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CAMPUS FERNANDÓPOLIS
CURSO DE MEDICINA
MÓDULO: SAÚDE COLETIVA
APOSTILA SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ELABORADA
PELO PROF. DR. JOSÉ MARTINS PINTO NETO E
ATUALIZADA EM FEVEREIRO DE 2023
“...O Brasil é o único país do mundo com mais de 200 milhões de habitantes a
ofertar algo do gênero à população. O SUS acolhe, mais de trinta anos depois de
sua criação, três vezes mais usuários dos serviços de saúde do SUS do que a rede
privada, segundo o IPEA. Ao menos sob a letra da lei, somos cidadãos sem
distinção e cobertos pelos mesmos direitos. (...) Não há política pública que
funcione, se os gestores não vivenciarem diretamente os seus resultados, o que
acontece em países como a Suécia. Lá além de arcarem com suas próprias despesas
– como gastos com gasolina e moradia e o alimento que consomem – parlamentares
e demais autoridades utilizam transporte público e não usufruem de plano de
saúde privado, por exemplo. Em um país sem distanciamento entre representantes
e representados, esses tomadores de decisão são usurários das próprias políticas
públicas que desenham e executam. Entre eles está a área da saúde. Se quisermos
que o SUS funcione, os dirigentes brasileiros têm de replicar modelos como o sueco
e participar diretamente do sistema, inclusive aqueles já aposentados”
(FIGUEIREDO, 2019).
Fonte: Reportagem da Revista Ser Médico, º 89, out/nov/dez.; p.34,36, 2019.
VAMOS AO SUS!
De acordo com o Professor da PUC Minas José Luiz Quadros de Magalhães, doutor em
Direito Constitucional, menciona os DIREITOS INDIVIDUAIS (liberdade,
privacidade, intimidade, entre outros), DIREITOS SOCIAIS (saúde, educação,
previdência, moradia); DIREITOS POLÍTICOS (votar, ser votado e participar
ativamente da vida política) e DIREITOS ECONÔMICOS (emprego, salário justo,
política de repartição da riqueza) (REVISTA PUC CAMPINAS, nº 20, 2019, p. 32).
Em relação a muitos assuntos, entre eles, sobre o SUS as pessoas, segundo o odontólogo
Eugênio Vilaça Mendes (s/d) podem ter
VISÃO INGÊNUA
VISÃO TÉCNICA
VISÃO POLÍTICA
Se você tem alguma dúvida de que também é usuário(a) usa o SUS, eu tentarei lhe
convencer e vos digo que:
Quando você vai a um restaurante, açougue ou supermercado fazer compras você está
usando o SUS, pois para eles funcionarem terão que obter uma ALVARÁ de
funcionamento que é um documento emitido, após inspeções “in loco”, por agentes de
saúde que atuam na área da Vigilância Sanitária, que é parte integrante do Sistema de
Vigilância à Saúde do SUS,
Um casal ao escolher um hospital particular para o nascimento do seu filho – com tudo
pago mesmo, em forma de desembolso direto – também estará usando o SUS, pois a
criança no momento da alta somente poderá sair do hospital com um documento
chamado Declaração de Nascidos Vivos que faz parte de um dos Sistemas de
Informação de Saúde que é o SINASC (é um documento emitido pelo Ministério da
Saúde). O mesmo ocorre quando morre alguém pois para que um atestado de óbito seja
emitido é preciso preencher uma DO (Declaração de Óbito) que é somente o SUS que
fornece aos hospitais.
Se você ainda não concorda que também USA O SUS continue lendo as colocações
abaixo:
Quando você ler uma faixa colocada nas avenidas/ruas de sua cidade com uma
mensagem do tipo “Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas pelo corpo que
apresentam alteração da sensibilidade pode ser HANSENÍASE, procure uma unidade de
saúde”, você está recebendo uma informação de saúde, no contexto da Educação em
Saúde, parte fundamental do SUS.
Ah! Você sabia também que somente o SUS fornece os medicamentos para o
tratamento de doenças como a Influenza A (H1N1), Hanseníase, Tuberculose, Aids,
Hepatites virais B e C, Malária, entre outras doenças infecciosas ou parasitárias? E que
estes medicamentos você não os encontra em farmácias e drogarias do país?
E toda vez que um cidadão precisar de sangue e seus derivados (hemoderivados) está
utilizando o SUS mesmo que seja nos hospitais particulares haja vista que todo o
processo desde o recrutamento de doadores, colheita, processamento (realização das
sorologias), estocagem, distribuição realização de sorologias é realizado por órgãos da
Rede Nacional de Serviços de Hematologia e Hemoterapia (HEMORREDE). Sugiro a
leitura do site http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/doacao-de-sangue/rede-
nacional-de-servicos-de-hematologia-e-hemoterapia-hemorrede
Agora que eu espero ter lhe convencido de que você usa o SUS...
VAMOS À AULA?
O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90, Leis Orgânicas da Saúde, com a
finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população,
tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas
cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto.
No Brasil, esse direito à saúde somente passou a existir a partir da Promulgação da atual
Constituição Federal em outubro de 1988, que CRIOU o SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE (SUS), no Capítulo da Seguridade Social, Seção Saúde onde no seu artigo 196
diz que “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado (...)”. Antes disto
somente quem contribuía mensalmente para o INPS/INAMPS (criados em 1967 e 1977,
respectivamente) tinha direito a assistência à saúde (ainda que precária e centrada,
basicamente, no profissional médico).
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
E OS ORGANIZACIONAIS/ORGANIZATIVOS SÃO:
Vale ressaltar que os de acordo com a Constituição, a Lei orgânica do SUS 8080/90, a
Lei de Migração n. 13.445/2017, os migrantes têm o direito de acesso livre e
igualitários à assistência social e aos serviços de saúde e os cuidados pelas equipes de
saúde nos seus territórios de vida e trabalho (https://frentepelavida.org.br/).
Sintetizando: em algumas situações o sistema de saúde deverá priorizar àqueles que tem
menos – “oferecer mais para quem tem menos”. Ou, “oferecer mais para quem precisa
mais”.
