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CRIAÇÃO DE UM MODELO EFICIENTE DE UM FOGUETE DE

PEQUENA ESCALA PARA TRANSPORTE DE OBJETOS PEQUENOS


DE POUCO PESO

Deivid Antunes de Melo;


Gabriel Santos brenzinger;
Gustavo Cardoso Monteiro;
Nicolas Kaenan Silveira;
Kauan Becker;

RESUMO:

Este projeto pretende abordar as disciplinas física e química, no ensino médio, para tanto será
criado um modelo prático de um foguete amador. Além disso, abordando as complexidades
da engenharia aeroespacial, o modelo se baseia em fundamentações teóricas; desenhos e
cálculos necessários para o desenvolvimento do foguete. Visando alcançar os objetivos
seguintes: Chegar em 200 metros de altura, Transporte de um celular e Eficiência no
transporte entre 1 kg e 1.5kg. Como resultados esperados, pretendemos cumprir com os
objetivos.

Palavras-chave: foguete; amador; engenharia aeroespacial.

ABSTRACT:

This project aims to address the subjects of physics and chemistry in high school, for which a
practical amateur rocket model will be created. Furthermore, addressing the complexities of
aerospace engineering, the model is based on theoretical foundations; drawings and
calculations necessary for the development of the rocket. Aiming to achieve the following
objectives: Exceeding 200 meters, Transporting a cell phone and Efficiency in transporting
between 1 kg and 1.5 kg. As expected results, we intend to meet the objectives.

Keywords: rocket; amateur; aerospace engineering.

1.INTRODUÇÃO:

Com os avanços da engenharia aeroespacial tornou-se cada vez mais fácil o envio de
carga útil em missões suborbitais e orbitais, mas a compreensão da complexidade de um
foguete é pouco entendida pela maioria da população.
Observa-se que apesar de estarmos em uma época de grandes inovações no âmbito espacial,
há uma pequena porcentagem de pessoas que se interessam pelo assunto, e, isto talvez possa
prejudicar o contínuo avanço desta área.

1
No ensino médio há pouco conhecimento sobre a importância de matérias como física
e química para o mundo moderno, este fator pode propiciar interpretações equivocadas sobre
os investimentos feitos em áreas que dependem desses conhecimentos teóricos. Não é de hoje
que se pergunta o porquê do investimento no setor espacial, então este trabalho tem como
finalidade demonstrar o quão difícil é moldar, especular ou criar um modelo de foguete. Este
projeto se justifica por despertar o interesse pelas áreas do saber: química e física; por
envolver os jovens em atividades práticas que facilitam o processo de aprendizagem; por
despertar o interesse pela ciência.

1.1 MANUAL DE FOGUETES AMADORES

Foguetes podem ser perigosos em certos casos, cuidar com o local de lançamento ou
se o foguete é grande demais são pensamentos importantes que devem estar presentes na hora
de decidir.
A AEB1 criou o “Manual de Segurança e Boas Práticas para Operação e
Lançamento de Foguetes Amadores”, a finalidade deste documento é recomendar e orientar
medidas de segurança para o manuseio de foguetes amadores de uso civil no território
brasileiro(AEB, 10/10/2023).
De acordo com o manual, os foguetes complexos são foguetes que possuem mais de
um motor ou mais de um estágio.
Este documento define o que é um foguete amador baseado no impulso total, abaixo
estão as duas classe:

Classe 1:
A. Foguete amador com impulso total menor que 160 Ns.
B. Peso máximo, incluindo o propelente, de 1.500 gramas.
C. Máximo de 125 gramas de propelente;
D. Suas partes estruturais devem ser feitas de papel, madeira ou plástico quebrável.

Classe 2:
A. Foguete amador com impulso total entre 160 Ns e 40.960 Ns.

