros devem indicar
a pressão do reservatório e a densidade de fluido necessária para o controle do poço.

Observação: em áreas onde um intervalo específico estiver recebendo uma injeção de apoio, a pressão sob
um tampão pode aumentar significativamente desde o momento em que o mesmo foi originalmente colocado.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 18


A profundidade definida das ferramentas do fundo do poço, tais como packers e tampões mecânicos, é uma
consideração importante no que diz respeito ao controle da pressão. Ao minimizar a distância entre as
formações expostas, canhoneados e as ferramentas do fundo do poço q quantidade de fluido preso
diminuirá. Técnicas de controle de pressão são simplificadas quando a distância mantida é a menor possível.

Se o poço tiver que ser controlado através do bullheading, várias checagens devem ser realizadas antes do
início da operação. O revestimento deve estar cheio de fluido e não deve haver nenhuma comunicação entre
a tubulação e o revestimento. O fluido de matar será bombeado até que o fluido na tubulação tenha sido
deslocado para dentro da formação. Evitar danos à formação, devido ao deslocamento em excesso, pode ser
uma grande preocupação. Depois de controlar o poço, um tampão de wireline é colocado na tubulação, a
válvula lateral é fechada, e a válvula de contrapressão (BPV) é colocada no suspensor da coluna. Se não
houver o aumento de pressão na tubulação ou no espaço anular, a árvore pode ser removida e o BOP
instalado.

Seguem as considerações básicas e o passo a passo para e remoção da árvore de natal.

1. Se a árvore de natal estiver danificada, notificar o gerente de operações e o representante de serviços


da empresa.
2. Registrar a pressão da tubulação e do revestimento.
3. Cunhas e anéis novos devem estar disponíveis no local.
4. Instalar o lubrificador.
5. Descer e posicionar a válvula de contrapressão.
6. Aliviar a pressão através do choke.
7. Um mínimo de 2 barreiras é necessário.

EQUIPAMENTOS DE SUBSUPERFÍCIE
VÁLVULAS DE SEGURANÇA DE SUBSUPERFÍCIE CONTROLADAS NA SUPERFÍCIE

Válvulas de segurança de subsuperficie controladas na superfície (SCSSV) são válvulas de fundo de poço
descidas em aplicações offshore e em certas áreas ambientalmente sensíveis ou urbanas. Essas válvulas
submarinas (à prova de falhas), geralmente conectadas a um sistema de desligamento de emergência (ESD
– emergency shut down), são projetadas para fechar quando houver o mau funcionamento dos
equipamentos ou uma falha catastrófica na superfície enquanto o poço estiver em produção. Basicamente,
há dois tipos de válvulas disponíveis: válvula recuperável de coluna e válvula recuperável de wireline.
Válvulas do fundo do poço, que são geralmente instaladas entre 100 e 400 pés abaixo do assoalho
submarino ou da superfície, estão conectadas aos equipamentos da superfície por uma linha de controle
hidráulico presa à tubulação. Ao manobrar uma coluna de tubulação para fora de um poço, é uma boa
prática fazer uma circulação reversa através de uma SCSSV aberta, para verificar que a mesma está aberta
e assegurar que nenhum gás ou óleo está preso sob a válvula.

Dois tipos de válvulas de segurança do fundo do poço estão disponíveis; recuperável de coluna e
recuperável de wireline.
• Os principais componentes das válvulas recuperáveis de wireline (além do corpo) podem ser retirados
do poço para conserto ou troca no wireline.
• A coluna de tubulação deve ser retirada do poço para ganhar acesso à uma válvula recuperável de
coluna. As válvulas recuperáveis de coluna possuem flappers que podem ser destrancadas, usando as
ferramentas de wireline para facilitar o acesso à coluna abaixo da válvula para operações de wireline
adicionais.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 19


VÁLVULA DE SEGURANÇA RECUPERÁVEL DE WIRELINE

FLUIDO PRESSÃO PRESSÃO


HIDRAULICO HIDRÁULICA HIDRÁULIC
A

VÁLVULA VÁLVULA
SECUNDÁRIA SECUNDÁRIA
NA BASE FPRA DA BASE

CLOSED EQUALIZING OPEN

FIGURA 11-14: VÁLVULA DE SEGURANÇA RECUPERÁVEL DE WIRELINE

VÁLVULAS FLAPPER SÉRIE 10-W


FLAPPERVALVES

FLUIDO PRESSÃO HIDRÁULICA PRESSÃO HIDRÁULICA


HIDRAULICO

VÁLVULA
SECUNDÁRIA VÁLVULA
SECUNDÁRIA FPRA DA BASE
NA BASE

CLOSED EQUALIZING OPEN

FIGURA 11-15: VÁLVULAS FLAPPER SÉRIE 10-W

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 20


ALÍVIO DE PRESSÃO DO REVESTIMENTO

FLOWLINE
MANUAL
GATE
VALVE
REGULADOR

3 WAY RELAYVALVE
PC
MONITOR INSTRUMENT AIR
PILOT OR GASSUPPLY
PNEUMATICCASING
BLOW-DOWNVALVE
TO DISPOSAL
POINT

CHOKENIPPLE
VÁLVULA LATERAL DO
REVESTIMENTO

FIGURA 11-16: ALÍVIO DA PRESSÃO DO REVESTIMENTO

SHUTDOWN TERRESTRE

FUSÍVELPLUGS

LINHA DE PRESSÃO DE
SUPRIMENTO
REGULADOR

CHOKE
AQUECEDOR
CHOKE
CHOKE
CAIXA DE MEDIÇÃO

VÁLV. SALESLINE
GAVETA
MANUAL

VÁLV.
VÁLV. RETENÇÃO
VÁLV. RETENÇÃO
SEGURANÇA VELOCIDADE
VELOCIDADE
PNEUMÁTICA SEPARADOR
DE SUPERFÍCIEE
PAINEL DE CONTROLE VÁLV. PARADA
PILOTO DE PROTEÇÃO DE
DE PONTO ÚNICO EMERGÊNCIA

DUAL-POINT
PROTECTIONPILOT LOW-PRESSURE
CONTROLPANEL LOW-PRESSURE CONTROLLINE
CONTROLLINE

FIGURA 11-17: SHUTDOWN TERRESTE

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 21


SISTEMA SOLAR DE FORNECIMENTO DE AR
FUSIBLEPLUG

FLOWLINE
PRESSURE
MONITOR
LINE
MANUAL VELOCITY CHECK
GATE VALVE
VALVE UNIDADE SOLAR
DE
FORNECIMENTO
DE AR

PNEUMATIC
SAFETY
VALVE REGULATOR
VÁLVULA DE
PARADA DE
PNEUMATIC EMERGÊNCIA
QUICK
EXHAUST
VALVE

SINGLE-POINT LOW-
PROTECTION PRESSURECONT
PILOTCONTROL ROLLINE
PANEL

FIGURA11-18: SISTEMA SOLAR DE FORNECIMENTO DE AR

SISTEMA CONTROLADO REMOTAMENTE

VÁLVULA DE PARADA DE
EMERGÊNCIA(NO DECK VÁLVULA DE PARADA DE
SUPERIOR) EMERGÊNCIA(NO HELIDECK)

FUSIBLE SEPARADOR
PLUG P HI ONLY AND FUSIBLEPLUG
P LOONLY FUSIBLE
PLUG REGULATOR
MONITORPILOTS
ON PILOTYOKE
LIQUID
MANUAL LEVEL
GATE CONTROL
PNEUMATIC VALVE DEHYDRATOR
SAFETY CHOKE
VALVE GAS
SALES
WALKWAY LINE

CHOKE MULTIWELL
HEADER
OIL SALESTANK
SUPPLY
PRESSURE P HI AND LO
PNEUMATIC LINE
QUICK MULTIWELLSAFETY MONITOR
EXHAUST LOW-PRESSURE PILOTS
CONTROLPANELVAL CONTROL LINE
VÁLVULA DE PARADA DE VE
EMERGÊNCIA(AT SURFACE-CONTROLLED
BOATLANDING) SUBSURFACE SAFETYVALVE

FIGURA11-19: SISTEMA CONTROLADO REMOTAMENTE

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 22


NIPPLES, TAMPÕES, E PACKERS DA COLUNA

Centenas de tipos e modelos de nipples e tampões de tubulação associados estão disponíveis.


Tampões de tubulação criam uma vedação na coluna de tubulação e são ocasionalmente usados:
 Para agir tanto como válvulas de contrapressão, caso um perfil de contrapressão não esteja
disponível no suspensor da coluna, ou para servir como uma barreira adicional ao montar e
desmontar uma árvore ou BOP stack.
 Durante as operações de snubbing, onde a coluna de tubulação é descida com um plug para
evitar que o fluxo suba na coluna de trabalho.
 Ao instalar nipples em tubos terminais de packers permanentes, permitindo que um packer
seja colocado no wireline com um tampão. Naquele momento, a coluna pode ser descida sem
quaisquer canhoneios abertos expostos.

TAMPÃO DE REMOÇÃO DE VÁLVULA

Um tampão de remoção de válvula (VR plug – valve


removal plug) é uma válvula rosqueada, de retenção
unidirecional que pode ser instalada através de uma ConductorPipe

válvula de saída em uma cabeça de revestimento, carretel


de revestimento ou carretel de coluna em uma rosca
fêmea na saída. Instalar um VR plug isola a válvula de
qualquer pressão e permite a remoção da válvula de saída
SurfaceCasing
para conserto ou substituição. Uma vez que a válvula de
saída tenha sido consertada ou substituída, ela pode ser
reinstalada e o VR plug removido. VR plugs foram
planejados para o uso em curto prazo e não devem ser
considerados uma substituição de longo prazo para as IntermediateCasing

válvulas da cabeça do poço. A maioria das cabeças de poço


instaladas em poços novos tem roscas dentro das saídas
para permitir a instalação de um VR plug, no entanto
várias outras cabeças do poço mais antigas não foram
projetadas para VR plugs.

REVESTIMENTO
Revestimento é um tubo de aço colocado em um poço para
evitar que a parede do poço desabe, evitar o movimento
do fluido de uma formação para outra e para melhorar a
eficiência na extração de petróleo se o poço for produtivo.
Uma junta de revestimento pode ter de 16 a 48 pés de
comprimento e 4,5 a 20 polegadas de diâmetro. O
revestimento é feito de vários tipos de liga de aço, que
FIGURA 11-20: TUBULARES EM UM POÇO NORMAL
variam na força, resistência à corrosão e assim por diante.
Revestimento é um componente que completa o sistema de prevenção de blowout. A classificação do
escoamento interno (ruptura) é testada (normalmente até 70% da classificação do fabricante) depois
que ele é cimentado uma primeira vez em um poço. Caliper logs são corridos sempre que houver
suspeita de desgaste do revestimento e se o limite do escoamento interno diminuir quando o ID do
revestimento for reduzido. É comum as empresas usarem a diferença entre a densidade de fluidos de
trabalho no poço e o fluido atrás do revestimento para determinar o teste de pressão aplicado no
escoamento interno. Em muitas áreas, as formações contêm fluidos altamente corrosivos. Esses fluidos
corrosivos enfraquecem o revestimento e às vezes, criam buracos que podem levar à falha total.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 23


Tais condições podem resultar tanto em um fluxo cruzado de fluidos entre duas zonas, quanto em
fluido e pressão presos no revestimento. Os canhoneios comprimidos criam um ponto frágil em
uma coluna de revestimento e podem levar a sérios problemas no controle do poço.

Falhas no revestimento podem complicar as operações de controle do poço de várias maneiras.


Perda de circulação ou até mesmo a comunicação com a superfície é possível dependendo da
extensão da falha. Falhas no revestimento são normalmente detectadas através de inspeções
periódicas das pressões de superfície, testes de pressão do revestimento, ou análise de cased-hole
logs. Pastas de cimento e colunas de revestimento adequadamente projetadas ajudam na
prevenção desses tipos de falhas.

