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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

Unidade III:
Diagramas de Fases
Profa. D.Sc. Antonia Daniele Souza Bruno Costa
nielebruno@gmail.com.br
LIGAS FERROSAS
MATERIAIS METÁLICOS

FERROSOS NÃO FERROSOS


Ligas Al
Ferros fundidos
Ligas Ti
Ligas leves
Ligas Fe-C Ligas Mg
Aços
Ligas Be
Bronzes
Ligas Cu Latões
Fe-Ni
Cu-Ni
(MARAGING) Ligas Ni
Outras Fe •Ferríticos
Fe-Cr-Ni •Austeníticos
•Martensíticos
(INOX)
•Duplex
LIGAS FERRO-CARBONO
0< %C < 2 2 < %C < 4

AÇOS FERROS FUNDIDOS


Se não contiver
Sem liga ou nenhum elemento de
Aço-carbono liga em quantidade
superior aos mínimos
indicados

Teores máximos de alguns


Aço ligado elementos nos aços sem liga:
Aço de Se nenhum elemento • Al – 0,10% • Ni – 0,30
de liga atingir um • Bi – 0,10 • Nb – 0,06
baixa
teor de 5% • B – 0,0008 • Pb – 0,40
liga • Cr – 0,30 • Se – 0,10
Aço de Se pelo menos um el. • Co – 0,10 • Si – 0,50
alta liga de liga ultrapassar • Cu – 0,05 • Ti – 0,05
um teor de 5% • Mn – 1,65 • W – 0,01
• Mo – 0,08 • V – 0,10
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
❖ O sistema de classificação de aços empregados pela ABNT (NBR NM 87) é
o mesmo usado pelo AISI (American Iron and Steel Institute) e pela SAE
(Society of Automotive Engineergs: SAE J404).
❖ Nesses sistemas, os aços são divididos em grupos principais e, dentro
desses grupos, em famílias com características semelhantes.
❖ AISI-SAE YYXX
Teor de Carbono em
Família YY XX centésimos de
porcentagem
❖ Exemplo:
❖ Aço 4340 → é um aço da família 43 (1,8%Ni, 0,80% Cr, 0,25% Mo) e
0,40%C.
❖ Além dos algarismos, são empregadas letras na classificação:
❖ “H”, após os algarismos, que indica temperabilidade. Exemplo: Aço 8620H →
possui tratamento térmico que confere maior dureza que o aço 8620.
❖ “B” entre os dois grupos de algarismos indica a presença de boro. Exemplo:
10B46 → corresponde ao aço 1046 (aço carbono com 0,46%C) + 5 ppm de B para
melhorar a temperabilidade.
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
SISTEMA UNS (Unified Numbering System)
❖ A partir de 1975, num esforço de estabelecer um sistema única para a
designação de metais e ligas, a ASTM e a SAE passaram a publicar o UNS.
❖ Nesse sistema (ASTM E 527), um prefixo de uma letra é seguido por cinco
algarismos.
❖ A letra dá uma indicação da família do metal ou liga indicado e os
algarismos identificam a liga específica.
❖ Para os aços normalizados pela SAE, o UNS procurou manter o mesmo
código numérico.
❖ Essa norma usa a letra G, seguida do número SAE acrescida de um zero.
Ex.: AISI 1040 → G10400
NORMA DIN (Deutsches Institut für Normung)
❖ A norma alemã DIN classifica os aços pelo símbol St (Stahl = aço) seguido
de uma algarismo correspondente ao valor mínimo de resistência à tração.
Ex.: St42, St35.
CLASSIFICAÇÃO ABNT (excluindo os aços ferramenta)
Aços Carbono
10XX → Aço Carbono
11XX → Aço Carbono Ressulfurado (corte fácil)
12XX → Aço Carbono Ressulfurado e Refosforado (corte fácil)
Aços Baixa liga
2XXX ➔ Aço ao Níquel
3XXX ➔ Aço ao Níquel e Cromo
4XXX ➔ Aço ao Molibidênio
40XX ➔ Mo 0,15-0,3%
41XX ➔ Mo, Cr
43XX ➔ Mo, Cr, Ni
5XXX ➔ Aço ao Cromo
6XXX ➔ Aço ao Cromo e Vanádio
8XXX ➔ Aço ao Níquel, Cromo e Molibidênio
9XXX ➔ Outros
CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ALTO TEOR DE LIGA

Aços inoxidáveis (resistentes ao calor e à corrosão)