1
AEB: Agência Espacial Brasileira.

2
Para lançar foguetes que ultrapassem os 40.960 Ns é necessário ter a Licença de
Operador de Lançamento, que pode ser obtida pela AEB.
O manual define que a carga útil não deve ser tripulada por animal ou humano; não
deve conter cargas explosivas ou incendiárias e não deve causar queda ou descarga de alguma
parte própria ou da carga útil.
Foguete de classe 2 existe uma distância mínima que está representada na tabela
abaixo:

Impulso Total (Ns) Distância Mínima (m) Distância Mínima para


Foguetes Complexos
(m)
>160 – 320 30 60

>320 – 640 60 100

>640 – 1.280 60 100

>1.280 – 2.560 60 100

>2.560 – 5.120 100 150

>5.120 – 10.240 200 300

>10.240 – 20.480 300 500

>20.480 – 40.960 300 500

É recomendado que no lançamento do foguete seja feito um registro por uma pessoa
de 18 anos ou mais, assumindo qualquer responsabilidade ou risco do lançamento do foguete.
A AEB poderá registrar por meio do formulário eletrônico disponível no site ou utilizando
seu email adastra@aeb.gov.br.
Neste documento se encontra também uma tabela com a classe do motor relacionado
ao Impulso total, apresentado logo abaixo:

Classe do motor Impulso total (Ns)

1/8A <0,3125

1/4A >0,3125 – 0,625

3
1/2A >0,625 – 1,25

A >1,25 – 2,5

B >2,5 – 5

Minifoguete C >5 – 10

D >10 – 20

E >20 – 40

F >40 – 80

G >80 – 160

H >160 – 320

I >320 – 640

J >640 – 1280

Foguete amador K >1280 – 2560

L >2560 – 5120

M >5120 – 10240

N >10240 – 20480

O >20480 – 40960

4
1.2 OBJETIVOS:

Alcançar um modelo de foguete que cumpra alguns requisitos que são específicos ao
projeto, são eles: chegar em 200 metros de altura, levar em sua coifa um celular e construir
um motor capaz de levar pesos entre 1 kg e 1,5 kg.

Ultrapassar 200 metros: Buscaremos aqui, um design inteligente que reduza o peso do
foguete, bem como um motor eficiente e um propelente que possa provocar o empuxo
necessário.

Transporte de um celular: Para podermos gravar o teste, focaremos em tentar criar uma
área para carga útil que comporte um celular pequeno.

Eficiência no transporte entre 1 kg e 1.5kg: Para que tal projeto não seja preso unicamente
ao transporte de celular, esperamos alcançar um empuxo suficiente para que pesos entre 1 kg
e 1.5 kg não afetem a eficiência do motor.

5
2.FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS:

Este trabalho está embasado em alguns conceitos importantes, estará abaixo uma lista
e serão mostrados na sequência :

➔ Empuxo.
➔ Impulso (específico e total).
➔ Arrasto.
➔ Centro de gravidade.
➔ Centro de pressão.
➔ Centro de massa.

*Vale ressaltar que se espera do leitor conhecimento básico em física e cálculo.

2.1 EMPUXO

Inicialmente entendemos a força de empuxo como a formulada por arquimedes,


porém, tal definição não se aplica totalmente em um foguete. A pressão interna no motor
provocada pelo gás proveniente da queima do propelente, provoca uma força desigual nas
paredes internas, do qual a tubeira permite o escape do gás, assim não anulando as forças
verticais e provocando o empuxo.

Imagem 1: Distribuição de pressão em um motor de foguete

Fonte: RIBEIRO, Marcos Vinícius Fernandes.

6
Baseado no que o Emerson F. C. Paubel(Paubel, Emerson FC) disse sobre empuxo
oriundo de um foguete, podemos entender a força de empuxo, como:

𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑔á𝑠


𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡ã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑒𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

A fórmula comum do empuxo de arquimedes é arquitetada como


𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜 = 𝐷𝑓 * 𝑉𝑓 * 𝐺 que em seu contexto refere-se aos objetos submersos em

líquidos ou fluidos, e o volume deslocado pelo objeto oqual gera uma força contrária e de
mesma intensidade proporcional ao volume deslocado; entretanto, a fórmula apropriada será
de Emerson F. C. Paubel, pois entende que o fluido em questão sai do próprio foguete e
consequentemente não está submerso a nenhum fluido a não ser ao próprio ar.