Fonte:ttp://portal.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-
epidemiologica/areas-de-vigilancia/imunizacao/2021/calendario_vacinacao_2021.pdf
Podemos citar vários outros exemplos tais como: o Sistema de Classificação de Risco
de acordo com o Modelo/Protocolo de Manchester que vem sendo utilizado em serviços
de urgência e emergência e, gradualmente, nas Unidades Básicas de Saúde.
B – PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS/ORGANIZATIVOS:
Para organizar o SUS a partir dos princípios doutrinários apresentados acima existem
algumas diretrizes que orientam esse processo. A Constituição Federal de 1988, no
Capítulo da Seguridade Social, Seção II da Saúde, diz no seu Artigo nº 198 que as ações
e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com algumas diretrizes. No entanto, apesar de
serem denominadas de diretrizes elas também são conhecidas como princípios
organizacionais, pois na verdade, trata-se de formas de concretizar o SUS na prática.
• UNIÃO:
São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde no âmbito do seu
território. O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União
e pelo estado. O município formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos
parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. Ele coordena e
planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal.
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/maior-politica-
publica-de-acesso-a-saude-sus-
No SUS entre os três entes federados o MUNICÍPIO tem enorme responsabilidade para
com a saúde da população, pois “antes de tudo” é nele que o povo mora. Esse processo
do município assumir a responsabilidade primária da saúde da população de sua área
geográfica é chamado de MUNICIPALIZAÇÃO, isto é uma forma de aproximar o
cidadão das decisões do setor saúde e significa a responsabilização do município pela
saúde de seus cidadãos. O município é responsável, principalmente, pela Gestão da
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE que constitui o nível primário de Atenção à Saúde
e, em alguns casos, também por ações e serviços de nível secundário como veremos
adiante.
2. REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO:
Se necessário for também poderá ser encaminhado para outros hospitais especializados
localizados em outros Departamentos Regionais de Saúde, como por exemplo, de
Macedônia para o Hospital do Câncer em Barretos.
A Hierarquização significa que os serviços de saúde devem ser organizados em níveis
de DENSIDADE TECNOLÓGICA crescente, de modo que se garanta o processo de
referência e contrarreferência (COSTA; CARBONE, 2009).
Nessas USF(s) e nas UBS(s) se desenvolvem ações básicas de saúde, ou seja, as ações
correspondentes à ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. Estas unidades são consideradas
como sendo as Portas de Entrada do Sistema de Saúde.
Em 23/12/2021 o Brasil tinha: (em 04/02/2023 não encontrei dados mais recentes
na internet).
593 equipes de Atenção Primária Prisional (em 2021, foram credenciadas 198 novas
equipes em 50 municípios) e;
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021-1/dezembro/balanco-
2021-ministerio-da-saude-destina-r-25-4-bilhoes-para-a-atencao-primaria
“As Redes de Atenção à Saúde (RRAS) são arranjos organizativos de ações e serviços
de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de
apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado
(Ministério da Saúde, 2010 – Portaria nº 4.279, de 30/12/2010 - essa Portaria foi
revogada em 2017).
A implementação das RRAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde,
melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui
para o avanço do processo de efetivação do SUS. A transição entre o ideário de um
sistema integrado de saúde conformado em redes e a sua concretização passam pela
construção permanente nos territórios, que permita conhecer o real valor de uma
proposta de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde.”
Fonte: Imagens capturadas da WWW, agosto 2017
O melhor material sobre Redes de Atenção à Saúde foi produzido pelo mineiro
EUGENIO VILAÇA MENDES, renomado odontólogo, estudioso de Políticas Pública
em Saúde em nível nacional e internacional.
Referência:
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana
da Saúde, 2011. Disponível em http://www.conass.org.br/pdf/Redes_de_Atencao.pdf
No site http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/29910
encontramos uma entrevista dele para a FIOCRUZ onde ele diz que
"O objetivo final dos sistemas de atenção à saúde é gerar valor para a população e
diminuir as iniquidades".
Em 2015 o Prof. Dr. Eugênio Vilaça Mendes publicou o Livro A Construção Social da
Atenção Primária à Saúde, pelo CONASS:
Por isso, há três interpretações principais da APS (MENDES, 2012): a APS como
atenção primária seletiva, a APS como o nível primário do sistema de atenção à saúde e
a APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde. Essas Conselho
Nacional de Secretários de Saúde – CONASS três decodificações dos cuidados
primários são encontradas, em vários países e, até mesmo, convivem dentro de um
mesmo país, no mesmo tempo.
A interpretação da APS como atenção primária seletiva entende-a como um programa
específico destinado a populações e regiões pobres a quem se oferece, exclusivamente,
um conjunto de tecnologias simples e de baixo custo, provido por pessoal de baixa
qualificação profissional e sem a possibilidade de referência a ní- veis de atenção de
maior densidade tecnológica (WALSH e WARREN, 1979; UNGER e
KILLINGSWORTH, 1986).
No SUS, ainda que o discurso oficial seja da APS como estratégia de saúde da família,
ela, na realidade, ainda mistura elementos culturais, técnicos e operacionais das duas
outras interpretações mais restritas: a APS seletiva e a APS como nível primário de
atenção à saúde. A mudança semântica foi importante, mas, agora, trata-se de
aprofundar a transformação para que alcance uma mudança de paradigma.
3.3. OS ATRIBUTOS E AS FUNÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
NAS RAS
ATRIBUTOS DA APS:
1 - Primeiro Contato
2 - Longitudinalidade
3 - Integralidade
4 -Coordenação
5 - Focalização na família
6 - Orientação comunitária
7 - Competência cultural
FUNÇÕES DA APS:
1- Resolubilidade
2 - Comunicação
3 - Responsabilização
Só haverá uma APS de qualidade quando os seus sete atributos estiverem sendo
operacionalizados, em sua totalidade. Os primeiros quatro são os atributos essenciais e
os três últimos os atributos derivados.
