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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CURSO DE NUTRIÇÃO

BRUNA LESSI GREGÓRIO REIS


CHRISTIANNE AUGUSTO
DANIELA LAGOS CERQUEIRA

Comparação da efetividade entre estratégias de


emagrecimento: dietoterapia x terapia medicamentosa

SÃO PAULO
2022
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BRUNA LESSI GREGÓRIO REIS


CHRISTIANNE AUGUSTO
DANIELA LAGOS CERQUEIRA

Comparação da efetividade entre estratégias de


emagrecimento: dietoterapia x terapia medicamentosa

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como exigência parcial para conclusão do
curso de Nutrição da Universidade Anhembi
Morumbi, sob orientação da Prof.ª Dra.
Karina Dantas Coelho.

SÃO PAULO
2022
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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à nossa orientadora, professora Karina Dantas


Coelho por toda paciência e dedicação ao nosso trabalho e por compartilhar seu
conhecimento conosco.

Agradecemos a todos os professores da Universidade Anhembi Morumbi por


todos os ensinamentos ao longo desses anos.

Aos professores que fizeram parte da banca de avaliação deste trabalho, por
todas as contribuições.

Agradecemos à nossa família por todo apoio e incentivo que muito contribuíram
para realização deste trabalho.

Aos maridos e filhos, que nos incentivaram nos momentos difíceis e


compreenderam nossa ausência enquanto nos dedicamos à realização deste trabalho.

E a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram com a


elaboração desse trabalho.
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RESUMO

Introdução: A obesidade e o excesso de peso aumentam a cada ano, trazendo grande


preocupação em âmbito mundial. Embora seja notável que o apelo e a preocupação com
o excesso de peso corporal estão pontualmente relacionados aos padrões estéticos, os
impactos à saúde devem ser considerados, visto que a obesidade pode ser fator
determinante para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e
está associada a alta mortalidade. A perda de peso intencional contribui para a prevenção
e manejo dessas condições, e deve ser orientada e acompanhada por profissional
qualificado. Além disso, tratamento com equipes multidisciplinares, associando terapias
nutricionais e fármacos visam aumentar a adesão ao tratamento e potencializar
resultados. O uso desses fármacos deve ser prescrito e acompanhado por médicos e não
anulam a importância da mudança do estilo de vida como adequação do padrão alimentar
e a prática regular de atividade física. Objetivo: Comparar a eficácia do tratamento
dietoterápico exclusivo no tratamento da obesidade versus as intervenções dietoterápicas
associadas às terapias medicamentosas. Material e métodos: Estudo de revisão
narrativa realizado por meio de revisão da literatura. Os critérios de inclusão foram artigos
publicados em 2012-2022, disponíveis na íntegra e escritos nas línguas portuguesa ou
inglesa, indexadas na base de dados da PUBMED, GOOGLE ACADÊMICO, SCIELO,
obtiveram-se 3.683 artigos. Após aplicação de filtros designados, remanesceram-se 1.821
artigos. Aplicando os critérios de inclusão e exclusão definidos, sobejaram-se 1.013
artigos. Seguida a leitura na íntegra, resultaram-se 34 artigos. Resultados e Discussões:
Nos últimos dez anos as dietas low carb, cetogênica, jejum intermitente, dieta do
mediterrâneo e dieta hipocalórica, vem sendo muito utilizadas como tratamento não
farmacológico da obesidade. Quando seguidas corretamente e associadas às mudanças
no estilo de vida, podem proporcionar resultados satisfatórios a longo prazo. Não existe
comprovação científica que possa avaliar qual intervenção nutricional é mais efetiva para o
tratamento da obesidade, pois é necessário acompanhar a perda e manutenção do novo
peso, porém considera-se que para seu controle é necessário contabilizar o total
energético ingerido por dia, bem como a distribuição dos macronutrientes das refeições
realizadas e diversificar estratégias nutricionais. Existem alguns fármacos que podem
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potencializar os resultados da perda de peso em pacientes portadores de obesidade,


quando prescritos e acompanhados por médicos, possuem efeitos satisfatórios. Os
fármacos não curam a obesidade, mas auxiliam no processo inicial de perda de peso.
Assim que o tratamento com o fármaco termina, se o paciente não for assistido por um
profissional qualificado e não seguir com as mudanças alimentares necessárias, pode
ocorrer reganho de peso. Os fármacos mais prescritos atualmente para o auxílio da perda
de peso são: Sibutramina, Duloxetina, Fluoxetina, Orlistate, Semaglutida e Topiramato,
sendo os últimos cinco fármacos prescritos como tratamento off label. Considerações
finais: Ao tratar da obesidade, o objetivo maior é a melhora da saúde e qualidade de vida,
visando à diminuição das doenças e o risco de óbito. Nesse sentido, o uso de fármacos
antiobesidade pode auxiliar, mas a alimentação equilibrada e mudanças no estilo de vida
devem ser priorizadas, para que ocorra perda de peso com qualidade e sem prejuízos à
saúde.

Palavra-Chave: Obesidade; Perda de peso; Dietoterapia; Fármacos antiobesidade.


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ABSTRACT

Introduction: Cases of obesity and excessive weight gain have increased each year
causing great anxiety, world widely. Although the appeal and the preoccupation with
excessive body weight is noticeable, the impacts related to health must be considered
since obesity could be the determining factor to the development of noncommunicable
chronic diseases and it is associated with high mortality rate. International weight loss
contributes to the prevention of these conditions and should be guided and assisted by a
qualified professional. In addition, treatment with multidisciplinary teams, associated with
nutritional therapies and medicaments, is used to increase the response to treatment
and potentialise its results. The use of these drugs must be prescripted and made under
medical supervision and they don't set aside the importance of a lifestyle change as an
adequation to the alimentary habits and the daily physical activity practice. Goal: The
efficiency of the exclusive diet therapy treatment against obesity in comparation with the
diet therapy interventions associated with drug therapies. Methods and Materials:
Studies of the narratives made by a revision of the literature. The inclusion methods
used were scientific articles published in 2012-2022, available and written in portuguese
or english, indexed in a database from PUBMED, GOOGLE ACADEMIC, SCIELO,
attaining 3.683 articles. After the application of designated filters, 1.821 articles
remained. Applying the criterias of inclusion and exclusion, 1.013 articles remained.
After another criterial reading, 34 articles remained. Results and Discussions: In the
last 10 years, low carb diets, ketogenic, intermittent fasting, mediterranean diets and
hypocaloric diets have been much used as a non pharmacological treatment to obesity.
When those strategies are used the right way and associated with lifestyle changes ,
they are able to promote satisfactory long term results. There is no scientific evidence
that can evaluate which nutritional intervention is the most effective to the obesity
treatment, because the evaluation of the weight loss and the weight maintenance is
necessary, although it is considered that the accounting of the daily calorie digest is
necessary as well as a distribution of the macronutrients per meal and diverse the
nutritional strategies. There are a few medicaments that can be used to potencialize the
results of weight loss in obese pacients, when those are prescribed and used under
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medical supervision, they bring satisfactory results. Drugs are unable to cure obesity, but
are able to assist in the initial process of weight loss. As soon as the pharmacological
treatment ends, if the patient is unassisted by a highly qualified professional and does
not follow the necessary dietary changes, there can occur a weight regain. The most
prescribed medications, nowadays, that assist in the process of weight loss are:
Sibutramine, Dulolexitine, Fluoxetine, Orlistate, Semaglutide, and Topiramate. Those
medications are used as an off label treatment. Final Considerations: While treating
obesity, the main goal is to improve health and life quality, in order to increase the
chances of acquiring diseases and obit risk. As a result, anti obesity medications can
assist in the weight loss process, although a balanced diet and lifestyle changes must
be the priority in order to occur weight loss with quality and without any harm to health.