2.2 IMPULSO

Pode se dizer que o impulso é a medição da mudança da quantidade de movimento de


um corpo oriunda de uma força em relação a uma quantidade de tempo, podendo ser escrita
como 𝐼 = △𝑄 onde I é o impulso e △𝑄 é a variação da quantidade de movimento.
A fórmula é obtida através da segunda lei de newton, no qual mudamos a fórmula
∆𝑡 ∆𝑡
𝐹 = 𝑚 * 𝑎 , trocamos a por ∆𝑠
ficando 𝐹 = 𝑚 * ∆𝑠
, assim passamos ∆𝑠 para o outro lado

e obtemos o impulso, 𝐼 = 𝑚 * ∆𝑡 ou 𝐼 = △𝑄.


Esta fórmula será substituída por outras mais certas para esta situação, portanto,
calcularemos impulso total – Definida pelo empuxo integrado no período de tempo de
𝑡𝑏

operação do motor, 𝐼𝑡 = ∫ 𝐹𝑑𝑡, sendo “t” o tempo, o impulso total é usado para a
0

comparação de motores e para classificação do foguete, impulsos totais muito altos podem
tirar a classificação de foguete amador– e o impulso específico – é definido pela razão do

7
𝑡𝑏

∫𝐹𝑑𝑡
impulso total mostrado anteriormente pela vazão mássica integrada pelo tempo, 𝐼𝑠𝑝 = 0
,
∫𝑚𝑝𝑑𝑡

sendo 𝑚𝑝 a vazão mássica do propelente, representa o impulso por unidade de massa –.

Imagem 2 - representação gráfica do impulso.

Fonte: AUTORAL.

2.3 ARRASTO

O arrasto é definido como a força contrária gerada entre o movimento de um sólido


ou objeto em meio a um fluido, dito isto é importante aplicá-lo em nossos cálculos para
compreender a redução da força que o próprio ar gerará.
2𝐷
O coeficiente de arrasto é definido como 𝐶𝑥 = 2 sendo D, ρ, V e A o arrasto,
ρ𝑉 𝐴

densidade do ar, velocidade e área respectivamente.


Contudo esta fórmula não apresenta o resultado correto portanto precisaremos de
fórmulas mais específicas para sua estrutura, usaremos o número de Reynolds – descrito
ρ𝑉𝐷 𝑉𝐷
comumente como 𝑅𝑒𝑑 = µ
= ν
em que V é a velocidade do fluxo, D é a dimensão

8
linear característica, ρ é a densidade do fluido, μ viscosidade dinâmica e ν viscosidade
cinemática – comumente usado em tubulações, foguetes e aeronaves, e usaremos a fórmula
2
π𝑑
𝐴= 4
para calcular a área da coifa partindo do princípio que a coifa é um cone e depois
2𝐷
usaremos a fórmula 𝐶𝑥 = 2 para calcular o atrito.
ρ𝑉 𝐴

2.4 CENTRO DE PRESSÃO

Centro de pressão é o ponto onde definimos a aplicação de todas as forças


aerodinâmicas que estão atuando sobre o foguete, o centro de pressão é definido unicamente
pelo formato do foguete, e para evitar estabilidade é importante saber onde se localiza, para
calcular é necessário fazer uma projeção do foguete em um plano 2D.
Sabendo que o foguete é simétrico, o eixo x se encontrará no centro do foguete e o
eixo z não será aplicado, então basta calcular o y:

∑𝑌𝑖𝐴𝑖
𝑖
𝑌𝑐𝑚 =
∑𝐴𝑖
𝑖

● Sendo 𝑌𝑖 a coordenada do centro da área;

● Sendo 𝑚𝑖 a área correspondente;

● Sendo ∑ 𝑚𝑖 a soma das áreas dos elementos formados pela projeção do


𝑖

foguete.

2.5 CENTRO DE MASSA

Centro de massa é o ponto onde definimos que toda a massa do objeto está
concentrada, normalmente é o centro do objeto, vale ressaltar que o centro de massa de um
foguete é o ponto de equilíbrio das forças gravitacionais que agem sobre o foguete.
O centro de massa também pode ser encontrado como: Centro de gravidade e ponto
de equilíbrio dependendo do contexto.

