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9º Colegiado do CFFa
Gestão abril/2008 a abril/2009
DIRETORIA EXECUTIVA
Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida - Presidente
Marlene Canarim Danesi - Vice Presidente
Ana Claudia Miguel Ferigotti - Diretora Secretária
Isabela de Almeida Poli - Diretora Tesoureira
COMISSÕES
COMISSÃO DO MERCOSUL
Marlene Canarim Danesi - Presidente, Maria do Carmo Coimbra de
Resgate de uma
Almeida, Ana Luzia dos Santos Vieira, Denise Terçariol,
Maria Áurea Caldas Souto, Marilea Fontana, Silvia Maria Ramos
H
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
Ana Lúcia Rodrigues Torres - Presidente, Charleston Teixeira Palmeira,
Ivanir Aparecida Franco Lobato de Araújo, Joelma Donato Camilo, istoricamente no Brasil, a Fonoaudiologia esteve muito próximo da Edu-
Leila Coelho Nagib, Silvia Maria Ramos
cação, até porque um dos vértices da origem da profissão nasceu da
COMISSÃO PERMANENTE DE TOMADA DE CONTAS
Charleston Teixeira Palmeira - Presidente, Leila Coelho Nagib, necessidade dos professores resolverem problemas de alunos que apre-
Maria Áurea Caldas Souto, Maria Carla Pinto Gonçalves
sentavam alterações na comunicação oral e escrita. Com o passar dos
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO e COMUNICAÇÃO VIRTUAL
Silvia Maria Ramos - Presidente, Ana Claudia de Araújo Hein
anos e por uma série de fatores que não cabe analisar neste momento, a maio-
Rodrigues, Ana Luzia dos Santos Vieira, Charleston Teixeira Palmeira, ria dos fonoaudiólogos foram se afastando da Educação e consolidando suas
Daniele Andrade da Cunha, Isabela de Almeida Poli, Lia Maria Brasil de
Souza, Luciana Ulhôa Guedes, Maria do Carmo Coimbra de Almeida, práticas na área da Saúde.
Marlene Canarim Danesi, Marilea Fontana
COMISSÃO DE SAÚDE
Reconhecer a importância da educação dentro da formação de qualquer
Claudia Regina Charles Taccolini - Presidente, Márcia Tiveron de Souza, profissional e valorizar mais o ser humano do que as técnicas, saber juntar ciên-
Ana Claudia Miguel Ferigotti, Ana Luzia dos Santos Vieira, Denise
Terçariol, Isabela de Almeida Poli, Luciana Ulhôa Guedes, Maria Teresa cia com afeto é não só formar fonoaudiólogos mais competentes, mas também
Pereira Cavalheiro, Maria Carla Pinto Gonçalves, Marilea Fontana,
Marlene Canarim Danesi, Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida é o caminho para o desenvolvimento do nosso país. Nesse contexto, o Conselho
JORNAL DO CFFa Federal de Fonoaudiologia pretende resgatar ao lado dos Conselhos Regionais
EDITOR um debate permanente junto aos fonoaudiólogos, enfatizando as duas dimen-
Elisiario E. do Couto (MTb 8.226) sões da nossa profissão: Saúde e Educação. Não podemos esquecer que a
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Fonoaudiologia é uma profissão hibrida, somos profissionais da Saúde sim, mas
também temos uma função essencial no campo educativo, e este papel nos
DIAGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA
Via Brasilia Editora possibilita fazer uma verdadeira revolução social através do nosso trabalho.A
IMPRESSÃO linguagem é, como o saber, uma conquista de todos e é através dela que
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podemos tornar este mundo um pouco melhor. O Conselho Federal de Fonoau-
TIRAGEM
40.000 exemplares diologia, por intermédio de sua Comissão de Educação aceita o desafio de
PARA ANUNCIAR
refazer esta caminhada. Compete a nós criar as condições objetivas para deba-
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ter todos os assuntos relacionados a Educação, criar alternativas que favoreçam
o aparecimento de um novo fonoaudiólogo, mais solidário, preocupado em
Como entrar em contato com o Jornal do CFFa:
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Fax (0 ** 61) 3321-3946 ria. Este projeto só poderá ser realizado com muita união, muitas mãos e mui-
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A
“
grande contribuição da Fonoau- dos fonoaudiólogos está empregada em ajuda no âmbito educacional, sem limi-
diologia para a Educação é agre- serviços de Educação, seja no sistema te, é o fonoaudiólogo”, confirma Jaime
gar conhecimentos específicos regular seja na educação especial. “Qual Luiz Zorzi, também de São Paulo (SP),
do processamento de lingua- é a diferença substancial entre os nos- avalizado por seu doutorado em Educa-
gem, de acordo com as diversas faixas sos países? A resposta óbvia seria a dife- ção e sua especialização em linguagem.