LINER

Liner é uma coluna de tubos usada para revestir o poço aberto abaixo do revestimento existente.
Um liner se estende da profundidade de instalação até outra coluna de revestimento normalmente
sobrepondo aproximadamente 100 pés acima da extremidade inferior do intermediário ou da
coluna de óleo. Liners são quase sempre suspensos da coluna superior por um dispositivo de
suspensão. A área de folga na qual o liner está no revestimento é vedada do poço com cimento,
embora alguns poços tenham também liner packers em cima de um liner. A área livre entre o liner
e o revestimento é pequena. Pode ser difícil conseguir uma ligação boa de cimento nessa área e
pode existir um espaço anular micro ou um canal de comunicação. Falhas dos topos dos liners já
levaram a situações desastrosas, porque o ponto no qual o vazamento entra no poço pode ser de
várias centenas ou milhares de pés acima da profundidade do intervalo em que está fluindo. Em
tais casos, os pesos de fluido, anormalmente elevados são necessários para matar o poço. Um
projeto de pasta de cimento adequado e teste de pressão da folga do liner podem ajudar a evitar
falhas inesperadas na folga.

Quando as unidades de workover se preparam para correr liners, elas devem se certificar que os
equipamentos de controle do poço do piso da sonda, ou seja, válvulas de segurança de abertura
plena, subs de redução, etc. estejam devidamente testados e prontamente disponíveis. Caso os
equipamentos do liner float falhem, deve haver uma forma de interromper possíveis fluxos para
cima através do liner.

SUSPENSOR DE LINER

Um suspensor de liner, ou liner hanger, é um dispositivo de deslizamento que conecta o liner ao


revestimento. Suspensores de liner podem ser instalados tanto mecanicamente como
hidraulicamente e devem ser testados aplicando pressão de dentro e também testados
negativamente, ou seja, reduzido a pressão no suspensor até um valor abaixo da pressão da
formação estimada no suspensor. O teste negativo é normalmente feito instalando um packer
acima do suspensor e depois introduzindo o fluido leve dentro da coluna para reduzir a pressão
diferencial. Uma vez que o teste seja concluído, o packer é liberado e o fluido mais leve é removido
da coluna de trabalho pelo efeito do tubo em U.

TUBULAÇÃO DE PRODUÇÃO

Tubulação de produção é um tubo com diâmetro relativamente pequeno que é descido no poço
para servir como um condutor para os fluidos produzidos pelo poço. Ela também protege o
revestimento da pressão e corrosão. A tubulação é normalmente descida da cabeça do poço até a
zona de produção.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 24


O tubo é classificado por tamanho, peso e grau e existe uma variedade de conexões premium
usadas para acoplar juntas de tubulação. Um tubo de produção antigo pode ser fraco e
desenvolver vazamentos. Há um potencial para problemas de controle do poço se os fluidos da
formação escaparem para dentro do revestimento do espaço anular.

COLUNA DE TRABALHO

Dependendo do tipo de trabalho a ser feito, a coluna de produção é, às vezes, usada para intervir
no poço. No entanto, em alguns momentos, pode não ser recomendável usar o tubo de produção,
então uma coluna de trabalho com conexões para trabalhos pesados pode ser usada. A coluna de
produção é retirada, uma coluna de trabalho é escolhida e usada durante o workover, e depois
fixada novamente quando o workover for concluído. Usar uma coluna de trabalho evita sujeitar a
tubulação ao desgaste e danos desnecessários.

CAMISA DESLIZANTE

Uma camisa deslizante (sliding sleeve) é um dispositivo especial colocado em uma coluna de
produção que pode ser operado por uma ferramenta de wireline para abrir ou fechar orifícios,
permitindo a circulação entre a tubulação e o espaço anular. Ela pode também ser usada para abrir
ou interromper a produção de vários intervalos em um poço.

Qualquer quantidade de camisas deslizantes pode ser descida em uma única coluna e todas podem
ser abertas ou fechadas em uma única manobra ou as camisas individuais podem ser
seletivamente abertas/operadas. Camisas deslizantes fornecem um perfil de nipple acima da
camisa deslizante interna e uma área de packoff polida abaixo, como uma peça integrante da
montagem. O perfil fornece localizações para nipples de assentamento adicionais usados em vários
dispositivos de controle de fluxo.

Camisas deslizantes podem ser usadas como uma porta de circulação para matar o poço. Elas são,
às vezes, difíceis de deslocar devido à pressão diferencial. Detritos em um poço podem também
impedir que a ferramenta funcione adequadamente.

FIGURA 11-21: CAMISAS DESLIZANTES


PACKERS

Um packer é uma ferramenta de fundo de poço que consiste em um dispositivo de vedação, um


dispositivo de fixação ou instalação e uma passagem interna para os fluidos. Ele é usado para
bloquear o fluxo de fluidos através do espaço anular entre o tubo e a parede do poço vedando o
espaço entre eles. Durante a produção, alguma distância na coluna é geralmente deixada acima da
zona de produção. Um elemento de vedação se estende para impedir o fluxo do fluido, exceto
através do packer e da tubulação.
Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 25
Packers são classificados de acordo com a configuração, utilização, e método de colocação e se são
ou não recuperáveis (ou seja, se eles podem ser removidos quando necessário, ou se eles devem
que ser perfurados e assim destruídos).

FIGURA 11-22: WIRELINEPACKER

Do ponto de vista de controle do poço, desassentar um packer é


CONJUNTO DO NIPPLE DE
essencialmente o mesmo que limpar qualquer obstrução de um poço. No
VEDAÇÃO
caso dos packers de produção tem sempre um ponto morto, ou seja,
uma área que não é circulada, entre a parte inferior do packer e a cauda
do tubo de produção. O gás que se acumula logo abaixo do packer não
será removido, mesmo que o poço tenha sido amortecido por
bullheading ou de qualquer outra maneira. Alguns packers podem ter
uma válvula de by-pass que pode ser aberta para permitir a circulação
através do packer. Ao testar packers e outras ferramentas do fundo do
poço, é importante lembrar que a pressão exercida sobre a ferramenta é
composta da pressão hidrostática acima da ferramenta, mais a pressão
aplicada pela bomba. Por exemplo, suponha que um packer foi instalado
a 10.000 pés e o espaço anular estava cheio de salmoura com uma
densidade de 10,0 ppg. A pressão hidrostática sobre o packer é 10 x
0,052 x 10.000 = 5.200 psi. Se a bomba foi usada para aplicar pressão
sobre o espaço anular, através de uma camisa deslizante, até o medidor
de standpipe ler 500 psi, a pressão estática exercida sobre o espaço
anular seria de 5.700 psi.

COJUNTO DO NIPPLE DE VEDAÇÃO

Um conjunto de nipple de vedação é um elemento de vedação colocado


na tubulação de produção que é assentada (colocada) dentro da
abertura de vedação do packer. O conjunto do nipple de vedação é
usado para evitar a passagem de fluido e pressão entre a tubulação e o
packer para dentro do revestimento e do espaço anular. Um nipple de
vedação bloqueia o packer de modo que a tensão possa ser retirada da
tubulação se necessário. Se os selos falharem ou vazarem por qualquer
FIGURA 11-23: CONJUNTO DO NIPPLE DE VEDAÇÃO
razão, iriam expor o espaço anular às pressões abaixo do packer.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 26


BRIDGE PLUG (VEDADOR)

Um bridge plug é uma ferramenta do fundo do poço


composta basicamente de cunhas, um mandril de tampão,
e um elemento de vedação de borracha que é descido e
colocado no revestimento para isolar uma zona inferior,
enquanto uma seção superior estiver sendo testada ou
cimentada. Tampões mecânicos podem ser permanentes
ou recuperáveis e podem ser descidos tanto na coluna de
trabalho como em um wireline. Eles são colocados da
mesma maneira que os packers. FIGURA 11-24: BRIDGE PLUG

Tampões mecânicos devem ser testados após a instalação.


Frequentemente são testados apenas de cima, mas se o
plug for usado para evitar fluxo da formação, a execução FIGURA 11-25: JUNTA DE
de um teste negativo deve também ser levada em SEGURANÇA DE PERFURAÇÃO
consideração, a fim de certificar-se de que o tampão vai
segurar também desde o fundo.

JUNTA DE JATEAMENTO (BLAST JOINT)

Uma junta de jateamento é um sub de tubulação feito de


material resistente à abrasão. Ela é usada em uma coluna
onde o fluxo de alta velocidade através dos canhoneios
pode causar erosão externa.

LUVA DE FLUXO (FLOW COLLAR)

Uma luva de fluxo é um sub feito de material resistente à


abrasão e usado em uma coluna de produção onde o fluxo
turbulento pode causar erosão interna. Acoplamentos de
fluxo de liga de aço endurecida ou especial são descidos ao
longo de áreas com fluxo turbulento interno para evitar
falha ou dano à tubulação. Eles são uma seção mais
espessa de um tubo reto com conexões de rosca de
adequadas ao ID máximo de tubulação.

JUNTA DE SEGURANÇA
Uma junta de segurança é um perfil largo, com junta de
rosca que permite uma liberação rápida e fácil da coluna de
produção dos equipamentos do fundo do poço pela rotação
revertida da coluna ou por força de cisalhamento. Juntas de
segurança são descidas acima das ferramentas que podem
FIGURA 11-26: JUNTA DE JATEAMENTO E LUVA DE FLUXO
facilmente ficar presas no poço. Isso permite uma retirada
rápida da coluna, para que as ferramentas de pescaria
equipadas com jars possam ser corridas para recuperar a
pescaria.

É uma boa prática circular um bottoms-up depois de liberar uma junta de segurança, a fim de remover
qualquer gás que possa estar no espaço anular.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 27


NIPPLE DE ASSENTAMENTO

Um nipple de assentamento é um tubo especial instalado em uma coluna de tubulação que tem
contornos para caber uma ferramenta compatível de wireline com travamento. Ele é usado para
segurar um regulador, choke, ou válvula de segurança; para ancorar uma bomba; ou para permitir
a instalação de válvulas de gás lift.

Esses equipamentos às vezes são usados para colocar um tampão na tubulação antes de
desmontar a árvore de natal ou para testar a tubulação.

VÁLVULAS DE GÁS LIFT

Válvulas de gás lift são válvulas de retenção com


pressão regulada, instaladas em um mandril e
descidas para “levantar” o fluido do reservatório
de poços em que a pressão da formação é
insuficiente e o gás de alta pressão esteja
disponível. Permite-se que o gás do
revestimento entre na tubulação através das
portas das válvulas e “levante” o fluido do poço
diminuindo a pressão hidrostática dentro do tubo
de produção. Essas válvulas unidirecionais
permitem que o fluido ou gás entrem no tubo a
partir do espaço anular, mas não permitem que
o fluido ou gás entrem no espaço anular a partir
do tubo.
FIGURA 11-27: VÁLVULA DE GAS LIFT COM BOLSA LATERAL

Durante uma manobra, uma coluna de produção que contenha válvulas de gas
lift permite uma comunicação entre o espaço anular e o tubo. Isso deve ser
considerado quando as pressões de fechamento são registradas e quando os
métodos a serem usados para controlar um poço são escolhidos. Circulação
reversa não é um método particularmente bom a ser usado quando válvulas
ativas estiverem na coluna. Válvulas dummy ou válvulas de circulação são
também instaladas no mandril. As válvulas dummy bloqueiam o fluxo
completamente e as válvulas de circulação podem ser usadas para circular o
gás para fora do espaço anular antes de retirar o tubo do poço.