9
Em um foguete simétrico, sabemos que o ponto x e z do centro de massa se encontra
exatamente no eixo central do foguete, então para calcular o y usaremos a seguinte fórmula:

∑𝑌𝑖𝑚𝑖
𝑖
𝑌𝑐𝑚 =
∑𝑚𝑖
𝑖

● Sendo 𝑌𝑖 a altura do centro de massa;

● Sendo 𝑚𝑖 a massa da aleta, bico e etc;

● Sendo ∑ 𝑚𝑖 a soma das massas da aleta, bico e corpo do foguete.


𝑖

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3 DESIGN

O nome do foguete foi escolhido a partir de sugestões internas, por votação o nome
XPlane ganhou e foi escolhido para este foguete.
Nosso foguete conta com um design simplificado, no design colocamos aletas; uma
coifa e um corpo, a escolha do design foi baseado na ideia de introduzir a engenharia
aeroespacial no ensino médio, descrita anteriormente na introdução, portanto, abordar um
modelo mais complicado, sustentado por princípios e cálculos, foge do objetivo deste
trabalho.
O foguete será feito de politetrafluoretileno, já que o mesmo apresenta uma densidade
próxima do alumínio e uma resistência térmica alta, conterá 4 aletas distribuídas em 4 cantos
paralelos do foguete, também conterá uma coifa e um corpo.
Abaixo estará a imagem ilustrada do design do foguete, e abaixo da imagem estará a
dimensão das partes do foguete:

Imagem 3 - Design do foguete.

Fonte: AUTORAL.

● Altura da coifa: 20cm.


● Altura do corpo: 50cm.
● Altura das aletas: 7cm.
● Diâmetro do corpo: 20cm.

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4 MOTOR DO FOGUETE

Entre motores de foguete sólido e líquido, o sólido é preferível para este trabalho, pois
vale lembrar que além do motor de foguete líquido ser mais complicado na sua fabricação, o
mesmo apresenta uma dificuldade na obtenção do propelente, portanto adotaremos o uso do
motor de foguete sólido.
Para este foguete usaremos o combustível constituído de sacarose e nitrato de
potássio, portanto será chamado pela sua fórmula KNSu, abaixo estará uma ilustração de um
motor de propelente sólido que servirá de base para o nosso motor.

Imagem 4 - Ilustração de um motor de propelente sólido.

Fonte: RIBEIRO, Marcos Vinícius Fernandes.

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4.1 NOSSO PROTÓTIPO DE MOTOR

Utilizamos o aplicativo Fusion 360 na versão personal para modelagem do motor e


geração do desenho técnico, às unidades de medida estão em mm e foi gerado em padrão de
folha A4(297mm*210mm), abaixo está a imagem gerada:

Imagem 5 - Desenho técnico do motor.

Fonte: AUTORAL.

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O motor de ferro fundido foi projetado pensando no design do XPlane, e portanto foi
criado o desenho técnico do foguete inteiro, assim é possível observar sua estrutura e ver que
o motor está alinhado com o corpo do foguete, as unidades estão em milímetros e a imagem
foi gerada no padrão A3(420mm*297mm):

Imagem 6 - Desenho técnico do foguete com o motor.

Fonte AUTORAL.
Vale ressaltar que a massa útil do foguete agora fica aproximadamente 28,3 kg, mas
foi definido como 28,5 kg nos cálculos como medida de seguranças, portanto o foguete junto
com a carga útil de 1,5 kg fica aproximadamente 30 kg, este valor será futuramente chamado
de massa útil ou massa final do foguete por ser a massa sem propelente.

4.1 GEOMETRIA DO GRÃO PROPELENTE

O formato interno do grão propelente afeta diretamente a área de queima e o impulso


provocado, abaixo algumas configurações internas de grãos sólidos juntamente com seu
desempenho, empuxo em relação ao tempo:

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Imagem 7 - Configurações possíveis dos grão propelente.