A presença dos sete atributos da APS é importante para a garantia dos resultados e da
qualidade da atenção. Há evidências, produzidas em nosso país, de que a
heterogeneidade da qualidade da APS está, em geral, associada à ausência de um ou
mais desses atributos. Da mesma forma, uma APS como estratégia só existirá se ela
cumprir suas três funções essenciais: a resolubilidade, a comunicação e a
responsabilização. A função de resolubilidade, inerente ao nível de cuidados primários,
significa que ela deve ser resolutiva, capacitada, portanto, cognitiva e tecnologicamente,
para atender a mais de 90% dos problemas de sua população. A função de comunicação
expressa o exercício, pela APS, de centro de comunicação das RAS, o que significa ter
condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das pessoas, dos produtos e das
informações entre os diferentes componentes das redes. A função de responsabilização
implica o conhecimento e o relacionamento íntimo, nos microterritórios sanitários, da
população adstrita, o exercício da gestão de base populacional e a responsabilização
econômica e sanitária em relação a esta população (MENDES, 2012). Quando se quiser
verificar se há uma APS eficiente, efetiva e de qualidade, articulada numa RAS, há que
se procurar verificar em que medida ela cumpre esses sete atributos e essas três funções.
É o que procura fazer, em relação aos atributos, o instrumento de avaliação da APS, o
Primary Care Assessment Tool, PCATool (STARFIELD et al., 2001; MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2010).
Referência:
3- REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA:
4- RESOLUTIVIDADE OU RESOLUBILIDADE
Na literatura encontra-se que uma Unidade Básica de Saúde (UBS) deve resolver em
torno de 80 a 90% dos problemas de saúde dos cidadãos que atenderem. Já a Unidade
Saúde da Família (USF) deveria apresentar um grau de resolutividade maior de até 92%
segundo o Prof. Dr. Eugênio Vilaça Mendes – Consultor da OPAS. Essa resolutividade
é medida por meio de várias maneiras, como, por exemplo, pelo número de
encaminhamentos gerados pelo médico da unidade de saúde (quanto mais
encaminhamentos um médico gerar, pior será o grau de resolutividade dele). Para tal
existem impressos para anotações de todas as consultas médicas e de outros
profissionais de saúde de nível superior não-médicos, procedimentos técnicos, visitas
domiciliárias, atividades de educação em saúde, entre outras ações que são
desenvolvidas dentro e fora da unidade de saúde. Além disso existem muitos
indicadores de saúde que são utilizados para medir o grau de eficiência das unidades de
saúde integrantes da rede do SUS.
“E foi uma estudiosa, norte americana, chamada Bárbara Starfield, em 1994, que
percebeu que 85% dos problemas de saúde da população poderiam ser resolvidos
ao nível da Atenção Primária/básica (grifo nosso). Ela conseguiu este feito: com uma
ação coordenada, realizando serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de
promoção da Saúde enfim, trabalhando em equipe, e formando uma rede de atenção e
cuidado, isso lá em 1994, com muito menos tecnologia do que temos hoje”.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder
Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
A 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) foi organizada pelo CNS e realizada pelo
MS. Considerada o maior espaço de participação social do Brasil, o evento reuniu mais
de cinco mil pessoas de todo o país para propor melhorias ao Sistema Único de Saúde
(SUS), sendo um resgate à 8ª Conferência, realizada em 1986, responsável por definir as
bases para construção do SUS na Constituição de 1988.”
Em Fernandópolis, no dia 29 de julho de 2021, ocorreu a 8º Conferência Municipal de
Saúde com o Tema: “Saúde e Pandemia – os desafios da nova realidade”. O atual
Presidente do Conselho Municipal de Saúde é o Gerente de Apoio Daniel Domemics, que é
graduado em Farmácia. Foram apresentadas em torno de 220 propostas que foram lidas e
discutidas por aproximadamente 100 Delegados representantes dos usuários (50%), prestadores
de serviços do SUS (25%) e Profissionais de Saúde que atuam no SUS (25%), seguindo o que
está estabelecido pela Lei Federal nº 8142/1990 (que é uma das Leis Orgânicas do SUS).
Visite a Secretaria Municipal de Saúde do seu município e peça mais informações sobre
o Conselho e os Conselheiros, eles geralmente se reúnem uma vez por mês. Em
Fernandópolis o Conselho Municipal de Saúde tem 16 titulares (8 usuários do SUS, 4
profissionais de saúde que atuam no SUS e 4 representantes dos prestadores de serviços
do SUS) e 16 suplentes. As reuniões ordinárias do CMS, durante a pandemia,
acontecem na segunda terça feira de cada mês, às 8 horas e 30 minutos, na sede da
Secretaria Municipal de Saúde (Paço Municipal). Todas as reuniões são convocadas por
ofícios e são publicadas nos Jornais da Cidade. A página Facebook do Conselho é
https://pt-br.facebook.com/conselhomunicipaldesaudedefernandopolis/
6. INTERSETORIALIDADE
Portanto para que uma população tenha um ótimo estoque de saúde é preciso a
atuação de vários setores concomitantemente, por exemplos: Ministério do
Transporte, Ministério da Educação, Ministério do Trabalho, entre outros
Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais, ONGs, etc.
Você sabia que a arrecadação do Estado de São Paulo representa 37,39% do total da
arrecadação no Brasil, por isso, você já ouviu dizer que esse estado é a “Locomotiva do
Brasil” do ponto de vista econômico; além de ser o mais populoso com
46.649.132 pessoas (IBGE 2021).
2020: R$ 2 trilhões;
“Os brasileiros pagaram R$ 2,89 trilhões em impostos ao longo de 2022, valor 11,5%
superior aos R$ 2,6 trilhões arrecadados no ano anterior.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto Gastão Vidigal, afirma que o aumento
da arrecadação foi motivado pelos tributos federais. “Adicionalmente, ainda, tivemos
inflação em níveis elevados, o que encarece produtos e serviços”, explica o especialista
do instituto de economia ligado à ACSP.”