CEMENTER RECUPERÁVEL

Um cementer recuperável é um packer (normalmente mecanicamente


instalado) que é descido para compressões de cimento, trabalhos com ácidos FIGURA 11-28: RETENTOR
DE CIMENTO
de alta pressão e testes de poço. Como é recuperado depois do uso, ele não é
um componente dos equipamentos permanentes de completação. Assim como
ao liberar qualquer packer, deve-se tomar um cuidado especial para que a
pressão não fique presa abaixo da ferramenta.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 28


RETENTOR DE CIMENTO

Retentores de cimento são conjuntos de wireline ou tubos, packers perfuráveis que são usados
durante os trabalhos de compressão de cimento. Eles são geralmente perfurados antes do
canhoneio do revestimento. O retentor contém uma válvula borboleta que é aberta quando a
coluna de trabalho passa pelo retentor.

FERRAMENTAS DE MILLING

Milling são ferramentas do fundo do poço com superfícies cortantes


extremamente ásperas, afiadas e duras para remoção de metal, packers,
cimento, areia ou incrustação por trituração ou corte. Elas são descidas no drill
pipe ou no tubo para triturar detritos no poço, remover partes presas das
formações ou seções do revestimento, para desviar, e alargar pontos apertados
no revestimento. Existem vários tipos de milling tools disponíveis.

Milling Inferiores

Uma série de millings inferiores está disponível, incluindo inferiores lisas,


trituradoras e inferiores onduladas para uso na perfuração de lixo, packers,
tampões, cimento e outros materiais. Estas ferramentas possuem orifícios para
a passagem de fluido em sua face.

Sapata da milling tool


FIGURA 11-29 FRESAS
Uma sapata da milling tool é descida no fundo do tubo de lavagem para lavar TOOLS
tubulares. Sapatas podem também ser fabricadas para serem inserida na
descida de um overshot bowl para lavar o topo da pescaria.

Mills da Coluna
As mills para a coluna estão disponíveis em diversas variedades e são descidas no BHA da coluna.
Sua principal utilização é para a lavagem da parede antes da completação ou depois que o cimento
tenha sido retirado. Cuidados devem ser tomados para que, inadvertidamente, o revestimento não
seja triturado ou danificado enquanto o lixo estiver sendo triturado e o poço estiver sendo limpo.

Bailers são ferramentas de limpeza transportadas pelo tubo, e são descidas no final da coluna para
lavar ou perfurar areia, cimento, ou outros materiais do poço. Bailers hidrostáticos são usados para
lavar a areia em um poço. Depois de marcar a areia, o movimento para baixo e para cima do bailer
permite que os materiais sejam deslocados para dentro do mesmo, devido a uma cavidade seca ou
o efeito de uma tubulação em U do espaço anular.

Deve-se ter um cuidado especial ao triturar o lixo para que não o revestimento não seja
acidentalmente danificado. Se o trabalho exigir uma rotação prolongada, o revestimento deve ser
testado e/ou calibrado para determinar se ele foi danificado durante as operações de milling.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 29


CESTAS DE LIXO E PESCARIA

As cestas de lixo e pescaria são dispositivos que auxiliam


na remoção de materiais triturados e perfurados. Uma
cesta de lixo é corrida na parte inferior da coluna. Por
circulação reversa ou direta (dependendo do tipo de
ferramenta), cascalhos são varridos para dentro de uma
câmara interna ou cesta. Materiais pesados que não
possam ser circulados até a superfície podem ser
capturados na cesta de lixo. Uma cesta de pescaria é um
dispositivo tipo um balde instalado logo acima da
ferramenta de milling ou da broca. Seu OD é próximo ao
diâmetro do poço. O fluido e os cascalhos circulam para
cima da área anular restritiva e perde velocidade quando
FIGURA 11-30: FRESA TRITURADORA DE
eles alcançam o topo da cesta, onde as partículas se
FUNDO LISO
depositam.

FIGURA 11-31: CESTA DE LIXO COM


CIRCULAÇÃO REVERTIDA

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 30


TRÊS – MÉTODOS DE CONTROLE DE PRESSÃO
REMEDIATIVA
O método do sondador de controle do poço (Capítulo 6) é ideal para o controle dos kicks que
ocorrem durante as operações de workover. O operador frequentemente não quer matar o poço ou
mudar o fluido de trabalho no poço. Usando a primeira circulação do método do sondador, um
influxo indesejado pode ser seguramente circulado até a superfície, usando o fluido original no
poço. Uma vez que a maioria das operações de workover é conduzida no revestimento, fraturas na
formação nem sempre são um problema, mas um os problemas comuns é a perda de circulação.
Dois outros métodos de controle de pressão, circulação reversa e bullheading, são também
frequentemente usados em poços completados. Eles são abordados em detalhes a seguir.

CIRCULAÇÃO REVERSA
Circulação reversa, que consiste em bombear através do espaço anular com retornos pelo tubo, é
uma prática comum nas operações de completação e workover, principalmente porque a
velocidade do fluido subindo pelo tubo a qualquer taxa de bombeio é muito mais alta do que a
velocidade anular à mesma taxa, portanto ela leva menos tempo para circular um bottom sup.
Fazer a circulação reversa de kicks, especialmente em produções vivas ou poços de injeção, é
também comum porque a pressão do reservatório é conhecida na maioria dos casos e o fluido do
packer é denso o suficiente para evitar qualquer influxo adicional. Em tais casos, uma circulação irá
frequentemente matar o poço.

A grande vantagem da circulação reversa é que a taxa de ruptura da tubulação é geralmente muito
mais alta do que a taxa de ruptura do revestimento. O estado da tubulação e do revestimento é
sempre considerado durante as operações de controle da pressão. As pressões mais altas do tubo
associadas à circulação reversa também exigem que uma consideração especial seja feita quanto
aos equipamentos da superfície. Linhas de pressão testadas, bem apoiadas, válvulas, e chokes são
necessários ao circular gás para fora de um poço.

RAZÕES COMUNS PARA O USO DA CIRCULAÇÃO REVERSA


• Em um poço em produção onde o influxo já esteja na coluna de trabalho ou na tubulação de
produção.
• Quando se toma um kick durante a lavagem ou aprofundamento com a circulação reversa.
• Se o influxo precisar ser contido na tubulação ou removido rapidamente, durante um teste de
formação (DST).
• Quando H2S ou CO2 é provável.
• Nos casos onde haja a suspeita de integridade da cabeça do poço ou do revestimento
(comum ao trabalhar sobre poços mais antigos).

Quando o gás alcança a superfície durante este tipo de circulação, a pressão da superfície estará
muito mais alta do que se o mesmo kick fosse circulado convencionalmente, porque a altura
aumentada do kick na tubulação com menor capacidade causa a pressão mais alta da superfície ao
circular o gás.

Os efeitos das perdas de carga e da migração do gás diferem de algum modo da circulação direta.
Durante a circulação reversa, a pressão no fundo do poço consiste na pressão hidrostática, mais a
contrapressão da superfície, mais a perda de carga na tubulação ao invés do espaço anular.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 31


Densidades equivalentes de circulação (ECD) mais altas serão impostas sobre os canhoneados
durante a circulação reversa do gás e devem ser consideradas quando as operações são
planejadas.

A circulação reversa, como nos métodos convencionais de controle, é responsável pela perda de
carga no tubo, mas desconsidera a perda de carga no anular. A diferença é que durante a
circulação convencional, a perda de carga no anular fornece um pequeno fator de segurança para a
pressão no fundo do poço. Normalmente esta perda de carga é muito pequena (menos de 100 psi),
então um fator de segurança razoável pode ser usado sem que se perca uma quantidade excessiva
de fluido. A velocidade anular deve ser levada em consideração ao matar poços de gás se houver
algum gás no espaço anular, por exemplo ao redor do tailpipe de um packer. A velocidade anular
deve exceder a taxa de migração do gás a fim de bombear o gás para fora do espaço anular e para
dentro da tubulação. Uma vez que a taxa de migração de gás determine a taxa mínima de
circulação, pode não ser possível impedir que a perda de carga no tubo faça com que o poço fique
em overbalance, aumentando assim a possibilidade de perda de circulação.

MATAR UM POÇO USANDO A CIRCULAÇÃO REVERSA PODE NÃO SER UMA BOA OPÇÃO
QUANDO:
• O influxo já está no espaço anular, principalmente se ele for gás; (pode haver uma exceção se
o gás estiver no fundo da coluna, tal como ao redor do tail pipe de um packer onde ele possa
ser bombeado para o tubo rapidamente).
• Uma broca a jato estiver sendo usada ou quando houver restrições na tubulação que possam
causar uma alta perda de carga ou possam obstruir facilmente.
• Os equipamentos da superfície não fornecerem a flexibilidade para uma circulação reversa, ou
não possam conter com segurança as pressões esperadas da superfície.
• Quando houver uma float valve na coluna.

PROCEDIMENTOS PARA CIRCULAÇÃO REVERSA


1. Assegurar um alinhamento adequado para o standpipe e manifold.
2. Ajustar a bomba à taxa de controle enquanto se mantém uma contrapressão constante na
tubulação (SITP).
3. Quando a bomba estiver na velocidade desejada, a pressão de circulação no revestimento é
mantida constante até que o fluido da tubulação seja deslocado. Se o fluido do espaço anular
não possuir uma densidade suficiente, e o objetivo for matar o poço com uma circulação, será
necessário encher o tubo de fluido antes que os métodos de pressão constante no fundo do
poço possam ser usados.

Se o fluido do espaço anular não possuir uma densidade suficiente, e o objetivo for matar o
poço com uma circulação, será necessário encher o tubo de fluido antes que os métodos de
pressão constante no fundo do poço possam ser usados.

O procedimento seria:
1. Manter a pressão da circulação (revestimento) constante até que o volume do tubo seja
deslocado com o fluido.
2. Manter a pressão do tubo constante até que o espaço anular seja preenchido com o fluido de
peso de matar.
3. Manter a pressão do revestimento constante até que o fluido de matar tenha sido circulado ao
longo do sistema.
4. Fechar o poço e checar o aumento da pressão. Se as pressões forem zero, o poço pode ser
aberto e um flow check pode ser feito.
5.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 32


VANTAGENS DA CIRCULAÇÃO REVERSA DE KICKS
• Remove um influxo em menos tempo do que em outros métodos.
• O influxo é contido na coluna de trabalho que tem uma taxa de ruptura mais alta que o revestimento.
• Pressões no revestimento são mais baixas do que com a circulação convencional.

DESVANTAGENS DE CIRCULAR REVERSAMENTE UM KICK

Desvantagens da circulação reversa incluem:


• A maior parte das perdas de carga fica dentro dos menores diâmetros (normalmente o tubo).
• A maior parte da pressão de bombeio (fricção) é exercida sobre o espaço anular e o fundo do
poço.
• Em um poço aberto, formações fracas podem não resistir à pressão extra. Em operações de
workover, um revestimento ruim ou fraco pode falhar,ou se taxas altas (resultando em altas
pressões) são utilizadas, o tubo cheio de gás e/ou fraco pode colapsar devido ao diferencial de
pressão.
• Circulação reversa geralmente não é recomendada onde há risco de obstrução dos ports de
circulação, canhoneios, ou jatos da broca com detritos do poço. A possibilidade de perda de
circulação ou prisão de ferramenta também é uma preocupação e um poço aberto.
• Estabelecer e manter as taxas de circulação e pressões pode ser difícil devido à natureza
compressiva do gás no tubo. O operador do choke deve esperar que ajustes leves possam
resultar em grandes alterações na pressão da circulação
• Calcular a pressão de circulação correta pode ser difícil se existirem fluidos de diferentes
densidade no sistema de circulação.
• Se houver gás no espaço anular, ele pode migrar para cima mais rápido do que a taxa de
bombeio. O acréscimo de viscosificantes pode aliviar o problema, no entanto as perdas de
carga possivelmente aumentariam devido ao aumento da viscosidade do fluido.