Fonte: RIBEIRO, Marcos Vinícius Fernandes.

Escolhemos a geometria tubular por ser mais fácil de fazer, e por apresentar um
empuxo crescente, abaixo está o desenho do propelente, em milímetros, que contém um furo
com o diâmetro da garganta do bocal para a passagem de gás.

Imagem 8 - representação do propelente visto de frente.

Fonte: AUTORAL.

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Nessa imagem é possível ver que o diâmetro do furo é de 4cm e que a altura do
propelente é de 14cm.

Imagem 9 - Imagem à direita do propelente visto de cima e imagem à esquerda


do propelente no foguete.

Fonte: AUTORAL.

Agora que temos a geometria do grão propelente podemos calcular o volume do


combustível, com o volume basta saber o peso do combustível e calcular quanto o propelente
terá de massa, abaixo terá o cálculo do volume do propelente.

2
Fórmula do volume do cilindro: π * 𝑟 * ℎ, onde h é a altura do cilindro e r o raio do
cilindro.

2 3
Propelente sem o furo: π * 7 𝑐𝑚 * 14 𝑐𝑚 ≈ 2156 𝑐𝑚 .
2 3
Furo: π * 2 𝑐𝑚 * 14𝑐𝑚 ≈ 176 𝑐𝑚 .
3 3 3
Volume do propelente é igual a subtração de 2156 𝑐𝑚 por 176 𝑐𝑚 que é 1980 𝑐𝑚 .

Alguns dos valores foram superestimados baseando-se no coeficiente de segurança, assim


não há risco de o cálculo ser baseado em um valor menor do que o real.

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5 PROPELENTE

Propelentes são substâncias ou materiais usados para gerar a propulsão. Esses


materiais são projetados para liberar a energia a controlando, resultando na liberação dos
gases ou partículas, criando um movimento oposto (ação e reação) que impulsiona o foguete.
Os propelentes podem ser divididos em 2 categorias:

Propelentes Sólidos: compostos por uma mistura de sólidos que queimam de maneira
controlada. Essa queima gera os gases quentes liberados a alta velocidade através de um
bocal, criando a propulsão.

Propelentes Líquidos: compostos por líquidos ou gases armazenados em compartimentos


separados e, quando misturados, reagem químicamente para gerar gases que são direcionados
para a saída do bocal. A queima desses propelentes é controlada pela injeção de componentes
no motor, permitindo uma maior regulação e precisão da propulsão.

Existem propelentes híbridos, que são uma junção dos propelentes acima. Além disso,
os propelentes podem ser classificados de acordo com sua finalidade, como propelentes de
baixo impulso (usados em fogos de artifício), propelentes de alto impulso (usados em
foguetes espaciais) e propelentes de médio impulso (usados em mísseis e foguetes de
sondagem).

5.1 KNSu

O combustível que usaremos neste foguete será o KNSu, um combustível sólido, sua
escolha deve-se a facilidade de fabricá-lo e seu valor.
Usaremos uma margem de segurança, sendo ela de 10% para evitar possíveis perdas,
e a fórmula percentual da substância será de 65% da massa total do propelente de Nitrato de
Potássio e 35% para o açúcar.
Vimos antes o volume do propelente, agora será apresentado a massa desse
combustível:

17
Para calcular o peso do propelente basta multiplicar o volume pela massa do
propelente, portanto é necessário saber a massa do KNSu, e para isto usamos a fórmula
centesimal do KNSu(65% de nitrato de potássio e 35% de sacarose) junto com a massa molar
de cada substância do composto, abaixo está os cálculos para a massa do propelente:

Massa molar do salitre: 101,2g/mol.


Massa molar da sacarose: 342.25g/mol.

Então para calcular a massa molar de quanto equivale 65% de salitre e 35% de
𝑀𝑚*𝑃
sacarose pode se usar a seguinte fórmula: 100
Sendo Mm a massa molar e P a porcentual,

assim descobrimos que 65% de salitre é 65,78g e 35% de sacarose é 119.77 g, somando os
dois se obtém 185.55 g, portanto a massa do propelente é 367,40 g ou 36,74 kg.