etárias e a influência de fatores sócio-cul- rença de situação sócio-econômica. “O fonoaudiólogo não deve pensar que
turais na aprendizagem”. Na visão da Mas, além disso, e talvez mais impor- está prevenindo problemas, mas que
fonoaudióloga Ana Luiza Gomes Pinto tante ainda, seja a diferença no investi- está desenvolvendo gente. O fonoaudió-
Navas, de São Paulo (SP), que é docente mento financeiro e político em Educa- logo dentro do sistema escolar pode aju-
dos cursos de Fonoaudiologia e de Espe- ção. Nos últimos anos, o Departamento dar não apenas no planejamento da for-
cialização em Linguagem da Faculdade de Educação norte-americano lançou mação do professor, mas trabalhar para
de Ciências Médicas da Santa Casa de programas específicos para garantir o criar melhores condições de comunica-
São Paulo e diretora científica da Socie- sucesso do aprendizado da leitura e ção em questões voltadas ao ruído e a
dade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), escrita desde os anos iniciais (educação voz do professor e do aluno, além das
“tal abordagem soma esforços para pre- infantil) até o que seria o nosso Ensino técnicas didáticas, para garantir a ade-
venir e detectar as alterações de lingua- Médio. Todos esses programas incluem quada compreensão”.
gem oral e escrita em um processo inte- o trabalho do fonoaudiólogo em todas “O que vejo como possibilidade de
grado e complementar aos profissionais as etapas e em todos os níveis de aten- uma nova relação é o foco na aprendiza-
educadores. Sendo assim, a formação do ção, incluindo a atenção primária junto gem, de uma maneira geral: quem vai
Fonoaudiólogo deve ser interdisciplinar, à comunidade estimulando o hábito de aprender a ler e escrever tem que desen-
para que o conhecimento e competên- leitura no ambiente familiar. Reading volver certas competências, implica em
cias a respeito da linguagem, audição, First e No child left behind são exemplos habilidades lingüísticas e psicolingüísti-
voz e motricidade e funções orofaciais de programas nacionais americanos que cas...”, raciocina o fonoaudiólogo Jaime
possibilitem abordagens efetivas de pre- incluem fonoaudiólogos”. Zorzi. “Todo programa ou instrumento
venção e intervenção dos Distúrbios da “A maior parte dos problemas de de intervenção é uma ferramenta e é
Comunicação”. aprendizagem implica em problemas de necessário capacitar o professor para uti-
Nos Estados Unidos, de acordo com linguagem e o profissional que tem esse lizá-la. Esses programas, idealmente,
a da diretora científica da SBFa, metade domínio e a possibilidade de prestar devem ser desenvolvidos por grupos de
Clínica?
“O trabalho em clínica, de extrema
importância, é visto por um paciente,
uma família. O trabalho em uma escola
é visto, simultaneamente, por duzentas,
E xperiências exitosas
Em São Bernardo do Campo...
A fonoaudióloga Márcia Azevedo de Sousa Matumoto ... e em Goiás
atua há 14 anos no ensino regular, integrando uma equipe O Estado de Goiás conta, desde 1999, com uma equipe
técnica multiprofissional (também formada por terapeuta multiprofissional que atua, em caráter educacional, nas esco-
ocupacional, psicólogo, assistente social e orientadores las de Goiânia e interior de Goiás. A equipe é composta por
pedagógicos) da secretaria de Educação do município de 49 fonoaudiólogos, 59 psicólogos, 35 assistentes sociais e 22
São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. pedagogos e um instrutor de Braille, que atuam em conjunto
“Ao contrário da época em que me formei, em que o no atendimento às necessidades das escolas.
fonoaudiólogo era aquele profissional que triava e que tra- “As atribuições da equipe variam em função da espe-
tava, hoje acredito firmemente que o fonoaudiólogo con- cialidade – relata a fonoaudióloga Renata Tavares Estrela,
tribui para a montagem da própria proposta curricular, pen- gerente de Ações Multissetoriais do programa – porém
sando em uma proposta de currículo que seja mais efetiva, todos os profissionais trabalham em conjunto, orientan-
no princípio do atendimento à diversidade e às necessida- do e acompanhando o processo ensino-aprendizagem do
des específicas. O fonoaudiólogo, ao atuar no planejamen- aluno nas suas diversas interfaces: aluno/professor, das
to pedagógico do professor e no acompanhamento da condições ambientais da escola, da interação aluno/aluno
aprendizagem do aluno, acaba transversalizando sua atua- e do estilo preferencial de aprendizagem do aluno”.