2XX → Cr, Ni, Mn Austenítico
3XX → Cr, Ni Austenítico
4XX → Cr Ferrítico
4XX → Cr Martensítico
5XX → Baixo cromo (resistente ao calor)
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
Classificação AISI dos Aços Ferramentas
❖ W – Aços temperáveis em água
❖ S – Aços resistentes ao choque (Shock)
❖ Aços para ligas especiais
❖ L – Tipo baixa liga
❖ F – Tipo carbono tungstênio
❖ P – Aços para moldes
❖ Aços rápidos
❖ T – ao tungstênio
❖ M – ao Molibdênio
❖ Aços para trabalho a quente
❖ H1 - H19 – Ao cromo
❖ H20 – H39 – Ao tungstênio
❖ H40 – H59 → Ao molibdênio
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS
Classificação AISI dos Aços Ferramentas
❖ Aços para trabalho a frio
❖ O – Aços temperáveis em óleo
❖ A – Aços média liga, temperáveis ao ar
❖ D – Aço alto carbono, alto cromo
Série D:
❖ Os aços D (AISI/SAE) mais comuns são D2, D3, D4 e D6.
❖ Os aços D3 e D6 são os que possuem teores de carbono mais elevado.
❖ Os aço D3 é denominado pela fabricante Gerdau de VC130 e pela Villares
de K100.
❖ Utiliza-se a metalurgia do pó para a fabricação dos aços A e D, pois esse
método proporciona mais resistência ao desgaste por meio do aumento da
quantidade de carbonetos, de tamanho e distribuição uniforme.
Elemento Ferro
 FERRO  = FERRITA
 FERRO  = AUSTENITA
 FERRO  = FERRITA 
 TF= 1534 C
 As fases ,  e  FORMAM soluções sólidas com
CARBONO
Carbono intersticial
Elemento Ferro
Características das Fases do Ferro
FERRO  = FERRO  = FERRITA 
FERRO  = FERRITA AUSTENITA
◼ Estrutura= CCC ◼ Estrutura= CFC (tem Estrutura= CCC
◼ Temperatura “existência”= + posições Temperatura
até 912 C intersticiais)
“existência”= acima de
◼ Fase Magnética até 768 C ◼ Temperatura
1394C
(temperatura de Curie) “existência”= 912 -
1394C Fase Não-Magnética
◼ Solubilidade máx do
◼ Fase Não-Magnética
Carbono= 0,02% a 727 C É a mesma que a ferrita
◼ Solubilidade máx do

Carbono= 2,14% a
1148C Como é estável
somente a altas
temperaturas não
apresenta interesse
comercial
INTRODUÇÃO AOS DIAGRAMAS DE FASES
Definições e Conceitos Básicos
Componentes:
❖ São metais puros e/ou compostos que compõem uma liga.
❖ Exemplo: Latão – liga Cu-Zn:
❖ Componentes: Cu e Zn
❖ Cu → solvente (componente em maior quantidade, representa a matriz
metálica)
❖ Zn → soluto (componente em menor quantidade)
Sistema:
❖ Possui dois significados:
❖ Pode referir-se a um corpo específico que está sendo considerado.
❖ Exemplo: um cadinho de aço fundido.
❖ Série de possíveis ligas compostas pelos mesmos componentes, porém de
maneira independente à composição da liga.
❖ Exemplo: o sistema Fe-C.
Definições e Conceitos Básicos
Limite de Solubilidade:
❖ É a concentração máxima de átomos de soluto, num sistema de ligas em
uma temperatura específica, que pode se dissolver no solvente para formar
uma solução sólida.
❖ A adição de soluto em excesso, além desse limite de solubilidade, resulta
na formação de outra solução sólida ou outro composto, composição
marcadamente diferente.
❖ Exemplo: Sistema Açúcar-água (C12H22O11-H20):
❖ Inicialmente: à medida que o açúcar é adicionado à água, uma solução
ou xarope açúcar-água é formado.
❖ +açúcar: a solução fica mais concentrada, até que o limite de
solubilidade seja atingido, quando a solução fica saturada com açúcar.
❖ Nesse ponto a solução não é mais capaz de dissolver qualquer
quantidade de açúcar.
❖ +++ açúcar: o soluto é sedimentado no fundo do recipiente
Definições e Conceitos Básicos
Limite de Solubilidade:
❖ Exemplo: Sistema Açúcar-água (C12H22O11-H20):
❖ O limite de solubilidade do açúcar na água depende da temperatura
❖ Eixo das ordenadas: Temperatura
❖ Eixo das abscissas: concentração (porcentagem do peso do açúcar)
Definições e Conceitos Básicos
Limite de Solubilidade:
❖ Exemplo: Sistema Açúcar-água (C12H22O11-H20):
❖ O aumento da concentração de açúcar se dá da esquerda para a direita.
❖ A concentração da água é lida da direita para a esquerda.
❖ A soma das concentrações (água+açúcar) em qualquer composição será
sempre 100%.
Definições e Conceitos Básicos
Limite de Solubilidade:
❖ Exemplo: Sistema Açúcar-água (C12H22O11-H20):
❖ Para composições e temperaturas à esquerda da linha de solubilidade,
existe apenas a solução líquida de xarope.
❖ À direita da linha, coexistem o xarope e o açúcar sólido.
Definições e Conceitos Básicos
Fases:
❖ É uma porção homogênea do sistema que possui características físicas e
químicas uniformes.
❖ Exemplos:
❖ Materiais puros, soluções sólidas, líquidas e gasosas.
❖ Solução de xarope água + açúcar
❖ Fase 1: xarope;
❖ Fase 2: açúcar solido.
Definições e Conceitos Básicos
Microestrutura:
❖ Pode ser observada por meio de aparelhos ópticos ou eletrônicos.
❖ Elas influenciam as propriedades mecânicas de um material.
❖ Nas ligas metálicas, a microestrutura é caracterizada pelo número de fases
presentes, por suas proporções e pela sua maneira segunda a qual elas estão
distribuídas ou arranjadas.
❖ A microestrutura de uma liga depende de variáveis:
❖ Elementos de ligas presentes;
❖ Concentrações;
❖ Tratamento térmico. Liga Cu-Al
fase mais clara