Em outra reportagem:
Para o ano de 2023 estão previstos R$ 183,79 Bilhões segundo o Portal Transparência
no dia 04/02/2023:
Isto significa dizer que o SUS ficará subfinanciado em um cenário onde o gasto público
não aumente expressivamente nos próximos anos e haverá, com toda probabilidade,
uma deterioração dos resultados em saúde e aumento das desigualdades no país (Castro
et al., 2019).
No site https://frentepelavida.org.br/uploads/documentos/PEP%20COVID-19_v2.pdf
encontramos que:
“A luta por mais verbas para o SUS não pode desconhecer, contudo, que a sociedade
brasileira não investe pouco em saúde, considerando-se o total de gastos públicos e
privados em termos de PIB, o País gasta 9,2% ao ano. Porém, o gasto público
(federal, estadual e municipal) representa apenas 3,9% do gasto total. Para
aumentar os gastos públicos, sem ampliar o total de gastos em saúde, deve-se
redirecionar para o SUS o subsídio público atualmente destinado ao setor privado de
estabelecimentos de saúde, operadoras de seguros e planos de saúde e fornecedores de
insumos de saúde, com exceção das organizações filantrópicas que prestam serviços
exclusivamente aos usuários do SUS. Por fim, mas não menos importante, deve-se
ressaltar que o adequado financiamento do SUS passa pelo fortalecimento dos
mecanismos de pactuação tripartite e de exercício do controle social (fortalecendo
conselhos de saúde) para alocação de recursos federais e estaduais. Finalmente, deve-se
revogar a EC-95 e estabelecer o piso de 10% das receitas correntes brutas da União a ser
aplicado ao SUS, definindo fontes estáveis de financiamento. Neste escopo
fundamental, cabe ainda a necessária revogação da Portaria GM/MS nº 2979/2019, que
institui o Programa Previne Brasil e estabelece novo modelo de financiamento de
custeio da Atenção Primária Saúde. Tal normativa, na contramão do princípio da
universalidade do SUS, condiciona o financiamento federal da atenção básica ao
cadastramento da população nos municípios, além de confrontar a Lei Complementar nº
141/2012, que estabelece a necessidade de submeter à aprovação do CNS as pactuações
que dizem respeito aos critérios de rateio das transferências financeiras do Fundo
Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais de saúde (p.53/54).
E, seguramente, agora você também já sabe que o SUS NÃO É GRATUITO, não
é?
Agora que vocês já conhecem um pouco mais sobre o SUS espero que quem tinham
uma VISÃO INGÊNUA já tenham uma VISÃO TÉCNICA .. e que possa, por meio de
leituras adicionais e compreensão da realidade possa ter o alcance de uma VISÃO
POLÍTICA DO SUS.
Para pensar
Então era assim: somente quem pagava o INPS (criado em 1966 e implantado a partir
de 201/1967) e o INAMPS (criado a partir do INPS em 1977) tinha direito à saúde.
Nesta época a população que tinha emprego formal e, portanto, registro em carteira de
trabalho tinha direito a eles, além daqueles pessoas que podiam pagar mensalmente sua
contribuição no famoso “CARNE DO INPS” , quem não tinha emprego formal e nem
podia pagar este carnê era chamado de INDIGENTE, cidadãos de SEGUNDA
CLASSE, era um sistema extremamente humilhante, preconceituoso e discriminatório
para a maioria da população brasileira.
Além disso, no período de vigência destes dois órgãos “boa parte” dos hospitais
conveniados a eles para oferecer assistência (ainda que restrita a área médica) cometiam
muitas fraudes (roubos mesmos!) e muitos “donos de hospitais, administradores, e
médicos”, ficaram milionários; haja vista inúmeras denúncias de que o INPS e, depois o
INAMPS pagaram muitos partos em homens, e cirurgias de próstatas em mulheres (é
isso mesmo!!), além da verdadeira indústria mafiosa de cirurgias desnecessárias de
amígdalas da garganta (hoje tonsilas) que foram extraídas de milhares de brasileiros a se
queixarem de uma “simples dor de garganta” além de milhares de brasileiros que
perderam o seu apêndice vermiforme por aparentes “apendicites”, entre outros
procedimentos que encareciam a conta hospitalar como deixar uma puérpera (nome
dado a mulher até 40 dias após o parto) após cesariana internada por mais de uma
semana e registrar nos prontuários diagnósticos falsos somente para ganharem mais
destes órgãos o que torna pouco confiável as estatísticas de muitas doenças infecto
contagiosas dessa época do Brasil. Você tinha noção disto?
Para melhor compreensão sobre a Evolução das Políticas de Saúde no Brasil a partir de
1900 até a atualidade sugiro que vocês assistam ao filme POLITICAS DE SAÚDE
produzido, em 2006, pelo Ministério da Saúde.
Sobre os sistemas de saúde no mundo, leiam o que Pain (2009, p. 18) diz:
Esse autor ainda nos explica os três tipos de proteção social adotados pelos sistemas de
saúde do mundo:
Nos Estados Unidos onde prevalece o sistema residual de proteção à saúde, cerca de 47
milhões de cidadãos estão EXCLUIDOS do “sistema de saúde” que é, iminentemente,
de caráter privado (mercadológico) e mesmo os que têm seguro-saúde adquiridos nas
empresas privadas de Planos de Saúde sofrem enormes restrições delas para ter acesso
aos meios diagnósticos e tratamentos. Os Estados Unidos são o único país desenvolvido
que deixaram sob responsabilidade do mercado o atendimento à saúde da população
(PAIN, 2009). Se vocês tiverem tempo/interesse sobre para conhecer melhor sobre isto
assistam ao documentário: SICKO- $O$ Saúde, produzido pelo cineasta Michael
Moore, no ano de 2008, que mostra as iniquidades existentes no “sistema de saúde”
norte americano e o compara ao sistema de saúde do Canadá, França, Inglaterra e Cuba.
Um(a) estudante de graduação, já neste momento, não pode mais supor que assistência à
saúde esteja vinculado, exclusivamente, a consultas – médicas ou não e à realização de
exames e tratamentos – quem pensa assim ainda tem uma VISÃO INGÊNUA do que
vem a ser ASSISTÊNCIA À SAÚDE, pois inúmeras outras ações como as de proteção,
promoção à saúde e prevenção de condições de saúde, vigilância em saúde e redução de
danos também são ações de assistência à saúde.