Key Words: Obesity; Weight loss; diet therapy; anti-obesity medications.


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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Perímetro da circunferência da cintura segundo risco para a saúde.
Quadro 2: Tipo de dieta Low Carb segundo quantidade de carboidrato.
Quadro 3: Tipo de dieta Low Carb segundo quantidade de carboidrato. Medicamentos
utilizados para tratamento da obesidade comercializados com maior frequência nas
drogarias de Teresina - Piauí.
Quadro 4: Principais achados referentes aos tipos de dietoterapias e fármacos off label
usados para perda de peso.

LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Fluxograma de levantamento de bibliografia, (AUTORIA PRÓPRIA, 2022).
FIGURA 2: Pirâmide da Dieta Mediterrânea: Um estilo de vida para os dias de hoje.
Recomendação para população adulta.
FIGURA 3: Ozempic - Sistema de aplicação de agulha (Exemplo).
FIGURA 4: Efeito da Semaglutida uma vez por semana, em comparação com placebo,
no peso corporal.

LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Medicamentos utilizados para tratamento da obesidade comercializados
com maior frequência nas drogarias de Teresina.
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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

IMC Índice de Massa Corporal


DCNT Doenças Crônicas não Transmissíveis
DM2 Diabetes Mellitus tipo 2
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
DC Dieta Cetogênica
AG Ácidos Graxos
JI Jejum Intermitente
LC Dieta Low Carb
DCV Doenças Cardiovasculares
Scielo Scientific Electronic Library Online
VET Valor Energético Total
VLCD Very low-carbohydrate
MC Moderate-carbohydrate
ON Óxido nítrico
HbA1c Hemoglobina glicada
LDLox Lipoproteína de baixa densidade oxidada
TNF-α Fator de necrose tumoral
PCR Proteína-C reativa
ISRS Inibidor seletivo da recaptação de serotonina
SUS Sistema Único de Saúde Brasileiro
DXT Duloxetina
HDL Lipoproteína de baixa densidade
PURE Urban Rural Epidemiology
LDL Lipoproteína de baixa densidade
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................12
2. OBJETIVO................................................................................................................14
2.1 Objetivo Geral …......................................................................................................14
2.2 Objetivos Específicos ...………………………………........……..…..………..........….14
3. METODOLOGIA…………………...………………………………….…….…..............15
4. DESENVOLVIMENTO…………...…………………………………………........…...…16
4.1 Intervenções dietoterápicas para emagrecimento....................................................16
4.1.1 Tipos de dietas.......................................................................................................17
4.1.1.1 Dieta Low Carb…................................................................................................17
4.1.1.2 Dieta Cetogênica................................................................................................20
4.1.1.3 Jejum intermitente..............................................................................................21
4.1.1.4 Dieta Mediterrânea.............................................................................................22
4.1.1.5 Dieta hipocalórica………………...……………………………………........……….24
4.1.1.6 Panorama das dietas para perda de peso.........................................................26
4.2 Compreender o impacto da intervenção medicamentosa no tratamento da
obesidade.......................................................................................................................26
4.2.1 Tipos de Fármacos…………………..…………………............................................27
4.1.1.1 Duloxetina …………………………..………….....................................................27
4.2.1.2 Fluoxetina …………………………..……...…………...........................................28
4.2.1.3 Orlistate ………………………………………………............................................29
4.2.1.4 Semaglutida………………..……………………………........................................29
4.2.1.5 Sibutramina…………………..………………….………........................................33
4.2.1.6 Topiramato……………………………………………….........................................34
4.3 Efeitos da intervenção pela associação do tratamento dietoterápico farmacológico
no emagrecimento……………...…..…………….............................................................36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................41
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................42
12
12

1 INTRODUÇÃO

A obesidade e o excesso de peso são um grande desafio segundo dados da


Organização Mundial da Saúde (BRASIL,2020), os números aumentam a cada ano
trazendo preocupação em âmbito mundial. No Brasil, no ano de 2003 o índice de
obesidade em pessoas adultas chegou a 12,2%, já no ano de 2019 esse valor subiu
para 26,8%. No mesmo período, a prevalência entre pessoas adultas com sobrepeso
passou de 43,3% para 61,7% (BRASIL, 2019), valores que representam mais da
metade da população adulta em situação de sobrepeso ou obesidade.
A definição da obesidade é baseada de acordo com os cálculos de Índice de
Massa Corporal (IMC), equação válida para diagnóstico nutricional que se baseia no
peso total dividido pela altura ao quadrado. Valores de IMC menores que 18,5 kg/m2
são classificados como baixo peso, valores no intervalo entre 18,5 kg/m2 e 24,9kg/m2,
são classificados como eutrófico, valores de 25 a 29,9kg/m2 denomina- sobrepeso,
valores de 30kg/m2 a 34,9kg/m2 são considerados obesidade grau I, valores de 35,0 a
39,9kg/m2 denomina-se obesidade grau II, e valores iguais ou maiores de 40,0 kg/m2
são considerados obesidade grau III (OMS, 2004).
Embora seja notável que no século XXll o apelo e preocupação com o excesso
de peso corporal está pontualmente relacionado aos padrões estéticos, os impactos à
saúde devem ser considerados, visto que a obesidade pode ser fator determinante para
o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como dislipidemias,
hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus do tipo 2 (DM2), doenças
cardiovasculares (DCV), síndrome metabólica, câncer e está associada a alta taxa de
mortalidade, tanto em homens quanto em mulheres (VIANA; et al., 2013).
A perda de peso intencional contribui para a prevenção e manejo dessas
condições, tratamento com equipes multidisciplinares associando terapias nutricionais e
fármacos visam aumentar a adesão ao tratamento e potencializar resultados. No
presente trabalho discutiremos diferentes estratégias nutricionais como possíveis
intervenções nutricionais, são elas: Dieta Cetogênica (DC), Jejum Intermitente (JI),
Dieta Low carb (LC), Dieta Mediterrânea, Dieta Hipocalórica e a associação de
fármacos ao tratamento.
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Atualmente há uma crescente utilização de medicamentos para esta finalidade,


sabe-se que princípios ativos como sibutramina, orlistate, topiramato, fluoxetina,
semaglutida e duloxetina demonstram resultados satisfatórios na perda de peso
corporal (SANTOS et al., 2022). O uso desses fármacos deve ser prescrito e
acompanhado por médicos e não anulam a importância da mudança do estilo de vida
com prática regular de atividade física e adequação do padrão alimentar como
estratégia para manutenção do peso a longo prazo.
Considerando o sucesso do tratamento, foram pautados critérios para investigar
e certificar estratégias mais assertivas de modo a minimizar os efeitos deletérios à
saúde e promoção de saúde do público em questão (ROSMANINHO,2017).
14

2 OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar a eficácia do tratamento dietoterápico exclusivo no tratamento da


obesidade versus as intervenções dietoterápicas associadas às terapias
medicamentosas.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

● Avaliar a eficácia das intervenções dietoterápicas para o emagrecimento;