α (fase mais escura)


Definições e Conceitos Básicos
Sistema Homogêneo:
❖ São sistema monofásicos.
Sistema Heterogêneo:
❖ São sistemas compostos por duas ou mais fases, também denominados de
misturas.
Energia Livre:
❖ É uma função da energia interna de um sistema e, também, da
aleatoriedade ou desordem dos átomos ou moléculas (entropia) .
Equilíbrio:
❖ Um sistema está em equilíbrio se sua energia livre está em um mínimo sob
uma combinação específica de temperatura, pressão e composição.
❖ Em sentido macroscópico, equilíbrio significa que as características do
sistema não mudam ao longo do tempo, mas persistem indefinidamente.
❖ O sistema em equilíbrio é um sistema estável.
Equilíbrio de Fases:
❖ Reflete-se por umas constância nas características das fases de uma
sistema ao longo do tempo.
DIAGRAMAS DE FASES DE UM
COMPONENTE (OU UNÁRIOS)
Diagrama de Fases
❖ Também denominado diagrama de equilíbrio contém as informações sobre o
controle da estrutura das fases de um sistema específico.
❖ Existem três parâmetros que podem ser controlados externamente e que
afetarão a estrutura das fases:
❖ Tempertura;
❖ Pressão;
❖ Composição.
❖ Os diagramas de fases são construídos quando várias combinações desses
parâmetros são traçadas umas em função das outras.
Diagrama Unário
❖ É o tipo de digrama de fases mais
fácil para ser compreendido.
❖ É o sistema de um único
componente, no qual a
composição é mantida constante
(isto é, o diagrama de fases para
uma substância pura).
❖ Nesse diagrama a pressão e a
temperatura são as variáveis.
Diagrama de Fases
Diagrama Unário para a Água Pura
❖ Fases presentes: Sólido (gelo), Líquido (água) e Gás (Vapor d´água).
❖ Cada fase existirá em condições de equilíbrio ao longo das faixas de
temperatura-pressão da sua área correspondente.
❖ Curva aO → fronteira da fase sólido/gás
❖ Curva bO → fronteira da fase sólido/líquido
❖ Curva cO → fronteira da fase líquido/gás
Diagrama de Fases
Diagrama Unário para a Água Pura
❖ Quando se cruza a fronteira, uma fase se transforma em outra.
Exemplo: P = 1 atm e aquecendo
❖ Ponto 2: Fusão: sólido se transforma em líquido (T = 0°C)
❖ Ponto 3: Vaporização: o líquido se transforma em gás
❖ Curva aO: Sublimação: o gelo sólido se vaporiza ao cruzar esta curva.
Diagrama de Fases
Diagrama Unário para a Água Pura
❖ Ponto O: Ponto triplo ou Ponto Invariante:
❖ Todas as fases estão simultaneamente em equilíbrio entre si.
❖ São invariantes, pois sua posição é definida, ou fixada, por valores
definidos de pressão e temperatura (273,16 K e 6,04. 10-23 atm).
❖ Qualquer desvio desse ponto causará o desaparecimento de pelo menos
uma das fases.
DIAGRAMAS DE FASES BINÁRIOS
Diagrama de Fases Binários
❖ Diagrama em que a temperatura e a composição são os parâmetros variáveis,
enquanto a pressão é mantida constante.
Ligas Binárias:
❖ São aquelas que tem dois componentes