ção, tanto no educação especial como no regular”.
“Hoje trabalho como uma assessoria escolar de fato:
faço a formação permanente dos professores. Eles têm
encontros mensais com a nossa equipe, no qual discutimos
o olhar sobre essas crianças e as propostas que ajudam não
apenas essas crianças com necessidades educacionais espe-
ciais mas também a qualidade do ensino como um todo.
Faço também uma atuação junto aos professores com habi-
Foto: arquivo de Renata Estrela
Carreira militar,
um desafio fascinante
O
município de Santa Maria, no interior do Rio Grande O Jornal do CFFa ouviu a fonoaudióloga Maria Adelaide Kuhl
do Sul concentra o segundo maior contingente militar Reichembach, tenente-coronel da Aeronáutica em Canoas (RS), a
no Brasil, atrás apenas da cidade do Rio de Janeiro. É pioneira (e provavelmente também a única) que pertence efeti-
também nessa cidade que está localizado um dos mais vamente à carreira militar, desde 1984. A situação mais comum –
conceituados cursos de Fonoaudiologia do país, na Universidade como as da primeira-tenente Carla Cassandra de Souza Santos
Federal de Santa Maria. (também da Aeronáutica), da primeira-tenente Márcia Siqueira
A junção destas duas características justifica a razão pela (do Exército) e Michelle Gindri Vieira (da Marinha) – é de integra-
quais as quatro profissionais entrevistadas pelo Jornal do rem os quadros técnicos, com contratos ainda finitos.
CFFa nesta edição, que optaram pela vida militar e exercem Em comum, o sentimento de que essa atuação nas Forças
sua atividade profissional nas Forças Armadas – uma no Exér- Armadas possibilita não apenas o crescimento na área profissio-
cito, na uma Marinha e duas na Aeronáutica – são todas nal, mas desenvolve, sem dúvida, liderança, poder de decisões,
egressas da mesma instituição e possuem vínculos familiares responsabilidade, senso de civismo e um olhar mais comprometi-
com a caserna. do com a Pátria.
uma prima, psicóloga, que faria o con- coronel, Maria Adelaide Kuhl Reichem-
curso comigo”, relata ela ao Jornal do bach é a pioneira e provavelmente tam-
CFFa. “Quando soube que tinha sido bém a única fonoaudióloga que integra
selecionada, fiquei muito surpresa e ao a carreira militar, como oficial. As
mesmo tempo apreensiva. Como seria demais fonoaudiólogas que hoje parti- Fonoaudióloga Maria Adelaide Kuhl
Reichembach, tenente-coronel da Aeronáutica e
a minha vida a partir daquele momen- cipam da vida militar – e provavelmente pioneira na área militar
to?”. são centenas, de acordo com estimati-
HOMENAGEM
Haja entusiasmo...
A
os 82 anos, disposição não e ingressou nos quadros do Estado,
falta para Maria das Graças de começou a se interessar pelas classes de
Sá Leitão Didier. Ou melhor, alfabetização. “Fui convidada a lecionar
Transformando vidas,
gerando sorrisos
meiro ano a três avaliações pós-opera-
tórias. A primeira delas é feita uma
semana depois da cirurgia, a segunda
seis meses depois e a terceira, após um
ano. Além da avaliação fonoaudiológi-
ca, os pacientes são avaliados nos
aspectos cirúrgicos, nutricionais e odon-
tológicos. Caso necessário podem ser
ainda encaminhados para outros profis-
sionais.
Para este trabalho voluntário – as ade-
sões são sempre bem recebidas – há obvia-
mente necessidade de um embasamento
prévio, com experiência comprovada. A
Foto: arquivo de Midori Hanayama
T
locais em missões mais curtas, com menor
rês fonoaudiólogas brasileiras – pediatras, anestesistas, e enfermeiros esta- número de cirurgias.