● Compreender o impacto da intervenção medicamentosa no tratamento da
obesidade;
● Descrever os efeitos da intervenção pela associação do tratamento dietoterápico e
farmacológico no emagrecimento.
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3 METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se por uma revisão narrativa com base em artigos
científicos publicados sobre obesidade, dietoterapia e tratamento medicamentoso
utilizados para perda de peso corporal.
Como critério de inclusão adotou-se artigos disponíveis em bases de dados
eletrônicas como Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed e Google
Acadêmico, publicados entre os anos de 2012 e 2022, em língua portuguesa e inglesa.
O processo de busca foi delimitado pelo uso dos seguintes descritores: perda de peso,
dieta low carb, dieta cetogênica, jejum intermitente, dieta mediterrânea, dieta
hipocalórica, fármacos antiobesidade, tratamento farmacológico, obesidade,
Topiramato, Fluoxetina, Duloxetina e Semaglutida.
Foram selecionadas pesquisas realizadas em humanos de ambos os sexos,
adultos (19 a 60 anos) sobre o tema central referente à obesidade, sobrepeso, perda de
peso e os efeitos dos fármacos. Foram excluídos artigos duplicados e estudos
realizados em animais, ou fora da faixa etária estabelecida. Concluída a seleção de
artigos, foi elaborado um fluxograma para a revisão com os seguintes dados:
identificação, triagem, elegibilidade e inclusão.
Figura 01: Fluxograma de levantamento de bibliografia
16

AUTORIA PRÓPRIA, 2022

4 DESENVOLVIMENTO

4.1 INTERVENÇÕES DIETOTERÁPICAS PARA O EMAGRECIMENTO

A obesidade é um problema de saúde pública a nível mundial, ao desencadear


complicações importantes de saúde como o desenvolvimento de doenças relacionadas
ao excesso de peso supracitadas, gera gastos elevados para o sistema de saúde em
diversos países.
Nos últimos 13 anos ocorreu aumento de 67,8% de pessoas com obesidade no
Brasil. Estima-se que no ano de 2025, 2,3 bilhões de adultos no mundo apresentem
excesso de peso, e 700 milhões estejam com obesidade (SWAROWSKY et al., 2012;
VIGITEL BRASIL, 2018; ABESO, 2020).
Para avaliar o risco cardiovascular de um indivíduo com IMC elevado, deve-se
considerar fatores como gênero, etnia, comorbidade e a distribuição de massa gorda
corporal. Para analisar a gordura visceral e, portanto, o risco cardiovascular associado
ao excesso de peso é utilizado a aferição do perímetro da circunferência da cintura
(SOUSA, 2014).
Quadro 01: Perímetro da circunferência da cintura segundo risco para a saúde.
17

Gênero Risco Risco muito aumentado


aumentado

Homens ≥ 94 cm ≥ 102 cm

Mulher ≥ 80 cm ≥ 88 cm
Fonte: Adaptado de Proceedings of the Nutrition Society, 2000.

A causa da obesidade é de origem multifatorial, complexa e envolve fatores


ambientais, genéticos, comportamentais, uterino, bioquímicos e endócrinos. Fatores
esses, que geralmente são negligenciados. Em termos fisiológicos a obesidade é
definida como um desequilíbrio energético entre as calorias consumidas e as calorias
despendidas ao longo do dia, possivelmente associado a ingesta de alimentos
hipercalóricos (ricos em açúcar e/ ou gorduras) e inatividade física.
Não existem evidências científicas para avaliar qual intervenção nutricional é
mais efetiva para o tratamento da obesidade, porém considera-se que para seu controle
é necessário contabilizar o total energético ingerido por dia, bem como a distribuição
dos macronutrientes das refeições realizadas e diversificar estratégias nutricionais.

4.1.1 TIPOS DE DIETAS

4.1.1.1 DIETA LOW CARB

A dieta Low Carb (LC) caracterizada pelo baixo teor de carboidrato ofertado,
tem seus primeiros registros na literatura em 1972 e continua ganhando notoriedade no
século XXI (OH; GILANI; UPPALURI, 2022), justificada pelo potencial impacto na perda
de peso corporal, visto que quando controlada a ingestão do macronutriente em
questão, é possível observar maior oxidação lipídica, aumento do gasto energético e
saciedade. Ressalta-se que a restrição dietética pode ocasionar balanço energético
negativo, que por sua vez é responsável diretamente pela perda de peso.
A restrição do carboidrato na estratégia dietética LC, consiste em até 26% do
valor energético total da dieta (VET) ou aproximadamente 130g/carboidrato/dia. Em
contrapartida, dietas normo glicídicas ofertam valores dentro do intervalo de 45% a 65%
do VET (INSTITUTE OF MEDICINE, 2013).
18

Segundo estudo realizado em indivíduos portadores de obesidade e


sobrepeso associados ao desenvolvimento de DCNT, a intervenção nutricional com
restrição de carboidrato por um período de 6 a 12 meses, mostrou-se eficaz para perda
de peso corporal a curto prazo (OH; GILANI; UPPALURI, 2022).
Essa prática obteve resultados positivos não apenas na redução de peso
corporal, como também na redução de massa gorda, perfil lipídico com aumento
significativo da lipoproteína de baixa densidade (HDL) e redução de triglicerídeos, além
de controle glicêmico (XAVIER, 2017).
Dietas com restrições mais severas deste macronutriente são descritas na
literatura como Very Low Carb Diet (VLCD) e além de apresentarem mudanças na
composição corporal, parecem influenciar positivamente no perfil bioquímico dos
indivíduos com redução significativa da glicemia em jejum e perfil lipídico (CORDEIRO;
SALLES; AZEVEDO, 2017).
Entretanto, deve-se considerar efeitos adversos à restrição exacerbada de
carboidratos, como diarreia, dores de cabeça, câimbras, dentre outros sintomas
relacionados ao padrão alimentar adotado, especialmente indivíduos em uso de
fármacos, estes por sua vez, devem ser acompanhados por profissionais de saúde, a
fim de evitar episódios de hipoglicemia, hipotensão e outras complicações (XAVIER,
2017).
Não foram encontrados dados consistentes que possam correlacionar efeitos
da restrição de carboidrato com o aumento do risco de mortalidade a longo prazo, em
contrapartida um estudo prospectivo Urban Rural Epidemiology (PURE), que contou
com 135.000 indivíduos de diversas nacionalidades, correlacionou aumento da
mortalidade entre os participantes com ingestão dietética maior de carboidrato quando
comparado aos adeptos a padrões dietéticos ricos em gordura (OH; GILANI;
UPPALURI, 2022).
Autores apontam efeitos negativos da estratégia nutricional LC, dentre eles o
cansaço excessivo quando exposto a exercícios físicos possivelmente causado pela
depleção do glicogênio muscular, reganho de peso após período de adaptação
metabólica, conhecido como catch up fat, além da baixa adesão às restrições
alimentares propostas (CORDEIRO; SALLES; AZEVEDO, 2017).
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Alguns indivíduos apresentaram aumento significativo da porção lipídica de


lipoproteínas de baixa densidade (LDL), justificado pela substituição de alimentos ricos
em carboidratos por aumento na ingestão de gorduras totais, inclusive saturadas
(XAVIER, 2017).

Quadro 2: Tipo de dieta Low Carb segundo quantidade de carboidrato


Dietoterapi Quantidade de carboidrato
a ofertado

VLCD < 10%/CHO/VET

LC <26%/CHO/VET

MC 26% - 44%/CHO/VET
Fonte: Adaptado de OH; GILANI; UPPALURI, 2022.