BULLHEADING
Bullheading é o nome que se dá a técnica de bombear fluido para dentro de um poço fechado,
forçando os fluidos da formação de volta para dentro na zona permeável. Obviamente, ele não é
um método de pressão no fundo do poço constante. Bullheading é frequentemente usado em poços
completados em que as profundidades dos canhoneios, geometria do poço, e as características da
formação são bem conhecidas. Em algumas áreas o bullheading é uma técnica comum usada para
matar um poço em produção, antes do início das operações de workover. Ele é raramente usado
em operações de perfuração porque a alta pressão é aplicada sobre o poço aberto, a formação
pode fraturar na sapata do revestimento ou sobre outros pontos fracos no poço. No entanto, é, às
vezes, usado em situações de emergência. Por exemplo, pode não ser considerado seguro trazer o
fluido da formação à superfície. Kicks de H2S, kicks de gás extremamente grandes são situações
nas quais o bullheading pode ser usado no trabalho do poço aberto. Normalmente em tal
emergência, o fluido é bombeado para baixo do espaço anular, e ao mesmo tempo para baixo da
coluna de trabalho.

Outra técnica de bullheading, também usada principalmente em operações de perfuração, exige o


bombeio através do espaço anular, mas não permitindo haja retorno através do drillpipe. Nesses
casos a decisão de fazer um bullheading no poço deve ser tomada o mais rápido possível depois
que o poço tenha sido fechado.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 33


Se houver atraso antes da decisão a ser tomada, o influxo de gás pode migrar, o que vai diminuir
as chances de forçar o kick de volta para dentro do reservatório.

A discussão seguinte aborda o planejamento de uma operação de bullheading de rotina a fim de


matar um poço previamente completado. Embora não seja possível desenvolver uma operação
previsível de controle usando o bullheading da mesma forma quando um método de pressão no
fundo do poço constante é usado, é possível usar uma abordagem estruturada ao planejar a
operação.

O procedimento de bullheading pode ser separado em três elementos distintos:


• Considerações sobre pressão.
• Considerações sobre o volume.
• Considerações sobre a taxa de bombeio.

As seguintes limitações de pressão podem ser estimadas com um alto grau de precisão:
• Pressão máxima permitida da bomba.
• Classificação da pressão nos equipamentos da cabeça do poço.
• Classificação da pressão (ruptura) internado tubo.
• Classificação da pressão de colapso do tubo.
• Classificação da pressão (ruptura) interno do revestimento.
• Integridade da formação (pressão da fratura).

Durante as operações de bullheading, todos os limites de pressão listados acima devem ser
monitorados. Uma planilha de bullheading (mostrada nas páginas 11-36) pode ser usada como um
guia para o monitoramento da operação. Um volume bombeado e um cronograma de pressão,
baseado em dados conhecidos e estimados, é construído na planilha e pressões reais são
registradas durante a operação.

Geralmente considera-se uma boa prática aplicar alguma pressão sobre o espaço anular antes do
início da operação de controle com o bullheading.

A pressão anular presa alcança três objetivos:


1. Testar o packer.
2. Ajudar a apoiar a tubulação ao longo do trabalho.
3. Mudanças na pressão anular podem ser monitoradas durante a operação.

Estimativas precisas do volume do fluido podem também ser feitas.


• Volume na linha da superfície.
• Volume interno da tubulação.
• Volume do revestimento do final da tubulação (EOT – end of tubing) até os canhoneados.
• Volume de deslocamento excessivo.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 34


Todas as considerações sobre volume, exceto as de deslocamento excessivo, são quantidades
conhecidas que podem ser calculadas ou encontradas em dados de tabelas. Deslocamento
excessivo é estritamente uma questão de experiência em campo. Os poços de gás de alta
pressão/alto volume no Oriente Médio podem exigir mais de 100 bbls. No Golfo do México, o
deslocamento excessivo de 3 a 5 bbls funciona frequentemente. O volume do deslocamento
excessivo deve ser suficiente para matar o poço, mas não mais do que isso. Excesso de volume
pode danificar o reservatório, o meio ambiente, e dificultar trazer o poço de volta à produção. A
taxa de bombeio para usar durante a operação também é levada em consideração.

As considerações básicas ao escolher as taxas de bombeio são:


• Limites de pressão devido à perda de carga
• Superação da migração do gás

O gás na tubulação irá migrar contra o fluido bombeado a menos que a taxa da bombeio esteja
alta o suficiente para forçar o fluido para dentro do fluxo turbulento. O padrão do fluxo do fluido é
basicamente dependente das propriedades do fluido (viscosidade e densidade), da taxa de
bombeio, e do diâmetro interno da tubulação. Cálculos hidráulicos podem ser feitos para
determinar a taxa de bombeio que vai resultar em um fluxo turbulento. Alguns operadores usam
uma regra de ouro que recomenda bombear um barril por minuto para cada polegada do diâmetro
interno da tubulação.

Viscosificantes especiais são, às vezes, adicionados ao fluido para diminuir as chances de migração
do gás, no entanto, essas mudanças nas propriedades do fluido, possivelmente, resultarão em
pressões no tubo durante a operação.

Quando a bomba é primeiramente ligada e ajustada na taxa


3500
3350

desejada, a pressão da tubulação vai aumentar porque os 3200


3000
fluidos do poço estão sendo comprimidos. A pressão pode
aumentar em várias centenas de psi sobre a pressão de 2500

fechamento. As pressões máximas permitidas devem ser


cuidadosamente monitoradas durante o procedimento de 2000

partida da bomba. Conforme a operação continua, a


pressão hidrostática do fluido bombeado resultará em um 1500

aumento na taxa de bombeio. Normalmente, se for


1000
determinado que o trabalho esteja indo bem, esse aumento
na taxa de bombeio pode ser tolerado, dentro dos limites,
500
até que o fluido de matar esteja no final da tubulação
(EOT). Considera-se uma boa prática registrar os valores
das pressões reais nos intervalos adequados de volume até
que o fluido de matar tenha preenchido o tubo. O fluido de
matarnão entrará na formação na mesma taxa de injeção FIGURA 11-32: VOLUME DA TUBULAÇÃO
DESLOCADO
que os fluidos do poço porque, na maioria dos casos, não é
o mesmo tipo de fluido. Se o aumento da taxa da bomba foi
permitido, muitos operadores a reduzem para a taxa
planejada até que o fluido de matar e o deslocamento
excessivo tenham sido bombeados. Nesse momento a
bomba é parada e o aumento da pressão do poço é
observado.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 35


RESUMO DO MÉTODO DE BULLHEADING
1. Determinar a pressão estática do tubo (se fizer o bulheading através do revestimento,
determinar a pressão do revestimento).
2. Preparar uma planilha de bullheading e uma tabela de pressão.
3. Aplicar e prender a pressão sobre o espaço anular.
4. Começar a bombear aumentando cuidadosamente a velocidade da bomba até a taxa
planejada.
5. Monitorar todas as pressões máximas permitidas.
6. Registrar mudanças nas taxas de bombeio, assim como mudanças de pressão em pontos de
checagem de volume pré-determinado.
7. Se o aumento da taxa da bomba aumentou, reduzir à taxa planejada conforme o fluido do
bullheading (de matar) se aproxima do EOT.
8. Quando o volume planejado (incluindo o deslocamento excessivo) foi bombeado, pare o
bombeio.
9. Aliviar a pressão da superfície até zero, fechar o poço, e monitorar o aumento da pressão.

FIGURA 11-33: PLANILHA DE BULLHEAD

PLANILHA DE BULLHEADING DA BOOTS & COOTS


A planilha de bullheading B & C é um trabalho de auxílio projetado para ajudar os funcionários em
campo a planejar e executar uma operação de controle com o bullheading através do tubo em um
poço completado. Embora as pressões não possam ser previstas durante o bullheading, é possível
ter uma abordagem estruturada das operações organizando dados conhecidos e monitorando
cuidadosamente as pressões reais, a fim de identificar rapidamente os problemas que possam
ocorrer durante a operação. A planilha é uma ferramenta conveniente para coletar dados essenciais
e fazer os cálculos necessários para o trabalho. A planilha é dividida em 8 seções.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 36


DIAGRAMA DO POÇO

O desenho simplificado de um poço, equipado com uma árvore de produção, fornece espaços entre
as profundidades básicas, pressões e geometria quando o poço está em estática, imediatamente
antes do início das operações de bullheading.

DADOS PRÉVIOS

Dados específicos do tubo, por exemplo, diâmetros, capacidades, e limites de pressão são inseridos
na seção de dados prévios. Dados da bomba, resistência da formação e uma fórmula para o cálculo
do peso do fluido de matar também estão incluídos nessa seção.

CÁLCULOS DE VOLUME E NÚMERO DESTROKES

A intenção da seção de cálculos de volume e número de strokes é servir como um guia para o
cálculo dos volumes do tubo (em barris e strokes), referindo-se ao diagrama do poço e os dados
prévios. A seção também inclui espaços para inserir e calcular o deslocamento excessivo, se
necessário para a operação.

CÁLCULOS DA PRESSÃO DO TUBO

Os limites de pressão de ruptura e colapso, incluindo os fatores de segurança, são computados


nessa seção. Esses limites de pressão podem ser levados em consideração durante o planejamento
de qualquer operação de bullheading. Assim como na seção de cálculo do volume do tubo, os
valores inseridos são tirados da seção de dados prévios.

CÁLCULOS DA PRESSÃO DA FORMAÇÃO

Essa seção da planilha é usada para estimar a queda da pressão de bombeio durante a operação
de bullheading (cálculos de D ao I). Uma vez que a operação comece, o fluido começa a entrar na
formação, as pressões reais de circulação devem estar muito mais baixas do que aquelas
projetadas. As pressões projetadas derivadas dessa seção são baseadas na pressão da formação,
na resistência da formação estimada, e nas mudanças na pressão hidrostática conforme o fluido de
matar preenche a tubulação. O cálculo I é usado para determinar a redução da pressão de bombeio
calculada em um passo escolhido, ou um ponto de checagem, do início até o final da operação.

CÁLCULOS DA TAXA DA BOMBEIO

O cálculo J é usado para converter a taxa de bombeio desejada de barris por minuto (bbls/min)
para strokes por minuto (stks/min).

INFORMAÇÕES SOBRE O POÇO

Uma vez que todos os cálculos tenham sido feitos, os valores totais são transferidos para a seção
das informações sobre o poço. As células em branco estão codificadas com cores para uma melhor
identificação. Essa seção representa o plano completo para as operações. Os valores são
apresentados em uma ordem que permite os supervisores verem o plano inteiro com uma olhada
rápida.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 37


FIGURA 11-34: INFORMAÇÕES PRÉ-REGISTRADAS
FIGURA 11-35: CÁLCULOS DE VOLUME & STROKE

FIGURA 11-36: CÁLCULOS DE PRESSÃO TUBULAR

FIGURA 11-38: CÁLCULOS DE TAXA DA BOMBA

FIGURA 11-37: CÁLCULOS DE PRESSÃO DA FORMAÇÃO

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 38


TABELA DE PRESSÃO

A tabela de pressão na parte inferior central da


planilha fornece seis colunas para os volumes
bombeados, por etapa conforme determinado na
seção de volume e strokes, dispostos em frente às
alterações da pressão, por etapa derivada da
seção dos cálculos da pressão da formação
(cálculo I). Suponha-se que a operação seja
monitorada em 10 etapas, da superfície até o final
da tubulação (EOT), portanto o cálculo determinou
o volume por etapa a ser inserido dentro da tabela
de pressão de seis colunas. Três colunas são
também fornecidas para a documentação das
pressões reais ao longo da operação.