Evelin Gondim (de Fortaleza, dunidenses nas ações internacionais pro-
CE), Eliane Midori Hanayama (de gramadas mas que, em razão da barreira Atuação mundial
São Paulo, SP) e Rita Tonocchi do idioma, restringiam sua atuação a orien- A Operation Smile é uma organiza-
(de Curitiba, PR) participam há tações no pós-operatório e nas questões de ção internacional sem fins lucrativos fun-
dois anos, como voluntárias, das ações alimentação. “Em 2006 fomos convidadas dada por William P. Magee e sua esposa
desenvolvidas no país pela Operação – Rita e eu – a participar do que chamamos Kathleen Magee em 1982, nos Estados
Sorriso do Brasil. Inicialmente estabele- de ‘missões’, os mutirões cirúrgicos. Che- Unidos, dedicada ao tratamento de
cida no Brasil em 1997 como Fundação gamos a efetuar em cada um desses deformidades faciais. Hoje atua em 27
Operation Smile Brasil, esta é uma insti- momentos a triagem de cerca de 400 a 450 países e, em 2007, alcançou o expressivo
tuição privada sem fins lucrativos, reco- crianças, analisando condições de fala e número de 120 mil crianças atendidas
nhecida como OSCIP (Organização da outras características, para que em torno gratuitamente desde sua fundação. Em
Sociedade Civil de Interesse Público) vol- de 130 fossem operadas durante a semana todos os locais, a atuação se dá com a
tada ao tratamento cirúrgico de crian- em que se desenvolvia o programa interna- junção do trabalho voluntário com o
ças e jovens brasileiros portadores de fis- cional”. O relato é da fonoaudióloga Eliane patrocínio de indivíduos e empresas
sura lábio-palatina (lábio leporino e Midori Nakayama. “Depois da cirurgia, ini- socialmente responsáveis.
fenda palatina). cialmente apenas orientávamos o pós-ope- Dois tipos de programas cirúrgicos
Embora não exista um levantamento ratório, tal como as profissionais norte- são desenvolvidos pela Operação Sorriso:
de dados oficial do número de pessoas americanas faziam. Constatamos porém os nacionais e os internacionais.
portadoras de fissuras, a estimativa nor- que poderíamos fazer muito mais e em Os nacionais são aqueles compostos
malmente aceita e divulgada pelos cen- 2007 incluímos orientações sobre o desen- na sua grande maioria por profissionais
tros de tratamento de fissurados no Bra- volvimento da linguagem, da audição e brasileiros. Em um programa típico são
sil é de uma criança com o problema em questões específicas relacionadas ao pro- operadas 40 a 50 crianças. Graças ao
cada 650 nascidos vivos, o que resultaria blema de fala. Começamos a gravar essas excelente nível dos profissionais brasilei-
numa população de 280.000 pessoas condições, antes e depois das cirurgias de ros e diferentemente de vários outros
afetadas hoje em todo o país. palato, para que pudessem ser avaliados os países onde a Operation Smile atua, não
Nos primeiros anos do programa as resultados cirúrgicos”. há necessidade de trazer um grande
fonoaudiólogas eram norte-americanas, Todos os pacientes operados pela número de profissionais estrangeiros
que acompanhavam os cirurgiões plásticos, Operação Sorriso são submetidos no pri- para ajudar na realização dos programas
E
“ m nosso país, nos últimos anos, o que ele terá os predicados para estar nessa
setor de Saúde foi totalmente posição. Ou seja, pressupõe que aquilo que
reconfigurado mas o fonoaudiólo- se deseja está disponível para ser escolhido.
go ficou estacionado no modelo Dessa forma, o emprego atende necessida-
antigo em que ele era o foco, des primárias, através da remuneração, rela-
como prestador de serviço ao cliente. Hoje, cionadas à sobrevivência”.
temos de um lado as fontes pagadoras (o A dra. Beatriz continua seu raciocínio.
Sistema Único de Saúde e a Saúde Suple- “Na carreira o profissional é pró-ativo, é o
mentar) e do outro o fonoaudiólogo como que chamamos de empregabilidade e não
um dos prestadores de serviço. São outros de emprego. Ele se oferece ao mercado
Foto: Elisiario Couto/Insert
tempos e as oportunidades são outras. com aquilo que tem de melhor e, conse-
Não podemos ficar no modelo antigo do qüentemente, terá vantagens sobre os
mercado da saúde. Se não estivermos outros candidatos. Muitas vezes a posição
enquadrados neste novo sistema, não há pretendida nem existe mas ele analisa o
como planejar o percurso profissional, a setor e detecta uma competência sua que
começar pela formação e passando pela pode agregar ao setor. Com isso ele aten-
Fonoaudióloga Beatriz Cavalcanti de
especialização e mestrado”. Albuquerque Caiuby Novaes de necessidades de segurança e sociais”.