“O Brasil tem hoje mais do que o dobro de médicos que tinha no início do século. Em
2000, eram 230.110 médicos. Em 2020, eles somam 502.475 profissionais. Nesse
período, a relação de médico por mil habitantes também aumentou significativamente,
na média nacional. Passou de 1,41 para 2,4. É o que mostra o estudo Demografia
Médica no Brasil 2020, resultado de uma colaboração entre o Conselho Federal de
Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP).
Os dados apontam que a proporção de médicos por habitantes no Brasil é superior à do
Japão e se aproxima dos índices dos Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido
(2,8). “Temos médicos em número suficiente para atender a população brasileira, o
problema está na distribuição. Assim como outros profissionais, os médicos estão
concentrados nos grandes centros”, argumenta o presidente do CFM, Mauro Ribeiro.”
Fonte: https://portal.cfm.org.br/noticias/explode-numero-de-medicos-no-brasil-mas-
distorcoes-na-distribuicao-dos-profissionais-ainda-e-desafio-para-
A grande maioria desses profissionais de saúde no Brasil trabalha no SUS nas três
esferas de governo, notadamente, na esfera MUNICIPAL.
Não, não são sinônimos, mas pode ser entendido como sendo uma evolução conceitual e
metodológica. São expressões que surgiram cada uma em um CONTEXTO
HISTÓRICO (sociopolítico) diferente.
Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada por Winslow,
Charles-Edward Amory (1877–1957), nos EUA 1920.
Terris (1992) apud Paim e Almeida Filho (1998) atualizou essa clássica definição de
saúde pública nos seguintes termos: "a arte e a ciência de prevenir a doença e a
incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços
organizados da comunidade".
Nessa perspectiva, surge o conceito de saúde coletiva que pode ser considerada como
um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a
epidemiologia, o planejamento/administração de saúde e as ciências sociais em saúde.
São disciplinas complementares desse campo a estatística, a demografia, a geografia, a
clínica, a genética, as ciências biomédicas básicas, entre outras. Ela contempla o
desenvolvimento de atividades de cunho transdisciplinar, multiprofissional,
interinstitucional e transsetorial; portanto, transcende o campo institucional e o tipo de
profissional convencionalmente reconhecidos como da saúde pública, tendo cenários de
atuação diversificados - além do público governamental e não centrado somente nos
serviços médicos e de enfermagem como na definição do Winslow (1920), mas
reconhecendo nos cenários a importância de todos os profissionais de saúde e de outras
áreas do conhecimento humano.
ANEXOS
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições
de bem-estar físico, mental e social.
CAPÍTULO I
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
CAPÍTULO III
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I
do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais,
abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
CAPÍTULO IV
Seção II
Da Competência
b) de saneamento básico; e
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde
(SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de
trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
Seção I
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações
e serviços de:
I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
V - vigilância em saúde.
Seção II
Da Hierarquização
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se
inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e
hierarquizada, de acordo com a com maior densidade tecnológica do serviço.
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção
à Saúde os serviços:
I - de atenção primária;
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será
ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco
individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas
para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente.
CAPÍTULO V
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
Seção I
__________________________________________________________________
Link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0003_03_10_2017.html
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o art.
87, parágrafo único, incisos I e
CAPÍTULO I
III - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, na forma do Anexo
IV;
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
Modalidade II: a carga horária mínima individual dos profissionais deverá ser de
30 (trinta) horas semanais, com população adscrita correspondente a 75% (setenta
e cinco por cento) da população adscrita para uma eSF.
Não se aplica aos profissionais da eAP a vedação à participação em mais de uma eAP
ou eSF, não sendo hipótese de suspensão de repasse a duplicidade de profissional.
O cadastro das eAP no SCNES deverá observar os mesmos códigos para o cadastro das
eSF.
As citações à Equipe de Atenção Básica - eAB feitas nesta portaria e em outros atos
normativos devem ser interpretadas, no que couber, como referências à Equipe de
Atenção Primária - eAP.
De modo a atender às características e necessidades de cada município, poderão
também ser compostas eSB na modalidade I com carga horária diferenciada, nos
seguintes termos:
Modalidade I-20h: eSB composta por profissionais com carga horária mínima
individual de 20 (vinte) horas semanais e cadastrados em uma mesma Unidade de
Saúde, com população adscrita correspondente a 50% (cinquenta por cento) da
população adscrita para uma eSF; ou
Modalidade I-30h: eSB composta por profissionais com carga horária mínima
individual de 30 (trinta) horas semanais e cadastrados em uma mesma Unidade de
Saúde, com população adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por cento)
da população adscrita para uma eSF.
Não se aplica aos profissionais da eSB na modalidade I com carga horária
diferenciada a vedação à participação em mais de uma eSB ou eSF, não sendo
hipótese de suspensão de repasse a duplicidade de profissional.
4.- ................................................................................................................." (NR)
Art. 3º A Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 14. .......................................................................................................
§ 1º Fazem jus a 50% a mais sobre os valores transferidos referentes às ESB
implantadas de acordo com as modalidades definidas no art. 14, todas as ESB dos
Municípios constantes do Anexo I a Portaria nº 822/GM/MS, de 17 de abril de 2006, e
as ESB dos Municípios constantes no Anexo à Portaria nº 90/GM/MS, de 17 de janeiro
de 2008, que atendam a populações residentes em assentamentos ou remanescentes de
quilombos, respeitado o número máximo de equipes definido também na Portaria nº
90/GM/MS, de 17 de janeiro de 2008.
§ 2º Ficam definidos os seguintes valores do incentivo financeiro mensal para o custeio
das Equipes de Saúde Bucal (ESB) nas modalidades I com carga horária diferenciada,
segundo critérios e regras estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica:
I - Modalidade I-20h: R$ 1.115,00 (um mil, cento e quinze reais); ou
II - Modalidade I-30h: R$ 1.672,50 (um mil, seiscentos e setenta e dois reais e
cinquenta centavos).