Diagramas de Fases Binários


❖ São mapas que representam as
relações entre a temperatura e as
composições e quantidades das
fases em equilíbrio, as quais
influenciam a microestrutura da
liga.
❖ Muitas microestruturas se
desenvolvem a partir das
transformações de fases, que são
as alterações que ocorrem quando
a temperatura é modificada
(normalmente, durante o
resfriamento).
Sistemas Isomorfos Binários
Diagrama Cu-Ni:
❖ Há três regiões ou campos, de fases diferentes aparecem no diagrama:
❖ Campo alfa ();
❖ L → é uma solução líquida
❖ Campo líquido (L).
homogênea composta tanto por
❖ Campo bifásico (+L).
cobre quanto por níquel.
❖ Fase  → é uma solução sólida
substituicional contendo átomos de
Cu e de Ni, e possui a estrura
cristalina CFC.
Isomorfo:
❖ Sistema em que há completa
solubilidade dos dois componentes
nos estados sólidos e líquidos.
❖ Atendem as regras de Hume-
Rothery:
❖ Mesma estrutura cristalina (CFC);
❖ Raios atômicos e
eletronegatividades praticamente
idênticos.
❖ Valências semelhantes.
Sistemas Isomorfos Binários
Diagrama Cu-Ni:
❖ Soluções sólidas, em ligas metálicas, são designadas por meio de letras
minúsculas (, ,  etc).
❖ Linha Liquidus → curva que separa os campos das fases L e +L
❖ A fase líquida está presente em todas as temperaturas e composições acima dessa
curva.
❖ Linha Solidus → está localizada
entre as regiões  e +L.
❖ Abaixo dela existe somente a
fase sólida .
❖ As linhas liquidus e solidus se
interceptam nas duas
extremidades de composição.
❖ Esses pontos correspondem as
temperaturas de fusão do cobre
puro (1085ºC) e níquel puro
(1453°C).
SISTEMAS EUTÉTICOS
Sistemas Eutéticos Binário
Diagrama Cu-Ag:
❖ Soluções sólidas, em ligas metálicas, são designadas por meio de letras
minúsculas ( e ).
❖ Regiões monofásicas: ,  e L (líquido). Fase 
❖ Regiões bifásicas: +,  + L e +L ❖ É uma solução sólida rica em
cobre.
❖ Tem a prata como o componente
soluto.
❖ Tem estrutura cristalina CFC.
❖ Solubilidade máxima: 8% Ag
Fase 
❖ Tem uma estrutura CFC.
❖ O Cu é o soluto.
❖ Limite de solubilidade: 8,8% Cu
Observação:
❖ O cobre puro é considerado
como fase 
❖ A prata pura é considerada
como fase 
Sistemas Eutéticos Binário
Linha Solvus:
❖ Nas temperaturas abaixo de 779°C, a linha do limite de solubilidade do sólido,
separando as regiões das fases  e  +  (linha BC)
❖ Fronteiras GH, linha solvus da fase 
Sistemas Eutéticos Binário
Linha Solidus:
❖ Nas temperaturas abaixo de 779°C, a linha do limite de solubilidade do sólido,
separando as regiões das fases  e  + L (fronteira AB)
❖ Fronteiras GF:  e +L
Sistemas Eutéticos Binário
❖ A linha horizontal BEG , que é paralela ao eixo das composições e que se
estende entre as posições de solubilidades máximas, também pode ser
considerado uma linha solidus.

Observação:
A linha BEG
representa a
temperatura mais
baixa na qual pode
existir uma fase
líquida para
qualquer liga Cu-
Ag que esteja em
equilíbrio.
Sistemas Eutéticos Binário
Linha Liquidus:
❖ Conforme a prata é adicionada ao cobre, a temperatura na qual a liga se torna
totalmente líquida diminui ao longo da linha liquidus (curva AE).
❖ A temperatura de fusão do cobre é reduzida por adições de prata.
❖ Curva FE → linha liquidus → a introdução do cobre reduz a temperatura para a
fusão completa ao longo da outra linha liquidus.
Sistemas Eutéticos Binário
Reação Eutética:
❖ Eutético significa que se funde com facilidade
❖ Mediante um resfriamento, uma fase líquida se transforma em duas fases
sólidas,  e , na temperatura TE (temperatura do eutético ou isoterma
eutéticca).