Imagem 10 - Tabela com dados do KNSu.

Fonte:(BALDISSERA, Rafaela et al.).

Com esta tabela temos os dados necessários para calcular o apogeu.

6 APOGEU

Apogeu é a altura máxima que o foguete atinge após seu lançamento, nosso foguete
busca atingir um apogeu de 1km em relação a base de lançamento, e por isso seu lançamento
será vertical.
2
𝑔𝑡2
Para aproximar a altura do foguete temos a fórmula 𝐻 = ℎ + 𝑉𝑡2 − 2
, no qual o

H é a altura máxima aproximada, h é a altitude inicial do foguete, V é a velocidade atingida

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pelo veículo após a queima do propelente, 𝑡2 é o tempo em que o veículo é desacelerado pela

gravidade e g é a força da gravidade. Nesta fórmula ainda precisamos saber o V, 𝑡2 e h.


𝐼𝑡
Para calcular o V usamos a seguinte fórmula 𝑉 = 𝑚𝑡
sendo 𝑚𝑡 a massa do veículo

fornecida no início do programa adicionada a massa de propelente, para calcular o 𝑡2


2
𝑉
𝑎𝑡1
usamos a seguinte fórmula 𝑡2 = 𝑔
, e para calcular o h usamos a seguinte fórmula ℎ = 2

𝑉
sendo ‘a’ descrito pela fórmula 𝑎 = 𝑡1
sendo 𝑡1 um instante de tempo.

Considera-se que a altura inicial do foguete é 0 e a gravidade como 10 então a


2
fórmula será reescrita como 𝐻 = 𝑉𝑡2 − 5 * 𝑡2 , o cálculo está abaixo:

𝐼𝑡 = 130𝑠 * 37𝑘𝑔 = 4810 kg*m/s.

Vale ressaltar que de acordo com o manual de foguetes amadores da AEB nosso
motor seria classificado como classe L.

4810 𝑘𝑔*𝑚/𝑠
𝑉= 67𝑘𝑔
= 71. 7910 𝑚/𝑠.
71.7910 𝑚/𝑠
𝑡2 = 10 𝑚/𝑠
= 7. 17910 𝑚/𝑠.

Agora temos todos os valores necessários para calcular o H.

2
𝐻 = 71. 7910𝑚/𝑠 * 7. 17910𝑚/𝑠 − 5 𝑚/𝑠 * 7. 17910𝑚/𝑠 ≈ 257. 70 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠.

Neste cálculo foi desconsiderado o atrito, contudo sua participação nos cálculos é
importante e para aproximar a influência do atrito no apogeu do foguete desconsideraremos
20% do resultado, então a altura do foguete ficará 206.16 metros.

REFERÊNCIAS

AEB. Manual de Segurança e Operação e Lançamento de Foguetes Amadores, gov. data de


publicação: 10/10/2023. data de acesso:12/11/2023. Disponivel

19
em:https://www.gov.br/aeb/pt-br/servicos/manuais_da_aeb/manuais/manual-de-seguranca-e-b
oas-praticas-para-operacao-e-lancamento-de-foguetes-amadores-reb-parte-4.

BALDISSERA, Rafaela et al. Propelentes sólidos para foguetes: Avaliação teórica do


desempenho da mistura nitrato de potássio/açúcar. Interdisciplinary Journal of Applied
Science, v. 1, n. 2, p. 7-9, 2016.

GONTIJO, Maurício Sá. Projeto, análise e otimização preliminar de um motor de foguete a


propelente líquido para foguetes de sondagem. 2022.

PAUBEL, Emerson FC. Motores de Combustão Interna para Foguetes.

RIBEIRO, Marcos Vinícius Fernandes. Metodologia de projeto e validação de motores


foguete a propelente sólido. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

FOGUETEIRO, MANUAL. Bora aprender a fazer um foguete? #1 (Centro de pressão e de


massa) #27. Youtube, Data de publicação: 13/09/2020. Disponível em:
https://youtu.be/vEc7HOabtVQ?si=xUv9wCXL584Yyq4U.

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