§ 3º Fica vedada a substituição de eSB nas modalidades I e II composta por
profissionais com carga horária individual de 40 horas semanais por eSB nas
Modalidades I-20h e I-30h, nos termos de norma a ser editada pela Secretaria de
Atenção Primária à Saúde, sob pena de suspensão da transferência do incentivo
financeiro." (NR)
"Art. 15. Os recursos orçamentários de que trata esta Seção correrão por conta do
orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar a Funcional Programática
10.301.2015.219A - Piso de Atenção Básica em Saúde, no plano orçamentário PO -
0001 - Piso de Atenção Básica Variável." (NR)
"Seção XII
Do financiamento das equipes de Atenção Primária - eAP
Art. 85-A. Esta Seção dispõe sobre o incentivo financeiro de custeio mensal das
equipes de Atenção Primária - eAP, a ser transferido aos municípios na
modalidade fundo a fundo, de acordo com a portaria de credenciamento e com o
cadastro das equipes no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de
Saúde - SCNES.
§ 1º Ficam definidos os seguintes valores do incentivo financeiro mensal para o
custeio das eAP, segundo critérios estabelecidos pela Política Nacional de Atenção
Básica:
I - Modalidade I: R$ 3.565,00 (três mil, quinhentos e sessenta e cinco reais); ou
II - Modalidade 2: R$ 5.347,00 (cinco mil, trezentos e quarenta e sete reais).
§ 2º Fica vedada a substituição de eSF por eAP, nos termos de norma a ser editada
pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde, sob pena de suspensão da
transferência dos incentivos financeiros.
§ 3º Os recursos orçamentários de que trata esta Seção correrão por conta do orçamento
do Ministério da Saúde, devendo onerar a Funcional Programática 10.301.2015.219A -
Piso de Atenção Básica em Saúde, no plano orçamentário PO - 0001 - Piso de Atenção
Básica Variável." (NR)
Art. 4º O credenciamento para os incentivos de que trata esta Portaria e as respectivas
transferências dos recursos ficam condicionados à disponibilidade orçamentária e
financeira do Ministério da Saúde.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
_____________________________________________________________________
2) PORTARIA Nº 2.979, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2019 (Partes mais
importantes)
Link: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.979-de-12-de-novembro-de-
2019-227652180
Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento
de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por
meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de
2017.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os
Art. 1º Esta Portaria Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de
financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde - APS no âmbito do Sistema
Única de Saúde - SUS, por meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS,
de 28 de setembro de 2017.
Art. 2º O Título II da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de
2017, "Do Custeio da Atenção Básica", passa a vigorar com as seguintes alterações:
"TÍTULO II DO CUSTEIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE"
Seção I
Do Custeio da Atenção Primária à Saúde
Art. 9º O financiamento federal de custeio da Atenção Primária à Saúde (APS)
será constituído por:
I - capitação ponderada;
II - pagamento por desempenho; e
III - incentivo para ações estratégicas.
Parágrafo único. Os recursos de que trata o caput serão transferidos na modalidade
fundo a fundo, de forma regular e automática, aos Municípios, ao Distrito Federal e aos
Estados e repassados pelo Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde.
Seção II
Da Capitação Ponderada
Art. 10. O cálculo para a definição dos incentivos financeiros da capitação
ponderada deverá considerar:
I - a população cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e equipe de
Atenção Primária (eAP) no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção
Básica (SISAB);
II - a vulnerabilidade socioeconômica da população cadastrada na eSF e na eAP;
III - o perfil demográfico por faixa etária da população cadastrada na eSF e na
eAP; e
IV - classificação geográfica definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Parágrafo único. O cálculo que trata o caput será baseado no quantitativo da
população cadastrada por eSF e eAP, com atribuição de peso por pessoa,
considerando os critérios de vulnerabilidade socioeconômica, perfil demográfico e
classificação geográfica.
Art. 11. Para fins de repasse do incentivo financeiro será considerada a população
cadastrada na eSF e na eAP até o limite de cadastro por município ou Distrito
Federal.
§1º O limite de cadastro por município ou Distrito Federal corresponde ao
resultado da multiplicação do número de suas eSF e eAP, credenciadas e
cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(SCNES), pelo quantitativo potencial de pessoas cadastradas por equipe
estabelecido no Anexo XCIX, não podendo ultrapassar a população total definida
pelo IBGE.
§ 2º No caso em que o limite de cadastro por município ou Distrito Federal seja
ultrapassado, serão priorizadas no cálculo para definição do incentivo financeiro,
as pessoas cadastradas que atendem aos critérios de vulnerabilidade
socioeconômica e perfil demográfico.
§ 3º No caso de municípios ou Distrito Federal com população total definida pelo IBGE
inferior a quantidade potencial de pessoas cadastradas por equipe conforme definido no
Anexo XCIX, e que possua 1 (uma) eSF credenciada e cadastrada no SCNES, o
município ou Distrito Federal fará jus:
I - ao recebimento do valor correspondente ao quantitativo de pessoas cadastradas,
aplicado os critérios previstos nesta Seção; e
II - ao recebimento do valor relativo à diferença entre o quantitativo potencial de
pessoas cadastradas estabelecido no Anexo XCIX e o quantitativo de pessoas
cadastradas de que trata o inciso I, atribuído à diferença somente o peso do critério
classificação geográfica.
§ 4º O incentivo financeiro de que trata o inciso II do § 3º será transferido apenas ao
município ou Distrito Federal que cadastrar a totalidade da população definida pelo
IBGE.
Art. 12. O valor do incentivo financeiro da capitação ponderada será transferido
mensalmente e recalculado simultaneamente para todos os municípios ou Distrito
Federal a cada 4 (quatro) competências financeiras, observado o disposto no parágrafo
único do art. 10.