É muito importante trabalhar com o paciente sobre o princípio dos


macronutrientes, explicar os grupos alimentares e ao qual cada alimento pertence, bem
como a introdução e planejamento dos déficits de açúcar, como a sacarose, e controle
da ingestão de carboidratos. Pode-se iniciar a dieta low carb em um período de 2 a 4
semanas, com uma taxa moderada de 45% de carboidratos na ingestão energética
diária. Sobre os alimentos, orientar o paciente para que ele dê preferência a alimentos
integrais, que evite alimentos processados, de preferência vegetais que cresçam acima
do solo, pois contém menor taxa de carboidratos. Após o período das semanas
cetogênicas, pode-se acrescentar à dieta, os vegetais complexos e frutas de baixo
índice glicêmico e alto teor de fibras como as frutas vermelhas por exemplo, e se
restrito no período de introdução a dieta low carb os laticínios integrais, grãos integrais
e leguminosas nessa fase de manutenção pode-se acrescentá-los (OH; GILANI;
UPPALURI, 2022). Na fase de manutenção, o paciente pode optar por alimentos
permitidos para uma dieta low carb, que sejam de sua preferência, porém deve-se
manter os exames periódicos dos marcadores de riscos de doenças cardiometabólicas
e doenças cardiovasculares, com o acompanhamento de um profissional da área. Os
protocolos utilizados em cada uma dessas dietas, possuem diferentes quantidades de
carboidratos, não sendo possível fazer uma comparação exata de perda de gordura
corporal por paciente (OH; GILANI; UPPALURI, 2022).
20

4.1.1.2 DIETA CETOGÊNICA

Dietas restritas em carboidratos são frequentemente questionadas sobre sua


eficácia e efeitos adversos. Existe uma estratégia dietoterápica que consiste em
restrição severa de carboidratos, que originalmente foi indicada como um tratamento
não farmacológico da epilepsia e que atualmente tem sido muito indicada para perda de
peso, denominada Dieta Cetogênica (DC). Um estudo realizado em 2016, submeteu
indivíduos obesos à dieta cetogênica por 8 semanas. A perda de peso média foi de
aproximadamente 13,6 kg, mais ou menos 8,1%, sem afetar os marcadores de saúde
óssea (PEREIRA JÚNIOR et al., 2022).
Ela consiste em uma alimentação com elevado teor de gordura (acima de 60%
do valor energético total), restrita em carboidratos (aproximadamente de 50g/dia ou
10% do valor energético total), e com valores adequados de proteínas, minerais e
vitaminas. O objetivo dessa dieta é a produção de corpos cetônicos pelo organismo e,
consequentemente, a β-oxidação dos ácidos graxos (AG) a nível hepático e lipólise. O
cálculo dessa dieta é feito de maneira individualizada, levando em consideração as
necessidades energéticas de cada indivíduo. Em razão disso, alguns protocolos
permitem um aumento no limite de carboidrato desde que haja monitoramento das
cetonas urinárias por meio de tiras de teste. A dieta cetogênica baseia-se no consumo
de grande quantidade de gordura, alimentos fontes de proteínas de alto valor biológico
e baixas quantidades de vegetais e frutas. Os alimentos mais consumidos nesta dieta
são óleos, manteigas, natas, carnes e peixes gordos. Antes de iniciar este tipo de dieta
é necessária uma avaliação individual para que se possa excluir patologias que são
contra indicadas para a realização da mesma. O indivíduo não pode apresentar
nenhum tipo de doença relacionada ao transporte ou oxidação dos AG, já que os
principais alimentos dessa dieta são provenientes de gorduras. Esta dieta é
considerada relativamente complexa e difícil de seguir, sendo assim muito importante a
motivação e o apoio familiar para assegurar seu sucesso, e evitar possíveis efeitos
secundários (DA CUNHA VAZ DIAS, 2019).
21

Os efeitos adversos documentados de uma DC para tratamento da obesidade,


se restringem a sintomas relacionados ao período de adaptação, tais como dor de
cabeça, letargia e constipação. O principal benefício está relacionado a não
necessidade de uma restrição calórica, pois quem adere a esse tipo de dieta, tem a
sensação de diminuição do apetite, devido aos lipídios, corpos cetônicos e proteínas,
sendo assim o indivíduo consome uma quantidade menor de calorias. Desse modo, a
dieta cetogênica é mais uma opção na conduta nutricional, levando em conta a
necessidade e o estilo de vida e objetivo do paciente (PEREIRA JÚNIOR et al., 2022).

4.1.1.3 JEJUM INTERMITENTE.

O Jejum intermitente (JI) vem ganhando muita notoriedade nos últimos anos,
sendo uma estratégia utilizada para manutenção e recuperação da saúde, bem como
para perda de peso. A definição de JI é baseada em alternar períodos de ingestão
alimentar livre (ad libitum) - ou janela de alimentação, seguidos por privação total de
alimentos e bebidas que contenham calorias. Existem várias maneiras de realizar essa
dieta: jejum 1 a 4 dias por semana, jejum em dias alternados, jejum todos os dias por
um período de 14 a 20 horas/dia, jejum 5:2, onde a alimentação é realizada
normalmente durante cinco dias por semana, e a restrição alimentar ocorre dois dias na
semana (DA SILVA, V.O, 2021).
O objetivo desta estratégia é fazer com que o organismo utilize suas reservas
de gordura para produção de energia durante o período do JI. Sua realização dificultaria
a ingestão alimentar excessiva durante um curto período de janela alimentar, resultando
em déficit calórico ao final do dia, propiciando a perda de peso (BICALHO et. al. 2020).
Nesta dieta pode-se implementar diferentes graus de limitação energética,
partindo de uma restrição mais severa até o cálculo ideal energético para manutenção
do peso. A manutenção dessa dieta pode variar de acordo com a necessidade de cada
paciente levando em conta o objetivo específico individual. A restrição severa
energética pode acarretar riscos à saúde, podendo aumentar a taxa de gordura no
organismo. Dietas com menos de 800 kcal/dia podem ocasionar deficiência nutricional e
anormalidades eletrolíticas entre outros nutrientes, além de deficiência de proteína, a
22

depender da composição nutricional, sendo indispensável o acompanhamento médico


nessa estratégia (TINSLEY; BOUNTY, 2015).
Pesquisas mostram que esta dieta realizada por pessoas com peso eutrófico,
sobrepeso e obesos, resultou em uma redução do peso corporal (3% - 7%), gordura
corporal (3 - 5,5 kg), colesterol (10% - 21%) e triglicerídeos (14% - 42%) (GRANT M.
TINSLEY et.al. 2015).
O JI mostra-se eficaz para perda de peso a curto prazo, trazendo alguns
benefícios metabólicos, como a diminuição do hormônio grelina, aumento do processo
de autofagia que contribui para a longevidade, redução de estresse oxidativo,
diminuição de fatores relacionados a doenças cardiovasculares. Algumas dietas com
restrição calórica apresentam resultados semelhantes ao JI no tratamento da
obesidade. A longo prazo, esta estratégia não se mostrou tão eficaz quanto às dietas
restritas, precisando de mais estudos para comprovar ou não sua eficácia. O JI não
deve ser seguido por qualquer pessoa, pois possui alguns efeitos adversos, por isso, é
necessário o acompanhamento de um profissional capacitado (DA SILVA, V.O. 2021).

4.1.1.4 DIETA MEDITERRÂNEA.

A prática alimentar mediterrânica constitui um património versátil e dinâmico


que acompanha as gerações, e ao longo do tempo passa por adaptações às constantes
variações socioeconômicas e culturais verificadas na bacia do Mediterrâneo. A
Mediterranean Diet Foundation propõe uma pirâmide alimentar que prioriza um estilo de
vida saudável, e prima pela variedade e equilíbrio nutricional. Ela encontra-se
sedimentada por grupos e também em termos de impacto ambiental. Na base estão
incluídos os alimentos que devem sustentar a dieta, consumidos em maior frequência e
quantidade. Nos níveis superiores encontram-se os alimentos que devem ser
consumidos com maior moderação, e no topo com frequência limitada – de forma
ocasional ou em festividades. Nesta nova representação são incorporados pela primeira
vez elementos qualitativos relativos a características sociais e culturais intrínsecas
neste estilo de vida, como a importância da prática regular de atividade física, a
convivência às refeições, as técnicas culinárias simples e comuns, baseadas num
23

alicerce de sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente. Com base em evidências


científicas, a pirâmide mediterrânea teve sua última atualização em 2010 (ALVES,
2018).