𝑳 𝟕𝟏, 𝟗% 𝑨𝒈 ՞ 𝜶 𝟖, 𝟎% 𝑨𝒈 + 𝜷 𝟗𝟏, 𝟐% 𝑨𝒈
DIAGRAMAS DE FASES FERRO-CARBONO
2.1. Diagrama de Fase Fe-C
PERITÉTICA
• 3 pontos importantes
T(ºC) +l→ 
1600
 +l
- Eutética (A): 1400 L
L  + Fe3C   +L
1200 1148ºC
A L+Fe3C
- Eutectóide (B): (austenita)

Fe3C (cementita)
   + Fe3C 1000  
   +Fe3C


800 727ºC = T eutectóide
B
600
+Fe3C
400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) 0.76 4.30 C, wt% C
120 mm
Resultado: Pearlita = Fe3C (cementita)
Camadas alternadas das
fases  and Fe3C  (ferrita)
2.1. Diagrama de Fase Fe-C
Pontos importantes do diagrama:
• Linha A1:
• Indica a reação eutetóide;
• A utilização da letra “A” foi
inicialmente feita pelo francês Le
Chatelier e indica uma parada
(Arrêt) durante a transformação;
• Esse parada ocorre a 727°C,
com 0,76% de C.
2.1. Diagrama de Fase Fe-C
Pontos importantes do diagrama:
• Linha A2:
• Transformação magnética do Fe
CCC, ocorrendo a 770°C
(também chamada de
temperatura de Curie da ferita). A2
• Nessa temperatura, o ferro muda
de paramagnético para
ferromagnético.
2.1. Diagrama de Fase Fe-C
Pontos importantes do diagrama:
• Linha A3:
• Temperatura de transformação
da 𝜸 ՜ 𝜶.
• Para o ferro puro, ocorre a
912°C.
• A medida que o teor de carbono
vai aumentando, a temperatura
A3 vai diminuindo, até o limite de
727°C, no qual se encontro o A1.
2.1. Diagrama de Fase Fe-C
Pontos importantes do diagrama:
• Linha Acm:
• Temperatura de transformação
da 𝜸 ՜ 𝑭𝒆𝟑 𝑪.
• Inicia-se a 727°C, com 0,77% C
e vai aumentando com a
elevação do teor de carbono, até
atingir 1148°C a 2,11% C.
2.2. Liga Eutética
❖ LIGA EUTÉTICA: corresponde à liga de mais baixo de
fusão
Líquido →FASE  (austenita) + cementita
T(ºC)
❖ Temperatura= 1148 C 1600
❖ - Teor de Carbono= 4,3% 
❖ As ligas de Ferro fundido 1400 L
de 2,1-4,3% de C são
  +L
chamadas de ligas 1200 1148ºC
A
hipoeutéticas (austenita)

Fe3C (cementita)
❖ As ligas de Ferro fundido
acima de 4,3% de C são 1000
 +Fe3C
chamadas de ligas
hipereutéticas

800 727ºC = T eutectóide

600
+Fe3C
400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) C, wt% C
2.3. Liga Eutetóide
❖ LIGA EUTETÓIDE → corresponde à liga de mais baixa temperatura
de transformação sólida
Austenita → FASE  (FERRITA) + Cementita

❖ Temperatura= 725 C
❖ Teor de Carbono= 0,8 %
❖ Aços com 0,02-0,8% de C são
chamadas de aços
hipoeutetóide.
❖ Aços com 0,8-2,1% de C são
chamadas de aços
hipereutetóides.
2.3. Liga Eutetóide - Microestrutura

 É similar ao eutético.
Consiste de lamelas alternadas de fase 
(ferrita) e Fe3C (cementita) chamada de
PERLITA
 FERRITA : lamelas + espessas e
claras
 CEMENTITA : lamelas + finas e
escuras
 Propriedades mecânicas da perlita
 intermediária entre ferrita (mole e
dúctil) e cementita (dura e frágil)
2.4. Nucleação & Crescimento da Perlita
2.5. Aço Hipoeutetóide
T(ºC)
1600