Art. 12-A. O peso por pessoa cadastrada de que trata o parágrafo único do art. 10
corresponde a:
I - 1,3 (um inteiro e três décimos) para as pessoas que atendam aos critérios de
vulnerabilidade socioeconômica ou perfil demográfico;
II - 1 (um inteiro) para as pessoas que não se enquadrem o inciso I do caput; e
III - 1 (um inteiro), 1,45 (um inteiro e quarenta e cinco décimos) ou 2 (dois inteiros), de
acordo com a classificação geográfica do município ou Distrito Federal, observada a
tipologia rural-urbana definida pelo IBGE nos termos do §4º deste artigo.
§1º O critério de vulnerabilidade socioeconômica contempla pessoas cadastradas
beneficiárias:
I - do Programa Bolsa Família (PBF);
II - do Benefício de Prestação Continuada (BPC); ou
III - de benefício previdenciário no valor de até dois salários mínimos.
§2º O critério de perfil demográfico por faixa etária contempla pessoas
cadastradas com idade até 5 (cinco) anos e com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais.
§3º Nos casos em que a pessoa cadastrada se enquadrar tanto na vulnerabilidade
socioeconômica quanto no perfil demográfico, o peso de 1,3 (um inteiro e três décimos)
será aplicado uma única vez.
§4º O critério de classificação geográfica será estabelecido por município ou
Distrito Federal, observada a tipologia rural-urbana definida pelo IBGE:
I - município urbano: peso 1 (um);
II - município intermediário adjacente: peso 1,45 (um inteiro e quarenta e cinco
décimos);
III - município rural adjacente: peso 1,45 (um inteiro e quarenta e cinco décimos);
IV - município intermediário remoto: peso 2 (dois); e
V - município rural remoto: peso 2 (dois).
§ 5º A pontuação do município ou Distrito Federal para definição do cálculo de repasse
será obtida pela multiplicação dos pesos estabelecido nos incisos I e II do caput pelos
pesos previstos no §4º e pelo quantitativo da população cadastrada, observado o limite
estabelecido no art. 11.
§6º O valor total a ser repassado por município ou Distrito Federal será a multiplicação
da pontuação estabelecida no §5º pelo valor per capita definido em ato do Ministério da
Saúde.
Art. 12-B. A transferência do incentivo financeiro de custeio referente à capitação
ponderada está condicionada:
I - ao credenciamento das eSF e eAP pelo Ministério da Saúde;
II - ao cadastro das eSF e eAP no SCNES pela gestão municipal ou Distrito Federal; e
III - à ausência de irregularidades que motivem a suspensão da transferência conforme
disposto na PNAB (Anexo 1 do Anexo XXII da Portaria de Consolidação 2).
Parágrafo único. No caso de cadastro de eSF ou eAP no SCNES referente a um novo
credenciamento, o incentivo financeiro da capitação ponderada será transferido ao
município ou Distrito Federal mensalmente até o 2º (segundo) recálculo subsequente de
que trata o art. 12, observado o limite estabelecido no art. 11, considerando:
I - a quantidade potencial de pessoas cadastradas por equipe conforme o Anexo XCIX; e
II - o critério de classificação geográfica.
Seção III
Do Pagamento por Desempenho
Art. 12-C. O cálculo do incentivo financeiro do pagamento por desempenho será
efetuado considerando os resultados de indicadores alcançados pelas equipes
credenciadas e cadastradas no SCNES.
§1º O valor do pagamento por desempenho será calculado a partir do
cumprimento de meta para cada indicador por equipe e condicionado ao tipo de
equipe.
§ 2º O incentivo financeiro do pagamento por desempenho repassado ao município ou
Distrito Federal corresponde ao somatório dos resultados obtidos por equipe, nos termos
do § 1º.
Art. 12-D. Para o pagamento por desempenho deverão ser observadas as seguintes
categorias de indicadores:
I - processo e resultados intermediários das equipes;
II - resultados em saúde; e
III - globais de APS.
Parágrafo único. Os indicadores de que trata o caput deverão considerar ainda a
relevância clínica e epidemiológica, disponibilidade, simplicidade, baixo custo de
obtenção, adaptabilidade, estabilidade, rastreabilidade e representatividade.
Art. 12-E. O valor do incentivo financeiro do pagamento por desempenho será
transferido mensalmente e recalculado simultaneamente para todos os municípios
ou Distrito Federal a cada 4 (quatro) competências financeiras.
Parágrafo único. No caso de cadastro de eSF ou eAP no SCNES referente a um novo
credenciamento, o incentivo financeiro do pagamento por desempenho será transferido
ao município ou Distrito Federal mensalmente até o 2º (segundo) recálculo subsequente
de que trata o caput, considerando o resultado potencial de 100% (cem por cento) do
alcance dos indicadores por eSF e eAP.
Art. 12-F. Ato do Ministro de Estado da Saúde definirá os indicadores e as metas para o
pagamento por desempenho, após pactuação na CIT.
§ 1º Cabe ao Ministério da Saúde a realização do cálculo dos indicadores para a
transferência do incentivo de pagamento por desempenho.
§ 2º A especificação técnica dos indicadores será definida em ficha de qualificação a ser
disponibilizada no endereço eletrônico do Ministério da Saúde.
Seção IV
Incentivo para Ações Estratégicas
Art. 12-G. O cálculo para a definição dos recursos financeiros para incentivo para ações
estratégicas deverá considerar:
I - as especificidades e prioridades em saúde;
II - os aspectos estruturais das equipes; e
III - a produção em ações estratégicas em saúde.
Art. 12-H. O incentivo para ações estratégicas contemplará o custeio das seguintes
ações, programas e estratégias:
I - Programa Saúde na Hora;
II- Equipe de Saúde Bucal (eSB);
III - Unidade Odontológica Móvel (UOM);
IV - Centro de Especialidades Odontológicas (CEO);
V - Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD);
VI - Equipe de Consultório na Rua (eCR);
VII - Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF);
VIII - Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR);
IX - Microscopista;
X - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP);
XI - Custeio para o ente federativo responsável pela gestão das ações de Atenção
Integral à Saúde dos Adolescentes em Situação de Privação de Liberdade;
XII - Programa Saúde na Escola (PSE);
XIII - Programa Academia da Saúde;
XIV- Programas de apoio à informatização da APS;
XV - Incentivo aos municípios com residência médica e multiprofissional;
XVI - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); e
XVII - outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico.