FIGURA 11-39: INFORMAÇÕES DO POÇO & TABELA DE PRESSÃO

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 39


QUATRO – FLUIDOS DE WORKOVER
O termo fluido de workover se refere a qualquer fluido de trabalho usado em um poço depois que a
perfuração tenha sido finalizada. Embora tanto o gás quanto os líquidos sejam fluidos, e algum trabalho
corretivo envolva o uso do gás, para os fins dessa discussão as palavras “fluido” e “líquido” são
considerados intercambiáveis. Assim como o fluido de perfuração (lama) é uma parte integral das
operações de perfuração, assim são também os fluidos que são usados nas operações de workover.
Fluidos de workover podem ser separados em dois grupos principais; fluidos de completação e fluidos de
packers. Várias vezes o fluido usado em um poço completado atende ambas as funções. A diferença
básica é nominal, e se refere ao uso específico em um determinado poço. Fluidos de completação são
usados à frente das formações em produção a fim de evitar danos ao reservatório. Fluidos de packer são
deixados em um poço, entre o tubo e o revestimento, acima do packer em produção. Ambos
compartilham as características comuns desejadas listadas abaixo.

• Estabilidade da densidade. O fluido deve ser suficientemente denso para controlar as pressões do poço,
sem ser muito denso. Normalmente a densidade é mantida perto do balance da formação, a fim de
reduzir as perdas e/ou danos à formação em produção.
• Sem sólidos. Sólidos podem obstruir canhoneados e reduzir a produção, ou de outro modo danificar a
zona de produção. Depois de uma operação de fraturamento ou pacote gravel pack. A areia pode ser
especialmente abrasiva e prejudicial aos equipamentos da superfície, assim como aos equipamentos no
fundo do poço.
• Não corrosivo. Fluidos corrosivos danificam a tubulação, o revestimento e todos os componentes dos
metais em um poço.
• Temperatura estável. Fluidos de workover são frequentemente deixados em um poço por longos períodos
de tempo. Durante esse tempo, pode haver trabalho de wireline ou talvez, a necessidade de circular o
fluido. Bons fluidos de workover não desenvolvem viscosidades altas e resistência ao gel, apesar de eles
permaneceram estáticos por longos períodos de tempo em temperaturas do poço relativamente altas.
• Ambientalmente aceitável. Alguns fluidos de workover podem danificar o meio ambiente se derramados.
O controle de vazamento e desperdício deve ser levado em consideração ao escolher o melhor fluido para
o poço.
• Rentabilidade. Embora o custo inicial do fluido de workover em alguns poços possa parecer excessivo,
como em todos os custos do poço, custos iniciais mais elevados podem ser compensados pelos ganhos a
longo prazo. Cada poço é diferente e o fluido mais rentável é o que não seja mais caro do que necessário.
Outras características de fluido, tais como transporte de cascalhos, suspensão de sólidos, etc. são bem
menos importantes para operações de workover do que as operações de perfuração, pois o poço aberto é
revestido na maioria dos poços completados.

Como os fluidos de perfuração, a fase líquida dos fluidos de workover pode ser óleo, água ou até mesmo
gás. Hoje em dia, os fluidos mais comuns em operações de workover e completação são uma solução de
água e um ou mais sais. A concentração e tipo de sais usados pode variar muito. Essas soluções,
independente das suas composições individuais, são chamadas de fluidos de salmoura ou “brine".
O gás pode ser usado em reservatórios de formação de baixa pressão. Se o gás for usado, o poço é
controlado somente pela contrapressão da superfície. O gás natural, mesmo prontamente disponível e
barato em alguns campos, é extremamente inflamável. O gás de nitrogênio é inerte e tem várias
qualidades favoráveis e não prejudica a formação, produtos de metais ou vedações de borracha. Limpar
o lixo do poço pode ser um problema com o gás. A espuma, frequentemente misturada pela empresa
prestadora de serviço que fornece o nitrogênio, pode ser usada para circular os detritos de um poço.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 40


Óleo ou emulsões com base óleo podem ser usados como fluido de workover em certas áreas. Em
algumas áreas de produção, o óleo é abundante e econômico para se usar. Geralmente não é
corrosivo, e não vai causar o inchaço da argila na zona de produção. Ele é leve (aproximadamente
7,0 ppg), que é excelente para poços de óleo de baixa pressão.

No entanto, existem algumas desvantagens ao uso do óleo de campo.


• Óleo pode conter cera, partículas finas de areia, sólidos ou asfalto.
• Óleo pode ser corrosivo se houver H2S ou CO2 presente.
• Óleo é um risco de incêndio.
• Óleo é escorregadio, e apresenta um risco de escorregão aos funcionários que trabalham no chão.
• Óleo é um perigo para o meio ambiente se houver vazamentos.
• Óleo pode não ser compatível com o óleo do reservatório se for de algum outro lugar no campo.
• Óleo não pode ser usado em um poço de gás por razões de segurança.

Óleo diesel e querosene são às vezes usados como fluido-base nas emulsões de óleo na água ou da
água no óleo. Esses fluidos são limpos e não corrosivos, mas, se não forem manuseados
adequadamente, oferecem riscos à segurança e meio ambiente listados acima. Fluidos de
workovercom base água incluem água doce, água de salmoura, e até fluidos de perfuração. No
entanto, a água doce usada em atividades de workover tem perdido a preferência nos últimos anos
porque pode causar o inchaço da argila e danificar severamente as formações de produção. Lamas
também têm caído em desuso por causa do seu alto teor de sólidos. Hoje em dia, salmouras são os
fluidos de workover mais usados.

FLUIDOS DE SALMOURAS
Uma vez filtrado, fluidos de salmoura
contém poucos sólidos ou nenhum e,
controlando o teor do sal, controla-se a
densidade da solução. Quando sais são
dissolvidos na água, a densidade da solução
resultante é aumentada sem causar um
aumento no teor de sólidos. Um benefício
adicional é adquirido porque o aumento na FIGURA 11-40: BALANÇA DE LAMA
concentração de sal frequentemente inibe a PRESSURIZADA
hidratação da argila. Salmouras de sal
individuais, tais como cloreto de sódio
(NaCl), cloreto de potássio (KCl), cloreto de
cálcio (CaCl2) e brometo de cálcio (CaBr2).
Desses, a salmoura mais comumente usada
é o cloreto de sódio. As combinações de sais
diferentes são usadas a fim de conseguir a
densidade de fluido desejada da forma mais
econômica e segura quando densidades
mais altas são necessárias. FIGURA 11-41: BALANÇA DE LAMA

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 41


A relação percentual de um sal para o outro é fundamental porque existe um limite à quantidade
de vários sais que podem ser dissolvidos em água, a uma determinada temperatura. Quando esse
limite é alcançado, diz-se que a solução está saturada.

O ponto de saturação do fluido depende de duas coisas, dos tipos de sais sendo misturados, e da
temperatura da solução. Em outras palavras, se a temperatura permanece constante, a densidade
máxima da solução depende do tipo e quantidade de sais adicionados. Nenhum peso a mais será
adquirido ao adicionar mais material. Se mais material for adicionado, e a temperatura se mantiver
constante, uma das duas coisas vai acontecer: ou o material vai decantar no fundo do tanque, ou a
cristalização vai ocorrer. Os cristais parecem com gelo que está se formando e é frequentemente
chamado de “congelamento”. Cristalização pode ocorrer se a temperatura dos fluidos nos tanques
for reduzida por uma mudança no tempo ou outras condições. A cristalização não reduz somente a
temperatura do fluido, mas também sua habilidade de ser bombeado. Variações na proporção do
sal para água em soluções de salmoura pode afetar o ponto de cristalização drasticamente. Quando
os fluidos de salmoura são usados em climas frios, bobinas a vapor ou alguma outra fonte de calor
é disponibilizada aos tanques. Seções de longas linhas são isoladas. Empresas de serviços de
fluidos podem fornecer misturas de multi-sais que reduzem o ponto de congelamento.

A sensibilidade das salmouras à temperatura é especialmente importante em poços críticos,


conforme a temperatura do fundo do poço aumenta, a densidade efetiva do fluido é reduzida. A
densidade do fluido na superfície não reflete a densidade verdadeira do fundo do poço.
Geralmente, as equipes em campo não têm as informações ou os meios necessários para misturar
vários sais a fim de alcançar a densidade desejada do fundo do poço. Os fluidos são
frequentemente preparados por uma empresa prestadora de serviços na planta e depois são
enviados aos locais de campo. As empresas prestadoras de serviços também possuem técnicos
treinados para auxiliar no controle das propriedades do fluido.

Fluidos de salmoura são conhecidos como sendo higroscópicos, ou seja, eles irão absorver a água
da atmosfera. Em regiões úmidas, a densidade pode ser reduzida por vários décimos de libra por
galão durante várias horas. Essa redução fica mais evidente em fluidos mais densos e mais
pesados, mas pode também ocorrer em fluidos de densidade baixa.

A corrosão também pode ser um problema no uso das salmouras, especialmente os fluidos de
densidade mais alta. Inibidores de corrosão, que podem apresentar perigos específicos para saúde
e segurança, são usados para controlar a corrosão. Os equipamentos de proteção individual
(incluindo máscaras para o rosto e proteção respiratória) devem ser sempre usados no manuseio
de fluidos de salmoura. Tabelas e gráficos estão disponíveis através de empresas de serviço de
fluidos para auxiliar na sua manutenção. As tabelas nas páginas seguintes listam a variedade das
densidades e pontos de congelamento de alguns fluidos de workover comuns.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 42


DENSIDADES DOS FLUIDOS
Densidade mínima Densidade máxima Densidade prática
Tipo de Fluido aproximada (ppg) aproximada (ppg) máxima (ppg)

Óleo 6,0 8,5 *8,0


Óleo Diesel 7,0 7,0
Água doce — 8,3
Água do mar 8,4 8,6 8,5
Salmouras: Cloreto 8,4 10,0 9,8
de Sódio (NaCl)
Cloreto de Potássio 8,3 9,8 9,7
(KCl)
Cloreto de Cálcio 11,0 11,6 11,5
(CaCl2)
Brometo de Cálcio 11,7 15,1 14,6
(CaBr2)
Brometo de Zinco 15,2 21,0 19,2
(ZnBr2)
*Alguns óleos vão
afundar na água

CRISTALIZAÇÃO/TEMPERATURA DE CONGELAMENTO DA SALMOURA


Cloreto de Sódio (NaCl) Cloreto de Cálcio (CaCl2) Cloreto de
Cálcio/Brometo de
Cálcio (CaCl2/Br2)
Densidade Cristalização/ Densidade Cristalização/ Densidade Cristalização/
Ponto de Ponto de Ponto de
Congelamento Congelamento Congelamento

ppg ºF ºC ppg ºF ºC ppg ºF ºC


8,5 29 -1,6 8,5 30 -1,1 12,0 54 12
9,0 19 -7,2 9,0 21 -6,1 12,5 57 13,8
9,5 6 -14,4 9,5 9 -12,7 13,0 59 15
10,0 25 -3,8 10,0 -8 -22,2 13,5 61 16,1
10,5 -36 -37,7 14,0 64 17,7
11,0 -22 -30 14,5 65 18,3
11,5 1,6 35 15,0 67 19,4

SEGURANÇA DOS FLUIDOS EM GERAL


As seguintes diretrizes de segurança se aplicam no trabalho com fluidos de salmoura.
• Todos os funcionários devem ser avisados dos perigos envolvidos no manuseio e mistura de
fluidos. As informações podem ser encontradas nas Fichas de Informação de Segurança de
Produtos Químicos (FISPQ) no local.
• Roupas de proteção, óculos, máscara de respiração, luvas de vinil ou borracha, aventais e
botas de borracha, devem ser usados no manuseio e na mistura de produtos químicos.
• Quando produtos químicos são misturados com líquidos, os produtos químicos devem ser
adicionados ao líquido, não o contrário.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 43


• Tenha sempre estações de lavagem de olho e pele perto dos funis de mistura.
• No contato com olhos e pele, comece imediatamente a limpar com água e registrar o incidente
ao supervisor para maiores instruções.
• Jatos de tanques e pistolas de mistura devem ser guardados em um lugar seguro quando não
estiverem sendo usados a fim de evitar derramamentos acidentais e sprays.
• Materiais de saco devem se empilhados em uma altura razoável para minimizar o manuseio e
os riscos.

