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A “Busca Ativa”, instituída pela Portaria nº 114/2022, do CNJ, irá

promover o encontro entre pretendentes habilitados e crianças e


adolescentes aptos à adoção. Que tem como objetivo localizar familias
para crianças mais velhas, ou para portadores de deficiências, ou para
grupos de irmãos, que se encaixam nas condições de “difícil colocação”.
De acordo com Walter Gomes de Souza, em seu artigo “Busca Ativa: À
Procura De Um Lar”, a busca ativa traz destaque para jovens de difícil
colocação que encaram barreiras no processo de adoção.
“A Busca Ativa nada mais é que
um instrumento
psicossocial idealizado para
conceder maior visibilidade às
crianças e aos adolescentes em
regime de acolhimento
institucional, privados do convívio
familiar e que esbarram em
enormes dificuldades que os
impedem de vivenciar uma
adoção. “

Para ele, o processo de busca ativa trata de crianças e jovens com


fragilidade emocional, que buscam o preenchimento no vazia que a falta
dos pais traz, que anseiam por afeto, carinho e segurança que somente
uma família pode proporcionar. Por isso é necessário que haja um meio
para que todos os orfãos possuam a oportunidade de passar por um
processo de adoção.

Embora seja considerado um meio urgente e desesperado, a busca ativa possuim


um sistema de classificação rigoroso sobre os interessados em adotar, logo que
trata-se de crianças e jovens com necessidades especiais.
A ampla exposição de crianças e adolescentes, nesse contexto, expondo
menores em sites onlines com suas fotos reduz esses indivíduos a meros
objetos. Segundo Amin (2016b, p. 101),
“O estigma do menor como objeto de
proteção parece conceder o direito de
tratar a criança e o adolescente como
bem se entender, sem enxergá-los
como pessoas, carecedoras de
tratamento digno e resguardo à sua
integridade física, psíquica e
intelectual.”
Mas de acordo com Walter Gomes de Souza, não se pode filiar tal
afirmação da objetificação do sujeito com o processo da busca ativa,
referindo ele ao chamado ‘test drive’, onde se caso houver uma
afinidade entre o autor do processo de adoção e o sujeito da adoção,
bem, caso não, poderá haver um processo de ‘devolução’.

Portanto, esse novo processo no meio de adoção abre novas portas


para jovens desesperançosos em encontrar lares, e classifica famílias
capacitadas para que disponibilizem o necessário para a integração
dessas crianças em suas novas realidades, proporcionando o objetivo
central da busca ativa, o bem comum para jovens estagnados no
processo de adoção.

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