Figura 2: A pirâmide da Dieta Mediterrânea: um estilo de vida para os dias de hoje. Recomendação para
população adulta.

Fonte: Fundación Dieta Mediterránea, 2010.


24

A dieta mediterrânea é definida pelo alto consumo de alimentos de origem


vegetal (frutas frescas, frutas secas, hortaliças, cereais integrais, leguminosas,
oleaginosas, especiarias e temperos a base de plantas aromáticas), com a
característica de possuir alimentos sazonais, regionais e pouco processados. O azeite é
a principal fonte de gordura dessa dieta, sendo um item unânime entre todos os países
do mediterrâneo. A carne vermelha é pouco consumida, reduzindo assim a ingestão de
ácidos graxos saturados. As proteínas de origem animal provêm de ovos, aves,
produtos lácteos e peixes, os quais são consumidos com maior frequência, e esses são
alimentos fontes de ácido graxos poliinsaturados e ômega 3. O vinho é consumido
moderadamente durante as refeições, que por sua vez possui ativos antioxidantes
como o resveratrol. A dieta mediterrânea é considerada promotora de saúde e é um
fator preventivo de doenças cardiovasculares, pois ela possui um grande aporte de
fibras alimentares, vitaminas antioxidantes, carboidratos complexos e gorduras
monoinsaturadas. A adesão a esse tipo de dieta é maior, pois apresenta
macronutrientes de forma equilibrada, possui paladar mais apetecível, e
consequentemente ocorre um aumento da satisfação a longo prazo. Porém, existem
algumas desvantagens como, necessidade de maior tempo para preparar os alimentos,
possuir alimentos relativamente caros, e necessidade de restrição calórica, assim como
outras dietas utilizadas para efetiva perda de peso (BERALDO, 2020).
Um estudo realizado na Espanha com 7.447 participantes com alto risco
cardiovascular, com idades a partir de 55 anos, foram submetidos a Dieta Mediterrânea
durante um período aproximado de 5 anos, e o resultado foi uma diminuição
significativa (de ≃30%) no risco de DCV, particularmente acidentes cerebrovasculares,
melhora no perfil bioquímico, e consequentemente redução e manutenção de peso
(ALVES, 2018).

4.1.1.5 DIETA HIPOCALÓRICA.

A restrição de energia é implementada com o objetivo de alcançar e manter um


peso corporal saudável, sendo determinada como tratamento não farmacológico da
obesidade e dos fatores de risco cardiometabólicos coexistentes, vários dos quais
25

fazem parte da síndrome metabólica, como elevação dos níveis lipídicos, glicêmicos e
pressóricos. Em sua grande maioria, as recomendações de restrição energética diária
variam entre 30 a 40%. Contudo, a restrição energética e o processo de perda de peso
corporal estão relacionados à redução na taxa metabólica de repouso, favorecendo a
resistência na perda de peso e a recuperação do peso, o que resulta na dificuldade dos
pacientes em aderir a esse tipo de intervenção (PUREZA, 2019).
Segundo US National Institutes of Health, uma dieta planejada individualmente
para criar déficit de 500 a 1.000 kcal por dia, com no mínimo de 1.000 a 1.200 kcal/dia
para as mulheres e 1.200 a 1.400 kcal/dia para os homens. Deve ser parte integrante
de qualquer programa de perda de peso que visa diminuição de 0,5 a 1,0 kg por
semana. As dietas balanceadas são compostas por 20 a 30% de gorduras, 55 a 60%
de carboidratos e 15 a 20% de proteínas. Ademais, o tratamento dietético aliado ao
aumento no gasto energético e às mudanças comportamentais, corrobora para
melhores resultados.
Um estudo realizado com pessoas portadoras de obesidade, por um período de
três meses, onde foram submetidas a uma dieta hipocalórica, foi o bastante para uma
redução maior de 5% do peso corporal dos participantes. Ensaios clínicos atestam que
uma redução do peso corporal igual ou superior a 5% por intermédio de dieta
hipocalórica resulta em melhorias nos componentes fisiopatológicos existentes em
indivíduos obesos, tais como melhora de parâmetros metabólicos, inflamatórios,
hemodinâmicos, neurovasculares, melhora significativa da resistência à insulina,
diminuição de níveis plasmáticos de HbA1c (hemoglobina glicada), e também é capaz
de reverter processos inflamatórios subclínicos, diminuição da PCR (Proteína-C reativa)
e o TNF-α (Fator de necrose tumoral). Uma provável explicação para essa
consequência seria a melhora no balanço de adipocinas e insulinemia decorrentes da
perda ponderal. As dietas com restrições calóricas também mostram-se eficazes na
redução significativa da LDL-ox (Lipoproteína de baixa densidade oxidada), melhorando
a vasodilatação da artéria braquial. O controle da concentração de LDL-ox apresenta
um aumento da biodisponibilidade de ON (Óxido nítrico) nas células endoteliais,
resultando em um importante marcador de estresse oxidativo (GHETTI e
LATERZA,2013).
26

4.1.1.6 PANORAMA DAS DIETAS DE PERDA DE PESO.

Sob um panorama atual das dietas Low carb, jejum intermitente e cetogênica,
foi possível analisar que, por apresentarem uma prescrição de baixa ingestão calórica,
são ineficientes para perda de peso a longo prazo, visto que uma ingestão inferior a
1.200 kcal, não fornece quantidades necessárias de macro e micronutrientes para o
suprimento da taxa metabólica basal. Deficiências nutricionais de micronutrientes e
macronutrientes, podem causar vários prejuízos à saúde, como carenciais e transtornos
alimentares, pois, são importantes para as reações metabólicas vitais (BRAGA, 2019).
Em contrapartida, a dieta Mediterrânea visa uma mudança no comportamento
alimentar e consequentemente a perda de peso, apresenta maior fator cardioprotetor
por conter alimentos antioxidantes que auxiliam no mecanismo de defesa do
organismo, visto que o estresse oxidativo possui um papel importante no
envelhecimento natural, especialmente em fatores cognitivos. Porém novos estudos
precisam ser desenvolvidos para determinar as quantidades específicas de cada
alimento a ser consumido para que seus antioxidantes comecem a combater o
estresse oxidativo, bem como a ingestão de alimentos que possam atuar em
sinergismo (GONÇALVES, 2016).
Estudos demonstraram que o jejum realizado por pessoas com peso eutrófico,
sobrepeso e obesos, resultou em uma redução do peso corporal (3% - 7%), gordura
corporal (3 - 5,5 kg), colesterol (10% - 21%) e triglicerídeos (14% - 42%). O JI mostra-se
eficaz para a perda de peso a curto prazo (GRANT M. TINSLEY et.al. 2015).
A dieta hipocalórica é indicada como tratamento não farmacológico para o
tratamento da obesidade. Um plano alimentar calculado individualmente com um déficit
calórico de 500 a 1.000 calorias por dia, com perda ponderal superior a 5% de peso
corporal resulta em melhorias nos componentes fisiopatológicos existentes em
indivíduos obesos (GHETTI e LATERZA,2013).