EXERCÍCIOS
1. Quais das seguintes operações caem na categoria de “estimulação”?
A. Fraturamento
B. Acidificação
C. Canhoneio
D. Ambas A e B

2. Qual é o resultado possível se o agente de sustentação for deslocado demais durante uma
operação de faturamento?
A. Excesso de água vai invadir a formação
B. As fraturas podem se fechar novamente perto do poço.
C. Uma quantidade insuficiente de agentes de sustentação vai entrar na formação.
D. Pressão alta de fraturamento pode apresentar riscos à segurança.

3. O que é um trabalho com ácido “matrix”?


A. Ácido é bombeado a uma pressão limitada para limpar a face dos canhoneados.
B. Ácido clorídrico é bombeado com a pressão que fratura da formação.
C. Trabalhos com aço que usam ácido fórmico.
D. Trabalhos com ácido “matrix” usam mais inibidores corrosivos do que outro tipo de
acidificação.

4. Qual é a principal consideração ao fazer uma operação de workover ao invés de abandoná-lo?


A. Disponibilidade das unidades de workover na área.
B. Condição dos equipamentos de revestimento e produção.
C. Economia
D. Informações geológicas atuais.

5. O que causa o cone de água e/ou gás?


A. Um método usado para consertar revestimento de produção danificado.
B. O resultado da mistura da água da formação com o óleo conforme um poço é produzido.
C. Uma técnica especial usada nas operações de tamponamento e abandono (P&A).
D. É a tendência dos fluidos de reservatório de se moverem em direção a uma área de
pressão reduzida.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 44


6. Que tipo de compressão de cimento é feita sem a instalação de um packer?
A. Hesitation squeeze
B. Brandenhead squeeze
C. Squeeze de circulação
D. Todas acima

7. Alguns poços são completados em várias zonas. Que zona de produção é normalmente completada
primeiro?
A. A zona mais baixa.
B. A zona mais alta.
C. A zona com a pressão de reservatório mais alta.
D. A zona com a pressão de reservatório mais baixa.

8. Qual é o número mínimo de barreiras de controle do poço que devem estar presentes em um poço
antes que uma árvore de natal (produção) seja removida?
A. Um
B. Dois
C. Três
D. Quatro

9. Quais são os tipos de válvulas de segurança do fundo do poço que estão comumente disponíveis?
A. Tubo recuperável
B. Wireline recuperável
C. Válvula de abertura plena
D. Ambas A e B

10.Qual o termo comum de workover usado para descrever a circulação reversa?


A. O “short way”
B. O “longway”
C. O “backside”
D. O “método do espaço anular”

11.Qual é o método de controle do poço exerce a maior pressão sobre o espaço anular?
A. O método do sondador
B. O método do engenheiro
C. Circulação reversa
D. O método volumétrico

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 45


12.Por que é considerado boa prática isolar alguma pressão no revestimento (espaço anular) ao
planejar o bullheading em um poço completado?
A. Para testar o packer
B. Para apoiar a tubulação
C. Para monitorar a operação para possíveis problemas no fundo do poço.
D. Todas acima

13.O objetivo ao selecionar taxas de bombeio para a operação de bullheading é garantir que o
fluido bombeado alcance o fluxo ________________ a fim de superar a migração do gás.
A. Plug
B. Laminar
C. Stream line
D. Turbulento

14.Por que os fluidos de salmoura são frequentemente usados nas operações de workover?
A. Salmouras são baratas
B. Salmouras são essencialmente livres de sólidos.
C. Salmouras tem maior estabilidade de temperatura.
D. Salmouras não são corrosivas.

15.Qual afirmação abaixo é verdadeira no que diz respeito aos fluidos de workover de salmouras?
A. Conforme a pressão no fundo do poço aumenta, a densidade efetiva da salmoura também
aumenta.
B. Fluidos de salmoura não são seriamente afetados pela temperatura.
C. Conforme a temperatura no fundo do poço aumenta a densidade da salmoura é reduzida.
D. A viscosidade dos fluidos e a força gel são considerações básicas ao trabalhar com fluidos
de salmoura.

Controle de Pressão para Perfuração/Operações de Workover Controle de Pressão 11 - 46


Appendix A-1 Well Diagrams
Subsea 3
Linhas de Superfície bbls Bomba
Mesa Rotativa -
Fundo do Mar ft
Air Gap 60 ft
ID do Riser 20 pol
Capacidade do
Riser 0,38858 bbls/ft
ID da Choke 3 pol

Comprimento da
Choke e Kill Line 3500 ft
Tanque Ativo 300 bbls
Capacidade da ANULAR Peso da Lama Atual 10 ppg
Choke e Kill Line 0,00874 bbls/ft
Tanque Reserva 300 bbls
Peso da Lama no Tanque
10 ppg
ANULAR Reserva

Revestimento
GAVETA
OD 10,75 pol
Bomba 1 / Triplex Bomba 2 / Triplex
ID 9,95 pol
GAVETA 6,5 X 12 6,5 X 12
Capacidade 0,0962 bbls/ft
Deslocamento Deslocamento
Peso 45,5 lbs/ft GAVETA 0,123 bbl/stk 0,123 bbl/stk
Grau C95 GAVETA Máxima Pressão de Máxima Pressão de
Bombeio Bombeio
Limite de Escoamento
10000 psi 10000 psi
(100%) 7160 psi
Comprimento MD 5500 ft
Comprimento TVD 5500 ft
Pressão Máxima do
BOP 10000 psi
Drill Pipe
OD 5 pol ID 4,276 pol Leak - Off Test
Peso de Lama do
Peso 19,5 lbs/ft Teste 9 ppg
Capacidade 0,01776 bbl/ft Comp. 7386 ft Peso de Lama de Fratura
MAMW 14,3 ppg
Deslocamento/Metal 0,00652 bbl/ft
Leak - Off Test Pressure
Heavy Weight Drill Pipe
Pressão 1505 psi
OD 5 pol ID 3 pol
Peso 49,3 lbs/ft
Profundidade da Sapata no Teste
Capacidade 0,0088 bbl/ft Comp. 720 ft

Deslocamento/Metal 0,0179 bbl/ft TVD do Teste 5500 ft RKB

Profundidade do Poço
Drill Collars
TVD 9000 ft
OD 6,25 pol ID 2,78 pol
Peso 82,6 lbs/ft MD 9000 ft
Capacidade 0,00751 bbl/ft Comp. 900 ft
Dimâmetro do Poço (Broca) 8,5 pol
Deslocamento/Metal 0,03054 bbl/ft
Capacidade do Poço 0,07019 bbl/ft
6/19/14 1:48 PM
Apêndice B: FÓRMULAS
Folha de Fórmulas
1. Gradiente de pressãopsi/ft = Peso específico da Lamappg x 0,052 ou pressão psi ÷ TVD ft

2. Peso específico da lamappg = Gradientepsi/ft ÷ 0,052 ou pressão hidrostáticapsi ÷ 0,052 ÷ TVD de interesseft

3. Pressão hidrostáticapsi = Peso específico da lamappg x 0,052 x TVD ft ou Gradiente de pressãopsi/ft x TVD ft

4. Capacidade interna bbl/ft


=diâmetro interno (ID)2 ÷ 1029,4

2 2
5. Capacidade do Anularbbl/ft = [diâmetro interno (ID) – Diâmetro externo(OD) ] ÷ 1029,4

2 2
6. Deslocamento do tubo bbls/ft = (OD – ID) ou Peso do tubo lb/ft ÷ 2,747
÷1,029.4
7. Pressão da Formação psi = pressão hidrostática na coluna de perfuração psi + Sidpp psi

8. Vazão da bomba bbls/min = Vazão da bomba bbls/stk x taxa da bomba spm

9. Peso específico da Lama de Matarppg = (Sidpp psi ÷ 0,052 ÷ TVD ft ) + Peso específico da Lama Atual ppg

10. Pressão Inicial de Circulação (PIC) psi = Pressão Reduzida de Circulação (PRC) psi + SIDPP psi

11. Pressão Final de Circulação (PFC) psi = PRC x Peso específico da lama de matar ppg ÷ Lama atual ppg

da
12. Lama de Killequivalente
Densidade ppg ÷ CMW ppg
de circulação ppg = (Perda de carga no anular psi ÷ 0,052 ÷ TVD ft) + lama atual ppg

13. Altura do influxo (poço vertical) ft = Volume do kick bbls ÷ Capacidade do Anularbbl/ft

14. Densidade do influxo ppg = Lama atual ppg – [(SICP PSI – SIDPP psi) ÷ (altura do influxo ft x 0,052)]

15. Nova pressão da bombapsi com nova taxa da bomba spm = (nova taxa÷ taxa antiga)2 x pressão
psi
atual

16. Nova pressão da bombapsi com novo peso específico da lamappg = (novo peso específico da lama ppg ÷
antigo peso específico da lama ppg) x pressão atual psi

17. Máximo Peso de Lama Admissível (ρfratura) ppg =


(Pressão do Teste LOT psi ÷ 0,052 ÷ profundidade do teste TVD ft) + peso do fluido no teste ppg

18. MAASP psi = (ρfratura ppg – peso de fluido atual ppg) x 0,052 x TVD da sapataft

19. Peso equivalente de fluidoppg = (pressão psi ÷ 0,052 ÷ TVD ft) + peso de fluido atual ppg

20. Pressão do Testepsi = (Peso específico da lama equivalenteppg – peso atual ppg) x 0,052 x TVD da sapata ft
21. Queda de pressão por pépsi/ft (manobra com tubo seco) =(Gradiente psi/ft x Deslocamento de Metal bbl/ft) ÷
(Capacidade do Revestimentobbl/ft – Deslocamento de Metal bbl/ft)

22. Queda depressão por pépsi/ft (manobra com tubo molhado =


[Gradientepsi/ft x (Deslocamento de Metal bbl/ft + Capacidade do tubobbl/ft)] ÷ Capacidade do Anular bbl/ft

23. Quantidade de barris para preencher manobrando tubo seco bbls = deslocamento do tubo bbl/ft x
Comprimento puxado ft

24. Quantidade de barris para preencher manobrando tubo molhado bbls = (deslocamento do tubo bbl/ft +
Capacitdade do tubobbl/ft) x Comprimento puxado ft

25. Strokes para preencher stks = Quantidade de barris para preencher bbls ÷ capacidade da
bombabbls/stk
26. Volume de queda no drill pipe quando a lama pesada é bombeada bbls =
[(Peso específico da lama pesadappg – Peso específico da lama atual ppg) x Volume de lama pesada bbl] ÷
Peso específico da lama atual ppg

FÓRMULAS SUBSEA
1. Perda de pressão hidrostática no caso de perda do Riser psi =
[(Peso específico da lama no riser ppg – água do marppg) x Profundidade da água ft x 0,052] + [MW ppg x
Folga ft x 0,052]

