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RESUMO:
Este projeto pretende abordar as disciplinas física e química, no ensino médio, para tanto será
criado um modelo prático de um foguete amador. Além disso, abordando as complexidades
da engenharia aeroespacial, o modelo se baseia em fundamentações teóricas; desenhos e
cálculos necessários para o desenvolvimento do foguete. Visando alcançar os objetivos
seguintes: Chegar em 200 metros de altura, Transporte de um celular e Eficiência no
transporte entre 1 kg e 1.5kg. Como resultados esperados, pretendemos cumprir com os
objetivos.
ABSTRACT:
This project aims to address the subjects of physics and chemistry in high school, for which a
practical amateur rocket model will be created. Furthermore, addressing the complexities of
aerospace engineering, the model is based on theoretical foundations; drawings and
calculations necessary for the development of the rocket. Aiming to achieve the following
objectives: Exceeding 200 meters, Transporting a cell phone and Efficiency in transporting
between 1 kg and 1.5 kg. As expected results, we intend to meet the objectives.
1.INTRODUÇÃO:
Com os avanços da engenharia aeroespacial tornou-se cada vez mais fácil o envio de
carga útil em missões suborbitais e orbitais, mas a compreensão da complexidade de um
foguete é pouco entendida pela maioria da população.
Observa-se que apesar de estarmos em uma época de grandes inovações no âmbito espacial,
há uma pequena porcentagem de pessoas que se interessam pelo assunto, e, isto talvez possa
prejudicar o contínuo avanço desta área.
1
No ensino médio há pouco conhecimento sobre a importância de matérias como física
e química para o mundo moderno, este fator pode propiciar interpretações equivocadas sobre
os investimentos feitos em áreas que dependem desses conhecimentos teóricos. Não é de hoje
que se pergunta o porquê do investimento no setor espacial, então este trabalho tem como
finalidade demonstrar o quão difícil é moldar, especular ou criar um modelo de foguete. Este
projeto se justifica por despertar o interesse pelas áreas do saber: química e física; por
envolver os jovens em atividades práticas que facilitam o processo de aprendizagem; por
despertar o interesse pela ciência.
Foguetes podem ser perigosos em certos casos, cuidar com o local de lançamento ou
se o foguete é grande demais são pensamentos importantes que devem estar presentes na hora
de decidir.
A AEB1 criou o “Manual de Segurança e Boas Práticas para Operação e
Lançamento de Foguetes Amadores”, a finalidade deste documento é recomendar e orientar
medidas de segurança para o manuseio de foguetes amadores de uso civil no território
brasileiro(AEB, 10/10/2023).
De acordo com o manual, os foguetes complexos são foguetes que possuem mais de
um motor ou mais de um estágio.
Este documento define o que é um foguete amador baseado no impulso total, abaixo
estão as duas classe:
Classe 1:
A. Foguete amador com impulso total menor que 160 Ns.
B. Peso máximo, incluindo o propelente, de 1.500 gramas.
C. Máximo de 125 gramas de propelente;
D. Suas partes estruturais devem ser feitas de papel, madeira ou plástico quebrável.
Classe 2:
A. Foguete amador com impulso total entre 160 Ns e 40.960 Ns.
1
AEB: Agência Espacial Brasileira.
2
Para lançar foguetes que ultrapassem os 40.960 Ns é necessário ter a Licença de
Operador de Lançamento, que pode ser obtida pela AEB.
O manual define que a carga útil não deve ser tripulada por animal ou humano; não
deve conter cargas explosivas ou incendiárias e não deve causar queda ou descarga de alguma
parte própria ou da carga útil.
Foguete de classe 2 existe uma distância mínima que está representada na tabela
abaixo:
É recomendado que no lançamento do foguete seja feito um registro por uma pessoa
de 18 anos ou mais, assumindo qualquer responsabilidade ou risco do lançamento do foguete.
A AEB poderá registrar por meio do formulário eletrônico disponível no site ou utilizando
seu email adastra@aeb.gov.br.
Neste documento se encontra também uma tabela com a classe do motor relacionado
ao Impulso total, apresentado logo abaixo:
1/8A <0,3125
3
1/2A >0,625 – 1,25
A >1,25 – 2,5
B >2,5 – 5
Minifoguete C >5 – 10
D >10 – 20
E >20 – 40
F >40 – 80
G >80 – 160
H >160 – 320
I >320 – 640
J >640 – 1280
L >2560 – 5120
M >5120 – 10240
N >10240 – 20480
O >20480 – 40960
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1.2 OBJETIVOS:
Alcançar um modelo de foguete que cumpra alguns requisitos que são específicos ao
projeto, são eles: chegar em 200 metros de altura, levar em sua coifa um celular e construir
um motor capaz de levar pesos entre 1 kg e 1,5 kg.
Ultrapassar 200 metros: Buscaremos aqui, um design inteligente que reduza o peso do
foguete, bem como um motor eficiente e um propelente que possa provocar o empuxo
necessário.