A avaliação é da dra. Beatriz Cavalcanti A hierarquia de necessidades de Mas-
de Albuquerque Caiuby Novaes, professora publicitários da área de criação, em que se low (veja a ilustração nesta página) é
titular da Pontifícia Universidade Católica relatava a busca desses profissionais pela uma divisão hierárquica proposta por
de São Paulo e vice-coordenadora do Pro- formação em gestão e em fi-nanças. Abraham Maslow, em que as necessida-
grama de Pós-Graduação em Fonoaudiolo- “Mesmo inserido no contexto da criação, des de nível mais baixo devem ser satis-
gia da mesma universidade, com mestra- esse profissional necessita de uma inserção feitas antes das necessidades de nível
dos no Brasil e no exterior, doutorado nos também nas questões fi-nanceiras e nas mais alto. “Cada profissional tem que
Estados Unidos e MBA em Gestão em estratégias e me-tas da empresa. Se isso não ‘escalar’ uma hierarquia de necessidades
Saúde pelo IBMEC de São Paulo. ocorrer, ele nunca se-rá um bom criador. A para atingir a sua auto-realização”, expli-
“O fonoaudiólogo precisa urgentemen- Coordenadoria de Estágios da PUC-SP está ca a fonoaudióloga.
te mudar essa visão”, continua a dra. Bea- preocupada com essa questão e está redi- Maslow fez uma divisão, que começa
triz. “As reformas curriculares estão cada mensionando sua atuação para ajudar o com as necessidades fisiológicas (de
vez mais centradas na saúde coletiva e é profissional em formação e, sua busca”. fome, sede e sono...), passa pelas neces-
preciso considerar o quanto o fonoaudió- A diferenciação entre emprego e car- sidades de segurança (defesa, proteção,
logo efetivamente possui essa inserção”. reira é essencial. emprego, abrigo...), necessidades sociais
Para ilustrar a necessidade desta “Ao se candidatar a um emprego, o pro- (relacionamento, amor, participação em
mudança de posicionamento, a dra. Beatriz fissional adota uma postura reativa. Pressu- um grupo), necessidade de estima (auto-
Novaes cita uma reportagem recente sobre põe que o mercado criou aquela posição e estima, reconhecimento, status) e, por
Necessidade
de
auto-realização
(desenvolvimento pessoal, Missão
conquista)
Necessidade de Estima
(auto-estima, reconhecimento, status) Vocação
Necessidades Sociais
(Relacionamento, amor, fazer parte de um grupo) Carreira
Necessidade de Segurança
(defesa, proteção, emprego, abrigo)
Profissão
Necessidades Fisiológicas
(fome, sede, sexo, sono, etc...) Emprego
Divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow (à esquerda) e analogia proposta por Robert Wong (à direita)
T
" odos os que gravitam na área de tísticas sobre as possíveis causas da defi-
saúde auditiva discutem porque ciência auditiva.
milhões de pessoas que possuem A fonoaudióloga Marilisa F. Zavagli,
problemas de audição não reco- diretora de produto e de treinamento da
nhecem, não são informados ou não CAS Produtos Médicos, coordena o progra-
recebem o devido atendimento”, lamen- ma Hear the World no Brasil. Ela conta que
ta Pedro Stern, que desde 1984 atua na um site está sendo criado na Internet, com
área e tem acompanhado várias iniciati- informações sobre os programas já implan-
vas no Brasil e no exterior. Ele garante tados no país. “Vamos criar sessões de tra-
nunca ter visto um programa como o tamento à distância e palestras online den-
“Hear the World”, criado pela empresa tro do próprio site e queremos apoiar a
suíça Phonak, uma dos três maiores fabri- criação de um centro de treinamento. Um
cantes mundiais de aparelhos auditivos, dos objetivos desse site, além de disponibi-
que é representada no Brasil pela CAS lizar gratuitamente todo o treinamento
Produtos Médicos, na qual é presidente. online e, também, o de induzir as pessoas
A Phonak resolveu criar uma Funda- que estão utilizando o serviço para se
ção, com atuação mundial, totalmente cadastrarem e colocarem os dados que vão
desvinculada do objetivo comercial da obtendo”. A Fundação está em nego-
empresa, para divulgar as questões da ciação com algumas instituições e
audição, com base na transmissão da conta com o suporte da
informação e no investimento ou apoio fonoaudióloga Doris R.