4.2 COMPREENDER O IMPACTO DA INTERVENÇÃO MEDICAMENTOSA NO


TRATAMENTO DA OBESIDADE.
27

Existe uma alta procura por medicamentos coadjuvantes para o


emagrecimento, e o uso desses alopatas sem cautela e sem acompanhamento de
profissionais da área, podem causar efeitos adversos. A alta demanda e crescente
interesse do público por esses fármacos leva a uma necessidade de mais investigação
e conhecimento sobre o assunto (CARDOSO, 2014).
De acordo com levantamentos apontados por (ALMEIDA; UHLMANN, 2021), o
governo basileiro gasta bilhões de reais por ano com consultas médicas, internações e
medicamentos para combater o sobrepeso e a obesidade, bem como as doenças
geradas por estas citadas. Cerca de seiscentos milhões de reais são destinados ao
Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS) para esse fim, somando 12% de toda verba
utilizada por ano em todas as doenças.
Nesta revisão apresentamos os principais tipos, efeitos e indicações dos
fármacos mais utilizados no mercado para perda de peso. Porém, atualmente existem
poucas opções de estudos farmacoterápicos para tratamento da obesidade e
sobrepeso (JHON P.H. WILDING et.al. 2021). Existem medicamentos que são utilizados
para outras finalidades e não somente para o uso aprovado em bula e registrado no
órgão regulatório de vigilância sanitária. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), utiliza o termo off label para esses casos. (MARQUES et.al., 2020).
Os medicamentos/fármacos que serão apresentados a seguir, são utilizados
como auxiliares na perda de peso, principalmente para pacientes obesos, e
encontram-se na categoria uso off label. Para se aprovar um novo registro na ANVISA,
é necessário desprender novos procedimentos ao qual gera-se altos custos, por isso
usa-se estudos de casos, assim tendo a comprovação de sua eficácia, o então termo
off label é utilizado (BRASIL, 2018). A seguir serão apresentados os exemplos de
fármacos mais utilizados para o emagrecimento, com destaque para os possíveis
riscos, eficácia, e duração do tratamento.

4.2.1 TIPOS DE FÁRMACOS.

4.2.1.1 DULOXETINA.
28

A Duloxetina (DXT) é um medicamento potente na inibição e reabsorção de


serotonina/norepinefrina, que é utilizada no tratamento de transtornos depressivos
maiores, neuropatia diabética dolorosa e incontinência urinária. Esse fármaco tem sido
utilizado como um medicamento off label (fora da bula) para perda peso,pois a inibição
da recaptação de serotonina e noradrenalina pela duloxetina reduz significativamente a
ingestão de alimentos, sugerindo que esta pode ser uma nova abordagem para o
tratamento da obesidade. A DLX tem como principais efeitos colaterais: boca
seca,náuseas, dor de cabeça, diarreia, diminuição do apetite,fadiga,rigidez muscular,
tontura, sonolência e tremor. Esse fármaco deve ser administrado em uma gama de
dosagens de 60 a 120 mg, uma vez por dia. Os pacientes devem ser periodicamente
reavaliados para determinar a necessidade de continuar a manutenção do tratamento e
a dose adequada para tal tratamento. A eficácia da Duloxetina não foi demonstrada em
estudos de maior duração, no entanto, o tratamento deve ser continuado com base na
resposta individual do doente (COSTA,2019).

4.2.1.2 FLUOXETINA
A Fluoxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação da serotonina
(ISRS), e sabidamente uma substância eficaz no tratamento da depressão humana e é
indicado para o tratamento de bulimia nervosa, porém não possui indicação formal para
o tratamento da obesidade, mas sim off label, após experimentos clínicos realizados
para a aprovação deste fármaco como antidepressivo, no qual observou-se perda de
peso dos pacientes durante a utilização do fármaco (PEDRA, 2013).
Nos últimos 10 anos o cloridrato de fluoxetina tem sido usado de forma off label,
pelo fato de um dos seus efeitos colaterais ser a perda de peso. Por isso, é utilizada
como coadjuvante para o emagrecimento a curto prazo. Comumente nos seis primeiros
meses ocorre a perda de peso gradual, após esse período de tratamento, ocorre um
aumento de peso gradativamente, em consequência da contínua utilização da
medicação (MARQUES et.al., 2020).
Os efeitos adversos mais frequentemente relatados são: psiquiátricos (agitação,
ansiedade, insônia, nervosismo), gastrintestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal,
29

diarréia), alterações do sono, fadiga, efeitos neurológicos (tremores, efeitos


extrapiramidais), disfunções sexuais, reações dermatológicas. Além disso, uma das
reações adversas apresentadas durante o tratamento com a fluoxetina é a perda de
peso,sendo esta postulada como agente anorexígeno (SILVA, 2022).

4.2.1.3 ORLISTATE.

O Orlistate é um medicamento que foi aprovado na década de 90, cuja sua


ação primária é evitar a absorção de lipídio na dieta humana. Ele não atua na fome,
saciedade ou outros mecanismos metabólicos. O seu uso inibe o funcionamento da
enzima lipase pancreática, importante no processo de digestão e absorção de
lipídeos e sua ação é no intestino, promovendo a quebra de gorduras. O Orlistate
promove a perda de peso através da redução da absorção de gordura do intestino e
tem um perfil de efeito secundário relativamente melhor quando comparado com outros
medicamentos para perda de peso. Este fármaco deve ser utilizado só com indicação
para pacientes com dietas ricas em gorduras e com dificuldade de cortá-la da
alimentação. O uso do orlistate na dose terapêutica recomendada e em conjunto
com aconselhamento dietético, resulta em perda de peso inibindo a absorção de
gordura dietética em cerca de 30%. No entanto, os efeitos secundários que
ocorrem como consequência do aumento do teor de gordura do cólon são:
náuseas, vômitos, diarréia e dor retal, que são geralmente temporários, e os
efeitos colaterais esperados, podem ser graves, como esteatorréia, diarréia grave e
doenças hepáticas. É proibido o uso no período de gravidez e em casos de distúrbios
de má absorção e função reduzida da vesícula biliar (COSTA,2019).

4.2.1.4 SEMAGLUTIDA

O fármaco com princípio Semaglutida age semelhantemente ao hormônio


glucagon (GLP-1), atua como antagonista do receptor GLP-1,que é um hormônio
fisiológico liberado no trato gastrointestinal aumentando a secreção insulina e inibindo a
produção hepática da glicose. Seu mecanismo de ação acarreta em atraso do
30

esvaziamento gástrico, reduzindo assim o apetite levando a perda de peso por meio de
déficit calórico. De acordo com Gomes et.al (2021) esse fármaco reduz a preferência
por alimentos com elevado teor de gordura, possui efeito sobre os lipídios plasmáticos,
diminui a pressão arterial sistólica e reduz a inflamação.
Conhecido pelo nome comercial de Ozempic, é indicado para o tratamento de
diabetes mellitus tipo 2, é utilizado como tratamento off- label para obesidade. Sua
apresentação é na forma de solução injetável, com aplicação subcutânea através de
um injetor em formato de caneta, com o interior cheio de produto/princípio ativo. Cada
caneta possui 1,5ml e libera doses de 0,25mg e 5,0mg (GOMES; TREVISAN, 2021).

Figura 3: Ozempic® sistema de aplicação de agulha (exemplo)


31

Fonte: Bula do Ozempic, 2022

De acordo com Wilding et.al.(2021) estudos realizados por um período de 68


semanas de intervenção, onde parte dos participantes recebeu semaglutida (2,4mg
uma vez por semana) e outros receberam placebo, na proporção de 2:1 aleatoriamente
associado à mudança de estilo de vida. O cronograma do uso da semaglutida foi
dividido da seguinte forma: nas primeiras 7 semanas os participantes começaram os
estudos com apenas intervenção dietoterápica e mudança no estilo de vida, já nas 4
seguintes semanas, os participantes iniciaram o uso da semaglutida na dosagem de
0,25 mg por semana e foram aumentando a dose a cada 4 semanas até chegar na
dose de 2,4 mg permanecendo com essa dosagem por 16 semanas, denominada fase
de manutenção.
32

FIGURA 4: Efeito da semaglutida aplicada uma vez por semana, em comparação com placebo, no peso
corporal.

Fonte: As Autoras (2022).