2. Margem de segurança do riser ppg = diferencial de pressão psi ÷ (TVD ft – Profundidade da Água ft –
Folga ft) ÷ 0,052

FÓRMULAS DE SNUBBING
1. Área in2 = diâmetro in2 x 0.7854

2. Força lbs = Área in2 x pressão psi

3. Ponto de balanceamento ft = (Força lbs + Atrito lbs) ÷ Peso efetivo do tubo lbs/ft

4. Fator de Flutuabilidade = (65.4 – Densidade do fluido ppg) ÷ 65.4

5. Cálculo do peso efetivo do tubo

A. Peso efetivo do tubo cheiolb/ft = Peso do tubo no Ar lb/ft x Fator de flutuabilidade

2
B. Peso efetivo do tubo vazio lb/ft = Peso do tubo no Ar lb/ft – [(OD x 0.0408 x ρ ppg)]

C. Peso efetivo do tubo cheio com diferentes densidades=


Peso do tubo lb/ft – [(OD2 x 0.0408 x ρ ) + (ID
1
2
x 0.0408 x ρ )] 2
6. Capacidade total de elevação lbs = Diâmetro do cilindro in2 x 0.7854 x pressão hidráulica psi x número de
cilindros

7. Capacidade Snubbing lbs = (Diâmetro do cilindro in2 – diâmetro da haste in2) x 0.7854 x pressão
hidráulica psi x número de cilindros

FÓRMULAS WORKOVER
1. Amortecimento por água ft = (Pressão da formação psi – diferencial de pressão psi) ÷ Gradientepsi/ft

2. Requisitos para o Fluido bbls = Amortecimento por água ft ÷ Capacidade do tubo bbls/ft

3. Capacidade do tanque retangular bbls/ft = (Comprimento ft x Largura ft) ÷ 5.61 (Para barris por polegada, dividir
bbls/ft por 12)

4. Altura vertical ft = pressão psi ÷ 0,052 ÷ Peso específico da Lama ppg

5. Volume bbls = Capacidade do tubo bbls/ft x Comprimento do tubo ft

6. Lei de Boyle = p1 x V1 = p2 x V2 ou p1 x V1 ÷ p2 = V2 ou p1 x V1 ÷ V2 = p2
Apêndice C: Manobra Seca
Manobra Seca a
O primeiro passo para calcular a densidade de tampão é decidir qual extensão do drillpipe vazio
que a mesma ocuparia, ou quanto o tampão cairia? A densidade de tampão necessária para
alcançar a queda em um sistema balanceado pode ser estimada quando a queda do tampão for
determinada.

Considere o seguinte:
• Drillpipe 5”, 19.5 lbs/pé, capacidade de 0.01745 bbls/pé, (com tool joints)
• Um tanque de tampão com 25 barris, disponível para a bomba
• Peso específico da lama 12.0 ppg

1. Determine o comprimento aproximado de 25 bbl de tampão no drillpipe 5”.


bbls ÷ capacidade de bbls/pé = pés
25 ÷ 0.01745 = 1,433 pés.

Uma junta do drillpipe de classificação II tem aproximadamente 31 pés, portanto se a plataforma


puxar três juntas por seção, uma seção terá aproximadamente 93 pés de comprimento. Suponha
que uma queda de tampão de aproximadamente 150 pés seja desejada.

2. Determine a densidade de tampão necessária para gerar uma queda de 150 pés.
MW x [(queda de tampão ÷ comprimento de tampão) + 1] = densidade de tampão
12.0 x [(150 ÷ 1,433) + 1] = 13.25 ou 13.3 ppg

Quando a conexão for desfeita e o tampão cair 150 pés, aproximadamente 2.6 bbls irão retornar
para os tanques.
(150 x 0.01745 = 2.6175)

Enquanto a queda de tampão desejada e o diâmetro do tubo permanecerem constantes, a razão


entre a queda de tampão e seu comprimento pode ser considerada um valor constante e usado
para várias densidades como mostram os exemplos abaixo. A constante para o poço de exemplo é:
(150 ÷ 1,433) + 1 = 1.10467

Considerando 150 pés de queda, determine as densidades de lamas pesadas necessárias em


sistemas com 9.0 ppg, 14.0 ppg, e 16.0 ppg, respectivamente.
Sistema com 9.0 ppg x 1.10467 = 9.94 ou 10.0 ppg de tampão
Sistema com 14.0 ppg x 1.10467 = 15.46 ou 15.5 ppg de tampão
Sistema com 16.0 ppg x 1.10467 = 17.67 ou 17.7 ppg de tampão

Conforme a densidade do sistema aumenta, um tampão mais pesado é necessário para realizar a
mesma queda de 150 pés. A fim de manter a mesma queda de tampão, com pesos de lama
maiores, um volume maior ou uma densidade maior de tampão faz-se necessário. Suponha que o
volume de tampão seja aumentado de 25 para 30 barris.
A quantidade de tampão no drillpipe é 30 ÷ 0.01745 = 1,719 pés
Razão da fórmula com o tampão mais longo: (150 ÷ 1,719) + 1 = 1.08726
Sistema com 9.0 ppg x 1.08726 = 9.8 ppg de tampão
Sistema com 14.1 ppg x 1.08726 = 15.3 ppg de tampão
Sistema com 16 ppg x 1.08726 = 17.4 ppg de tampão

O acréscimo de 5 barris faz pouca diferença nos requisitos de densidade, embora o tampão ocupe
286 pés a mais do drillpipe (1,719 – 1,433 = 286).

Se os tampões forem misturados de acordo com estas diretrizes, então haverá pouco a ser feito
pelo responsável por misturar as mesmas. Existem, no entanto, outros fatores que influenciarão a
eficácia dos tampões.

O tubo em “U” deve ser balanceado antes do tubo receber o tampão. Uma diferença de 0.2 ou 0.3
ppg entre o peso específico da lama na flowline e o peso específico da lama descendo pelo poço
pode fazer uma diferença considerável na queda do tampão. Se o sistema for conhecido, estiver
fora de equilíbrio e não puder haver circulação, então será necessária uma maior quantidade de
tampão ou um tampão mais pesado que o normal. A melhor solução é circular o anular, limpando-o
antes de introduzir o tampão no tubo.

E tampão deve ser deslocado adequadamente. Se o sondador abandonar o tampão acima da mesa
rotativa, o fluido não irá cair e a conexão será desfeita com lama. Da mesma forma, se o tampão
for excessivamente deslocado, isto será ineficaz. Erros no deslocamento do tampão são bastante
comuns. É por isto que algumas equipes parecem ter mais problemas na introdução do tampão no
tubo que outras.

• Informe-se, ou calcule o volume das linhas do tanque de tampão para a mesa rotativa.
Quando um volume exato tiver sido determinado, divulgue-o em barris e strokes da bomba
para que todos os sondadores procedam com seus tampõess da mesma maneira. Usar tempo
ao invés de strokes como guia não é exato.
• Quando a eficiência da bomba é verificada (como quando batendo um plug de cimentação),
aplica-se a eficiência da bomba revisada para o processo de introdução de tampão.
• Calcule e divulgue a informação necessária para fabricar um bom tampão sob condições
diferentes diversas. Isto deverá incentivar a equipe da sonda a seguir os mesmos
procedimentos.
• Na maior parte dos casos, não é uma boa prática misturar o tampão muito antes do seu uso.
Se ele tiver que ser misturado com antecedência, uma boa agitação é obrigatória.
• Certifique-se de que o peso específico da lama que estiver retornando pelo anular é tão
preciso quanto possível, antes de fabricar o tampão, e esteja certo de que o tampão será
cuidadosamente pesado poucos minutos após a mistura da barita.
• Agite ou mexer o tampão constantemente.
• Misture, ao invés de despejar a barita dentro do funil. O ato de despejar causa decantação e
pesos imprecisos. Isto também pode obstruir os bicos da broca.
• Se a descarga do funil dentro do tanque de tampão estiver diretamente acima da sucção,
monte uma espécie de proteção contra o respingo. Descarregar diretamente no topo da
sucção causará aeração, que por sua vez resultará em pesos imprecisos e bombeamento
ineficiente.
• ,
A melhor viscosidade para um tampão é aproximadamente a mesma do sistema de lama. Se a
viscosidade do tampão for um problema, solicite ao engenheiro de lama que recomende o melhor tipo
e quantidade de diluente necessário para ajustar a sua viscosidade.

• É uma boa ideia estimar a quantidade de barita que será necessária para fabricação do tampão.
Misture a quantidade estimada, ou um pouco menos; deixá-la misturar bem e então pesar o
tampão.

Se a barita estiver embalada em sacos de 100 libras, então cerca de 60 sacos irão aumentar a
densidade de 100 barris em 1.0 ppg. Uma quantidade de 25 barris de tampão deve exigir cerca de
¼ no máximo, ou aproximadamente 15 sacos. Estimar o tanque de surgência, misturar cerca de
15 sacos e pesar o tampão. Misturar desta forma será mais rápido, menos trabalhoso e mais
econômico.

Existem várias operações e condições que podem fazer com que a introdução de tampão no tubo
seja difícil ou inviável, não importa quão cuidadosa e consciente seja a equipe. Operações de
pescaria, com colunas mistas longas, muito pequenas ou bicos parcialmente obstruídos e queda de
lama extremamente viscosa incluem-se nesta categoria. Nestes casos, o sondador deve ser
paciente e tentar variar suas técnicas, buscando a combinação certa.
Apêndice D:Procedimentos para Testes
de Equipamentos
Procedimentos para Testes de Equipamentos .
Os procedimentos a seguir são trechos extraídos da API RP 53 e são diretrizes gerais apenas, e não devem
ser confundidos com qualquer política governamental, estadual ou da empresa. Nos preventores de superfície,
o sistema de fechamento deve ser capaz de fechar cada preventor de gaveta dentro de 30 segundos e não
deve exceder 30 segundos para preventores anulares menores que 20 polegadas ou 45 segundos para
aqueles maiores que 20 polegadas. Para preventores submarinos, cada gaveta deve fechar dentro de 45
segundos e preventores anulares dentro de 60 segundos.

Requesitos para a Unidade de Fechamento

O teste da capacidade da bomba da unidade de fechamento deve ser realizado em cada poço, antes do teste de
pressão do conjunto do BOP. Um teste típico englobaria o seguinte:

1. Posicione uma junta de drillpipe no conjunto do BOP.


2. Isole os acumuladores do manifold de fechamento da unidade, fechando as válvulas
necessárias.
3. Se as bombas forem acionadas por ar, isole o sistema de ar da plataforma das
bombas. Um tanque de armazenamento de ar separado da unidade de fechamento ou
banco de cilindros de nitrogênio deve ser usado para alimentar as bombas durante
este teste. Se uma fonte de sistema de energia dupla for usada, cada fonte de
energia deve ser testada separadamente.
4. Simultaneamente, gire a válvula de controle do preventor anular para a posição
fechada e gire o controle da válvula controlada hidraulicamente (HCR) para a posição
aberta.
5. Registre o tempo, em segundos, para as bombas fecharem o preventor anular,
abrirem a válvula controlada hidraulicamente e registre a pressão remanescente. A
API recomenda que este tempo não exceda dois minutos.
6. Feche a válvula controlada hidraulicamente e abra o preventor anular. Abra o sistema
acumulador para a unidade de fechamento, carregue o sistema de acordo com a
pressão de operação e registre o tempo necessário para fazer isto.