______________________________________________________________________
3) PORTARIA Nº 3.222, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2019 (Partes mais
importantes)
Link: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-3.222-de-10-de-dezembro-de-
2019-232670481
Dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho, no âmbito do Programa
Previne Brasil.
Art. 1º Esta Portaria dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho
previsto na Portaria nº 2.979/GM/MS, de 12 de novembro de 2019, define as ações
estratégicas e os indicadores do ano de 2020, e estabelece as ações estratégicas para
definição dos indicadores dos anos de 2021 e 2022.
Art. 4º Os resultados dos indicadores alcançados por equipes credenciadas e cadastradas
no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (SCNES) serão
aglutinados em um indicador sintético final, que irá definir o incentivo financeiro do
pagamento por desempenho por município e pelo Distrito Federal.
Art. 5º A apuração dos indicadores será realizada quadrimestralmente (janeiro-abril,
maio-agosto, setembro-dezembro) e os resultados serão disponibilizados no
quadrimestre subsequente no endereço eletrônico do Ministério da Saúde.
Parágrafo único. O pagamento mensal por desempenho de cada quadrimestre estará
vinculado ao resultado obtido pelo município e pelo Distrito Federal no quadrimestre
anterior.
Art. 6º O conjunto de indicadores do Pagamento por Desempenho a ser observado
na atuação das Equipes de Saúde da Família (ESF) e Equipes de Atenção Primária
(EAP), para o ano de 2020, abrange as ações estratégicas de Saúde da Mulher, Pré-
Natal, Saúde da Criança e Doenças Crônicas (Hipertensão Arterial e Diabetes
Melittus).
§ 1º São indicadores para o ano de 2020:
I - proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas,
sendo a 1ª até a 20ª semana de gestação;
II - proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV;
III - proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado;
IV - cobertura de exame citopatológico;
V - cobertura vacinal de poliomielite inativada e de pentavalente;
VI - percentual de pessoas hipertensas com pressão arterial aferida em cada
semestre; e
VII - percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada.
§ 2º Os pesos para os indicadores de que trata este artigo serão definidos em ato
normativo específico do Ministério da Saúde, após pactuação tripartite.
§ 3º A especificação técnica dos indicadores será definida em ficha de qualificação.
Art. 7º Os indicadores do pagamento por desempenho para os anos DE 2021 e 2022
serão definidos após monitoramento, avaliação e pactuação tripartite durante o
ano de 2020, e contemplarão as seguintes ações estratégicas:
I - ações multiprofissionais no âmbito da atenção primária à saúde;
II - ações no cuidado puerperal;
III -ações de puericultura (crianças até 12 meses);
IV - ações relacionadas ao HIV;
V - ações relacionadas ao cuidado de pessoas com tuberculose;
VI - ações odontológicas;
VII - ações relacionadas às hepatites;
VIII - ações em saúde mental;
IX - ações relacionadas ao câncer de mama; e
X - Indicadores Globais de avaliação da qualidade assistencial e experiência do
paciente com reconhecimento e validação internacional e nacional, como o
Primary Care Assessment Tool (PCATool - Instrumento de Avaliação da Atenção
Primária), o Patient-Doctor Relationship Questionnaire (PDRQ-9 - Questionário
de Avaliação da Relação Médico-Paciente) e o Net Promoter Score (NPS - Escala
de Satisfação do Usuário).
Art. 8º O Ministério da Saúde propiciará o acompanhamento mensal dos resultados de
cada equipe, relacionados aos indicadores contidos nesta Portaria, disponibilizados no
endereço eletrônico do Ministério da Saúde.
Art. 9º Será considerado o alcance do peso total do referido indicador para efeitos de
pagamento:
I - nos casos de eventual desabastecimento de insumos, de responsabilidade do
Ministério da Saúde ou do Estado, que interfiram no alcance das metas a serem
atingidas pelos municípios e pelo Distrito Federal nos indicadores elencados nesta
Portaria, mediante envio e análise da justificativa; e
II - ausência de treinamento específico para realização das ações que interfiram no
alcance das metas a serem atingidas pelos municípios e pelo Distrito Federal nos
indicadores elencados nesta Portaria, e cuja causa tenha sido dada pelo Ministério da
Saúde ou Estado, mediante envio e análise da justificativa.
Art. 10. A ampliação do número de indicadores está condicionada à
disponibilidade orçamentária e financeira do Ministério da Saúde.
Art. 11. Esta Portaria entra em vigor em 1º de janeiro de 2020, com efeitos financeiros a
partir da competência financeira de setembro de 2020.
JOÃO GABBARDO DOS REIS
Em 2021 foi publicado, pelo Ministério da Saúde, o “MANUAL INSTRUTIVO DO
FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE”, disponível em
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_financiamento_aps.pdf
Acesse-o e leia mais sobre os indicadores de saúde para 2021/2022 que os municípios
deverão cumprir.
E no dia 20 janeiro de 2022 foi publicada a Portaria GM/MS nº 102, que alterou a
Portaria n º 3222 de 10/12/2029 supracitada. Em seguida foi publicada. a Nota Técnica
nº 2/2022 sobre os Indicadores de Pagamento por Desempenho do Programa Previne
Brasil. Essa Nota Técnica está disponível em: https://www.cosemssp.org.br/wp-
content/uploads/2022/01/NT-Alterac%CC%A7a%CC%83o-indicadores-de-
desempenho-1.pdf
Link: http://www.conass.org.br/conass-informa-n-212-publicada-a-lei-n-13-958-de-18-
de-dezembro-de-2019-que-institui-o-programa-medicos-pelo-brasil-no-ambito-da-
atencao-primaria-a-saude-no-sistema-unico-de-saude-sus/
______________________________________________________________________
CONASS - www.conass.org.br
CONASEMS - www.conasems.org.br
COSEMS - http://www.cosemssp.org.br/
https://localizasus.saude.gov.br/
ANVISA – www.anvisa.gov.br
ANS – www.ans.gov.br
IEPS – www.ieps.org.br
www.agendamaissus.org.br