1400 L
  (Sistema Fe-C
  +L
  1200 1148ºC L+Fe3C

Fe3C (cementita)
(austenita)
  1000
   + Fe3C

  800 727ºC
  
600
 + Fe3C
400
 0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe)C0 C, wt% C
0.76

perrlita

Aço Hipoeutetóide
100 mm

perlita Ferrita proeutectóide


49

2.5. Aço Hipoeutetóide


T(ºC)
1600

1400 L
(Sistema Fe-C)
   +L
  1200 1148ºC L+Fe3C

Fe3C (cementita)
(austenita)
 
1000
 + Fe3C
W = s/(r + s)
800 r s 727ºC
W =(1 - W)
 R S
 600
 + Fe3C
perlita
400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
(Fe) C0 C, wt% C
0.76

Wperlita = W
W’ = S/(R + S) 100 mm
Aço Hipoeutetóide
WFe3C =(1 – W’)
perlita Ferrita proeutetóide
2.6. Aço Hipereutetóide
T(ºC)
1600

1400 L (Sistema Fe-C)
   +L
 1200 L+Fe3C
 
1148ºC

Fe3C (cementita)
(austenita)
  1000
   +Fe3C
Fe3C
  800
  
600
 +Fe3C
400
0 1 C0 2 3 4 5 6 6.7
0.76

(Fe) C, wt%C
pearlite

60 mm Aço Hipereutetóide

perlita proeutectoid Fe3C


2.6. Aço Hipereutetóide
T(ºC)
1600

1400 L (Sistema Fe-C )

Fe3C   +L
  1200 1148ºC L+Fe3C

Fe3C (cementita)
(austenita)
  1000
 +Fe3C
W =x/(v + x)
800 v x
WFe3C =(1-W)
 V X
600
 +Fe3C
pearlite
400
0 1 C0 2 3 4 5 6 6.7
0.76

(Fe) C, wt%C
Wpearlite = W
W = X/(V + X)
60 mmAço Hipereutetóide
WFe =(1 - W)
3C’
perlita Fe3C proeutetóide
2.7. Regra da Alavanca
 Se a posição da composição e temperature estiver localizada dentro de uma
região bifásica, a linha de amarração deve ser usada na regra da alavanca (ou
regra da alavanca inversa):
1. A linha de amarração é constituída da
T(ºC) região bifásica na temperature da
tie line liga.
1300 L (liquid) 2. A composição global da liga é
localizada sobre a linha de
B amarração.
TB
 3. A fração de uma fase é calculada
tomando-se o comprimento da linha
1200 (solid) de amarração desde a composição
R S global da liga até a fronteira entre
fases com a outra fase e então
20 30C 40 50 dividindo-se esse valor pelo
L C0 C
comprimento total da linha de
wt% Ni
amarração.
4. A fração da outra fase é determinada
de maneira semelhante.
2.7. Regra da Alavanca
❖ Qual a fração de cada fase?
❖ Pense na linha de amarração como
uma gangorra.

T(ºC) Linha de amarração

1300 L (líquido)
B
TB ML M

1200 (sólido)
R S

20 30CL R S
C0 40 C 50

wt% Ni M x S = ML x R
ML S C − C0 R C − CL
WL = = =  W = = 0
ML + M  R + S C − CL R + S C − CL

2.8. Exemplo: Para uma liga composta por 99,6%p Fe – 0,4%p C, a uma
temperature imediatamente abaixo da eutetóide, determine o seguinte:
1) As frações da ferrite total () e da cementita (Fe3C).
2) Os valores de cementita e ferrita que forma em 100 g de aço.
a) Usuando a linha de amarração RS bem C = 0.022 wt% C
abaixo da linha do eutetóide → CFe3C = 6.70 wt% C
b) Usando a regra da
1600
alavanca temos: 
1400 L
R C − C T(ºC)
WFe3C = = 0   +L
R + S CFe3C − C

Fe C (cementita)
1200 1148ºC L+Fe3C
(austenita)
0.40 − 0.022
= = 0.057 1000
 + Fe3C
6.70 − 0.022
800 727ºC
R S
Quantidade de Fe3C em 100 g 600  + Fe3C
= (100 g)WFe3C 400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
C C0 C, wt% C CFe
3C
= (100 g)(0.057) = 5.7 g
2.8. Exemplo: Para uma liga composta por 99,6%p Fe – 0,4%p C, a uma
temperature imediatamente abaixo da eutetóide, determine o seguinte:
1) As frações da ferrite total () e da cementita (Fe3C).
2) Os valores de cementite e ferrite que forma em 100 g de aço.
a) Usuando a linha de amarração RS bem C = 0.022 wt% C
abaixo da linha do eutetóide → CFe3C = 6.70 wt% C
b) Usando a regra da
1600
alavanca temos: 
L
S C Fe3C − C0 1400
W = = T(ºC)
  +L
R + S CFe3C − C