Teste de Fechamento do Acumulador

A ser realizado com base no poço antes do teste do conjunto do BOP. Segue um procedimento de teste típico:

1. Posicione uma junta de drillpipe no conjunto do BOP.


2. Feche o fornecimento de energia para as bombas do acumulador.
3. Registre as pressões iniciais do acumulador. Ajuste o regulador do anular para 1.500
psi ou para a pressão designada.
4. Dependendo da política, realize as funções requeridas. Por exemplo, s API exige um
padrão mínimo para o fechamento do anular; uma gaveta de tubos, e uma válvula da
linha de choke hidráulica.
5. Registre o tempo necessário para o fechamento dos acumuladores e a pressão do
acumulador final. A pressão final não deve ser inferior a 200 psi acima da pressão de
pré-carga. Nota: Algumas agências reguladoras exigem o mínimo de 200 psi acima
da pressão de pré-carga.
6. Depois que os preventores tiverem sido abertos, recarregue o sistema acumulador
para a pressão de operação designada e registre o tempo para a completa
energização.
Tabela 1
PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA TESTES DE PRESSÃO
UNIDADES TERRESTRES E ANCORADAS

TESTE INICIAL (antes da fase de início da perfuração, na instalação)


Componente a ser testado Recomendado Teste de Recomendado Teste de Alta
Baixa Pressão, PSI Pressão, PSI
1. Cabeça rotativa 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Opcional

2. Componente diverter Mínimo 200 (1.38 MPa) Opcional

3. Preventor anular Mínimo 70% da pressão de trabalho do


• Câmaras de Operação 200 -300 (1.38 – 2.1 MPa) anular do BOP
N/A Mínimo 1.500 (10.3 MPa)

4. Preventores de gaveta
• Tubulação fixa 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Pressão de trabalho das gavetas
• Diâmetro variável 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) do BOP
• Cega/cega cisalhante 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Pressão de trabalho das gavetas
• Câmaras de Operação N/A do BOP
Pressão de trabalho das gavetas
5. flowlines do Diverter Teste de fluxo N/A
do BOP
6. Linha & válvulas do Choke 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Máx. pressão
Pressão de operação
de trabalho recomendada
das gavetas do BOP
pelo fabricante da gaveta do BOP
7. Linha e válvulas de Kill 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Pressão de trabalho das gavetas do BOP

8. Choke manifold
• À montante da última válvula de 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Pressão de trabalho das gavetas do BOP
alta pressão 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Opcional
• À jusante da última válvula de alta
pressão
9. Sistemas de Controle do BOP
• Linhas do Manifold& BOP N/A Mínimo 3.000 (20.7 MPa)
• Pressão do Acumulador Verificar pré-carga N/A
• Tempo de fechamento Teste funcional N/A
• Capacidade da bomba Teste funcional N/A
• Estações de controle Teste funcional N/A
10. Válvulas de Segurança
• Kelly, válvulas kelly& válvulas de 200 – 300 (1.38 – 2.1 MPa) Pressão de trabalho do componente
segurança do piso
11. Equipamentos auxiliares
• Separador de Lama/gás Teste de fluxo N/A
• Tanque de manobra, sensor de Teste de fluxo N/A
fluxo, etc.
* O teste de baixa pressão deve ser estável por pelo menos 5 minutos.
* O teste de alta pressão deve ser estável por pelo menos 5 minutos.
* Testes como os de fluxo devem possuir duração suficiente para que se possa observar vazamentos significativos.
* Muitas plataformas podem ter um equipamento de controle de poço com pressões de trabalho com taxas
superiores às do local requerido. Os requisitos de teste específicos do local devem ser considerados para estas
situações.
Tabela 2
PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA TESTES DE PRESSÃO
UNIDADES TERRESTRES E ANCORADAS

TESTE SUBSEQUENTE(Não exceder21dias)


Componente a ser testado Recomendado Teste Recomendado Teste de
de BaixaPressão,PSI AltaPressão,PSI
1.Cabeça rotativa N/A Opcional

2. Componente diverter Opcional Opcional

3. Preventor anular 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Mínimo 70% da pressão de trabalho do
• Câmaras de Operação N/A anular do BOP
N/A
4. Preventores de gaveta Maior que a máxima pressão de
• Tubulação fixa 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) fechamento prevista na
superfície
• Diâmetro variável 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
fechamento prevista na
• Cega/cega cisalhante 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa)
superfície
Maior que a máxima pressão de
• Revestimento (antes da operação Opcional
fechamento prevista na
de revestimento)
superfície
• Câmaras de operação N/A
Opcional
5. flowlines do Diverter Teste de fluxo N/A
N/A
6. Válvulas e linha do Choke 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
fechamento prevista na
7. Válvulas e linha de Kill 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
superfície
fechamento prevista na
8. Choke Manifold superfície
• À montante da última válvula de 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
alta pressão fechamento prevista na
• À jusante da última válvula de alta Opcional superfície
pressão
Opcional
9. Sistemas de Controle do
BOP N/A Opcional
• Linhas do Manifold& BOP Verificar pré-carga N/A
• Pressão do Acumulador Teste Funcional N/A
Teste Funcional N/A
• Tempo de fechamento Teste Funcional N/A
• Capacidade da bomba
Estações
• 10. de controle
Válvulas de Segurança
• Kelly, válvulas kelly& válvulas de 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
segurança do piso fechamento prevista na
11. Equipamentos auxiliares superfície
• Separador de Lama/gás Teste de Fluxo Opcional N/A
• Tanque de manobra, sensor de Teste de Fluxo N/A
fluxo,etc.

* O teste de baixa pressão deve ser estável por pelo menos 5minutos.
* O teste de alta pressão deve ser estável por pelo menos 5minutos.
* Testes como os de fluxo devem possuir duração suficiente para que se possa observar vazamentos
significativos.
*
Tabela 3
PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA TESTES DE PRESSÃO
BOP STACK SUBMARINO
TESTE INICIAL(Sistema diverterantes da fase de início da perfuraçãoe
outras,antes da descida do conjunto (stack)

Componente a ser testado Recomendado Teste de Recomendado Teste de


BaixaPressão,PSI AltaPressão,PSI
1. componente diverter Opcional Opcional
2. Preventor Anular 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Mínimo 70% da pressão de trabalho
• Câmaras de Operação N/A do anular do BOP
Mínimo de 1.500 (10.3MPa)
3. Preventores de gaveta
• Tubulação fixa 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho das
• Diâmetro variável 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) gavetas do BOP
• Cega/cega cisalhante 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho das
• Câmaras de Operação N/A gavetas do BOP
Pressão de trabalho das gavetas do
BOP
Máx.pressão de operação
recomendada pelo fabricante da
gaveta do BOP
4. Do BOPpara o conector 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho das gavetas do
dacabeça do poço BOP
5. Flowlines do Diverter Teste de fluxo N/A

6. Válvulas & Linhas do 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho das gavetas do
Choke&kill BOP
7. Choke Manifold
• À montante da última válvula de 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho das gavetas do
alta pressão 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) BOP Opcional
• À jusante da última válvula de
alta pressão
8. Sistemas de controle do
BOP N/A Mínimo de 3.000 (20.7MPa)
• Manifold Verificar pré-carga N/A
• Acumulador de Pressão Teste funcional N/A
• Tempo de fechamento Teste Funcional N/A
• Capacidade da bomba Teste Funcional N/A
Estações de
9. •Válvulas decontrole
segurança
• Kelly, válvulas kelly&válvulas de 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Pressão de trabalho do componente.
segurança do piso

10. Equipamento auxiliar 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Opcional


• Slipjoint do riser Teste de Fluxo N/A
• Separador de Lama/gás Teste de Fluxo N/A
• Tanque de manobra, sensor de Teste de Fluxo N/A
fluxo,etc.
* O teste de baixa pressão deve ser estável por pelo menos 5minutos.
* O teste de alta pressão deve ser estável por pelo menos 5minutos.
* Testes como os de fluxo devem possuir duração suficiente para que se possa observar vazamentos
significativos.
* Muitas plataformas podem ter um equipamento de controle de poço com pressões de trabalho com taxas
superiores às do local requerido. Os requisitos de teste específicos do local devem ser considerados para
estas situações.
Tabela 4
PRÁTICAS RECOMENDADAS PARA TESTES DE PRESSÃO
BOP STACK SUBMARINO

Testes Subsequentes[(A)BOP Stackinicialmenteinstalado na cabeça do poço&(b)


Não exceder 21dias]
Componente a ser testado Recomendado Teste de Recomendado Teste de
BaixaPressão,PSI AltaPressão,PSI
1. componente diverter Opcional Opcional
2. Preventor Anular 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Mínimo 70% da pressão de trabalho
• Câmaras de operação do anular do BOP
N/A
N/A
3. Preventores de gaveta
• Tubulação fixa 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
fechamento prevista na
• Diâmetro variável 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) superfície Maior que a máxima
pressão de fechamento prevista
• Cega/cega cisalhante 200 -300 (1.38 – 2.1MPa)
na superfície
Maior que a máxima pressão de
• Câmaras de Operação N/A fechamento prevista na superfície
N/A

4. Do BOPpara oconector da 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
cabeça do poço fechamento prevista na
5. flowlines do Diverter Teste de fluxo N/A
superfície pressure.

6. Válvulas e Linhas do 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
Choke&kill fechamento prevista na
7. Choke Manifold superfície pressure.
• À montante da última válvula de 200 – 300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
alta pressão fechamento prevista na superfície
• À jusante da última válvula de Opcional Opcional
alta pressão
8. Sistemas de controle do
BOP N/A Opcional
N/A N/A
• Manifold
Teste funcional N/A
• Acumulador de pressão N/A
Teste funcional
• Tempo de fechamento Teste funcional N/A
• Capacidade da bomba
Estações de
• Válvulas
9. decontrole
segurança
• Kelly, válvulas kelly& válvulas 200 -300 (1.38 – 2.1MPa) Maior que a máxima pressão de
de segurança do piso fechamento prevista na
10. Equipamentos superfície
auxiliariares N/A N/A
pressure.
Slipjoint do riser Teste de fluxo
• N/A
Teste de fluxo opcional
• Separador de Lama/gás N/A
Tanque
•* O teste de de manobra,
baixa sensor
pressão devede
ser estável por pelo menos 5minutos.
fluxo,etc.
* O teste de alta pressão deve ser estável por pelo menos 5minutos.
* Testes como os de fluxo devem possuir duração suficiente para que se possa observar vazamentos
significativos.
*
Apêndice E: Abreviações

AppendixE-1 Abbreviations

Appendix_2014.indd 1 6/19/14 2:05PM


Abreviações
ΔP anular Perda de Carga no Anular
bbls/min Barris por minuto
bbls Barris
BHP Pressão no fundo do poço
BOP Preventor de Blowout
BPV Válvula de contrapressão
ECD Densidade equivalente de circulação
ρequivalente Peso da Lama Equivalente
EOT Extremidade do tubo
PFC Pressão Final de Circulação
FIT Teste da Integridade da Formação
FOSV (TIW) Válvula de segurança de abertura plena
PF Pressão da Formação
G Gradiente de Pressão (fluido)
HCR (válvula) Válvula Lateral do BOP
HOP Ponto Horizontal
PH Pressão Hidrostática
HPHT Alta pressão/alta temperatura
HWO Workover hidráulico

IBOP Preventor de blowout interno

PIC Pressão Inicial de Circulação


ID Diâmetro Interno
IY Escoamento interno
ρmatar Peso da Lama de Matar
KOP Ponto de Kick off
PRC Pressão Reduzida de Circulação
LOT Teste de Absorção (Leak-off test)
LWD Perfilagem Durante a Perfuração (Logging while drilling)
MAASP Pressão Máxima Admissível na Superfície Através do Espaço Anular
ρfratura Peso de Fratura
MD Profundidade medida
ρ Peso específico da Lama
MWD Medições durante a perfuração (Measure while drilling)
NRV Válvula sem retorno
OD Diâmetro Externo

Appendix_2014.indd 2 6/19/14 2:06PM


P&A Tamponar e abandonar
ppf Libras por pé
ppg Libras por galão
psi Libras por polegada quadrada
PWD Pressão durante a perfuração (Pressure while drilling)
SICP Pressão de fechamento através do revestimento (Shut in casing pressure)
SIDPP Pressão de fechamento através do drillpipe (Shut in drillpipe pressure)
stks/min Strokes da bomba por minuto
stks Strokes da bomba
TD Profundidade total
TIW (válvula) Texas Iron Works
TVD Profundidade vertical
UBD Perfuração em underbalance
WL Wireline

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