Foto: Phonak
PAUTAR BRASIL
Segundo encontro discute papel dos Conselhos
profissões, as entidades profissionais do Bra-
sil e seus correspondentes no Mercosul e os
prestadores de Serviços para Conselhos. O
primeiro encontro foi realizado em maio de
Foto: Pautar Brasil
Foto: Pautar Brasil
Errata
A fonoaudióloga Marianna Scholte Carneiro, coordenadora do Curso
de Fonoaudiologia da FEAD, encaminhou correspondência ao Jornal do
CFFa em que agradece a menção à Campanha da Voz realizada na institu-
ição e solicita duas correções. O nome correto da instituição é FEAD –
Foto: Unifor
Ag 5o Congresso Mundial de
Neurorreabilitação
Data: 24 a 27/09/2008
Local: Rio de Janeiro (RJ)
e - m ai l :
fonofabriciopeixoto@hotmail.com
I I I C on gr es s o S u l-Br a s i leir o de
Investigação Fonoaudiológica da
Fluência da Faculdade de
Medicina da Universidade de São
Paulo em conjunto com a IFA,
Promoção: Rede Sarah de Hospitais de Fono audiolo gia – CR Fa 3ª R eg ião com o apoio do Comitê de
Reabilitação e Federação Mundial de D a t a : 21 a 22/11/2008
e Neurorreabilitação (WFNR)
Informações: www.sarah.br/wfnr-
L o c a l : Maringá (PR)
P a t r o c í n i o : CRFa-3 a Região
Fluência da SBFa
Inf ormaçõe s sob re a sub missão
d o s t r a b a l h o s : prof. John Van
n rio2008/
Na prateleira
Disfagias gas; transição da alimentação alternativa cia em vantagem é o ponto de mutação
Orofaríngeas – para oral; disfagia em terapia intensiva; uso existencial de qualquer portador de
Volume 2 da traqueostomia e da válvula de fala; de necessidades especiais. E esta verdadeira
Fonoaudiólogas Ana Maria como obter uma documentação correta transubstanciação mental está funda-
Furki m e Célia Regina dos dados da avaliação; atendimento em mentada numa mudança radical de
Queiroz Santini domicílio; disfagias infantis; demência; tra- ponto de vista”.
(organizadoras) Pró-Fono tamento endoscópico e cirúrgico dos dis-
tel. (11) 4688-2220 túrbios esofágicos; estudo qualitativo por Quando a Fala Falta
/ 2275 / 2485 meio de videofluoroscopia; pHmetria eso- Instituto de Psicanálise e
e-mail: fágica; espectrofotometria do refluxo e Transdisciplinaridade
profono@profono.com.br opções cirúrgicas nos casos de disfagia e-mail:
aspirativa. ensino@contemporaneo.org.br
Com prefácio da fonoaudióloga Irene
Queiroz Marchesan e a colaboração cientí- Manual Bem-Humorado Organizada pela fonoaudió-
fica de Dinah Aguiar Población, Lucia Ira- dos Privilegiados loga Carla Guterres Graña e
cema Zanotto de Mendonça e Suely Cecí- Auditivos com a participação, entre
lia Olivan Limongi, o segundo volume outras autoras, das fonoaudiólogas e con-
desta coleção discute temas importantes 2ª. Edição selheiras federais Denise Terçariol e Marle-
para os profissionais atuantes no setor, que Gustavo Am orim ne Canarim Danesi, a obra aborda as novas
realizam diagnósticos ou reabilitação e que e-mail: tendências do trabalho do fonoaudiólogo
precisam de constante apreciação sobre os desafiodaalma@yahoo.com.br e suas relações com a psicanálise. Os auto-
sintomas dos seus pacientes. Para compor res vinculam-se a diferentes instituições,
este volume, as organizadoras convidaram Neste livro, o autor expõe com humor e concepções técnicas e linhas de pesquisa
23 profissionais e professores de renome fineza como fez da sua limitação física dentro dos estudos da clínica da lingua-
na área. Em 15 capítulos são abordados algo a superar e passa um lição para gem realizados no sul do país,tendo em
aspectos fundamentais em trabalhos com quem se recusa a utilizar aparelhos audi- comum um único objetivo: discutir as
disfagia, como: neurologia da deglutição; tivos. O autor afirma, na contracapa do interfaces entre a Fonoaudiologia e a Psi-
efeito do uso de diferentes tipos de dro- livro: “A formidável alquimia da deficiên- canálise.