Fe C (cementita)
1200 1148ºC L+Fe3C
(austenita)
6,7 − 0,40
= = 0.943 1000
 + Fe3C
6.70 − 0.022
800 727ºC
R S
Quantidade de Fe3C em 100 g 600  + Fe3C
= (100 g)W 400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
C C0 C, wt% C CFe
3C
= (100 g)(0.943) = 94.3 g
2.8. Exemplo: Para uma liga composta por 99,6%p Fe – 0,4%p C, a uma
temperature imediatamente abaixo da eutetóide, determine o seguinte:
3) Os valores de perlite e ferrite proeutetóide em 100 g de aço.

Usando a linha de amarração VX logo acima da linha eutetóide.


C0 = 0.40 wt% C
C = 0.022 wt% C
Cperlita = C = 0.76 wt% C
1600

1400 L
V C − C T(ºC)
Wperlita = = 0   +L
V + X C − C

Fe C (cementite)
1200 1148ºC L+Fe3C
(austenite)
0,040 − 0,022
= = 0,512 1000
 + Fe3C
0,76 − 0,022
800 727ºC
VX
Percentual de perlita em 100 g 600  + Fe3C
= (100 g)Wperlita 400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
C C0 C C, wt% C
= (100 g)(0,512) = 51,2 g
2.8. Exemplo: Para uma liga composta por 99,6%p Fe – 0,4%p C, a uma
temperature imediatamente abaixo da eutetóide, determine o seguinte:
3) Os valores de perlite e ferrite proeutetóide em 100 g de aço.

Usando a linha de amarração VX logo acima da linha eutetóide.


C0 = 0.40 wt% C
C = 0.022 wt% C
Cperlita = C = 0.76 wt% C
1600

L
X C y − C0 1400
T(ºC)
W -proeutetóide = =   +L

Fe C (cementite)
V + X C − C 1200
(austenite)
1148ºC L+Fe3C

0,76 − 0,40
= = 0,488 1000
 + Fe3C
0,76 − 0,022
800 727ºC
VX
Percentual de perlita em 100 g 600  + Fe3C
= (100 g)Wperlita 400
0 1 2 3 4 5 6 6.7
C C0 C C, wt% C
= (100 g)(0,488) = 48,8 g
2. CURVAS TTT
2.1. Introdução
 Um diagrama de equilíbrio, como o Fe-C possui diversas transformações
de fase que ocorrem em determinadas temperaturas e que são
dependentes da composição e da temperatura da liga.
 Tais mudanças de fase existem considerando-se resfriamentos lentos e
temperaturas fixas.
 Quando se necessita de informações adicionais a respeito dessas
transformações com velocidades de resfriamento rápidas, por exemplo,
necessita-se de outro diagrama, denominado Diagrama Isotérmico ou
Diagrama TTT (Tempo – Temperatura – Transformação).
 Os diagramas TTT fornecem informações sobre os tipos de constituintes e
seus respectivos percentuais com variadas velocidades e formas de
resfriamento.
 Nesse gráfico, podem-se notar as mudanças de fase, onde haverá
transformação parcial ou total do aço, em função do período de tempo no
qual ele foi resfriado ou mantido a uma dada temperatura.
2.1. Introdução

início final
2.2. Transformações

AUSTENITA
Resf. Rápido
Resf. lento (Têmpera)
Resf. moderado
Perlita
Martensita
(+ Fe3C) + a Bainita
fase (fase tetragonal)
próeutetóide ( + Fe3C)
reaquecimento

Martensita
Ferrita ou cementita Revenida
( + Fe3C)
2.3. Perlita
❖ A transformação de austenita em perlita ocorre apenas se a liga for super
resfriada até abaixo da temperatura do eutetóide.
❖ À esquerda da curva do início de transformação apenas austenita estará
presente, enquanto que a direita da curva do término de transformação apenas
existirá perlita.
❖ Entre as duas curvas ambas estão presentes.
2.3. Perlita
❖ A transformação isotérmica realizada a temperaturas imediatamente abaixo da
temperatura do eutetóide produz uma perlita grosseira.
❖ Uma transformação a temperatura em torno de 540° C produz perlita fina.
2.3. Perlita

❖ À temperatura em torno de 540°C é produzido uma perlita mais fina, pois


com a diminuição da temperatura, a taxa de difusão do carbono diminui.
❖ Por consequinte as camada se tornam progressivamente mais finas.