Transporte de um celular: Para podermos gravar o teste, focaremos em tentar criar uma
área para carga útil que comporte um celular pequeno.
Eficiência no transporte entre 1 kg e 1.5kg: Para que tal projeto não seja preso unicamente
ao transporte de celular, esperamos alcançar um empuxo suficiente para que pesos entre 1 kg
e 1.5 kg não afetem a eficiência do motor.
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2.FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS:
Este trabalho está embasado em alguns conceitos importantes, estará abaixo uma lista
e serão mostrados na sequência :
➔ Empuxo.
➔ Impulso (específico e total).
➔ Arrasto.
➔ Centro de gravidade.
➔ Centro de pressão.
➔ Centro de massa.
2.1 EMPUXO
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Baseado no que o Emerson F. C. Paubel(Paubel, Emerson FC) disse sobre empuxo
oriundo de um foguete, podemos entender a força de empuxo, como:
líquidos ou fluidos, e o volume deslocado pelo objeto oqual gera uma força contrária e de
mesma intensidade proporcional ao volume deslocado; entretanto, a fórmula apropriada será
de Emerson F. C. Paubel, pois entende que o fluido em questão sai do próprio foguete e
consequentemente não está submerso a nenhum fluido a não ser ao próprio ar.
2.2 IMPULSO
operação do motor, 𝐼𝑡 = ∫ 𝐹𝑑𝑡, sendo “t” o tempo, o impulso total é usado para a
0
comparação de motores e para classificação do foguete, impulsos totais muito altos podem
tirar a classificação de foguete amador– e o impulso específico – é definido pela razão do
7
𝑡𝑏
∫𝐹𝑑𝑡
impulso total mostrado anteriormente pela vazão mássica integrada pelo tempo, 𝐼𝑠𝑝 = 0
,
∫𝑚𝑝𝑑𝑡
Fonte: AUTORAL.
2.3 ARRASTO
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linear característica, ρ é a densidade do fluido, μ viscosidade dinâmica e ν viscosidade
cinemática – comumente usado em tubulações, foguetes e aeronaves, e usaremos a fórmula
2
π𝑑
𝐴= 4
para calcular a área da coifa partindo do princípio que a coifa é um cone e depois
2𝐷
usaremos a fórmula 𝐶𝑥 = 2 para calcular o atrito.
ρ𝑉 𝐴
∑𝑌𝑖𝐴𝑖
𝑖
𝑌𝑐𝑚 =
∑𝐴𝑖
𝑖
foguete.
Centro de massa é o ponto onde definimos que toda a massa do objeto está
concentrada, normalmente é o centro do objeto, vale ressaltar que o centro de massa de um
foguete é o ponto de equilíbrio das forças gravitacionais que agem sobre o foguete.
O centro de massa também pode ser encontrado como: Centro de gravidade e ponto
de equilíbrio dependendo do contexto.
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Em um foguete simétrico, sabemos que o ponto x e z do centro de massa se encontra
exatamente no eixo central do foguete, então para calcular o y usaremos a seguinte fórmula:
∑𝑌𝑖𝑚𝑖
𝑖
𝑌𝑐𝑚 =
∑𝑚𝑖
𝑖
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3 DESIGN
O nome do foguete foi escolhido a partir de sugestões internas, por votação o nome
XPlane ganhou e foi escolhido para este foguete.
Nosso foguete conta com um design simplificado, no design colocamos aletas; uma
coifa e um corpo, a escolha do design foi baseado na ideia de introduzir a engenharia
aeroespacial no ensino médio, descrita anteriormente na introdução, portanto, abordar um
modelo mais complicado, sustentado por princípios e cálculos, foge do objetivo deste
trabalho.
O foguete será feito de politetrafluoretileno, já que o mesmo apresenta uma densidade
próxima do alumínio e uma resistência térmica alta, conterá 4 aletas distribuídas em 4 cantos
paralelos do foguete, também conterá uma coifa e um corpo.
Abaixo estará a imagem ilustrada do design do foguete, e abaixo da imagem estará a
dimensão das partes do foguete:
Fonte: AUTORAL.
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4 MOTOR DO FOGUETE
Entre motores de foguete sólido e líquido, o sólido é preferível para este trabalho, pois
vale lembrar que além do motor de foguete líquido ser mais complicado na sua fabricação, o
mesmo apresenta uma dificuldade na obtenção do propelente, portanto adotaremos o uso do
motor de foguete sólido.
Para este foguete usaremos o combustível constituído de sacarose e nitrato de
potássio, portanto será chamado pela sua fórmula KNSu, abaixo estará uma ilustração de um
motor de propelente sólido que servirá de base para o nosso motor.
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4.1 NOSSO PROTÓTIPO DE MOTOR
Fonte: AUTORAL.
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O motor de ferro fundido foi projetado pensando no design do XPlane, e portanto foi
criado o desenho técnico do foguete inteiro, assim é possível observar sua estrutura e ver que
o motor está alinhado com o corpo do foguete, as unidades estão em milímetros e a imagem
foi gerada no padrão A3(420mm*297mm):
Fonte AUTORAL.