A maioria dos participantes eram mulheres, com média de 46 anos de cor


branca. O peso corporal médio foi 105,3 kg com IMC de 37,9 kg/m2 em média e 114,5
cm de circunferência da cintura. Foi detectado que 75% dos participantes com alguma
doença preexistente e 43,7% com pré-diabetes. Participantes com intervenção que
receberam do princípio ativo semaglutida após a 4ª semana já tiveram perda
considerável, chegando até -14,9% de perda de peso fazendo uso de 2,4mg de
semaglutida e reeducação alimentar na semana 68 em contrapartida de -2,4% de perda
de peso em participantes que receberam placebo e fizeram reeducação alimentar.
Sendo assim, pacientes que receberam o princípio ativo semaglutida e reeducação
33

alimentar perderam de 5% a 20% a mais de peso em relação aos que receberam


placebo e fizeram reeducação alimentar na semana 68. Outra relevância se mostrou na
redução da circunferência da cintura, de 13,54% de perda com semaglutida contra
1,13% com placebo. Houve alteração na hemoglobina glicada, na glicose plasmática
em jejum,na proteína C-reativa e dos níveis de lipídio em jejum em participantes do
grupo semaglutida . Houve uma melhora significativa na hemoglobina glicada em
pacientes com pré-diabetes durante o estudo de 68 semanas (WILDING et.al., 2021).
De forma geral a semaglutida apresenta boa tolerância. Os principais efeitos
adversos estão associados a dosagem do medicamento, maiores dosagens são
responsáveis por maiores efeitos colaterais, que também são transitórios e ocorre nas
duas primeiras semanas de tratamento, os principais efeitos relatados por pacientes
são: distúrbios do trato gastrointestinal, como dispepsia, náuseas, diarreia, vômito e
constipação. Por ser um medicamento relativamente novo, mais pesquisas sobre os
efeitos colaterais do Ozempic a longo prazo devem ser realizadas (SABBÁ et.al., 2022).

4.2.1.5 SIBUTRAMINA.

O uso de Sibutramina segundo Almeida e Uhlmann (2021) para o


emagrecimento, encontra-se entre os fármacos mais utilizados no tratamento de
obesidade na forma de sibutramina monohidratado com efeito inibidor da recaptação da
norepinefrina, também inibe os níveis de serotonina e dopamina em menor grau. Esse
medicamento não tem a função de controlar o apetite, mas ele provoca a sensação de
saciedade rápida, evitando que o paciente tenha compulsão durante as refeições
(DUARTE et.al, 2020).
As doses prescritas como coadjuvante para tratamento de obesidade variam de
10 mg a 15 mg por dia. E os efeitos colaterais variam desde palpitação, taquicardia,
hipertensão arterial e elevação da frequência cardíaca. No aparelho gastrointestinal, os
efeitos são náuseas, vômitos, boca seca e constipação. No sistema nervoso central,
pode causar insônia, dor de cabeça e vertigem, sendo esses efeitos colaterais, os mais
comuns são, dor de cabeça, boca seca, constipação, insônia e infecções (OLIVEIRA
et.al., 2016). Apesar dos apontados efeitos colaterais, essa revisão de estudos
34

demonstram diminuição na concentração de colesterol total, triglicerídeos, LDL e


hemoglobina glicada.
A perda de peso corporal devido ao uso da Sibutramina é moderada, variando o
tempo de uso de 12 a 52 semanas para perda de 5kg da massa de gordura corporal.
Com o novo estilo de vida de alimentação saudável, após término do uso do
medicamento, continua-se perdendo peso gradualmente (RADAELLI; PEDROSO;
MEDEIROS, 2016).
Faltam mais estudos científicos aprofundados sobre os efeitos colaterais com o
uso da Sibutramina a longo prazo no controle de obesidade. Já, estudos apontando
doenças cardiovasculares e do sistema nervoso central, são alertas aos quais fizeram
com que alguns países Europeus e Estados Unidos deixem de fazer uso desde 2010
(DUARTE et.al, 2020; VARGAS et.al, 2018).
A partir desse mesmo ano no Brasil, a Sibutramina passou a ter uma rigidez
maior em possíveis prescrições, manipulação e venda, havendo a necessidade de
receituário controlado com prazo de uso para 30 dias (OLIVEIRA et.al, 2016), exigida
pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 13, de 26 de março de 2010,
determinando o remanejamento da sibutramina da lista de "C1" para a lista de "C2"
com prescrição de receita especial, tendo a autorização pela vigilância sanitária
(BRASIL, 2010). Ainda existe um termo de consentimento que deve ser assinado pelo
paciente e médico sobre as informações sobre o risco de uso do fármaco, além de
enfatizar a importância do uso do medicamento em conjunto com uma dieta saudável e
atividades físicas regulares. A RDC ainda proibiu doses maiores de quinze miligramas
por dia de Sibutramina.
Após término do tratamento regular com o fármaco, caso não tenha tido
mudança no estilo de vida, os benefícios da perda de peso podem ser perdidos com o
tempo, fazendo com que o paciente volte ao peso original ou até mesmo ultrapasse o
peso anterior (CAMPOS et.al, 2014).

4.2.1.6 TOPIRAMATO.
35

O topiramato é uma medicação amplamente prescrita para a prevenção da


enxaqueca, que por sinal foi primeiramente liberada para tratamento da epilepsia.
Realiza sua função antiepiléptica pelo bloqueio de canais de cálcio e sódio,
potencialização da ação do GABA e inibição da anidrase carbônica. Estudos apontam
que de entre 4% a 21% dos pacientes que fazem uso desse medicamento relatam
perda de peso (ZAROS, 2018), sendo assim, o uso associado ao tratamento de perda
de peso em obesidade tem sido razoavelmente tolerado.
Profissionais da área, orientam que como qualquer outro medicamento utilizado
precisa de cuidado e acompanhamento médico e afirmam que de fato o fármaco auxilia
na perda de peso em casos de obesidade, segundo a assessoria de comunicação
CRF-SP (2014).
Zaros 2018 escreveu para o boletim de informações sobre medicamentos
apontando estudos randomizados, duplo-cegos, demonstrando que o medicamento
utilizado em 4 doses diferentes (64 mg a 384 mg/ diárias) proporciona redução de peso
em indivíduos adultos, juntamente com mudança do estilo de vida. O resultado de
perda de peso vai de 2,6% a 6,3% a partir do peso inicial. As doses mais utilizadas
para o tratamento coadjuvante a perda de peso, varia entre 23 a 92 mg, sendo de
menor valor que as doses utilizadas para monoterapia de epilepsia (400 mg).
Este medicamento, por mais que tenha como resultado a perda de peso,
ainda é desconhecido seu mecanismo de ação como causa de redutor de peso.
Estudos apontam que ele reduz o apetite e aumenta a sensação de saciedade através
de vários mecanismos neurotransmissores, como noradrenalina e serotonina (COSTA
et.al, 2019).
Os efeitos colaterais observados foram parestesia, sonolência, alteração no
humor e dificuldade na memória, concentração e atenção a depender da dose. Os
autores desses artigos, apontam que deve-se obter mais estudos com o medicamento
para uso coadjuvante para obesidade a longo prazo com doses menores (ZAROS,
2018).
Algumas das contraindicações para o uso de Topiramato é para pacientes que
têm histórico de litíase renal, glaucoma de ângulo fechado, mulheres no período fertil
que estejam tentando engravidar, para evitar toxicidade fetal (GIORELLI, 2020).
36

4.3 EFEITOS DA INTERVENÇÃO PELA ASSOCIAÇÃO DO TRATAMENTO


DIETOTERÁPICO E FARMACOLÓGICO NO EMAGRECIMENTO.