Perlita Perlita
Grosseira Fina
2.3. Perlita

PERLITA Perlita fina:


FERRITA
20-30 Rc
Perlita grossa:
86-97 RB
2.4. Bainita
❖ Com uma maior redução de
temperatura (após a formação de
perlita fina) um novo
microconstituinte é formado: a
bainita.
❖ A bainita é constituída de ferrita +
cementita, mas os arranjos são
diferentes.
❖ No diagrama de transformação
isotérmica, a bainita se forma
abaixo do joelho enquanto a
perlita se forma acima.

A – Austenita
B – Bainita
P – Perlita
N – joelho da curva (ponto de
separação entre formação da
perlita e bainita.
2.4. Bainita

Microestrutura da Bainita contendo finíssimas


agulhas das fases
2.5. Martensita
❖ A martensita se forma quando ligas ferro-
carbono austenitizadas são resfriadas AUSTENITA
rapidamente, de maneira a evitar a Cúbico
de face centrada

difusão do carbono, ficando o mesmo TRANSFORMAÇÃO


retido em solução. ALOTRÓPICA COM
AUMENTO DE VOLUME,
❖ Como consequência disso, ocorre a que leva à concentração de tensões
transformação polimórfica mostrada ao
lado.
❖ Como a martensita não envolve difusão, a
MARTENSITA
sua formação ocorre instantaneamente
(independente do tempo).
❖ Microestrutura em forma de agulhas
❖ É dura e frágil (dureza: 63-67 Rc) ❖ Na martensita todo o carbono
permanece intersticial, formando
❖ Tem estrutura tetragonal cúbica (é uma uma solução sólida de de Ferro
fase metaestável, por isso não aparece supersaturada com Carbono, que
é capaz transformar-se em
no diagrama). outras estruturas, por difusão,
quando aquecida.
2.5. Martensita

Martensita no titânio

Martensita nos aços

A transf. Martensítica
ocorre c/ aumento de
volume
2.6. Martensita Revenida
❖ É obtida pelo reaquecimento da martensita (fase alfa + cementita)
❖ A dureza cai.
❖ Os carbonetos precipitam
❖ Forma de agulhas escuras

Fotomicrografia de uma liga de


memória de forma (69%Cu-26%Zn-
5%Al), mostrando as agulhas de
martensita numa matriz de austenita
2.7. Exemplo
❖ O “joelho” observado na
figura é a representação do
ponto no qual há uma
modificação no aço, havendo
acima e abaixo deste ponto,
diferentes constituintes
formados, em função do
tempo de resfriamento da
liga.
2.7. Exemplo
Curva (a): 100% bainita
❖ Ocorre resfriamento rápido
até 350ºC.
❖ Mantem-se a temperatura
constante na sequência, por
104 segundos.
❖ Em seguida, realizando-se
um resfriamento brusco até
25ºC.
❖ Há uma passagem da linha
de resfriamento abaixo do
“joelho” formado pelas curvas
de transformação do aço,
havendo 100% de
transformação da austenita
em bainita.
2.7. Exemplo:
Curva (b): 100% martensita
❖ Leva-se 150 s a 250°C para
que a transformação em
bainita tenha o seu início, de
modo que a 100 s a amostra
ainda se encontra 100% na
forma austenita.
❖ À medida que a amostra é
resfriada através da região da
martensita , tendo início a
uma temperatura de
aproximadamente 215°C,
progressivamente uma maior
quantidade da austenita se
transforma instantaneamente
em martensita.
❖ Essa transformação já
encontra-se concluída no
momento em que a
temperatura ambiente é
atingida.
2.7. Exemplo:
Curva (c): 50% perlita + 50%
bainita
❖ Para a curva isotérmica a 650°C,
a perlita começa a se formar após
cerca de 7s.
❖ Transcorridos 20s, apenas cerca
50%da amostra se transformou
em perlita.
❖ O resfriamento rápido até 400°C
está indicado pela linha vertical.
❖ A 400°C, começa-se a contar o
tempo, após 103 segundos, todos
os 50% da austenita residual
terão se transformado
completamente em bainita.
❖ Com o resfriamento rápido
(têmpera) até a temperatura
ambiente, nenhuma
transformação adicional é
possível.

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