Vale ressaltar que a massa útil do foguete agora fica aproximadamente 28,3 kg, mas
foi definido como 28,5 kg nos cálculos como medida de seguranças, portanto o foguete junto
com a carga útil de 1,5 kg fica aproximadamente 30 kg, este valor será futuramente chamado
de massa útil ou massa final do foguete por ser a massa sem propelente.
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Imagem 7 - Configurações possíveis dos grão propelente.
Escolhemos a geometria tubular por ser mais fácil de fazer, e por apresentar um
empuxo crescente, abaixo está o desenho do propelente, em milímetros, que contém um furo
com o diâmetro da garganta do bocal para a passagem de gás.
Fonte: AUTORAL.
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Nessa imagem é possível ver que o diâmetro do furo é de 4cm e que a altura do
propelente é de 14cm.
Fonte: AUTORAL.
2
Fórmula do volume do cilindro: π * 𝑟 * ℎ, onde h é a altura do cilindro e r o raio do
cilindro.
2 3
Propelente sem o furo: π * 7 𝑐𝑚 * 14 𝑐𝑚 ≈ 2156 𝑐𝑚 .
2 3
Furo: π * 2 𝑐𝑚 * 14𝑐𝑚 ≈ 176 𝑐𝑚 .
3 3 3
Volume do propelente é igual a subtração de 2156 𝑐𝑚 por 176 𝑐𝑚 que é 1980 𝑐𝑚 .
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5 PROPELENTE
Propelentes Sólidos: compostos por uma mistura de sólidos que queimam de maneira
controlada. Essa queima gera os gases quentes liberados a alta velocidade através de um
bocal, criando a propulsão.
Existem propelentes híbridos, que são uma junção dos propelentes acima. Além disso,
os propelentes podem ser classificados de acordo com sua finalidade, como propelentes de
baixo impulso (usados em fogos de artifício), propelentes de alto impulso (usados em
foguetes espaciais) e propelentes de médio impulso (usados em mísseis e foguetes de
sondagem).
5.1 KNSu
O combustível que usaremos neste foguete será o KNSu, um combustível sólido, sua
escolha deve-se a facilidade de fabricá-lo e seu valor.
Usaremos uma margem de segurança, sendo ela de 10% para evitar possíveis perdas,
e a fórmula percentual da substância será de 65% da massa total do propelente de Nitrato de
Potássio e 35% para o açúcar.
Vimos antes o volume do propelente, agora será apresentado a massa desse
combustível:
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Para calcular o peso do propelente basta multiplicar o volume pela massa do
propelente, portanto é necessário saber a massa do KNSu, e para isto usamos a fórmula
centesimal do KNSu(65% de nitrato de potássio e 35% de sacarose) junto com a massa molar
de cada substância do composto, abaixo está os cálculos para a massa do propelente:
Então para calcular a massa molar de quanto equivale 65% de salitre e 35% de
𝑀𝑚*𝑃
sacarose pode se usar a seguinte fórmula: 100
Sendo Mm a massa molar e P a porcentual,
assim descobrimos que 65% de salitre é 65,78g e 35% de sacarose é 119.77 g, somando os
dois se obtém 185.55 g, portanto a massa do propelente é 367,40 g ou 36,74 kg.
6 APOGEU
Apogeu é a altura máxima que o foguete atinge após seu lançamento, nosso foguete
busca atingir um apogeu de 1km em relação a base de lançamento, e por isso seu lançamento
será vertical.
2
𝑔𝑡2
Para aproximar a altura do foguete temos a fórmula 𝐻 = ℎ + 𝑉𝑡2 − 2
, no qual o
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pelo veículo após a queima do propelente, 𝑡2 é o tempo em que o veículo é desacelerado pela
𝑉
sendo ‘a’ descrito pela fórmula 𝑎 = 𝑡1
sendo 𝑡1 um instante de tempo.
Vale ressaltar que de acordo com o manual de foguetes amadores da AEB nosso
motor seria classificado como classe L.
4810 𝑘𝑔*𝑚/𝑠
𝑉= 67𝑘𝑔
= 71. 7910 𝑚/𝑠.
71.7910 𝑚/𝑠
𝑡2 = 10 𝑚/𝑠
= 7. 17910 𝑚/𝑠.
2
𝐻 = 71. 7910𝑚/𝑠 * 7. 17910𝑚/𝑠 − 5 𝑚/𝑠 * 7. 17910𝑚/𝑠 ≈ 257. 70 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠.
Neste cálculo foi desconsiderado o atrito, contudo sua participação nos cálculos é
importante e para aproximar a influência do atrito no apogeu do foguete desconsideraremos
20% do resultado, então a altura do foguete ficará 206.16 metros.
REFERÊNCIAS
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em:https://www.gov.br/aeb/pt-br/servicos/manuais_da_aeb/manuais/manual-de-seguranca-e-b
oas-praticas-para-operacao-e-lancamento-de-foguetes-amadores-reb-parte-4.
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