Ao tratar da obesidade, o objetivo maior é melhorar a saúde e qualidade de


vida, visando à diminuição das doenças e o risco de morte. Ao decorrer da revisão,
observou-se que a alimentação equilibrada e mudanças no estilo de vida,
acompanhados por profissionais da área para perda de peso com qualidade, sem
prejuízo à saúde, tem se mostrado a melhor opção (ZAPICO et al., 2012; MARCELINO
& PATRICIO, 2011).
O uso de medicamentos antiobesidade deve ser apenas um adjuvante à
terapêutica básica da reeducação alimentar, com mudanças de hábitos e práticas de
atividade física regular, uma vez que esses medicamentos são eficazes no controle do
peso somente enquanto estão sendo administrados, e assim após suspender o uso,
pode-se ocorrer um reganho de peso, caso não haja mudança comportamental em
relação a melhores escolhas alimentares e novo estilo de vida (NACCARATO; LAGO,
2014).
Uma pesquisa realizada em Teresina-PI, aponta os fármacos mais utilizados
para tratamento antiobesidade, são eles: Sibutramina com 65%, seguido pelo Orlistate
com 26,25%, Fluoxetina com 3,75%, Duloxetina 2,5% e Topiramato com 2,5%, sendo
os três últimos medicamentos Off label (COSTA et.al, 2109).
37

Quadro 3: Medicamentos utilizados para tratamento da obesidade comercializados com maior


frequência nas drogarias de Teresina

Fonte: COSTA et.al, 2019

Como todo medicamento, os fármacos utilizados no tratamento da obesidade


também devem ter a indicação e a supervisão de um profissional especializado, não
devendo ser usados indiscriminadamente. Cada paciente deve ser analisado e
estudado exaustivamente antes de iniciar um esquema de tratamento, o que significa
conhecer detalhadamente sua história clínica, além disso, quando se interrompe o uso
prolongado desses fármacos, pode haver o aparecimento de períodos de fadiga,
depressão mental, e outros efeitos (OLIVEIRA et.al, 2009; MARCON et.al, 2012).
No artigo Once-Weekly Semaglutide in Adults with Overweight or Obesity
(WILDING et.al 2021) foram incluídos 1961 participantes adultos. Entre esses, 1306
participantes receberam semaglutida e 655 participantes receberam placebo, e desse
total, 94,3% concluíram os estudos. Os resultados dos estudos feitos com o
Semaglutida, concluíram que os usuários de 2,4 mg de semaglutida em uma vez por
semana associado com intervenção de estilo de vida, obtiveram uma redução
sustentada e clinicamente relevante no peso corporal, com perda média na semana 68,
de -14,9% de gordura corporal, em contrapartida, os usuários do grupo placebo
associado também com intervenção de estilo de vida, obtiveram resultados de 2,4% de
perda de gordura corporal, demonstrando que o uso do medicamento pode ser um
38

ótimo coadjuvante, sendo que o grupo que utilizou placebo, teve uma diferença de
12,2% a menos de perda de peso de gordura corporal.
O estudo realizado em Teresina por Costa et.al (2019), que englobou 5 dos
farmacos mais utilizados no mercado, apontaram que a maior parte dos usuários dos
medicamentos são da faixa etária de 20-29 e 45-55 anos, e que a maior parte dos
usuários fazem uso por conta própria, sem prescrição e supervisão de um médico.
A cultura tem uma grande influência sobre a percepção da obesidade, e
percebe-se um certo exagero, principalmente por parte das mulheres. A mídia investe
em ações do culto ao corpo, fazendo com que haja esse aumento pela procura de
fármacos antiobesidade (COSTA et.al, 2012).
Ao longo da revisão desenvolvida, comprovou-se que o uso off label dos
fármacos antiobesidade pode ser benéfico em casos específicos, para pacientes que
não conseguem se adequar ao tratamento convencional, usando como coadjuvante. O
uso deve ser sempre baseado em evidências científicas e com segurança ao indivíduo
(GONÇALVES; ABREU, 2021).
A Sibutramina é um dos fármacos antiobesidade capaz de trazer eficiência na
redução de peso corporal, contudo foi-se constatado que um dos seus efeitos colaterais
é prejuízo no sistema cardiovascular, sendo indicado com acompanhamento médico,
para pacientes obesos que não apresentam doenças cardiovasculares, com critérios
adequados (GONÇALVES; ABREU, 2021).
39

Quadro 4: Principais achados referentes aos tipos de dietoterapias e fármacos off label usados para perda de peso.

Autores Publicação Objetivo População de Tipos de Principais


Estudo Intervenção Resultados
OH; GILANE; Indivíduos Dieta Low Carb por Perda de peso
UPPALURI,2022 Dieta pobre em Revisar as evidências por trás obesos e com 6 a 12 meses. significativa.
carboidratos. das dietas com baixo teor de sobrepeso.
carboidratos.

PEREIRA Dieta Cetogênica: uma Revisar a dieta cetogênica Indivíduos Dieta Cetogênica: Perda de peso de 13,6 ±
JÚNIOR. et al., estratégia eficiente no quanto sua eficiência na perda obesos. por 8 semanas 8,1%
2022 controle de peso corporal? de peso, repercussões
metabólicas, performance
esportiva e efeitos colaterais.
GRANT M. Efeitos do jejum Verificar os efeitos da Adultos com Jejum Intermitente. Redução do peso
TINSLEY et.al. intermitente na composição estratégia na modificação da sobrepeso. corporal de 3%- 7%.
2015 corporal e marcadores composição corporal e nos
clínicos em humanos. marcadores clínicos.
ALVES, 2018 Dieta Mediterrânica: papel Analisar de que forma a Dieta Indivíduos com Dieta Mediterrânea Redução e manutenção
protetor nas doenças Mediterrânea tem um papel idades entre 55 por 5 anos. do peso corporal.
cardiovasculares. protetor contra as doenças – 80 anos.
cardiovasculares?
GHETTI e Efeitos da dieta Verificar efeitos da estratégia Adultos obesos. Dieta Hipocalórica redução maior de 5% do
LATERZA,2013 hipocalórica sobre a função sobre a função endotelial. por 3 meses. peso corporal.
endotelial em adultos
obesos.

COSTA ,2019 Avaliação do consumo de Identificar quais medicamentos Adultos com Uso de Orlistate Redução de peso, pela
medicamento da para tratamento da obesidade sobrepeso. mais mudança do inibição da absorção de
obesidade. Um estudo são mais consumidos na estilo de vida. gordura dietética em
realizado em farmácias do cidade de Teresina, Piauí. cerca de 30%.
município de Piauí.
40

WILDING et.al, Semaglutida uma vez por Verificar mudanças no peso Mulheres Uso de Perda de 5 a 20% do
2021 semana em adultos com corporal. brancas com Semaglutida mais peso corporal.
sobrepeso ou obesidade. idade de 46
reeducação
anos.
alimentar por 68
semanas.
ZAROS, 2018 Uso off label de Verificar o uso off label de Adultos obesos. Uso de Topiramato A perda de peso vai de
medicamentos para medicamentos como mais mudanças de 2,6% a 6,3% a partir do
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Fonte: Autoria Própria, 2022.


41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As dietoterapias são utilizadas como tratamento não farmacológico para


obesidade, porém muitos pacientes apresentam dificuldades em aderir a uma dieta,
principalmente se for uma alimentação muito restritiva e por um longo período de
tempo. Neste contexto, os fármacos antiobesidade podem atuar como coadjuvantes do
emagrecimento. Todavia devem ser prescritos e acompanhados por médicos, pois
podem acarretar em vários efeitos colaterais indesejados. A associação do tratamento
dietoterápico e farmacológico devem ser acompanhados por mudanças no estilo de
vida e reeducação alimentar, demonstrando uma perda de peso adequada, sem
prejuízos à saúde, bem como consistência na estabilidade do peso e evitando reganho
da taxa de gordura corporal.
42

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