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forças produtivas de uma determinada sociedade. Por fim, um quarto sentido, ligado
epistemologia das diferentes técnicas, estas mais ligadas ao fazer humano prático.
Tal linearidade, como mostra Carlos Paris, partindo das raízes biológicas da técnica,
não procede. Pelo contrário, há entre ciência, técnica e tecnologia uma relação
dialética quando afirmou: “somos inteligentes porque temos mãos”. Ou seja, o “homo
faber não só vai dilatando o âmbito e a perfeição de sua técnica, mas iluminando
Filosóficos nos quais indica que “o homem nasce de sua própria atividade vital,
objeto de sua vontade e de sua consciência” (Marx, 1972, p. 111), tendo, na práxis,
prática, a análise de Paris nos conduz a uma síntese, na qual saber técnico,
dialeticamente.
Deste modo, “os instrumentos adquirem uma nova função a serviço não da ação,
humanas. Assim, pode-se estabelecer uma clara distinção entre inovações técnicas
e tecnológicas.
As primeiras pressupõem um aperfeiçoamento numa linha estabelecida de
energia e de materiais – como ilustraria o desenvolvimento da navegação à
vela; as segundas implicam saltos qualitativos, pela introdução de recursos
energéticos e materiais novos – assim na arte de navegar, o aparecimento
dos navios a vapor e depois os movidos por combustíveis fósseis e por
energia nuclear. (Paris, 2002, p. 119)
Tomando a ‘tecnologia’ como uma relação e prática social e tendo como horizonte
que até o presente, como assinalava Marx em sua obra, a humanidade vive sua pré-
tecnologia como força autônoma das relações sociais, das relações, portanto, de
poder e de classe. A forma mais apologética deste fetiche aparece, atualmente, sob
acabar com o sistema capital, mas, pelo contrário, tornando-o um sistema eterno.
estão resolvidos, e, para gozar a vida, o cidadão só precisa apertar diversos botões
ou manejar objetos de apoio (Paris, 2002, p. 175). Mas, como prossegue o autor, na
verdade, se trata de uma epiderme embelezada que encobre uma imensa maioria
elementares. Esta manipulação ideológica, por outro lado, passa a ideia que o
Todavia, como observa Marx, “a máquina, triunfo do ser humano sobre as forças
seres humanos a estas mesmas forças”; “(...); a máquina, meio infalível para
Cabe, todavia, ressaltar que isso não pode nos conduzir ao viés, também
capital. Isto conduz a uma armadilha para aqueles que lutam pela superação do
‘tecnologia’ sob o capitalismo – decorrem de uma análise que oculta o fato de que a
sistema capital, não é uma determinação a ela intrínseca, mas, como a mesma, é
democracia de fato.
Seria possível dizer que o marxismo é a teoria e a prática socialistas de
sociedades especificamente tecnológicas. Ou seja, se o trabalho humano
que transforma a natureza tendo em vista objetivos coletivos humanos é de
importância fundamental para concepção marxista de PRÁXIS,
a tecnologia é o produto: artefatos que encerram valor e têm valor de uso
(...) Marx ressalta que é a tecnologia, e não a natureza, que tem importância
fundamental: “a natureza não fabrica máquinas, locomotivas, ferrovias,
telégrafo elétrico, máquina de fiar automática, etc. Tais coisas são produtos
da indústria humana; material natural transformado em órgãos da vontade
humana que se exerce sobre a natureza ou da participação humana na
natureza. São órgãos do cérebro humano, criados pela mão humana: o
poder do conhecimento objetificado” (Grundrisse apud Botto-more, 1998, p.
371).
extensão de sentidos e membros humanos para dilatar o tempo livre; vale dizer,
humanos. Uma tecnologia de cuidado com a vida e, por consequência com as bases